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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

4.1. Área – 1 Organização e Gestão do ensino e da Aprendizagem

4.1.2. Planeamento

O planeamento é visto como um mapa que orienta o professor no seu processo de ensino a determinada turma, ajustando o mesmo às suas caraterísticas, tendo em vista a melhoria da sua ação, qualidade de ensino e obtenção de resultados positivos ao longo do período letivo.

O planeamento do ensino-aprendizagem, foi das etapas mais difíceis durante o arranque do EP, uma vez que este foi o primeiro contacto que tive como professor numa escola, tendo ao meu encargo uma turma, para a qual necessitei planear as aulas. Neste planeamento, necessitei de aplicar os conhecimentos adquiridos durante a formação inicial nos anos anteriores ao estágio ministrado pela FADEUP, os quais estão todos relacionados com o Modelo de Estrutura do Conhecimento (MEC) (construção da Unidade Temática (UT), do Plano de Aula (PA) e Estrutura do Conhecimento).

Com os restantes elementos do NE e PC, foram efetuadas as fichas modelo, quer da UT, quer do PA. Estes documentos foram sempre realizados no inicio de cada período para as UT, antes de cada aula nos PA e antes de cada modalidade a Estrutura do Conhecimento.

Segundo Bento (2003, p. 57), “Os trabalhos de planeamento do professor de

Educação Física relacionam a direção essencial das exigências e conteúdos programáticos com a situação pedagógica concreta”, o mesmo autor refere ainda que

estas são formas do professor expressar a sua personalidade, e estilo individual de ensinar, utilizando para esse efeito o seu conhecimento e competência.

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Portanto, o planeamento contém uma série de tomadas de decisão, as quais irão permitir um ensino eficaz, para isso é necessário o EE saber o que ensinar, tendo sempre em conta as caraterísticas da turma.

Importa referir que o planeamento assume um papel importante no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que oferece a possibilidade de uma apresentação compreensível da matéria. Este deverá possuir tal como refere Bento (2003, p. 53) “uma

configuração ajustada das dificuldades, tendo em conta a estrutura objetiva (…) da matéria, mas ainda a sequência lógica da matéria”.

Ao longo do EP, confrontei-me com estes pequenos, mas ao mesmo tempo grandes pormenores, os quais me fizeram crescer enquanto profissional de EF. Através dos feedbacks fornecidos pela PC em reflexão no final das aulas, apercebi-me que o fato de planificar por exemplo uma aula com “pés e cabeça”, tendo sempre em mente um outro exercício (plano B) que pudesse substituir aquele que não estivesse a correr como previsto no momento em que a aula estava a decorrer permitindo uma intervenção de maior qualidade. Tais situações aplicam-se também ao planeamento de outros documentos que auxiliam o professor no seu processo de ensino, como foi o caso também da UT, onde a sua organização teve um papel fundamental na realização dos PA, uma vez que a informação que esta continha era tão detalhada que facilitava em muito este processo.

A passagem da teoria para a prática em muitas situações não é fácil, por isso, é essencial que o EE selecione apenas a informação necessária para proceder à planificação, o que permite que posteriormente essa informação seja aplicada de forma pertinente. Neste sentido pretendi realizar a minha planificação de forma contextualizada dando ênfase a determinados pontos que anteriormente foram alvos de críticas ou a situações que correram menos bem.

O primeiro passo da planificação, consistiu na realização da UT a qual era realizada anteriormente à lecionação de cada modalidade, tendo sempre em conta tal como afirma

“as indicações do programa e o plano anual de atividades” Bento (2003, p. 60).

As UT foram efetuadas das após a realização da Avaliação Diagnóstica. É a partir destas que se efetua o planeamento da UT, tendo sempre em conta os recursos materiais, humanos, temporais, bem como o “roulement” das instalações. A sua estrutura depende ainda do volume e dificuldades das tarefas de ensino e aprendizagem, Bento (2003).

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O “roulement” é um documento que nos permite verificar em que espaço do pavilhão iremos lecionar as aulas, bem como o número de turmas que irão realizar aula nesse dia e nessa hora.

Comparativamente com o segundo e terceiro período, o primeiro foi aquele em que senti mais dificuldade na realização das UTs, principalmente manifestada no tempo que demorei a realizar cada uma. Relativamente à extensão e sequência dos conteúdos, não tive tanta dificuldade em distribuir os mesmos, pois a formação inicial realizada no ano anterior na FADEUP foi bastante útil e enriquecedora, o que me facilitou na sua realização. Apenas foi realizado um melhoramento sugerido pela PC na estrutura do mesmo, no qual foi acrescentado a cultura desportiva, conceitos psico-sociais e condição física.

Em todas as modalidades lecionadas, os alunos apresentavam um nível baixo de conhecimento das matérias abordadas, e mesmo sendo uma turma de 10º ano de escolaridade, os quais já deveriam ter pelo menos conhecimentos elementares, das varias modalidades. Por isso, tive que lecionar partindo do nível básico, procurando sempre no final de cada modalidade fazer com que todos os alunos se encontrem no nível superior de conhecimentos.

Assim sinto que as minhas capacidades de improviso e planificação, foram evoluindo ao logo do ano letivo, tendo a PC um papel fundamental pelos concelhos que havia indicado, quer pelo trabalho realizado com os restantes elementos do NE da FADEUP.

A etapa seguinte correspondeu à realização da ficha modelo relativa ao PA. Numa fase inicial, o NE pretendeu realizar um modelo que fosse global a todos os EE.

Este plano foi elaborado com o intuito de auxiliar os EEs no planeamento da aula, o qual representa todo o trabalho de preparação das mesmas, atendendo, assim como afirma Bento (2003, p.63), à “realização metodológica do ensino e ao balanço das

atividades concretas do professor e dos alunos”. O principal enfoque da sua realização

centrou-se nas matérias que iriam ser lecionadas. Tive ainda em atenção as condições de ensino e respetivos dados dos alunos e da análise das etapas anteriores, promovendo um aumento de tempo de empenhamento motor, o qual originava por consequência do anterior um acréscimo do tempo potencial de aprendizagem.

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Assim sendo, no meu entender, o PA é visto como o braço direito do professor. Por este motivo encarei o PA com seriedade, planeando e alterando-o sempre que assim se justificava, pois o PA deve ser visto como um plano flexível.

Durante a realização dos primeiros PA, senti algumas dificuldades em selecionar exercícios apropriados à turma, pois inicialmente prescrevia-os como se fosse para aplicar a alunos que já dominavam a modalidade, criando os mesmos numa vertente de treino. Outro fator esteve associado à prescrição de exercícios que continham estruturas organizativas diferentes, as quais faziam despender demasiado tempo de transição.

Com o desenrolar das aulas e respostas dos alunos a estas planificações, consegui, após passado o primeiro período, avaliar e prescrever as aulas de forma mais eficaz e apropriado ao nível da turma. Neste sentido a PC teve um papel fundamental na melhoria da minha intervenção, pois no final de cada aula, era realizada uma reflexão, na qual eram identificados os aspetos negativos e positivos, sendo posteriormente apresentadas soluções para combater as lacunas identificadas.

Assim, se numa primeira fase da realização da prática profissional, tanto o processo de planeamento da UT, como do PA se caraterizam pelo excesso de informação e de tempo, situação que com a experiência vivida, fui melhorando, cingindo-me apenas à informação mais essencial.

Portanto, o planeamento prévio dos documentos é fundamental pois auxilia o professor no seu processo de ensino, mais especificamente na realização das tarefas com vista a obtenção dos objetivos estipulados, tendo em atenção que estes não devem ser encarados como planos que devem ser seguidos à risca.

Agora, sinto que ao longo de todo o período de estágio fui melhorando neste sentido, devido essencialmente às reflexões realizadas no final das aulas e à troca de informações com os meus colegas do NE.

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 43-46)

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