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Relatório Final de Estágio Profissional

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Academic year: 2021

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AS VIVÊNCIAS PARA ALÉM DA TEORIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção do 2ºCiclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (lei nº 74/2006 de 24 de Março e Decreto-leinº43/2007 de 22 de Fevereiro).

Orientador: Mestre José Mário Lopes de Sá Cachada Licurgo Micael Rodrigues Figueiredo

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Ficha de Catalogação

Figueiredo, L. (2012). Relatório de Estágio Profissional. Porto: L. Figueiredo. Relatório de Estágio Profissional para a obtenção do Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, FORMAÇÃO INICIAL, PROFESSOR, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL.

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III

Agradecimentos

O estágio profissional teve um papel importante na minha vida, pois através do caminho percorrido, foram inumeras as partilhas de conhecimentos, entreajuda, incentivos e cooperação, partilhados por diversas pessoas, as quais tiveram um papel importante pretendendo agradecer esta dedicação.

Ao meu Orientador, Mestre José Mário Cachada, pelo auxílio e disponibilidade fornecidos.

À minha Professora Cooperante, Professora Camila Vasconcelos, pela sua pressistência, dedicação e amizade.

Aos meus colegas de estágio, João Mendes e Miguel Silva pelos momentos passados na escola e intercâmbio de conhecimentos.

Ao meu amigo Nuno Cunha, pela amizade e apoio prestado ao longo dos anos. Aos meus tios e primos que sempre estiveram prontos a ajudar no que fosse preciso. À minha namorada Mariana Oliveira, que sempre me apoiou nos bons e maus momentos da minha vida, mostrando-se sempre disponivel em ajudar, sendo um pilar fundamental.

Aos meus pais e irmão que são a minha razão de ser e mesmo estando longe, nunca deixaram que me faltasse nada, permitindo que estudasse aquilo que mais gosto, um muito obrigado pela sua dedicação, por me aturarem e educarem.

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V

Índice

RESUMO ... IX ABSTRACT ... XIII 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. ENQUADRAMENTO PESSOAL ... 5 2.1. Identificação e percurso ... 7

2.2. Expetativas e impacto com o contexto de estágio... 8

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 13

3.1. Enquadramento concetual do Estágio Profissional... 15

3.2. Enquadramento Legal, Institucional e Funcional do estágio profissional ... 17

3.2.1. Caraterização do contexto de estágio – Espaço físico ... 19

3.2.2. Comunidade Educativa Interna ... 19

3.2.3. Alunos ... 20

3.3. Comunidade Educativa Externa ... 20

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 23

4.1. Área – 1 Organização e Gestão do ensino e da Aprendizagem ... 25

4.1.1. Conceção ... 25

4.1.2. Planeamento ... 27

4.1.3 Realização ... 30

4.1.3.1 Primeiro impacto e estratégias utilizadas ... 30

4.1.3.2 Modelos de intervenção pedagógica ... 32

4.2. Área – 2 e 3 - Participação na escola e relação com a comunidade ... 35

4.3. Área – 4 – Desenvolvimento Profissional ... 38

4.3.1. O tema “INSUCESSO ESCOLAR” ... 38

4.3.1.1. Introdução ... 38

4.3.1.2. Enquadramento histórico... 39

4.3.1.3. Conceito de Insucesso escolar ... 44

4.3.1.4. Causas do Insucesso Escolar... 46

4.3.1.5. Causas Económicas ... 47

4.3.1.6. Causas sociais e Culturais ... 47

4.3.1.7. Causas Educativas ... 49

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VI

4.3.1.8. Teorias Explicativas ... 51

4.3.1.9. Teoria dos dotes ou dons Individuais ... 51

4.3.1.10. Teoria do Handicap Sociocultural ... 52

4.3.1.11. Teoria sócio institucional ... 52

4.3.1.12. Papel do Professor ... 53

4.3.1.13. Conclusões ... 55

5. CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS ... 57

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 61

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VII

Índice de Abreviaturas

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ESAG – Escola Secundária Augusto Gomes

PES – Prática de Ensino Supervisionada EP – Estágio Profissional PO – Professor Orientados PC – Professora Cooperante NE – Nucleo de Estágio EE – Estudande Estagiário EF – Educação Física RI – Regulamento Interno

PAA – Plano Anual de Atividades

MEC – Modelo de Estrutura de Conhecimento UT – Unidade Temática.

PA – Plano de Aula

MID – Modelo de Instrução Direta MD – Modelo Desenvolvimental IE – Insucesso Escolar

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IX

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XI

O presente relatório foi elaborado no âmbito do Estágio Profissional (EP). Através do mesmo realizo uma reflexão final relativa a toda a prática, com o intuito de incidir sobre os acontecimentos ocorridos ao longo do presente ano letivo na Escola Secundária Augusto Gomes (ESAG), situada em Matosinhos. A sua realização foi efetuada tendo em conta principalmente as 4 áreas de desempenho fundamentais que nós, Estudantes Estagiários (EE) devemos desenvolver, sendo elas: “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, “Participação na Escola”, “Relações com a Comunidade” e “Desenvolvimento Profissional”, local onde estarão descritos todos os processos e evoluções no estágio. A divisão deste relatório encontra-se organizada em quatro pontos: o primeiro designa-se por “Enquadramento Pessoal”, onde realizarei uma reflexão autobiográfica relativamente ao meu percurso académico e desportivo. O segundo ponto, refere-se ao “Enquadramento da Prática Profissional”. Neste ponto irei abordar o enquadramento concetual e legal do estágio profissional, caracterização do contexto de estágio, mais propriamente o espaço físico, comunidade educativa interna, externa e história. O terceiro ponto contemplará a “Realização da prática profissional”, onde serão apontadas as quatro áreas de desempenho já referidas acima, contemplando a revisão bibliográfica no seu último ponto (Desenvolvimento profissional). No quarto e último ponto, “Conclusão e Perspetivas para o Futuro”, sintetizarei os pontos-chave deste ano letivo, referenciando a minha evolução acerca da aprendizagem, essencialmente enquanto docente.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, FORMAÇÃO INICIAL, PROFESSOR, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL.

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XIII

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XV

This report was prepared under the traineeship. Using the same i will do a final reflection on the whole practice, with a view to focus on the events that occurred throughout this school year in Secondary School Augusto Gomes, located in Matosinhos.

Its realization was performed taking into account mainly the 4 areas of fundamental performance that we, students interns we should develop, them being: "The Organization and Management of Teaching and learning", "Participation in the School", "Community Relations" and "Professional Development", the place where they will be described all the processes and developments in the stage.

The division of this report is organized in four points: the first is called the "Biographical Framework", where i will be making an autobiographical reflection in relation to my academic path and sporty. The second point, refers to the "Framework of Professional Practice". At this point I will address the framework concetual and legal professional traineeship, characterization of the context of stage, more properly the physical space, educational community internal, external and history. The third point will include the "Achievement of professional practice", which will set out the four areas of performance already referred to above, contemplating the bibliographic review in its final point (professional development). In the fourth and final point, "Conclusion and Future Prospects for the Future", I will sum up by the key points of this school year, by referencing the my evolution about the learning and essentially while teaching.

KEY WORDS: PRATICUM, INITIAL TRAINING, TEACHER, PROFESSIONAL DEVELOPME

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3

Este relatório foi elaborado no âmbito da Unidade Curricular “Estágio Profissional”, conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

O EP foi realizado na ESAG, localizada na cidade de Matosinhos. Fui integrado num Núcleo de Estágio (NE) em conjunto com dois colegas da FADEUP, o João Mendes e o Miguel Silva, a orientação foi fornecida pela Professora Cooperante (PC) Camila Vasconcelos e acompanhado pelo Professor Orientador (PO) de Estágio da FADEUP, Professor José Mário Cachada.

A realização do EP teve um impacto importante na minha vida profissional, pois é através deste que é marcada a mudança do papel de aluno para professor. É um ano onde temos a possibilidade de aplicar e consolidar os conhecimentos teórico-práticos adquiridos ao longos dos 4 anos anteriores.

Tive a oportunidade de lecionar, durante o periodo de um ano letivo, a uma das turmas que havia sido atribuida à PC. Fiquei então incumbido de, durante todo o ano lectivo assumir todas as tarefas e funções inerentes à docência, nomeadamente, pelo planeamento, realização e avaliação do processo ensino-aprendizagem numa turma de 10º ano.

Assim, o EP visa a integração do aluno no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da prática de ensino supervisionado em contexto real, permitindo o desenvolvimento das competências profissionais que promovem um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão. Estas competências profissionais, associadas a um ensino da Educação Física (EF) e Desporto de qualidade, organizam-se nas quatro áreas de desempenho as quais iram ser esmiussadas no ponto quarto do presente relatório.

Quanto à organização deste relatório, segui as normas de redacção do estágio que definem a sua divisão em quatro capítulos: O primeiro designa-se por “Enquadramento Pessoal”, onde realizarei uma reflexão autobiográfica relativamente ao meu percurso académico e desportivo. O segundo ponto, refere-se ao “Enquadramento da Prática Profissional”, neste ponto irei abordar o enquadramento concetual e legal do estágio profissional, caracterização do contexto de estágio, mais propriamente o espaço físico, comunidade educativa interna, externa e história. O terceiro capítulo, “Realização da Prática Profissional”, será o fulcro do relatório. Nele encontrar-se-ão condensadas as

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informações e reflexões pessoais referentes à evolução do meu processo de estágio. Este capítulo está subdividido em quatro Áreas: Área 1 – “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”; Área 2 – “Participação na Escola”; Área 3 – “Relações com a Comunidade”; Área 4 – “Desenvolvimento Profissional”. Neste capitulo estão também inseridos o Projecto de Investigação-Acção / Revisão Bibliográfica. No quarto e último ponto, “Conclusão e Perspetivas para o Futuro”, sintetizarei os pontos-chave deste ano letivo, referenciando a minha evolução acerca da aprendizagem essencialmente enquanto docente.

Por conseguinte, este relatório tem como principal finalidade a realização de uma análise crítico-reflexiva sobre as diferentes actividades/situações experimentadas no EP e sobre a sua importância para o meu crescimento e desenvolvimento pessoal e técnico-profissional enquanto futuro professor de EF, salientando as competências que foram adquiridas e desenvolvidas com essas mesmas experiências e com a reflexão posterior sobre as mesmas. Este trabalho transparece, portanto, uma concepção baseada no caminho da investigação, da reflexão e da acção, enquanto máxima promotora do crescimento e maturação profissional.

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No presente ponto serão realizadas descrições sobre o meu percurso escolar, desportivo e pessoal, nos quais, com o desenrolar dos anos tive que optar por realizar escolhas. Seguidamente irei efetuar uma comparação entre as expetativas iniciais e os resultados finais obtidos ao longo do EP.

2.1. Identificação e percurso

Nasci a 15 de Abril de 1988 na cidade de Aveiro, vivendo depois numa aldeia (Murta) pertencente à atual cidade de Oliveira do Bairro, na qual permaneci até ingressar na licenciatura. Até então frequentei a escola primária do Cercal, a qual se situa numa aldeia imediatamente ao lado da minha, na qual completei os 4 anos do 1º Ciclo do Ensino Básico. Depois de concluído, ingressei na Escola EB, 2, 3 Dr. Acácio de Azevedo, na qual completei o 2º e 3º ciclo. Terminei o meu percurso antes de ingressar na Universidade, na Escola Secundária de Oliveira do Bairro.

Com o decorrer dos anos, passei por várias etapas até chegar ao momento actual, algumas não tiveram uma ligação direta entre si, mas todas contribuíram de certa forma na modelação/criação da pessoa que sou hoje.

O meu percurso académico foi influenciado a certa altura pela presença do desporto na minha vida, onde desde muito cedo (6 anos de idade), iniciei a minha prática desportiva federada no clube de futebol da minha terra, Oliveira do Bairro Sport Clube (OBSC), ao qual me mantive filiado durante 12 anos consecutivos. Para além deste desporto que neste momento pratico apenas 1 vez por semana de forma lúdica, comecei a interessar-me por desportos de ar livre, pelos quais me comecei a apaixonar a partir do momento em que ingressei na licenciatura, por consequência do abandono do futebol. Neste momento pratico a tempo parcial este tipo de desportos de natureza numa empresa de animação turística em Góis, concelho de Coimbra, sendo também praticado de forma lúdica com amigos.

Esta presença constante do desporto na minha vida, teve grande influência na escolha da área que frequento, iniciando-a com a passagem do ensino secundário para a licenciatura, altura em que ingressei no curso de Desporto e Lazer na Escola Superior de Educação de Coimbra. Durante os 3 anos de licenciatura, consegui adquirir conhecimentos importantes e necessários, ajudando-me a alcançar hábitos e

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comportamentos essenciais no âmbito do processo de ensino-aprendizagem, o que me permitiu tomar a decisão de ingressar e especializar-me nesta área de ensino. Assim candidatei-me ao Mestrado em Ensino da EF nos Ensinos Básicos e Secundários na FADEUP, local onde adquiri durante o 1º ano ferramentas essenciais que me auxiliaram na realização do EP.

Assim, posso concluir que com o passar destes cinco anos, quer a licenciatura, quer o mestrado, me ajudaram a clarificar e limar algumas incógnitas/arestas que estivessem presentes, facilitando as minhas decisões e ações no EP.

2.2. Expetativas e impacto com o contexto de estágio

O EP assume-se como um ponto-chave na formação do professor, uma vez que representa o fim da formação enquanto aluno. Mialaret (1977, p. 9), chama “formação

académica ao processo e ao resultado de estudos gerais e específicos feitos num domínio particular por um indivíduo”, permitindo no final da aprovação deste em

específico, concorrer às escolas de ensino primário, básico, secundário e profissional. Isto é, as experiências vividas durante todo este percurso assumiram um papel fundamental, e servirão como suporte principal nas práticas profissionais futuras na área do ensino da EF. Segundo as Normas Orientadoras do EP, “O Estágio Profissional

entende-se como um projeto de formação do estudante com a integração do conhecimento proposicional e prático necessário ao professor, numa interpretação atual da relação teoria, prática”1

, as quais caminham de mão dada, durante todo o processo de aprendizagem do aluno.

A teoria é vista como um saber que é adquirido ao longo do percurso escolar, sendo produzido e formalizado pela investigação, o qual se encontra associado à prática. Já a prática entende-se como o saber fazer e porque fazer, (Roldão, 2007).

Com isto, o EP foi das ferramentas mais importante, senão a mais importante da minha formação, a qual permitiu aplicar todos os conhecimentos adquiridos nos 4 anos anteriores, e ainda através da interação com os alunos e todo o meio escolar envolvente

1

Normas Orientadoras do Estágio Profissional do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Fadeup 2011-2012. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Matos, Z.

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(corpo docente, NE, grupo de EF, pessoal não docente…), sendo encarado por mim como uma oportunidade única e efetivamente proveitosa, pois se existe um sítio onde nós EE podemos errar, esse sítio é aqui, para que posteriormente possamos fazer uma reflexão da prática e receber feedbacks dos nossos supervisores de estágio (PC, PO) e ainda EEs do núcleo de estágio da FADEUP. Mialaret (1977) refere 4 elementos essenciais à formação pedagógica do professor: I) o professor deve realizar uma reflexão de ordem histórica e sociológica sobre a instituição escolar, o seu papel na sociedade e os objetivos atuais da educação; II) utilizar diferentes métodos e técnicas pedagógicas que facilitem a intervenção do professor; III) deverá possuir um conjunto de conhecimentos transdisciplinares, permitindo ao professor intervir corretamente consoante a idade dos alunos; IV) o professor deverá deter um conhecimento que permita intervir de forma eficaz em todas as modalidades.

Relativamente ao inicio do EP, foram sentidas fragilidades, as quais me faziam prever um arranque inicial bastante atribulado e trabalhoso com grandes reajustes pessoais, uma vez que possuía a perfeita noção de que a forma como comunicava e defrontado grandes grupos de pessoas/alunos, era uma das dificuldades sentidas, situação que consegui ludibriar com o decorrer das aulas, conseguindo no final do ano intervir e realizar instruções mais consistentes e fluidas, adquirindo uma postura mais assertiva aquando comportamentos inapropriados dos alunos nas aulas.

Durante pelo menos o primeiro período lecionei as aulas de “pé atrás”, pois sentia-me ansioso e apreensivo por ter a responsabilidade de dispor de uma turma que só eu iria conduzir (com ajuda da PC) ao longo de todo o ano letivo, sabendo que o seu sucesso ou fracasso nas determinadas modalidades, seria responsabilidade minha, como se pode verificar nas seguintes afirmações “esta aula correu bem apesar de me

encontrar algo nervoso, mas mesmo assim julgo ter superado as minhas expectativas, uma vez que julguei que poderia ter mais problemas em enfrentar os alunos e respetivos comportamento inapropriados dos mesmos” 2

; “Com esta aula senti alguma

dificuldade em manter os alunos empenhados na realização das habilidades técnicas”3. Assim sendo, pretendi ao longo das aulas proporcionar situações de prática que levassem os alunos à melhoria/aperfeiçoamento das suas habilidades motoras.

2 Retirado da aula nº1 no dia15 de Setembro de 2011 3 Retirado da aula nº7 no dia 06 de Outubro de 2011

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Quanto ao planeamento da prática, também iniciei o ano letivo apresentando algumas dificuldades em selecionar e adaptar os exercícios ao nível da turma, sempre com o intuito de atingir o sucesso. Tal como referido acima, também aqui fui melhorando o planeamento das aulas com o passar das mesmas, pois consegui ter uma melhor noção e perceção quer dos exercícios adequados para determinadas tarefas, quer do tempo necessário e eficaz que os alunos necessitavam para as realizar. “Durante a realização

dos exercícios, à exceção da parte inicial que foi dividido por duas estações, procurei manter a mesma estrutura para que pudesse poupar tempo evitando transições desnecessárias.”4;“(…), a minha instrução é fornecida de forma verbal e prática, para ajudar a que os alunos percebam os exercícios pedidos, (…)”5Relativamente ao inicio do EP verifico que neste momento tenho a capacidade de planificar uma aula utilizando metade do tempo que despenderia nos primeiros planos de aula.

Por outro lado pretendi fazer chegar aos alunos o gosto pela prática da atividade física, e seus benefícios, sendo este um papel importante que qualquer profissional de desporto deverá incutir aos seus alunos ou atletas, procurando salientar a importância do mesmo enquanto fenómeno sócio-cultural e de desenvolvimento do indivíduo, como uma componente essencial a valorizar e integrar no quotidiano, (Mota, 1997), procurando contrariar os hábitos de sedentarismo que a maioria dos alunos prática e que o Ministério da Educação cada vez mais parece estar a querer que se desenvolva, relativamente à tentativa de diminuição da carga horária na disciplina de EF para o ensino secundário.

O professor tem como função principal a transmissão de conhecimento, pelo qual é denominado o ato de ensinar. Tais conhecimentos são transmitidos, tendo por base os currículos, (Roldão, 2007).

A turma teve um papel fundamental neste meu processo de formação, pois os alunos em todas as aulas se mostravam dispostos e empenhados na realização das tarefas que lhes eram propostas, tendo apenas em casos pontuais verificado situações de comportamentos disruptivos, mas nada que não fosse resolvido de imediato. “É de

salientar também a dedicação e empenho que os alunos demonstraram na aula enquanto realizavam os exercícios e escutavam a instrução dos mesmos (…)”6.“Os

4

Retirado da aula nº14 no dia 03 de Novembro de 2011

5Retirado da aula nº32 no dia 26 de Janeiro de 2012 6

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alunos continuam a mostrar-se empenhados e participativos nas tarefas que lhes são propostas.”7

.

Nesta altura do ano verifico que relativamente ao inicio do EP, ultrapassei todas as dificuldades inicialmente sentidas, através das experiências que pude vivenciar tanto nas atividades curriculares (tarefas planeadas, preparação e realização das aulas), atividades extra curriculares (reuniões de núcleo, departamento e grupo), torneios concelhios e socialização com o meio envolvente, tendo a PC intervenções fundamentais para a melhoria da minha intervenção nas aulas/formação pessoal, tendo sempre em vista a aquisição de competências que sejam úteis para a vida profissional.

Foi proposto pela PC ao NE um trabalho que consistiu na realização do Estatuto da Carreira Docente, o qual achei bastante pertinente e importante para o processo de formação do EE, uma vez que é com este estatuto que o futuro professor se vai orientar ao longo da sua carreira, sendo que nele, se referem todas as etapas pela qual o professor terá de passar até ser colocado numa escola, as etapas de progressão na carreira, os seus direitos e deveres, processos de avaliação, etc. No meu ponto de vista, este e um tema que deveria ser abordado na faculdade, por exemplo (numa sessão de tópicos), pois o EE após terminar o EP não possui qualquer orientação sobre a carreira docente, sendo que se tivessem uma aula e um trabalho, mesmo sendo de grupo, adquiriam sempre alguma informação essencial para este efeito.

Assim posso concluir neste momento que estou apto e detenho as competências/conhecimentos básicas(os), necessárias(os) e essenciais para ingressar na carreira docente, considerando-me um professor eficaz. Nunca descorando de que a profissão de professor necessita de uma formação continua e especializada.

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Neste terceiro ponto será efetuado o enquadramento da prática profissional, pelo que inicialmente será elaborada uma breve abordagem do Enquadramento Concetual, legal, Institucional e funcional do EP.

3.1. Enquadramento Concetual do Estágio Profissional

Atualmente a escola assume um papel fundamental na formação dos seus alunos, pois em muitas escolas existem alunos provenientes de outro países ou regiões, daí a escola e respetivos professores terão que se ajustar à sua população, com vista a promover o sucesso educativo dos mesmos.

A escola como organização possui as suas especificidades, e dependendo da sua localização, trabalha tendo em vista a sociedade em que se insere, sendo esta que define as formas de atuação de cada escola.

A escola como organização assume um papel fundamental para com todos aqueles que a frequentam, abarcando um conjunto de caraterísticas, que segundo Alves (1999, pp. 18-19) se assumem como:

“Natureza moral do trabalho que realiza, dando o caráter obrigatório e involuntário da frequência escolar e o estatuto de menoridade intelectual, afetiva e cívica, a que coloca os estudantes numa situação de dependência face aos professores, daqui emergindo o imperativo e a obrigação moral de a todos educar”;

“Alto nível de formação, autonomia e trabalho individual do professor, configurando-se uma prática singular, escassamente supervisionada e que escapa à orientação e controlo da autoridade e dos pares”;

“Vulnerabilidade face às exigências dos contextos legal, familiar, social que faz com que o trabalho educativo seja marcado pela ambiguidade, imprevisibilidade e incerteza”;

“Existência de uma estrutura hierárquica de autoridade, mas onde podem existir várias autoridades, poderes e contrapoderes e outras estruturas geradas pelas interpretações humanas”;

“Divisão e hierarquização do trabalho.

A escola como organização, tal como refere, Sarmento (2004, p. 132) é vista “(…)

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16

sociedade) que “cria” pessoas, molda o seu comportamento, incute-lhes ideais e doutrinas à sua vocação, dá-lhes profissões, sendo justo, por isso que, pensemos na escola para além de uma instituição de produção (entre alunos e professores)”. Já

Peres (2000, p.109) considera ser “necessário entender a complexidade e a

especificidade de cada escola, pois embora possua com outras organizações alguns elementos comuns – finalidades, estruturas, poderes, processos de controlo, (…)”.

Para além das afirmações acima descritas, a escola defende e pratica os valores que permitem a vivência de uma ética social onde valoriza as regras e os comportamentos da sua população.

A escola como instituição trabalha para a sociedade pretendendo formar pessoas competentes e idealistas, ajustando os seus recursos, materiais, pessoais, espaciais, etc. A diversidade social e cultural da população escolar, tem exigido novos desafios e soluções a estes problemas de natureza diversa, (Elias, 2008). Através do que anteriormente foi referido, pude verificar que a ESAG como instituição tende em desenvolver e estimular os seus alunos no gosto pela arte (desenho), organizando anualmente, desde 1980, o “Prémio Nacional de Pintura Juvenil Augusto Gomes”, e pelo desporto, principalmente o (Voleibol), modalidade rainha naquela região.

A escola assume-se então com um papel importante numa sociedade de mudança. Fernandes (2000, p. 131) afirma que “a diversidade da população escolar é um

fenómeno particularmente marcante nos dias de hoje, tendo criado à escola a necessidade de se adaptar aos patrimónios socioculturais de pertença dos alunos e de se organizar no sentido de providenciar uma educação de qualidade para todos (…)”.

Neste sentido a escola tende em reajustar-se à sua população, revendo os seus próprios parâmetros organizacionais, sendo capaz de converter-se tal como declara Santos Guerra (2001, p. 26) “num modelo de funcionamento educativo capaz de gerar

uma estratégia de transformação da sociedade”.

Em suma só resta a nós futuros professores de EF continuar a lutar para transformar a escola num espaço mais gratificante e atrativo a toda a sua comunidade.

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3.2. Enquadramento Legal, Institucional e Funcional do

Estágio Profissional

A realização do EP, assumiu um marco fundamental para a minha formação como futuro professor de EF.

No que diz respeito à regulamentação legal e respetivo funcionamento existe um conjunto de orientações que regulamentam o EP. Estas assumem-se inicialmente com os decretos-lei que determinam o sistema de ensino português aos regulamentos emitidos pela FADEUP. Outro aspeto a ter em conta são as Normas Orientadoras do estágio profissional do ciclo de estudo tendente ao grau de Mestre em Ensino de EF nos ensinos Básicos e Secundário da FADEUP (2011/2012), as quais orientam e organizam todo o processo de formação do EE.

Seguindo esta lógica, o estágio profissional encontra-se estruturado e em funcionamento considerando os princípios decorrentes:

 Das orientações legais constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março8 e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro9;

 O Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto;  O Regulamento Geral dos Segundos Ciclos da FADEUP;

 E o Regulamento da unidade curricular estágio profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de EF nos Ensinos Básicos e Secundário da FADEUP.

Os decretos apresentados acima, determinam a Prática de Ensino Supervisionada (PES). Essa PES ocorreu na escola à qual fomos colocados no inicio do ano letivo 2011/2012, tendo à minha disposição uma das três turmas que foram atribuidas à PC, lecionando as aulas sempre à mesma turma durante todo o periodo letivo.

Segundo o Regulamento da Unidade Curricular Estágio Profissional, “O EP visa a

integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros

8

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (2006). Decreto-lei n.º 74/2006 de 24 de Março.

Diário da República, 1.ª Série A, n.º 60, pp. 2242-2257.

9 Ministério da Educação (2007). Decreto-lei n.º 43/2007 de 22 de Fevereiro. Diário da República, 1.ª Série, n.º 38, pp. 1320-1328.

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docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão”10.

Todos os aspetos que foram referidos anteriormente relativamente ao EP são regidos por 4 áreas de desempenho do EE, com vista à obtenção de um ensino eficaz, desenvolvendo conscientemente as suas competências profissionais. Assim as 4 áreas são: Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem, com esta área pretende-se “Construir uma estratégia de intervenção, orientada por objectivos

pedagógicos, que respeite o conhecimento válido no ensino da Educação Física e conduza com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de EF” 11

; Área 2 e 3 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade, com a qual se pretende “Contribuir para a promoção do sucesso educativo, no reforço do

papel do professor de Educação Física na escola e na comunidade local, bem como da disciplina de Educação Física, através de uma intervenção contextualizada, cooperativa, responsável e inovadora”12

;Por último temos a Área 4 – Desenvolvimento Profissional, na qual se pretende “Perceber a necessidade do desenvolvimento

profissional partindo da reflexão acerca das condições e do exercício da atividade, da experiência, da investigação e de outros recursos de desenvolvimento profissional. Investigar a sua atividade em toda a sua abrangência (criar hábitos de investigação/reflexão/Ação)”13.

A nível institucional o EP é uma unidade curricular do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de EF da FADEUP e decorre nos terceiro e quarto semestres do ciclo de estudos.

Enquanto que no primeiro e segundo semestres as unidades curriculares estão direcionadas para o sistema de ensino na escola, o terceiro e quarto semestres são destinados à PES, desempenhando o papel real de professor de EF, neste caso na ESAG e à turma 10ºK, conforme vai ser indicado abaixo.

10 Regulamento da Unidade Curricular Estágio Profissional do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário da FADEUP: 2011-2012.

Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Matos, Z.

11 a 13 Regulamento da Unidade Curricular Estágio Profissional do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário da FADEUP: 2011-2012.

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3.2.1. Caraterização do Contexto de Estágio – Espaço Físico

Desde o início do ano que a escola à qual me candidatei para realizar estágio se encontra em obras de reestruturação, com o propósito de melhorar as condições de ensino e conforto dos alunos, professores e funcionários. Daí, durante todo o período letivo o espaço físico da mesma se encontrar sem as caraterísticas normais para a lecionação das aulas, tendo os professores que lecionar as mesmas em monoblocos.

Anteriormente à realização das obras, o espaço físico da ESAG era constituído por, sete divisões cobertas, para além do campo polidesportivo exterior, existindo um campo de voleibol no espaço (P4, consoante a disposição indicada no “roulement”), o qual se situa mesmo em frente ao ginásio, por trás do pavilhão sul, um campo de futebol, contudo, este não era utilizado para a prática desportiva das aulas de EF devido ao mau estado do piso.

Assim sendo e ao longo de todo o período letivo, o grupo de EF teve a felicidade de dispor do pavilhão gimnodesportivo coberto para a prática da disciplina e um espaço exterior, que se resume a metade de um campo de Andebol, pois teve que ser ocupado com os respetivos monoblocos. O pavilhão dispunha de todas as condições necessárias à prática das modalidades, encontrando-se num nível bom de conservação.

3.2.2. Comunidade Educativa Interna

A ESAG é composta por um grande número de docentes e discentes, que trabalham para o seu bom funcionamento, proporcionando boas condições para o ensino dos alunos. Esta comunidade é composta pelo Conselho Geral, Conselho Administrativo, Direcção Executiva, Serviços Administrativos, Conselho Pedagógico, Coordenadores de Departamento, Professores, Assistentes técnicos e operacionais, Alunos, Pais e Encarregados de Educação.

O grupo de EF encontrou-se composto por 9 professores (2 homens e 7 mulheres) e ainda por 3 estagiários da FADEUP e outros 3 do Instituto Superior da Maia. A coordenadora deste grupo foi a professora Dioclécia Melo.

O Núcleo de Estágio é constituído pela PC Camila Vasconcelos, PO José Mário Cachada e pelos EE João Mendes, Licurgo Figueiredo e Miguel Silva.

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20

Quanto à PC, desde o primeiro momento em que entrei na ESAG, tem supervisionado o meu trabalho de perto, tendo sempre como preocupação a minha orientação, de modo a levar-me para um patamar mais elevado no que diz respeito ao nível de conhecimentos do ato educativo em si.

O PO tem uma função mais afastada do dia-a-dia da ESAG, estando apenas presente em 3 momentos de atuação pedagógica. Por outro lado, é ele o responsável pela orientação do estágio profissional, transmitindo as informações relativas à FADEUP e supervisiona a execução dos documentos pedidos pelo regulamento de estágio como é o caso por exemplo do relatório de estágio.

Considero que ao longo de todo o período de estágio, estes foram dois alicerces fundamentais ao meu processo de formação, sendo deles que obtive os principais feedbacks relativamente a todo o meu trabalho durante o EP.

3.2.3. Alunos

Neste ponto irei realizar um apanhado geral das caraterísticas da minha turma. Esta descrição tem por base os resulta que foram recolhidos no inicio do ano letivo através de uma ficha de caraterização da turma, a qual foi preenchida por cada aluno individualmente, com o objetivo de os conhecer e compreender melhor. Abaixo apenas apontarei os dados considerados mais relevantes.

A turma era constituída por 24 alunos com idades entendidas entre os 14 e os 16 anos, onde a prevalência do sexo feminino se fazia notar, com a existência de 19 alunas na turma.

Apenas 20 alunos mencionavam que gostavam de andar na escola, os restantes referiram o contrário.

A nível geral os alunos apresentam um estilo de vida saudável, referindo que não fumam nem bebem.

As disciplinas de Desenho e EF, foram mencionadas, como sendo as preferidas, existindo uma maioria relativa dos alunos que preferem a primeira.

3.3. Comunidade Educativa Externa

A ESAG localiza-se no concelho e freguesia de Matosinhos, na Rua de Damão. Situa-se limitada a sul pelo concelho do Porto e pelas freguesias de Leça da Palmeira, Guifões e Senhora da Hora, a norte, nordeste e este respectivamente. A escola

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encontra-21

se aproximadamente a 50 m da Junta de Freguesia e a 200 m do Tribunal de Comarca de Matosinhos.

História:

Entre 1964 e 1972 funcionou no antigo edifício do Tribunal de Matosinhos uma secção do Liceu Normal D. Manuel II (actual escola Secundária de Rodrigues de Freitas). Foi a partir desta secção que nasceu em 1972, nas actuais instalações, da nossa escola com a designação de Liceu Nacional de Matosinhos. Mais tarde, em 1979, passaria a chamar-se Escola Nº 2 de Matosinhos, e, em 1989, receberia a designação de Escola Secundária de Augusto Gomes – Matosinhos. Em 2002 o nome passaria a ser Escola Secundária com 3º ciclo Augusto Gomes. A escolha da designação Augusto Gomes teve em conta a tradição artística da Escola e o intuito de honrar um pintor matosinhense, cuja obra reflete, na temática e na interpretação das formas, a terra e as suas gentes. Neste sentido, a escola: organiza anualmente, desde 1980, o “Prémio Nacional de Pintura Juvenil Augusto Gomes”.

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23

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25

O primeiro contacto com o contexto escolar aconteceu no mês de Setembro. Nesse mesmo mês tive que me apresentar na ESAG para proceder ao preenchimento dos documentos necessários para realizar a PES.

Para a realização do EP foram elaborados objetivos e estratégias com vista a atingir as dificuldades inicialmente vivenciadas e também aquelas que foram ocorrendo ao longo de todo o EP, os quais obrigaram a realizar uma interligação das várias áreas e domínios a percorrer no processo de formação, para que melhor se pudessem atingir os objetivos propostos em cada uma das 4 áreas, que ajudaram a aperfeiçoar as minhas competências profissionais.

De seguida irei descrever cada uma das 4 áreas de desempenho, realizando uma reflexão crítica de cada uma das 4 categorias, (conceção, planeamento, realização e avaliação), apresentando as estratégias do trabalho que foi desenvolvido por mim ao longo deste ano letivo.

4.1. Área – 1 Organização e Gestão do Ensino e da

Aprendizagem

4.1.1. Conceção

Sem qualquer impedimento para iniciar o período letivo, comecei a minha atividade na ESAG sem conhecimentos relativos ao Regulamento Interno (RI) e métodos de trabalho da escola, pois sempre julguei que pelo fato desta se encontrar remodelação, a sua organização e métodos de trabalho fossem sofrer algumas alterações, podendo por isso demonstra certas lacunas.

Neste sentido, ao chegar à ESAG e após ter uma conversa formal com a PC, a qual teve um papel fundamental no apoio fornecido e através dos materiais/documentos essenciais ao arranque do ano letivo, foi-me dado a conhecer as instalações da mesma e respetivos funcionários, para que pudesse desde cedo familiarizar com todo meio envolvente.

A disciplina de EF encontra-se inserida no Departamento de Artes, Tecnologias e Desporto, a qual possui um RI, o qual foi mencionado e apresentado à turma no primeiro dia de aulas.

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26

As primeiras reuniões foram realizadas com o grupo de EF e grupo 620. Estas reuniões permitiram realizar uma conceção sobre a organização do processo de ensino, perceber de forma mais esclarecedora e recolher informações importantes sobre o contexto escolar local, das quais obtive bons indicadores, sendo esta uma das razões pela qual concorri a esta escola.

A conceção assume-se como a primeira tarefa do professor relativa à organização e gestão do ensino. Nos dias seguintes participei em várias reuniões, quer com o núcleo de EF quer com o grupo 620 e em todas elas foram dadas as boas-vindas aos EEs, proporcionando um bem-estar e um sentimento de orgulho por sentir que fazia parte integrante daquele grupo.

Antes de iniciar o período letivo foram analisados os Programas de EF relativos aos diferentes ciclos de ensino, e respetivo RI da disciplina. Ainda nesta fase, foi reajustado o Plano Anual de Atividades (PAA) distribuindo as modalidades ao longo do ano letivo pelos 3 períodos, de acordo com os espaços existentes no “roulement” e materiais disponíveis, os quais tiveram que ser devidamente divididos pelas diferentes turmas, tendo sempre em conta o ano de escolaridade, e o número de turmas que lecionavam à mesma hora.

O PAA tem um papel fundamental, pois através deste documento, podemos visualizar os objetivos que a escola apresenta para cada ano letivo, constitui por isso um plano sem pormenores, indicando apenas de um modo geral, a atuação que o professor deve seguir ao longo do ano, tendo sempre em consideração que este documento não deixa de requerer trabalhos preparatórios de análise e balanço, (Bento, 2003).

Antes de dar inicio ao 1º período, foi efetuado pelo NE, a pedido da PC, a realização de uma ficha de caraterização do aluno, a qual permitiu ter uma perceção e conhecimento da turma num modo geral e em particular do aluno, auxiliando em muito o professor no processo de planificação das aulas, permitindo perceber os comportamentos de alguns alunos. Como o NE não tinha qualquer ideia da estrutura e perguntas a realizar, foi-nos fornecido um documento modelo, pelo qual nos guiamos, tendo os elementos do núcleo realizado alguma pesquisa que complementasse esse mesmo documento.

Esta ficha foi dividida em 10 categorias, (Dados Pessoais, Encarregados de Educação, Agregado Familiar, Caraterização Escolar, Deslocações, Saúde, Educação

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27

Física, Hábitos do quotidiano, Ocupação dos tempos livres e Caraterização sócio afetiva).

Após efetuada esta análise, foi criado um documento final que dispunha de um gráfico para cada uma das respostas, ao qual foram atribuídas percentagens, que permitiram interpretar os resultados de forma mais ilustrada e eficaz.

Estas informações iniciais e planificação do período letivo foram especialmente importantes e essenciais, pois serviram de base a todo o restante planeamento das aulas, de forma a adequar o processo de ensino-aprendizagem aos alunos em questão.

4.1.2. Planeamento

O planeamento é visto como um mapa que orienta o professor no seu processo de ensino a determinada turma, ajustando o mesmo às suas caraterísticas, tendo em vista a melhoria da sua ação, qualidade de ensino e obtenção de resultados positivos ao longo do período letivo.

O planeamento do ensino-aprendizagem, foi das etapas mais difíceis durante o arranque do EP, uma vez que este foi o primeiro contacto que tive como professor numa escola, tendo ao meu encargo uma turma, para a qual necessitei planear as aulas. Neste planeamento, necessitei de aplicar os conhecimentos adquiridos durante a formação inicial nos anos anteriores ao estágio ministrado pela FADEUP, os quais estão todos relacionados com o Modelo de Estrutura do Conhecimento (MEC) (construção da Unidade Temática (UT), do Plano de Aula (PA) e Estrutura do Conhecimento).

Com os restantes elementos do NE e PC, foram efetuadas as fichas modelo, quer da UT, quer do PA. Estes documentos foram sempre realizados no inicio de cada período para as UT, antes de cada aula nos PA e antes de cada modalidade a Estrutura do Conhecimento.

Segundo Bento (2003, p. 57), “Os trabalhos de planeamento do professor de

Educação Física relacionam a direção essencial das exigências e conteúdos programáticos com a situação pedagógica concreta”, o mesmo autor refere ainda que

estas são formas do professor expressar a sua personalidade, e estilo individual de ensinar, utilizando para esse efeito o seu conhecimento e competência.

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28

Portanto, o planeamento contém uma série de tomadas de decisão, as quais irão permitir um ensino eficaz, para isso é necessário o EE saber o que ensinar, tendo sempre em conta as caraterísticas da turma.

Importa referir que o planeamento assume um papel importante no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que oferece a possibilidade de uma apresentação compreensível da matéria. Este deverá possuir tal como refere Bento (2003, p. 53) “uma

configuração ajustada das dificuldades, tendo em conta a estrutura objetiva (…) da matéria, mas ainda a sequência lógica da matéria”.

Ao longo do EP, confrontei-me com estes pequenos, mas ao mesmo tempo grandes pormenores, os quais me fizeram crescer enquanto profissional de EF. Através dos feedbacks fornecidos pela PC em reflexão no final das aulas, apercebi-me que o fato de planificar por exemplo uma aula com “pés e cabeça”, tendo sempre em mente um outro exercício (plano B) que pudesse substituir aquele que não estivesse a correr como previsto no momento em que a aula estava a decorrer permitindo uma intervenção de maior qualidade. Tais situações aplicam-se também ao planeamento de outros documentos que auxiliam o professor no seu processo de ensino, como foi o caso também da UT, onde a sua organização teve um papel fundamental na realização dos PA, uma vez que a informação que esta continha era tão detalhada que facilitava em muito este processo.

A passagem da teoria para a prática em muitas situações não é fácil, por isso, é essencial que o EE selecione apenas a informação necessária para proceder à planificação, o que permite que posteriormente essa informação seja aplicada de forma pertinente. Neste sentido pretendi realizar a minha planificação de forma contextualizada dando ênfase a determinados pontos que anteriormente foram alvos de críticas ou a situações que correram menos bem.

O primeiro passo da planificação, consistiu na realização da UT a qual era realizada anteriormente à lecionação de cada modalidade, tendo sempre em conta tal como afirma

“as indicações do programa e o plano anual de atividades” Bento (2003, p. 60).

As UT foram efetuadas das após a realização da Avaliação Diagnóstica. É a partir destas que se efetua o planeamento da UT, tendo sempre em conta os recursos materiais, humanos, temporais, bem como o “roulement” das instalações. A sua estrutura depende ainda do volume e dificuldades das tarefas de ensino e aprendizagem, Bento (2003).

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O “roulement” é um documento que nos permite verificar em que espaço do pavilhão iremos lecionar as aulas, bem como o número de turmas que irão realizar aula nesse dia e nessa hora.

Comparativamente com o segundo e terceiro período, o primeiro foi aquele em que senti mais dificuldade na realização das UTs, principalmente manifestada no tempo que demorei a realizar cada uma. Relativamente à extensão e sequência dos conteúdos, não tive tanta dificuldade em distribuir os mesmos, pois a formação inicial realizada no ano anterior na FADEUP foi bastante útil e enriquecedora, o que me facilitou na sua realização. Apenas foi realizado um melhoramento sugerido pela PC na estrutura do mesmo, no qual foi acrescentado a cultura desportiva, conceitos psico-sociais e condição física.

Em todas as modalidades lecionadas, os alunos apresentavam um nível baixo de conhecimento das matérias abordadas, e mesmo sendo uma turma de 10º ano de escolaridade, os quais já deveriam ter pelo menos conhecimentos elementares, das varias modalidades. Por isso, tive que lecionar partindo do nível básico, procurando sempre no final de cada modalidade fazer com que todos os alunos se encontrem no nível superior de conhecimentos.

Assim sinto que as minhas capacidades de improviso e planificação, foram evoluindo ao logo do ano letivo, tendo a PC um papel fundamental pelos concelhos que havia indicado, quer pelo trabalho realizado com os restantes elementos do NE da FADEUP.

A etapa seguinte correspondeu à realização da ficha modelo relativa ao PA. Numa fase inicial, o NE pretendeu realizar um modelo que fosse global a todos os EE.

Este plano foi elaborado com o intuito de auxiliar os EEs no planeamento da aula, o qual representa todo o trabalho de preparação das mesmas, atendendo, assim como afirma Bento (2003, p.63), à “realização metodológica do ensino e ao balanço das

atividades concretas do professor e dos alunos”. O principal enfoque da sua realização

centrou-se nas matérias que iriam ser lecionadas. Tive ainda em atenção as condições de ensino e respetivos dados dos alunos e da análise das etapas anteriores, promovendo um aumento de tempo de empenhamento motor, o qual originava por consequência do anterior um acréscimo do tempo potencial de aprendizagem.

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Assim sendo, no meu entender, o PA é visto como o braço direito do professor. Por este motivo encarei o PA com seriedade, planeando e alterando-o sempre que assim se justificava, pois o PA deve ser visto como um plano flexível.

Durante a realização dos primeiros PA, senti algumas dificuldades em selecionar exercícios apropriados à turma, pois inicialmente prescrevia-os como se fosse para aplicar a alunos que já dominavam a modalidade, criando os mesmos numa vertente de treino. Outro fator esteve associado à prescrição de exercícios que continham estruturas organizativas diferentes, as quais faziam despender demasiado tempo de transição.

Com o desenrolar das aulas e respostas dos alunos a estas planificações, consegui, após passado o primeiro período, avaliar e prescrever as aulas de forma mais eficaz e apropriado ao nível da turma. Neste sentido a PC teve um papel fundamental na melhoria da minha intervenção, pois no final de cada aula, era realizada uma reflexão, na qual eram identificados os aspetos negativos e positivos, sendo posteriormente apresentadas soluções para combater as lacunas identificadas.

Assim, se numa primeira fase da realização da prática profissional, tanto o processo de planeamento da UT, como do PA se caraterizam pelo excesso de informação e de tempo, situação que com a experiência vivida, fui melhorando, cingindo-me apenas à informação mais essencial.

Portanto, o planeamento prévio dos documentos é fundamental pois auxilia o professor no seu processo de ensino, mais especificamente na realização das tarefas com vista a obtenção dos objetivos estipulados, tendo em atenção que estes não devem ser encarados como planos que devem ser seguidos à risca.

Agora, sinto que ao longo de todo o período de estágio fui melhorando neste sentido, devido essencialmente às reflexões realizadas no final das aulas e à troca de informações com os meus colegas do NE.

4.1.3 Realização

4.1.3.1 Primeiro impacto e estratégias utilizadas

A realização da prática profissional foi sustentada em todos os documentos anteriormente referidos.

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31

Durante a realização das primeiras aulas, sentia-me algo inseguro, tendo a perfeita noção de tal situação. Sentia também que a minha presença nas aulas não era firme, pois estava um pouco acanhado durante o decorrer das mesmas, não tendo inicialmente uma voz firme que fizesse despertar nos alunos o ânimo para a prática em si. Vejo agora isto como uma situação importante numa fase inicial do ano letivo, pois se tivermos de imediato “punho firme” numa turma, por exemplo com tendência para comportamentos disruptivos (como se verificou numa turma de 1 colega de estágio), ou sem motivação para a prática de atividades físicas, permite que consiga-mos rapidamente atingir os objetivos propostos, uma vez que dispomos de toda a atenção da turma.

Contrariando um pouco o que foi referido anteriormente, a minha turma facilitou a minha intervenção, apresentando-se a maioria relativa dos alunos calmos e sem comportamentos disruptivos durante as aulas.

Nesta fase, a PC teve também um papel fundamental na melhoria da minha intervenção pedagógica, uma vez que no final das aulas, fornecia conselhos relativos à minha movimentação e disposição no espaço, forma de realizar a instrução e sempre com o intuito de progredir o mais rápido possível no sentido pretendido.

Procurei por isso implementar nos alunos rotinas, de forma a rentabilizar as aulas. Estas rotinas no meu entender são vistas como elementos importantes que se devem ter em conta para o bom funcionamento da aula. No caso da minha turma, procurei introduzir as mesmas a partir da primeira aula, referindo desde logo as regras do RI, gesto e voz de comando para proceder ao agrupamento dos alunos depois de terminado um exercício, nesta ultima, os alunos dispunham-se à minha frente em meia-lua, para que todos me conseguissem ver e ouvir, procurando evitar que estes se encontrassem uns atrás dos outros. Outra rotina que se tornou essencial esteve relacionada com o trabalho de cooperação aluno-professor e aluno-aluno no inicio e final de cada aula para proceder à arrumação do material. Esta tornou-se imprescindível não só para fomentar a união da turma mas também ajudou a criar um ambiente de bem-estar e boa disposição mesmo depois de terminada a parte prática da aula, evitando também que alguns alunos fossem mais cedo que outros para o banho. “Após realizado o aquecimento e os

alongamentos, com a ajuda dos alunos montei as estações como indicado no plano, tendo estes um papel bastante ativo e empenhado na montagem das mesmas.”14

;

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“Depois de terminada a avaliação procedemos à arrumação do material, tendo novamente os alunos ajudado nesta situação, (…)”15

.

Outra situação não menos importante foi o fato dos alunos que estavam indisponíveis para realizar a aula, isto é, que pediam dispensa ou esqueciam do material, realizavam sempre uma ficha (Relatório da Aula), na qual tinham de fazer por escrito, uma explicação sumária sobre os exercícios da aula, respondendo às questões que nela eram descritas. Estes relatórios eram corrigidos e entregues ao aluno com os aspetos que deveriam melhorar, sendo atribuída uma nota qualitativa ao mesmo, servindo como critério de desempate na atribuição das notas. “A presente aula teve início à hora

prevista, contando com a falta de 1 aluno e a dispensa de outra por falta de material, o qual realizou o respetivo relatório de aula.”16

.

4.1.3.2 Modelos de intervenção pedagógica

No decorrer do ano letivo, a minha intervenção pedagógica nas aulas foi orientada fundamental para que os alunos conseguissem atingir o sucesso ao realizarem as diferentes tarefas motoras, jogo informal e formal, etc, sustentando-me principalmente em dois tipos de modelo, os quais julguei serem mais apropriados para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Daí, a ter escolhido os Modelos de Instrução Direta (MID) e o Desenvolvimental (MD). Também a otimização do feedback pedagógico foi importante para a promoção de um ensino eficaz.

Um professor eficaz/competente deverá ter a perfeita consciência de que não se pode cingir única e exclusivamente a um modelo. Rink, (2001) refere que não existe nenhum modelo que seja adequado a todos os envolvimentos de aprendizagem, mas sim que existem modelos que se adequam mais do que outros, dependendo das características da turma a nível geral, tendo sempre em atenção o aluno como sujeito individual.

4.1.3.2.1 Modelo de Instrução Direta

Este é um tipo de modelo direto e formal, no qual os seus procedimentos de ensino são fechados, tendo os alunos um papel reduzido durante a tarefa. A figura central deste modelo é o professor, este toma todas as decisões na aula e os alunos limitam-se a

15

Retirado da aula nº45 no dia 15 de Março de 2012

16

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33

reproduzir as tarefas propostas pelo mesmo, sendo o professor que monitoriza e controla afincadamente os alunos, realizando o controlo administrativo, explicita as regras e rotinas dos alunos (Mesquita & Graça, 2009).

Na atualidade, este modelo, continua a ser utilizado quer no contexto do ensino da EF, quer no treino desportivo, pois é visto como elemento importante, por demonstrar resultados positivos no ensino de habilidades em contexto de baixa interferência contextual, (Mesquita e Graça, 2009).

Nas minhas aulas, a aplicação deste modelo foi utilizada sempre no inicio das mesmas, durante a realização dos exercícios de aquecimento e respetivos alongamentos, onde os alunos reproduziam os exercícios que propunha e exemplificava. Também antes de cada exercício, era-lhes fornecido por mim em algumas situações o modelo desse mesmo exercício. A reprodução deste modelo exigiu de mim, um conjunto de tomada de decisões didáticas exigentes para que conseguisse atingir os objetivos iniciais a que me tinha proposto.

Também com o decorrer das aulas de cada modalidade procurei efetuar uma progressão lógica, consolidando sempre as matérias que haviam sido introduzidas na aula anterior e acrescentando novas habilidades em cada aula, corrigindo os alunos tendo em atenção os objetivos traçados para a realização desses exercícios.

Na aplicação deste modelo, o professor realiza um conjunto de decisões didáticas das quais se evidenciam de acordo com Rosenshine (1983), como sendo: (I) a estruturação meticulosa e pormenorizada das situações de aprendizagem; (II) a progressão das situações de ensino em pequenos passos; (III) a indicação do critério mínimo de sucesso a alcançar pelos alunos; (IV) a instrução com cariz descritivo e prescritivo com explicações detalhadas; e) a prática motora ativa e intensa; (V) a avaliação e correção dos estudantes, particularmente nas fases iniciais de aprendizagem.

Seguindo os mesmos autores, são apresentadas tarefas que o professor tem que realizar durante a aula de EF, tendo em conta a seguinte ordem: (I) rever a matéria aprendida na aula anterior; (II) apresentar nova habilidade ou conteúdo em geral; (III) monitorizar a atividade motora dos alunos; e (IV) avaliar e corrigir sistematicamente em referência aos objetivos traçados.

Tal como foi referido acima, este modelo foi utilizado até que os alunos começassem a adquirir as rotinas das aulas, o empenhamento nas tarefas e automatismo das mesmas.

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Á medida que os alunos foram demonstrando capacidades a nível individual e coletivo, procurei fornecer mais liberdade aos mesmos, deixando-os tomar algumas decisões didáticas.

4.1.3.2.2 Modelo Desenvolvimental

Como forma de complementar o meu processo de ensino, utilizei também o MD numa fase mais avançada da minha intervenção, ao adequar as tarefas de ensino à capacidade de interpretação e resposta dos alunos. Ao longo das aulas procurava fornecer feedbacks aos alunos verificando de seguida se estes executavam aquilo que era exigido, procurando a reprodução perfeita das habilidades motoras para mais tarde o aluno poder ser avaliado.

Segundo Mesquita & Graça, (2009, p. 51), o MD pretende “auxiliar o professor no

delineamento dos processos instrucionais, particularmente pela adequação das tarefas à capacidade de interpretação e resposta dos praticantes”. Como tal, para que os

alunos obtenham bons níveis de desempenho é imprescindível que sejam analisados os conhecimentos iniciais destes, estabelecendo uma relação entre a zona do desenvolvimento atual e a zona do próximo desenvolvimento, (Bento, 1987).

Este modelo é fundamental para o processo de ensino aprendizagem dos alunos, pois a sua aplicação permite-lhe adquirir autonomia e essencialmente dar significado aquilo que aprende nas aulas, aplicando depois em contexto de jogo, começando com jogos reduzidos, passando depois para o jogo formal.

Através das indicações referidas acima, Rink (1993) é da opinião que o professor pode facilitar a aprendizagem se obedecer aos 3 conceitos orientadores da Estrutura Curricular e Funcional do Processo Instrucional, tidos como essenciais neste modelo:

Progressão: Tal como é indicado, o ensino deve ser estruturado de forma progressiva, na medida em que facilita ao praticante a passagem do nível de desempenho atual para outro mais avançado, partindo sempre da base para o topo. Este é também determinado por 4 categorias: Extensão, Profundidade, Sequência e Ênfase.

Refinamento: Define-se como sendo o afinamento de determinadas componentes críticas, tanto do foro percetivo-decisional como motor, que dada a sua complexidade, exige um tratamento mais refinado, melhorando com isto a qualidade da prática, das execuções e respetivas execuções das habilidades.

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Aplicação: Permite a contextualização dos conteúdos lecionados anteriormente de forma analítica, aplicando-os na prática aos quais são conferidos significados e auxiliam o praticante na regulação da própria aprendizagem. Esta contextualização pode ter uma interferência contextual elevada, moderada ou baixa.

A aplicação deste modelo foi apenas conseguida a partir de meados dos do 2º período, mesmo sendo de uma forma pouco vincada, pois o mesmo exige dos alunos uma responsabilidade acrescida e autonomia. Neste sentido o MID foi fundamental.

A minha intenção ao longo do ano letivo foi utilizar estes dois modelos, procurando manipular as tarefas, para que os alunos desenvolvessem as suas capacidades.

A instrução apresenta-se como um instrumento essencial no processo do ensino aprendizagem, e tem por âmbito os comportamentos e técnicas de intervenções utilizados pelo professor com vista a comunicar de forma eficaz a informação pretendida. Na instrução são identificados 3 momentos com objetivos específicos: 1 – antes da prática recorrendo-se a preleções, apresentação das tarefas, explicações e demonstrações; 2 – durante a prática através da emissão de feedbacks; 3 – após a prática, pela análise referenciada à prática desenvolvida, (Siedentop, 1991).

4.2. Área – 2 e 3 - Participação na escola e relação com a

comunidade

A segunda e a terceira área encontram-se interligadas, optei por realizar esta ligação, uma vez que a participação na escola só é bem sucedida se houver uma boa relação com a sua comunidade.

No inicio do ano letivo foram programadas atividades de carater não letivo, as quais foram desenvolvidas com o intuito de integrar alunos, professores e funcionários.

Os meus primeiros momentos de integração foram as reuniões realizadas com o Departamento, Grupo e NE, nas quais, durante a fase inicial tive uma intervenção pouco vincada e com o passar do tempo fui tendo uma relação mais cooperativa e interventiva com os membros do grupo intervindo e fornecendo a minha opinião em determinadas situações. Apesar de lenta, a minha integração na comunidade escolar foi bastante facilitada, pois o bom ambiente e relação com os alunos da minha turma 10ºK, que foi evoluindo de forma progressiva ao longo dos 3 períodos, e que originou uma amizade com todos os elementos, proporcionando um clima pedagógico eficaz. Também a boa

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relação entre professores e funcionários que se encontravam sempre dispostos a ajudar proporcionou esta situação, visto que estes também procuravam saber qual a minha opinião relativamente a determinadas temáticas. Outro fator importante foi a boa relação tida com professores das outras disciplinas contribuiu positivamente para a minha integração. Com os meus colegas de estágio a relação foi mais sentida, uma vez que ambos trabalhávamos com os mesmos objetivos, criando-se uma amizade e um espírito de entreajuda fascinante. Para complementar esta minha integração a PC teve um papel importantíssimo, pois foi ela que orientou toda a minha prática pedagógica fazendo-me crescer como profissional e como pessoa, uma vez que desde o inicio do ano procurou passar-nos a sua metódica, responsabilidade e organização de trabalho, o que sempre soube fazer muito bem.

Com isto, posso afirmar que no final do ano letivo me senti integrado na comunidade escolar, contribuindo para o seu desenvolvimento através da realização de algumas atividades.

Ao longo do período letivo, foram realizadas atividades escolares não letivas, as quais foram programadas e realizadas pelo Grupo de EF e outras pelo NE da FADEUP, nas quais tive oportunidade de participar, tendo sempre como foco principal dinamizar a comunidade escolar da ESAG.

De seguida irei apresentar todas as atividades nas quais participei.

No 1º período foi realizado pelo grupo de EF o Corta-Mato Escolar, o qual se realizou no dia 15 de Novembro de 2011, ocupando toda a mancha horária da manha, tendo como público-alvo os estudantes do 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário da ESAG. Os alunos foram divididos por escalões etários e género para realizar as provas, mantendo a competitividade justa para os mesmos. Durante toda a atividade tive como função organizar os alunos após passarem a meta para que se pudesse realizar o registo por escrito da posição que terminou. Após o término da atividade juntei-me com os restantes professores onde procedemos à informatização dos resultados para que mais tarde pudessem ser expostos aos alunos.

No 2º período foi realizada a segunda atividade, a qual se desenrolou no dia 12 de Janeiro de 2012. Esta consistiu na realização de um torneio de badminton apenas com alunos da ESAG. Este torneio foi realizado no âmbito do desporto escolar, onde

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