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Preferência manual e assimetria em antecipação-coincidência: efeito da velocidade do estímulo

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Academic year: 2021

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(1)Preferência manual e assimetria funcional em antecipação – coincidência: Efeito da velocidade do estímulo.. Eduarda da Conceição Ferreira Lima. Porto, 2009.

(2)

(3) Preferência. manual. e. assimetria. funcional. em. antecipação - coincidência: Efeito da velocidade do estímulo.. Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Recreação e Tempos Livres, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. Eduarda da Conceição Ferreira Lima Orientador: Prof. Dr. Manuel Ferreira Conceição Botelho Co-Orientadora: Mestre Paula Cristina dos Santos Rodrigues. Porto, 2009.

(4) Lima,. E.C.F.. (2009).. Preferência. manual. e. assimetria. funcional. em. antecipação-coincidência: Efeito da velocidade do estímulo. Dissertação de licenciatura, na área de Recreação e Tempos Livres, apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. PALAVRAS-CHAVE: PREFERÊNCIA MANUAL; ASSIMETRIA FUNCIONAL; ANTECIPAÇÃOCOINCIDÊNCIA; VELOCIDADE DO ESTÍMULO..

(5) AGRADECIMENTOS. A todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para a consecução deste trabalho expresso o meu sincero e sentido agradecimento, em especial:. Ao Professor Manuel Botelho, pela atenção, pela sua completa disponibilidade desde o primeiro momento e transmissão de conhecimentos, durante a realização deste trabalho;. À Mestre Paula Rodrigues, pelo apoio e acompanhamento perenes, a sua disponibilidade, dedicação e paciência foram infinitas ao longo da concretização deste estudo;. Aos meus Pais, pela educação transmitida e sacrifícios realizados para a concretização dos meus objectivos, a vós devo a conclusão do curso;. À minha irmã, que completa o meu círculo de harmonia, minimizando as dificuldades, pelo apoio constante, pelo amor e amizade;. A todos, muito obrigada!. I.

(6) II.

(7) ÍNDICE GERAL. AGRADECIMENTOS ................................................................................................ I ÍNDICE GERAL ..................................................................................................... III ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................... V ÍNDICE DE QUADROS ........................................................................................... VII RESUMO ............................................................................................................. IX ABSTRACT .......................................................................................................... XI RÉSUMÉ............................................................................................................ XIII LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................... XV. 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 1.1. Propósito e finalidade do estudo ............................................................... 3 1.2. Estrutura do estudo ................................................................................... 5. 2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 7 2.1. Dominância, Preferência e Assimetria Manual .......................................... 9 2.2. Antecipação – Coincidência .................................................................... 15 2.2.1. Sexo ................................................................................................... 17 2.2.2. Velocidade do Estímulo...................................................................... 19 2.2.3. Preferência Manual ............................................................................ 21. 3. OBJECTIVOS................................................................................................... 25 3.1. Objectivo Geral........................................................................................ 27 3.2. Objectivos Específicos ............................................................................ 27. 4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 29 4.1. Caracterização da Amostra ..................................................................... 31 4.2. Instrumento e Tarefa ............................................................................... 31 4.3. Medidas de Erro ...................................................................................... 33 4.4. Procedimentos Estatísticos ..................................................................... 35. III.

(8) 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................. 37 5.1. Análise da Amostra Total ........................................................................ 39 5.1.1. Erro Absoluto ..................................................................................... 39 5.1.2. Erro Constante ................................................................................... 41 5.1.3. Erro Variável ...................................................................................... 43 5.2. Análise por Grupos de Preferência Manual............................................. 45 5.2.1. Erro Absoluto ..................................................................................... 45 5.2.2.Erro Constante .................................................................................... 47 5.2.3. Erro variável ....................................................................................... 49. 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................ 53. 7. CONCLUSÕES ................................................................................................. 61. 8. SUGESTÕES ................................................................................................... 65. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 69. 10. ANEXO ......................................................................................................... 81. IV.

(9) ÍNDICE DE FIGURAS. Figura 1 – Bassin Anticipation Timer (foto retirada do site Lafayette Instruments).. 33. Figura 2 – Médias do EA (ms) para a variável sexo.. 39. Figura 3 – Médias do EC (ms) relativas à variável velocidade, preferência manual e sexo.. 41. Figura 4 – Médias do EV (ms) em função da velocidade do estímulo.. 43. Figura 5 – Médias do EA (ms) do grupo de indivíduos destrímanos em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), da mão (preferida e não preferida) e do sexo (masculino e feminino).. 45. Figura 6 – Médias do EA (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a variável sexo.. 46. Figura 7 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).. 47. Figura 8 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a variável sexo.. 48. Figura 9 – Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).. 49. Figura 10 – Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão de execução (MP e MNP).. 50. V.

(10) VI.

(11) ÍNDICE DE QUADROS. Quadro 1 – Valores das médias e dos desvios-padrão do EA, EC e EV (ms) nas três velocidades de estímulo (6, 9 e 12 mph), em função da preferência manual, do sexo e da mão de execução.. VII. 51.

(12) VIII.

(13) RESUMO. Neste estudo pretendemos analisar o efeito da velocidade do estímulo, numa tarefa simples de antecipação-coincidência, em função da preferência manual. Participaram 12 destrímanos e 12 sinistrómanos de ambos os sexos, estudantes universitários de Educação Física. Empregou-se o Bassin Anticipation Timer para avaliar a capacidade de antecipação coincidência a 3 velocidades distintas e de forma aleatória: 6, 9 e 12 mph (lenta, intermédia e rápida, respectivamente). Os sujeitos foram avaliados executando a tarefa tanto com a mão preferida como com a mão não preferida. Foram calculados os erros absoluto (EA), constante (EC) e variável (EV) para cada participante, e realizada uma análise com a amostra total através de uma ANOVA multifactorial 2x2x2x3 (preferência manual, sexo, mão de execução, velocidade do estímulo), com medidas repetidas nos dois últimos factores e uma outra análise, separadamente, por grupos de preferência manual através de uma ANOVA multifactorial 2x2x3 (sexo, mão de execução, velocidade do estímulo), com medidas repetidas no último factor, para um p≤0,05. Os resultados revelaram que (i) os sinistrómanos não foram afectados pelo efeito da velocidade de estimulo, (ii) os destrímanos enviesaram menos as suas respostas do que os sinsitrómanos (menor EC), e (iii) o sexo masculino apresentou consistentemente melhores desempenhos, mais concretamente menor EA e EC, do que o sexo feminino. A especialização funcional hemisférica parece explicar as diferenças verificadas quando comparados os desempenhos entre os dois grupos de preferência manual.. PALAVRAS-CHAVE: PREFERÊNCIA MANUAL; ASSIMETRIA FUNCIONAL; ANTECIPAÇÃOCOINCIDÊNCIA; VELOCIDADE DO ESTÍMULO.. IX.

(14) X.

(15) ABSTRACT. In this study we intend to analyze the effect of stimulus speed, in a simple coincidence-anticipation task, depending on handedness. Twelve righthanders and twelve lefthanders of both sexes, students of Physical Education, participated in this study. The Bassin Anticipation Timer was used to evaluate the coincidence-anticipation ability at three different and random velocities: 6, 9 and 12 (slow, medium and fast, respectively). The subjects were evaluated performing the task with the preferred hand as with the non-preferred hand. The absolute (AE), constant (CE) and variable errors (EV) were calculated for each participant, and an analysis of the whole sample through a multifactorial ANOVA 2x2x2x3 (handedness, sex, execution hand, speed of stimulus) with repeated measures over the last two factors and a further analysis, separately, by groups of handedness through a multifactorial ANOVA 2x2x3 (sex, execution hand, speed of stimulus), with repeated measures on the last factor, for a p≤0,05. The results showed that (i) lefthanders weren’t affected by the effect of stimulus speed, (ii) righthanders skewed less their answers than lefthanders (less CE), and (iii) males had consistently better performance, more specifically lower EA and EC, than females. The functional hemispheric specialization seems to explain the differences found when comparing the performances between the two groups of handedness.. KEY WORDS: HANDEDNESS; FUNCTIONAL ASYMMETRY; COINCIDENCE-ANTICIPATION, STIMULUS SPEED.. XI.

(16) XII.

(17) RÉSUMÉ. Dans cette étude, nous avons l'intention d'analyser l'effet de la vitesse du stimulus, dans’ une simple tâche de coïncidence-anticipation, en fonction de la chiralité. Les participants étaient douze droitiers et douze gauchers des deux sexes, étudiants en éducation physique. Nous avons appliqué le Bassin Anticipation Timer pour évaluer la capacité de coïncidence-anticipation. à 3. vitesses différentes et dans un ordre aléatoire: 6, 9 et 12 mph (lent, moyen et rapide, respectivement). Les sujets ont été évalués accomplissement de la tâche avec la main préférée et avec la main non préféré. L'absolu (AE), constant (CE) et variable erreurs (EV) ont été calculés pour chaque participant, et une analyse de l'échantillon tout entier à travers d’une ANOVA multifactorielle 2x2x2x3 (chiralité, sexe, main d’exécution, vitesse du stimulus) avec des mesures répétées au cours des deux derniers facteurs et une analyse plus approfondie, séparément, par des groupes de chiralité à travers une analyse de ANOVA multifactorielle 2x2x3 (sexe, main d’exécution, vitesse du stimulus), avec des mesures répétées sur le dernier facteur, pour un p≤0,05. Les résultats ont montré que (i) les gauchers ne sont pas affectées par l'effet de la vitesse du stimulus, (ii) droitiers moins biaisée de leurs réponses que les gauchers (CE moins), et (iii) les hommes avaient une performance toujours meilleure, plus spécifiquement inférieure EA et EC, que les femelles. La spécialisation hémisphérique fonctionnelle semble expliquer les différences constatées en comparant les performances entre les deux groupes de chiralité.. MOTS-CLÉS: CHIRALITE ; ASYMETRIE FONCTIONNELLE; COÏNCIDENCE-ANTICIPATION; VITESSE DU STIMULUS.. XIII.

(18) XIV.

(19) LISTA DE ABREVIATURAS. PM. Preferência Manual. MP. Mão Preferida. MNP. Mão Não Preferida. AC. Antecipação-Coincidência. EA. Erro Absoluto. EC. Erro Constante. EV. Erro Variável. Ms. Milissegundo. Mph. Milhas por hora. XV.

(20) XVI.

(21) 1. INTRODUÇÃO. 1.

(22) 2.

(23) 1. INTRODUÇÃO. 1.1. Propósito e finalidade do estudo A mão reflecte a assimetria mais óbvia do comportamento humano, ao ser escolhida em detrimento da outra, para tarefas unimanuais ou, em tarefas bimanuais, expressando diferentes comportamentos: uma funcionando de forma mais activa e a outra mais ao nível da ajuda, do suporte ou da sustentação. Esta competência parece ter uma origem biológica sendo parcialmente definida por factores genéticos, surgindo e manifestando-se desde. o. nascimento.. Não. obstante,. outros. factores. apresentam-se. determinantes para o estabelecimento de comportamentos preferenciais, tais como os factores sócio-culturais (Ooki, 2005; Zverev, 2006). A preferência manual, sendo apenas um de vários índices de preferência lateral, é representativa da influência e importância destes mesmos factores. A assimetria manual manifesta-se através da proficiência (relativa à habilidade ou eficácia de um dos lados) e da preferência (relativa à escolha de um lado como o preferido para executar a maioria das actividades unilaterais de um membro ou órgão) (Vasconcelos, 1993). Nas suas actividades, a maioria dos seres humanos utiliza preferencialmente a mão direita enquanto, aproximadamente 10%, usa a mão esquerda. Destrímanos e sinistrómanos diferem entre si quando comparados, sendo os últimos menos lateralizados quanto à preferência (Doyen, Duquenne, Nuques, & Carlier, 2001; Gurd, Schulz, Cherkas, & Ebers, 2006) e menos assimétricos quanto à performance em determinadas tarefas (Brown, Roy, Rohr, & Bryden, 2006; Gurd, et al., 2006; Shen & Franz, 2005). Para além disso, os sinistrómanos parecem usufruir de alguma vantagem em relação aos destrímanos em tarefas visuomotoras (Dane & Erzurumluoglu, 2003; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, & Barbosa, 2009). Na generalidade, na avaliação da assimetria motora funcional, os destrímanos são mais consistentes na lateralização em comparação com os. 3.

(24) sinistrómanos e esta evidência revela-se na realização das tarefas unimanuais mais complexas, em que os destrímanos apresentam maiores vantagens na concretização da tarefa porque são mais consistentes e mais rápidos em comparação com os sinistrómanos (Bryden, Roy, Rohr, & Egilo, 2007). No entanto, os sinistrómanos são menos assimétricos no desempenho manual, principalmente com a MNP e apresentam melhores desempenhos em tarefas bimanuais devido à maior cooperação dos dois hemisférios cerebrais (Vasconcelos, 2004).. É desta conjectura que surge a pertinência do nosso estudo. Rodrigues et al. (2009, em apreciação), constataram que na execução de uma tarefa complexa de antecipação-coincidência, com elevada exigência efectora, os sinistrómanos não foram afectados pela variação da velocidade, enquanto os destrímanos apresentaram variações significativas de desempenho entre as velocidades. Se a contribuição dos processos perceptivos e motores está na base da diferença no desempenho entre os dois grupos de preferência manual, como será o desempenho numa tarefa simples, onde a exigência efectora é menos evidenciada e a perceptiva é mais elevada? Será que os sinistrómanos também se comportarão da mesma forma?. Deste modo, o estudo por nós desenvolvido integra o comportamento dos dois grupos de preferência manual, mas na execução de uma tarefa simples de antecipação-coincidência (fortemente associada a aspectos perceptivo-sensoriais, com reduzida influência efectora), em função da velocidade do estímulo. Para além disso, as variáveis mão de execução e sexo serão também analisadas, uma vez que é conhecida a sua influência no desempenho motor.. 4.

(25) 1.2. Estrutura do estudo O presente estudo está dividido em 10 capítulos, o primeiro dos quais subordinado à apresentação dos propósitos e das finalidades do estudo, bem como à descrição sumária da estrutura do trabalho. O segundo capítulo remete-nos para a revisão da literatura. Aqui são apresentados, na perspectiva de vários autores, os conceitos de dominância, preferência e assimetria manual, o conceito de capacidade de AC e os vários estudos realizados neste âmbito, focando as variáveis independentes utilizadas neste estudo (sexo, velocidade do estímulo e PM). No terceiro capítulo, apresentamos os objectivos e as hipóteses que orientaram a nossa pesquisa. No. quarto. capítulo. procedemos. à. caracterização. da. amostra,. descrevemos o instrumento utilizado para avaliar o tempo de AC, as variáveis dependentes do estudo (EA, EC e EV) e os procedimentos estatísticos utilizados para a análise dos resultados. No capítulo cinco analisamos e descrevemos os resultados obtidos, que vão permitir compreender e interpretar o objecto de estudo. No sexto capítulo apresentamos a discussão, onde articulamos a informação empírica com os resultados encontrados neste estudo. Por fim, no sétimo capítulo, serão elaboradas as conclusões finais do estudo. No final, existem ainda três capítulos, um, referente a sugestões para futuros estudos, outro, à bibliografia que serviu de suporte durante a pesquisa e, por último, o anexo.. 5.

(26) 6.

(27) 2. REVISÃO DA LITERATURA. 7.

(28) 8.

(29) 2. REVISÃO DA LITERATURA. 2.1. Dominância, Preferência e Assimetria Manual Por definição, dominância manual começa com a mão predominante segundo a auto-designação do indivíduo, ou em termos mais simples o indivíduo considera-se como sendo destro ou canhoto, existindo ainda uma terceira opção, a de “ambidestro”. Mais especificamente, a dominância abrange tarefas que exigem coordenação fina, movimentos bem sincronizados e/ou força muscular, que por sua vez são modulados pela rede motora no hemisfério contralateral. Estas actividades primárias incluem o escrever, desenhar, martelar, lançar uma bola com força e exactidão, serrar e cortar com precisão, entre outras (Geschwind & Galaburda, 1985). Diz-se que a preferência pelo uso de uma das mãos, em tarefas que exigem habilidade, é um traço distintivo do ser humano. Enquanto outros primatas demonstram preferências muito particulares pelo uso do membro dianteiro esquerdo ou direito nas tarefas de alcançar e manipular objectos, os seres humanos são os únicos que tendem a eleger consistentemente a mão direita para a realização desse tipo de tarefa (Steele & Mays, 1995). Cerca de 90% da população utiliza a mão direita para escrever, contra 10% que usam a mão esquerda; 60% escolhe a mão direita para realizar diferentes tipos de actividade, 30% tem preferências inconsistentes ou mistas, e apenas 5% são exclusivamente canhotos (Taylor & Amir, 1995). Por preferência manual (PM) entende-se, segundo Porac & Coren (1981), como sendo o uso preferido ou escolha de uma mão em situações em que apenas uma delas pode ser utilizada para determinada tarefa tendo como resultado uma maior eficiência, melhor desempenho, sendo consequentemente mais hábil com essa mão. Os mesmos autores ditam que são as diferenças comportamentais em diversas actividades como manipular pequenos objectos, desenhar, escrever, entre outras, que determinam a preferência de uma mão em detrimento da outra.. 9.

(30) Na opinião de Vasconcelos (2004) a PM reporta-se à tendência para utilizar mais uma mão do que outra, ou seja, consiste na mão preferida (MP) ou mais usada. Deste modo, a mão habitualmente utilizada nas actividades de destreza que implicam coordenação motora fina é designada de “mão preferida”. A mão não preferida (MNP) será responsável, essencialmente, por acções de suporte e será aquela que segura, agarra e sustenta, tornando-se preferida neste tipo de tarefas.. Reflexos e certos movimentos espontâneos do lado direito do corpo são demonstrados por uma quantidade expressiva de bebés, comparativamente ao lado esquerdo. Esta tendência lateral encontra-se em mudança, e à medida que a idade avança, torna-se evidente a preferência consistente por um dos lados, não havendo ainda um consenso da literatura acerca da idade em que se estabiliza a PM. Sabe-se apenas que é um processo gradual que decorre com a idade (Rodrigues, 2007). A preferência lateral é manifestada precocemente durante o ciclo de vida do ser humano, observando-se este aspecto em recém-nascidos de pais destros que apresentam logo após as primeiras semanas de vida movimentos direccionais da cabeça orientados predominantemente para o lado direito do corpo (Cioni & Pellegrinetti, 1982; Liederman & Kinsbourne, 1980), assim como uma maior utilização da mão direita em movimentos habituais após os 6 meses de vida (Provins, Dalziel, & Higginbottom, 1987). São dados como os acima apresentados que permitem considerar a dominância lateral como um factor de origem predominantemente genética e pouco susceptível a mudanças resultantes da interacção com o ambiente. Outra concepção aliada a esta primeira é que o termo dominância lateral é algo bastante genérico. Como consequência, poder-se-ia esperar vantagem de desempenho com a mão dominante sobre o desempenho com a mão nãodominante não apenas no início da aquisição de qualquer habilidade motora, mas também ao longo do processo de aprendizagem, com o membro dominante. aprendendo. mais. rapidamente. e. atingindo. patamares. de. desempenho mais elevados do que com o membro não-dominante (Teixeira,. 10.

(31) Chaves, Silva & Carvalho, 1998). Evidência empírica, entretanto, tem demonstrado que a dominância lateral é um factor específico à tarefa e dependente da quantidade de experiências motoras prévias com um determinado segmento corporal (Provins, 1997). Para além da componente genética também os factores ambientais parecem influenciar a preferência por um dos membros. Ashton (1982) investigou mais de 1800 famílias havaianas envolvendo pais, filhos e seus ancestrais, sugerindo que a determinação da PM por parte da participação genética era de apenas 10 a 20%, enquanto as componentes ambientais responderam em 80 a 90% na definição do membro preferido. As experiências do indivíduo ao longo da vida também possuem um papel importante no estabelecimento de preferências e assimetrias laterais (Teixeira, 2006). Num. estudo. realizado. com. gémeos. monozigóticos. (idades. compreendidas entre os 22 e 34 anos), concordantemente destros ou discordantes em lateralidade, Jancke & Steinmetz (1995) avaliaram o desempenho, com a mão direita e esquerda, em tarefas de velocidade de toques repetidos e em tarefas relacionadas com a escrita. A análise da correlação intra-classe para o grau absoluto de assimetria lateral de desempenho, o qual foi realizado separadamente para as duas categorias de gémeos monozigóticos, não indicou resultados significativos. Estes resultados sugerem que, apesar de possuírem heranças genéticas iguais, as assimetrias laterais observadas em cada sujeito não predizem o grau de assimetria lateral de desempenho apresentado pelo gémeo correspondente. A noção de que a MP é a melhor ou a mais forte está subentendida aquando da nomeação por mão dominante. Preferir uma mão para realizar determinada tarefa nem sempre é sinónimo de uma proficiência superior por parte dessa mão, ou seja, nem sempre a MP é a mais eficiente (Vasconcelos, 2004). Segundo Santos, Lage, Calvacante, Ugrinowitsch & Benda (2006) as assimetrias. encontradas. no. comportamento. motor. apresentam. duas. dimensões. Uma das dimensões é conhecida como assimetria lateral de preferência e diz respeito à maior frequência de utilização de um determinado. 11.

(32) membro comparado com o membro contralateral, relacionando-se esta preferência com o conforto e segurança que um sujeito apresenta na execução de habilidades motoras específicas. A outra dimensão, definida como assimetria lateral de desempenho, refere-se à diferença na qualidade da execução das tarefas pelos membros contralaterais, sendo que o seu desenvolvimento resulta da interacção entre factores biológicos e ambientais. Autores como Petrie & Peters (1980) confirmam a relação directa entre desempenho e preferência, isto é, quando há melhor desempenho em determinada tarefa realizada com um determinado lado do corpo, há uma maior preferência. Os autores analisaram bebés, com idades compreendidas entre as 2 e as 3 semanas de vida, na manipulação de um objecto com um sensor de força embutido, o qual media a força de preensão e o tempo de manipulação. Os resultados demonstraram que para ambas as variáveis houve assimetria de desempenho favorável à mão direita. No entanto, estudos recentes têm sugerido que a assimetria manual de desempenho e a PM são dimensões independentes do comportamento motor. Teixeira & Okazaki (2007) observaram, numa tarefa de toques sequenciais de dedos, que quando destros realizaram a tarefa com MNP o desempenho no tempo de movimento foi similar para ambas as mãos. A prática com o membro não preferido aperfeiçoou o desempenho até que a simetria entre os membros ocorresse. Quando. diferentes. tarefas. motoras. relativamente. simples. são. executadas independentemente de as mãos serem dominante e nãodominante, em várias dessas tarefas não se observam diferenças significativas de desempenho entre os dois membros (Provins, Milner, & Kerr, 1982; Salazar & Knapp, 1996), o que representa uma inconsistência com a concepção da vantagem generalizada do membro dominante sobre o membro não-dominante independentemente da prática prévia. Rigal (1992), num estudo com crianças em idade escolar e pré-escolar, analisou o desempenho em diferentes tarefas motoras, entre as quais a escrita e a força manual. Neste estudo, o autor observou que a diferença de eficiência entre as duas mãos aumentou apenas na tarefa de escrita, enquanto nas. 12.

(33) outras tarefas a relação foi mantida estável. Como as crianças nesta fase de escolarização são expostas a uma grande quantidade de prática unilateral na tarefa de escrever, mas não na prática sistemática das outras tarefas estudadas incluindo a força manual, o autor concluiu que a assimetria de desempenho nesta tarefa foi provocada pelo efeito de prática específica e não por um factor global de dominância lateral. Enquanto a assimetria lateral aumentou para estas tarefas em idades posteriores,. nas. demais. tarefas. o. desempenho. motor. permaneceu. predominantemente simétrico. Os resultados de Rigal (1992) indicam que a assimetria lateral é um aspecto dinâmico da motricidade humana, em que um dos importantes factores a determinar a magnitude de assimetrias de performance é o volume de prática com o membro critério. Outra evidência do carácter dinâmico das assimetrias laterais é a baixa estabilidade da diferença de desempenho entre as mãos dominante e não-dominante, apontada através de testes sucessivos em períodos diferentes (Provins & Cunliffe, 1972; Sappington, 1980), com variações do índice de dominância lateral em função do momento em que se fez a observação. Teixeira & Gasparetto (2002) investigaram as assimetrias laterais no padrão fundamental de lançamento em grupos de crianças entre os 4 e os 10 anos de idade e observaram que, independentemente do aumento da proficiência na execução da tarefa com o aumento da idade, os níveis de assimetria de desempenho entre membros era mantido na infância. No estudo de Teixeira & Paroli (2000) foi investigado o índice de PM comparado e correlacionado com o índice de assimetria de desempenho em três tarefas motoras: a) toques repetidos à máxima velocidade, b) controlo da força manual, e c) posicionamento linear. Os resultados demonstraram que as assimetrias de preferência foram consideravelmente maiores do que as assimetrias de desempenho. As comparações entre os desempenhos com a MP e MNP em cada tarefa não indicaram diferenças significativas para o controlo da força e posicionamento linear do braço, mas superioridade consistente de desempenho com a MP na tarefa de toques repetidos. Enquanto alguns sujeitos apresentaram uma esperada superioridade de desempenho. 13.

(34) com a MP, uma parte considerável da amostra teve melhor desempenho com a MNP. Estes resultados indicam que a supremacia de desempenho motor não é ditada por um factor único, havendo grande variação de tarefa para tarefa em termos de assimetria lateral de desempenho, sugerindo que a herança genética não é determinante do grau de assimetria lateral de desempenho motor. As evidências provenientes de vários estudos mostram que a proficiência, a preferência, bem como a assimetria manual não são produto de um factor único, mas antes a resultante de vários factores (biológicos, sociais e culturais).. 14.

(35) 2.2. Antecipação – Coincidência A antecipação - coincidência (AC) tem sido estudada com o esforço de melhor definir o desenvolvimento de competências e os efeitos da percepção específica e das exigências das tarefas motoras no desempenho. A sua importância para as teorias do comportamento motor tem sido desde há muito reconhecida. Em particular, a classe de competências denominadas de “tarefas de antecipação-coincidência” tem sido alvo de atenção por encarnarem particularidades comummente encontradas em habilidades do dia-a-dia e do desporto. Belisle (1963) definiu a AC como sendo a execução de uma resposta de movimento coincidente com a chegada de um estímulo a um determinado ponto de intercepção, também designada de timing antecipatório por Magill (1989) e Stadulis (1985), timing de antecipação por Schmidt (1968) e Dorfman (1977), ou de organização temporal de antecipação (Schmidt & Wrisberg, 2001) e ainda de antecipação-coincidência (Rodrigues, Freitas, Vasconcelos, & Barreiros, 2007) sendo este último termo o que será utilizado por nós no decorrer deste estudo. A necessidade de uma resposta motora desencadeada por um conjunto de estímulos sensoriais, que permite realizar um conjunto de movimentos em diversos domínios, constitui uma situação frequentemente vivenciada pelo ser humano. As capacidades que requerem precisão espacial e temporal são responsáveis pela performance nas tarefas de AC (Fleury & Bard, 1985). Em qualquer tipo de habilidade, o sucesso depende da antecipação temporal e da sincronização dos actos motores com o meio ambiente externo (Teixeira, Santos & Andreysuk, 1992). Para se proceder à análise da AC, ao longo do tempo, foram sendo utilizados os mais diversos aparelhos. Mas, foi a partir do momento em que o Bassin Anticipation Timer ficou disponível pela LaFayette Instrument Company, em 1976, que se deu início a uma maior concentração de investigações sobre esta capacidade e que os investigadores passaram a utilizar com maior frequência este instrumento. O desenvolvimento deste aparelho permitiu. 15.

(36) realizar um maior número de comparações entre os resultados de várias pesquisas na investigação da resposta de AC. No entanto Stadulis (1985) alerta para as variações nos procedimentos utilizados, como por exemplo o tipo de resposta motora, os diferentes planos de visão e as dimensões do aparelho, utilizados por alguns autores que não correspondem aos procedimentos empregues na maioria dos estudos. Pinheiro & Corrêa (2005) referem a AC como sendo um dos aspectos mais abordados no campo da Aprendizagem Motora nas últimas décadas, destacando os mais diversos focos de interesse dos pesquisadores: idade (Benguigui & Ripoll, 1998; Ferraz, 1993; Ramella, 1984; Stadulis, 1985; Coelho, Vasconcelos, Rodrigues, Barreiros, & Botelho 2007); o sexo (Brady, 1996; Petrakis, 1985; Stadulis, 1985; Williams & Jasiewicz, 2001); a velocidade do estímulo (Stadulis, 1985; Teixeira et al., 1992; Williams, 2000); a complexidade da resposta motora (Ferraz, 1993; Williams & Jasiewicz 2001; Frada, Martins, Pereira, Rocha, Rodrigues, Botelho et al., 2007; Rodrigues, Barreiros, Vasconcelos & João de Deus, 2008); a prática (Stadulis, 1985; Freudenheim & Tani, 1993; Teixeira, 1993; Rodrigues, Barreiros,. Vasconcelos, & Carneiro,. 2009) e, mais recentemente, a assimetria manual (Cockerill, Van-Zyl, & Nevill, 1988; Coker, 2004; Rodrigues, Vasconcelos,. Barreiros, & Barbosa, 2009;. Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, & Trifílio, 2009) e a PM (Abernethy, Thomas, & Thomas, 1993; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, & Barbosa, 2009; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, et al., 2009).. Apresentaremos de seguida os resultados de alguns estudos realizados, utilizando a capacidade de AC, empregando os parâmetros pertinentes a este estudo.. 16.

(37) 2.2.1. Sexo. A literatura existente revela uma evidência considerável indicando que os homens executam tarefas de AC com erros variáveis e absolutos menores do que as mulheres. Stadulis (1985) realizou um estudo cujo objectivo consistia em determinar se a precisão da AC variava sistematicamente ao longo das idades, entre os géneros, e se a prática e a velocidade de movimento do estímulo afectava a performance. Participaram 38 crianças distribuídas em três grupos de idades: 7, 9 e 11 anos e o instrumento utilizado foi o Bassin Anticipation Timer. Os resultados relativamente ao género indicaram que os meninos responderam com menores erro absoluto e erro constante do que as meninas. Os efeitos da interacção entre o género e a idade parecem clarificar o efeito dos meninos serem mais precisos do que as meninas. Williams & Jasiewicz (2001) avaliaram as diferenças sexuais na aprendizagem e performance de uma tarefa de tempo coincidente, utilizando o Bassin Anticipation Timer. Os resultados obtidos referem que os homens foram significativamente mais consistentes e precisos, comprovando estudos anteriores. Os autores interpretam estas diferenças atribuindo a um estilo mais conservador de resposta por parte das mulheres do que os homens. Referem ainda algumas interpretações para estas diferenças, entre as quais: diferentes proporções de participação em desportos com demandas antecipatórias (Petrakis, 1985); efeitos de variáveis sócio-culturais (Singer, 1980); diferenças nos factores motores (Wrisberg, Paul, & Ragsdale, 1979); diferenças em habilidades espaço-temporais (Schiff & Oldak, 1990); e o uso de um modo mais conservador de resposta pelas mulheres (Brady, 1996). Em consonância com estes resultados também num estudo realizado por Rodrigues, Freitas, Vasconcelos & Barreiros (2007) o sexo masculino superou o feminino em termos de desempenho. No entanto, existem estudos que não corroboram estes resultados, não tendo encontrado diferenças significativas entre os sexos (Petrakis, 1985; Teixeira, Santos & Andreysuk, 1992; Williams, Jasiewicz & Simmons, 2001;. 17.

(38) Harrold & Kozar, 2002; Millslagle, 2003; Frada, Martins, Pereira, Rocha, Rodrigues, Botelho et al. (2007). Esta discrepância de resultados pode ser devida tanto ao tipo de tarefa bem como à resposta motora requerida. Wrisberg & Mead (1983) sugerem que a diferença na capacidade de antecipação em rapazes e raparigas perde significado quando a resposta motora não requer a activação de sinergias musculares importantes.. 18.

(39) 2.2.2. Velocidade do Estímulo. Muitos pesquisadores têm focado a sua atenção em aspectos motores da AC simplificando, portanto, os aspectos perceptivos da tarefa. No entanto, estes aspectos perceptivos são igualmente importantes para a precisão, direcção e variação da resposta, os quais têm sido demonstrados que variam consoante as propriedades do estímulo, revelando a variação da velocidade do objecto um maior interesse por parte dos investigadores (Haywood, 1980). Alguns estudos que focaram o efeito da velocidade do estímulo mostraram que a velocidade mais baixa de deslocamento induz a um pior desempenho (Magill, 1989; Teixeira, Santos, Andreysuk, 1992; Williams, Jasiewicz & Simmons, 2001). Haywood (1980), por exemplo, observou a relação entre o contexto do estímulo e a performance, numa habilidade motora antecipatória após a prática ser alargada, em 2 grupos de 20 estudantes femininas atletas. O grupo de controlo foi submetido à velocidade de 2, 3 e 4 mph e o grupo de transferência a 2, 4 e 6 mph, sendo sujeitos a 4 dias de ensaios. Ambos os grupos melhoraram o desempenho, apesar do padrão desta melhoria não ser semelhante. Os dois grupos demonstraram uma tendência significante para responderem de forma antecipada, como com menor precisão e com maior variabilidade para a velocidade mais lenta. Os grupos tiveram um desempenho semelhante excepto o grupo de transferência que respondeu mais tardiamente para a velocidade lenta, o que sugere que os sujeitos foram influenciados pelo contexto do estímulo. A velocidade foi igualmente analisada por Stadulis (1985), num estudo cujo objectivo consistia em determinar se a precisão na AC variava sistematicamente ao longo das idades, entre os géneros, e se a prática e a velocidade de movimento do estímulo afectava a performance. Nesse estudo participaram 38 crianças distribuídas em três grupos de idades: 7, 9 e 11 anos e o instrumento utilizado foi o Bassin Anticipation Timer. Os resultados relativamente à velocidade do estímulo (2, 3, 5 e 6 mph), indicaram uma maior precisão nas duas velocidades superiores.. 19.

(40) Alguns autores (Wrisberg & Mead, 1983) propõem uma explicação para o facto de se terem encontrado resultados nos quais se verificou uma melhor precisão nas velocidades mais altas, referindo que a resposta numa tarefa de AC a uma velocidade alta é, na verdade, uma tarefa de velocidade de reacção, uma vez que o resultado da velocidade maior aproxima-se ou relaciona-se com a velocidade de reacção do sujeito. Uma outra alternativa é que as crianças, especialmente as mais novas, possuem uma dificuldade em atrasar uma resposta planeada (Stadulis, 1985). Em contrapartida os resultados obtidos num estudo, não publicado, de Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, & Carita (2009) onde foram investigados o efeito da velocidade do estímulo e da assimetria manual numa tarefa complexa de AC, mostraram uma velocidade superior de movimento na condição rápida mas uma melhor precisão na mais lenta. Por outro lado, há estudos que têm evidenciado a tendência de uma configuração em U entre a velocidade do estímulo e a precisão da resposta, isto é, quer em velocidades mais baixas, quer em velocidades mais elevadas, as performances são piores (Santos & Tani, 1992; Teixeira, Santos & Andreysuk, 1992; Freudenheim et al., 2005). Outros estudos (Brady, 1996; Coker, 2004) revelam que os sujeitos tendem a antecipar as suas respostas nas velocidades mais baixas enquanto para velocidades mais rápidas a resposta é dada de forma tardia. Teixeira, Santos & Andreysuk (1992) sugerem que existe uma velocidade de estímulo óptima para uma determinada tarefa de sincronização e que o facto de se obter desempenhos com melhores ou piores resultados depende do contexto de execução – “hipótese da velocidade”, no qual a magnitude das demais velocidades de estímulo que fazem parte de uma série de tentativas tem especial relevância. Neste caso, supõe-se que a velocidade de estímulo óptima seria compatível com o tempo necessário para o processamento da informação onde existe um tempo adequado para a descodificação da informação sensorial e transmissão da informação eferente, contribuindo para uma maior precisão temporal da resposta. Os mesmos autores referem ainda a existência de uma segunda hipótese que defende que. 20.

(41) é o contexto de execução que determina em que velocidades se verificarão melhores ou piores resultados – “hipótese do contexto”. Aqui, o executante ao realizar uma sequência de tentativas com velocidades variadas, pratica uma expectativa de velocidade do estímulo baseada na média das velocidades executadas, sendo que, quando acontece uma mudança de contexto, fazendo com que, por exemplo, uma das velocidades intermédias numa determinada sequência passe a ser uma das velocidades extremas noutra sequência, possa ocorrer uma correspondente queda de desempenho.. 2.2.3. Preferência Manual. A questão da PM em tarefas que envolvem a capacidade de AC tem sido pouco estudada, normalmente investiga-se o comportamento apenas em indivíduos destrímanos, revelando ultimamente a comparação de desempenho entre os dois grupos de preferência manual um maior destaque. Destrímanos e sinistrómanos diferem entre si quando comparados, sendo os últimos menos lateralizados quanto à preferência (Doyen, Duquenne, Nuques, & Carlier, 2001; Gurd, Schulz, Cherkas, & Ebers, 2006) e menos assimétricos quanto à performance em determinadas tarefas (Brown, Roy, Rohr, & Bryden, 2006; Gurd et al., 2006; Shen & Franz, 2005). Para além disso, os sinistrómanos parecem usufruir de alguma vantagem em relação aos destrímanos em tarefas visuo-motoras (Dane & Erzurumluoglu, 2003; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, & Barbosa, 2009). Segundo Porac & Coren (1981) os sinistrómanos parecem demonstrar uma performance mais elevada com a MNP do que os destrímanos com a MNP. A este respeito os autores referem as pressões que o envolvimento social exerce nos sujeitos sinistrómanos no sentido da destralidade, fazendo com que estes experimentem desde cedo execuções de tarefas com a MNP. No estudo de Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, & Trifílio (2009) participaram adolescentes femininos e masculinos, dos dois grupos de. 21.

(42) PM, que desempenharam uma tarefa simples de AC. Os seus resultados apontaram uma performance semelhante de destrímanos e sinistrómanos, os dois grupos de PM demonstraram ser menos variáveis quando utilizaram a mão esquerda, os rapazes foram mais precisos e menos variáveis que as raparigas. Num estudo levado a cabo por Rodrigues, Freitas, Vasconcelos & Barreiros (2007) o factor PM foi também investigado e não apresentou efeitos significativos. Os autores analisaram a relação existente entre a performance numa tarefa de AC, variando a orientação do estímulo, a PM e o sexo, sendo a tarefa realizada com a MP. Em conformidade com estes resultados, também no trabalho realizado por Rodrigues, Barreiros, Vasconcelos & Barbosa (2008), mas na execução de uma tarefa complexa de AC, o desempenho dos dois grupos de PM foi equitativo. A assimetria manual foi igualmente investigada por Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros & Barbosa (2009) numa tarefa complexa de AC e os efeitos da lateralidade e do sexo foram analisados. A amostra era constituída por estudantes universitários femininos e masculinos que foram divididos em subgrupos com base no grau de PM. Os resultados mostraram que, no que concerne à precisão: os destrímanos foram mais precisos, o desempenho com a MP foi superior e os rapazes superaram as raparigas; no que diz respeito ao tempo de resposta: a MP foi mais rápida do que a MNP e os rapazes foram mais rápidos a dar início ao movimento. Em outro estudo, Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa & Carita (2009) investigaram o efeito da velocidade do estímulo e da assimetria manual numa tarefa complexa de AC. Os seus resultados mostraram que, apesar da lateralidade não ter influenciado no tempo requerido para programar e executar o movimento, os sinistrómanos foram mais precisos que os destrímanos e não foram afectados pela condição do estímulo (velocidade). Foi também encontrada uma vantagem da mão esquerda no tempo de iniciação para ambos os grupos de lateralidade e vantagem da MP para o tempo de movimento e também a precisão foi superior com a MP. Os autores sugerem a dominância hemisférica direita na programação em oposição a uma. 22.

(43) dominância do hemisfério esquerdo no controlo dos movimentos como a fundamentação destes resultados.. Assim, propomo-nos investigar o efeito da velocidade numa tarefa simples de AC em indivíduos destrímanos e sinistrómanos.. 23.

(44) 24.

(45) 3. OBJECTIVOS. 25.

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(47) 3. OBJECTIVOS. 3.1. Objectivo Geral O presente estudo tem como objectivo geral verificar o efeito da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), na capacidade de AC, em função da PM.. 3.2. Objectivos Específicos - Verificar o efeito da velocidade do estímulo, na capacidade de AC, em função da mão de execução (MP e MNP).. - Verificar o efeito da velocidade do estímulo, na capacidade de AC, em função do sexo.. 27.

(48) 28.

(49) 4. MATERIAL E MÉTODOS. 29.

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(51) 4. MATERIAL E MÉTODOS. 4.1. Caracterização da Amostra A amostra deste estudo englobou 24 sujeitos destrímanos (n=12) e sinistrómanos (n=12) de ambos os sexos. O critério de inclusão referente à PM foi determinado pela mão utilizada na escrita, dada a dificuldade em encontrar indivíduos sinistrómanos na altura da recolha de dados (realizada nos meses de Junho e Julho onde a afluência de alunos a frequentarem as instalações académicas é reduzida). A amostra foi seleccionada a partir do universo de estudantes da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. 4.2. Instrumento e Tarefa O instrumento utilizado para avaliar o tempo de AC na nossa pesquisa foi o Bassin Anticipation Timer da Lafayette instruments modelo nº 50575 (ver figura 1). O aparelho é constituído por um painel de controlo, uma calha com 32 díodos posicionados linearmente e um botão de resposta. O painel possui um mostrador digital (relógio de erro direccional, indicador de atrasado/adiantado em milissegundos) empregue para: i) controlar temporalmente o rastro luminoso (seleccionável de 1,79 m/s até 6,70 m/s) e para ii) controlar a propagação do estímulo (seleccionável entre 0,5s e os 3,0s com intervalos de 0,5s). Uma vez accionado, o aparelho apresenta um sinal de alerta (díodo amarelo) e após o intervalo preparatório é iniciada a propagação do estímulo luminoso, acendendo os 32 díodos vermelhos sucessivamente, um após o outro. De referir ainda que o acendimento sequencial do sinal luminoso faz com que o individuo o perceba como sendo um estímulo em deslocamento. O objectivo. da. tarefa consistiu. em. pressionar um. 31. botão. de. resposta.

(52) simultaneamente com o acendimento do último díodo. O mostrador digital forneceu a medida de erro (ms), diferenciando as respostas adiantadas ou atrasadas. Com o consentimento dos indivíduos em participar no estudo estes foram conduzidos individualmente à sala de recolha de dados e receberam do investigador esclarecimentos claros e precisos acerca dos objectivos e procedimentos da tarefa. Esta consistiu em sincronizar a resposta (pressão com o polegar no interruptor) com a chegada do estímulo, que se propagava a três velocidades distintas e de forma aleatória (6, 9 e 12 mph: 268, 402 e 536 cm/s. respectivamente).. Cada. indivíduo. realizou. duas. tentativas. de. familiarização com a tarefa, a duas velocidades distintas e diferentes das utilizadas no teste (5 e 10 mph: 223 e 447 cm/s respectivamente), com a mão que iria iniciar a tarefa. Os sujeitos foram contrabalançados em relação à mão de execução (MP e MNP), realizando um total de 9 ensaios para cada uma delas.. Os participantes posicionavam-se de pé na continuação da calha a aproximadamente 1m desta, de forma a que a propagação do estimulo parecese vir na sua direcção. O indivíduo segurava o botão de resposta com uma das mãos, dependendo da mão de execução (MP ou MNP). Após cada ensaio os sujeitos tiveram conhecimento dos seus resultados, acerca da direcção (antes e depois) e magnitude do erro (em termos quantitativos e qualitativos).. 32.

(53) Figura 1 – Bassin Anticipation Timer (foto retirada do site Lafayette Instruments). Instruments. 4.3. Medidas de Erro Nos estudos sobre o tempo de AC têm sido utilizadas medidas de erro de resposta que medem a diferença entre o desempenho pretendido (coincidir a resposta motora com o acendimento do último díodo) e o desempenho atingido. Essas medidas correspondem ao erro absoluto (EA), erro constante (EC) e erro variável (EV). O EA é uma medida da precisão do desempenho que representa o desvio da resposta face ao objectivo da tarefa, ou seja, determina a magnitude do erro da resposta. O EC é uma medida medida da quantidade e direcção do erro (enviesamento da resposta), indicando o tipo do desvio da resposta (atraso ou antecipação). O EV consiste numa medida da variabilidade ou consistência da resposta que traduz os resultados em torno da resposta média, isto é, expressa a forma como o sujeito repete o resultado ao longo de uma sequência de ensaios (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 2000).. 33.

(54) 34.

(55) 4.4. Procedimentos Estatísticos Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for the Social Siences), versão 17.0 para Windows. Foi. realizada. uma. análise. exploratória. dos. dados. recolhidos,. determinando as medidas de tendência geral (médias e desvios padrões), normalidade e outliers. A análise foi dividida em duas partes, efectuando-se em primeiro lugar a observação do comportamento da amostra total e depois uma análise por grupos de PM. Na análise da amostra total, as variáveis dependentes foram analisadas através de uma ANOVA multifactorial 2x2x2x3 (preferência manual, sexo, mão de execução, velocidade do estímulo), com medidas repetidas nos dois últimos factores. Na análise por grupos de PM, as variáveis dependentes foram analisadas através de uma ANOVA multifactorial 2x2x3 (sexo, mão de execução, velocidade do estímulo), com medidas repetidas no último factor. O teste post hoc utilizado foi o de Bonferroni. O nível de significância para a rejeição da hipótese nula foi fixado em p≤0,05.. 35.

(56) 36.

(57) 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS. 37.

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(59) 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Os resultados serão apresentados em primeiro lugar versando a amostra total e, posteriormente, os grupos de preferência manual. Os gráficos apresentados dizem respeito aos factores principais ou interacções com significado estatístico para cada erro de medida.. 5.1. Análise da Amostra Total T. 5.1.1. Erro Absoluto. O EA informa-nos nos sobre a precisão do erro, em módulo.. A figura 2 representa, de forma esquemática, os valores das médias do EA (ms) para a diferença encontrada na variável sexo.. Erro Absoluto (ms) Masc. 70. Fem. 60 50 40 30 20 10 0. Figura 2 – Médias do EA (ms) para a variável sexo.. A análise do EA demonstrou que o factor sexo teve um efeito significativo [F (1, 20) = 5,145; p=.035], sendo o sexo masculino mais preciso pr (45,21 ± 24,66 ms)) do que o sexo feminino (57,38 ± 23,78 ms). Nenhum outro factor ou interacção revelou um efeito significativo nesta medida de erro. 39.

(60) 40.

(61) 5.1.2. Erro Constante. O EC informa-nos nos sobre a direcção e magnitude do erro, isto é, se a resposta foi antecipada (valores negativos) ou se foi atrasada (valores positivos).. A figura 3 ilustra as médias relativas ao EC (ms), em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), da PM (destrímanos e sinistrómanos) e do sexo o (masculino e feminino).. Erro Constante (ms) 50 12 mph 40. Sinist.. 30. Fem.. 9 mph. 20 Dest.. Masc.. 10 6 mph 0. Velocidade. Preferência Manual. Sexo. Figura 3 – Médias do EC (ms) relativas à variável velocidade, preferência manual e sexo.. O factor velocidade teve um efeito significativo [F (2,15) = 22,007; p=.000]. Os sujeitos, apesar de terem respondido em todas as velocidades veloci atrasadamente, enviesaram menos as suas respostas na velocidade 6mph (3,24 ± 49,61 ms), ), seguida da velocidade 9mph (23,75 ± 32,82 ms) e, por último, na velocidade 12mph (41,73 ± 27,20 ms). Foi verificado um efeito significativo da variável preferência preferênci manual [F (1,16) = 10,739; p=.005]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas. 41.

(62) respostas, os destrímanos enviesaram menos as suas respostas (10,51 ± 35,53 ms) do que os sinistrómanos (35,30 ± 31,25 ms). A variável sexo também revelou ter um efeito significativo [F (1,16) = 7,806; p=.013]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas respostas, os rapazes enviesaram menos as suas respostas (12,34 ± 32,66 ms) do que as raparigas (23,11 ± 36,48 ms). Observou-se uma interacção significativa entre a preferência manual e o sexo [F (1,16) = 5,503; p=.032]. A análise posterior realizada para cada um dos grupos de PM em cada condição (mão e velocidade) revelou que a diferença entre os sexos foi significativa apenas nos sinistrómanos Neste grupo, o sexo masculino enviesou menos as suas respostas (15,86 ± 39,11 ms) do que o sexo feminino (54,74 ± 15,00 ms).. 42.

(63) 5.1.3. Erro Variável. O EV fornece-nos nos informações sobre a variabilidade das respostas no tempo, ou seja, sobre a consistência do comportamento motor ao longo das tentativas.. A figura 4 mostra--nos nos as médias do EV (ms) em função da velocidade de estímulo (6, 9 e 12 mph).. Erro Variável (ms) 50 6 mph 9 mph. 40. 12 mph 30. 20. 10. 0. Figura 4 – Médias do EV (ms) em função da velocidade veloci do estímulo.. O factor velocidade teve um efeito significativo [F (2,19) = 4,810; p=.020]. Os sujeitos foram menos variáveis na velocidade 12mph (31,84 ± 17,30 ms)) e mais variáveis na velocidade 6mph (43,35 ± 32,12 ms). Nenhum outro factor ou interacção revelou um efeito significativo nesta nesta medida de erro.. Resumindo, os sujeitos destrímanos revelaram ser mais precisos do que os sinistrómanos; os rapazes foram mais precisos e menos enviesados nas suas respostas do que as raparigas e os sujeitos foram mais precisos na velocidade 6 mph mas menos variáveis na velocidade 12 mph.. 43.

(64) 44.

(65) 5.2. Análise por Grupos de Preferência Manual. 5.2.1. Erro Absoluto. 5.2.1.1. Destrímanos:. A análise do EA no grupo dos destrímanos não revelou efeitos significativos em qualquer factor principal ou interacção.. Porém, a figura 5 revela a tendência do desempenho do grupo dos destrímanos, aquando da execução da tarefa com a sua MP e MNP, nas 3 velocidades analisadas.. Erro Absoluto (ms). Destrímanos 80. 6mph. 70. 9mph. 60. 12mph. 50 40 30 20 10 0. Masc. Fem. Masc. MP. Fem MNP. Figura 5 – Médias do EA (ms) do grupo de indivíduos destrímanos em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), mph) da mão (preferida e não preferida) e do sexo (masculino e feminino).. 5.2.1.2. Sinistrómanos:. Na figura 6 estão ilustradas as médias do EA EA (ms), em função do sexo, para o grupo de sinistrómanos.. 45.

(66) Sinistrómanos Masc. 70. Fem Erro Absoluto (ms). 60 50 40 30 20 10 0. Figura 6 – Médias do EA (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a variável sexo.. No grupo dos sinistrómanos, a análise do EA revelou um efeito significativo em relação à variável sexo [F (1,10) = 4.961; p≤.050], ≤.050], apontando para uma maior precisão do sexo masculino (44,83 ± 26,84 ms)) em relação ao sexo feminino (65,00 ± 24,31 ms).. 46.

(67) 5.2.2.Erro Constante. 5.2.2.1. Destrímanos:. A figura 7 ilustra as médias do EC (ms) no grupo de destrímanos nas 3 velocidades analisadas.. Destrímanos 6mph. 40. 9mph Erro Constante (ms). 30. 12mph. 20 10 0 -10 -20. Figura 7 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).. O factor velocidade teve um efeito significativo [F (2,9) = 19,826; p≤.001]. Enquanto que os os sujeitos responderam antecipadamente à velocidade 6mph (-13, 79 ± 51,34 ms),, as respostas foram atrasadas nas velocidades 9mph (14,09 ± 32,89 ms) e 12mph (31,25 ± 22,36 ms).. 5.2.2.2. Sinistrómanos:. A figura 8 representa, de forma esquemática, os valores das médias do EC (ms) em função da variável sexo.. 47.

(68) Sinistrómanos Masc. 60. Fem. Erro Constante (ms). 50 40 30 20 10 0. Figura 8 – Médiass do EC (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a variável sexo.. Observou-se se um efeito significativo da variável sexo [F (1,6) = 12,419; p≤.012]. .012]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas respostas, os rapazes enviesaram menos as suas respostas (15,86 ± 26,28 ms)) do que as raparigas (54,74 ± 16,87 ms).. 48.

(69) 5.2.3. Erro variável. 5.2.3.1. Destrímanos:. A figura 9 mostra--nos nos a média do EV (ms) no grupo dos destrímanos em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).. Destrímanos 60. 6mph 9mph 12mph. Erro Variável (ms). 50 40 30 20 10 0. Figura 9 – Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).. O factor velocidade ade teve um efeito significativo [F (2,9) = 5,557; p≤.027]. p Os sujeitos foram mais variáveis na velocidade 6mph (48,75 ± 37,80 ms) e menos variáveis na velocidade 12mph (30,17 ± 17,04 ms).. 5.2.3.1. Sinistrómanos:. A figura 10 ilustra as médias relativas ao EV (ms) no grupo dos sinistrómanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão de execução (MP e MNP).. 49.

(70) Sinistrómanos MP. 60. MNP Erro Variável (ms). 50 40 30 20 10 0. 6mph. 9mph. 12mph. Figura 10 – Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, sinistrómanos em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão de execução (MP e MNP).. A interacção dos factores mão e velocidade revelou um efeito significativo [F (2, 11) = 6,919; p ≤ 0,05]. O teste de medidas emparelhadas realizado à posteriori revelou que a diferença entre as mãos foi significativa apenas na velocidade de 6mph, sendo a MP (25,65 ± 12,84 ms) menos variável do que a MNP (50,27 ± 26,14 ms).. Em suma, nos destrímanos, observou-se observou se uma antecipação das respostas e uma variabilidade mais mais elevada na velocidade 6mph, enquanto que na velocidade 12mph as respostas foram atrasadas mas com variabilidade menos acentuada; nos sinistrómanos, os rapazes foram mais precisos e menos enviesados nas suas respostas do que as raparigas. Para além dos dados estatisticamente significativos, acima relatados, outros mostraram também uma tendência interessante. O grupo dos destrímanos revelou ser menos preciso na velocidade 6mph; os destrímanos obtiveram um melhor desempenho, ou seja, uma menor magnitude de EC, com a MP enquanto nos sinistrómanos foi com a MNP; o grupo dos destrímanos acusou ser mais variável com a MP enquanto que nos sinistrómanos foi com a. 50.

(71) MNP, este último grupo apresentou também ser menos variável com a MP e ter uma variável superior com a MNP na velocidade 6 mph.. No quadro 1 encontram-se os valores das médias e desvio-padrão do EA, EC e EV (ms) nas três velocidades de estímulo (6, 9 e 12 mph), em função da preferência manual, do sexo e da mão de execução. Quadro 1 – Valores das médias e dos desvios-padrão do EA, EC e EV (ms) nas três velocidades de estímulo (6, 9 e 12 mph), em função da preferência manual, do sexo e da mão de execução.. DESTRÍMANOS. MP. ♂ MNP. MP. ♀ MNP. SINISTRÓMANOS. MP. ♂ MNP. MP. ♀ MNP. Velocidade. EA. EC. EV. 6. 50,88 ± 29,95. -12,22 ± 53,85. 42,83 ± 33,38. 9. 41,27 ± 19,17. 25,38 ± 15,00. 30,40 ± 27,04. 12. 31,88 ± 13,07. 15,55 ± 16,20. 30,84 ± 19,21. 6. 56,88 ± 31,63. -27,66 ± 57,90. 49,96 ± 40,62. 9. 50,00 ± 11,36. 17,00 ± 37,77. 46,01 ± 11,94. 12. 42,66 ± 25,97. 34,88 ± 31,48. 28,04 ± 16,17. 6. 61,77 ± 31,60. -14,33 ± 43,05. 71,43 ± 47,44. 9. 51,61 ± 27,47. -18,50 ± 39,11. 50,49 ± 26,70. 12. 46,77 ± 10,36. 30,55 ± 20,12. 33,95 ± 18,40. 6. 50,83 ± 21,83. -94 ± 56,27. 30,74 ± 25,21. 9. 36,16 ± 18,17. 32,50 ± 18,29. 31,41 ± 18,12. 12. 51,33 ± 16,89. 44,00 ± 20,08. 27,83 ± 17,52. 6. 42,00 ± 25,24. -19,33 ± 51,36. 25,59 ± 16,70. 9. 38,61 ± 17,90. 29,66 ± 12,23. 35,71 ± 29,37. 12. 44,00 ± 28,39. 39,80 ± 32,32. 23,49 ± 17,99. 6. 71,61 ± 60,67. 12,00 ± 13,53. 47,77 ± 28,41. 9. 36,38 ± 14,97. 2,73 ± 33,84. 29,20 ± 23,01. 12. 36,38 ± 13,91. 30,33 ± 14,42. 32,27 ± 12,24. 6. 72,83 ± 29,33. 70,11 ± 15,49. 25,71 ± 9,16. 9. 70,05 ± 24,55. 41,44 ± 20,15. 46,50 ± 19,85. 12. 66,77 ± 30,42. 84,33 ± 36,63. 37,81 ± 16,27. 6. 72,44 ± 27,70. 18,33 ± 23,10. 52,77 ± 26,11. 9. 54,16 ± 12,40. 59,77 ± 1,17. 40,42 ± 15,20. 12. 53,77 ± 21,52. 54,44 ± 4,79. 40,47 ± 22,01. 51.

(72) 52.

(73) 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. 53.

(74) 54.

(75) 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. A velocidade do estímulo tem sido uma das variáveis mais investigadas no âmbito da AC. Porém, é aquela que tem apresentado os resultados mais inconsistentes, referindo uns autores que o desempenho é melhor em velocidades mais baixas, outros em velocidades mais elevadas e há ainda alguns que sugerem a existência de velocidades óptimas de desempenho. A análise geral revelou uma precisão mais elevada na velocidade mais lenta (6mph) e uma variabilidade menos elevada na velocidade mais rápida (12mph). Quanto à precisão, os nossos resultados corroboram os observados por Shea et al. (1981). Estes autores utilizaram o Bassin Anticipation Timer a 6 velocidades aleatórias (1,5; 2; 2,5; 3; 3,5 e 4 mph), verificando que a precisão diminuiu com o aumento da velocidade, sugerindo que esta diminuição da precisão com o aumento da velocidade pode eventualmente ser o resultado da diminuição do tempo disponível para tomar as decisões adequadas, sugerindo que deve existir uma quantidade óptima de tempo disponível ou uma velocidade de estímulo óptima para maximizar o desempenho. Dunham & Reid (1987), num estudo com crianças no desempenho de uma tarefa de AC às velocidades de 2, 4, 6, 8 e 10 mph, também verificaram que com o aumento da velocidade do estímulo a duração do estímulo foi diminuída e o tempo disponível para o processamento da informação reduzido, indicando que como a duração do estímulo diminuiu os indivíduos foram incapazes de processar as informações necessárias e, consequentemente, houve um declínio na precisão das suas respostas. Quanto à variabilidade, os nossos resultados vão ao encontro dos observados em alguns estudos, tais como os de Meeuwsen, Goode & Goggin (1995), Brady (1996), Corrêa (2001), Coker (2004). Nestes, as velocidades mais rápidas proporcionaram uma menor variabilidade, indicando que a variabilidade da resposta diminui linearmente com o aumento na velocidade do estímulo. Uma possível explicação para estes resultados pode ser considerada em relação ao tempo de processamento da informação, mais especificamente,. 55.

(76) nas velocidades mais baixas o executante possivelmente tem maior dificuldade em sincronizar a elaboração do plano de acção com sua execução (Ugrinowitsch, Corrêa & Tani, 2005). No trabalho desenvolvido por Teixeira, Santos & Andreysuk (1992), os seus resultados corroboram, em parte, os que foram encontrados por nós. A amostra contava com 50 estudantes universitários de educação física, 50 rapazes e 50 raparigas, com média de idades de 22,5 anos e de 21,0 anos, respectivamente. No estudo elaborado por estes autores observou-se um aumento da tendência de atrasar as respostas à medida que a velocidade aumentava, em conformidade com a nossa análise, mas, por outro lado, encontraram desempenhos mais variáveis em velocidades extremas e menos variáveis nas velocidades intermédias, sendo as velocidades utilizadas 5,6,7,8,9 e 10 mph. Esta última observação refuta os nossos resultados, uma vez que no nosso estudo constatou-se uma menor variabilidade na velocidade mais alta (12 mph). Os autores interpretaram estes resultados à luz de duas hipóteses: 1) em função de um tempo de processamento da informação óptimo, pode haver uma velocidade de estímulo mais apropriada para aumentar a precisão temporal da resposta; ou 2) independentemente do valor absoluto das velocidades, durante a prática o executante estabelece uma expectativa de velocidade do estímulo, havendo uma correspondente queda de desempenho quando a velocidade é diferente dessa expectativa. Esta última hipótese parece ser aquela que mais se coaduna aos resultados obtidos no presente estudo. Quando realizamos a análise por grupos, verificamos que apenas nos destrímanos o efeito da velocidade foi significativo no que diz respeito ao enviesamento da resposta, antecipando as respostas na velocidade 6 mph (mais lenta) e atrasando nas velocidades 9 e 12 mph. Estes resultados suportam os obtidos por Coker (2004), tendo a autora verificado que, na velocidade mais lenta (3 mph) os sujeitos respondiam antes da chegada do estímulo, enquanto na mais rápida (9 mph) a resposta surgia atrasada em relação ao alvo. De uma forma geral, os resultados confirmam a literatura em sujeitos destrímanos, uma vez que esta sugere que em velocidades lentas há. 56.

Referências

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