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Taro de Marselha

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Academic year: 2021

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© 2000 EDITORA SÉCULO XXI LTDA. ® ESec21 Editora Século XXI Ltda.

__________________________________________________________________________________________________ © 2000 EDITORA SÉCULO XXI LTDA. ® ESec21 Editora Século XXI Ltda.

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WILSON A DE MELLO FRANCO

A CHAVE DO TARÔ

DE MARSELHA

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CHAVE DO TARÔ DE MARSELHA

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ÍNDICE

PARTE I

INTRODUÇÃO O Tarô

As Origens Primitivas do Tarô

Interpretação e aspectos positivos do Tarô Os arcanos maiores do Tarô

Os arcanos menores

Simbolismo das cores no Tarô de Marselha Simbolismo Hermético dos 22 arcanos do Tarô

PARTE II

OS 22 ARCANOS MAIORES DO TARÔ DE MARSELHA

PARTE III

OS ARCANOS MENORES DO TARÔ DE MARSELHA O Naipe de Espadas O Naipe de Copas O Naipe de Ouros O Naipe de Paus

PARTE IV

MÉTODOS DE TIRAGEM NO TARÔ

Tiragem de Carta Única Tiragem por 3 Arcanos Tiragem por 4 Arcanos Método em Cruz 6 Arcanos Tiragem por Cruz Celta

Tiragem pelo Método do Relógio (ou Casa Astral)

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PARTE I

INTRODUÇÃO AO TARÔ

O Tarô é um método de precognição do futu-ro incluído no ramo das cartomancias. Sua origem remonta os primeiros séculos do cristianismo no Egito, mas alguns estudiosos sustentam que a ori-gem do Tarô é ainda mais antiga, remontando o Egito dos faraós. Todavia, suas origens permane-cem envoltas nas neblinas do mistério, não se sa-bendo quem o inventou, nem quando, nem onde. É um dos métodos precognitivos mais exatos que se conhece

Fato é que o Tarô, com a iconografia que co-nhecemos hoje, apresenta um figurino distintamen-te medieval, e vários símbolos do cristianismo. Sob sua forma mais tradicional, o Tarô de Marselha é composto de 78 lâminas, 22 das quais chamadas de arcanos maiores, por serem as principais cartas do jogo e por apresentarem um profundo simbolismo arcano. As 56 cartas restantes – chamadas arcanos menores – se dividem em quatro naipes, dispostos segundo uma progressão de figuras e números.

O simbolismo das cartas do Tarô é muito profundo, e tem despertado a argúcia de muitos estudiosos. Entre os mais renomados estudiosos está o psicólogo Carl Gustav Jung, que concluiu que os arcanos maiores do tarô funcionam como arquétipos do mun-do ocidental. Acreditam alguns estudiosos que o simbolismo hermético mun-do tarô guarda-ria os segredos dos antigos sábios dos templos de mistério do Egito, e esta teguarda-ria sido a forma e a fórmula simbólica que eles encontraram para preservar sua tradição sem

com-prometer os sagrados mistérios, deixando de escrever seus co-nhecimentos em linguagem ordinária compreensível ao comum dos mortais, mas codificando suas doutrinas num simbolismo hermético que somente os iniciados pudessem compreender, em qualquer parte do mundo.

Outras correntes, porém, vêem a origem do Tarô na Chi-na, e outros na Índia, de onde teria sido trazido pelos ciganos que passaram por aquele país e depois adentraram a Europa. Como se sabe, um baralho de tarô adaptado é amplamente usado pelos ciganos para ler a sorte, chegando mesmo a ser conhecido como “cartas ciganas”.

Ao longo dos séculos o tarô foi ligado ao gnosticismo e à cabala hebraica. Pelo grafismo que se vê no tarô atual – o tarô de Marselha -, sua origem parece mesmo

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montar os primórdios do cristianismo no Egito. Ali se agrupavam muitos judeus da di-áspora: alguns procuravam mesclar o mosaicismo, o pensamento cristão, e a filosofia helenista numa única doutrina e o tarô seria essa síntese. Coincidentemente, a palavra

tarot se aproxima da palavra hebraica Torah (= Lei, revelação ou inteligência

univer-sal), especialmente se grafada ao contrário – torat. A Torah contém as leis legadas por Moisés ao povo hebreu, e cabala quer dizer tradição. A ligação da origem do Tarô com o gnosticismo e a cabala parece ser a mais evidente: o cabalista Postello mostrou que a palavra TARO escrita na forma da cruz usada nas igrejas cristãs pode ser lida ROTA (=

roda ou caminho), ou TARO invertido, que significa a roda de Ezequiel, a lei do

movi-mento astral - ou, em última análise, o destino.

Pelo seu alto grau de simbolismo, o tarô oferece uma vasta gama de interpreta-ções. Não só em função do método de leitura como também pelos diversos tipos de ba-ralhos atualmente em uso pelas muitas correntes de tarólogos. O baralho comum atual – este que se usa nos jogos de salão – seria o último e mais ordinário estágio do tarô ori-ginal. Em termos de originalidade, o chamado Tarô de Marselha é o que mais se apro-ximaria do vetústico tarô egípcio, conservando nele boa parte do simbolismo original. O tarô de Marselha data da segunda metade do século XIV. Mas sua entrada na França teria sido através do norte italiano, do vale do rio Taro, um dos afluentes do rio Pó, to-pônimo do qual teria tomado o nome, Tarocchi: era assim que era então chamado o ba-ralho no norte italiano, plural de Tarocco. Nesse plural a palavra se torna uma corrupte-la que pode ser traduzida por "Os olhos de Tar", isto é, "Os olhos do Destino".

O ocultista Eliphas Levi (falecido em 1875) é considerado o principal decodifica-dor do Tarô moderno.

AS ORIGENS PRIMITIVAS DO TARÔ

No século XV todo tipo de baralho foi combatido pelo clero, e o tarô, como os demais baralhos, não escapou de ser tachado de obra de Satanás destinada a corromper os homens e conduzi-los à idolatria. Todavia, os humanistas, bem menos rigorosos e bem mais esclarecidos e inteligentes, viam no tarô uma forma encoberta das antigas tradições.

Em 1781, Anthony Gébelin examinou o baralho e concluiu que sua origem proce-dia mesmo do Egito antigo, e que seu nome derivava de TAR, que tem o significado de

caminho, estrada ou ROTA, mais RO, = rei ou real, de modo que, em última instância, tarô quer dizer “Caminho Real”. Note-se também a coincidência: os 22 arcanos maiores

equivalem ao mesmo número de letras do alfabeto hebreu; e ainda aos 22 capítulos do Livro do Apocalipse.

O tarô é também uma profecia de alcance mundial e pessoal e isso será objeto de um futuro livro que estou para lançar.

Eliphas Levi, como já foi dito, é o codificador do tarô moderno. Um de seus discí-pulos, Jean Baptiste Pitois, cujo pseudônimo era Paul Christian, concordava com seu mestre quanto à origem egípcia do baralho, e afirmou que o candidato à iniciação era conduzido por um corredor onde estavam expostos os 22 arcanos – 11 de cada lado – recebendo instruções sobre o significado arcano de cada um deles.

O tarô é um dos mais antigos jogos de cartas, e nele funciona um mundo de sím-bolos. Não se pode duvidar de seus ensinos esotéricos secretamente transmitidos por séculos. A decifração de suas origens é muito difícil, senão impossível de resolver.

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Des-de Court Gébelin, no século XVIII, que era um apaixonado pela sua interpretação, vá-rias teová-rias foram desenvolvidas. Que veio da China, das Índias, do Egito, que é o mesmo trabalho de Thoth-Hermes Trismegisto, o baralho dos boêmios, dos alquimistas, dos cabalistas, ou de um grande sábio entre muitos sábios.

Fato é que o Tarô, com a iconografia que conhecemos hoje, apresenta um figurino distintamente medieval, e vários símbolos do cristianismo. Sob sua forma mais tradicio-nal, o Tarô de Marselha, este jogo está composto de 78 lâminas: 22 arcanos maiores, ou principais, e 56 arcanos menores, ou secundários. Arcano quer dizer misterioso, oculto.

Estes números merecem um exame. Notemos primeiro que o número 22 é o mes-mo das letras hebréias que, de acordo com a Cabala, o Universo se mes-mostra. Este número, no tarô, é, de fato, de vinte e um arcanos numerados, mais O Louco. O número 21, ou 3 x 7, que se recorde, representa O Mundo. Não é difícil perceber que o arcano O Louco está ajustado para dar animação a esta perfeição.

Os 56 arcanos secundários, chamados arcanos menores, estão divididos em quatro grupos, que se poderia dizer estão dispostos como 4 colunas de quatorze lâminas.

INTERPRETAÇÃO E ASPECTOS PSÍQUICOS POSITIVOS DO TAROT

A interpretação pode começar a partir de uma única carta dos arcanos maiores. Es-sa carta receberá as influências das outras cartas que, em sendo sequencialmente tiradas, são colocadas a seu lado.

Fundamentalmente, uma leitura ou tiragem de tarô começa com um questionamen-to íntimo e não pronunciado pelo consulente, a respeiquestionamen-to do assunquestionamen-to que ele quer ver re-solvido ou conhecido. O tarô enviaria mensagens inconscientes ao exterior, reorientando o consulente para uma nova tomada de postura. Na verdade, a pessoa liberaria material inconsciente, e o tarô seria o caminho – o caminho real – para o autoconhecimento, faci-litando ao consulente lidar melhor com suas angústias, projetos e crises existenciais. Por exemplo: ao sair uma carta como A MORTE, o consulente reage frente ao seu simbo-lismo, exteriorizando seu medo a tão funesto acontecimento. Quando o consulente a vê, pode automaticamente ligar a carta a uma morte próxima - sua ou de alguém que ama ou lhe está próximo. Todavia, o sentido dessa carta, aparentemente tenebrosa (a ponto de fazer com que alguns intérpretes mudassem o seu nome ou a excluíssem do jogo), depende de suas relações com outras cartas que lhe estão próximas, podendo até, com isso, ser benéfica. Está justamente aí a magia do tarô!

O tarô teria ainda a magia de fazer brotar no consciente do consulente intuições barradas por conceitos errados. Essa magia é estimulada pelo conhecimento inconscien-te que todos nós inconscien-temos dos símbolos. É evideninconscien-te que isso não aconinconscien-tece com qualquer jogo de cartas de tarô, que são inúmeros. Nesse ponto, é imperioso afirmar que o tarô de Marselha é o único que ainda conserva informações hereditárias arcanas mais próximas do tarô original.

Não se pode dizer que pelo tarô se pode prever o futuro. Melhor seria dizer que pelo tarô se traçam coordenadas – tendências – futuras, caminhos reais e posicionamen-tos psicológicos que fazem com que o consulente veja o problema ou desejo por outro ângulo, solução que em sua mente comum estava barrada. O tarô indicaria as conse-quências futuras de nossos posicionamentos psicológicos no passado e no presente, reo-rientando o consulente no caminho a seguir. Esses posicionamentos psicológicos -

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mui-tas vezes imperceptíveis -, ainda que aconteçam no nível consciente, determinam as tendências futuras. É nisso que o simbolismo do tarô é de rara valia, mostrando os as-pectos da personalidade que serão as atuantes e atenuantes do futuro.

O TARÔ COMO FIM ÚLTIMO DA HUMANIDADE

Os esclarecidos vêem no Tarô o que seu termo significa: O Caminho Real – o ca-minho de GeoHeva, que experimenta conscientemente a ele mesmo – o único deus em TODO, capaz do bem e do mal, este último acima do primeiro, porque “GeoHeva colo-cou a terra acima do céu”.

Os 22 arcanos do tarô representam o drama da viagem espiritual do ser humano-GeoHeva, desde sua tomada de consciência, quando caiu no “pecado”, representado na teologia na estorinha da queda de Lúcifer, este Lúcifer que, na verdade, é o arcano O LOUCO, e não o arcano 15, O DIABO, como se pensa. Lúcifer, sendo precipitado na terra por sua loucura em desafiar a ordem estabelecida, obrigou o homem a ser expulso do paraíso. Um rebelde, sim... mas ainda um anjo! Lúcifer então encarna o ser humano, pelo que se diz que Lúcifer é um rebelde... mas, ainda um anjo! Pelo que, então, o ser humano, sempre direcionado à maldade, tem dentro de si todo o Amor do universo, mas não se conhece, não conhece a sua verdade, razão pela qual Jesus sabiamente disse: “Conhecei a verdade e ela vos libertará”. Decididamente, esta verdade está embutida no simbolismo dos arcanos maiores do tarô. Quando essa verdade for conhecida – e ela será algum dia compartilhada pelos homens, depois dos dias do Armagedom – então será como dizem as promessas da Bíblia: não haverá mas pranto ou dor, e nem mesmo a morte – a ciência terá vencido a si mesma!

Esta é então a viagem que o ser humano – O LOUCO - tem que fazer, para passar de uma esfera de atuação para a outra, reverter os pólos atuais do homem-terra, e colo-car seu céu acima de sua terra. Nesse ponto nos tornamos co-criadores com a divindade, chamada na religião dos homens de Deus. É uma tarefa hercúlea, cheia de dor e de re-compensa final para os que conseguirem mudar o seu mundo interior (arcanos O JUL-GAMENTO e O MUNDO) e não se deixarem seduzir por uma ilusão que a queda na matéria necessariamente causou.

O arcano O Louco, como se sabe, pode ser colocado tanto no início do jogo (nú-mero zero) como no fim (nú(nú-mero 22). O LOUCO, como zero à esquerda (domínio de Lúcifer) da unidade é nulo, quando muito, diminui. Mas este mesmo zero, quando colo-cado à direita, aumenta... aumenta... aumenta! Há que se ressaltar ainda que na numero-logia egípcia, chamada hoje numeronumero-logia no alfabeto caldeu, o 22 é um número desfa-vorável que indica traições, desapontamentos, falsos amigos e depressão. Em seus rela-cionamentos numéricos devem ser evitados os números 4 (número da matéria, do cor-po), o 6 (número dos instintos e das emoções ligadas ao sexo) e o 8 (número “Daquele” que vem para destruir, o 8o. rei citado no livro do Apocalipse).

A imagem que O Louco nos passa é de alguém que perdeu o rumo, seus bens e sua herança espiritual (recorde-se aqui a parábola do filho pródigo). O que restou a O LOUCO depois de sua queda na matéria densa foi senão trapos, que ele carrega em sua trouxa como fruto do seu pecado original, como fruto de todas as suas encarnações que terá que passar para resgatar O TARÔ – O CAMINHO REAL. Esse pleno

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cumprimen-to se realiza no arcano 21 - O MUNDO - que, em termos proféticos, indica o século do fim deste caminho e do recomeço de um novo tarô pelo eleitos.

Então, a cada um de nós, como O LOUCO-LÚCIFER compete escolher onde que-remos ficar: mortos e nulos à esquerda do CAMINHO REAL (porque o preço do “peca-do” é a morte), ou vivos e transformados no caminho infinito, à direita de “Deus-Pai”, com o Cristo (arcano 19 – O SOL). Esses últimos brilharão no reino do Pai (Pan), con-forme nos promete Jesus, enquanto os primeiros serão precipitados no lago de fogo do inferno do homem-terra para uma nova viagem no caminho de O LOUCO, nesta terra que, como Jesus nos revela, é o reino de Satanás, senhor do Tempo.

Assim, os sete primeiros arcanos do tarô representam o homem físico, segundo os princípios que encontramos expostos na Teosofia e outras verdadeiras sofias. Como fim último, o tarô é uma profecia de alcance universal e individual, visto que o homem nada mais é que um microcosmo que atua no macrocosmo. Todos nós somos profetas, pois a cada momento predizemos nosso futuro, construído por nós mesmos, e fazemos o nosso

caminho real na esfinge de nossa pirâmide física.

SIMBOLISMO DAS CORES NO TARÔ DE MARSELHA

A predominância das cores é fundamental para a interpretação da lâmina.

O tarô de Marselha é ricamente ilustrado e colorido. As cores, porém, de modo algum foram usadas de modo aleatório, mas, sim, dispostas inteligentemente como sím-bolos que ajudam a interpretação do arcano, especialmente os arcanos maiores.

As cores dominantes no tarô de Marselha são o ocre "rosado", o azul, o verme-lho, o amarelo e o verde.

O vermelho significa o "sangue": a "H-emocionalidade", a agressividade, a ati-vidade instintiva. É a cor do masculino, da força, da energia potencial, das manifesta-ções do animus, do sangue e do Espírito.

O azul significa atividade intelectual, razão, o espírito vivo "bom", materialismo. É cor escura, noturna, passiva, lunar, é a cor do segredo, do sentimento, da alma, dos valores femininos por excelência. Uma das lâminas que melhor expressam o equilíbrio entre as cores azul e vermelho é a Justiça.

O verde geralmente expresso na vegetação, tanto pode significar podridão como renovação.

O branco mostra pureza, alma infinita, crescimento interior.

O ocre "rosado" (carne) sempre indica o que é humano ou se reporta à humani-dade (rosto, corpo, construções).

O amarelo é ambivalente, sendo ao mesmo tempo a cor da terra e do sol, da luz intelectual, em sua pureza de ouro inalterável, pelo que significa o espírito divino.

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AS FIGURAS GEOMÉTRICAS

O ponto ou o círculo representa o espírito universal. A cruz o espírito universal personificado.

O quadrado representa a matéria. Seu disfarce é a formação do 4 pela figura (co-mo em O Imperado e em O Enforcado).

O leminiscato e/ou chifres representa a alma, enquanto o triangulo com um vértice voltado para cima geralmente representa o bem; para baixo, o mal.

SIMBOLOGIA HERMÉTICA DOS 22 ARCANOS DO TARÔ

Os sete primeiros arcanos do tarô codificam o sistema hermético universal dos ini-ciados, denominados sete princípios do homem. Os 22 arcanos contém e contam, se-quencialmente, a história da evolução espiritual do homem.

O MAGO representa nosso corpo físico. Embora relegado pela Religião ortodoxa, o corpo físico é o pão nosso cotidiano capaz de transmutar pelo sacrifício – como magia alquímica – nossa personalidade, representada no Tarô pela GRÃ-SACERDOTISA. A IMPERATRIZ tem o mesmo simbolismo que a “rainha do sul” que veio a Jerusalém ver Salomão, e se levantará para julgar essa geração adúltera e má (Mateus, 12): representa as nossas ações, nosso astral que, como uma sombra, nos acompanha na vida atual e reinam sobre o nós que acreditamos ser.

O IMPERADOR representa o emocional, a matéria viva - o corpo-emocional que reina e impera, porque “O Senhor colocou a terra acima do céu”. Esses quatro arcanos representam os quatro princípios terrenos. Fortes princípios, de carga negativa.

O SUMO SACERDOTE já se encontra no nível dos princípios superiores, e perfaz a mixagem das forças da terra e do céu, ou seja, a RAZÃO – ou livre-arbítrio. Nosso livre-arbítrio determina tudo, é o sumo sacerdote que conhecemos como nosso eu. Res-salte-se que a palavra sacer em latim tanto significa sacro como abominável, ou seja, o TODO está contido em cada de um nós.

O NAMORADO representa o sexto princípio, celeste – o Amor do radioso sol (a-qui, o símbolo do Cristo interior, em função de estar acompanhado do anjo), sempre presente em nós, mas que, sempre ocupados que estamos com as coisas mundanas – especialmente o apelo sexual – palidamente percebemos essa presença do Cristo em nós.

O CARRO, o sétimo princípio, é uma reunião dos princípios inferiores da terra com os princípios superiores do céu – a divisão da carta indica isso. Representa o Car-ma, o fruto de nossas ações - a própria AÇÃO. Dois cavalos conduzem o carro (nossos princípios de escolha, mal e bem). Ambos olham na mesma direção indicando que o homem pode perfeitamente conciliar seu aspecto terreno material com o espírito divino, à semelhança de Jesus: “Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um

glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justifi-cada por suas obras” (Mateus, 11). Quer dizer: Não precisamos ser um asceta para nos

chegarmos a Deus, mas tão somente agir segundo Deus espera de nós. Supremo, o Car-ro (que se liga ao arcano 1, o Mago - observar a semelhança da figura humana, o mesmo

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olhar na mesma direção, e a posição dos braços abertos), nos conduz de acordo com nossos juízos, fazendo A JUSTIÇA e nos levando a refletir – figurado no ERMITÃO – sobre os nossos atos. O que fomos ou fizemos antes (vidas passadas, ou A MORTE), determinam o andamento de nossa RODA DA FORTUNA nesta vida – o destino - sempre traçado por nós mesmos. A Roda do Destino é fortemente influenciada pelos três princípios inferiores – representados na lâmina pelos 3 animais: instintos, paixões e emoções astrais. As paixões tanto nos cegam que em vez de usarmos o princípio divino do Amor para superar o Destino, preferimos A FORÇA de nossa jovem personalidade (a carta liga-se à Grã- Sacerdotisa) e tentamos matar um leão a cada dia para sobrevi-vermos. Asfixiado, o homem acaba ENFORCADO na própria corda que fabricou, preso pelos pés (seu passado cármico) e pelo mundo, de cabeça para baixo para o divino, quando, ao contrário, deveria dirigir seu olhar para os céus. O resultado disso, como diz a Bíblia, é o pecado, e o preço do pecado é a Morte – tanto física como espiritualmente. É certo que quando vivemos para o mundo morremos para Deus.

Para sairmos desse estado de letargia espiritual, temos que usar A TEMPERAN-ÇA das águas do Espírito. A temperança, a partir da humildade, é o portal do céu no homem. Só assim poderemos superar O DIABO que habita no coração de cada um de nós, que nos acorrenta pelos instintos (observar as partes sexuais expostas da figura) e pelos demais princípios animais inferiores (observar os animais humanos atados, e num nível inferior à figura central). Essa força pecaminosa em nós destrói A CASA DE DEUS em nós, e nos cega para A ESTRELA do Amor de Deus que derrama suas águas de misericórdia – humildemente – no rio que faz fluir a nossa vida. Desse modo, sobre a nossa LUA – signo da personalidade terrena inferior nos mistérios – que é suportada pelo sol (a vida), para quem os lobos da matéria uivam, brilhará O SOL do Cristo, em nos tornarmos como crianças: “Em verdade vos digo que, se não vos tornardes como

crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mateus, 18).

Seremos julgados pelos nossos atos, seremos postos nus diante do JULGAMEN-TO ao qual cada um de nós será submetido. Haverá um juízo para a terra no fim do sé-culo XX ou não muito longe do XXI (segundo o deslocamento da numeração das cartas, que acontece conforme se posiciona a lâmina O LOUCO no início ou fim do baralho). Os eleitos herdarão O MUNDO prometido por Deus pela boca de seus profetas, um mundo onde o boi e o leão coabitarão em paz (vide Isaías), onde o homem divino (re-presentado pelo anjo) e o homem animal (re(re-presentado pela águia) farão as pazes, e o homem será despido de sua capa que acoberta sua divindade, como resultado de suas ações em suas diversas vidas na matéria. O nulo, O LOUCO, o tolo, o que caminhou sem direção nesse mundo, os que viveram segundo suas concupiscências, e nas várias oportunidades que tiveram para retificar o seu erro não só não o fizeram como ainda acrescentaram mais abominações à sua Vida, para esses, como diz a Bíblia, está reser-vado o lago de fogo.

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PARTE II

OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ DE MARSELHA

Em número de 22, os chamados arcanos maiores são tradicionalmente numerados de 0 a 21, ou de 1 a 22, já que o arcano zero - O LOUCO - tanto pode ser colocado no início como no fim do jogo.

Os 22 arcanos maiores representam um aspecto universal da existência humana. Quando se faz uma tiragem, e um arcano maior aparece, isso significa que aspectos im-portantes de sua vida estão em jogo. Alguns videntes vêem nos arcanos maiores a via-gem espiritual de um indivíduo, desde a tomada de consciência de si (Arcano 0, o Lou-co), até o pleno cumprimento (Arcano 21, o Mundo). Alguns dizem que os arcanos 1 a 7 representam o indivíduo físico, os arcanos 8 a 14 o mental, e os arcanos 15 a 21 tudo o que é espiritual – o arcano 0 fica à parte. O Louco é sempre considerado como diferente das outras cartas, pois pode tomar o número 0 ou 22, ficar à direita ou à esquerda na lista dos arcanos

Os arcanos maiores do tarô descrevem diferentes estágios de uma viagem. Esta vi-agem pode ser chamada de vivi-agem pela consciência, e está retratada em inúmeros con-tos e mitologias de todos os povos, estorinhas de fada, e mesmo nos grandes ensinamen-tos religiosos, assim como nas páginas da Bíblia. Essa viagem é o Caminho Real – o Tarô – para o despertar da toda consciência e, como se diz na Religião – o “renascer em Cristo”. Os arcanos maiores então são páginas isoladas de arquétipos universais que carregam uma história, com início, meio e fim. É, em última análise, uma profecia. Uma profecia que realizamos sobre nós mesmos, pelo que, pelos arcanos do tarô podemos nos orientar se estivermos predispostos a entender toda a intuição que eles nos passam.

Essa viagem é, pois, interior, uma luta do bem (arcanos do “céu”) contra o mal (arcanos da “terra”). O tarô, com seus arquétipos, é um espelho de cada um de nós. Não foi por acaso que Jung se interessou por ele e fez longos estudos, publicando alguns trechos em algumas de suas obras.

Vamos então começar essa viagem pelo mundo que é nós mesmos.

I. O MAGO

Situada no início do jogo, é o primeiro arcano maior do Tarô, simbolizando o iní-cio, o começo de qualquer coisa.

Influenciada por Mercúrio, O Mago simboliza o dinamismo e uma importante ca-pacidade intelectual. Representa a possibilidade de novas realizações, possuindo todos os trunfos necessários para o bom êxito e concretização dos projetos. Estão ligados a esta carta a criatividade, o início, o esforço incansável, a dedicação aos ideais e a busca do conhecimento. Ela representa a habilidade, a capacidade intelectual de conseguir levar a bom cabo algum empreendimento, de prestidigitar a situação, e executar toma-das de decisões racionalmente: esse é o simbolismo toma-das várias coisas que ele tem sobre

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a mesa e parece saber manuseá-las muito bem. (Aliás, essa carta, em alguns jogos, recebe o nome de Prestidigitador). O Mago sabe aproveitar as oportunidades da vida. Tem os pés no chão, mas o seu chapéu lembra o símbolo do infini-to (um oiinfini-to ao contrário). Isso quer dizer que ele não perde a noção da realidade, ao mesmo tempo em que sabe ter como meta o infinito. Recomenda que usemos as armas que estão ao nosso alcance, mas não nos esqueçamos de Deus, a Verdade da Vida.

Generalidades – O Mago, tal qual um alquimista,

manipula os elementos fundamentais da vida. É o ponto de partida, o princípio ativo da vida.

Mas, antes de tudo, o que é um Mago?

Em francês, o arcano O Mago se diz Le Bateleur. Es-ta palavra vem do francês antigo e designava na Idade Mé-dia uma espécie de camelô que venMé-dia de tudo - não im-porta o quê -, que animava as praças de mercados e feiras, fazendo mágicas e fanfarronadas. Essa relação imanente na carta de certo de modo prova a origem iniciática do Tarô, pois mago, em francês, se diz

Mage. Para quem conhece algo dos Mistérios, é fácil perceber que se trata do primeiro

princípio do homem, razão pela qual esta carta é o primeiro arcano do Tarô. Ao mesmo tempo em que O Mago tem o poder de iludir, também tem o poder para prestidigitar situações (o que o faz também receber, em alguns maços, o nome de O Prestidigitador), de transformar chumbo em ouro (falando-se em termos de alquimia mental, claro!). O Mago é então associado ao deus Hermes-Mercúrio, o mais humano dos deuses, que era o mediador entre os homens e os deuses, pelo que tinha ele livre acesso às alturas. En-tretanto, mal acabou de nascer Hermes-Mercúrio já começou a fazer travessuras. Um dos feitos mais espetaculares feitos por ele foi roubar os bois de Apolo. O Mago, então, lida com vários objetos (instintos, emoções, princípios astrais e – acima de tudo -, com a ilusão da vida), como uma criança travessa que desconhece para que eles servem.

Um Mago é também um prestidigitador; aliás, em certas versões do Tarô, como de Rider Waite em particular, o Mago é chamado "O Mágico" (Le Magicien).

Leva o número 1, símbolo da unidade, da união de um todo indivisível e do uni-versal. Ele é a base de todos os outros números, o ponto de partida.

O Mago pode se referir à saúde: a energia vital, o dinamismo ou ainda a fadiga e o excesso de limpeza da casa se a lâmina tiver uma conotação negativa no o jogo. Para um indivíduo, qualquer que seja sua idade, o Mago indicará que ele dispõe de um espíri-to jovem, aberespíri-to para a vida, cheio de projeespíri-tos e de iniciativas. Ele pode senão também representar a partida ou o início de qualquer coisa, um projeto novo, um negócio novo ou ainda o início de uma relação sentimental. Pode encarnar uma partida para qualquer coisa nova mas pode muito bem representar também o jovem amigo, o filho ou o irmão do consultante; uma pessoa jovem que desempenha um papel particular.

EFEITOS DIVINATÓRIOS: O Mago simboliza o ponto de partida, o impulso, a

origem, a criação, um acontecimento em seu início. Simboliza a força universal presente no homem, o poder da ação, a interação com os com os 4 elementos (conhecidos misti-camente como fogo, ar, terra e água). Simboliza ainda o poder da magia mística, o po-der da vontade, o ego.

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• Consultante homem: Pode representar o próprio consultante. Pode representar também o pai, ou o marido.

• Consultante mulher: Poderá ser um homem significativo na vida dela, princi-palmente com ligação afetiva.

• Outras representações: Um jovem, astuto, habilidoso e diplomata. Pode ser um enganador, se o jogo conduz nessa direção.

PALAVRAS-CHAVE: CRIAÇÃO

O Início, esforço incansável - ação - movimento - trabalho - começo.

SENTIDO POSITIVO: Atividade criativa, iniciativa, presença de espírito,

auto-nomia, emancipação. Arte de convencer, fineza diplomática, eloquência. Coisas postas em ação, que se deslocam. Poder - energia - habilidade - vontade - autoconfiança - en-genhosidade - astúcia - dominação

SENTIDO NEGATIVO: Ausência de escrúpulos. Personagem arrivista,

intri-gante, mentiroso, patife, escroque, charlatão, cascateiro, explorador. Indivíduo que utili-za a artimanha, astúcia, a agitação, o engano. Vontade fraca. Falta de escrúpulos, mani-pulações escusas, operações desastrosas, intriga, exploração do outro, discussões, dispu-tas; timidez, falta de iniciativa, vacilação, nervosismo, indecisões, tendência à impulsi-vidade, tentativa de resolução de um problema fora do plano divino.

RELAÇÃO COM AS OUTRAS CARTAS: É a carta do ponto de partida para

qualquer objetivo. Indica ação e movimento.

INTERPRETAÇÕES UNIVERSAIS DO ARCANO - Espírito criador. Ser

ab-soluto. Unidade fecundante. Homem chamado a se elevar. Início. Mago. Adepto. Von-tade. Pensamento. Atos em seu começo. Ação. Aquisição. Trabalho. Realização. Toca-do pela graça. União com o Cosmos. Armadilha. Comediante. Ocultação Toca-dos desejos sexuais. Não saber como nem por onde começar. Amor à obra. Expansão da personali-dade. Iniciativa que conduz ao sucesso. Diplomacia. Astúcia. Ordem. Cerimônia. Sacer-dócio. Bom fim nos negócios. Fraqueza. Timidez. Falta de endereço. Controle da situa-ção. Indiscreto. Vaidade. Viva inteligência. Arte de convencer. Dúvida. Indecisão. Ori-ginalidade. Espontaneidade. Imaginação. Amor a um lugar. Desespero. Controle de si. Retardo. Poder aplicado a fins negativos. União de Deus e da Natureza. Separação entre o espírito e o sexo. Primeiros passos. Perda da confiança em si. Trabalhador. União en-tre o visível e o invisível. Falta de estabilidade. Ajuda por forças sobre-humanas. Des-perdício. Versatilidade. Buscar se impor. Medo de triunfar. Luz. Primeira vibração emi-tida no caos. Vida representada por homem. Andrógino. Evolução. Consciência cósmi-ca. Começo da busca da sabedoria perdida. Erro. Artista. Miragem. Divertir-se com as loucuras. Guia da humanidade. Equilíbrio espiritual. Traição. Intenções escondidas. Negócio equivocado. Médico. Roubo. Mentira. Sutilidade. Desejo formulado. Adoles-cente prudente. Velhice rejuvenescida. Autonomia. Ausência de escrúpulos. Arrivismo. Intriga. Jogo. Charlatanismo. Facilidade de combinar. Fecundidade emocional. Vitali-dade. Tendência à dispersão. Dúvida. Policial desonesto, salafrário. HumaniVitali-dade. Ima-ginação. Crer saber e não saber nada. Cópia. Imitar os poderosos. Não poder realizar sozinho. Egoísmo. Fazer descer o céu sobre a terra. Religioso. Suscetível de desempe-nhar um papel de primeiro plano num negócio. Infantilismo sexual. Práticas masturbató-rias. Vida sexual flutuante entre a abstinência e o excesso. Mente de conquistador. Pode dar prazer. Amante. Conhecimento das drogas excitantes, do funcionamento cerebral.

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Conhece a biologia sagrada. Movimento perpétuo. Elasticidade. Ocultismo. Impotência. Ambivalência. Vigilância. Conhecimento das ervas. Combate pela luz. Enviado de Deus. Ajuda à evolução dos mundos. Vontade de criar. Cristo. Neutro. Homem Todo-poderoso que cria seu destino em manejando as forças criativas. Luta contra os forças da destruição. Mudança provocada pelo acaso. Reflexo rápido. Egoísmo sentimental. Resistência à doença. Originalidade. Jogo de mãos. Capaz de influenciar outras pesso-as.

II. A GRÃ-SACERDOTISA (ou A PAPISA)

É a segunda carta no jogo de Tarô. Esta lâmina é si-nônimo de reflexão e dualidade. Interfere não muito favo-rável nas estruturas, nos projetos, que sofrem uma nítida lentidão. Este estado de coisas é diretamente ligado à in-fluência de Saturno, que está ligado a esta carta.

A Grã-Sacerdotisa permite entrever a verdade ou a realidade, é o pensamento, a sabedoria e a criatividade. Significa uma reflexão lenta, mas fecunda. O conhecimen-to, a intuição, a sabedoria, o equilíbrio do consciente e do inconsciente, a ciência oculta, uma resposta que se encon-tra no interior de si. Estão ligados a esta carta o poder, a sabedoria, o bom senso, o discernimento, o moralismo e a segurança. É a grande mãe, dona do conhecimento e por trás de si está a ciência oculta, o que significa uma riqueza própria que a torna de mente poderosa. A sua figura serena recomenda calma e o melhor aproveitamento possível das nossas experiências (desta e das outras vidas que estão na ciência oculta). É uma carta que convida o consulente a tratar a vida com seriedade, a conciliar os opostos.

Generalidades - O número 2 deixa aparecer depois da unidade do 1, o nascimento

da dualidade. É a base de toda manifestação: o yin, o yang, o calor, o frio, o positivo, o negativo etc. Aqui, ele representa também a interação entre o interior e o exterior.

As cores dominantes são o vermelho e o azul e com alguma imaginação se poderia ver o símbolo do yin e yang. Esta Grã-Sacerdotisa não é uma mulher como as outras. Em primeiro lugar, como todo mundo sabe, o título de Grã-Sacerdotisa não existe.

A Grã-Sacerdotisa possui uma aparência fria e muito misteriosa. Está sentada so-bre um banco e sua expressão é pensativa. Tem nas mãos um livro antigo que encerra as leis que regem a vida e a morte.

O conhecimento dessas leis permite compreender a obra divina, permitindo elevar seu espírito acima das simples preocupações físicas e materiais, e enfim ver além das aparências.

Se a Grã-Sacerdotisa devesse representar alguém, seria uma pessoa interiorizada, meditativa, passiva ou tímida, que fala pouco, mas coisas úteis. Mas, negativamente, ela pode indicar um estado de fechamento, de não-reação, na verdade, de depressão.

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Fisiologicamente ela representaria tudo o que está ligado ao ventre, ao interior, ao estômago, e no que concerne às mulheres, às questões genitais.

De um modo geral, a Grã-Sacerdotisa pode representar uma situação que falta se concretizar, que esta ainda mais ou menos em gestação. Ela representa aquilo que está escondido, o que não está desvendado, revelado, o que o consultante ainda não conhece, uma situação cheia de não-dito que não depende forçosamente dele. Pode se tratar ainda de uma situação em preparação.

A Grã-Sacerdotisa está ligada à intuição, à reflexão que se faz antes de agir. Nos seus aspectos mais negativos, ela pode representar um bloqueio, uma espera, uma não-concretização. Poderá encarnar também a Mãe, ou a Grande Mãe, a mulher inquietante que tira e distribui as cartas, que tem bom coração. Quando esta lâmina sai na vizinhan-ça ou diretamente com o Sumo Sacerdote, é a imagem de um par que se pode interpretar como um acordo, uma união, na verdade, um casamento, a materialização de um acon-tecimento feliz.

EFEITOS DIVINATÓRIOS - A Grã-Sacerdotisa simboliza a evolução secreta

das coisas, os mistérios, os segredos. Esta carta indica a geração ou início de algo, de um projeto, da tomada de uma atitude certa e consciente, o desenvolvimento de algo em segredo. Intuição. Seu ritmo, entretanto, é mais lento que o de O Mago, pois essa carta sugere lentidão (e certeza) no andamento dos projetos.

• Consultante homem: Pode representar uma mulher na vida deste, uma conse-lheira, a mãe, a esposa que auxilia.

• Consultante mulher: A própria pessoa que consulta.

Outras representações - Pode significar inclinação para a religião ou

mediunida-de. Tendência para o magistério, professorado, à educação e cultura. Indícios de gravi-dez, maternidade. Gestação ou início de alguma coisa. Formação, construção sólida. Percepção das coisas visíveis e invisíveis. Uma mulher dedicada ao lar, honesta e since-ra, prudente, sábia. Uma força feminina em ação.

PALAVRAS-CHAVE - GESTAÇÃO.

Mistério, segredo guardado com prudência - sabedoria em todos os planos - sere-nidade - objetividade - segurança - dar à luz ou gestar novas idéias - emoções ocultas seguras - relacionamentos platônicos - renascimento - busca da verdade.

SENTIDO POSITIVO - É a inércia, a meditação para receber o conhecimento, a

concepção objetiva de uma idéia. Ela exprime reserva, discrição, espera confiante, pa-ciência, resignação, bondade, benevolência, clarividência. Recomendação para se bus-car a verdade através do bem, de guardar silêncio sobre seus projetos e desejos.

SENTIDO NEGATIVO - Ela exprime hipocrisia, dissimulação, intenções

escon-didas. Perda da ajuda e apoio com o qual se contava, inação, preguiça. Disposições hos-tis ou indiferentes, imoralidade, ressentimento. Absorção mística. Ignorância, incom-preensão, intolerância, rancor, egoísmo, dissimulação, superficialidade, fecundação cor-tada. Intenções ocultas, instabilidade emocional.

RELAÇÃO COM AS OUTRAS CARTAS - Multiplica os efeitos das cartas

vi-zinhas.

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INTERPRETAÇÕES UNIVERSAIS DO ARCANO - Dualidade. Mãe divina.

Manifestação da glória divina não-encarnada. Matéria animada. Carne pura. Igreja ocul-ta. Cosmos. Santuário. Casa de Deus. Intuição. Ciência dogmática. Mãe dominadora. Castração. Mulher frígida. Conhecimento dos fenômenos. Vida. Entrada do templo. Livre da carne. Sabedoria das vísceras humanas. Ciência dos seres e das coisas. Lar. Corpo. Ação interior e ativa. Culto da natureza. Magia. Viuvez. Iniciação. Segredo deti-do. Livro lideti-do. Segredo conhecido por quem o sabe decifrar. Frieza. Forças instintivas dominadas. Mãe Suprema. Mãe fálica. Maldade que se une ao conhecimento. Prisão. Encarnação. Preconceitos religiosos. Frustração sexual. Histeria. Excitação sexual con-tida. Memória. Inconsciente potencial. Discrição. Virgem. Forma. Idéia na forma. Flu-tuação. Crer e descrer. Lunático. Inspiração. Revelação. Adivinhação. Magia. Mulher profética. Beleza discreta. Poder sobre os acontecimentos. Hipocrisia. Decadência. Cru-eldade. Educação severa. Ignorância. Conhecimento superficial. Calor sob os tratos da frieza. Autoridade feminina. Constância. Fidelidade. Oposição passiva. Sociedade mís-tica. Religião. Destino. Noivado espiritual. Compreensão sobrenatural. Mulher dotada de uma consciência universal. Iniciadora. Guia. Faculdade crítica. Penetração nos misté-rios. O que está oculto do vulgar. Livros sacros. Atração. Purificadora. De fé. Força conservadora. Integridade. Solidão. Dificuldade de comunicar seus sentimentos. Arro-gância intelectual. Chamada para a experiência. Desprezo às teorias. Senso comum. Intuição. Compreensão. Purificação. Silêncio. Obra e fecha as portas. Meditação. Com-preende o que se esconde por trás das aparências. Palavra justa. Gesto exato. Séria difi-culdade. Maldade. Alma da terra. Pudor físico. Paciência. Resignação. Boa saúde. Reve-lação inesperada. Lentidão nas realizações. Coisas que se interpõem. Revela seu conhe-cimento lentamente. Esconde o que sabe. Novas soluções. Influência de uma mulher santa ou inspirada. Fonte de talento criador. Que toma precaução das dificuldades de instabilidade emocional. Má influência de uma mulher. Reduzido à escravidão. Obsti-nado. Ciência. Virgindade forçada. Feitiçaria. Passividade receptiva. Virgem Maria an-tes da concepção. Transformação do amor então de sua passagem de humano ao divino. Águas puras. Matriarcado. Angústia. Ação interior. Equilíbrio perfeito. Inteligência da alma. Rigor. Castigo. Terror. Lei moral. Inibição. Metafísica. Ausência de dúvida. Bon-dade. Mulher desempenhando um papel importante nos acontecimentos. Reflexo de Deus. Boca de homem. Matriz. Sexo feminino. Astral que une o espiritual ao material. Lei informulada. Imanência da vida divina. Mediadora. Lésbica. Iniciadora sexual. Mãe ideal. Natureza tal como se concebe a inteligência criadora. Saber o que não se quer. Fonte de idéias. Boa saúde. Peso. Falsas intuições. Situação certa. Amor da família. Mal-estar orgânico. Celibato. Acabar o que está começado. Falta de imaginação.

III - A IMPERATRIZ:

Influenciada por Vênus e Mercúrio, esta carta busca o encanto, a harmonia, a téc-nica e a inteligência. Ocupando o terceiro lugar no jogo de Tarô, ela domina a dualidade e permite a comunicação.

A Imperatriz leva a uma solução dos problemas por sua lucidez e discernimento. Leva ao bom êxito, multiplicação e mudança. Significa comunicação, racionalidade, dinamismo, clareza. Uma mulher de autoridade (uma matrona ou uma mãe autoritária, mas justa). Um empreendimento que cresce. Conselhos importantes que vêm de uma

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mulher. Estão ligados a esta carta o domínio feminino, o talento natural, a fertilidade, a intuição, o poder de decisão e ação. Está ligada à personalidade. Na mitologia grega é a poderosa Hera, a prima-dona do Olimpo, esposa de Júpiter (que se representa no Tarô pelo Imperador). Representa os valores materiais, o domínio de um poder "da esquer-da" - ela tem o cetro na mão esquerda. A Bíblia diz: "O alongar-se da vida está na sua

mão direita; na sua esquerda riquezas e honra" (Provérbios, 3: 16). Sua mão está

aber-ta: isso significa que se deve usar esse poder de forma receptiva e não autoritária.

Generalidades - O número 3 é um número sagrado ("perfeito", para os chineses)

pois é a primeira síntese saída da unidade do 1 e da interação no 2.

A tradição cristã nos ensina igualmente a santidade da trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Nele se encontra a constituição do Homem através de seus três cor-pos: o corpo físico, organismo biológico, o corpo etéreo e/ou astral, combinação de sub-corpos sutis energéticos e o corpo espiritual, veículo da Alma imortal. A Imperatriz é uma senhora elegante de espírito charmoso. Possui o segredo do poder feminino que

permite o discernimento na observação dos fatos.

Ela está em seus pensamentos. Simboliza o conheci-mento intelectual que se nomeia inteligência. Com esse título ela se alinha ao O Imperador em todas as suas ações. O cetro e o escudo que ela porta lhe dá o poder de colocar em ação as forças da criação. Poder-se-ia lembrar que ela possui asas. Seria A Imperatriz um anjo?

Se A Imperatriz devesse representar alguém, seria uma pessoa cerebral, alerta, inteligente, dotada para a re-flexão e a preparação de projetos. Ela indica uma pessoa que comunica, ou ao contrário, se a lâmina está mal situa-da, uma pessoa que se encontra completamente bloqueada.

Fisiologicamente, poder-se-ia associá-la à cabeça, à garganta e aos nervos. De um modo geral, A Imperatriz pode representar, os pensamentos, as idéias, os desejos, o mental ou os fantasmas do consultante.

Ela está ligada ao que concerne às relações: a co-municação, o diálogo, o comércio, a publicidade, às mídias (jornais, rádios, TVs), os livros, as escritas, os diferentes modos de expressão como a arte, o cinema, a cultura em geral. Ela é os contatos, os pontos de encontro, as pequenas viagens de acordos ou os deslocamentos profissionais.

Ela é a inspiração, a junção, o desejo que faz com que o consultante se lance em qualquer coisa. É uma vivacidade de espírito, uma inteligência, uma facilidade no a-prendizado, um dom para os estudos, e se ela está bem colocada pode indicar um êxito através de um saber particular.

Ela pode representar a jovem amiga, a irmã ou a filha do consultante, a senhora ou a amante, de um modo geral uma pessoa feminina que se coloca em valor.

Nos seus aspectos menos positivos, A Imperatriz poderá puxar certo orgulho, um narcisismo, um egocentrismo. Terá também um pouco de leviandade que dará lugar a uma certa superficialidade, um falta de maturidade através das tagarelices incessantes, rumores, uma agitação verbal e um nervosismo excessivo.

Associada com seu complemento masculino, O Imperador, ela poderá significar um êxito, uma concretização e a estabilização de um projeto, de uma união, ou de uma idéia previamente encarada e estudada.

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EFEITOS DIVINATÓRIOS - A Imperatriz simboliza os princípios intelectuais: concepção, ciências, escritos, projetos, estudos. Simboliza a produtividade material, a iniciativa com sutileza, em vez do controle intelectual exercido pelo O Mago. Se no arcano A Grã-Sacerdotisa caminha mais em oculto, de dentro para fora, lento, em A Imperatriz o projeto caminha na superfície, aparente, e com vigor; porque A Imperatriz é um arcano forte, que chama auxílio, providência, proteção e êxito sobre os obstáculos. Significados importantes: poder da alma, educação, abundância, maternidade, fertilida-de, comunicação, obtenção de bens materiais como consequência de contínuos esforços, apesar dos obstáculos.

• Consultante homem - Pode representar a irmã ou outra mulher na vida de um homem. Uma mulher que domina algum aspecto importante de sua vida.

• Consultante mulher - Ela mesma no seu dia-a-dia, a executiva, a líder, a profis-sional liberal, a chefe do lar, a cabeça do casal (intelectual ou financeira). Mulher intui-tiva, de negócios, sensata e prática, pragmática e senhora de si, sutil.

Outras representações Dinamismo, abundância, estabilidade doméstica.

Ativida-des ligadas a este arcano: O ensino e a comunicação. Vencimento sucessivo de etapas, apesar dos obstáculos, satisfação.

PALAVRAS-CHAVE: MULTIPLICIDADE / FECUNDIDADE

SENTIDO POSITIVO - Discernimento, reflexão, estudo, observação. Idéia cuja

realização está por seguir. Instrução, saber, inteligência, compreensão. Abundância, riqueza, elegância, distinção, charme. Ação e dinamismo - fertilidade - realização - con-cretização - progresso feminino - elaboração, êxito nos empreendimentos.

SENTIDO NEGATIVO - Aparato, vaidade, pretensão, pose, ar de desprezo,

des-dém. Inclinação à lisonja, adulação, frivolidade, luxo, sedução, coquetismo. Maneiras de emergente social, novo rico. Ostentação de noções superficiais. Tirania no lar ou no trabalho; falta de êxito nos empreendimentos; insensibilidade; pessoa indecisa, perda de bens materiais, esterilidade, alienação psíquica.

RELAÇÃO COM AS OUTRAS CARTAS - Multiplica o efeito das cartas

vizi-nhas, podendo, entretanto, ser neutra.

INTERPRETAÇÕES UNIVERSAIS DO ARCANO - Inteligência criativa.

Harmonia. Fecundidade. Expansão da natureza. Gestação. Vida eternamente móvel. União entre a morte e o nascimento. Mãe possessiva. Amor humano. Família. Prostituí-da. Bela mulher. Mulher dominadora que utiliza seus atrativos sexuais. Gravidez. Que quer retirar seu filho. Esconde sua masculinidade. Garganta. Matéria que domina o espí-rito. Encarnação. Potência evolutiva da matéria fecundada. Virgem Maria grávida. For-ça livre da natureza. Desejo além do bem e do mal. Ilusão do mundo. Justifica sua vida pela maternidade. Não se deixa crer. Problemas no ventre. Iniciativa. Inação. Sedução. Inveja de poder. Dificuldade de concentração. Esterilidade. Receita. Perdas. Transmis-são. Disseminação. DiviTransmis-são. Loucuras sensuais. Mãe-Natureza. Inteligência luminosa. Glândula pineal. Fecundidade universal do ser Supremo. Espírito reto na atividade pro-dutiva. Sucesso. Afrodisíaco. Princípio inativo que deve se tornar ativo. Felicidade. Pra-zer. Realização. Charme. Elegância. Luxúria. Orgia. Sentimentos. Emoções. Devorada por seus filhos. Malvadeza. Compreensão. Fé. Obediente ao instinto e ao intelecto.

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Uni-ão. Desejo irresistível. Força contra a qual não se pode lutar. Tristeza maternal. SolidUni-ão. Ninfomania. Indulgência voltada para si mesmo. Extravagância. Iluminação. Semente na obscuridade. Pensamento amoroso. Novidades. Agrados, presentes. Cartas. Instru-ções. Matriz das civilizaInstru-ções. Festividades públicas. Violência. Aversão a homem. Fer-mentação, vaidade. Orgulho. Amante. Hipersensitividade. Domínio sexual não importa qual homem. Orgasmo intenso. Porta dos prazeres sexuais. Ação potencial que se atua-liza. Retorno a Deus. Desejar o que é justo. Destruição. Aborto. Esterilidade. Domina o macrocosmo. Atividades produtivas e geradoras do Inconsciente. Multiplica as imagens. Deusa do amor. Riqueza. Casamento. Fertilidade para os labores. Boa colheita. Perda das posses materiais. Fim da guerra e da fome. Instabilidade psicológica. Homossexual. Imaginação criativa. Penetração na matéria para o conhecimento das coisas práticas. Compreensão da alma dos seres. Refúgio. Esperança. Situação melhor. Discussões. Confusões. Sensível à bajulação. Materialização do verbo. Sal da terra. Princípio trans-formador. Vida exterior. Matriz. Molde. Matriarcado. Mar. Ligar os fios carnais e espi-rituais. Digestão. Inspiração superior. Paralisia. Autodestruição. Obscuridade. Noite. Sociedade. Benfeitora. Ladra. Estabilidade doméstica. Retardo no progresso. Apoteose mística realizada no amor, fermentação. Cortesia. Fonte vital. Mão que pega. Circula-ção. Relações ocultas. União do astral e do físico. Determinismo. DevoCircula-ção. Sem alma. Servil. Mulher celebre ou de alta hierarquia. Pensamento evidenciado não ainda expri-mido. Estudo. Saber. Doçura. Coquetismo. Irmã. Mulher de negócios. Infidelidade.

IV - O IMPERADOR:

É a quarta carta na sequência do jogo do Tarô. O Impe-rador governa a estabilização e a consolidação das experiên-cias. Esta carta é influenciada por Júpiter, que acentua a ex-pansão e a prosperidade, alicerçadas numa firme autoridade e segurança, que tendem ao sucesso infalível em seus empreen-dimentos, pois esta carta confere a concretização das ações e dos projetos.

O Imperador significa força, estabilidade, construção. Fundações sólidas de um empreendimento. Maturidade inte-lectual, sucesso, autoridade justa e legal. Um homem de auto-ridade (patrono ou pai autoritário e respeitado).

Estão ligados a esta carta o poder, a organização, a segu-rança, a conquista de realizações materiais pela imposição inteligente e o apoio. É o grande "Homem" material: o impe-rador reina com força e poder. Sua perna está cruzada for-mando um quatro, símbolo da matéria, representada nos mis-térios pelo quadrado. Com o cetro na mão direita fechada, ele olha com firmeza, representando a força por meio do sucesso material. Sua coroa é vermelha e amarela, mostrando força e inteligência, e o domínio das emoções por meio da mesma inteligência que lhes sedia (maturidade intelectual), e que a verdadeira riqueza está no próprio homem, e ele pode lançar mão desse tesouro oculto pelo conhecimento.

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Generalidades - O Imperador leva o número 4. Matematicamente, o quatro é o

primeiro número quadrado perfeito (sua raiz quadrada que é 2 é um número inteiro, o que não é o caso de todas as raízes quadradas). O quadrado é um símbolo de estabilida-de e estabilida-de equilíbrio. Além disso, em certas versões, O Imperador está sentado sobre um quadrado ou um cubo. Aqui, ele está bem cavado numa poltrona pelo menos confortá-vel, seu braço esquerdo bem repousado sobre o descanso de braço da poltrona, as pernas cruzadas de um modo descontraído, o olhar fixo, dirigido sobre A Imperatriz: o menos que se poderia dizer é que este personagem não parece disposto a se mover! Ademais, ele não tem sapatos, somente o que se poderia ser comparado a meias três-quartos, o que estaria tudo bem se ele estivesse se aquentando ao fogo num canto!

Se O Imperador devesse representar alguém seria uma pessoa muito segura de si, bem assentada na vida, dotado desta famosa força tranquila; uma pessoa que chega mui-tas vezes a seus fins. Trata-se de uma mulher, ela terá caráter, e uma personalidade qua-se masculina.

Fisiologicamente, O Imperador, que é de um temperamento sanguíneo, ligar-se-ia ao sistema nervoso e igualmente à nuca.

De um modo geral, O Imperador representa a estabilidade das coisas, de uma situ-ação, de uma relação. Tratar-se-á de um empreendimento que está assentado sobre boas fundações, mas também uma situação em que poderá haver o mal para se mudar, a evo-luir.

Se ele está em mau aspecto, mal cercado, pode francamente indicar um ancora-douro muito forte, uma verdade confusa.

Ele dinamiza e densifica as idéias, os projetos. Quando ele sai numa questão con-cernente à realização de qualquer coisa, sempre é uma boa lâmina pois indica a presen-ça da forpresen-ça necessária para empreender (considerando as cartas vizinhas, bem entendi-do!).

Ele indica: a materialidade, a densidade, a fixação, a solidificação, o realismo, a concentração, a eficácia, a organização, o êxito e a estabilidade material. Ele é a resis-tência, a obstinação, a tenacidade, o julgamento mantido sólido e definitivo. Pode even-tualmente representar alguém que assegura uma proteção ao consultante, mesmo que seja o pai ou o avô.

Se O Imperador está numa posição negativa, indicará alguém egoísta, muito volta-do para si, incapaz de se recolocar na questão. Tirânico e déspota, não terá qualidade alguma de coração!

O casal Imperatriz / Imperador é sempre de bom augúrio. Sua soma faz 7, número sagrado, símbolo de realização e de êxito.

EFEITOS DIVINATÓRIOS - O Imperador simboliza a ação realizadora:

con-cretização, materialização, comando. Representa o pai, marido, chefe, superior, um lí-der; o encontro ou presença de um homem importante. Conquista pelas lutas. Gerência.

• Consultante homem: Pode representar ele mesmo. Promoção, mudança de emprego ou posição para melhor, podendo também assumir um atributo negativo no caráter.

• Consultante mulher: Alguém importante que entra em sua vida, que a-poia, que soma.

Outras representações: Estabilidade; um forte aliado ou um tirano inflexível

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SENTIDO POSITIVO: Ação visando animar, vivificar e concretizar. Energia

perseverante, poder, vontade inquebrantável, execução de que está resolvido. Concen-tração, retidão. Rigor, constância, firmeza. Protetor poderoso, mas controlador. Êxito material - proteção - organização - autoridade - poder - estabilidade.

SENTIDO NEGATIVO: Cabeça-dura, oposição tenaz, preconceito hostil.

Tira-nia, absolutismo. Empreendimento contrariado, adversário genioso, governo contra si, forte risco de fracasso. Machismo, autoritarismo, prepotência, caráter fraco, teimosia, instabilidade em todos os setores da vida.

RELAÇÃO COM AS OUTRAS CARTAS: Carta de efeito material, cujos

efei-tos dependem das cartas que a cercam.

INTERPRETAÇÕES UNIVERSAIS DO ARCANO: Unidade manifestada.

Conservação. Providência. Misericórdia. Reino de Deus. Homem rei do mundo cum-prindo a lei divina. Sociedade constituída. Governo. Tirania. Pai dominador. Castrador. Iniciação. Potência. Adaptação. Pedra cúbica base de toda construção. Impotência. Di-visão. Abuso. Purificação. Realização. Energia material. Razão de estado. Potência está-tica. Ferramenta do destino. Habilidade natural. Dirigente. Ambição. Imaturidade emo-cional. Espírito competitivo. Força de repouso. Obediência à lei. Impulsos sexuais des-trutivos. Vontade. Constância. Rigor. Influência os outros sem se deixar influenciar. Calculador. Resoluto. Inimigo poderoso. Masculinidade brutal. Submissão viril à doçura feminina. Apoio. Proteção. Personagem influente. Dominador. Poder sobre o mundo material. Verdade. Sabedoria. Perfeição. Espírito universal. Esposa. Amante menor. Companheiro. Realização de obra. Homem realizado. Ereção. Potência sexual. Viola-dor. Governo. Administração. Construção. Afirmação. Negação. Discussão. Solução. Transformação do virtual em fatos. Precipitação do astral no material. Chefe de família. Finanças. Circulação de riqueza. Gestão. Saúde. Dignidade. Responsabilidade. Chefe. Patrão. Déspota. Lucros. Situação importante. Grandes cóleras. Sangue fresco. Quer ser imitado. Líder. Obstinação. Bomba. Obediência cega. Força vital. Constituinte imortal de toda manifestação na terceira dimensão. Velho desastrado e caprichoso. Energia per-severante. Presunçoso. Oposição firme. Hostilidade. Partido político contrário. Absolu-tismo. Cérebro. Depressão. Ordem. Paradas militares. Falocrata. Progresso resultante da resistência. Calor e luz e eletricidade e magnetismo. Repouso. Espírito indomável. Do-minação da inteligência e da razão sobre a emoção e a paixão. Realização de objetivos. Grande desejo sexual. Satisfação. Bens passageiros. Queda de um império. Conflito. Poder mundano. Tendências guerreiras. Pressão direta. Patriarcado. Mesquinharia. Po-der da vontade. Controle de si. Ambição. Vigor. Mestre nas artes marciais. Retidão inte-rior. Fecundidade. Vesícula biliar. Ordem. Princípio animador por oposição ao princípio formador. Neutraliza as oposições. Falo. Assinatura de contratos importantes. Saúde deficiente. Fracasso. Meditação. Inteligência equilibrada que não ultrapassa o estado utilitário. Paz. Guerra. Acordo. União sentimental. Segurança. Priapismo. Lesbianismo. Saber sexual. Obsessão sexual. Ver e conceber e agir e realizar. Introspecção. Vitória. Construtor. Fixação sexual no pai.

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V - O PAPA (ou O SUMO SACERDOTE):

Esta carta assinala harmonia e equilíbrio. Esta carta está associada a Vênus e a Saturno, e indica sua necessidade de justiça e de verdade. Caracterizam essa carta comportamentos muito inviáveis como a indul-gência, a sabedoria e a generosidade.

O Sumo Sacerdote simboliza os bons conselhos, a sabedoria, a fé e certa respeitabilidade. Significa sa-bedoria, prosperidade, proteção. Transmissão de um saber espiritual, inspiração, intuição, autoridade bem-vinda. Protetor influente, conselho judicial. Inteligência superior. Abertura de espírito.

Estão ligadas à esta carta a autoridade, o equilí-brio, a inteligência, a justiça, o poder espiritual, o de-ver moral, a Razão. O sumo sacerdote é o grande pai da espiritualidade: o grande Pã que desce à Terra como homem, "o que foi morto e reviveu". Ele aparece orien-tando as duas figuras que estão na parte inferior da car-ta (instintos e emoções). Sua coroa, além do vermelho e do amarelo (maturidade intelectual, uma propriedade exclusiva do homem), também tem o verde, símbolo do renascimento e ainda da podridão espiritual. Ou seja: o consu-lente pode estar sob o domínio de sua loucura espiritual, sendo antes "sinagoga de Sata-nás", desconhecendo que Deus o capacitou com todos meios para superar suas tribula-ções, e que já o fez rico de nascimento (esse é o sentido da parábola do filho pródigo, contada pelo Mestre dos mestres). O Imperador e o Sumo Sacerdote (o Papa ou PAI) trabalham juntos, assim como os canais 4 e 5 estão unidos na frequência VHS da TV aberta, enquanto todos os outros canais se apresentam espaçados ( 2 - 4-5 - 7 - 9 - 11 e 13). Em última análise esta carta incita o consulente à reflexão.

Generalidades - O Sumo Sacerdote leva o número 5 que é tradicionalmente o

número do Homem, representado par uma estrela de cinco pontas voltadas para cima. Veremos que este Sumo Sacerdote está em relação com o Homem na sua globalidade e não com uma religião ou um dogma particular.

Se devemos caracterizar um indivíduo, o Sumo Sacerdote dará a indicação de uma pessoa informada, agradável e calorosa. Tratar-se-ia mesmo de alguém que dá bons conselhos, boas orientações. Uma pessoa atenta, capaz de escutar, de reconfortar e de consolar. Assimila-se tradicionalmente o Sumo Sacerdote ao médico, ao advogado, ao notário, ao que ensina ou ainda ao padre; em suma: a toda pessoa que inspira uma con-fiança, disposta a escutar e com um saber que fornece conselhos. É um personagem do-tado de uma autoridade moral, espiritual ou administrativa. Um personagem competen-te, bem-cuidado e influente. É uma grande força quando se a tem consigo. De um modo geral o Sumo Sacerdote indica a confiança, a serenidade, a conciliação em caso de lití-gio. Pode representar o casamento, sobretudo se estiver associado à Grã-Sacerdotisa!

Mas se o Sumo Sacerdote precisa ter uma conotação mais negativa, poderá repre-sentar a carolice, a hipocrisia, as informações e indicações malvadas, os conselhos su-perficiais e ineficazes… Todavia, deve-se para isso ter uma confirmação bem negativa das cartas que se relacionam com ele. De novo a associação com a Grã-Sacerdotisa é

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muito positiva. Ainda que ela seja menos concreta que a associação Imperatriz / Impe-rador, mais difusa e mais atemporal.

EFEITOS DIVINATÓRIOS: O Sumo Sacerdote simboliza o princípio das leis

divinas: moral, dever, boa ordem, espiritualidade. Carta de poder espiritual sobre o ma-terial, de efeito mais cármico do que por imposição da vontade do próprio consultante no rumo de um projeto ou idéia. Então esse arcano liga o inconsciente ao consciente, e dá vida aos projetos, segundo nossas ações no passado, não só desta vida, como também de todo nosso background espiritual. Governa assuntos materiais a partir do lado espiri-tual. Para o sucesso do que se propõe fazer, esse arcano, convida o consulente ao reco-lhimento e silêncio das paixões, para se ouvir a voz do céu, e mostra que todo o homem cria sua vida pelas suas obras. É o executor do arcano A Justiça.

• Consultante homem: Pode ser indicação de sacerdócio ou vocação religi-osa. Também juiz ou profissões ligadas à Lei, aos arquivos e pesquisas an-tigas.

• Consultante mulher: Pode ser indicação de rotina, reclusão doméstica.

Outras representações: Pode ser uma carta ligada às Leis, assuntos de

legalida-de, com o triunfo ou vitória em favor do consulente. Polegalida-de, entretanto, tomar o efeito reverso, conforme o andamento do jogo.

PALAVRAS-CHAVE: SERENIDADE / DOMINAÇÃO

Cerimonial - clemência - condescendência - benevolência - perdão - justiça - ali-ança - proteção divina para o consulente.

SENTIDO POSITIVO: Meditar para compreender. Autoridade moral, guia,

en-sinamento, conselhos, benevolência, esoterismo. Silêncio, discrição, modéstia, paciên-cia, reserva, meditação, piedade, respeito. Conveniências, respeitabilidade, generosida-de. Poder moral. : inspiração, aviso, bons conselhos, ensino, consciência, sacerdócio, boa saúde ou saúde em recuperação; soluções lógicas.

SENTIDO NEGATIVO: Intenções escondidas, dissimulação, intolerância,

res-sentimento. Inércia, preguiça, beatice, carolice, fanatismo. Conselheiro sem qualquer senso prático, moralista estreito, ensinamento dogmático, professor que regente sua classe. Intrigas, distorção da verdade, intelectualismo exagerado.

RELAÇÃO COM AS OUTRAS CARTAS: Como é uma carta relativa à Lei

(qualquer sentido que essa palavra toma), esse arcano é de supremacia sobre todo o jo-go, podendo apontar o rumo positivo ou negativo na vida do consulente.

INTERPRETAÇÕES UNIVERSAIS DO ARCANO - Homem mediador entre

Deus e o Universo. Mestre do fogo celeste. Deus vivo. Rio sagrado. Luz criativa. Men-sageiro da divindade. Microcosmo. Espírito e matéria reunidos. Eu. Sacerdócio. Autori-dade inspirada. Cabeça de homem. Existência evidente. Fôlego. Poder espiritual. Falso guia. Fanatismo. Vida. Dissolução. Diferenciação que permite distinguir e perceber para conhecer e saber. A ciência sagrada. Adivinhação. Filosofia intuitiva. Magia. Gnose. Devorador de almas. Vampiro emocional. Fé. Intolerância religiosa. Inquisição. Discri-ção. Reserva. Modéstia. Paciência. DissimulaDiscri-ção. Intenções ocultas. Missa negra. Ran-cor. Tartufo. Bondade. Desperdício. Hipocrisia. Humildade. Santidade. Perdão.

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Com-paixão. Aliança. Ritual. Impotência. Prejulgamentos religiosos de encontro às coisas do sexo. Renúncia. Falso Deus. Bom conselho. Ensinamento. Dá iluminação. Mercado do templo. Revela o que estava escondido. Liberdade para o desvio do conhecimento. Aju-da à humaniAju-dade. Conforto Aju-da religião. Deformação Aju-da verAju-dade. PropaganAju-da tendencio-sa. Meio do verbo divino. Arte Mágica. Conselho espiritual. Indulgência excessiva. Cas-trador mental. Religião oposta à Iniciação. Sacrifício. Dominação do intelecto, da emo-ção e do sexo. Magnetismo universal. Profecia. Criaemo-ção e animaemo-ção de formas. Inspira-ção. Letra morta. Lucidez. Vidência. Conhecimento dos dogmas. Consciência cósmica. Segredo. Ateísmo. Médicos. Quintessência. Grande Iniciado. Iniciador. Casamento. Penetração do gênio criador através de três mundos: divino, físico, intelectual. Liberda-de para obeLiberda-decer e Liberda-desobeLiberda-decer. Submissão ao bem e ao mal. Não-dualidaLiberda-de. Reunir. Tradição. Escravo de suas próprias idéias. Vocação tardia. Dá as soluções lógicas. Equi-líbrio. Segredo revelado. Projeto retardado. Subordinação. Agradecimento pelo que re-cebeu. União dos contrários. Receber para repartir. Consciência coletiva do homem. Inteligência eterna e triunfante. Deus fálico. Poder do Inconsciente. Memória. Une os mundos terrestres aos mundos universais. Unido no coração o intelecto e o sexo. A voz interior. Confessor. Pai idealizado. Supersticioso. Dúvidas ocultas. Masturbação com o sentimento da falta. Instintos sexuais sublimes. Homem passivo. Cunilingus. Pervertido. Velho tarado. Homossexualidade latente assumida. Aberto a idéias novas. Senso do dever. Moralista. Perda de bens materiais. Reino de Satã. Transmissão da Verdade.

VI - O ENAMORADO:

O sexto lugar, ocupado pelo Enamorado no jogo do Tarô indica um reino de posição entre o bem e o mal. Esta lâmina, influenciada por Vênus, é sinônimo de cari-nho, mas também de uma certa dificuldade em assumir responsabilidade. Uma vez tomada sua decisão, muitas vezes não lhe será difícil voltar atrás

O Enamorado é a representação da dúvida, da in-certeza, da prova, mas também do ímpeto amoroso. Há nela uma falta de confiança em si e de inconstância. Essa carta indica a necessidade de escolha, quase sempre no plano amoroso.

Significa hesitação entre duas vias a seguir. Dois caminhos se oferecem ao consulente: facilidade e difi-culdade. Indica escolha a ser feita com prudência. Novo reencontro.

Esta carta está ligada a um momento de escolha, de

liberdade, de amor, união, beleza e perfeição, de confi-ança, de cautela e otimismo. Um momento de escolha

entre o sol amoroso do Cristo e seu anjo cuja seta toca os corações e harmoniza a vida, ou a seta da vida, que fere e desgosta. O namorado aparece dividido entre duas mulheres (a escolha entre o espiritual [frein] e o divino [o amor], a personalidade ou a deidade - a Imperatriz ou a Grã-sacerdotisa). O seu corpo está voltado para a esquerda, mas sua cabeça para a direita

Referências

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