Moacyr Bernardino Dias-Filho
Embrapa Amazônia Oriental www.diasfilho.com.br
Moacyr Bernardino Dias-Filho
Embrapa Amazônia Oriental www.diasfilho.com.br
Apresentação disponível na Internet (pdf) em:
Apresentação disponível na Internet (pdf) em:
Breve histórico da pecuária na Amazônia
Até meados de 1960, abastecimento de carne dependente de pastagens naturais
A partir de meados de 1960, rápida expansão da criação de bovinos em pastagens plantadas, superando o deficit no abastecimento Baixa produtividade das pastagens naturais e problemas de
infraestrutura responsável pelo deficit histórico no abastecimento de carne bovina in natura para a população
Primeiros bovinos importados para Belém do arquipélago de Cabo Verde (África), em 1644
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho
Em decorrência da
escassez, a partir do final
de 1947, foi iniciado o
transporte aéreo de carne
do norte de Goiás (hoje
Tocantins) para Belém
(Oscar Steiner e Cia.)
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Até meados dos anos
1960, cerca de 40% da
carne bovina consumida
em Belém (e outras
cidades da Amazônia)
chegava por via aérea a
preços proibitivos para a
maioria da população
Breve histórico da pecuária na Amazônia
Metas de produção mantidas por meio da expansão das áreas de pastagem nas áreas de floresta
1976 – Propasto Amazônia Legal (Embrapa), objetivando “desenvolver alternativas para aumentar a longevidade de pastagens ainda
produtivas e recuperar as já degradadas ou em degradação”
Início dos anos 1970 - problemas de degradação (baixa longevidade produtiva) das pastagens plantadas
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho 15,2 13,0 ‐2,2 ‐2,8 0,1
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro‐Oeste
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Principais problemas da pecuária na
Amazônia
Principais problemas da pecuária na
Amazônia
Baixo nível de intensificação e padrão tecnológico – regime
extensivo
Baixo nível de intensificação e padrão tecnológico – regime
extensivo
Degradação das pastagens
Degradação das pastagens
Baixa produtividade e rentabilidade
Baixa produtividade e rentabilidade
Infraestrutura deficiente (estradas, mão de obra etc.)
Infraestrutura deficiente (estradas, mão de obra etc.)
Insegurança na posse da terra
Insegurança na posse da terra
Degradação de pastagens
Degradação de pastagens
O problema tende a ser maior nos locais aonde a
pecuária vem apresentado as maiores taxas de
expansão – nas áreas de fronteira agrícola
Um dos principais problemas para a
sustentabilidade da atividade pecuária
na Amazônia
Um dos principais problemas para a
sustentabilidade da atividade pecuária
na Amazônia
Degradação de pastagens
Degradação de pastagens
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho
Na Amazônia, cerca de 30 milhões de ha de
pastagens estariam degradadas ou em degradação
A recuperação dessas áreas poderia, no mínimo,
dobrar a produção atual de carne e leite da região,
sem a necessidade de derrubar uma só árvore
Montante das áreas de pastagem
degradada na Amazônia
Nessas pastagens reside um enorme potencial para o
aumento da produtividade da pecuária
Dado preocupante, mas também animador
Preocupante
Indica baixa eficiência no uso das pastagens
Evolução da pecuária de corte brasileira
Sob o aspecto de como ainda se maneja grande parte das
pastagens no país: “quase parou no tempo”
Sob o enfoque do melhoramento genético do rebanho:
“andou mais depressa que o tempo”
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No Brasil, ainda é comum encontrar vícios de
manejo de pastagem semelhantes aos praticados
na era colonial
Uso de sementes de baixa qualidade para a formação de pastagens
Descuido no controle da pressão de pastejo
Ausência de adubação de formação e manutenção de pastagens
Práticas inadequadas de pastejo
Práticas inadequadas de pastejo
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho
•
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho
•
•
O aumento na frequência e
intensidade da desfolha
diminui a produção de
raízes
O aumento na frequência e
intensidade da desfolha
diminui a produção de
raízes
Alturas ideais de entrada e saída
(pastejo sob lotação rotativa)
Tanzânia
70cm
(entrada)30 a 50cm
(resíduo)Mombaça
90cm
(entrada)30 a 50cm
(resíduo)Marandu
30cm
(entrada)15 a 20cm
(resíduo)Xaraés
30cm
(entrada)15 a 20cm
(resíduo)Humidicola
20cm
(entrada)5 a 10cm
(resíduo)Piatã
35cm
(entrada)15 a 20cm
(resíduo)Massai
45cm
(entrada)20 a 30cm
(resíduo)© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho
Zuri
75cm
(entrada)30 a 40cm
(resíduo)SÍNDROME DA MORTE DO BRAQUIARÃO
SÍNDROME DA MORTE DO BRAQUIARÃO
Causa importante de degradação de pastagens
em diversos locais das regiões Norte e
Centro-Oeste
Causa importante de degradação de pastagens
em diversos locais das regiões Norte e
Centro-Oeste
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Camada de cascalho dificultando a drenagem
Fungicidas
Funcionam?
Não é a solução!
1. Fungos de solo
2. Ampla ocorrência
3. Custo proibitivo
Existe solução?
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-FilhoO que fazer para solucionar
o problema?
O que fazer para solucionar
o problema?
Substituir o capim é a única
alternativa viável
Excelente Brachiaria humidicola Podem ser plantadas sem restrições, mesmo em solos com alto risco de morte
Estrela‐roxa (C. nlemfuensis) Tangola (B. arrecta x mutica) Tanner‐grass (B. arrecta) Pojuca (Paspalum atratum)
Bom Tanzânia (P. maximum) Deve ser evitado o plantio em áreas sujeitas ao alagamento temporário do solo
Mombaça (P. maximum) Massai (P. maximum x infestum)
B. decumbens
Regular Piatã (B. brizantha) Somente devem ser plantadas em solos arenosos e bem drenados Xaraés ou MG‐5 (B. brizantha)
Ruim MG‐4 (B. brizantha) Pode apresentar mortalidade, mesmo em solos arenosos durante períodos de chuvas intensas
Péssimo Marandu (B. brizantha) Não recomenda‐se, mesmo em solos arenosos
Mulato/Convert (Híbrido de B. brizantha)
Adaptado de Andrade & Assis, 2010 Fonte: Bruno Carneiro e Pedreira – Embrapa Agrossilvipastoril
Mudança no paradigma de produção animal a pasto
na Amazônia
O grande desafio para a produção de bovinos a pasto na
Amazônia é aumentar a eficiência = usar tecnologias de
manejo mais intensivo da pastagem
Produzir mais dependerá, basicamente, do aumento da
produtividade (via adoção de tecnologia) e NÃO da abertura
de novas áreas
Necessidade da intensificação racional da
produção de bovinos em pastagens
O boi cria a fazenda e esta, o fazendeiro
Quebrar paradigmas herdados dos primórdios da
pecuária brasileira:
Pasto não é cultura agrícola, com carências particulares
de manejo e que pode ser mantido produtivo apenas
regido pelas leis da natureza
© Moacyr B. Dias-Filho © Moacyr B. Dias-Filho
Produzir mais em menor área de
pastagem tornou-se uma necessidade
de sobrevivência para a pecuária
Produzir mais em menor área de
pastagem tornou-se uma necessidade
Estratégias para a recuperação de pastagens degradadas
© Moacyr B. Dias-Filho
Fonte: Dias-Filho (2011)
A “luz no fim do túnel” para a produção animal em
pastagens no Brasil
A recuperação de pastagens degradadas é a “luz no fim do túnel” para aumentar a produtividade e sustentabilidade da pecuária brasileira
Principal alternativa para conciliar o crescimento da pecuária nacional (preservando a segurança alimentar da população) com a preservação ambiental
O pasto é uma lavoura de produção de
forragem (para produzir carne e leite) e
como tal tem que ser tratado
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