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Relatório Final de Estágio

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

Luís Filipe Maximino Garcia

Vila Real 2016

Paulo Vicente João

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2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos

Básico e Secundário

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

Luís Filipe Maximino Garcia

Relatório elaborado com vista à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, em conformidade com o Artigo 20.º, alínea b) do Decreto-Lei n.º 79/2014 de 14 de maio, sob a orientação do Professor Doutor Paulo Vicente João

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Agradecimentos

Ao Professor João Santos, orientador cooperante do meu estágio, pela extraordinária orientação, esforço, paciência, dedicação, apoio e entusiasmo que desde o primeiro momento entregou a este estágio. Pelos conhecimentos transmitidos, pelas partilhas, pelas oportunidades concedidas e pela amizade estabelecida durante todo o tempo de estágio.

Ao Professor João Carvalho, supervisor do meu estágio, pela orientação, pela partilha de conhecimentos e formas de lidar com as turmas. Pelo apoio prestado na realização dos documentos necessários e pela disponibilidade no esclarecimento de dúvidas.

Ao professor Paulo Vicente João por toda a paciência, compreensão, prontidão, aconselhamento e disponibilidade durante o período de elaboração do documento.

Aos professores da escola, Albano Ledo, Arlindo Pinto, Evaristo Afonso, Paula Nóbrega, pelos conselhos dados ao longo do ano que permitiram um crescimento profissional e algumas mudanças de atitude. Pela partilha de informação e pela forma como me integraram no grupo.

Aos professores que fizeram parte do percurso académico e a todos os conhecimentos transmitidos ao longo destes 5 anos que se revelaram importantíssimos para o desenvolvimento próprio, pessoa e profissional.

À minha família, pai, mãe e irmã pelo suporte familiar e pelo acompanhamento ao longo deste período. Por todos os esforços realizados para me proporcionarem este percurso. À minha madrinha pela hospitalidade e pela forma como me tratou.

À Tânia Bártolo, pelo acompanhamento nos períodos mais complicados, pela paciência, pela dedicação e principalmente pela compreensão nos momentos de maior stress.

Aos meus amigos que se revelaram peça fundamental ao longo deste percurso, pelas noitadas, pelos trabalhos de grupo, pelas conversas, acima de tudo pela amizade.

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Aos Iniciados do Sport Club Vila Real, aos seus diretores, jogadores e equipa técnica pela amizade e pela forma como sempre perceberam o período de estágio.

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Índice

Agradecimentos ... III Índice ... V

Introdução ... 1

1. Enquadramento Geral do Estágio ... 2

Expectativas em Relação ao Estágio ... 2

Realidade Encontrada ... 3

Caracterização da Turma ... 5

2. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem ... 6

2.1. Planeamento Anual ... 6

2.1.1. Unidades Didáticas ... 7

2.1.2. Planos de Aula ... 8

2.1.3. Prática de Ensino Supervisionada ... 9

3. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio ... 11

3.1. Estudo de Turma ... 11 3.1.1. Instrumentos ... 11 3.1.2. Procedimentos ... 11 3.1.3. Relatório e Conclusões ... 12 3.2. Atividade na Escola ... 13 3.2.1. Desporto Escolar ... 13

3.2.2. Atividades do Grupo de Educação Física ... 14

4. Resultados/Discussão ... 16

Conclusão ... 26 Bibliografia ... Erro! Marcador não definido.

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Introdução

O estágio pedagógico surge na fase final da aprendizagem do ensino superior. É encarado como um ponto marcante na formação e aprendizagem uma vez que marca o início da aplicação prática de todos os conceitos e aprendizagens anteriores que serão aplicadas em situação real de aprendizagem. Não será um fim de um ciclo, visto que a aprendizagem não tem fim.

Oliveira e Cunha (2006 e citado por Filho, 2010) refere que o Estágio é uma oportunidade única do aluno obter alguma experiência profissional que será no futuro de extrema importância para aquando da sua entrada no mercado de trabalho. O estágio vai muito além de um simples cumprimento de exigências académicas. É uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, além de ser um importante instrumento de integração entre universidade, escola e comunidade.

O estágio pode ser caracterizado como a junção de diversos processos de formação e desenvolvimento académico que vamos adquirindo ao longo dos anos de formação. É uma etapa extremamente importante do ponto de vista do contacto com a realidade escolar visto ser essa a nossa ação fundamental e que leva a nossa envolvência no círculo escolar. Claro que a tudo isto está subjugado o processo de orientação. Só com o contributo do professor cooperante os conteúdos e competências adquiridas são aplicados da melhor forma, além da contínua aprendizagem e da busca do mais adequado conjunto de soluções para as questões e dificuldades que aos poucos vão surgindo no processo do estágio pedagógico.

O presente documento denominado por “Relatório Final de Estágio” está inserido no âmbito da conclusão do plano de estudos do 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. O Estágio Pedagógico foi realizado no Agrupamento de Escolas D. Sancho II de Alijó, tendo sido o Professor Doutor Paulo Vicente João, o supervisor e o Professor João Santos, o orientador. No estabelecimento de ensino houve ainda uma grande abertura da parte de outros professores no auxílio das dúvidas que foram surgindo no dia-a-dia, além de todo o companheirismo demonstrado.

Durante este ano letivo fiquei responsável pela preparação de Unidades Didáticas de diversas modalidades, de uma turma de 9º ano do Ensino Básico. Todos os processos de preparação, planeamento e realização foram acompanhados e supervisionados pelo

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professor cooperante da escola. O Estágio Pedagógico proposto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro visa formar professores profissionais que no futuro sejam promotores de um ensino de qualidade.

Posto isto, este relatório inicia-se com o Enquadramento do Estágio no qual se referem as expectativas e realidade encontrada, incluindo a caracterização da turma. Seguem-se as Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem onde são abordados o Planeamento Anual, Unidades Didáticas, Planos de Aula e Praticas de Ensino Supervisionada, e as Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio incluí o Estudo de Turma e as Atividades na Escola (Desporto Escolar e Atividades do Grupo de Educação Física). Em Resultados/Discussão apresentam-se os resultados alcançados, fazendo uma ligação de causa efeito entre estratégias planeadas e resultados alcançados, onde se inclui a verificação do sucesso ou insucesso das estratégias aplicadas. Também neste tema são feitas sugestões de aperfeiçoamento das estratégias utilizadas de modo a alcançar o sucesso e a eficácia do processo ensino-aprendizagem. Na Conclusão do Relatório de Estágio será realizada a apreciação dos resultados obtidos e uma análise geral do Estágio.

1. Enquadramento Geral do Estágio

Expectativas em Relação ao Estágio

Ao longo do percurso escolar do autor do presente trabalho, a Educação Física sempre foi uma das disciplinas preferidas. Era o espaço onde se sentia descontraído, mas sempre com vontade de aprender. Durante as aulas, sempre se interessou pela forma como eram organizados os exercícios, como era feita a divisão dos alunos e as diversas ações que os professores iam tomando ao longo da aula. Ao longo da realização dos diversos exercícios, sentia-se na necessidade de ajudar os colegas com sugestões para melhorar e de os motivar para a prática.

Apesar da desmotivação sobre a Educação Física já ser visível, o gosto pelo desporto em geral bem como o facto de estar integrado em turmas com aptidão e um nível de empenho elevado fez com que cada vez mais se apaixonasse pela área. Assim, com o aproximar do Ensino Superior, o Desporto sempre foi sendo uma das prioridades. Apesar da vertente de ensino não ter sido o que levou o autor a seguir esta área, ao longo da licenciatura foi-se despertando o interesse tendo em conta os desafios proporcionados diariamente, desde os diferentes níveis de ensino, às distintas personalidades bem como o lidar com o imprevisto.

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Depois de realizado o 1º ano do 2º Ciclo de Estudos, chegou o momento de escolher a escola onde se iria realizar o Estágio, momento pelo qual mais se ansiava. Essa decisão recaiu sobre o Agrupamento de Escolas D. Sancho II de Alijó, pelo ambiente acolhedor e familiar proporcionado, pelo conhecimento e boas relações com os professores de Educação Física, pela proximidade de casa e consequente conhecimento do meio.

Contudo a passagem para o lugar de professor assustava, por toda a envolvência da profissão acrescida com o papel de estagiário. Apesar disso sentia-se confiante por tudo aquilo que havia vivenciado ao longo da minha formação e por achar ter aquilo que era necessário para ser bem-sucedido.

Da parte do orientador sabia-se que para além da exigência iria ter a possibilidade de serem adquiridos conhecimentos e tirar dúvidas, tendo em conta a relação professor-aluno que existiu no passado. Esperava-se encontrar nele um exemplo de como melhor exercer a profissão, aprender a fazer parte da comunidade escolar e ser participativo e ativo do meio no qual estava inserido.

Os alunos eram o desafio que mais assustador. Era o primeiro contacto com uma turma ao longo de um ano letivo, o que deixava o autor um pouco receoso do que iria encontrar e como seria visto no papel de professor estagiário. Sendo uma Escola situada numa vila do interior e onde a maioria das famílias sobrevive do trabalho agrícola, esperava-se encontrar uma turma com dificuldades nas aulas de Educação Física devido à escassez de oferta desportiva.

Posto isto, iniciou-se o estágio na consciência de que se deveria manter uma atitude confiante nas próprias capacidades e com expectativas positivas daquilo que poderia oferecer.

Realidade Encontrada

Com o começo do ano letivo, o professor estagiário apresentou-se na escola para iniciar o estágio. Desde o início que foi integrado em todas as ações realizadas pela escola, começando pela receção aos professores. Foi com agrado que antigos professores o receberam no estabelecimento de ensino, contentes pela escolha ter recaído na escola onde havia sido aluno. De salientar também a boa receção por parte dos funcionários.

Desde a primeira reunião com o orientador que lhe foi transmitido que iria desempenhar o papel de professor na totalidade das suas funções. Foi também comunicado que se iriam tentar proporcionar todas as experiências possíveis dentro da

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comunidade escolar de forma a retirar o máximo possível do ano de estágio. Os restantes professores de Educação Física desde logo permitiram que se assistisse às suas aulas, observar a sua forma de liderança e organização das mesmas e tirar todo o tipo de dúvida que pudesse resultar dessas observações.

No que concerne aos alunos, foi encontrado de tudo um pouco. Desde alunos que ficaram satisfeitos por ter um professor estagiário a alunos que preferiam outro professor. Começou então o desafio. Encontrou-se uma turma com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos, apresentando diferentes estados de desenvolvimento. Para além da heterogeneidade ao nível da idade, era-o também ao nível dos comportamentos, personalidades e aptidão física.

Inicialmente foram sentidas algumas dificuldades por alguns elementos da turma devido a não ser reconhecido como professor e apresentarem por isso alguns comportamentos de boicote às aulas. Ao longo das aulas esse sentimento foi desaparecendo e a relação entre todos foi gradualmente crescendo. Existiram diversos casos relevantes que influenciaram o normal funcionamento das aulas, desde abandono escolar devido à falta de motivação para o estudo, de gravidez que levou ao afastamento da aluna durante o 2º Período e de mau comportamento e uso de linguagem imprópria que conduziu a algumas discussões. Foi introduzido na turma um aluno de nacionalidade indiana, o qual não conseguia comunicar nem em português nem em inglês. O aluno também não mostrava interesse pela disciplina e realizou apenas 2/3 aulas, nas quais a explicação dos exercícios era feita por demonstração e a aprendizagem por observação/imitação.

Sendo uma turma pequena e com algumas dificuldades, era visível a falta de empenho de alguns alunos durante a realização dos exercícios propostos. A essa falta de empenho acrescia uma constante falta de concentração.

Tendo em conta todos os aspetos supracitados, as primeiras aulas não correram como esperado. Sentiu-se desmotivação e preocupação por não conseguir contornar a situação e poder vir a ser prejudicado na nota final. Neste ponto o orientador teve um papel bastante importante ao transmitir tranquilidade, dizendo que as aulas iriam melhorar e que se iriam conseguir atingir os objetivos traçados.

Ultrapassada esta fase mais conturbada, as aulas começaram a correr de forma mais tranquila e a relação com os alunos tornou-se também mais estável. Ainda assim, ao longo do ano letivo, pontualmente aconteceram alguns casos de indisciplina.

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Caracterização da Turma

A turma era constituída por 16 elementos (10 indivíduos do sexo masculino e 6 do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos, e frequentava o 9º ano de escolaridade.

Esta integrava 3 elementos com 13 anos (2 do sexo masculino e 1 do sexo feminino), 6 indivíduos com 14 anos (4 do sexo masculino e 2 do sexo feminino), com 15 anos 2 elementos (1 do sexo masculino e 1 do sexo feminino), 2 alunos com 16 anos (1 do sexo masculino e um do sexo feminino), um individuo do sexo masculino com 17 anos e 2 elementos com 18 anos (1 do sexo masculino e 1 do sexo feminino). A média de idades é de 14,9 anos.

É importante referir algumas situações que interferiram no número de alunos da turma durante o ano:

 no final do 1º período um aluno do sexo masculino com 17 anos perfez a maioridade e abandonou o ensino;

 uma aluna de 16 anos não frequentou as aulas durante o 2º Período devido a gravidez;

 durante o 1º Período houve a integração de um aluno indiano que no inicio do 2º Período também abandonou o ensino.

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2. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

2.1. Planeamento Anual

Segundo Libâneo (1992) o Planeamento Escolar é um processo de racionalização, organização e coordenação de todo o corpo docente com vista as suas ações futuras. Deverão ter em atenção a articulação de toda a atividade escolar com a problemática do contexto social envolvendo desta forma o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição na qual estamos inseridos.

Por sua vez, Martinez e Oliveira (1997) abordam o planeamento como um processo de previsão de necessidades e racionalização de utilização dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis e possíveis, a fim de alcançar objetivos concretos em prazos determinados e em etapas definidas, a partir do conhecimento e avaliação científica da situação original.

Já Bento (1999) entende que a planificação do processo educativo é extremamente complexa, pluridimensional e multiforme, dependendo também de condições diversas relativamente os meios envolventes em todo o processo de ensino.

Segundo Aranha (2004) a base da ação educativa prende-se com definição de objetivos para que se possa avaliar, corrigir, orientar e controlar os processos de ensino-aprendizagem.

Mais recentemente, Barroso (2013) define planificação como sendo uma importante ferramenta pedagógica que contribui para o processo de ensino-aprendizagem permitindo ao docente fazer uma previsão daquilo que pode ser a aula. Assim o professor pode definir objetivos, conteúdos e a avaliação.

Considerando estes autores, pode entender-se que o planeamento é um processo capaz de antecipar e preparar acontecimentos futuros, preparando assim as suas ocorrências e como forma de reagir as mesmas. Deve-se por isso planear e estruturar o máximo possível para que desta forma o trabalho seja bem orientado e conseguido.

O Planeamento Anual do Grupo de Educação Física está construído e foi apresentado na 1ª reunião de grupo. Nesta reunião os professores indicam as suas preferências quanto à altura do ano para lecionar as modalidades estipuladas, e dessa forma permitir a construção do roulement de instalações bem como da distribuição final das modalidades.

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2.1.1. Unidades Didáticas

Sendo a Unidade Didática o documento orientador de cada modalidade a abordar e sendo esta composta pelos conteúdos a lecionar em cada aula, deve ser seguido uma sequência lógica e metodológica dos conteúdos representando cada aula uma função específica da modalidade. Para que todo o trabalho desenvolvido fosse feito de forma concreta e apoiada em documentos validados, foi usado como referência o livro: “Organização, Planeamento e Avaliação em Educação Física”, da professora Ágata Aranha.

A elaboração das Unidades Didáticas teve como base a calendarização definida pelo grupo disciplinar. A construção das Unidades Didáticas era antecedida de conversas e partilha de opiniões com o orientador. No seguimento desta partilha, eram elaboradas as Unidades Didáticas, e posteriormente enviadas ao orientador para uma pasta de partilha criada no correio eletrónico institucional. Após o envio e primeira análise do orientador, eram referidos alguns aspetos a aperfeiçoar para um melhor desenrolar das Unidades de Ensino. As Unidades Didáticas elaboradas pelo professor estagiário foram: Condição Física (desenvolvimento das capacidades motoras), Natação, Basquetebol, Ginástica, Badmínton e Voleibol.

Tendo em conta as Unidades Didáticas elaboradas, aquelas que mais dificuldades causaram foram as de Natação, Condição Física e Ginástica. Estas dificuldades devem-se principalmente à falta de experiência nestas modalidades.

Em relação à Natação, o facto de não ter experiências anteriores no leccionamento de aulas desta modalidade causou algumas dificuldades no que diz respeito ao planeamento das mesmas e ao tempo a dar a cada exercício. Outra das causas inerentes às adversidades aparecidas reside no facto de a nível prático não ter grandes vivências e a não conhecer a fundo a modalidade.

No que diz respeito à condição física, devido a ser uma Unidade Didática pouco usual, e sobre a qual não existem muitas referências, causou alguma dificuldade quanto ao planeamento e na seleção de uma panóplia de exercícios para cumprir os objetivos.

Na Unidade Didática de Ginástica também foram evidentes algumas dificuldades. Apareceram na planificação da Unidade, não sabendo que conteúdos escolher para lecionar e depois em algumas aulas devido a algumas dificuldades na prática da modalidade em questão. O facto do autor não se sentir à vontade nesta prática levou a que

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estivesse pouco confortável durante as aulas. Ainda assim passou-se por estas vivências para aprender e superar dificuldades.

Para ultrapassar estas dificuldades foi necessário um empenho extra. Começando pelo facto de se ter estudado a modalidade mais aprofundadamente bem como passar pela prática das mesmas. A ajuda do professor orientador também foi fundamental devido à sua vasta experiência no ensino bem como o conhecimento das mais diversas realidades e dificuldades apresentadas pelos alunos.

As aulas lecionadas corresponderam na sua maioria ao que havia sido planeado na Unidade Didática.

Apesar de não estarem referenciadas, as restantes Unidades Didáticas também foram trabalhosas e exigiram um trabalho árduo para corresponder às expectativas e para cumprir os objetivos pessoais do autor.

Para que fossem cumpridos os objetivos anteriormente definidos, foi seguida uma sequência lógica. Cada aula foi previamente planeada tendo em conta as aulas anteriores e as seguintes.

2.1.2. Planos de Aula

Os planos de aula eram o último passo no que respeita ao planeamento. Não é mais que uma previsão das atividades relativas a um plano de ensino, desenvolvidas de forma sequenciada, com ligação entre objetivos e conteúdos previstos. Durante o processo de elaboração do plano de aula devemos sempre ter em conta que este deve ser adaptado com os melhores exercícios para determinado conteúdo, ter em conta o padrão de alunos existente, desenvolvendo exercícios que favoreçam as suas aptidões ao máximo e por último ter sempre em conta o espaço em que a aula será ministrada. Um aspeto que é importante referir é que um plano de aula mesmo estando devidamente estruturado e planeado não passa de uma “intenção” de como pretendemos que as coisas corram, ou seja não tem um carácter vinculativo. Durante as aulas nem sempre tudo corre da forma mais desejada sendo por isso necessário tomar decisões e por vezes realizar alterações ao plano de aula proposto, de forma a potenciar e manter a aula em normais condições de funcionamento. Todo este processo procurou seguir as normas e também as ideias que nos foram apresentadas durante o nosso percurso na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e que se encontram definidas em diversas Séries Didáticas publicadas. A cada plano de aula realizado, estruturou-se o mesmo em função das capacidades e potencial da

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turma. Sempre que possível melhorar exercícios que já tivessem sido realizados, bem como, complementá-los com outras formas de atingir o mesmo objetivo de forma a tentar realizar sempre o melhor plano de aula, motivando e potenciando as capacidades da turma. De referir que foi tentado sempre que o plano de aula respeitasse a sequência de conteúdos da unidade didática, mas constantemente com possibilidade de alterações dependendo da progressão dos alunos.

Durante as reuniões de avaliação da turma, foram divididas horas para cumprir com o PRESSE. “O PRESSE é o Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar, promovido pela Administração Regional de Saúde do Norte, I.P. (ARSN) através do seu Departamento de Saúde Pública (DSP) em parceria com a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares – Delegação do Norte (DGEstE), que apoia a implementação da educação sexual nas escolas, de uma forma estruturada e sustentada, envolvendo o trabalho conjunto entre os profissionais de educação e de saúde escolar.” (ARS Norte, 2016). Esta foi mais uma experiência que permitiu o professor estagiário adquirir conhecimentos e experienciar novas realidades. Este programa é bastante benéfico para a comunidade escolar, e permite abordar temas delicados de uma forma mais adequada à idade com atividades apropriadas.

“As principais finalidades deste programa são aumentar os fatores de proteção e diminuir os comportamentos de risco dos alunos da região Norte em relação à sexualidade.” (ARS Norte, 2016)

2.1.3. Prática de Ensino Supervisionada

Albuquerque et al. (2005) referem que o perfil do orientador de estágio pedagógico deve ser o de um profissional com capacidade de responder a múltiplas tarefas, conhecendo bem a sua profissão nos aspetos didáticos, técnicos, pedagógicos e identitários.

Em relação às práticas de ensino supervisionadas é de salientar que se apresentam como o nosso primeiro contacto com a realidade da prática pedagógica. Nesta área inclui-se a responsabilidade da transferência de conhecimentos, saberes e deveres, mas é na supervisão que se podem extrair os maiores benefícios de aperfeiçoamento de técnicas e ampliação de conhecimentos cedidos tanto pelo professor orientador cooperante como pelos restantes professores da instituição de ensino.

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A relação entre professores experientes e futuros professores tem grande importância no funcionamento de todo este processo, do modo a que cada análise e feedback intervenha diretamente ao longo de todo o estágio. Ao nível de competências e capacidades, a evolução aconteceu de forma mais otimizada e positiva devido a todas as críticas e observações que foram sendo feitas. No decorrer do estágio, também as observações realizadas foram cruciais na aprendizagem e aperfeiçoamento de capacidades educativas.

Salienta-se ainda que a relação de proximidade com o professor orientador cooperante torna-se maior ao longo do ano letivo, já que existe um maior convívio e trabalho realizado dia após dia.

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3. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio

3.1. Estudo de Turma

A elaboração deste trabalho tem como principal objetivo, a caracterização a nível das capacidades motoras da turma do 9º D do Agrupamento de Escolas D. Sancho II de Alijó composta por 14 alunos (9 indivíduos do sexo masculino e 5 do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos.

Este tipo de estudo permite, para além do conhecimento mais concreto da turma a este nível, possibilitando assim a elaboração e adaptação de determinadas estratégias, que possibilitem o aumento da eficácia da intervenção pedagógica de modo a melhorar e facilitar o processo de Ensino/Aprendizagem.

3.1.1. Instrumentos

Para a elaboração deste estudo foi utilizada a bateria de testes Fitnessgram nos quais constam a aptidão aeróbia, aptidão muscular e composição corporal. Após a realização dos testes beneficia-se da informação acerca da zona saudável em que cada aluno se situa, em cada teste. A aptidão aeróbia é avaliada pelo teste do vaivém; a aptidão muscular é obtida pelo teste de força abdominal e resistência (abdominais), força e flexibilidade do tronco (extensão do tronco), flexibilidade (senta e alcança), força superior (extensão de braços); por sua vez a composição corporal é conseguida pelo índice de massa corporal (IMC – peso e altura).

3.1.2. Procedimentos

A bateria de testes de Fitnessgram foi aplicada nas primeiras semanas do ano letivo, em período de aula.

No teste do vaivém, o aluno deverá percorrer a máxima distância possível numa direção e na oposta, numa distância de 20 metros, com uma velocidade crescente em períodos consecutivos de um minuto.

O teste de força e resistência abdominal traduz a importância destas capacidades para a promoção de uma postura correta e de um alinhamento eficaz da cintura pélvica. Alinhamento este que é essencial para manter a zona lombar da coluna cervical saudável. A aptidão músculo-esquelética dos músculos abdominais, extensores do tronco e posteriores da coxa, contribui para a manutenção de uma postura correta e para a

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prevenção ou controlo de problemas de saúde da zona lombar da coluna vertebral. Para isso foi realizado o teste de extensão de tronco.

A flexão/extensão dos membros superiores até que a articulação atinja um ângulo de 90⁰ é o teste recomendado para a avaliação da força e resistência da região superior do corpo.

A flexibilidade normal dos músculos posteriores da coxa permite a rotação da cintura pélvica em movimentos de flexão para a frente e posterior inclinação da cintura pélvica para que se assuma uma posição correta quando sentado. O Teste Senta e Alcança avalia principalmente a flexibilidade destes músculos.

O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos testes para avaliar a composição corporal. Este estabelece uma relação entre a altura e peso de cada aluno. Relação essa que indica se o peso da pessoa está ou não adequado à sua estatura.

3.1.3. Relatório e Conclusões

Após a realização do Estudo de Turma e avaliação dos resultados obtidos foi possível observar vários pontos onde era necessária uma intervenção mais significativa. Desde logo ao nível do espírito competitivo de modo a estimular a prática de exercício. Para a aplicação desta medida foram criadas várias competições em determinados momentos de aula havendo no final recompensas e castigos, tais como dar um pequeno período livre no final da aula e ajudar a arrumar o material, respetivamente.

Tendo em conta as dificuldades sentidas em anos anteriores, o Grupo de Educação Física implementou a Unidade Didática de condição física de modo a promover a atividade física e a melhoria das capacidades físicas. Assim, foi lecionada esta Unidade didática durante as aulas de 45 minutos do 1º Período. Estas aulas eram compostas por 4 estações de exercícios, direcionados para as diversas capacidades físicas de modo a poder desenvolver cada uma delas. Para além das capacidades físicas foi também trabalhada a capacidade aeróbia com corridas.

Durante os 2º e 3º Períodos foi mantido o plano de trabalhar estas capacidades. O aquecimento incidiu sempre na capacidade aeróbia utilizando o teste o Vaivém e alguns exercícios mais direcionados para a vertente física (burpees e polichinelos). No final de cada aula, e tendo em conta as dificuldades apresentadas no teste de força abdominal, eram executados também alguns exercícios de trabalho abdominal.

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Para além destas medidas, foi também dada especial atenção aos alunos com o IMC acima da média. A estes alunos foi dada especial atenção permitindo a realização dos exercícios (aquecimento e fim de aula) ao seu ritmo, isto sem nunca deixar que se descurassem nem que fizessem menos que os restantes.

Estas foram as alterações aplicadas ao longo do ano. Nem todas elas foram eficazes uma vez que alguns elementos da turma não colaboravam com estas medidas, sendo alguns deles carentes das mesmas.

3.2. Atividade na Escola

3.2.1. Desporto Escolar

Segundo o Decreto-lei nº 95/91 de 26 de fevereiro, Artigo 5º, define-se o Desporto Escolar pelo conjunto das práticas lúdico-desportivas ou de formação como objeto desportivo e que é desenvolvida como forma de ocupação de tempos livre ou de complemento curricular, num sistema de liberdade de participação e de escolha da modalidade desde que a mesma esteja integrada no plano de atividades da escola, bem como integrada no sistema educativo nacional. O Desporto Escolar como parte integrante do nosso sistema educativo não poderia faltar ao longo deste Estágio. Logo na primeira reunião de início de ano letivo foi apresentado, pelo professor cooperante, os diversos projetos que a escola disponha no que concerne ao desporto escolar. Uma vez conhecida a orientação do autor para o Futebol foi proposta a integração no grupo de Futsal do Desporto Escolar, no escalão de Juvenis Masculinos. Desde logo a proposta foi aceite. O grupo era constituído por aluno nascidos no ano de 1998 a 2000. Os treinos do Desporto Escolar acontecem à quarta-feira e à quinta-feira, no Pavilhão Municipal de Alijó, das 14 horas às 15 horas. Devido à incompatibilidade de horários entre os alunos praticantes e os horários dos treinos nem sempre foi possível reunir todos os alunos para a realização de um treino estruturado. A função do professor estagiário no seio deste grupo prendeu-se com o auxílio ao professor responsável, acompanhando-o nos jogos. Foram realizados três encontros desportivos, tendo estado presente em dois. Em cada encontro, estiveram presentes mais duas escolas, tendo em conta o quadro competitivo. Após estes três encontros, o grupo ficou apurado para os Quartos-de-final, jogo realizado em campo neutro e no qual a equipa foi eliminada.

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Para além deste grupo que foi acompanhado com maior regularidade, ainda houve a oportunidade de acompanhar em duas Jornadas a equipa de Infantis B a equipa de Iniciados, ambas na modalidade de Futsal Masculino.

Pode-se por isso concluir que esta atividade foi extremamente enriquecedora a nível de evolução pessoal, bem como para crescimento como professor.

3.2.2. Atividades do Grupo de Educação Física

Até ao momento foram realizas bastantes atividades escolares nas quais se tentou sempre participar. Um dos objetivos deste tipo de atividades é que haja uma grande adesão por parte da comunidade escolar, uma vez que estas são de âmbito extracurricular e de complemento a educação. No início do ano foram indicadas as atividades a serem realizadas pelo grupo de Educação Física, sendo que todas elas já são hábitos de anos anteriores. As atividades realizadas foram: o Corta-Mato Escolar, Sprint e Mega-Quilómetro, Mega-Salto, Escola em Movimento (Torneio de Voleibol) e por fim as atividades de Final de Período (Torneio de Badminton e Torneio de Andebol).

No Corta-Mato Escolar a tarefa do professor estagiário foi a entrega dos dorsais e a recolha da ordem de chegada dos alunos. Esta atividade decorreu no Parque de Manutenção situado no Complexo das Piscinas Municipais. O Corta-Mato abrangeu toda a comunidade escolar e os diferentes escalões etários. Desta forma, houve a necessidade de organizar as provas por escalões e género. Iniciou-se com o escalão Infantil A, prosseguindo com o escalão de Infantil B, Iniciado, Juvenil e Júnior. Relativamente ao género, o sexo feminino realizou a prova primeiro.

Nos Megas, o autor deste trabalho exerceu as funções de ordenação das séries das diferentes provas e dos diferentes escalões. No dia da prova ficou responsável pela medição dos saltos. As provas decorreram no Campo de Jogos Exterior da Escola. Inicialmente decorreram as provas de Mega-Sprint e Mega-Salto. O Mega-Sprint iniciou-se com ordem crescente relativamente aos escalões etários, tendo o Mega-Salto começado de forma inversa. Iniciou-se com as provas femininas e posteriormente as provas masculinas dentro de cada escalão. Após a realização destas provas, iniciou-se o Mega-Quilómetro seguindo a ordem anteriormente referida.

No dia da Escola em Movimento, a atividade proposta pelo grupo de Educação Física foi a realização de um torneio de Voleibol para os alunos do Ensino Secundário. Neste torneio houve a necessidade de decidir de que forma se realizariam os jogos, qual a

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pontuação de cada set e quantos sets se disputariam em cada fase do torneio. Após a participação nesta reunião preparatória da atividade e já no torneio propriamente dito o professor estagiário ficou com a responsabilidade de arbitrar jogos em conjuntos com outros professores.

Nas atividades de Final de Período, o grupo propôs a realização de um torneio de Badmínton na categoria de Singulares e um torneio de Andebol. Ambos foram abertos a toda a comunidade escolar. Em relação ao torneio de badmínton houve a necessidade de recolher as inscrições, da elaboração do quadro competitivo e de decidir de que forma iria decorrer o torneio (número de sets). Tendo em conta a elevada adesão, foi necessário montar diversos campos dentro do Pavilhão Municipal. Quanto à arbitragem dos jogos, esta ficou à responsabilidade dos alunos, deslocando-se depois à mesa para comunicação dos resultados e posterior evolução do quadro competitivo.

No torneio de Andebol, depois de recolhidas as inscrições das equipas houve a necessidade de sortear a ordem dos jogos. Devido ao número de equipas não permitir realizar eliminatórias diretas, teve de se repescar uma equipa para a fase seguinte. A equipa repescada foi a que teve uma derrota com diferença de golos mais pequena. Durante o torneio ajudou-se na arbitragem dos jogos em conjunto com outro professor.

A possibilidade de ajudar e participar nas diferentes atividades do grupo de Educação Física permitiu uma melhor integração na comunidade escolar e uma mais-valia neste período de Estágio.

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4. Resultados/Discussão

Neste ponto será feita a discussão dos resultados tendo em conta as estratégias utilizadas nas diversas Unidades Didáticas. Ao longo deste ponto tentar-se-á responder a todas as questões abaixo enumeradas:

 O que aconteceu e estava previsto acontecer?

 O que aconteceu e não devia ter acontecido?

 O que não aconteceu, mas devia ter acontecido?

 Como posso repetir o que aconteceu garantido o sucesso?

 Como posso fazer não acontecer o que aconteceu e não devia ter acontecido?

 Como posso fazer acontecer o que não aconteceu e devia ter acontecido?

Na Unidade Didática de Natação, e após a avaliação diagnóstico foram definidos os objetivos comportamentais terminais de acordo com o “Programa de Educação Física (Reajustamento), Ensino Básico, 3º Ciclo”. Assim, durante as aulas os exercícios foram sempre direcionados para a obtenção dos objetivos propostos para a generalidade da turma. Uma vez que os alunos não se encontravam todos no mesmo nível de aprendizagem, foi necessário adaptar objetivos para esses alunos.

A turma diferenciava-se em 4 grupos de alunos, os que nadavam de acordo com a maioria das componentes técnicas, os que apresentavam algumas dificuldades no cumprimento dessas componentes, os que nadavam, mas cumprindo poucas componentes e os que não sabiam nadar. A colocação dos alunos na piscina foi feita de acordo com as suas dificuldades, estando os alunos com maiores dificuldades perto do professor e da margem e assim sucessivamente.

O grupo dos alunos que nadavam de acordo com a maioria das componentes técnicas, aquando da avaliação diagnóstico estavam de acordo com os objetivos definidos no Programa da Disciplina. Assim, houve a necessidade de dar aos alunos outro tipo de vivências para que não desanimassem e pudessem aumentar o seu nível. No final da Unidade Didática, foi possível observar um aperfeiçoamento das componentes técnicas e assim uma evolução ao nível das suas capacidades de nado. As estratégias utilizadas para que os alunos pudessem evoluir deveram-se essencialmente ao trabalho específico das componentes em que apresentavam alguma dificuldade e assim poder melhorar. A vontade de aprender por parte dos alunos foi um elemento decisivo para que pudessem melhorar as suas capacidades.

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Em relação ao grupo dos alunos que apresentavam algumas dificuldades no cumprimento dessas componentes, foi necessário criar exercícios para que no final da Unidade Didática os alunos estivessem dentro dessas componentes, tendo para isso que haver uma melhoria das suas capacidades. As estratégias passaram essencialmente pela aplicação de exercícios específicos onde se trabalhasse cada componente de forma isolada e os alunos pudessem assimilar os critérios de cada movimento. Após assimilarem as componentes isoladamente, os alunos exercitaram essas componentes em conjunto.

O grupo dos alunos que nadavam, mas cumprindo poucas componentes foram os alunos em que foi necessária uma maior intervenção e uma maior correção a nível da realização das componentes. Neste grupo, as estratégias passaram primeiramente pela realização de exercícios numa zona confortável para que pudessem apreender os movimentos pretendidos. Para esta fase inicial de aprendizagem foi necessário a utilização de diversos materiais para que os alunos sentissem maior segurança e se pudessem concentrar na execução dos gestos. Após essa primeira aprendizagem, na qual se pretendia que aperfeiçoassem os movimentos rígidos, os alunos passaram para uma exercitação com maior exigência para que pudessem ficar próximos dos objetivos pretendidos.

Em relação ao último grupo, os alunos que não sabiam nadar, não foi possível observar qualquer mudança comportamental devido à falta de assiduidade às aulas e há pouca recetividade de cumprimento dos objetivos operacionais propostos. Em todas as aulas existiram conversas para persuadir a realização das aulas, mas do lado oposto nunca existiu recetividade. Assim, tornou-se impossível observar melhorias dos alunos e avaliar as estratégias definidas por mim para esse grupo de alunos. Essas estratégias passavam por um trabalho específico de adaptação ao meio aquático com a introdução de algumas componentes básicas dos estilos abordados. Este tipo de exercícios serio posto em prática na zona da piscina onde os alunos estivessem mais à vontade (parte baixa) e sempre acompanhados de perto pelo professor estagiário.

Uma vez que a realização das aulas por parte de alguns alunos foi insuficiente e não permitiu efetuar uma avaliação contínua eficaz, uma das estratégias a utilizar, no caso de voltar a acontecer uma situação semelhante, será fazer a avaliação através do domínio cognitivo, com a aplicação de fichas formativas sobre os conteúdos abordados na aula e/ou questionamento direto, para que os alunos se mantenham atentos à aula e percebam que a sua realização é mais vantajosa.

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De uma forma geral, todos os alunos conseguiram melhorar as suas capacidades ao nível do estilo Crol, ficando aqueles que tinham mais dificuldade perto dos objetivos definidos para o geral da turma, atingindo os objetivos traçados aula a aula para eles. Ao nível do estilo costas, toda a turma demonstrou dificuldades, as quais foram minimamente debeladas permitindo que os alunos conseguissem entender quais os principais fundamentos na execução dos movimentos de membros superiores e inferiores.

Durante o 1º Período, foi realizada também a Unidade Didática de Condição Física. Esta tinha como principal objetivo o desenvolvimento das capacidades motoras condicionais dos alunos, bem como a preparação do Corta-Mato Escolar. A realização desta Unidade Didática é entendida como sendo importante no desenvolvimento dos alunos tendo em conta a faixa etária em que se encontram, a adolescência. Devido às alterações hormonais inerentes a esta fase de desenvolvimento, o corpo revela-se por vezes um obstáculo para a realização de certas atividades e nas relações interpessoais. Também as patologias associadas ao excesso de peso foram um fator determinante para a decisão de integrar esta unidade no plano de estudos. Esta pretende ainda fomentar o gosto pela atividade física e criar nos alunos hábitos regulares de prática desportiva, sendo ela federada ou apenas lúdica.

Para melhor organização da Unidade Didática, realizam-se testes de Fitnessgram no início das atividades letivas com o objetivo de haver um melhor conhecimento dos alunos e se possam criar as condições ideais para o seu desenvolvimento. Tendo em conta os resultados obtidos, foram definidos os objetivos para a Unidade Didática de acordo com o “Programa de Educação Física (Reajustamento), Ensino Básico, 3º Ciclo”.

No que concerne às aulas, estas foram organizadas sobre a forma de circuito com 4 estações. Em todas elas serão treinadas e trabalhadas todas as capacidades em forma de circuito. Os alunos executam durante 30 segundos o exercício proposto com máxima intensidade dentro das suas capacidades. O período de transição de 15 segundos permitia aos alunos normalizar a respiração e prepararem-se para a seguinte estação. Faziam-se 3 séries. No fim da realização dos 4 exercícios, os alunos usufruíam um descanso de 1 minuto. Uma vez que também se pretendia a preparação do Corta-Mato Escolar, ministrou-se uma aula exclusiva ao desenvolvimento da capacidade aeróbia. Esta aula teve como local o mesmo onde seria realizado a prova.

O circuito foi integrado dentro de outras modalidades de maneira a que as aulas não se tornassem monótonas, despontando o desinteresse dos alunos.

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Relativamente ao funcionamento das aulas, a divisão dos grupos era feita tendo em conta os géneros devido à diferença de capacidade física e principalmente devido ao facto de o sexo feminino se sentir mais confortável em grupos em que apenas estão presentes raparigas.

Inicialmente, os alunos mostraram pouca recetividade na realização das aulas e pouca vontade no momento de prática. Este facto deve-se principalmente à ideia que eles tinham do que era a condição física e de estarem à espera de exercícios em que a carga fosse excessiva. Uma vez que eles demonstravam este tipo de aversão, foi necessário a escolha de exercícios em que eles se sentissem confortáveis e que ao mesmo tempo conseguissem executar os exercícios.

A nível de avaliação, esta focou-se apenas no domínio cognitivo e no domínio sócio-afetivo, devido ao facto de não existirem componentes técnicas sobre as quais se pudesse avaliar. De uma forma geral, houve adesão dos alunos e um empenho razoável, sendo um ponto contra os fracos hábitos de prática desportiva e que são um pouco complicados de contornar.

As estratégias a adotar para melhorar a Unidade Didática são a criação de metas acordadas individualmente entre professor e aluno para aumentar o interesse e empenho nas aulas. Para além destes objetivos individuais, podem também ser criados objetivos gerais para a turma, indo também de encontro à vontade dos alunos. Outra alteração que

se poderia fazer no futuro seria a aplicação no final da Unidade Didática dos testes

Fitnessgram realizados no início do ano de forma a verificar a evolução dos alunos e de

lhes mostrar os possíveis benefícios da realização de atividade física regular.

Do ponto de vista pessoal, é de extrema importância a inclusão deste tipo de Unidades Didáticas no Programa, podendo até ter um registo de obrigatoriedade, tendo esta um tipo de exercícios que os alunos podem realizar mesmo fora do âmbito da Educação Física.

No início do 2º Período, foi abordada a Unidade Didática de Basquetebol. Após avaliação das capacidades dos alunos e dos gestos técnicos essenciais foi elaborada a Unidade Didática congregando os pressupostos do “Programa de Educação Física (Reajustamento), Ensino Básico, 3º Ciclo” e indo ao encontro das necessidades dos alunos. Apesar de a turma se encontrar no 9º ano de escolaridade, os conteúdos abordados eram respeitantes ao nível introdutório do Basquetebol.

Com a realização da avaliação diagnóstica foi possível avaliar as capacidades dos alunos quanto à modalidade em questão e dessa forma foi necessário fazer alterações à

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Unidade Didática, algo que já havia sido explicado anteriormente. Foi notória alguma dificuldade da realização correta dos gestos técnicos bem como alguma dificuldade de coordenação entre manuseamento da bola e a locomoção. Os alunos não dominavam os conceitos básicos individuais e quanto ao jogo formal (5vs5) e reduzido (3vs3), as dificuldades eram também visíveis.

Ao longo da Unidade Didática foram lecionados conteúdos como passe de peito e passe picado, dribles de progressão e proteção, os lançamentos na passada, em apoio e em suspensão e a transição ofensiva. Quanto aos conteúdos individuais, foi notória uma evolução no desempenho dos alunos quando estes eram realizados em situações sem oposição. Quando se passava para o contexto de jogo reduzido, foi notada uma grande dificuldade ao nível da ocupação do espaço no campo bem como de outras componentes táticas como a desmarcação e a marcação individual. Para além das já referidas dificuldades nas ações táticas, os alunos também tinham dificuldade em perceber quando deviam lançar ao cesto e que tipo de lançamento deviam executar.

Depois de assimiladas as ações técnicas do jogo, foi introduzida a transição ofensiva. E foi aqui que surgiram os maiores problemas. Depois de explicada verbalmente e esquematizada num papel com o campo de basquetebol fez-se a transição para o campo com uma exemplificação lenta da movimentação dos alunos e do que se pretendia que eles executassem. Inicialmente fez-se o exercício a campo inteiro a uma velocidade moderada, mas os alunos tiveram alguma dificuldade com aquilo que se pretendia. De forma a eles poderem assimilar os movimentos, reduziu-se a velocidade de execução, mas manteve-se o exercício a funcionar em campo inteiro. Mesmo com esta adaptação, os alunos demonstravam algumas dificuldades durante o exercício. Após inúmeros

feedbacks, paragens do exercício e constantes explicações, optou-se por executar o

exercício nos 2 meios campos, com o objetivo de reduzir o espaço, de serem necessárias menos movimentações e para permitir que assimilasses aquilo que inicialmente havia sido explicado. Houve algumas melhoras e após passar novamente para campo inteiro foram visíveis essas mesmas alterações ao nível do desempenho.

Em relação ao jogo reduzido as dificuldades de ocupação de espaço já citadas e a falta de cultura de jogo eram uma grande complicação para o desenrolar do jogo. Os alunos não tinham conhecimento de como se desenrola um jogo, não entendem os momentos do jogo (defensivo e ofensivo), não permitiram um grande avanço neste aspeto. O jogo foi apenas introduzido para que os alunos pudessem ter competição e não para que fosse

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introduzido qualquer elemento avaliativo. Ainda assim, em todos os momentos de jogo foram dados feedbacks para que os alunos pudessem sempre levar algo novo e aprender o funcionamento de um jogo de basquetebol. Para os jogos, houve sempre uma divisão da turma por sexo, uma vez que sendo um desporto de possíveis contactos, tentou-se evitá-los devido à faixa etária em questão e às diferenças quanto à força.

Em futuras Unidades Didáticas de Basquetebol uma das alterações a realizar seria a criação de situações mais avançadas de aprendizagem nas quais se introduzissem elementos defensivos para complicar a ação dos atacantes e fazer com que os leve a pensar qual a ação mais indicada a realizar. Esta alteração permite também uma maior aprendizagem e um transfer para o jogo.

Ainda no 2º Período, iniciou-se a Unidade Didática de Ginástica, a qual aborda conteúdos de ginástica de aparelhos (minitrampolim, plinto, mesa de saltos). Esta abordagem deve-se ao facto de proporcionar aos alunos umas aulas mais divertidas e nas quais envolvesse algum risco. Como regra inicial, foi dito aos alunos que teriam de se equipar com sabrinas e/ou meias antiderrapantes. Esta medida visava a preservação do material.

Os conteúdos lecionados na Unidade Didática foram os saltos no minitrampolim, sendo eles o salto vela, o salto engrupado e encarpado, o salto carpa (membros inferiores afastados e unidos). No salto do plinto/mesa de saltos foi abordado o salto eixo e o salto entre mãos.

Para uma melhor aferição das capacidades dos alunos a primeira aula teve como principal objetivo avaliar o nível em que eles se encontravam para depois encontrar os exercícios adequados para a evolução dos alunos. Após essa avaliação iniciou-se a Unidade Didática de forma mais específica iniciando-se a transmissão dos conteúdos previamente definidos.

Sendo a Ginástica uma modalidade que solicita todo o corpo, adotou-se como aquecimento exercícios corporais. Antes desses exercícios corporais era feita uma corrida com alguns exercícios de aquecimento das zonas que iriam ser mais solicitadas durante a aula. Nas primeiras aulas os exercícios corporais eram instruídos pelo professor estagiário. Depois dos alunos os terem consolidado foi-lhes solicitado que se dirigissem à frente e os executassem para a turma. Esta opção teve como principal objetivo mostrar-lhes o que é estar do outro lado e também proporcionar-mostrar-lhes momentos de liderança.

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Os primeiros conteúdos a abordar foram os saltos no minitrampolim. Sendo estes saltos de algum risco de queda, durante estas aulas apenas existia uma estação colocada na zona central da sala. O professor estagiário colocava-se na zona de queda, para impedir qualquer tipo de acidente. Após a primeira aula de transmissão de conteúdos foi notada alguma dificuldade no contacto com o minitrampolim. Assim, foi necessário criar progressões pedagógicas para os alunos alcançarem o objetivo definido. Depois de estar consolidada a fase do voo, foi necessário praticar a figura pretendida. Desta forma, os alunos foram colocados num plano superior e executaram apenas a figura. Quando já consolidadas as duas fases do salto, passou-se para a sua execução completa.

O seguinte conteúdo a abordar era o salto no plinto/mesa de saltos. Sendo este um salto que envolve mais riscos, e no qual os alunos sentes mais receio devido a possíveis contactos com o plinto, foi necessário encontrar algumas estratégias de modo a contornar esses pequenos medos. A primeira fase foi apenas subir para a cabeça do plinto colocada no chão. Este era um aspeto importante para perceberem o movimento dos membros inferiores. A fase seguinte envolvia o salto para o plinto, já com alguma altura. Sem corrida de balanço, os alunos davam pequenos saltos no reuther e sentavam-se no plinto protegido com um colchão para amortecer a queda.

Estando já treinadas algumas das fases, passou-se para a fases do voo e da receção. Para aperfeiçoar estas fases, colocou-se o plinto junto da mesa de saltos. Com os alunos em cima do plinto pretendia-se simular a fase do 1º voo à saída do reuther. Depois de colocados nessa posição, executavam o salto apoiando-se na mesa de saltos.

Após a execução das progressões, criaram-se 3 estações ao longo das aulas restantes. Os alunos que se sentiam à vontade executaram o salto no plinto, estando este na sua altura máxima. A impulsão era feita através do reuther. De referir que o plinto encontrava-se sempre protegido pelo colchão para prevenir qualquer contacto. Para realizar o salto na mesa de saltos, os alunos faziam a impulsão com a ajuda do minitrampolim. Esta opção deve-se essencialmente à falta de força para se impulsionar do reuther. Existia ainda uma estação na qual o salto era feito no boque. Esta estação foi criada para que os alunos com maiores receios executassem o salto e perdessem alguns receios.

Apesar de a Ginástica ser uma modalidade sobre a qual os alunos não têm uma opinião muito favorável, sentiu-se que foi uma modalidade com bastante adesão e empenho durante a sua duração. A assiduidade da turma foi quase de 100%. É também importante

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referir que a maioria dos alunos da turma estavam num nível médio e com excelentes capacidades para alcançar níveis ainda melhores.

Fazendo um balanço final, em relação às estratégias aplicadas elas foram benéficas pois permitiu que os alunos evoluíssem desde a avaliação diagnóstico até à avaliação sumativa.

No início do 3º Período iniciou-se outra Unidade Didática. Esta é talvez a modalidade mais praticada na escola e uma das que tem maior afluência aquando dos torneios dinamizados pelo Grupo de Educação Física. O Badmínton é uma modalidade bastante apreciada na comunidade escolar, que proporcionou um maior gosto no seu planeamento e leccionamento.

Como conteúdos a abordar, incluíram-se todos os gestos técnicos existentes na modalidade, sendo eles o lob, drive, clear, smash e os serviços curto e longo. Foram abordados começando dos executados abaixo da cintura para aqueles que eram executados acima da cintura. Foram tratados também os jogos de singulares e de pares.

Sendo uma modalidade em que os alunos se sentem confortáveis a jogar, como já havia referido anteriormente, há a ideia que não necessitam de praticar para melhorar as suas capacidades. E este foi um dos problemas enfrentados durante as primeiras aulas da Unidade Didática. Outro problema foi a atitude de alguns alunos, isto é, quando acontece a primeira dificuldade na execução de algum gesto técnico recorrem rapidamente à expressão “não consigo” ou “não sei”.

Para perceber melhor o nível dos alunos foi feita a avaliação diagnóstica. A avaliação diagnóstica permitiu identificar algumas dificuldades dos alunos bem como os problemas supracitados. Possibilitou também aferir os diferentes níveis da turma. Apesar de existirem diferenças de níveis, estas não interferiram no normal desenrolar da aula nem exigiram alterações ao nível dos planos de aula.

Durante a duração da Unidade Didática de Badminton ficou decidido dividir a turma por sexo. Esta divisão prende-se com o facto de a maioria dos alunos usar a força e não executar tecnicamente bem o gesto. Como as diferenças de força são bastantes, nesta faixa etária, seria difícil haver uma prática constante dos exercícios pedidos. A escolha dos exercícios recaiu sobre os mais analíticos, de forma a proporcionar a execução do gesto que era solicitado em cada objetivo operacional. Apesar de os critérios de êxito serem referidos na sua totalidade aquando da explicação dos objetivos operacionais, eram

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introduzidos individualmente. A intenção era que os alunos interiorizassem o movimento e no final conseguissem juntar todos e executar corretamente o gesto.

Ao longo da Unidade Didática houve sempre tempo para jogar de forma a se poderem trabalhar os gestos técnicos abordados na aula e nas aulas anteriores. Os jogos eram sempre condicionados a esses gestos. Nas aulas de 90 minutos os jogos eram na situação de singulares devido ao espaço disponível. Nas aulas de 45 minutos os jogos eram na situação de pares devido a haver apenas 2 campos disponíveis.

Os gestos técnicos com dificuldades mais notórias foram o drive, o smash e os serviços. O drive trouxe algumas dificuldades pela zona de batimento bem como toda a preparação necessária para a sua execução. Tendo em conta esta dificuldade, houve a preocupação de encontrar soluções e progressões para melhorar esses aspetos. No que diz respeito aos serviços, no serviço curto o principal problema foi a pega no volante e o movimento de pulso. Quanto ao serviço longo o principal movimento foi a coordenação entre largar o volante e o movimento da raquete com o final movimento de pulso. Foi notório um constante movimento de braço em vez do pulso ao longo da Unidade Didática. As estratégias aplicadas para contornar foram semelhantes em todos os casos (progressões pedagógicas, critérios de êxito individualmente…).

As aulas tinham sempre exercícios idênticos de forma a não se perder tempo em alterações na organização. Aquando da mudança de objetivo operacional, os alunos mantinham as suas posições e era apenas o professor a colocar-se numa posição em que pudesse ser observado por todos.

Em todas as aulas eram solicitados os gestos abordados na aula anterior para que se pudesse consolidar esses mesmos gestos.

De uma forma geral, a Unidade Didática foi bem-sucedida havendo algumas evoluções nos alunos que tiveram uma assiduidade de quase 100% nas aulas.

Após terminada a Unidade Didática de Badmínton iniciou-se nova modalidade. A escolha recaiu no Voleibol. O Voleibol é também uma modalidade bastante apreciada no meio escolar, embora essa apreciação seja maioritariamente no ensino secundário.

Os conteúdos a abordar foram os conteúdos mais simples e básicos como forma de iniciação à modalidade. Apesar de a opção serem os gestos mais básicos, houve sempre a intenção de suscitar o gosto pela prática da modalidade.

Aquando da avaliação diagnóstica, perceberam-se as dificuldades sentidas por alguns alunos, principalmente na execução do toque de dedos e da manchete. Estes são os gestos

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técnicos que exigem mais habilidade e sensibilidade e que estes alunos ainda não têm. Assim, houve a necessidade de praticar bastante nas aulas a execução destes gestos e de retirar alguns mais avançados. Assim os conteúdos abordados ao longo da Unidade Didática foram o passe de dedos, a manchete, o serviço por baixo. Houve também uma pequena abordagem ao bloco e ao remate em apoio, e à rotação da equipa e do sistema defensivo a utilizar na receção ao serviço.

Uma vez sentidas as dificuldades na aula de avaliação, optou-se por ter em todas as aulas um aquecimento específico no qual se pudesse trabalhar o passe de dedos e a manchete. Neste momento para além do aquecimento pretendia-se principalmente o trabalho e desenvolvimento das capacidades técnicas dos alunos.

No que diz respeito à organização das aulas escolheu-se trabalhar sempre em duplas numa organização explicada na primeira aula e que se manteve ao longo de todas.

No desenvolvimento dos gestos técnicos, todos eles foram sujeitos a progressões pedagógicas. A aplicação destas progressões deveu-se às dificuldades dos alunos e como forma de lhes facilitar a aprendizagem e execução dos gestos técnicos. Apesar de ter sido apenas lecionado 5 aulas (3 de 90 minutos e 2 de 45 minutos), foi possível observar algumas evoluções nos alunos. Assim, já foi possível manter a bola no ar durante algum tempo, embora nem sempre os gestos tenham sido bem executados.

Quanto à parte do jogo, inicialmente foi previsto a realização de um jogo formal no final de cada aula, mas após a aula de avaliação diagnostica e a observação das capacidades dos alunos essa opção foi repensada e substituída. Assim, a opção caiu na realização de jogos reduzidos e condicionados. Desta forma, com menos alunos e menos espaço de jogo os alunos conseguiam manter a bola em jogo.

Ao longo da Unidade Didática a assiduidade não foi tão boa como nas aulas anteriores existindo alguns alunos com pequenas lesões e outros que se apresentaram doentes e impossibilitados de fazer aulas.

A Unidade Didática de Voleibol de uma forma geral foi bem-sucedida ao nível de aprendizagens havendo apenas alguns reparos a fazer ao nível da assiduidade de alguns alunos. Foi visível alguma evolução ao longo das aulas, aquando da realização dos gestos técnicos de forma analítica. Apesar desta evolução, foi insuficiente para a realização de um jogo fluído. Ainda assim deu bastante gosto observar o empenho dos alunos e a sua vontade em querer melhorar.

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Conclusão

O Estágio Pedagógico proposto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro visa formar professores profissionais que no futuro sejam promotores de um ensino de qualidade. Desta forma, a minha capacidade reflexiva possibilitou-me desenvolver o estágio, permitindo-me relacionar a teoria com a prática, questionar e absorver cada vez mais informação. Esta atitude fez-me assim crescer enquanto profissional educativo e ser humano ao longo deste ano letivo.

A manutenção de um ambiente positivo de aula, que permita uma adequada situação de ensino-aprendizagem, é um dos maiores desafios da carreira de docente. O facto de estar numa posição de Professor Estagiário é ainda um desafio maior pelo facto de estar sujeito a uma constante avaliação. Apesar de ser uma experiência nova, a prática como treinador de escalões de formação, faz com que me sinta mais confortável nos diversos momentos de aula.

No que respeita à turma que me foi atribuída, o seu comportamento foi sempre uma das maiores lutas ao longo das aulas. Devido à faixa etária em que se encontram, era previsível a sua instabilidade comportamental dificultando os diversos momentos da aula. Estas foram variações iniciais de comportamento que me permitiram conhecê-los e perceber a forma de como deveria lidar com eles.

Tendo em conta todas estas situações, senti a necessidade de por diversas vezes conversar sobre os comportamentos observados em aula e que eram impeditivos de lecionar corretamente e como planeado as aulas. Ao longo destas conversas e chamadas de atenção senti uma melhoria do comportamento da turma. Ainda assim, é normal que por vezes os alunos se sintam mais livres nas aulas de Educação Física devido à excessiva carga horária.

Durante o ano a turma foi sofrendo várias mudanças, com entrada e saída de alunos, com alunos de atestado médico. Esta situação causou alguma incerteza pois nunca sabia se teria todos os alunos, se existiria mais ou menos um.

Na Unidade Didática de Natação, os objetivos foram na sua maioria alcançados. Houve a necessidade de divisão da turma em diferentes níveis de aprendizagem, mas todos alcançaram as metas propostas para cada grupo. Foi possível também despoletar nos alunos o gosto pela modalidade uma vez que esta requer valências diferentes das outras modalidades essencialmente devido ao meio onde é praticada.

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A Condição Física apresentou-se como um desafio para mim enquanto professor por ser um tema novo e sobre o qual os alunos tinham uma opinião errada. Foi possível desenvolver a maioria das capacidades motoras dos alunos e também mudar a ideia que eles tinham acerca do tema. Esta Unidade Didática permitiu também uma interação entre os alunos e a Natureza uma vez que algumas das aulas foram praticadas ao ar livre.

Já no início do 2º Período, a Unidade Didática abordada foi a de Basquetebol. Esta modalidade já era de maior conhecimento por parte dos alunos, embora esse conhecimento não se traduzisse num conhecimento técnico dos gestos. Esse foi um dos desafios devido aos alunos já terem os movimentos consolidados de forma errada. Ainda assim, foi possível a alteração de alguns comportamentos, conseguindo-se que os alunos passassem a executá-los razoavelmente bem. A maior dificuldade encontrou-se nos momentos táticos e nos quais os alunos não corresponderam ao pretendido. Os movimentos ficaram assimilados, mas a sua execução não era fluída.

Ainda no 2º Período foi lecionada a Unidade Didática de Ginástica. Os conteúdos abordados ao longo da Unidade Didática foram bastante simples. Apesar de teoricamente acessíveis, alguns exercícios demonstraram certas dificuldades. Essas dificuldades mostraram-se bastante importantes para a procura de soluções para as combater. De uma forma geral os objetivos foram cumpridos conseguindo a maioria da turma executar os saltos planeados sendo necessário adaptar as condições (altura da mesa de saltos, utilização do minitrampolim em vez do reuther).

No 3º Período, as modalidades abordadas foram o Badmínton e o Voleibol. Estas modalidades são mais fáceis de lecionar uma vez que houve grande recetividade por parte da turma.

No que diz respeito ao Badmínton, os alunos têm um gosto bastante grande pela modalidade, o que permite um melhor aproveitamento das aulas. Apesar de esse gosto trazer benefícios, transfere também alguns aspetos menos positivos. Uma vez que os alunos têm uma ideia que já jogam bem, e que não precisam de repetir os movimentos, faz com que se aborreçam com essas repetições. Essa foi uma das questões com os quais foi necessário lidar e procurar estratégias para as solucionar. Após ultrapassados esses pormenores, os objetivos definidos para a Unidade Didática foram atingidos.

Na continuação do último período do presente ano letivo, foi ainda lecionada a Unidade Didática de Voleibol. Esta teve também uma boa recetividade por parte dos alunos, uma vez que há alguns torneios durante o ano. Apesar do gosto, os alunos

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apresentaram bastantes dificuldades também devido à exigência técnica da modalidade em si. O período de tempo em que esta Unidade foi lecionada teve como principal finalidade dotar os alunos de alguns gestos básicos, de forma a se atingir um nível aceitável.

Os objetivos foram relativamente cumpridos, uma vez que também foram adequados ao baixo nível da turma.

Ao longo do ano, a participação nas diversas atividades do Grupo de Educação Física, permitiram integrar-me melhor na escola e nas suas diferentes valências, tanto social como educativa, e com isto guardar experiências valiosas para o meu futuro profissional, uma vez que tive sempre um papel ativo durante essas atividades.

Relativamente ao Estágio, e a tudo o que o engloba, existem algumas observações a apontar.

No que diz respeito aos programas elaborados pelas entidades superiores não estão adequados. Isto é, os alunos não atingem os níveis estipulados nos programas desde o 5º ano, e isso prejudica toda uma aprendizagem ao longo do seu percurso escolar. Também é verdade que os programas são apenas referências e temos de nos adaptar às circunstâncias, procurando no programa formas de solucionar as adversidades.

Outra das observações a fazer relaciona-se com a forma como o processo de Estágio é conduzido pela Universidade. O aluno estagiário entra na escola sem conhecer o meio, sem saber o que o espera e sem saber como lidar com algumas adversidades impostas por todo um círculo que o rodeia. Na minha opinião, seria benéfico durante a licenciatura uma maior intervenção no meio escolar. As experiências adquiridas dar-nos-iam maiores valências para lidar com os alunos no ano de estágio. Já no período de estágio, a Universidade deveria seguir o percurso do estagiário com mais atenção de forma a poder avaliar e ajudar na sua evolução.

No que concerne à Escola, o apoio dado por parte do Grupo de Educação Física, e da própria Direção, permitiu uma melhor integração nesta nova tarefa uma vez que já havia passado pela Escola como aluno. A nível de condições disponibilizadas para as aulas, o material disponibilizado era o suficiente para que se pudesse dar as aulas e proporcionar aos alunos um maior aproveitamento dos tempos de aula. O Grupo de Educação Física tem estipulado o ensino de duas Unidades Didáticas por período. Desta forma, há um espaço de tempo curto para cada uma dessas Unidades Didáticas. Esse facto faz com que as Unidades Didáticas sejam mais concentradas não tendo o tempo ideal para cumprir de

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forma correta com as funções didáticas. Não há muito tempo para exercitação sendo o tempo maioritariamente de Transmissão. Outro dos aspetos fora do controlo do estagiário e que afeta as aulas tem a ver com o espaço disponível para a prática. O espaço nem sempre é o mais adequado e por vezes causa períodos de alguma inatividade.

Como já foi referido, o Grupo de Educação Física sempre se mostrou disponível para ajudar no esclarecimento de dúvidas e um dos aspetos positivos que retiro deste semestre são as conversas e partilhas entre professores que me permite evoluir nos mais diversos aspetos da profissão.

Referências

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