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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório Final de

Estágio Profissionalizante

Regente Professor Doutor Rui Maio Orientadora Dra. Paula Kjöllerström Sofia Gonçalves Bragança | 2013370 6º ano | Mestrado Integrado em Medicina | 2018-2019

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1 “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós" (Saint-Exupéry, 1987)

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Índice

Introdução ... 3

Objetivos Gerais ... 3

Atividades Desenvolvidas ... 4

Estágio Parcelar Ginecologia e Obstetrícia ... 4

Estágio Parcelar de Saúde Mental ... 4

Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ... 5

Estágio Parcelar de Pediatria ... 5

Estágio Parcelar de Cirurgia Geral ... 6

Estágio Parcelar de Medicina Interna ... 7

Estágio Opcional ... 7 Elementos Valorativos ... 8 Reflexão Crítica ... 8 Anexos ... 11 Anexo I ... 11 Anexo II ... 11 Anexo III ... 12 Anexo IV ... 12 Anexo V ... 13 Anexo VI ... 14 Anexo VII ... 22

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Introdução

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O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina trata-se de um ano de transição para aquilo que é a prática clínica médica exercida de forma autónoma. Nesse sentido, trata-se de um ano profissionalizante, constituído por estágios parcelares em seis áreas médicas, nomeadamente, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Saúde Mental, Cirurgia Geral e Medicina Interna. Durante os prévios anos de faculdade foi-nos fornecido o conteúdo básico teórico nas diferentes especialidades acima mencionadas, com intuito de permitir o exercício médico fundamentado, sendo neste ano profissionalizante, a primeira vez, que de uma forma responsável, autónoma, pró-ativa e crítica iniciamos a construção daquilo que será a nossa prática clínica. Tal ocorreu de forma tutorada, com ratio aluno-médico 1:1, e pressupôs a integração numa equipa de profissionais de saúde (anexo III). O presente relatório tem por fim introduzir e expor os objetivos gerais do 6º ano; descrever, por ordem cronológica, as atividades desenvolvidas ao longo dos diversos estágios parcelares bem como no estágio opcional; referir elementos valorativos e concluir com um posicionamento crítico. Existe, no final, uma secção destinada a anexos, onde se poderá encontrar referências utilizadas; abreviaturas e acrónimos; distribuição temporal e espacial dos estágios; sessões de cariz científico assistidas nos serviços; sessões extras com certificados de participação e fotografias.

Objetivos Gerais

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Previamente ao início dos estágios parcelares foi essencial definir objetivos, a fim de alcançar as competências teóricas, práticas e humanas básicas necessárias, enquanto futura médica, nas diferentes especialidades mencionadas. Com base na leitura de “O licenciado Médico em Portugal” (Faculdade de Medicina de Lisboa, 2005) conjuntamente com as minhas prioridades, destaco os seguintes objetivos, transversais a todos os estágios parcelares: I) manter uma conduta de respeito e responsabilidade pelo doente e pela sua privacidade; II) realizar a colheita anamnéstica e o exame objetivo; III) dominar os princípios inerentes à marcha diagnóstica e terapêutica das patologias mais prevalentes; IV) estabelecer medidas preventivas e de promoção de saúde e V) ser capaz de desenvolver um plano de seguimento do doente. Existem ainda outras dimensões que, enquanto aluna do 6º ano, procurei desenvolver, designadamente, o atentar ao contexto psicológico e social do doente, identificando vantagens e limitações que os mesmos impõem na sua abordagem; fornecer informação médica ao doente e respetivos familiares, inclusive a transmissão de boas ou más noticias e ser integrada numa equipa de trabalho, com múltiplos profissionais, contribuindo para a prestação de cuidados médicos aos doentes. De entre os objetivos pessoais, destaco a necessidade e humildade de identificar as minhas limitações e os meus erros, retificando-os; ser útil para as equipas médicas onde for integrada e, acima de tudo, para os doentes; retirar partido de todas as oportunidades de crítica, intrínseca e extrínseca, para melhorar a minha prática e, por fim, conciliar todas as atividades inerentes a este ano profissionalizante, com o estudo para a prova nacional de acesso, e com a minha vida e interesses pessoais, refletindo assim a consciencialização do médico enquanto ser humano, e como tal, um ser com necessidades.

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Atividades Desenvolvidas

Estágio Parcelar Ginecologia e Obstetrícia

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10 de Setembro a 4 de Outubro de 2018 | A sensibilidade e o respeito pela mulher e o seu corpo, aquando da abordagem diagnóstica e terapêutica, nas diferentes fases da vida e nas diferentes patologias, fizeram parte do quotidiano desta experiência. O estágio decorreu na Maternidade Alfredo da Costa, durante 4 semanas, e foi dividido em duas rotações, de 2 semanas cada, na Obstetrícia e na Ginecologia. O aprofundar e colocar em prática o conhecimento sobre a marcha diagnóstica e terapêutica das patologias ginecológicas e obstétricas, bem como da vigilância de uma gravidez; e realizar exame objetivo obstétrico e ginecológico, constituíram os objetivos específicos que pretendi alcançar. Na rotação de Obstetrícia, revi os princípios que regem o seguimento da gravidez e respetivas vigilâncias laboratoriais e ecográficas. Assisti 39 consultas, no âmbito da Hipertensão Arterial e da Gravidez de Alto Risco, atentando aos parâmetros inerentes à avaliação da grávida em tais contextos. Na última, auxiliei na colheita anamnésica, interpretei o BSG e diversos MCD, sobretudo, análises e ecografias obstétricas e realizei, por diversas ocasiões, o exame objetivo obstétrico. Na enfermaria, assisti à avaliação diária de 17 grávidas com patologia obstétrica, na sua maioria Insuficiência Cervico-Istmica, e em indução de trabalho de parto. Observei a realização de ecografias obstétricas e cardiotocogramas. No bloco de obstetrícia, assisti a oito partos, distócicos e cesarianas, em três das quais assumi o papel de segunda ajudante. Na rotação de Ginecologia, assisti a consultas de Ginecologia Geral, onde auxiliei na colheita da história clínica e realizei vários exames objetivos ginecológicos. Assisti também a consultas de Uroginecologia, Planeamento Familiar e Menopausa. Presenciei a dinâmica da enfermaria e do BO bem como a realização de histeroscopias. Passei pelo serviço de Procriação Medicamente Assistida, onde assisti a consultas e à realização de diversas técnicas, nomeadamente, punção ovárica, IUI, FIV e ICSI. Completei 12h semanais de SU, onde observei 51 mulheres, assisti a partos, eutócicos e distócicos, e à abordagem às principais queixas ginecológicas e obstétricas, na sua maioria, Hemorragia Vaginal. Presenciei as reuniões de serviço e a sessões clínicas do serviço (anexo IV). Realizei e apresentei a sessão cujo tema foi “Estados hipertensivos na gravidez – caso clínico “.

Estágio Parcelar de Saúde Mental

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8 a 31 de Outubro de 2018 | A capacidade de compreender os doentes com perturbações psiquiátricas, integrando o seu contexto familiar e social, e respetiva personalidade, fazem o resumo destas 4 semanas. O estágio decorreu no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, na Clínica 1 - Serviço de Estabilização e Triagem de agudos e Núcleo de 1º Surto Psicótico, onde trabalha diariamente uma equipa multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros, psicóloga, assistente social e terapeuta ocupacional permitindo assim uma completa prestação de cuidados. Tal enfermaria tem características peculiares, não só pelo já referido, mas também porque se trata de um serviço partilhado da pedopsiquiatria e psiquiatria, destinando-se a doentes entre os 15-25 anos. Percecionei que a prestação de cuidados agudos, na área da Saúde Mental, vai além da vertente da enfermaria, pois existiam diversas atividades diárias para

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5 os doentes. O contacto prévio com a Psiquiatria decorreu no contexto do Hospital de Dia, por tal considerei essencial, neste estágio, o desenvolvimento da técnica de colheita anamnéstica e realização do exame do estado mental a doentes com patologia aguda. A atividade principal decorreu na enfermaria tendo observado, no total, 24 doentes. Os diagnósticos principais foram a Doença Bipolar, Perturbações Esquizofréniforme e Perturbações do Neurodesenvolvimento. Diariamente, assisti à avaliação dos doentes, tendo acompanhado as questões inerentes à abordagem diagnóstica e terapêutica, e à assistência psicológica e social. Assisti também a múltiplas entrevistas familiares. Realizei uma história clínica a um doente com diagnóstico de Perturbação Esquizofréniforme. Da vivência do estágio fez ainda parte a passagem pelo Serviço de Urgência. Assisti às reuniões de serviço e a uma sessão do CHPL (anexo IV). Presenciei ainda todos os seminários decorridos na primeira semana na Faculdade de Ciências Médicas.

Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar

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5 a 30 de Novembro de 2018 | Prestar cuidados preventivos e acompanhar utentes, com multimorbilidades e polimedicados, na comunidade, considerando o seu contexto social, familiar e económico descreve a principal noção que a presente experiência teve para mim. O estágio decorreu na USF Novo Mirante, ao longo de 4 semanas, e os objetivos que defini foram conhecer e praticar a ação preventiva própria dos CSP; desenvolver competências em termos de diagnóstico, terapêutica e seguimento dos problemas mais prevalentes em CSP e compreender as situações que requerem avaliação a nível hospitalar. Durante a minha passagem pela USF assisti a 185 consultas, no âmbito de Saúde Adulto, Saúde Materna, Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar, Diabetes Mellitus e Hipertensão. Presenciei ainda Consultas Abertas e de Intersubstituição, destinadas a problemas agudos. Nas várias consultas auxiliei na identificação dos motivos e problemas que originaram a vinda do utente bem como respetivas crenças. Procurei identificar e auxiliar nos diferentes passos da consulta. Realizei, proativamente, exames objetivos dirigidos ao problema identificado e interpretei diversos MCD. No âmbito das consultas de Saúde Materna e Planeamento, realizei o exame objetivo obstétrico e ginecológico, e colpocitologias, tive também a oportunidade de colocar um implante subcutâneo anticoncecional. Observei utentes com patologias díspares, o que me permitiu rever a respetiva marcha diagnóstica e terapêutica, nomeadamente do âmbito cardiovascular, músculo-esquelético, endocrinológico e da saúde mental. Supervisionada pela minha tutora, realizei 10 consultas no âmbito da SA. Procurei familiarizar-me com o registo clínico orientado por problemas, com o BSG, o PNSIJ e PNV. As visitas domiciliárias representaram outra vertente do estágio, permitindo não só identificar e avaliar o contexto em que o utente vive, mas também conhecer a comunidade e os seus recursos. Contribuí para a USF com a realização de um folheto, no âmbito da saúde materna, cujo tema foi “Sintomas Comuns na Gravidez”.

Estágio Parcelar de Pediatria

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3 de Dezembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019 |A capacidade especial do Pediatra aquando da abordagem à população alvo, tão díspar em termos de idades, de desenvolvimento e patologias; aliada à comunicação com os pais, geralmente ansiosos, definiram a presente experiência. O

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6 estágio decorreu no Hospital de Dona Estefânia e teve a duração de 3 semanas. Na suposta quarta semana de estágio, após informar o regente, ausentei-me para realizar um estágio em São Tomé e Príncipe, tendo compensado esse período previamente no Serviço de Urgência. Os objetivos específicos que pretendi alcançar foram identificar e conhecer a marcha diagnóstica e terapêutica das principais patologias do lactente, da criança e do adolescente; treinar a colheita de história clínica com os pais e a própria criança e realizar o exame objetivo; interpretar o BSIJ e identificar critérios de gravidade nos diferentes casos observados. A atividade central decorreu na consulta externa, assistindo a 32 consultas de Endocrinologia geral, Obesidade e Diabetes Mellitus. Na consulta de Endocrinologia Geral observei a colheita anamnésica, a avaliação do crescimento e desenvolvimento pubertário, e quando adequado, realizei o exame objetivo sumário dirigido. Os diagnósticos mais prevalentes foram a Baixa Estatura e o Hipotiroidismo. Relativamente à consulta de Obesidade observei e participei na colheita da descrição dos hábitos alimentares e de atividade física da criança, procedi à realização do exame objetivo dirigido e auxiliei no aconselhamento relativamente a hábitos de vida saudáveis. Na consulta de Diabetes, observei o seguimento de doentes com DM tipo 1, presenciei a avaliação do controlo metabólico, os ajustes na terapêutica insulínica e na gestão quotidiana alimentar e de atividade física. Na gestão destes doentes, o programa Emminens® revelou-se como uma novidade para mim. Com as diferentes consultas, identifiquei o papel deletério e protetor que a família pode ter aquando da promoção e proteção da saúde da criança. Uma das manhãs foi ainda dedicada à Imunoalergologia, tendo assistido a cinco consultas e à realização de testes Prick. O SU constituiu uma vertente dinâmica e variada, observei crianças com diversas patologias, sobretudo infeções respiratórias; realizei o exame objetivo, em alguns casos, e aprendi a identificar critérios de gravidade. Redigi uma história clínica de uma criança com diagnóstico de Bronquiolite. Presenciei as reuniões de entrados, participei no workshop de Urgências Pediátricas e realizei a apresentação de tema “Apps na Doença Crónica”.

Estágio Parcelar de Cirurgia Geral

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21 de Janeiro a 15 de Março de 2019 | A componente técnica e capacidade de adaptação, perante a alteração de circunstâncias no bloco operatório, aliadas sempre ao respeito pela privacidade e espaço pessoal do doente, destacam-se como sinopse desta vivência. O estágio de cirurgia decorreu ao longo de 8 semanas no Hospital da Luz, das quais a primeira foi dedicada a aulas teórico-práticas no HBA, e duas à rotação opcional de Medicina Intensiva. Os objetivos específicos que procurei alcançar foram recordar o conhecimento teórico relativo às patologias prevalentes e respetiva técnica cirúrgica, praticar procedimentos de pequena cirurgia, atuar como ajudante nas cirurgias e passar pelo SU. Grande parte do período de estágio decorreu no Bloco Operatório. Assisti a 38 cirurgias, em cinco das quais participei como 2ª ajudante, o que me permitiu praticar a técnica de assepsia. As cirurgias observadas consistiram, na sua maioria, em hernioplastias, cirurgia bariátrica e oncológica, relativa ao TGI. Observei várias vias de abordagem, das quais destaco, a laparoscópica em 2D e 3D, a videoendoscopia total extraperitoneal e a cirurgia robótica. Participei em dois procedimentos de pequena cirurgia. Acompanhei a

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7 avaliação pós-operatória de três doentes. Assisti também a consultas no âmbito da Cirurgia Geral. Com a rotação opcional na UCI observei diariamente a avaliação e gestão, tanto diagnóstica como terapêutica, de doentes críticos provenientes, na sua maioria, do serviço de medicina e do BO de cirurgia cardiotorácica. Assisti à colocação de CVC e linhas arteriais, entubação endotraqueal, traqueostomia, broncofibroscopia e à manipulação de drenos cirúrgicos torácicos e abdominais. Deparei-me, pela primeira vez, com a monitorização invasiva dos parâmetros hemodinâmicos, com base no princípio da hemodiluição. Assisti às reuniões de ambos os serviços e a outras sessões clínicas (anexo IV). Participei no curso TEAM, e apresentei a sessão “Nem tudo o que parece é - Colangiocarcinoma Intrahepático”, no âmbito do mini-congresso.

Estágio Parcelar de Medicina Interna

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18 de Março a 17 de Maio de 2019 | A gestão da evolução e oscilação da situação clínica do doente com patologia aguda, associada à capacidade de lidar com as limitações e interações entre as múltiplas patologias e a polifarmácia, e o seu impacto na abordagem ao doente, foram essenciais nestas 8 semanas. O estágio decorreu no Hospital de São José, na Unidade Funcional de Medicina 1.2, composto por Enfermaria e Unidade de Cuidados Intermédios. Em doentes com patologia aguda, aplicar o conhecimento teórico acerca das diferentes patologias, treinar a colheita anamnéstica e realização do exame objetivo completo, delinear uma marcha diagnóstica e terapêutica, e passar pelo Serviço de Urgência, foram as metas específicas que pretendi alcançar. Os primeiros 28 dias decorreram na Enfermaria e os restantes na Unidade de Cuidados Intermédios, tendo tal sido uma oportunidade única. No total, observei 34 doentes cuja necessidade de cuidados médicos, e a sua disponibilidade, diferiu entre os dois componentes do serviço. Na enfermaria, a Infeção do Trato Respiratório, e na unidade, patologias do âmbito cardiovascular, foram os principais diagnósticos observados.Diariamente, foi-me atribuída a responsabilidade de, autonomamente, observar e examinar 1-3 doentes, delinear um plano de abordagem, tanto diagnóstica e como terapêutica, tendo prescrito diversos MCD e, de forma supervisionada, fármacos. Observei a realização de ECG e ecodoppler de vasos do pescoço. Realizei múltiplas punções arteriais e participei nas manobras de reanimação a um doente. Redigi notas de admissão, diários clínicos, notas de transferência, notas de alta e procedi à passagem de dois doentes nas visitas quinzenais do serviço. Outro ponto alto desta experiência foi assistir à Consulta de VIH. Apreciei a valência do hospital de dia e passei pelo SU. Presenciei ainda múltiplas sessões do serviço, tendo apresentado a sessão “Desafio na abordagem de cefaleias”.

Estágio Opcional |20 a 31 de Maio de 2019 | Realizei o estágio opcional novamente em MGF na USF Novo

Mirante, a atividade consistiu na assistência a consultas já referidas no separador relativo ao estágio parcelar. Participei ativamente na entrevista clínica e realizei exame objetivo, nos diferentes tipos de consulta, interpretei MCD e, fui incluída na discussão acerca da melhor medida terapêutica para o utente. A destacar deste estágio, o ter realizado 15 consultas, de forma independente, no âmbito da SA.

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Elementos Valorativos

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Previamente ao 6º ano realizei dois estágios de férias, no âmbito do programa CEMEF’s, na área da Medicina Geral e Familiar e da Radiologia. Ao longo deste último ano procurei complementar os meus conhecimentos teóricos e práticos, indo além da atividade programada nos diferentes estágios, assistindo a palestras e a formações (anexo V). Na sequência da vitória do concurso Clinical mind Competition, realizei 2 semanas de estágio em São Tomé e Príncipe, no âmbito do programa “Saúde para todos” do IMVF, em Cuidados de Saúde Primários e em meio Hospitalar (anexo VI).

Reflexão Crítica

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Chegado o fim deste percurso, vejo o sexto ano como um momento de conclusão, no qual coloquei à prova todo o conhecimento que até então adquiri, e durante o qual me desafiei; mas acima de tudo um ano de começos, pois aproxima-se uma nova etapa, o início da autonomia na minha atividade médica. Para a conclusão deste ano com sucesso, foram essenciais os conhecimentos e aprendizagens dos anos anteriores. No entanto, há diferenças relativamente aos mesmos, este 6º ano foi marcado pela responsabilização e crescimento da dimensão teórica e prática, e também relacional e humana, não se aprendendo tal nos livros.

Relembrando os objetivos gerais a que me propus no início do ano, considero que na sua maioria, e nos diferentes estágios, foram cumpridos. As metas, em termos teóricos e de aptidões práticas específicas, foram atingidas, principalmente, nos estágios de Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia e Medicina Geral e Familiar, e tal deveu-se à maior autonomia e confiança que me foram cedidas pelas tutoras. Destaco dois objetivos que poderiam ter sido alcançados com maior sucesso. O domínio da abordagem terapêutica, limitado pela existência de outros objetivos considerados prioritários, especialmente a vertente mais clínica e de gestão de doente, e, por vezes, pela curta duração do estágio, tendo verificado tal principalmente no estágio de Saúde Mental. O segundo foi a comunicação com os familiares, na transmissão de boas ou más notícias, contudo a observação dos médicos a realizá-lo, permitiu-me adquirir algumas noções mais práticas. Penso que tais objetivos poderão ser aperfeiçoados com o estudo para a PNA e com o ano de formação geral. De objetivos pessoais, considero que a minha capacidade de auto-aprendizagem, bem como a capacidade de conjugar os diferentes aspetos da vida de estudante com a vida pessoal, saíram enriquecidas. Melhorei a competência de gestão de tempo e de organização, desenvolvendo a minha aptidão de filtrar aquilo em que é ou não necessário despender tempo. Cresci, em termos humanos, ao contactar com os doentes, pois apercebi-me da fragilidade inerente a tal condição. Procurei, em todos os estágios, respeitar e empatizar com os mesmos, e ser-lhes útil, prestando os melhores cuidados de saúde que podia a sabia.

O Estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi bastante rico, pois ao passar pelas múltiplas vertentes, desenvolvi aptidões teóricas, colocando-as em ação, e práticas relativas às patologias mais prevalentes assim como à vigilância da gravidez, tendo ficado com um conhecimento amplo da especialidade. Ao observar

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9 mulheres de diferentes idades, consciencializei-me das diferentes necessidades inerentes às mesmas, desde a idade fértil até à fase pós-menopáusica. Gostaria de ter assistido a consultas de patologia mamária e ter realizado mais exames objetivos mamários, mas tal não foi possível face ao elevado número de alunos na instituição. Foi ainda um estágio marcado pelo contacto com múltiplas etnias e culturas, e por barreiras linguísticas, as quais fomentaram a capacidade de adaptação. No Estágio de Saúde Mental, com a passagem por um serviço sui generis alcancei o objetivo de observar doentes com patologia psiquiátrica em fase aguda. E, acima de tudo, permitiu-me também perceber como fatores familiares, sociais e económicos, podem ter impacto na gestão dos doentes. Gostaria de ter praticado, de forma autónoma, um maior número de exames do estado mental e de ter assistido a consultas na comunidade. Em algumas ocasiões, o meu sentido de proteção e paternalismo foi suscitado, identificando tal como um aspeto a melhorar no futuro. O Estágio de Medicina Geral e Familiar contribuiu satisfatoriamente para alcançar os objetivos predefinidos. Tratou-se de um estágio bem organizado e integrado na comunidade, no entanto senti a falta de diversos recursos na abordagem a estes utentes, nomeadamente, no que diz respeito a apoio social e psicológico. Tal advém do sentimento de impotência que experienciei, face a diversos problemas, que iam além da medicina e do médico, e que se centravam no contexto do utente, acabando por limitar a prestação de cuidados ao mesmo. De toda a componente prática que desenvolvi, relativamente às patologias observadas, ficaram por preencher duas lacunas, a realização de exame objetivo dirigido às diferentes patologias músculo-esqueléticas, e às crianças, nas diversas idades chave do PNSIJ. Destaco como insuficiente, o número de consultas realizado de forma autónoma, e considero que a lista de procedimentos relativa ao estágio necessite de uma revisão, pois alguns dos objetivos foram inexequíveis. O Estágio Opcional foi um complemento a este estágio, pois realizei um maior número de consultas, de forma independente, identificando as dificuldades que lhe estão inerentes, o que me permitiu desenvolver métodos de lidar com as mesmas. Coloquei ainda em prática, por mais ocasiões, o exame objetivo músculo-esquelético e à criança. Relativamente ao Estágio de Pediatria, apesar de ter decorrido numa vertente muito específica e da qual gosto bastante, a Endocrinologia, creio ter conseguido retirar partido máximo e que tal vai ser útil para o meu futuro. Uma das maiores lacunas foi a não passagem pela dinâmica do internamento, devido à organização do estágio, contudo tal foi parcialmente retificado com a passagem de mais tempo no SU. No Estágio de Cirurgia destaco como positiva a revisão teórica de variadas patologias e respetiva técnica cirúrgica, bem como a passagem pelos Cuidados Intensivos. Porém, apresentou uma diminuta componente prática comparativamente àquela que nos é exigida e à que pretendi alcançar, dado que tive um papel de observadora na maioria das cirurgias, a passagem pela pequena cirurgia foi mínima e pelo serviço de urgência nula, no final, não tendo praticado suturas nem outros procedimentos do logbook. Além disso, muitos dos temas discutidos ao longo das aulas teórico-práticas já foram abordados, por várias vezes, ao longo do curso, sendo necessário identificar e expor temas que foram menos tratados. O Estágio de Medicina Interna

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10 permitiu-me terminar o ano da melhor forma. Cumpri a maioria dos objetivos gerais, específicos e pessoais, e destaco ainda, a responsabilidade que me foi atribuída bem como a utilidade que tive para a equipa e para os doentes. A passagem pela Unidade de Cuidados Intermédios e a consulta de VIH revelaram-se como uma oportunidade única e bastante enriquecedora, tendo sido um acrescento em termos de responsabilidade, de conhecimento aplicado e aptidões práticas. Aprendi algumas regras essenciais à realização de relatórios de estágio, com o relatório parcelar, e tal será importante para o futuro internato médico. Relativamente ao SU, teria sido mais enriquecedor caso houvesse uma organização direcionada para a inclusão dos alunos do 6º ano nas atividades. O CEMEF de MGF foi o meu primeiro contacto com a prática clínica, após os primeiros 2 anos de curso mais teóricos, e despertou-me desde então a curiosidade e o gosto pela especialidade. O CEMEF de Radiologia permitiu-me conhecer uma especialidade com a qual o médico lida todos os dias, cujo contacto durante a formação é mínimo. Procurei ir além do que obtive de todos os estágios, retificando algumas das falhas de conhecimento que identifiquei através da participação em várias palestras e formações, das quais destaco, pela sua utilidade, “8º CADU – Principais Urgências” e “Ped Day – Urgência Pediátrica”. No presente 6º ano, procurei sair da minha zona de conforto e dos dias longos de estudo, com a realização do Estágio em São Tomé e Príncipe, embarcando numa das experiências mais ricas que tive até hoje. Integrei-me numa cultura diferente, onde conheci uma nova realidade no panorama social e da área da saúde o que me permitiu, desde então, aprender a relativizar diversas situações. Consciencializei-me para o facto de se fazer tanto com tão pouco, apercebendo-me da importância da educação para a saúde e do instaurar medidas preventivas, numa sociedade desfavorecida e, a nível médico, da escassez de MCD.

Tratou-se de um árduo ano, de dedicação e de sacrifício, e tudo por um desejo que tenho, e pelo qual sempre dei e darei o meu melhor, que é ser médica. O stress gerado pelas diversas avaliações suscitou a necessidade de desenvolver mecanismos que me ajudassem a lidar com tal, tentando permanecer sã a fim de tornar os outros sãos. A família e os amigos foram intervenientes fulcrais ao longo de todo o percurso, aos quais fico eternamente grata. Adicionalmente, encontrei na prática de atividade física e na realização de diários, um método de lidar com a tensão gerada pelos momentos mais difíceis. No geral, predomina um sentimento de grande satisfação perante todo o trabalho desenvolvido e face ao que alcancei. Considero que todos os momentos pelos quais passei, menos ou mais positivos, colocaram-me à prova e revelaram-se como uma oportunidade para melhor me conhecer; para aprender, melhorar e crescer, tanto em termos científicos como humanos. Relembrando a minha epígrafe, hoje sou o somatório de todo o meu trabalho e, acima de tudo, do que obtive e aprendi com os diferentes profissionais de saúde, especialmente todos os tutores que me acompanharam neste ano, e nos prévios, bem como com todos os doentes, que me permitiram colocar em prática tudo o que aprendi, e aos quais agradeço profundamente. Anseio que o futuro continue a ser desafiante, e que suscite, constantemente, o crescimento e o desenvolvimento, necessários e inerentes, à busca daquilo que me tornará melhor médica e melhor pessoa.

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Anexos

Anexo I

Referências

Faculdade de Medicina de Lisboa. (2005). O Licenciado Médico em Portugal - Core Graduates Learning Outcomes Project. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa.

Saint-Exupéry, A. (1987). O principezinho. Lisboa: Caravela.

Anexo II

Abreviaturas e Acrónimos

ACES – Agrupamento de Centros de Saúde

AEFCM – Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas ANEM – Associação Nacional de Estudantes de Medicina

BO – Bloco Operatório

BSG – Boletim de Saúde da Grávida CEMEF’s - Curtos Estágios Médicos em Férias

CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

CSP – Cuidados de Saúde Primários CVC – Cateter Venoso Central DM tipo 1 – Diabetes Mellitus tipo 1 ECG – Eletrocardiograma

FIV – Fertilização in vitro GO – Ginecologia e Obstetrícia HBA – Hospital Beatriz Ângelo ICSI – Injeção intracitoplasmática de Espermatozoides

IMVF – Instituto Marquês Valle Flor

IUI – Inseminação Intra-Uterina MCD – Métodos Complementares de Diagnóstico

MGF – Médico Geral e Familiar PMI – Proteção Materno Infantil PNA – Prova Nacional de Acesso PNSIJ – Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil

PNV – Programa Nacional de Vacinação SA – Saúde de Adulto

SETA - Serviço de Estabilização e Triagem de agudos e Núcleo de 1º Surto Psicótico

SU – Serviço de Urgência

TEAM - Trauma Evaluation And Management

TGI – Trato Gastro-Intestinal

UCI – Unidade de Cuidados Intensivos USF – Unidade de Saúde Familiar VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana

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Anexo III

Tabela 1. Distribuição Temporal, Espacial e por tutoras dos Estágios Parcelares.

Período de tempo Estágio Parcelar Instituição Tutoras 10/09/2018 a 04/10/2018 Ginecologia e Obstetrícia

Maternidade Alfredo da Costa Centro Hospitalar Lisboa Central

Tutora Obstetrícia Dra. Sílvia Vieira Tutora Ginecologia Dra. Maria do Carmo Silva 08/10/2018 a 31/10/2018

Saúde Mental Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa - Clínica 1 - Serviço de Estabilização e Triagem de agudos e

Núcleo de 1º Surto Psicótico

Dra. Maria João Avelino

05/11/2018 a 30/11/2018

Medicina Geral e Familiar

USF Novo Mirante – ACES Loures/Odivelas Dra. Oxana Secara

03/12/2018 a 11/01/2019

Pediatria Hospital Dona Estefânica Centro Hospitalar Lisboa Central

Dra. Catarina Diamantino 21/01/2019 a

15/03/2019

Cirurgia Geral Hospital da Luz de Lisboa Dra. Natacha Botelho Vieira 18/03/2019 a

17/05/2019

Medicina Interna

Unidade Funcional de Medicina 1.2 do Hospital de São José -

Centro Hospitalar Lisboa Central

Dra. Isabel Baptista

Anexo IV

Tabela 2. Sessões de cariz científico presenciadas nos estágios parcelares.

Estágio Parcelar Título/Conteúdo Orador

Ginecologia e Obstetrícia

“Complicações Médicas na Gravidez” Dra. Inês Santos Journal Club: “One-step approach to identifying GDM” Dra. Ana Edral

Saúde Mental “Co speech gestores and other non-verbal comunication as a window to the

min”

Dr.º Vito Évola

Pediatria “Anafilaxia” Dra. Ana Margarida

Romeiro

Cirurgia Geral

“Cancros Clássicos, Terapêuticas Modernas” – Dermatologia Dr.º Vasco Serrão “Distúrbios do equilíbrio ácido-base e eletrolítico” Dr.º Luís Landeiro “Ponta do Iceberg pode trazer surpresas” – Endocrinologia Dr.º Francisco Rosário

Medicina Interna

Sessões de interpretação de Eletrocardiograma e Exames Radiológicos

“Midazolam sedation for upper gastrointestinal endoscopy in older persons” Dr. António Trigo “ One Month of Rifapentine plus isoniazid to prevent VIH - related

tuberculosis”

Dra. Carla Costa eDr. Rui Casanova

“ Antithrombotic therapy after acute coronary syndrome or PCI in atrial fibrillation “

Dr. João Pimentel “ Early or Delayed Cardioversion in Recent-Onset Atrial Fibrillation” Dra. Isabel Cardoso “ A propósito de um caso clínico – Febre Tifóide” Dra. Filipa Quaresma e

Dra. Rita Prayce “Alegoria da Caverna – TEP subsegmentar com necrose Cavitada” Dra. Isabel Luiz e Dr.

David Veríssimo “Tratar ou não tratar – Bacteriúria assintomática em doente com Stent

ureteral”

Dra. Rita Pocinho e Dr. Diogo Faustino

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Anexo V

Tabela 3. Palestras e Formações frequentadas.

Data Título Instituição organizadora Observações

2015 CEMEF – Medicina Geral e Familiar ANEM Realizado no Centro de Saúde de Ponte de Sor

2016 CEMEF – Radiologia ANEM Realizado no Hospital de

São José - CHULC 20/10/2017 “Basic Life Support + DAE” European Resuscitaton Council Válido até 22/10/2022 3/10/2018 a

7/10/2018

“iMed Conference 10.0 Lisbon 2018” AEFCM “Winner of the Boehringer Ingelheim

Clinical mind Competition”

AEFCM Estágio de 2 semanas em São Tomé e Príncipe, de 5/01/2019 a 19/01/2019,

no âmbito do programa “Saúde para todos” do Instituto Marquês Valle

flor 13/10/2018 “Meet the expert – Tromboembolismo

venoso na mulher “

Hospital CUF Descobertas 09/10/2018 “5º ABC de Imunologia para Médicos” Hospital CUF Descobertas

19 a 20/10/2019

“Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental”

Associação dos Amigos de Cardiologia de Lisboa Ocidental 13/11/2018 “International no tobacco day |

Palestra de Cessação Tabágica”

AEFCM 17/11/2018 “DPOC – terapêutica inalatória” Hospital CUF Almada

24 a 25/01/2019

“Curso TEAM” ATLS e Sociedade Portuguesa de Cirurgia

12/03/2019 “8º CADU – Principais Urgências” Hospital Beatriz Ângelo

01/04/2019 “Gestão em Saúde” AEFCM

(15)

14

Anexo VI

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(20)
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(23)

22

Anexo VII

Fotografias do estágio em São Tomé e Príncipe.

(24)

23 B) Cidade de São Tomé

Imagem

Tabela 1. Distribuição Temporal, Espacial e por tutoras dos Estágios Parcelares.
Tabela 3. Palestras e Formações frequentadas.

Referências

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