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Estados de ansiedade e níveis de autoconfiança em praticantes de desporto escolar

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ESTADOS DE ANSIEDADE E NÍVEIS DE

AUTOCONFIANÇA EM PRATICANTES DE DESPORTO

ESCOLAR

- Versão Final -

Relatório final de Estágio

Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário

Ana Catarina Almeida

Orientador Científico: Professor Doutor Jorge Soares

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ESTADOS DE ANSIEDADE E NÍVEIS DE

AUTOCONFIANÇA EM PRATICANTES DE DESPORTO

ESCOLAR

Relatório final de Estágio

Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário

Ana Catarina Almeida

Orientador Científico: Jorge Soares

Composição do Júri:

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

Vila Real, 2016

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA II

Relatório de Estágio apresentado à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Jorge Soares.

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA III

Agradecimentos

Não conseguiria atingir esta meta final sem o auxílio e o apoio incondicional de determinadas pessoas. Estas referências foram os meus pilares ao longo deste percurso e sem eles eu não teria tido sucesso. O meu sincero agradecimento a todos, porque me fizeram crescer tanto a nível académico, como a nível pessoal.

Aos meus Pais que são os principais autores da realização deste sonho, sem eles nada disto seria possível, agradeço por todo o seu esforço, trabalho e dedicação para me possibilitarem um futuro melhor! Agradeço por me terem dado esta oportunidade, pelo orgulho que sentem por mim, por todo o apoio monetário e emocional que sempre me deram! Sem as suas palavras eu não teria tido força para continuar!

À minha Avó que sempre me deu muita força, que esteve sempre presente nas fases mais importantes da minha vida, mesmo doente! Por todas as palavras e lágrimas derramadas de orgulho que tivemos nas despedidas, nas alegrias. Não vou esquecer todos os esforços feitos por mim e que mesmo em cadeira de rodas conseguiu chegar à frente para assistir na primeira fila a minha festa de final de curso!

Aos meus Irmãos que apesar de todas as circunstâncias sempre me deram um apoio incondicional e motivação para ir até ao fim.

Aos meus Amigos que se tornaram a minha segunda família e me apoiaram sempre nos bons e maus momentos.

Aos meus Colegas de Estágio Ana Sofia e José Pita por todo o espirito de entreajuda, toda a cooperação e amizade construída.

À minha melhor Amiga Isabel Henriques que sempre me motivou e deu forças para continuar.

Ao meu Amigo e Namorado Rafael Soares por toda a motivação, paciência, carinho e apoio demonstrado na concretização deste objetivo.

Ao meu Orientador de Estágio, Professor Carlos Cunha por todas as palavras, todo o incentivo, toda a capacidade critica, todos os conhecimentos e experiencias que nos permitiu adquirir. Foi a peça fundamental para o meu enriquecimento pessoal e académico ao longo do estágio pedagógico.

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA IV

Ao meu Professor Supervisor Jorge Soares por toda a disponibilidade demonstrada, por ser o principal pilar a nível de orientação científica e por ser tão exigente e presente no nosso trabalho. Teve um papel fundamental na realização deste relatório de Estágio e sem os seus conhecimentos e correções, nada seria possível.

Aos Alunos, Professores e Funcionários da Escola Básica e Secundária

de Arcozelo, pelos conselhos, pelo apoio, pela amizade e disponibilidade

demonstrada, por toda ajuda no processo de integração ao longo deste ano letivo.

A todos os Professores e Colegas que estiveram ao meu lado neste percurso académico, agradeço toda a experiência vivenciada ao longo destes 5 anos e todos os conhecimentos adquiridos. São momentos que levo para a vida!

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA V

Resumo

O presente documento intitulado como Relatório Final de Estágio está inserido no âmbito da disciplina de Estágio I e II, integrada no plano de estudos do 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Este documento é apresentado como um requisito para a obtenção do grau de Mestre, cumprindo o estipulado no artigo 10º, que diz respeito às Normas Regulamentares dos 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Supervisor Jorge Soares.

O Estágio Pedagógico foi realizado na Escola Básica com Secundária de Arcozelo em Ponte de Lima, tendo como orientador cooperante o Professor Carlos Cunha e como companheiros de Estágio, o José Pita e a Ana Gomes.

No âmbito de todo o trabalho realizado durante o estágio pedagógico, o presente relatório encontra-se organizado em dois capítulos.

O capítulo I traduz uma reflexão crítica e fundamentada do estágio pedagógico com o propósito de elaborar uma descrição consciente acerca de todo o caminho percorrido. Nele faço uma breve caraterização sumativa do meio e da escola onde realizei o meu estágio, relato a experiência que vivi ao longo deste ano letivo, as expetativas iniciais, as dificuldades que encontrei e as estratégias que tomei para as combater. Ainda neste capítulo, descrevo todas as tarefas de Ensino Aprendizagem desenvolvidas (planeamento anual, unidades didáticas, planos de aula e práticas de ensino supervisionadas) e tarefas de Estágio de relação Escola - Meio (estudo de turma e atividades desenvolvidas pelo núcleo de estágio). Para finalizar apresento as conclusões referentes ao Estágio pedagógico/ Reflexão critica.

O Capítulo II é de caráter científico onde é apresentado o estudo científico com o tema estados de ansiedade e níveis de autoconfiança em praticantes de desporto escolar, com o objetivo de analisar a ansiedade (cognitiva e somática) e a autoconfiança no período pré-competitivo em praticantes de desporto escolar, comparar as possíveis diferenças entre modalidades individuais e modalidades coletivas e eventualmente estabelecer uma ponte para o rendimento escolar.

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA VI

Abstract

This document titled as Traineeship Final Report is included within the discipline of Traineeship I and II, in the curriculum of the second cycle in Physical Education Teaching in Middle and High School, of the University of Trás-os-Montes and Alto Douro. This document is a requirement for obtaining a master's degree according to Article 10, which relates to the Regulatory Standards of the Second Study Cycles in Teaching of UTAD, and was made under the guidance of the Master’s Supervisor Jorge Soares.

The traineeship was held at the Middle and High School of Arcozelo (Ponte de Lima), having Professor Carlos Cunha as advisor, and José Pita and Ana Gomes as traineeship colleagues.

This report is organized in two chapters. Chapter One is a critical and founded reflection about the traineeship, with the description of all my journey.

In this chapter I make a global characterization of the surrounding environment and of the school where my traineeship was held, I describe the experiences I had during this school year, initial expectations, difficulties I have experienced and the strategies I used to overcome them. Yet in this chapter, I describe all Ensino Aprendizagem developed tasks (annual planning, teaching units, lesson plans and supervised teaching practices) and also the trainee tasks of the School – Surrounding Environment relationship (classroom study and activities developed by the trainee group). Finally, I present my conclusions regarding the Traineeship/Critical Reflection.

Chapter Two has a scientific character and presents a scientific study under the subject states of anxiety and self-confidence levels in school sports practitioners, in order to analyze the anxiety (cognitive and somatic) and the self-confidence in the period pre-competitive, compare the possible differences between individual and team sports anxiety and self-confidence levels, and eventually relate them to school performance.

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA 7

Índice

Agradecimentos ... III Resumo ... V Abstract ... VI Introdução ... 10 Capítulo I ... 11 Introdução ... 12

1. Caraterização da instituição e do meio ... 14

2. Tarefas de Ensino Aprendizagem ... 16

2.1. Planeamento anual ... 16

2.2. Unidades Didáticas ... 17

2.3. Planos de Aula ... 18

2.4. Práticas de Ensino Supervisionadas ... 20

3. Tarefas de Estágio de relação Escola -Meio ... 23

3.1. Estudo Turma ... 23

3.2. Atividades realizadas pelo Núcleo de Estágio de Educação Física ... 24

4. Reflexão Critica do Estágio ... 26

4.1. Expetativas iniciais ... 26

4.2. Dificuldades sentidas e estratégias tomadas no sentido de combater as mesmas... 27 Capítulo II ... 30 Resumo ... 31 Abstract ... 32 1. Introdução ... 33 2. Objetivos específicos ... 38 3. Metodologia ... 39 3.1. Amostra... 39 3.2. Informação demográfica ... 39 3.3. Questionário CSAI-2R ... 39 3.4. Questionário QAT ... 40 3.5. Análise Estatística ... 40

4. Apresentação dos Resultados ... 41

5. Discussão dos Resultados ... 48

6. Conclusões ... 53

7. Perspetivas futuras ... 54

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA 8

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Caraterização da amostra ... 39 Tabela 2 - Valores da média e desvio padrão (x ± dp), fatores e ordenação dos itens do CSAI - 2R. ... 41 Tabela 3 - Análise comparativa dos fatores do CSAI-2R quanto ao sexo. ... 42 Tabela 4 - Análise comparativa dos fatores do CSAI-2R quanto à modalidade praticada. ... 42 Tabela 5 - Valores da média e desvio padrão (x ± dp), fatores e ordenação dos itens do QAT. ... 43 Tabela 6 - Análise comparativa dos fatores do QAT quanto ao sexo. ... 44 Tabela 7 - Análise comparativa dos fatores do QAT quanto à modalidade. ... 44 Tabela 8 - Análise comparativa dos fatores do QAT quanto ao grupo de exercício.

44

Tabela 9 - Associação entre as diversas variáveis em estudo [Spearman (rho) e nível de significância(p)] no grupo de praticantes de desporto escolar. ... 45 Tabela 10 - Associação entre as diversas variáveis em estudo [Spearman (rho) e nível de significância(p)] no grupo de não praticantes. ... 46 Tabela 11 - Associação entre as diversas variáveis em estudo [Spearman (rho) e nível de significância(p)] no total da amostra. ... 46

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA 9

Índice de Abreviaturas

UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

ECHS - Escola de Ciências Humanas e Sociais

DEP - Departamento de Educação e Psicologia PES - Pratica Ensino Supervisionada

U.E. - Unidade de Ensino U.D - Unidade Didática

N.E.E. - Necessidades Educativas Especiais ASE - Ação Social Escolar

CSAI-2R - Revised Competitive State Anxiety Inventory – 2 QAT - Questionário da Ansiedade face aos Testes

IBM - International Business Machines

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO – ANA CATARINA ALMEIDA 10

Introdução

O presente documento intitulado como Relatório Final de Estágio está inserido no âmbito da disciplina de Estágio I e II, integrada no plano de estudos do 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. O Estágio Pedagógico foi realizado na Escola Básica com Secundária de Arcozelo em Ponte de Lima, tendo como supervisor, o Professor Jorge Soares, como orientador cooperante o Professor Carlos Cunha e como companheiros de Estágio, o José Pita e a Ana Gomes.

Durante este ano letivo fiquei responsável por parte do processo de ensino-aprendizagem de duas turmas do 9º ano e uma turma do 12º ano da escola Básica e Secundária de Arcozelo. Todas as tarefas e atividades referentes ao Estágio pedagógico, executadas ao longo deste ano letivo foram supervisionadas e acompanhadas pelo professor orientador cooperante da escola e pelo supervisor da universidade. As atividades desenvolvidas na escola pelo núcleo de Estágio foram produzidas em conjunto com os meus colegas estagiários e com o auxilio do professor orientador cooperante e outros professores da escola.

No âmbito de todo o trabalho realizado durante o estágio pedagógico, o presente relatório encontra-se organizado em dois capítulos.

O capítulo I traduz uma reflexão crítica e fundamentada do estágio pedagógico com o propósito de elaborar uma descrição consciente acerca de todo o caminho percorrido. Neste capítulo faço uma breve caraterização sumativa do meio e da escola onde realizei o meu estágio, descrevo todas as tarefas de ensino aprendizagem desenvolvidas (planeamento anual, unidades didáticas, planos de aula e práticas de ensino supervisionadas) e as tarefas de estágio relacionadas com a escola- meio (estudo de turma e atividades desenvolvidas pelo núcleo de estágio). Para finalizar apresento uma reflexão crítica onde relato a experiência vivida ao longo deste ano letivo, as expetativas iniciais, as dificuldades encontradas e as estratégias tomadas para as combater.

O Capítulo II é de caráter científico onde é apresentado o estudo científico com o tema estados de ansiedade e níveis de autoconfiança em praticantes de desporto escolar, com o objetivo de analisar a ansiedade (cognitiva e somática) e a autoconfiança no período pré-competitivo em praticantes de desporto escolar, comparar as possíveis diferenças entre modalidades individuais e modalidades coletivas e eventualmente estabelecer uma ponte para o rendimento escolar.

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Capítulo I

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Introdução

“Nem sempre é fácil. Mas temos de continuar a nossa jornada, mesmo que ventos contrários dificultem…” ((DA))

O estágio pedagógico corresponde à última etapa do nosso processo de formação como professores. É a nossa iniciação na profissão onde vamos aplicar todos os conhecimentos e vivências que obtivemos anteriormente e adquirir um conjunto valioso de novas aprendizagens que contribuirão para um aumento da nossa experiência profissional e pessoal. No fundo, vamos vivenciar a experiência da carreira de docente, metendo em prática na realidade escolar, todos os conhecimentos teóricos que nos foram transmitidos na universidade. Este é o último momento da nossa formação e por isso um momento marcante neste percurso, tendo um impacto significativo no nosso processo de enriquecimento pessoal e profissional no mundo do ensino.

Jurasaite-Harbison (2005) sugere que o impacto com a prática real do ensino no contexto escolar é uma questão crítica na construção da identidade do futuro professor, considerando que ele é detentor de expetativas em relação a situações problemáticas e imprevistas que conduzem a uma constante exigência de respostas adequadas e imediatas. Neste âmbito, Pimenta (2001) atesta que no processo de formação inicial existe um distanciamento com a realidade encontrada nas escolas, refletido das relações universidade-escola e da formação inicial-trabalho.

Segundo Oliveira e Cunha (2006), o estágio é uma atividade que permite ao aluno adquirir experiência profissional que é extremamente importante para a sua inserção no mercado de trabalho. O estágio vai muito além de um simples cumprimento de exigências académicas. É uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, além de ser um importante instrumento de integração entre universidade, escola e comunidade (Filho, 2010).

O meu estágio pedagógico foi realizado na escola Básica e Secundária de Arcozelo em Ponte de Lima, tendo como supervisor, o professor Jorge Soares, como orientador cooperante o Professor Carlos Cunha e como companheiros de Estágio, o José Pita e a Ana Gomes. Durante este ano letivo fiquei responsável por parte do processo de ensino-aprendizagem de duas turmas do 9º ano e uma turma do 12º ano da Escola Básica e Secundária de Arcozelo. No 1º período lecionei grande parte das aulas à turma B, do 9ºano de escolaridade e recolhi dados referentes à caraterização

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da mesma (estudo turma). No 2º período fiquei responsável por lecionar a turma A, do 9º ano de escolaridade e no 3º período a turma A, do 12º ano de escolaridade.

Todas as tarefas e atividades referentes ao estágio pedagógico executadas ao longo deste ano letivo foram supervisionadas e acompanhadas pelo professor orientador cooperante da escola e pelo supervisor da universidade. As atividades desenvolvidas na escola pelo núcleo de estágio foram realizadas em conjunto com os meus colegas estagiários e com o auxílio do professor orientador cooperante e outros professores da escola.

Este Relatório de Estágio inserido no Capítulo I traduz uma reflexão fundamentada sobre todas as atividades/tarefas realizadas ao longo do ano letivo 2015/2016 na escola básica e secundária de Arcozelo, Ponte de Lima.

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1. Caraterização da instituição e do meio

O agrupamento de escolas de Arcozelo encontra-se situado em Ponte de Lima e integra sete estabelecimentos de educação e ensino: os jardins de infância de Calheiros, Brandara e Cepões; os centros educativos de Arcozelo, Lagoas e Refoios do Lima (1º ciclo e educação pré-escolar) e a escola básica e secundária de Arcozelo (escola- sede). Foi criado em 2004 e na escola-sede funciona, atualmente, uma unidade de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdo cegueira congénita. Estabelece um conjunto de parcerias com a autarquia, as juntas de freguesia e outras entidades das quais se destacam a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em risco, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental, o Clube Náutico de Ponte de Lima e a Quinta Pedagógica de Pentieiros, que contribuem para o sucesso das iniciativas desenvolvidas em diversas áreas. A adesão a vários projetos locais e nacionais constitui, também, um referencial positivo a destacar na dinâmica deste agrupamento.

A ação educativa do agrupamento é regida por princípios e valores éticos, solidários e de convivência democrática. Esta ação tem como objetivos criar uma escola mais inclusiva e promover o desenvolvimento pessoal e social dos alunos. Para a concretização destes objetivos, os alunos participam numa grande diversidade de atividades e projetos de cariz solidário, cultural, científico, artístico, ambiental e desportivo da iniciativa do agrupamento ou promovidos em conjunto com outras instituições e entidades locais. Tendo como prioridade “educar, formar e inovar”, o agrupamento de escolas de Arcozelo procura a melhoria dos resultados escolares, a redução das taxas de abandono escolar, o reforço da interação com as famílias e a comunidade envolvente, a promoção de uma escola inclusiva e o desenvolvimento de atitudes de responsabilidade pessoal, social e cívica nos alunos.

No que diz respeito às instalações desportivas da escola básica e secundária de Arcozelo, estas apresentam um relevo importante na realização do estágio pedagógico, na medida em que estão intimamente ligadas ao meio onde vamos exercer as práticas de ensino-aprendizagem. A escola possui excelentes condições, estão apetrechadas com material e equipamentos de qualidade e apresentam espaços envolventes. As instalações desportivas são constituídas por um pavilhão polidesportivo em boas condições, um gabinete para os professores, uma sala de aula, uma sala de ginástica e ainda campos exteriores com uma pista de atletismo circundante e uma caixa de areia. Importa referir que a qualidade do material e a presença dos funcionários, sempre disponíveis e eficientes, foram aspetos

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fundamentais para a concretização das ações de ensino-aprendizagem do estágio pedagógico.

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2. Tarefas de Ensino Aprendizagem

2.1. Planeamento anual

A definição de objetivos está na base da ação educativa, ou seja, de toda a atividade pedagógica. Sem eles não se pode avaliar, corrigir, orientar, nem controlar o processo de ensino-aprendizagem. Os objetivos permitem tomar decisões, definir estratégias e comportamentos (Aranha 2004).

O planeamento anual foi realizado na primeira reunião de grupo de educação física e tornou-se essencial para a consecução dos objetivos propostos. Nesta planificação, os professores de educação física e os elementos do núcleo de estágio, analisaram as características do meio escolar e das turmas e definiram um conjunto de estratégias e objetivos iniciais, orientados para o processo de ensino- aprendizagem para o presente ano letivo. Neste planeamento foram esclarecidos os critérios e parâmetros de avaliação estabelecidos para cada ciclo e o quadro de matérias a serem lecionadas em cada ano de escolaridade. Através deste quadro de matérias conseguimos verificar que a escola básica e secundária de Arcozelo está preparada para abordar as mais variadas modalidades nomeadamente, patinagem, canoagem, natação, dança e orientação, modalidades estas que não são abordadas em todas as escolas por falta de material. Este planeamento e o esclarecimento fornecido pelo professor orientador serviu de base para o nosso trabalho durante o estágio pedagógico.

Posteriormente, houve uma outra reunião entre o professor orientador cooperante e o núcleo de estágio, onde foi definida a calendarização das PES (práticas de ensino supervisionadas) ao longo do ano letivo, bem como determinada a ordem pela qual as mesmas iriam decorrer. Foi-nos cedido o calendário das PES, ficando definidas as datas de início e de término das mesmas, assim como as modalidades que cada um teria de lecionar. Este planeamento inicial serviu de orientação para o trabalho elaborado ao longo deste ano letivo e foi um auxílio na organização e concretização de objetivos referentes ao meu estágio pedagógico.

Conclui-se que o planeamento pode ser dividido em 3 fases: a fase de conceção: definem-se objetivos e estratégias (planeamento propiamente dito); fase de aplicação ou execução: aplica-se o que se planeou e a fase de controlo/avaliação: avalia o que se planeou desde sua conceção, consecução e produto final (Aranha, 2004). O planeamento anual foi fundamental, na medida em que ao longo do meu estágio obedeci as estas 3 fases, sendo que as opções tomadas durante o processo de ensino-aprendizagem foram coerentes com os objetivos definidos inicialmente.

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2.2. Unidades Didáticas

“Em Educação Física, a cada bloco ou conjunto de aulas, de cada atividade física ou modalidade chama-se Unidade de Ensino. A esta corresponde um programa específico, ao qual se chama Unidade Didática. As aulas da U.E. devem corresponder ao que foi planeado na U.D., constituindo uma sequência lógica e contínua, de modo a garantir a consecução dos objetivos pré-definidos na U.D. (…)” (Aranha,2004)

As unidades didáticas são partes integrantes e fundamentais do programa de uma disciplina pois constituem-se unidades integrais do processo pedagógico e apresentam ao professor e aos alunos etapas bem distintas do processo de ensino- aprendizagem (Bento,2003).

Para a elaboração das unidades didáticas orientei-me pelo documento Série Didática 47: “Organização, Planeamento e Avaliação em Educação Física” elaborado pela professora Ágata Aranha. No primeiro ponto realizei a caraterização da população alvo, isto é, o grau de ensino, o número de alunos, sexo e idade. De seguida, fiz a caraterização dos recursos existentes, nomeadamente, os recursos espaciais, temporais, materiais e humanos. Após tomar conhecimento da população e dos recursos disponíveis, selecionei os objetivos dos alunos nos três domínios (socio-afetivo, cognitivo e psicomotor) obedecendo ao programa de educação física do ciclo respetivo. Posteriormente, elaborei a estruturação de conteúdos, a parte que despendia mais tempo e mais trabalho. A primeira aula era destinada à avaliação inicial dos alunos (avaliação diagnóstica) e a última, rigorosamente igual, à avaliação final dos mesmos (avaliação sumativa). Seguidamente planeei as aulas referentes à avaliação formativa dos alunos, onde tive a preocupação de abordar conteúdos de acordo com o nível de aprendizagem e obedecer a uma progressão pedagógica de conteúdos na ordem do mais simples para os mais complexos. “É através desta avaliação que se devem retirar as informações que, posteriormente vão permitir proceder à classificação de cada aluno, nos três domínios de aprendizagem - socio-afetivo, cognitivo e psicomotor.” (Aranha,2004). Na parte final das unidades didáticas eram definidos os critérios e parâmetros de avaliação, assim como as escalas de valores referentes às diferentes avaliações.

Todas as unidades didáticas e respetivos balanços que realizei foram sempre entregues dentro do prazo definido ao professor orientador cooperante, para informação, avaliação e classificação. O professor orientador mostrou-se sempre disponível para analisar e criticar as nossas estratégias/ opções e aconselhou-nos através da sua experiência, quais as melhores decisões a tomar mediante diferentes situações.

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Obedecendo à calendarização inicial, as unidades didáticas que elaborei foram: Atletismo (saltos e lançamentos), Ginástica Acrobática, Badmínton e duas de Basquetebol (9º e 12º ano). Ao longo das aulas, estas foram sofrendo alterações, consoante a aprendizagem dos alunos. A U.D. de atletismo sofreu alterações na estruturação dos conteúdos, sendo necessário acrescentar uma aula para abordar os lançamentos (peso, dardo e disco), visto que eram os conteúdos onde os alunos apresentavam maiores dificuldades. A modalidade de ginástica acrobática não é uma modalidade que domino, no entanto, superei todas as dificuldades que foram surgindo ao longo das aulas e a U.D. não sofreu grandes alterações. Na modalidade de badmínton, esta não foi difícil de lecionar, mas houve uma grande dificuldade em manter a motivação dos alunos visto existirem poucos exercícios de progressão pedagógica para os conteúdos que são abordados. Após perceber a realidade, fiz algumas alterações na U.D. de forma a investir mais no jogo em si e nas respetivas regras, adotando novas estratégias que promovessem a competição. Para a modalidade de basquetebol elaborei duas unidades didáticas distintas, uma para o 9º ano e outra para o 12º ano. Primeiramente lecionei basquetebol ao 9º ano onde incidi mais nos conteúdos e menos na tática, no entanto algumas estratégias foram menos conseguidas na progressão dos conteúdos. Na elaboração da U.D. para o 12º ano, o principal objetivo foi eliminar as estratégias que menos funcionaram anteriormente. Contudo, como a turma já se encontrava num nível de aprendizagem avançado procurei não me centrar em exercícios analíticos e apostar mais em formas jogadas que promovessem a competição.

Superei os objetivos definidos em todas as unidades didáticas com muito trabalho, esforço e dedicação, mas esta superação deveu-se em grande parte à atitude surpreendente e ao comportamento exemplar dos alunos que lecionei. Todos os conteúdos abordados foram de encontro às capacidades destes na medida em que, iam também superando as suas dificuldades com muito esforço e repetição. Contei sempre com o apoio e as opiniões dos meus colegas estagiários e do meu professor orientador cooperante que foram fulcrais para o meu sucesso.

A elaboração destas unidades didáticas permitiu-me adquirir novos conhecimentos úteis para o futuro. Foi mais uma experiência que contribuiu para o meu enriquecimento tanto a nível profissional, como pessoal.

2.3. Planos de Aula

As aulas da U.E. devem corresponder ao que foi planeado na U.D., constituindo uma sequência lógica e contínua, de modo a garantir a consecução dos objetivos pré-definidos na U.D., devendo cada aula ser previamente planeada, de

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acordo com as aulas antecedentes e dando continuidade às que se seguem. A este plano chama-se plano de aula (Aranha, 2004).

A estrutura dos planos de aula que realizei obedeceu, tal como a das U.D., à Série Didática 47 da professora Ágata Aranha (2004). Estruturei os planos de aula em três partes. A parte inicial continha toda a informação relevante para a aula, isto é, a identificação da escola (núcleo de estágio) e do professor estagiário, a identificação da turma e do número de alunos, a data e hora da aula, a instalação onde vai decorrer, o tempo horário e duração, o número da aula e a unidade didática que está a ser lecionada e por fim o material que vai ser utilizado naquela aula. Nesta primeira folha estavam também inseridos os objetivos específicos da aula, a função didática, os conteúdos e por último os objetivos operacionais discriminados (ação, contexto e critérios de êxito). A segunda parte continha a sequência de tarefas a serem desenvolvidas, nomeadamente, a instrução, organização, aquecimento, atividade; o tempo de duração de cada tarefa e as estratégias / métodos e controlo da atividade (descrição e ilustração). Estas estratégias devem englobar aspetos relativos à organização da classe (colocação do material; colocação/disposição dos alunos; critérios para definir grupos, etc.), à instrução (professor demonstra; utiliza alunos como agentes de ensino; utiliza um vídeo para o efeito, etc.), bem como o modo como o professor se propõe controlar as aprendizagens (feedback; questionamento como método de ensino; posicionamento e deslocação, etc.) (Aranha,2004). A terceira e última parte incluía o balanço da aula onde era questionado aos alunos sobre os conteúdos abordados e dificuldades sentidas.

No final de cada plano de aula era realizado um balanço da aula que descrevia e justificava as estratégias por mim utilizadas. Neste apresentava soluções para as estratégias menos conseguidas, avaliando de forma geral se os objetivos da aula foram concretizados com sucesso e se houve evolução no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. A estrutura dos balanços de aula obedecia aos seguintes pontos: considerações gerais da aula; avaliação comportamental dos alunos; avaliação das estratégias utilizadas; o tempo de atividade motora; dificuldade dos alunos no desempenho das tarefas; dificuldades sentidas pelo professor e por último as alterações/adaptabilidades efetuadas ao plano de aula.

Todos os planos de aula que elaborei foram entregues ao orientador cooperante antes de cada prática de ensino supervisionada, dando continuidade ao lecionado na aula anterior e respeitando os objetivos estabelecidos na respetiva unidade didática. Os balanços de aula também foram sempre entregues e discutidos com o orientador dentro do limite do prazo.

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Ao longo do ano letivo, investi muito do meu tempo nos planos de aula e a preparar-me para as práticas de ensino supervisionadas. O meu principal objetivo era conseguir ensinar e transmitir da melhor forma os conteúdos aos alunos, orientando-me pelos três princípios orientando-metodológicos inseridos na Série Didática 47 (Aranha,2004). O primeiro objetivo seria aumentar o tempo útil da aula, isto é, adotar estratégias que motivassem para a prática (jogos lúdicos; atividades específicas atrativas, etc.), que reduzissem o tempo de balneário e que reduzissem as rotinas administrativas (fazer chamadas; organizar grupos, etc.). O segundo objetivo seria aumentar o tempo disponível para a prática, ou seja, reduzir ao máximo o tempo de instrução, organização e transição (linguagem clara e acessível), utilizar auxiliares pedagógicos (vídeos; quadro; etc.) e utilizar formas de organização simples (mantê-la sempre que possível). O último objetivo metodológico seria maximizar o tempo potencial de aprendizagem, adaptando a dificuldade das tarefas ao nível dos alunos, controlar e avaliar as atividades, detetar as execuções incorretas ou diferentes das solicitadas e manter um bom nível de feedback (específico, pertinente e dirigido ao alvo de instrução) (Aranha,2004).

É importante referir que nem todas as aulas seguiram à regra tudo o que estava definido no plano de aula na medida em que, surgiram alguns imprevistos (número e comportamento de alunos, partilha do material, alteração do espaço, etc.) e fui obrigada a realizar alterações no momento e optar por novas estratégias. Preocupei-me sempre em pesquisar, procurar novos exercícios, analisar as capacidades de todos os alunos e pedir conselhos ao meu orientador cooperante e aos meus colegas estagiários acerca das melhores estratégias a utilizar. Sinto-me realizada, pois sempre me esforcei para crescer profissionalmente e utilizar todo o conhecimento adquirido para a evolução e aprendizagem dos alunos.

2.4. Práticas de Ensino Supervisionadas

Para uma melhor compreensão das disciplinas práticas de ensino e estágio supervisionado é necessário observar a conceção pedagógica que possivelmente esteve implícita ao se formar professores e treina-los por meio de atividades práticas (Almeida, 2008).

A observação é uma capacidade essencial a qualquer professor ou treinador. Ela permite identificar prestações menos eficazes, e, consequentemente, melhorar essa atividade. É neste contexto que a observação é largamente utilizada no apoio à formação de professores (Aranha,2007).

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Os sistemas de observação que foram utilizados para as práticas de ensino supervisionadas foram retirados da série didática 334, “Observação de aulas de Educação Física” da professora Ágata Aranha (2007), com respetivas fichas de registo já validadas. Antes de iniciar a prática pedagógica, observei 20 aulas do professor orientador cooperante com o objetivo de analisar e registar as estratégias que aplicava nas suas aulas e conhecer as caraterísticas das turmas que iria lecionar. Para as observações realizadas ao meu orientador utilizei fichas de registo anedótico, onde coloquei num cabeçalho informações referentes à aula (ano, turma e número de alunos; número de aula; U.D.; data, hora e tempo horário da aula, identificação do professor a ser observado e do observador e objetivos específicos propostos para a aula). A segunda parte da ficha contém o respetivo registo anedótico elaborado em relação ao tempo, que segundo Aranha (2007) permite saber a duração dos acontecimentos. Este refere-se à recolha de informação de forma sistemática - dos conteúdos que temos sistematizados e padronizados – ou aleatória – das ocorrências imprevistas que vão acontecendo e que se devem anotar (Aranha,2007). O maior objetivo era tentar descrever todos os acontecimentos e recolher todas as informações possíveis, nomeadamente, a colocação e posicionamento do professor, as estratégias utilizadas, análise da instrução, formas de organização, o tipo de feedbacks utilizado, adequação dos exercícios, comportamento e motivação dos alunos, entre outros. Após estas observações ao orientador cooperante iniciei a minha prática pedagógica. O orientador Carlos Cunha e os meus colegas estagiários estiveram presentes e observaram todas as minhas PES (46). Observei e avaliei todas as aulas lecionadas pelos meus colegas estagiários (92), onde utilizei várias fichas de registo anedótico em ordem ao tempo, em garantir a pertinência e a qualidade da informação, da gestão do tempo de aula e de avaliação externa do desempenho do docente. No final de cada ficha atribui uma nota da respetiva PES, respeitando os critérios e parâmetros de avaliação definidos em cada tipo de observação.

Reunimos todas as semanas com o orientador Carlos Cunha, onde dialogamos acerca das PES lecionadas nessa semana. O orientador expunha de forma individual a prestação de cada um na sua prática de ensino supervisionada e era feita uma discussão sobre situações pontuais que surgiam e sugestões para a correção e melhoria das mesmas. Estas reuniões foram muito benéficas pois contribuíram para a melhoria da minha atitude e das estratégias utilizadas. Consegui identificar as minhas maiores dificuldades e adotar estratégias que me permitissem combatê-las e consegui de igual modo, identificar as estratégias mais eficazes que permitiram um maior êxito. Estes ajustes contribuíram assim para um reflexo positivo na medida em que as PES

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tiveram um ritmo e intensidade elevados, mantive uma boa organização, maximizei o tempo de aprendizagem motora dos alunos e geri da melhor forma o tempo de aula.

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3. Tarefas de Estágio de relação Escola -Meio

3.1. Estudo Turma

“A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças” (Mahoney, 2002, citado por Dessen, M.A. & Polónia, A.C.,2007). Como professora de educação física, estou inserida neste meio de desenvolvimento do aluno e por isso sou responsável por grande parte da sua formação e do seu crescimento. É fundamental conhecer os meus alunos de forma individual para que desta forma possa mantê-los ativos nas suas aprendizagens, integrando-os e educando-os para a sociedade em que estão inseridos.

Tendo em conta todas estas considerações, foi elaborado no início do ano letivo um estudo de turma direcionado à caraterização de uma das turmas que iria lecionar. Esta caraterização proporcionou-me um vasto conhecimento acerca dos meus alunos, facilitou a planificação e permitiu que adotasse as estratégias mais adequadas às necessidades destes. Este estudo teve como população alvo os alunos da turma B, do 9º ano da escola básica e secundária de Arcozelo, Ponte de Lima. A amostra é constituída por um total de 20 alunos, dos quais 12 são do sexo masculino e 8 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos, sendo a média de idades de 14,1. O estudo da amostra foi realizado através da aplicação de dois questionários de fácil interpretação. O primeiro questionário era relativo ao levantamento biográfico dos dados dos alunos, nomeadamente, aos dados pessoais, ao contexto familiar, à vida escolar, saúde, hábitos diários e prática de exercício físico. O segundo era um teste sociométrico que considerava 3 situações critério (questões de domínio académico, domínio desportivo e domínio social). Foi pedido aos alunos que preenchessem as questões, indicando os nomes dos elementos da turma por ordem decrescente de preferência.

Após a recolha dos questionários, foi necessário recorrer a um programa de Sociometria, Groupdynamics e ao programa Software Microsoft Excel 2007 para o tratamento de dados. Os resultados foram apresentados sob a forma de tabelas e gráficos, sendo expressos em valores absolutos ou percentagens.

Este estudo teve um papel fundamental pois permitiu tirar várias conclusões pedagógicas essenciais para lecionar esta turma. Com base nos dados obtidos, foi possível verificar que o 9ºB é uma turma que apresenta alguns casos específicos que requerem uma intervenção especializada, ou seja, os alunos que apresentam necessidades educativas especiais de caráter permanente. Tomei conhecimento do

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caso de uma aluna com N.E.E que apresenta dificuldades em realizar as aulas de educação física visto que sofre de Síndrome de Poland, Síndrome de Noonan, esclerose e deformações ósseas e musculares. Posto isto, tive de aplicar estratégias de estimulação e de integração de modo a contribuir para o seu desenvolvimento saudável e evolutivo. É de salientar também que há uma parte desta turma que sofre de carência de algum familiar, sendo que este fator pode vir a refletir-se em toda a vida escolar destes alunos desde o seu rendimento ao seu comportamento. A maioria dos pais apresentam uma formação básica tendo como habilitações o 1º e 2º ciclo, o que se pode traduzir na impossibilidade de ajudar os filhos a nível académico, tendo em conta que estes já frequentam um ciclo superior. A maioria dos alunos beneficia de apoio ASE e tem como encarregado de educação a mãe, sendo esta empregada doméstica. É importante prever que estes alunos têm mais dificuldades económicas, podendo por vezes não apresentar o material mais adequado para as aulas.

Após análise do teste sociométrico, reparei que os alunos mais rejeitados na turma são aqueles que apresentam necessidades educativas especiais. Isto pode revelar atos de descriminação por parte dos colegas que os colocam de parte devido às suas debilitações. Posto isto, nas aulas de educação física tentei agrupar os alunos com mais rejeições com os alunos que são ditos “mais populares” ou com mais preferências.

Foi satisfatório saber que a disciplina preferida da maioria dos alunos é educação física, principalmente daqueles que são considerados menos bem-comportados nas outras disciplinas. Fiquei dececionada por tomar conhecimento que grande parte dos alunos ocupa os seus tempos livres de forma mais sedentária, poucos são aqueles que são ativos fisicamente, sendo que apenas um aluno pratica uma modalidade a nível federado e dois alunos praticam desporto escolar. É importante incentivar os alunos desta turma a uma maior prática de atividade física e os benefícios que esta tem para a saúde.

3.2. Atividades realizadas pelo Núcleo de Estágio de Educação Física

Ao longo do ano foram realizadas várias atividades na escola básica e secundária de Arcozelo, onde o núcleo de estágio de Ponte de Lima procurou estar sempre presente e se prontificou a ajudar na organização e todas as tarefas inerentes às mesmas. Ao longo do ano letivo participei ativamente em todos os projetos ou atividades propostas pelo grupo de educação física e pelo meu orientador cooperante.

As atividades desenvolvidas inicialmente foram o corta mato escolar/ distrital e a atividade de jogos tradicionais no dia do Magusto. De seguida foi realizada a planificação, organização e concretização da atividade de comemoração do Dia

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Internacional das Pessoas com Deficiência. Posteriormente houve o Mega Sprint escolar/distrital e atividades relacionadas com a semana da saúde. Por fim, o nosso orientador cooperante desafiou-nos a lecionar uma aula de 45 minutos a duas turmas do 4º ano da escola de Lagoas (L4A e L4B). As atividades que exigiram um maior empenho e dedicação, foram as do dia internacional da pessoa com deficiência e a lecionação às duas turmas da escola de Lagoas. Estas atividades foram da total responsabilidade do núcleo de estágio pelo que tivemos de nos empenhar para o sucesso das mesmas, desde o seu planeamento à sua execução.

A atividade do dia internacional da pessoa com deficiência foi a mais exigente no sentido que tivemos de realizar um pré-projecto, uma apresentação power point para uma palestra inicial, organizar atividades práticas (desportos adaptados) e obter o material necessário à realização das mesmas. Para divulgar e celebrar a data em questão diante da comunidade escolar elaboramos também um cartaz referente ao tema e afixamos em vários pontos da escola. A atividade no dia internacional da pessoa com deficiência (3 de dezembro) consistiu numa palestra inicial alusiva à importância desta temática, palestrada pelo professor Fernando Barros, sensibilizando os presentes com a realidade vivida pelas pessoas com deficiência. Seguidamente foi feita, pelos professores estagiários, uma breve introdução das modalidades de desporto adaptado a ser abordadas (goalball, boccia, ténis de mesa sentado e voleibol sentado). Depois de esclarecidos, os alunos passaram à prática das mesmas atividades com o objetivo de se sensibilizarem com as dificuldades e capacidade de superação das pessoas portadoras de deficiência, demonstrando a importância do desporto para a inclusão das mesmas.

O desafio de lecionarmos uma aula de 45 minutos a duas turmas de outra escola tinha como principais objetivos passar pela experiência de dar aulas a alunos do 1º ciclo e incentivá-los a vir para a escola de Arcozelo para o próximo ano letivo. Optamos por utilizar um jogo lúdico para o aquecimento, estações de ginástica (salto a cavalo, minitrampolim e solo) para a parte fundamental e uma sessão de relaxamento com música no final. Os alunos gostaram e a atividade foi concluída com sucesso. Participar e ter oportunidade de passar pela experiência de organizar este tipo de projetos constituiu uma contribuição essencial para o meu enriquecimento profissional.

Todas as atividades propostas ao núcleo de estágio apresentaram um caráter importante na aquisição de experiência, facilitaram o contacto com vários agentes escolares e contribuíram preponderantemente para a nossa adaptação no contexto escolar.

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4. Reflexão Critica do Estágio

4.1. Expetativas iniciais

Escolhi este curso porque desde sempre fui apaixonada por desporto e por educação física, jogo futsal desde os 12 anos de idade e a disciplina de educação física sempre foi uma das minhas preferidas. Sempre gostei de orientar as minhas sobrinhas e primos em todos os jogos e brincadeiras e sempre me senti ser como uma professora para eles. Sinto-me realizada nesse aspeto, porque consegui dar-lhes a infância que tive, combater o estilo de vida sedentário e fazer com que eles se divertissem ao ar livre. Se me senti realizada em ajudar as crianças da minha família a conviver, por que não ajudar mais crianças a combater a inatividade física?!

Durante o ensino secundário decidi definitivamente que era esse o rumo que queria para a minha vida, formar-me em desporto e educação física. Procurei informar-me mais acerca dos cursos existentes e após tomar conheciinformar-mento da experiência do meu professor de educação física, decidi seguir as pisadas dele e entrar em desporto em Vila Real. O meu objetivo seria licenciar-me em Ciências do Desporto e tirar um Mestrado em Educação Física, e agora que estou na etapa final, sinto que fiz a melhor escolha.

No final do primeiro ano de mestrado todos os estagiários foram chamados para escolher o local de estágio. Procurei saber as experiências de antigos estagiários e optei por realizar o meu estágio na escola básica e secundária de Arcozelo, Ponte de Lima com os meus dois colegas Ana Gomes e José Pita.

As minhas expetativas em relação a esta etapa final eram grandes pois estava ansiosa por dar aulas numa escola “real” com alunos “reais”. Já tinha tido experiências na universidade a lecionar aulas aos meus colegas, mas o que faltava mesmo era ter a experiência real de dar aulas numa escola. O maior problema é que na universidade como estávamos todos ao mesmo nível, acabamos por simplificar as tarefas uns dos outros, na escola já não seria assim, os alunos não iriam alterar o seu comportamento para nos amparar. Chegou a altura de aplicar todos os conhecimentos que adquiri ao longo deste percurso académico e aprender a lidar com a realidade escolar.

Tivemos de nos apresentar na escola ao professor orientador cooperante no dia 1 de setembro de 2015 e confesso que nos momentos antes a essa apresentação me encontrava muito ansiosa. Como seria a sensação de dar aulas de uma escola? Confrontar os alunos? Confrontar as diversidades que poderiam surgir? Tinha expetativas altas, estava muito motivada para que chegasse o momento e ver como realmente me sairia como professora. Sabia que iria ter outras preocupações, outras responsabilidades, novos desafios, pois tinha chegado à altura de deixar de ser aluna

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e “passar para o outro lado”. Chegou a altura de interiorizar o desafio de ser professora e definir objetivos pessoais, teria de conseguir aprender com os erros, trabalhar e procurar novas estratégias perante as dificuldades encontradas, de aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso académico, procurar ter uma boa relação professor/aluno e contribuir para a educação dos alunos motivando-os para a prática pedagógica. Queria tornar-me numa boa profissional, mas sabia que não iria ser tarefa fácil e que para isso poderia ter de “cair” algumas vezes. Para isso, defini desde o inicio que nunca iria deixar acumular tarefas, que iria empregar todas as críticas ouvidas pelo meu orientador cooperante Carlos Cunha e pelos meus colegas estagiários para evoluir e procurar novas estratégias.

No geral esperava que o estágio me permitisse complementar a minha formação através de novas experiências e aprendizagens e no final de todo o esforço e dedicação da minha parte, alcançar o sucesso desejado.

4.2. Dificuldades sentidas e estratégias tomadas no sentido de combater as mesmas

A principal função do professor de educação física é a de desenvolver no aluno capacidades físicas e cognitivas, modificando, também, atitudes e comportamento social, de acordo com a nossa cultura (sociedade), cumprindo os objetivos estipulados pelo Ministério de Educação, promovendo a independência e autonomia dos alunos dos domínios psico-motor, cognitivo e sociocultural (Aranha,2004).

A arte de ser professor não é fácil e o estágio pedagógico é o melhor meio de aprendizagem, na medida em que é nele que nos deparamos com diversas situações reais que podem beneficiar ou prejudicar o nosso processo de ensino-aprendizagem.

As escolhas do professor acerca da forma como se organiza a aula devem basear-se em fatores que condicionam a sua ação, como as características dos alunos, a intenção pedagógica do professor, as características da atividade, as condições materiais e a dimensão da turma (Ministério da Educação, 1992).

A primeira turma que lecionei (9ºB), apresentou alguns casos específicos que requerem uma intervenção especializada, nomeadamente os alunos que apresentam necessidades educativas especiais de caráter permanente. A aluna com N.E.E. Adriana Silva apresentou muitas dificuldades em realizar as aulas de Educação física visto que sofre de Síndrome de Poland, Síndrome de Noonan, Esclerose e Deformações ósseas e musculares com limitações da mão direita. Posto isto, fui obrigada a aplicar estratégias de estimulação e de integração de modo a contribuir para o seu desenvolvimento saudável e evolutivo. Como a aluna não realizou determinadas aulas práticas, utilizei outras estratégias para a conseguir avaliar,

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nomeadamente elaboração de relatórios para que acompanhasse sempre os objetivos da unidade didática. Lecionei cerca de 10 aulas de noventa minutos a esta turma e abordei as modalidades de voleibol, ginástica acrobática, atletismo e badminton. Tive algumas dificuldades a lecionar a modalidade de ginástica acrobática porque é uma modalidade que não domino, no entanto, procurei aprofundar o meu conhecimento acerca desta e superei todas as dificuldades que surgiram ao longo das aulas. Encontrei também algumas dificuldades na modalidade de badmínton visto existirem poucos exercícios de progressão pedagógica para os conteúdos que são abordados. Devido a este fator os exercícios propostos para aulas foram um pouco repetitivos, o que contribuiu para uma menor motivação dos alunos. Após me ter apercebido desta realidade cheguei à conclusão que no badmínton deve-se investir mais no jogo em si e nas respetivas regras. Nas últimas aulas realizei mais jogos (pares e singulares) e adotei estratégias que promovessem a competição. Com a informação que o professor orientador cooperante me transmitiu acerca da sua experiência, aprendi facilmente a montar o material no espaço e a definir campos de jogo, assim como aprendi também um sistema de rotação eficaz para aumentar a motivação e competição entre os alunos. Esta estratégia de investir no jogo foi muito eficaz e teve um reflexo positivo, na medida em que as aulas mantiveram uma boa organização, uma boa dinâmica e intensidade. Excluí os exercícios pouco dinâmicos de forma a aumentar o tempo potencial de aprendizagem e fazer uma boa gestão do tempo de aula. No geral esta turma manteve uma postura empenhada e motivada e os alunos mostraram-se sempre responsáveis e bem-comportados. O meu trabalho e a atitude dos alunos perante as aulas contribuíram preponderantemente para o alcance dos objetivos propostos. Todos os conteúdos abordados foram de encontro às capacidades dos alunos e estes superaram as suas dificuldades com esforço e repetição.

Na transição da turma B para a turma A do 9º ano de escolaridade notei grandes diferenças em relação ao comportamento. A maior parte dos alunos da turma A, apesar de apresentarem uma postura empenhada, mantiveram-se barulhentos e agitados na maioria das aulas. Perante este comportamento, fui obrigada a optar por uma postura mais autoritária, mantendo-me sempre segura nas minhas ações. Lecionei 7 aulas de 90 minutos ao 9º A, em que a modalidade abordada foi basquetebol. Nesta turma deparei-me com dois alunos que praticam basquetebol federado e incuti-lhes a responsabilidade de ajudar, no entanto, inicialmente, não tiveram a atitude esperada. Na primeira aula escolhi um aluno que pratica a modalidade para exemplificar os gestos técnicos à turma, tal como aprendi na universidade, mas este teve uma atitude exibicionista e desrespeitadora. Este tipo de comportamento apanhou-me desprevenida e surpreendeu-me negativamente, pelo

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que pensei em novas estratégias para evitar este tipo de situações. Nas aulas seguintes deixei de utilizar esses alunos como exemplo à turma de forma a tentar diminuir o seu ego. Mais tarde expliquei-lhes que o que pretendia era que eles ajudassem os colegas que tinham mais dificuldades e criassem um bom espirito de entreajuda. A estratégia resultou perfeitamente, eles mudaram a sua atitude, deixaram de me dificultar os exercícios e passaram a auxiliar os colegas adotando um comportamento mais adequado. Além das dificuldades resultantes do comportamento dos alunos, senti também alguns obstáculos a lecionar a modalidade de basquetebol. Tive necessidade de aumentar o número de feedbacks e reforços positivos, aprendi que em vez de me centrar em exercícios analíticos devo dar mais importância à ocupação racional do espaço no jogo e cheguei à conclusão que devia ter disponibilizado mais aulas para abordar a tática de jogo.

No 3º período lecionei 6 aulas de 90 minutos ao 12º A e voltei a abordar a modalidade de basquetebol. O meu principal objetivo era não repetir as estratégias menos conseguidas utilizadas anteriormente. Quando me deparei com esta turma do secundário notei grandes diferenças em relação às turmas do ensino básico (9º ano), pois apresentam um maior nível de maturidade e estão quase a entrar na fase de adulto. Visto que o 12º ano já se encontra num nível de aprendizagem avançado, tive necessidade de os motivar todas as aulas para a prática e posto isto, utilizei situações de jogo que promovessem a competição. Ao longo das aulas os alunos mostraram gosto e motivação pela modalidade e notei um bom espírito de entreajuda. Não apresentaram grandes dificuldades na medida em que são uma turma do secundário e já estão bem familiarizados com a modalidade de basquetebol. A maior dificuldade que tive em lecionar o 12º ano foi a falta de espaço no pavilhão, tive de ajustar várias vezes, o que me dificultou um pouco a execução de alguns exercícios. No dia 12 de abril tinha a aula planeada para dar basquetebol, mas esta foi condicionada pela semana da saúde. Na chegada ao pavilhão verifiquei que este não estava disponível para lecionar a aula que tinha planeado, tendo de improvisar e adaptar-me às circunstâncias. Foi uma experiência nova e enriquecedora para mim, na medida em que aprendi o que devo fazer perante estas situações.

Ao longo do meu estágio pedagógico deparei-me com várias adversidades, mas sinto que com as críticas do meu professor cooperante e dos meus colegas estagiários melhorei e consegui ultrapassar as minhas vulnerabilidades com o maior sucesso.

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Capítulo II

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Resumo

O objetivo geral deste estudo foi analisar a ansiedade (cognitiva e somática) e a autoconfiança no período pré-competitivo em praticantes de desporto escolar, comparar as possíveis diferenças entre modalidades individuais e coletivas e eventualmente estabelecer uma ponte para o rendimento escolar. A amostra foi constituída por 80 alunos, de ambos os sexos, com a média de idades de 13,16, da escola Básica e Secundária de Arcozelo, Ponte de Lima. A recolha de dados foi efetuada através do CSAI-2R (Cox, Martens & Russel, 2003) e do QAT (Rosário e Soares, 2004). Para o tratamento de dados foi necessário recorrer ao programa SPSS, onde, inicialmente foi feita uma análise descritiva exploratória das variáveis, seguidamente foram realizados testes de comparação não paramétricos (Mann-Whitney) e para verificar as correlações existentes foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman, onde o nível de significância foi mantido em p≤0,05. Neste estudo observamos que existem diferenças significativas de acordo com o sexo e a modalidade praticada. Os praticantes de modalidades coletivas são mais autoconfiantes em situações pré-competitivas e face aos testes escolares enquanto que os de modalidades individuais apresentam níveis elevados de ansiedade, tensão e pensamentos em competição. Verificamos também que os indivíduos do sexo masculino são mais autoconfiantes relativamente aos do sexo feminino, na medida em que os últimos possuem elevados sintomas de ansiedade e stress, tanto na ansiedade pré-competitiva como na ansiedade face aos testes. Os não praticantes de desporto escolar apresentam valores médios superiores de pensamentos em competição e consequentemente são mais ansiosos face aos testes do que os praticantes. Face a este estudo, torna-se importante referir que os indivíduos mais ansiosos devem apostar em novos mecanismos de controlo para diminuírem a frequência de estados de ansiedade que experimentam. A participação no desporto poderá ter um efeito positivo no rendimento académico dos indivíduos.

Palavras-chave: Ansiedade Pré-Competitiva, Ansiedade Cognitiva, Ansiedade

Somática, Autoconfiança, Ansiedade Face aos Testes, Tensão, Pensamentos em Competição.

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Abstract

The aim of this study is the analysis of anxiety (cognitive and somatic) and the self-confidence in the period pre-competitive, compare the possible differences between individual and team sports anxiety and self-confidence levels, and eventually relate them to school performance. In the sample were integrated 80 students from the Middle and High School of Arcozelo (Ponte de Lima), from both sexes and with an age average of 13 to 16 years old. Data were collected from the Competitive State Anxiety Inventory-2R (Cox, Martens & Russel, 2003) and Questionário de Ansiedade Face a

Testes (Rosário e Soares, 2004). For the processing of data it was necessary to use

the SPSS software. Initially it was made an exploratory descriptive analysis of the variables and then non-parametric comparison tests (Mann-Whitney) were performed. The Spearman correlation coefficient was used to verify the correlations, where the significance level was kept at p≤0,05. This study shows that there are significant differences according to sex and sport practiced. The team sports practitioners are more confident in a pre-competitive situation and school tests, whereas individual sports practitioners have high levels of anxiety, tension and thoughts. We also note that males are more self-confidents than females, since females have higher symptoms of anxiety and stress, both in pre-competitive anxiety as in school tests.Those who do not practice school sports have higher average values of thoughts in competition than those who practice and therefore are more anxious in school tests.Considering this study, it is important to make the reference that the most anxious individuals should focus on new mechanisms to reduce the states of anxiety they experience. Participating in Sport can have a positive effect on the academic performance of individuals.

Keywords: Pre-competitive Anxiety, Cognitive Anxiety, Somatic Anxiety,

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1. Introdução

A relação ansiedade-rendimento tem vindo a emergir como um dos temas mais estudados pelos investigadores no domínio da Psicologia Desportiva (Cruz,1989).

A ansiedade é uma resposta emocional aversiva ao stress, que resulta de uma avaliação de ameaça e é caracterizada por sentimentos subjetivos de preocupação e apreensão relativamente à possibilidade de dano físico ou psicológico, muitas vezes acompanhados de aumento da ativação fisiológica (Smith et al, 1998). Moraes (1990) define ansiedade como uma apreensão debilitante momentânea, ou seja, um estado emocional negativo no qual o indivíduo percebe as condições do ambiente como desproporcionalmente ameaçadoras, gerando nervosismo e preocupação associados com ativação ou agitação do organismo.

Segundo Weinberg e Gould, a ansiedade é “um estado emocional negativo com sentimentos de nervosismo, preocupação e apreensão associados com a ativação ou agitação do corpo”. A ansiedade está, desta forma, subdividida em várias dimensões, apresentando componentes de pensamento (ansiedade cognitiva) e componentes relacionadas com o grau de ativação física percebida (ansiedade somática). A ansiedade cognitiva é caraterizada por alterações de momento a momento na preocupação, apreensão ou pensamentos negativos do indivíduo, enquanto a ansiedade somática é manifestada por alterações de momento a momento na ativação fisiológica percebida, tais como: aumento da frequência cardíaca, alterações a nível respiratório, suores excessivos, entre outros (Weinberg e Gould, 2001). A ansiedade cognitiva quando elevada, produz efeitos negativos nas atividades desportivas que requerem maior concentração, estratégia e agilidade psicomotora fina (Vinhais,2013). Segundo Martens (1990), este tipo de ansiedade é caraterizado pela consciência de pressentimentos desagradáveis acerca de si próprio ou estímulos exteriores, como preocupações e distúrbios de imagens visuais. O mesmo autor define a ansiedade somática, como perceções dos sintomas corporais causados pela ativação do sistema nervoso autónomo, caraterizada por vários sintomas somáticos como tremura, inquietação, hipertrofia muscular, hiperventilação, aumento da frequência cardíaca, etc. Um nível elevado de ativação através da ansiedade somática é ideal para atividades desportivas que exigem velocidade, resistência e força, por outro lado é prejudicial para as habilidades complexas que exigem motricidade fina, coordenação, concentração e equilíbrio (Vinhais, 2013).

Spielberger (1966, citado por Weinberg e Gould, 2001) considera que para definir ansiedade deve-se também ter em conta a diferenciação entre a ansiedade-estado e a ansiedade-traço. Ansiedade-ansiedade-estado é definida por Spielberger (1972) como

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Tabela 1 – Caraterização da amostra
Tabela 2 -  Valores da média e desvio padrão (x ± dp), fatores e ordenação dos itens do CSAI - 2R
Tabela 3 -  Análise comparativa dos fatores do CSAI-2R quanto ao sexo.
Tabela 7 - Análise comparativa dos fatores do QAT quanto à modalidade.
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