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RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA: O PAPEL DO CONSUMIDOR NO DESCARTO DO LIXO ELETRÔNICO

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Rev. Augustus | ISSN: 1981-1896 | Rio de Janeiro | v.25 | n. 50 | p. 111-129 | mar./jun. 2020. 111

RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA: O PAPEL DO CONSUMIDOR NO

DESCARTE DO LIXO ELETRÔNICO

Viviane de Barros Duarte

Mestre pelo Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local do Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM, Rio de Janeiro, RJ viviane.barros.duarte@gmail.com

Patrícia Maria Dusek

Coordenadora e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local do Centro Universitário Augusto Motta, UNISUAM, Rio de Janeiro, RJ patricia.dusek@unisuam.edu.br

Reis Friede

Professor e Pesquisador do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) assessoriareisfriede@hotmail.com

Maria Geralda de Miranda

Docente e Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local do Centro Universitário Augusto Motta, UNISUAM. Rio de Janeiro. RJ. mgeraldamiranda@gmail.com

Kátia Eliane Santos Avelar

Docente e Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local do Centro Universitário Augusto Motta, UNISUAM. Rio de Janeiro. RJ katia.avelar@gmail.com

RESUMO

Um dos principais problemas ambientais com que se defrontam as grandes cidades está relacionado ao tratamento e à disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. Os componentes eletrônicos descartados de forma incorreta representam o tipo de resíduo sólido de maior crescimento no mundo, mesmo em países em desenvolvimento. O lixo eletrônico é considerado um grave problema para o ambiente e para a saúde, pois contém metais pesados altamente tóxicos. A logística reversa é uma atividade ampla que envolve todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais. A responsabilidade compartilhada foi sugerida como resposta para os problemas que envolvem a destinação final dos resíduos sólidos, impondo que todas as partes comprometidas se responsabilizem pelo tratamento e direcionamento adequado dos resíduos gerados após o consumo. O papel do consumidor na responsabilidade compartilhada é um ponto crítico para o sucesso da logística reversa. A população, como um todo, precisa se sensibilizar com a temática do lixo eletrônico e buscar alternativas para

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amenizar esse problema. Pode-se inferir que os consumidores ainda não dispõem de informações suficientes sobre o descarte correto do lixo eletrônico, os malefícios que esse lixo pode provocar à saúde e ao meio ambiente e, principalmente, sobre a responsabilidade que lhes compete dentro da política de logística revessa. Além disso, existe o agravante do difícil acesso aos postos de coleta. Para que haja um maior engajamento da população, faz-se necessário que o poder público e as empresas produtoras de eletrônicos faz-se unam na promoção de maiores esforços, a fim de reverter esse quadro.

Palavras-chave: Resíduos sólidos; Logística reversa; Lixo eletrônico.

SHARED RESPONSIBILITY: THE CONSUMER'S ROLE IN THE DISPOSAL OF THE

ELECTRONIC WASTE

ABSTRACT

One of the major environmental problems facing large cities is related to the treatment and proper disposal of urban solid waste. Improperly disposed electronic components represent the fastest growing type of solid waste in the world, even in developing countries. Electronic waste is considered a serious problem for the environment and for health as it contains highly toxic heavy metals. Reverse logistics is a broad activity that involves all operations related to the reuse of products and materials. Shared responsibility has been suggested as a response to problems involving the final disposal of solid waste, requiring that all parties involved be responsible for the appropriate treatment and management of waste generated after consumption. The role of the consumer in shared responsibility is a key to the success of reverse logistics. The population as a whole needs to be sensitized to the issue of electronic waste and seek alternatives to mitigate this problem. We can infer that consumers still have insufficient information about the correct disposal of electronic waste, the damage that this can cause to health and to the environment, and especially about their responsibility in the reverse logistics policy. Furthermore, there is an aggravation because of the difficult access to collection points. For a greater engagement of the population, it is necessary that the public power and the electronics companies come together in the promotion of more efforts, in order to reverse this situation.

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1 INTRODUÇÃO

Embora o progresso da ciência e o desenvolvimento tecnológico tenham contribuído significativamente para a melhoria da qualidade de vida da humanidade, simultaneamente, trouxeram consigo efeitos colaterais como o incremento do consumo, o uso insensato dos insumos, o aumento exponencial da geração de resíduos e da poluição, que conduzem à degradação ambiental e à escassez de recursos naturais, o que pode comprometer a sobrevivência da espécie humana, em uma era em que a Terra contabiliza mais de 7 bilhões de habitantes, com expectativa de chegar a 8 bilhões até 2026. O aumento da escala produtiva tem sido um importante fator de estímulo da exploração dos recursos naturais e da crescente geração de resíduos (RIEGEL; STAUDT; DAROIT, 2012).

A Revolução Industrial foi o marco da intensificação dos problemas ambientais. Conforme Barbieri (2007), a era industrial foi responsável pelo aumento da degradação ambiental, pois trouxe o avanço de técnicas produtivas intensivas que demandam uma grande quantidade de materiais e energia para atender aos mercados em expansão.

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972, deu início a uma nova fase na relação entre o meio ambiente e o desenvolvimento (RIEGEL; STAUDT; DAROIT, 2012). A partir do Relatório Brundtland, de 1987, conceituou-se desenvolvimento sustentável como “[...] aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.” (NASCIMENTO, 2012).

Um dos principais problemas ambientais com que se defrontam as grandes cidades está relacionado ao tratamento e à disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. O volume crescente e a composição cada vez mais diversificada dos resíduos gerados nos centros urbanos, aliados ao aumento da escassez de áreas para a implantação de novos aterros, representam um risco para o meio ambiente e para a saúde humana, constituindo-se em um grande desafio para a administração pública, que deve buscar alternativas para a minimização do problema (BORSOI, 1997).

A cultura do consumismo, que caracteriza a sociedade contemporânea, pode ser apontada como um dos principais fatores para a produção cada vez maior desses resíduos. A

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criação de falsas necessidades direciona a sociedade a consumir mais do que realmente necessita (SIQUEIRA; MARQUES, 2012).

Com a popularização de novos tipos de produtos e a introdução acelerada de modernas gerações de equipamentos eletrônicos, novidades que antes demoravam anos para alcançar todos os níveis de classes sociais, atualmente podem ser conhecidas em tempo recorde, fator que alimenta o consumismo (SILVA, 2010). A rapidez da obsolescência desses dispositivos aumenta progressivamente. Muitas vezes, esses aparatos tornam-se “ultrapassados” antes mesmo de saírem das lojas, o que representa um grande problema para as empresas, a sociedade e o meio ambiente, tornando-se verdadeiros lixos eletrônicos (BORGES, 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELETROELETRÔNICA, 2017).

Os eletrônicos descartados de forma incorreta representam o resíduo sólido de maior crescimento no mundo, inclusive em países em desenvolvimento. Um dos problemas desses resíduos está nas substâncias tóxicas não biodegradáveis em sua composição, o que aumenta a responsabilidade com sua destinação final (SILVA, 2010).

Com base no tema exposto, o presente trabalho tem como objetivo analisar dados da literatura sobre o lixo eletrônico, logística reversa e o papel do consumidor na responsabilidade compartilhada. Para tanto, foram realizadas consultas em sites de internet, em bancos de teses e dissertações, em bases de dados como Scielo, Google Acadêmico e Doaj.

2 RESÍDUOS SÓLIDOS NA ATUALIDADE

Existe uma preocupação crescente em relação às questões ambientais e ao “lixo”, ou seja, aos resíduos gerados, tanto os resíduos urbanos quanto os industriais (TORRES; FERRARESI, 2012). O termo técnico usado para lixo é resíduos sólidos (RS), que antes eram entendidos como meros subprodutos do sistema produtivo, agora passaram a ser encarados como responsáveis por graves problemas de degradação ambiental (DEMAJOROVIC, 1995). A geração demasiada de resíduos sólidos é uma das consequências do acelerado desenvolvimento científico e tecnológico em que a sociedade mundial se encontra.

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Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), resíduos sólidos (RS) são definidos como:

[...] resíduos nos estados sólidos e semi-sólido que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004).

Quando se trata de resíduos sólidos, é importante ressaltar que estes ainda incluem os resíduos domésticos, além do vidro, da garrafa PET, dos plásticos em geral e de outros produtos cujas matérias-primas trazem danos irreversíveis à natureza. Um grande exemplo de RS que aumenta diariamente são os produtos de origem tecnológica compostos por plásticos e metais de alta periculosidade para o meio ambiente (VIEIRA; SOARES; SOARES, 2009).

Os aspectos relacionados aos marcos legais da limpeza urbana, em especial da gestão e do manejo dos resíduos sólidos no Brasil, são definidos na Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB), Lei no 11.445, de 2007, ‒ na qual o plano de resíduos sólidos

deve integrar os planos municipais de Saneamento (PNSB) ‒ e na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei no 12.305, de 2010, regulamentada pelo Decreto no 7.404, de

2010 (JACOBI; BENSEN, 2011).

3 O LIXO ELETRÔNICO

A Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (ABINEE) agrupa os equipamentos eletroeletrônicos (EEE) em quatro linhas: linha branca (equipamentos de cozinha, refrigerados e área de serviço); linha marrom (equipamentos de áudio e vídeo); linha verde (equipamentos de informática e telecomunicação); linha azul (equipamentos portáteis e ferramentas elétricas). (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELETROELETRÔNICA, 2011).

Os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), também chamados de lixo eletrônico (e-lixo) e lixo tecnológico, são resíduos de equipamentos eletrônicos

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obsoletos como televisores, telefones celulares, rádios, eletrodomésticos portáteis, ferramentas elétricas, computadores, brinquedos eletrônicos, filmadoras, videogames e outros dispositivos criados para facilitar a nossa vida. Apesar da composição dos resíduos eletrônicos ser específica para cada equipamento, em geral, esses dispositivos são compostos por uma mistura de vários metais (cobre, alumínio, ferro, zinco, níquel, chumbo, cádmio e mercúrio), associados a vários tipos de plásticos, vidros e cerâmicas (CUI; ZHANG, 2008; SIQUEIRA; MARQUES, 2012;RODRIGUES, 2003).

Segundo relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a geração global de lixo eletrônico cresce a uma taxa próxima a 40 milhões de toneladas por ano (UNITED NATIONS ENVIRONMENTAL PROGRAMME SUSTAINABLE, 2009). Segundo Kang e Shoenung (2005), os REEE representam, entre 2 e 5% dos resíduos sólidos gerados nos municípios norte-americanos. Na Europa, os dados apontam para uma taxa de 3 a 5% de aumento anual no volume de rejeitos eletrônicos (HE et al., 2006).

De acordo com estudo realizado por Schluep e outros autores (2009), o Brasil é o maior produtor per capita de resíduos eletrônicos de computadores pessoais, entre os países emergentes. O Brasil é o quinto país do mundo no mercado de computadores portáteis, o quarto, no setor de televisores, e o terceiro, quanto ao volume de vendas de geladeiras e freezers. Em 2010, os brasileiros investiram 10 bilhões de dólares na compra de celulares, um volume que colocou nosso país na quarta posição mundial. A crise financeira de 2016 resultou em uma retração no número de telefones celulares vendidos, embora o faturamento tenha crescido 10%, em função do aumento no volume de vendas de

smartphones de maior valor agregado (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA

ELETROELETRÔNICA, 2012; 2016).

O lixo eletrônico (REEE) é considerado um resíduo sólido especial de coleta obrigatória (BRASIL, 2010), configurando-se como um grave problema para o ambiente e para a saúde, desde sua produção até o seu descarte, pois esses resíduos são constituídos por materiais que possuem metais pesados altamente tóxicos, denominados “vilões silenciosos”, como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, como pode ser visto no quadro 1.

A produção dos REEE pode afetar tanto os trabalhadores das fábricas quanto as comunidades no entorno de indústrias eletrônicas. Além disso, geralmente, esses resíduos

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são descartados em lixões e acabam contribuindo para a contaminação do meio ambiente, pois penetram no solo e nos lençóis freáticos. Outra classe de trabalhadores que sofre risco de contaminação são os catadores de lixo, que sobrevivem da venda de materiais coletados nos lixões (SIQUEIRA; MORAES, 2009; SILVA, 2010).

Devido ao grande acúmulo desses resíduos, é imprescindível que haja uma gestão ambiental eficaz para controlar seus efeitos no ambiente e na sociedade, como intuito de incentivar o consumidor e os fabricantes ao controle mútuo (BACHI, 2013).

Quadro 1: Principais substâncias utilizadas na fabricação de aparelhos eletroeletrônicos e

potenciais riscos à saúde humana

Substância Origem Tipo de contaminação Efeitos

Mercúrio Computador, monitor,

televisão de tela plana

Inalação e toque Problemas de estômago, distúrbios renais e neurológicos, alterações genéticas e

metabólicas

Cádmio Computador, monitor

de tubo e bateria de

laptop

Inalação e toque Agente cancerígeno,

afeta o sistema nervoso, provoca dores reumáticas, distúrbios metabólicos e problemas pulmonares

Arsênio Celular Inalação e toque Agente cancerígeno, afeta o sistema nervoso e tegumentar

Zinco Bateria de celular

e laptop

Inalação Vômito, diarreia e problemas

pulmonares

Manganês Computador e celular Inalação Anemia, dor abdominal, vômito, seborreia, impotência, tremor nas mãos, distúrbios

emocionais

Cloreto de amônia Bateria de celular e laptop

Inalação O acúmulo no organismo provoca

asfixia

Chumbo Computador, celular

e televisão

Inalação e toque Danos aos sistemas nervoso central e periférico, distúrbios

nos sistemas endócrino, circulatório e renal

PVC Usado em fios para

isolar correntes

Inalação Distúrbios respiratórios

Fonte: Yura (2014).

4 O PAPEL DA LOGÍSTICA REVERSA

O manejo inadequado de resíduos sólidos de origens diversas gera desperdícios, contribuindo de forma significativa para a manutenção das desigualdades sociais, o que

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constitui uma ameaça à saúde pública, agrava a degradação ambiental e compromete a qualidade de vida das comunidades nos centros urbanos (LIMA; SILVA; LIMA, 2011).

A crescente preocupação com o meio ambiente tem aumentado a importância da reutilização dos materiais e, consequentemente, estimulado a formação de um ciclo que parte do consumidor e retorna ao fornecedor (STOCK, 1998; DYCKHOOF; LACKES; REESE, 2004).

A logística reversa (LR) é uma atividade ampla que envolve todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais como: atividades logísticas de coleta, desmonte e processo de produtos e/ou materiais e peças usadas, a fim de assegurar uma recuperação sustentável dos mesmos e que não prejudique o meio ambiente (REVLOG, 2005).

Assim, a LR tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens de pós-consumo e de pós-venda ao ciclo produtivo ou ao ciclo de negócios, por meio de canais de distribuição reversos, agregando assim valores de natureza econômica, ecológica, legal, logística, de imagem corporativa, dentre outros (TORRES; FERRARESI, 2012). Para que haja um fluxo reverso, existe um conjunto de atividades que uma empresa pode realizar ou terceirizar. Entre essas atividades, encontram-se a coleta, a separação, a embalagem e a expedição de itens usados, danificados ou obsoletos, dos pontos de venda (ou consumo) até os locais de reprocessamento, reciclagem, revenda ou descarte (STEVEN, 2004).

Segundo Gonçalves e Marins (2006), a logística reversa apresenta três vertentes que auxiliam o seu funcionamento: a) logística – o ciclo de vida de um produto não se encerra com a sua entrega ao cliente; b) financeira – existe o custo relacionado ao gerenciamento do fluxo reverso, que se soma aos custos já tradicionalmente considerados na logística; c) ambiental – devem ser considerados e avaliados os impactos do produto sobre o meio ambiente durante toda sua vida.

Segundo Rosa (2007), a indústria da informática é uma das que mais colaboram para a degradação do meio ambiente, o que exigiu a criação de uma lei de responsabilidade compartilhada e logística reversa dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos.

De acordo com o Projeto de Lei 203/1991, que consolida a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, normatizada pelo Decreto

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7.404/201, o mecanismo de Logística Reversa é, sem dúvida, o instrumento que traz modificações no perfil da responsabilidade ambiental relativa aos resíduos produzidos no Brasil (MOI et al., 2012).

Os pontos importantes a serem destacados nas normas constantes da PNRS presentes no artigo 3o se referem a: 1) gerenciamento de resíduos sólidos ‒ conjunto de

ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; 2) logística reversa ‒ conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento; 3) responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos ‒ conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos (BRASIL, 2010).

A partir destas definições, deduz-se que, entre os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estão a prevenção e a precaução, o poluidor-pagador, o protetor-recebedor, a ecoeficiência dos processos e produtos e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (TORRES; FERRARESI, 2012).

5 A RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA E O CONSUMIDOR

No Brasil, a PNRS, institui o conceito de responsabilidade compartilhada dos atores envolvidos na geração de cinco tipos de resíduos, dentre os quais se destacam os equipamentos eletroeletrônicos (EEE), e na logística reversa de resíduos e embalagens. Isto implica que todos – fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos devem se organizar e realizar o recolhimento de embalagens usadas e dos resíduos de produtos (SIQUEIRA; MARQUES, 2012).

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Segundo Gadia e Oliveira (2011), a responsabilidade compartilhada é o marco fundamental proposto como resposta para os problemas que envolvem a destinação final dos resíduos sólidos, como o e-lixo, impondo que todas as partes comprometidas com o ciclo de vida da mercadoria se responsabilizem, segundo a atividade que desenvolvem, no tratamento e direcionamento adequado dos resíduos gerados após o consumo. Através da implementação dos sistemas de logística reversa, pretende-se envolver todos os elos do processo de produção e consumo nas questões relacionadas à coleta e à restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, visando ao seu reaproveitamento em outro ciclo produtivo ou mesmo adequando sua destinação final.

A decisão de adotar a logística reversa deve partir primeiramente das empresas, criando possibilidades para que os consumidores devolvam seus produtos obsoletos (VIEIRA; SOARES; SOARES, 2009). Nesta logística, a população torna-se peça fundamental para o sucesso do fluxo adequado de resíduos, uma vez que os cidadãos são os consumidores finais dos produtos e, consequentemente, os responsáveis diretos pelo correto descarte desses (SIQUEIRA; MARQUES, 2012). Sem o engajamento dos consumidores, a implementação desta prática será impossível, pois, para que a logística reversa possa acontecer, as empresas dependem diretamente dos consumidores, porque, se estes não fizerem a devolução dos produtos não mais utilizados, as empresas ficarão impedidas de devolvê-los ao ciclo produtivo, quando possível, nem tampouco dar-lhes uma destinação final ambientalmente adequada (VIEIRA; SOARES; SOARES, 2009).

6 A PROBLEMÁTICA DO DESCARTE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

O desenvolvimento sustentável implica em atender às necessidades presentes sem comprometer as necessidades futuras, diretamente relacionadas com a justiça social, a qualidade de vida, o equilíbrio ambiental e a ruptura com o atual padrão de desenvolvimento (JACOBI, 1999). Atualmente, a questão ambiental é a principal preocupação que vem despertando o interesse da grande maioria dos países, independentemente do regime político e do sistema econômico (MONTE BLANCO; LINK, 2001).

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A Organização das Nações Unidas estabeleceu 17 novos objetivos para o desenvolvimento sustentável, os quais deverão ser implementados por todos os países até 2030. Dentre esses objetivos, destaca-se o que recomenda tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros e resilientes, além de assegurar padrões sustentáveis de produção e consumo (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2015).

Estima-se que de 20 a 50 milhões de toneladas de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) sejam descartadas anualmente no mundo, das quais cerca de 12 milhões de toneladas são dispensadas diretamente na Ásia (ONGONDO; WILLIAMS; CHERRETT, 2011). De acordo com a Organização da Nações Unidas (2016), a indústria eletrônica ‒ uma das maiores e que mais crescem no mundo ‒ produz, a cada ano, até 41 milhões de toneladas de lixo eletrônico de bens como computadores e smartphones. Segundo previsões, este número pode chegar a 50 milhões de toneladas já em 2017.

Os países desenvolvidos são os responsáveis pela maior quantidade de descarte de REEE, enquanto nos países em desenvolvimento, há uma menor geração de REEE dispensado, devido à maior porcentagem de produtos que são reparados e reutilizados pelas camadas sociais mais baixas (SEO; FINGERMAN, 2011).

O REEE é um dos principais problemas ambientais do século XXI. Para lidar com isso, Hilty (2005) mostra que, desde 1994, alguns países da União Europeia vêm implementando, de maneira independente, legislações para gerenciar o exponencial crescimento dos REEE, destacando-se como referência mundial de políticas públicas e de ações voltadas ao manejo da política de logística reversa para enfrentar os problemas de toxicidade humana e ambiental.

No Brasil, a aquisição de eletroeletrônicos tem se tornado cada vez mais acessível, gerando, assim, uma assustadora explosão nas vendas destes produtos e facilitando sua substituição de uma forma muito rápida, o que traz como consequência um grande aumento dos REEE (PALLONE, 2009). A adoção de uma política pública ambiental preventiva equivale a uma antecipação de comportamentos danosos ao meio ambiente e à saúde pública (MACHADO, 2012).

A política de logística reversa é uma atividade ampla que envolve todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais como as atividades

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logísticas de coleta, desmonte e processo de produtos e/ou materiais e peças usadas, a fim de assegurar sua recuperação sustentável de forma a evitar prejuízos ao meio ambiente (REVLOG, 2005).

O papel do consumidor na responsabilidade compartilhada é um ponto crítico para o sucesso da logística reversa. A população precisa se sensibilizar com a temática do lixo eletrônico e buscar alternativas para amenizar esse problema (FERREIRA; RODRIGUES, 2010).

Em um estudo sobre a percepção ambiental e os REEE, em Mossoró (RN), Linhares (2012) relatou que 38% dos pesquisados não tinham conhecimento sobre a presença de substâncias tóxicas e prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, existentes nos componentes eletrônicos. A imensa maioria dos entrevistados (84,5%) afirmou desconhecer qualquer ponto de coleta para o recolhimento dos resíduos tecnológicos. Além disso, uma grande parte dos entrevistados (71,7%) revelaram desconhecer o fato de que as lojas de eletroeletrônicos devem recolher os resíduos provenientes desses equipamentos.

Em uma pesquisa realizada com alunos do ensino médio da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), Oliveira e Araújo (2014) demonstraram que 62% dos alunos descartam pilhas e baterias gastas no lixo doméstico, 28% guardam em casa e apenas 10% as depositam em postos de coleta. Em relação às baterias de celulares, 76% disseram descartá-las no lixo doméstico. A falta de conhecimento sobre o local de descarte foi um ponto discutido no trabalho de Borba (2012). Segundo o autor, poucos eram os entrevistados que conheciam locais de descarte de lixo eletrônico e, destes, menos ainda já tinham levado algum eletrônico obsoleto ao local correto de coleta. O autor segue relatando que, apesar da grande maioria dos entrevistados se considerarem responsáveis pelo descarte, poucos foram aqueles que buscaram informações e locais para descartar corretamente, colocando mais uma vez em pauta a questão da comodidade das pessoas em relação ao descarte, pois se desconhecem o modo correto de fazê-lo, preferem fazer o errado a buscar informação.

Ainda o citado autor identificou quatro fatores que se mostraram como os maiores empecilhos ao descarte correto do lixo eletrônico: 1) falta de informação; 2) dificuldade de acesso a coletores específicos; 3) valor econômico empregado na compra; e 4) esforços necessários para se realizar o descarte. O autor afirma que muitos adotam hábitos

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sabidamente errados apenas para não sair da sua zona de conforto. Desta forma, ele enfatiza que, além de campanhas informativas e do acesso a coletores específicos, as empresas e o poder público terão que se esforçar ainda mais para estimular os cidadãos a adotar comportamentos ambientalmente conscientes, empregando argumentos mais incisivos e persuasivos, e até mesmo coativos, para retirar as pessoas da sua zona de conforto e induzi-las a atitudes mais sustentáveis (BORBA, 2012).

Outros estudos nessa área também apontam para a necessidade de informação, a fim de que os consumidores se engajem em programas de reciclagem, pois, embora tenham conhecimento de que a reciclagem pode contribuir de forma positiva para o meio ambiente, não sabem ao certo como podem contribuir (CASTANHO; SPERS; FARAH, 2005; MENESES; PALACIO, 2006).

Nos dias atuais, onde a informação assume um papel cada vez mais relevante,

internet, ciberespaço, multimídia e educação para a cidadania representam a possibilidade

de motivar e sensibilizar as pessoas para empregar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a corresponsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para o desenvolvimento sustentável (JACOBI, 2013).

A aplicação de uma política que promova a educação ambiental já nas escolas de ensino fundamental torna-se primordial, pois, desta forma, as novas gerações serão educadas nos princípios éticos da sustentabilidade e com uma mentalidade conservacionista, tornando mais viável a implantação de políticas públicas que visem à utilização dos recursos de forma sustentável. Contudo, é de suma importância que, além dos projetos de educação e sustentabilidade ambiental, as práticas contrárias sejam punidas na forma da lei.

Como relatado acima, uma parte da população realmente desconhece o local adequado de descarte dos REEE, embora uma parcela dessas pessoas reconheça sua responsabilidade, preferindo se manter na inércia, já que não recebem nenhuma forma de punição pelo descarte inadequado, que contribui para o aumento da poluição. É imprescindível que ocorra uma maior sinergia entre as grandes corporações, os pequenos, médios e grandes empresários, os governantes dos níveis municipal, estadual e federal e a

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população, como um todo. Os empresários precisam ressignificar o conceito de logística reversa, subtraindo de suas mentes que esta prática não representará a diminuição dos lucros, mas sim, a criação de um diferencial que poderá abrir novas oportunidades.

O governo, por sua vez, pode oferecer maiores incentivos às empresas que realmente se comprometam com a gestão dos resíduos derivados dos produtos por elas produzidos. Os legisladores precisam elaborar leis adequadas, coerentes e eficazes, que tratem de maneira eficiente e punitiva os abusos daqueles que insistem em não praticar a gestão de logística reversa. Em relação aos cidadãos, é necessário que as empresas, o governo e as instituições de ensino atuem de forma conjunta, com a implantação de mais locais de descarte de lixo eletrônico, mais informação à população, através das grandes mídias, além da limpeza urbana de forma adequada e seletiva e de uma educação eficaz que ressalte que o problema do descarte inadequado do lixo eletrônico não é apenas uma questão de sustentabilidade, mas de saúde pública.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O rápido e constante crescimento das inovações tecnológicas tem como consequência o aumento dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE), pois o consumidor segue a mudança de equipamentos com a mesma rapidez. A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) constitui-se em um instrumento poderoso e consciente da necessidade imediata de proteção do meio ambiente para a nossa geração, bem como para as futuras gerações. Dentro dessa política, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos abrange fabricantes, importadores, distribuidores, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

Os consumidores ainda possuem poucas informações sobre o descarte correto do lixo eletrônico, a existência de postos de coleta, os malefícios que esse lixo pode provocar à saúde e ao meio ambiente e, principalmente, sobre a responsabilidade que lhes compete dentro da política de logística revessa.

Há necessidade de maiores esforços entre as empresas, os governantes e os legisladores para que haja um maior engajamento da população. As empresas devem

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disponibilizar mais postos de coleta de fácil acesso; o governo precisa investir em campanhas educacionais nas diversas mídias (rádio, televisão, internet); as escolas devem implantar a educação ambiental, para que as futuras gerações já cresçam cientes das suas responsabilidades, com o objetivo de minimizar os impactos ambientais e promover a sustentabilidade.

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____________________ Recebido em: 22/10/2019 Aprovado em: 27/02/2020

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