,. '
'
1 .• . , .. • I ~ . E V I S T A. .1\IIEN A.I~Sob a
direcção dei11spectores
escolares
do Districto
federal•
Director•Prcsidente
ALFREDO C. l)E F. AL \!fM Gerente :
YE/..,VA P. DESA FREIRE
Redacção : RUA 7 DE SETEMBRO, 174
Offícinas : RUA DO CARMO, 55-A
! ASSIGNA TURAS : t
Para os Estados ) um an no· · · • · ·
l 6 n1czes ••..•••.• .
p
o·
t . t F d 1) U111 anno ....ara o 1s r1c o e era } 6 mezes ..•.. União Postal ..•... . ... 10$000 6$000 9$000 5$000 12$000 su~~lvrARIO • Progra111111as novos
Monsenhor João Pio. . O Ensino Lejgo
1. C. Costa Sena... . O ensino da g;eographia 1onathas Serrano. . . . Saber ler e escrever
Abtlio B. Alencar... Grandezas proporcionaes
•
•
!ttestre Escola.. . . . Tres palavrinhas
Othello Reis . . . . . Educaçllo do hon1cn1 e do cidadão
Othello Reis.. ... Geographia
Virgínia!. Paula Rosa Lingua rnaterna
Olympia· do Coutto. .. . Arithn1ctica
--·====::::=================-..:=:=-__;===:.:::;:=-.:::======--===:.::::: ==-=======-=-====-=--========:::::::
Programmas novos
•
•
•
A disposição da lei que i11stitue a revisão
ibiennal dos program,nas das escolas prinzarias é
'frequentemente visada pelas censuras e
reclama-ções do corpo doce,zte, qL1e ;ama{s pode exe-cutar da primeira á ulti,na classe rzm plano de
~nsino. Queixam-se os professores de que n1al
se viJo adextrando ern um progranzma, quando
poderian1 começar a collzer f ructos do esforço despendido para orgarzizar seg11ndo a norma
es-tabelecida ser1s conhecimentos e seus planos indi- , viduaes, desaba nova distribttição das disciplinas
por po,ztos, intlo para o terceiro anno o que
es-tava no quarto, para o quarto o qt1e pertencia
ao segl111do, e assim por deantc.
Realmente, são patentes por toda parte os
male's das re111odelaçiJes, da base á cumieira, dos
progran11nas. Concebe-se a revisão, sim, nzas para se .fazerem aq11l ou ali as alteraç6es que a
pratica fàr ensinando, pois nenhunz programma pode ser a priori born ou mau : é preciso
experi-mental-o, ver,Jicar-lhe as jalhas, as de/iciencêas, os erros. Debalde comnzetteremos aos mais emi-nentes sabias, aos mais perspicazes pedagogos a jeitura de u,n plano de ensino inteiramente
novo : sa!zirá obra em que o coejficiente do
arbi-I
trario, da paixilo, da fantasia exceder,á
Jorçosa-mente o linzite tolera11el.
'
Não sa pode co111prelzender mes,no que com
tanta facilidade estejamvs a inzprovlsar pro-gra,nmas sempre novos e diversos uns dos ot1tros
quando etn todos os paizes é e .. çsa uma e1nprez;
que só se .leva a cabo depois de maduranzcnle
meditada e disc11tida.
Aos administradores superiores riem
senz-pre é facil perceber com justeza as queixas dos
subordinados. Por isso é que destas coltimnas
qL1eremos apresentar ao sr. dr. C:arr1eiro Leão os votos da qaasi unanzmidade do maaisterio que deseja. sejam nze/horados os prog°ramma;
por aperjezçoan1entos lentos e continizos e não
pel~ proce§so. das nzctanzorplzoscs, frequenten1ente
perigoso. 01ç·a s. ex. coni in(eresse a opinião
de alguns professores e perceberá o 111al q11e
tra-zem
.ªº
ensino ta~s_ nzetamorplzoses. Busq11e no archzvo da repart,çao a que preside osprogram-mas qt1e se têm succedido sem que haja tempo
nem mesmo de se dizer se são bons ou ,naus, e
ha de convencer-se do que ll'f.e vimos hoje e .. r.pôr
em nonze dos professores.
' Toda a correspondencia deve ser dirigida á Redacção, rua 7 de Setembr.o, 174
r •
308
A ES
.
C
.
OCA:
PRIMARIA
•1-IDÉAS E FACTOS
.. --- -·-
-
-Senado o approvaria com essa
!'-ignifica-O Ensino Leigo
ção (Apoiados gerae!-). _ .o
SR. JoÃo P10: - Nao_ o votar1~,Em uma das ultimas sessõe_s d~ ainda qt1e n1e fosse necessar10 assumir
Cono-resso Mii1eiro, ao ser submett1do a attitude de opposição a todos os meus
disc~ssão, 0 novo regulan1ento _do e~- an1igos politicos, ro1np:r ~om a corr:nte
• 0 0 illuctre senador padre Joao Pio política a que me acho 111t1ma~ente
l1&'a-sin ' . "' segui11te discurso: do porque acin1a de tt1do estao os
pr1n-pronunc1ou o cipios, as minhas convicções, o i:neu
ca-«0
SR. JOÃO P10:-S, P ·, surp~e- , racter de sacerdote e a crenç_a firme nahendido hontem com a entrada ei:n dts- existencia de Deus e na vida futura.
cussão do regulan1ento _do etlSino, e (Apoiados! Muito bem). ·
sendo de tamanha releva11c1a o assumpt?, A esse regulamento com a ~alavra
sinto t1ão esta,r JJ:epa~ado, qua1:to era leigo, synonymo de atl1et1, não ~ar1a st1a
necessario, para d1scut1r a mater1a com assignatura o Snr. Dr. Mello \:'tanna,
c:1-a elevc:1-ação dig11c:1-a do Senado, e como jas crenças christãs, J)Osso affi_rmar, _sao
sac.erdote, caracter de qt1e sobre1nodo sinceras (Muito be~). _Não seria
publ1c~-me prézo. . do pelo illustre m1ne1ro, . Dr. Olegario
O reo-11lamento do ensino, em _de- Maciel um codigo de ensino que
(Jros-ba(e, é t1;balho digno de :ncomios: creves~e a ide a de Deus (Apoiado~) . . .
, attendeu á palpitante necess1d~de da A palavra LEIGO nã_o tem . a
s1gn1f1-instrucção do povo; nas st1as m1nude~- cação iiranceza, porém s11n a
111terpreta-c:as traça narinas para regularizar
ª
dtf- ção que lhe dá Barbalho nos seus Co11;-f~sã'o do ensino. E' traball10 acabado, 1 mentarios á Constituição, dizendo, asao qual nada se pode accresce11tar e que, pags. 313 e 314: «Esse senti~~nto, em
por si honra os seus autores. arau razoavel e sem exclus1v1smo de
Entretanto, h~ nelle. uma palavra ~eita, se pode e deve cultivar mesn10
!1ª
que me traz á tribu~a, _Diz
?
reg~la- escola leiga. Esta não professa o~tl1e1s-mei,to: 0 ensino sera obr1gator10 e leigo. mo nem faz propaganda em prol ~e
A palavra leigo significa em verna- umas contra outras religiões; ella nao
etilo: prin1eiro, o qtte não, tem _ordem sa- repelle as idéas religiosas e moraes 9ue
era; segt1ndo, o qt1e. n_ão e _clerical, e, em são o patrimonio commum ?ªs set!as.
terceiro Jogar, ind1v1duo ignorante em mais conscienciosas e esclarecidas,
pr1n-determinada ma teria, . . cipios universaes, abraçados po~ _todas
Carlos Maxim1l~an.o,_ no~ seuas as convicções e que estão no esp1r1to do
Commentarios á Constituiç~o, _da á P · seculo.
lavra leigo a significa_çã?
~e
t~dtff~::11~~~ Si O ~estre não tem que catechisar~religião, que a Const1tu~çao ig~o
T
t 1 -e isto a ot1trem caberá que não a um··reconhece Oeu_s, nem_ vida futu1 a. an
~
funccio11ario do Estado,-não se ~egueé assim que aff1rma t1ao poder o ~overn d hi tte dever1do formar o coraçao do
'equiparar collegios, onde se ensin_a ª re- d~sci ilio' se absten.ha elle de
inculcar-ligião, aos instituto_s
o!ff
cia:s · Da, thor- l~e apidé~ do dever, os sentiment?smo-tantoJ a leigo a s1gn1f1caçao de a eu, raes, que são o ·apanagio das soc1e?ade.s '
fál-a synonymo de atheu · .
ºf'
bem ordenadas e que recebem a 1nflu1-.Si
é
esta, Sr· fresidentedª ~
1~;1~~
· ção do espírito ~eligioso,cação da palavr_a le1g~o,exoasrsao a c~mo ~e- Assin1 a escola não ensinará maxi-.
lamento do e11s1no, na P , · · · , aos
alu-presenta11te de Minas catholica, como mas intoler~ntes,não 1ns~1rara religião.
d
t
como um estudioso dos pro- ,n11os o od10 aos que pro essamt~~:ai ephilosophicos e ~ociologicos, diversa, não entrará no áhie;~gl~~t~a dâ!
votar esse regulame11to (Mtttto bem)' dogtm~~~ d~sq~~o~~r!ªJe~: guaidar entre
o
SR. ÜLYMPIO MOURÃO.-Nem o neura 1 a .• •
'
A
ESCOLA
PRIMARIAi
309
•
todas as confissões, o respeito por todos laicidade, que para elles é a indifferença
os direitos e liberdades legitimas, o amor completa, o esquecimento absoluto de
do proximo sem distincção de crenç~s, a tudo que
é
.Deus, alma, vida futura.fraternidade dos povos e raças, a car1da- Ha quem diga que a
expressão-de para com todos, a responsabilidade ensino leigo, -significa não poder o
pro-. pessoal, o ~mor á orde,:n, ~ respeito á _lei fessor ensinar uma determinada religião.
e aos superiores, o patr1ot1smo, a pratica Não é tal o sentido acceito pelo codigo
do bem e da virtude, emfim. Um ensino de e·nsino, como se deprehende
clara-assim nada tem de ante-religioso e está mente do art. 489:- No edifício das
es-mui longe de comprometter a segurança colas publicas, ou particulares
subven-e o futuro do Estado; ao contrario, o am- cionadas, PODERÁ SER MINISTRADO PELO
para e o escuda». PROFESSOR, ou por outrem, o ENSINO DA
· Ao envez, pois, de Carlos Maximi- RELIGIÃO da maioria da localidade.
liano, Barbalho, autorizado constitucio- Este dispositivo dirime a questão e
nalista, não dá á palavra leigo a accepção torna claro o sentido da palavra leigo,
de atheu. (Apoiados! Muito bem).
o
Sn. ÜETULIO CA,RVALHO:-Leigoo
Sn. ALFREDO CATÃO--A palavraestá empregado no sentido constitucio- leigo tem accepção amplissima em
por-nal, isto é, no que lhe dá a constituição· tuguez, applicando-se até para distinguir
O SR. JOÃO P10:-Perdão, estou O juiz togado do não formado.
citando duas interpretações differentes, O SR. JoÃo Pio. -Não é tanto
contrarias, feitas por dous constituciona- assim. O estudo de direito se fazia, em
listas; portanto,ha divergencia na exegese Portugal, na Academia de Coimbra, e
da palavra leigo. . os estudantes de direito tinham habito
Aliás, Snr. Presidente, Leroy Beau- talar, vestiam batina, eram clerigos, não
lieu, no seu livro L'ETAT MODERNE ET eram lei os. Leigos eram aquelles que
ses FONCTIONS, estabelece clara e positi- cursavam aulas e se formavam sem as
vatnente o meu pensamento, qt1ando diz honras de clerigos, alguma cousa como
á pags. 295: o bacharel e o doutor de borla e capei lo.
''A laicidade do Estado não implica Dahi veio o chamar-se leigo ao juiz não
a hostilidade contra a religião, nem a formado ou illetrado. Entretanto, não é
mal querença,nem mesm~ a indifferen~a; propria a occasião para discutirmos
phi-ella assignala some11te a 1ndependenc1a · lologia e grammatica historica.
Mas, ·do facto de serem dttas pessoas in- Voltando ao assumpto, Sr.
Presi-dependentes uma da outra não se con- dente, fique bem esclarecido, como
ele-clue que devam ser inimigas, nem tam- mento historico, que nem o Dr. O lega.
pouco que devam deixar de ter entre si rio Maciel, nem o Dr. Mello Vianna,
quaesquer relações. nem o Congresso Mineiro, jamais
appro-Uma sociedade em que o ~stado e variam e assignariam um regulamento ·
a religião se acham em_ lucta nao póde 'atheu, para ser applicado ao ensino do
deixar de ser uma sociedade profunda- povo mineiro. (Muito bem).
~ente abalada; de .0 ~tro lado, uma so. DIVERSOS SENADORES- E' este o
ciedade onde a rel1g1ão e o Estado pre- t d S d
tendem ignorar .. s~ mutuamente é quasi pensa
0
me5
n°
Mo enalo ·. d d . .
!''
R. IGUEL ANA.-V. Excia.uma socte a e 1mposs1ve , t, d' · d b 'Jh t t
''O Estado atheu é cousa muito di- es
ª
iscut,n°
ri an emen e·.versa do Estado leigo Póde-se discutirá
O
SR. JoÃo Pio-Muito obrigado.vontade sobre a significação desta for- A opinião de V. Ex. sobremodo me
pe-mula: tanto pela etymologia como pela nhora ,.
concepção popular, só tem ella um sen- Já que o Se_nado m~ ~onra ~om
be-tido, o da negação da divindade e quan- n~volente attençao, ped1r1a venta p~ra
to com esta se relaciona· não in11Jiica a dizer com t<>da franqueza, que o ensino
indifferença, implica a h~stilidade''. religioso ~~via de ficar, ~~_escola, a car~
E' evidente, pois, que Leroy ' Beau- go dos m1n1stros da rel1g1ao, uma vez
lieu não communga as ideas de Combes, que, como quer o r~gu_lamento, se atten-Waldeck Rousseau, Briand, Clemenceau, da á crenç~ da ma1or1a d~s alu~nos,
e
outros, que envolveram o atheismo na não se obrigando um cathol1co a lições•
'
• ' • • . • 310 •A E
:
SCOLA
PRIM.i\.RIA
• 1protestantes,
nem
u1n protestante e apren- intellectual,
nem o
amadorisn10 ]iteraria,
der
Ocathecismo.
(Muito bem).
neJT1
o
scept
icismo
sentimental podem
.
Mas o professor
pu
blico
primaria consolar o
hon1em,
fortifical-o e
preser-dev1a ser obrigado o instillar no espirita vai-o do crime e do
su
icidio. A
n1orali-da
s
crean~as a cre~ça na
existencia
de dad~
tem
necessidade de
um
ponto de
Deu~ e
na !1nm
ortal1dade
da
alma.
(Muito
,
apoio,
que
e
lia
só encontra
e
m
Det1s, na
·
bem.
Apoiados).
·
'c:en.ça, no dever, na
liberd
ade
e 11uma
.
Deus e a vida
futura
são noções ba-
j
vida futura. Todas
as
dot1tr!nas
qu
~
~e-s1cas na educação
:
não ha systema phi-
1gan, a Deus,
a
alma e o
livr
e
arb1tr10,
!osophfco algum que possa
st
ibstittiir
a
abal~m a mora.!,
.
ar
ref
ecem
os nobres
1dea
de
Det1s
e
da immortalidade da se11t1mentos, d1m1nuem a rept1g11ancia
a_lma, disse um
escriptor
de11ota. (Muito para
o
mal
»
.
oem),
Poderia
ainda
trazer
ábaila varios
U~
indivi~uo
cu
lto,
com
tim
sys- outrós autores
insuspeito
s,
corno o
JJosi-tem_a pl11losoph1co
em
que não cogite
tivi
s
ta Ma
eds
la
y,
que,
e
n1
a
rtigo
estam-da 1dea
de
Deus, pode
ser
um homem pado na Revista fJhilosophica
qe A
bril,
de bem,
um
homem honrado um bom
1884,assevera que o
SENTIMENTO RELI·
cidadão;
mas, para educar e'
in
stru
ir
a GIOSO
ÉUMA Gl~ANDE
FOl'{ÇA MORAL,
creança
éforçoso gravar-lhe
n'alma
a OPPos,·A
AO
EGOISMO. Renan
·
no
seu
li-crença, em Deu
s
:
educar a creança sem vro Os APOSTOLOS, affirma:
ACAUTELE-Deus
e formar monstros
·
,
éla11çar
as
MO-NOS Df CUMPLICIDADE NA DIMINUIÇÃO
bases
para essas doutrinas subversivas
DA
VIRTUDE,
que am
eaça
a sociedade. Si
q~e ~e
resumem
no
sovietismo, é formar
o
christia11ismo se er1fraq11ece, qt1e
seria~
cr11n111osos.
(Apoiados).
1nos
nós
sem elle?
Oliv
eira
Martins, Sr.
fale
por mini
uma
attctoridadc
de
Presidente, no SvsTEMA
DOS
MYTHOS,
a)to
valor, um mestre de direito
criminal tem uma
pagina admiravel
que
deixo
o
celebr
e
Proa!,
em
cujo livro LE
CRIM~ de
citar
na
i11te
g
ra ao Senado,
n1as
ET
LA
p1 ·
que
r
esu
mo
,
dizendo que
s
upprimir
aEINE eio
ª
seguinte
pagina:
idea de
Deus é
substituir pelo
punl1al,
«_Assim,
longe de pensar que a in-
pela
,
d)
'n
amite
e
pelo revolver a
educa-s_trucçao, separada
das
crenças
espiritua-
çãodo
povo. Supprimir a immor~alidad
e
lista~, possa
supprimir
a criminalidade, da aln1
a
do espírito do
povo
é indicar-lhe
receto q11e a augmente.
o caminl10 para o
suicídio
ou
para as
Creio, com Julio
Simon, que
não doutrinas
subversivas da
orden1
e da
ha como
as
fortes crenças
para
tornar
Olei. (Apoiados, muito bem!)
'
homem '?1eih?r,
e
q11e nem
a
physiologia
Seja
-me
per
-
mittido
citar um 11ome
.
nem a h1stor1a natural,
nem
o culto do
respeitado e
insu
s1Je
,
ito
,
qual
o
'
do
pro-bello, poderão dar a força moral
que o
testante
Guizot
para
que a
ir1strucção
hometn encontra na fé
ao
dever a Deus
seja
verdadeirament
e
boa e
socialmente
e ao
!ivre
arbitrio, e na espe;ança d~ util, cumpre
que
seja
profundamente
re
-uma vida fl'!e~hor, Nem o posi
t
ivisn10
,
li
g
iosa, que
a educação popular seja re
,
-nem o darw1n1~"'!º•
nem
o ag11osticismo, cebida
e
dada
no seio
de uma
atmos-nem O phenomin1smo,
nem
o epicurismo phera religiosa,
1
e q11e os
sentimentos e
•
' .... r,~· ,,,, .• • ·., ... , ' • . . , • •'""· ... ~
-CASA
CIRlO
.
-
F•eL'f't1ma1·ia e finas cl.1.1 ti la1.·ia ·. '
orande sortimento de artigos dentarios Importação dirccta dos Estados Unidos e Europa •
RUA
·
DO
Julio
Berto
OUVIDOR, 183
Telephone,N. 1317 Norte- Caixa Postaln.15
' ' ' ' 1 '
Círio
IEND. TELE O. CIRIO RI O DE
f
A N E 1R O
• • 1 •A
ESCOL
'
A P.RlMARIA
311costt1mes
religiosos nella
penetren1
por davam nesse temor, bem como as provas
todos
os
lados. Nas
escolas primarias de fogo e
o
proprio duello.
deve a influencia religiosa estar toda hora
Infeliz da sociedade, descrénte
da
presente, sem o q11e desapparece
Ovalor vida futura : descambará para o mais
moral
da escola, e esta se acha
ª
pique
g.rosseiro
rr1aterialisn10, e applicanclo a
de
se
tornar um peri!lo
~.
SI
n1esma O
EDAMUS ET
BIBAMUS,
Cl{ASQuizera pois q11e,
em
logar
de
en
-
ENIM MORIEi\1UR se e11tregará a todos
os
s
i
nar
o professor a religião da maioria prazeres, a toclos os
vicios
,
a todos os
dos alumnos,
fosse
obrigado a
derram
ar
crimes.
n
o
espirito das crea11ças a idea de Deus
Afastemos do
esJJirito
das creanças,
e
da vida
futura
·
(Muito bein)
·
desde o berço
e
11a escola, a crença na
E' a idea basica de todas as reli- existe11cia de Det1s
e
na vida
futura,
e
giões e seitas e de todo o systema J)bilo-
amanhã
Minas deixará de ser a
terra
bem-sopl1ico qLte pretendan1 gt1iar
as
co11sci-
l
dict
1a; amollecido o caracter dos
seu
s
fi-e11c
i
as.
(Apoiados!
Muito bem)
.
!
lhos, perdido o culto da ordem e do
de-A crença na divindade, as respon- ver, obliteradas as noções de honra,
Mi-sabilidades de u111a vida futura, na qual nas não será a terra de que rios
ufana-se
pr
estarão
contas dos actos
111át1s
,
éa
mos; l)erderá
esse
nome tão zela~o pelos
melhor
sancção para os actos ht11nanos
.
nossos antepassados
e
com que nos
au-0
terror
de uma divindade JJttnindo os reolamos, cl1eios de sa11ta
uf
ania
.
(Muito
tnáttS foi, em todos os povos. através de bem!
o
ORADOR
ÉVIVAMENTE CUMPRI··
todas
as Ci\rilizações, a
origen
1
da pena MENTADO E ABRAÇADO
PELOS
SI{S.
SE-no
dire
i
to crí'mina
l :
as Ordalias se fun- NADORES)
.
•
•
Façam uma
visita
as
nossas
casas
Pyjan,as f
i
nos dtsde
.
.
. . .
.
. .
.
.
. .
. .
. . .
.
Roupão
para
banho, de
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. . . .
.
. .
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de bant10
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desde
. . .
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Toalhas de rosto
fe
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das, desde
.
.
. . . .
.
.
.
Colchas de côres
para pensões a
. . .
. . . . .
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apetes
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os
a
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.
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. . . . .
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CAMISAS PARA HOMENS
-
~ e
~
an1isa de percal
a
. . . .
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~
Can1isa zephir
crépe .
.
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. . . .
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. . . .
•
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~
Ca1nisas
linho e
seda
.
.
. .
. . . . .
• .
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Meias de
seda
para senhora
(par)
. . .
.
. . . .
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. . .
M
Can1isas para meninos, desde
. . . .
.
. . .
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~ .
l ~
Meias
de seda
c/ costura
. .
.
.
.
. . . , . . .
. .
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@
Meias toda
cie seda
com baguet
. . . .
.
~~
ME
IAS
PARA
CRIANÇAS
•
18$500~
2B$QOO~
9$500~
2$500 ~ 10$500@
18$SOO ~ ~ 10$500 ~ 13$800 ~ 26$500 ~ 4$500 ~ 9$500 5$500 ~ 12$500 ~~
~
Meias de
seda
todas
as
côres, até
s
annos (par)
. . . . .
3$500~
Meias todas
as
côres, de
6
a
7
annos
(par)
. . . .
.
4$500~
E'. de todo impos~i~el
m
encio
.11
ar
os
preços
de
to~o~
os
ar
t
i
g
os,
porém,
~
~
ZENS a
AVENIDA PASSOS,
21(quas1 esquina de
Luiz
de Camões).
,
~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
• 1 •
' •
3)2
•O ensino de
.,.-~- ~-···A
ESCOL
'
A: PRIMARIA
'
II• • A
•geographia
ESCOLA
, nhecemos praticamente e não por meio
1 de definições decoradas.
1
• A geographia é, sem duvida,
scien-c1a que exige, para seu perfeito
conheci-mento, calculos difficieis e complicados,
O ensino de geographia, em nossas mas não é assim que ha de ser dada na
e scolas, ainda se resente de falhas e de- escola primaria.
feitos, que devem quanto antes desappa- . Nas classes inferiores, deve ser
lec-recer. cionada como lição de coisas; nas mais
'Diga-se, em bem da verdade, que adeantadas , por meio de descripções iaes imperfeições não são exclusivas do impressivas, auxiliada por leituras
attra-ensino elementar, mas se estendem com- hentes ·
quar1to attenuadas , ao curso secundario. Descreve-se geralmente a terra
Pode dizer-se que, da melhoria de ! como todo imn1utavel no decurso do methodos modernos, ella é a disciplina tempo· .
que menos tem sido be11eficiada. . Os rios nos apparecem com os seus Os compendios usados em seu es- leitos
já
excavados e seguindo sempre o tudo são os mesmos de 4rinta annos atrás mesmo curso; as ilhas surgiram em meioe alguns modernos, que têm vindo a do oceano e nã? se modificam; os conti-lume, salvo raras excepções, ,,ão modifi · ne~tes sempre t1vera1n a mesma forma
_e
caran1 de modo sensível a antiga orienta- assim se perpetuam. Nenhuma referenciação. aos grand es cataclysmos que
transforma-Já
se faz nas escolas um pouco de ram a face da terra e principalmente á~arJog raphia, 'progresso e~idente; mas se acção do_s ' outr~s. factores p~rmanentes 1ns1ste no ensino numerico e em muitos qt1e a estao mod1f1cando continuamente. casos, abstracto, inteiramente'improducti- Em uma palav_ra: app~ehendemos vo, senão contraproducente. da terr~ a parte estat,ca e deixamos
de~-. de~-. Inauguramos o seu esttido por de- perc~b1d0s os seus ph~n~menos dynam1"' f1n1ções, via de regra pouco comprehen- cos, JUstam~nte os mais interessantes.
síveis, isto
é,
por n1eio de syntheses, . Outro 1_rtconveniente seri?, que p~e-quando o seu ensino deve ser analytico e cisa ser banido quanto a11tes, e o habitodescriptivo. de recitai· de cór grande numero de
Vale dizer que começamos pelo fim 11omes e accid.entes geo&'raphicos, muitos e ensina1nos ás avessas, pois
já
affirmou dos quaes de 1mporta11c1a somenos.u111 entendido nesses assumptos que são ~sse, abuso de no1nenclatura geo-necessarios annos de analyses para um graph1ca e ttm mal que vem de longe e
dia de synthese. qt1e concorre .par~ tornar a aprendizagem . . Mas o qtte é de todo o ponto injus- da geograph1a ar1da e e~fado~ha:
t1f1cavel no ensino da g eog rapl,ia como . Trabalho .e~hat1st1vo,. 1nut1lment_e actualmente é dado
é
o Jogar secundario imposto ao esp1r1to das crianças,remi-que occupa o hom~m no seu desenvol.. niscencia tenaz de processos ha muito
vimento. condemnados.
E' preciso que a tor11e mos uma sei- felizmente uma reacção natural•
encia n1enos distante e em vez de defini!- deno1ninada t.Jelos technicos
amnesia
re-a como- sciencia que trata de descripção
trospectiva
,
faz esquecer em dias o queda terra- definição extensa e imprecisa, se levou mezes a repetir automatica. digamos singelamente qt1e e lia descreve 1nente.
a terra con10 nossa casa , como faz urr1 E' temf)O de mudar de rumo e de
geograpl10 eminente. renovar o ensino de geographia entre
E melhor será assim; si co11he-, 11ós.
cemos bem a nossa casa é porque a co- Deve ensinar-se, na escola, o
ne-' • ' 1 \ ' •
-• )A ®S
.
C
.
O
_
L',A PJlIMARIA:
313
cessario para a vida pratica e, portanto,
o
q ue não se esquece n11nca.Do estudo dos varias paizes fican,-nos as li nhas geraes, as impressões de
c onjuncto; apagam-se as minucias, eli-minadas c omo residuos imprestaveis .
Convençamo-nos de que o só nome ,
s em um característico que o assignafe, n ão nos impressiona.
Si q uizermos gravar 11a me1noria uma denominação qualquer, associemos
.a ella t1m facto importante, ttm pormenor pittoresco , uma 1)articularidade notavel.
E'
preciso abastecer a cabeça de nossosalt1mnos de idéas e factos e não de nomes e abstracções.
A par disso, façamos co11hecer os povos pela s11a physionomia propria,
por seus recursos naturaes e industriaes pelas suas instituições sociaes e poli~
ticas . .
Só assim, ensinando geog raphia human a, economica e política, fare1nos
trabalho util e duradot1ro.
. Isto exig e,
é
claro, esforço, leitura e enthusiasmo, pois só o mestre ()ode animar a lição do compe11dio, por rnais'
perfeito que elle seja.
E
'
com o intuito de contribuir para essa' reforma urgente, que traduziremos para esta revista, adaptando-os alo-uns capitula s de uma obra rnodel;r n~as-s um pto .
J
.
e.
DA CosT A SENA .•
Saber ler
e escrever
Un1 dos phenomenos mais
curio-s os q ue se observam não raro entre do-centes, q uer do magisterio primario,
,qtter do secundaria (seria descabido fazer aqt1i refe rencias ao ensino superior, dada a in dole desta revista) é o
e
sq1tecitn
e
nto
da f
in
a
li
dade dos cttrso
:;
.
1A
critica pode e deve estender-se ,a g rande maioria das materias ensinadas, e 11ão so111ente ao estudo da língua
ver-nacula, de que nos propomos aqui
tra-tar com mais particular attenção. -Não é
apenas aos docentes- resalvadas, como
sempre, as excepções ho11rosas, tanto mais admira veis qt1anto mais raras-·, não
é,
dizemos, unicame11te aos mestres, mas ainda aos co111pendios, e até aospro-gram mas que, e,n boa justiça, se applica a censura. E diga-se tambem desde log o, para não exaggerar a verdade, que mt1ito mais ainda nos cursos sect1ndarios do que nos primarios se deve larnentar o facto que Sltblir1l1amos .
Todavia o mal existe e o desvio da verdadeira orientação começa frequente-mente log o na escola, nas primeiras
no-ções da líng ua e da historia patria.
Contava-me ha tempos um collega da Escola Normal qt1 e, tendo perg untado a seu filhinho,' alt1mno de um ct1rso
pri-mario;- Qz,e é
latão?,
o
J)equ eno lhe res-pondera, sem titubear : -Substan
ti
vo,
con
z
m1z1n
,
nzasculi110, sitx
g
ular, dissyllabo,
oxytono.
Ignorava, porém, qu e cousa fo sse, exactam e11 te, o qtt e tal vocabulo•
expr1n1e.
Ante-honten, , no trem de Petropolis, •
co11tava-me outro collega - este, porém, do magisterio secundario - qt1e, ao
exa-mi11ar em banca de línguas, o anno pas"
sado, em gy111nasio de estado proximo um dos alumnos de media mais alta, 8
ou 9, respondia maravilhosamente, de cór, ás pergL1ntas sobre re gra de collo-cação de pro11omes, metaplasmos, figu-ras de syntaxe etc ; a prova escripta, en-treta11to, era um desastre, e na analyse o rapaz não sabia disti11gt1ir um
que
inte-grante de un1qt
t
e
relativo. E, apesar damedia, foi reprovado.
São exemplos que se podem mul-tiplicar. Todos nós conhecemos por
longa experiencia a deploravel manía da grammatica decorada e não applicada e sabemos quão raros os alumnos (eu ia escrevendo tambem - e os professores) capazes de escrever duas paginas de por-tuguês sem l1esitar num pronome ou
nu-ma crase. Ja não irtsisto na questão do
estilo, no sabor Jiterario da phrase, na
riqueza e precisão do vocabulario.
O esqt1ecimento da finalidade dos
cursos é, en1 grande parte, a causa do
mal. Docentes e discentes parece
olvi-darem o por que e para que se estuda
tal ou tal disciplina.
A culpa dos discentes, ja se vê, é
mínima e até, quando se trata de
crean-ças ainda incapazes de reflexão, absolu ..
,
'
•
,
.•
314
A ES
.
COLA; PRIMARIA
tamente
nenhuma
.
Mas os mestres
?
AI assumpto do trecho, o resumo,
a
redu-est~s
é
difficil
em
certos c~sos
exculpar
·
I
cção
á~rosa,
9t1ando se
trata
de poesia,
Pois então
o constructor nao
sabe
qtte
os ia pesquisa da
1dea
centra
l
e das
que ll1e
andai1nes só
existem para
que se
possa
gravitam em
torno
-
tudo
são meios
effi-m
ais
rapida
e
faciln1ente construir
o
cazes
que
levam
ao f
im
visado
:
a
com-predio? Qtte pensar de ttm mestre
de
prehensão
exacta
e integral do
que
se
obras
que
se
esmerasse
na feitura e con- leu. Analysar lexica ou
sy11tacticamente
servação dos andaimes,
1
Jot1co
se lhe
aquillo
que não
se sabe
ás vezes
o que
'
dando da solidez,
eleganc
ia
e acaba-
vem
a ser,
é
urn
absurdo
.
Absurdo
toda-me11to
do
J
)
r
opr
io
edif
ício
?via
observavel,
maxime nos
cursos
se-Ora tal
é,
ou
ta
'I
se afigtira
,
a ma- cundarios ou normaes, quand?
se an~
l
y-neira de
enca
rar o
ensino da
língua
ver
-
s~m,
por
e~emplo,
sem previa
expltc:,-n
acu
la
err1 certas attlas e
em
c
ertos
liv
ros
çao, os ep1sod1os camoneanos
<le Ignes
destinados
aos
ct1r
sos
de portugttês.
de Castro ott
do Adamasto
r.
Regras,
re
g
ras
e
mais regras, comi
as indefectíveis
excepções
que
tudo
complican1; a
preocct1p
ação
do111inante
da
analyse,
con
side
rada
sem1)re como
aexpressão mais alta do saber e
1i1iico
meio
de
J
Jrovar
conhecimento
d
a
lín
gua;,
a
terrív
e
l nomenclat
ura,
c
ada vez
mais
lrech
eada
de
reba
rbativos
neologis~os
·
gregos ot1
lati
nos
;
e
,
em
ultjmo
plano,
.
jONATHAS SERRANO
--
-
-
-Gr
andezas
proporcionaes
qu
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não
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todo
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cid~,
a
reda-
(LIGEIR
AS NOTAS SOBRE o ARTIGO DOME
S·
cç
a
o,
OexerctCIO
po1·
excellenc1a,
aq
t1ell
e
MO 1'I'TULO
ACIMA
DA AUTOI~IA
DO
Pl~O--qt1e, com a
leitura
expressiva e
c
omme
n-
FESSOR
Cor
~
l~Eoo
ro
DECASTRO).
tada, forma
a
finalidade strprema de
tlm
curso de portugt1ês, porque afinal,
di
gatn
o
que
disseremL
saber a propria'
lingua
é
saber
l
e
r
e
es
crever co,-rect
anzen
-te.
Quem
l
ê
e
esc
rev
e
bem. conhece o
sett
idioma
epoderá,
até, ser
homem
de
letras, co1n ou
sen1 analyses e gran1ma..:
tiq11ices. Mas
todas as
g
rammatiquices
e
an
a
l
yses
, sem
a arte da
leitur
a
e sem as
qu
al
idad
es
do estilo, só
produzem,
como infelizmente
é
tão commun1,
a
ri-diculez do p
eda
ntismo.
Con1JJrehende-se o que
pretende-mos
dizer
com estas JJalavra
s
:
saber
ler.
Evidentemente
'
não se trata só
de
conl1
ece
r todos os
recursos de exJJressão,
nas
pausas, nas
inflexões,
no
movimento
rapido
Oll va
g
aro
so
. sereno
ot1 ani1nado,
cor1soa11te
o a
ss
umpto do trecho. Não
é
tão
pouco o
saber
evitar os vicios
com-1n u
l1S
de
pront111cia, a
nasalidad
e
,
a
on1issão
de
rr
ou
ss,
as
ligações
erro-neas,
etc.
E',
principalmente, o
s
aber tirar
todo
o
fructo do trecho lido :
ente11dê-lo
·
no todo e
em
cada parte, 11a sig11ificação
pr
ec
isa de
cada
termo, na belleza das
ima
g·e
n'
s
, na força dos
arg:ume11tos,
no
colorido das descripçõ~s. O
exercicio
de
syno11ymia, a
explicação
cuidadosa
do
/
Não podemos negar a origem
experimental das formações elemen._ tares 110 domínio da Arithrnctica e da Geometria. Assim consegt1iranz
· os antigos a explicação das SL1as
pri,neiras leis ,naihernoticas.
Incontestavelmente . deven1os
aos nossos antepassados a gloria de ter estabelecido o alicerce em que asse,zta o edifício esplendoroso eri -gido pelas concepções ,nodernas da
• •
sc1enc1a .
l\ ós aperfeiçoa,nos o metlzodo
porqtte assi1n nos permittirnrrz a abstracç,io e o meio social, nzas as noções fundamentaes, que· trad11zem as forn1ações elen1e11tares, são crea-ções delles, foram elles que nos le -garam, e nós ainda hoje lhes 1zcio
leva11zos 111odificaçíío alguma: stlo
ainda os mesmos e fzão de ser
sem-pre, porq11e f oranz verdades
dedzt-zidas de uma j11st,1 e aturada obser
-vação do nzundo , . - DR. MoRAES
RE00-Ele1ne11tos de Algebra.
Confe
ss
o
que
li com a
sympathia
que sempre me despertam as
coisas
n1a-thematicas
o artigo
-
Ora,zdezas
pro-porciotlaes
da
lavra
do illt1stre
professor
Corre
gg
io de Castro, public,.ado
em o
nu-mero
·
3
da
«
A Escola Primaria
,\
corres-pondente ao n1ez de Abril do
corrente
• 1 • • ' , J . • ' I • ,
A
ES
,
COLA PR!IMAA!A
315
ãnno.
Ernbóra acatando muitas
ide as
expedidas no citado artigo, outras
ha
que merecem
algumas
ol:]jecções,
penso
eu. P
eç
o, pois
,
ao distincto professor
Gorreggio, permissão para discordar
de
certos pontos de seu bem lançado
artigo.
Vejamos quaes
esses
pontos.
Affirma o professor Corre
gg
io, o
se-guinte : -
«
Si considerarmos varios
tama-nhos de pedra
e
os pesos
correspon-dentes
1 • • ' 2 • 5 ..• 'convehção
da numeração falada
ou
es-cripta
em
um
systema qualquer. Para
lei:-•
mos
ou escrevermos um numero
preci-samos adoptar de antemão
uma base
qualguer de numeração e
adopção
dessa
base
está portanto
subord
inad
á
á
nossa
vontade.
Todavia ella deverá estar
de
acordo
com a razão que a julga
éonve-niente, porque
'
satisfaz
a
todos
os fins
intentados
por
um
a
serie de proposições
·
verdadeiras,-que
são as leis
da
Ari·thmetica.
'
.
Escreve
ainda o professor
Correg-metros cubicos
kilogrammas
1
3000 6000 15000 · . ·
gio
mente pro1Jorcionaes podem sei-o
:-«Tambem a
s
grandezas
inversa-
ou
ten1os
• • , 1 3000 2 6000pela propria natureza, ot1
por uma mera
convenção
(ogrypho
nz
e
pertence);
e
con-tinua
em
seguida
-«Em
um jogo
qual-quer
poderiamos
convencionar
que
o
r1umero de
pontos
para
cada
jogador
15~00 .... >>
I)'ahi fosse
mero de
inversamente
perdas».
proporcional ao
nu-Nao
l1a senão apparentemente, dada
•
a hypothese do
·
ajuste
formulado pela
vem a
cotzvetzção
(o
grypfto
éme1t)
de
proposição acima u1na
convenção.
Adizermó
s
que os numeradores
de varias
convenção
não existe
aqui
na
acceJJÇão
fracções eguaes,
são proporcionaes
aos
rigorosa do termo.
Em
rigor
~~
e
lia
llf!lª
denominadores.
»
Aproporcionalid
ade
conclusão loo-ica
e
qt1~
o
esp1r1to acce1ta
existente entre os
nt1meradores e deno-
porque
não descobrit1
t1ma
só
idea
des-minadores das fracções eguaes,-não
é
conveniente
e
nem
ontraditoria com a
absolutamente o resultado de uma
cotl-
sua proposição
equivalente:--
Em um
venção,
mas uma
cónclusão
natural e
Jo-
jogo qltalquer
Onu,nero de
pontos
p~ra
gica do espírito e que repugna ao
,
tnesmo
cada
jagador
édirecta,ne,zte proporci,zal
acceita-la de outro modo.
Os valores
ao numero
de
ga,iho
s
.
Aprimeira
JJro-q~e tré4duzem aquelle modo de
exi~ten-
posição
é
uma
conclusão
racior1al
e
evi-c1a das gran_dezas peso_ e ~olume,
sao
~dente da
segunda, e não uma
conv.en-cons~quenc1a da exper1enc1a
de
~rna lei ção.
Não
devemos, JJOis
em
boa lo~1ca,
phys1ca :-Os
pesos dos corpos sao /Jro
-
adrnittir a
proporcionalidade
~
nvencional
porcionaes aos seus volu,nes.
como a quer o illustre
pro-tisr
Cor-Sómente
é
licito admittirmos como reggio.
A
proporcionalidade
tre
as ·authentica convenção mathematica, o grandezas é sempre a
. nseque
ad.e
que, embora dependendo do ar bitrio, uma lei physica,
geometr1ca.
o
u
·
mel:
nt-possa servir cfe base e não de conclusão ca, ou uma conclusão racional que
o
'
de nosso raciocinio.
espirito ded11z independente de sua
sim-A
convenção é pois a proposição pies vontade, não podendo as~in~,
ad/i-rnanifesta ou o con~eito
1logico
e claro
biturn
do mesmo,
~~r
substituida
por
estabelecido
á
priori
pela nossa livre es- outra,. o que se. verifica na convençao
colha.
.
propriamente dita.
,
'
A
conclusão é a consequencia de
um
encadeamento logico de idéas ou de
raciocinios,
,
ou ainda: a prova de factos
e que portanto só pode ser estabelecida
á
posteriori.
Como exemplo de perfeita conven.
ção mathematica, ternos o principio de
• i
'
• fMariáos, Junho
de
1924. •ABILIO DE
BARROS ALENCAR
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protJstàntismo. E
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Di
c
c,onar,? Contemporaneo,
vulgarn:ien-dizer, embora os allemã
es
pr
o
nu
1
1cie111 t
e
conhecido c~mo de At1lete! regista:
Lu'ther.
Luthéro é a proso dia tr
a
dicio
-
•Subs~ratum
(phtlos.)
0que
,
ex,s~e nos
nal de no3sa lingua,
e
não cr
e
io ha
j
a van- s~res independente das
s
uas qt1al1dades.
tagetn em mudai·.
·
E pal · latina·•
1
1 , , A
admittir
;
porém,
Substratunz,
1nais
Espoear.
-
.Empre
g
am muito consenta
rt
eo
áíndole da lingua me pa·
este verbo escrevendo-o
espou
c
a
r
.
Pare- rece fazer logo
,
Substrato
.
"
ce, porém, que aquella deva
se
r a ver-
·
dadeira graphia. Com ella figura no Dic
-
·
MESTRE ESCOLAcionario de figueir
e
d
o
,
qt1e regi
s
ta o vo-
·
,
cabulo como termo do Brasil, ain
'
d
a
não
anteriormente concfuido no
s \r
oc
a
bula-
Correspondencia de tres
pala-rios g_era~~-
E'
o
~e
s
mo
,
diz,
q
ue
;;ipoc':r
..
vrinhas
,
·
e a s1gn1f1cação
e
-
e
s
t
oura
r
,
e
xp
l
odir
.
.
Assim sendo, a conjugação d
ev
e
·
•
ser
esp<f
é
a, espôcam
,
e
tc. Mt1ita razão
E. X.
(Ouaxupé). - O verbo
esque
-teve, pois, meti collega Othello Reis em
cer
fica al1i por
ser esquecido :
não i11cluir no seu
Breviario dos ver-
'
bos,
esse verbo entre aquelles que têm
a
Que esquecerão seus feitos no Oriente
·
syllaba
ou
l
~
_
enultima, c'on10
apoucar,
Se
lá passar a Lusitana gente.
roubar,
etc.
Lus, Canto I, 30Substrato.
-
Qua11do al
g
t1em
quer falar difficil
.
,
alatinando a
•
lingua-'
ge1n j)ara fJassar fJOr douto, g
os
ta d
e
emt)regar o vocabulo
·
substractuni,
certo
de que
substrattttrn
6puro latin1 e
signi-fica: o que está por baixo de tudo, o
fun-damento,
o
esse11cial, o qt1e fica
.
,
a
ver
-dadeira urdidura.
'
Ora
,
debalde procurareis em dic
.i
cio11arios latinos essa palav
r
a em tal
s
e11-tido e ~om tal graphia. O
,
qt1e ha é
substratunz (
sem
t;),
do verbo
subst
e
rno
is, stravi, stratum, sternere
·
.
foi dahi
/ '
~ -·
,---~·~
..__.,.__
-
·
----1
'
•
,
Dizer que o sujeito é
elles,
inde-terminado,
s
erá emprestar a Camões u
·
ma
co11strucção que não usava.
'
O verbo
esquecer
apparece
,
no
sen-tido passsivo ainda em
Que11z rtão a/J/Jarece, esquece.
A verdade é que nos dois exemplos
a
1)011tado
s
o sentido
"
verdadeiro é
Qu
e
serão
e
squecidos . .. E' esquecido.
'
'
M.-E.
- - - - ·-
·
-·--.
'- - -
--:-
- - - -
·
'::>
' • ' J j,
AVISO
1 ' ' I \ , •, , Co.111 e 'ete 11u1ne .1·0 ~o n c l1-1e «A E scola P1·irnat·ia • o seu
Mo. anno de vid~, . • 1
Aos nossos ~ss ig1:1a11 ·t es, qu e nã<.> 1·enova1·am ai11da su.as aseignaturas, 1'>ecli1:11os q11 e o t ·açam, o mais breve possivel,
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III
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LIÇO
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XERCICIOS
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ÃO DO HOMEM E DO CIDADÃO
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-
·
Territorio; não goza
de
autonomia
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de tal sort
e
que em cada u1na
administrado directamente por delega- das re
p
res
e
ntações das diversa
s
unida-
,
dos da absoluta e immediata confiança des µa Federação, i
s
to é, em cada uma
do executivo federal. Dentro de pouco da
s «
bancadas. ha de tres em tres annos
tempo, porém, tendo em vista o desen- um
s
enador que completa o seu periodo
volvimento da populaç
ã
o e a prosperi- de nove. Por esta combinação, está
odade material
,
mental e mor
a
l d
e
ssa lon- Sen
a
do constantemente a s~ renovar,
ginqua circumscripção, o Acre ha de ser mas não em bloco, de modo que em dado
elevado
ácathegoria de Estado
.
momento ha sempre senadores que
to--Que nome tomam as represe1
z
.
mam posse e entram pela primeira vez
tantes do povo, enviados ao Senado?
na assem biéa; outros a quem faltam
ain--Os
repres~ntantes enviados pelo
I
da sete, seis, cinco, tres, etc. annos para
.
O voto d
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povo afim de constituirem o Se
r
1ado cha- termina
r
o mandato. As vantagens
desta
mam-se Senadores da Republica
.
combinação facilmente se apprehendem
-Como são escolhid06 os s
e
na-
com
a
meditação.
dores?
/
·
-
Como se faz quando Jallece um
-Os senador<!s são escolhidos por
senador?
suffragio directo do povo, como tambem
-
Fallecendo um senador
elege-se-os deputadelege-se-os
1o presidente e o viçe-pre- lhe um substituto, que vae exercer
0si dente da Republica. Os que em cada
'
mandato pelo tempo que ainda faltava ao
Est_ad? e no Districto Federal obtêm extincto para terminar o seu periodo.
ma1or1a de votos são os que occupam as
-
Podem os senadores ser
reelei-cadeiras senatoriaes, isto
é,
os que vão
tos
?
formar o Senado, collaborar directa-
-Os senadores podem ser
reelei-mente no governo do paiz.
tos (í}Uantas vezes o entenderem os
elei--Por que só ha tres senadores para
tores que nelles depositam sua confiança
cada Estado
?
.
-Quais as pessoas do povo que
-Esse numero foi determinado na
concorrem para eleger os senadores?
Constituição como sendo sufficiente.
-
As mesrr,as pessoas que podem
Todos os Estados, pequenos ou gran- escolher os deputados, o presidente e
0des, prosperos ou pobres, têm
·
assim no vice-presidente da Rept1blica podem
ele-Senado uma representação numerica- ger os senadores: todos os cidadãos
bra- .mente igual, de modo que o peso do sileiros que se tiverem habilitado
devi-• 1 , •