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Extremosv3

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Academic year: 2021

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(1)

Narciso Gomes

narciso.gomes@docente.unicv.edu.cv

Departamento Ciˆencia & Tecnologia, Uni-CV, Campus de Palmarejo, Cabo Verde

Janeiro 2011

1

Extremos

Seja f uma fun¸c˜ao real de v´arias vari´aveis, definida num dom´ınio Df ∈ Rn, isto ´e,

x = (x1, x2, . . . , xn) ∈ Rn e x0 = (x01, x02, . . . , x0n) ∈ Rn.

Nesta sec¸c˜ao, salienta-se que nas defini¸c˜oes seguintes ser˜ao dadas nas condi¸c˜oes n = 2, ou seja, x = (x, y). Para os casos n ≥ 3, ser´a feita de forma an´aloga.

Defini¸c˜ao 1.1 Seja f uma fun¸c˜ao real de duas vari´aveis, definida num dom´ınio Df.

Diz-se que f tem um m´aximo relativo (ou m´aximo local) no ponto (x0, y0) ∈ Df se

f (x, y) ≤ f (x0, y0), para todos os pontos (x, y) do dom´ınio de f pertencentes a uma

vizinhan¸ca de (x0, y0).

Defini¸c˜ao 1.2 Diz-se que f tem um m´ınimo relativo(ou m´ınimo local) no ponto (x0, y0) ∈

Df se f (x, y) ≥ f (x0, y0), para todos os pontos (x, y) do dom´ınio de f pertencentes a

uma vizinhan¸ca de (x0, y0).

Defini¸c˜ao 1.3 Seja f uma fun¸c˜ao real de duas vari´aveis, definida em Df ∈ R2.

Diz-se que f tem um m´aximo absoluto no ponto (x0, y0) ∈ Df se f (x, y) ≤ f (x0, y0), para

todos os pontos (x, y) ∈ Df. Do mesmo modo, diz-se que f tem um m´ınimo absoluto

no ponto (x0, y0) ∈ Df se f (x, y) ≥ f (x0, y0), para todos os pontos (x, y) ∈ Df.

Teorema 1.4 Se a fun¸c˜ao f , definida no dom´ınio Df, admite um extremo num ponto

(x0, y0) ∈ Df ent˜ao:

(a) (x0, y0) ´e um ponto cr´ıtico de f , isto ´e, ~∇f (x0, y0) = ~0.

(b) (x0, y0) ´e um ponto singular de f , isto ´e, ~∇f (x0, y0) n˜ao existe.

Nota 1.5 Ponto cr´ıtico e Extremante

• Um ponto cr´ıtico denomina-se ponto de sela se f n˜ao possui um extremo nesse ponto. (Para fun¸c˜ao real de vari´avel real, esses pontos s˜ao os pontos de inflex˜ao.) • O ponto (x0, y0) diz-se um extremante de f , se f (x0, y0) for extremo.

(2)

Defini¸c˜ao 1.6 Um ponto (x0, y0) ∈ D diz-se ponto cr´ıtico ou candidato a extremante

de f se:

(i) f n˜ao ´e a´ı diferenci´avel; ou,

(ii) f ´e a´ı diferenci´avel e ~∇f (x0, y0) = ~0.

Teorema 1.7 Seja (x0, y0) ∈ Df ∈ R2 um ponto cr´ıtico de f , tal que f ∈ C2 na sua

vizinhan¸ca. Considere-se o determinante da matriz Hessiana (Hessiano) de f no ponto (x0, y0): detHess(f )(x0, y0) = ∂2f ∂x2(x0, y0) ∂ 2f ∂x∂y(x0, y0) ∂2f ∂y∂x(x0, y0) ∂2f ∂y2(x0, y0) . (i) Se detHess(f )(x0, y0) > 0 e ∂ 2f

∂x2(x0, y0) > 0, ent˜ao f possui um m´ınimo local em

(x0, y0).

(ii) Se detHess(f )(x0, y0) > 0 e ∂

2f

∂x2(x0, y0) < 0, ent˜ao f possui um m´aximo local em

(x0, y0).

(iii) Se detHess(f )(x0, y0) < 0, ent˜ao f ´e um ponto de sela de f .

(iv) Se detHess(f )(x0, y0) = 0, ent˜ao nada se pode concluir.

Exemplo 1.8 Determine os extremos da fun¸c˜ao seguinte: f (x, y) = x2+ xy + y2+ 3x − 3y + 4.

De facto, a fun¸c˜ao ´e de classe C∞. Ent˜ao em qualquer m´aximo ou m´ınimo a gradiente ´

e zero. Ou seja, ∇f (x, y) = 0 ou equivalentemente ∂f∂x = 0 e ∂f∂y = 0. Ent˜ao obt´em-se um sistema de duas equa¸c˜oes

2x + y = −3 ∧ x + 2y = 3,

onde obtemos a solu¸c˜ao (x, y) = (−3, 3), que ´e o ponto candidato ao extremo. Pode-se ver que Hess(f )(−3, 3) > 0 e ∂∂x2f2(−3, 3) > 0, ent˜ao f possui um m´ınimo local em

(−3, 3).

Exercicios Propostos 1.9 Resolva o problema inicial max / min f∗(x, y) = xy s.a x2+ y2 = 1 & x, y ≥ 0

Exercicios Propostos 1.10 Encontre os extremos locais da fun¸c˜ao f (x, y) = y2 +

xy − 2x − 2y.

Exercicios Propostos 1.11 Encontre os extremos locais da fun¸c˜ao f (x, y) = x3

(3)

Teorema 1.12 Caso Geral - Seja f : A → R uma fun¸c˜ao de classe C2 definida num

aberto A ⊂ Rn. Suponha que x

0 ∈ A seja um ponto cr´ıtico de f . Sejam λ1, λ2, . . . , λn

os valores pr´oprios da matriz hessiana de f em x0 ∈ A:

Hess(f )(x0) =       ∂2f ∂x2 1(x0) ∂2f ∂x1∂x2(x0) · · · ∂2f ∂x1∂xn(x0) ∂2f ∂x2∂x1(x0) ∂2f ∂x22(x0) · · · ∂2f ∂x2∂xn(x0) .. . ... . .. ∂2f ∂xn∂x1(x0) ∂2f ∂xn∂x2(x0) · · · ∂2f ∂x2 n(x0)      

1.1

Crit´

erio dos valores pr´

oprios da Hessiana

Se os valores pr´oprios da matriz Hessiana

1. s˜ao todos positivos ent˜ao f (x0) ´e um m´ınimo local de f ;

2. s˜ao todos negativos ent˜ao f (x0) ´e um m´aximo local de f ;

3. tomam sinais contr´arios, ent˜ao f n˜ao possui extremante em x0; Dizemos que x0

´e um ponto de sela.

Exercicios Propostos 1.13 Determine, caso existirem, os extremos da fun¸c˜ao f (x, y, z) = −3

2x

4+ 6x3− 6x2+ x2z − 2xz − 2y2− 12y − 18 − 3 2z

2.

1.2

Teorema de Weierstrass para campos escalares

Teorema 1.14 Um campo escalar f de classe C0 assume, num subconjunto fechado e

limitado D de Rn, um m´aximo e um m´ınimo globais.

Exercicios Propostos 1.15 Determine os extremos absolutos da fun¸c˜ao f no dom´ınio D indicado f (x, y) = xy(3 − x − y), D = {(x, y) ∈ R2 : x ≥ 0 ∧ y ≥ 0 ∧ x + y ≤ 3}

2

Extremos condicionados

Nesta sec¸c˜ao, estudar-se-´a um m´etodo eficaz na determina¸c˜ao de extremos, chamado m´etodo de multiplicadores de Lagrange. Este m´etodo ´e espec´ıfico para problemas que se conhece o dom´ınio de trabalho, ou seja, o problema tenha fun¸c˜ao de restri¸c˜ao pr´ e-definida.

Considere a fun¸c˜ao f de n vari´aveis, f = f (x1, x2, . . . , xn) com m fun¸c˜oes de restri¸c˜ao

g = (g1(x1, x2, . . . , xn), g2(x1, x2, . . . , xn), . . . , gm(x1, x2, . . . , xn)) = 0. Se as vari´aveis

n˜ao forem independentes mas satisfazem as restri¸c˜oes anteriores, pode-se isolar cada vari´avel das fun¸c˜oes de restri¸c˜ao e as substituir em f e depois encontrando os pontos cr´ıticos atrav´es da primeira derivada e analisando a segunda derivada ´e poss´ıvel encon-trar os m´aximos e m´ınimos da fun¸c˜ao. Entretanto nem sempre ´e poss´ıvel resolver por este m´etodo. Da´ı a necessidade de recorrer ao m´etodo de Multiplicadores de Lagrange proposto por Joseph L. Lagrange, a seguir:

(4)

2.1

Multiplicadores de Lagrange

Defini¸c˜ao 2.1 Considere f e suas m restri¸c˜oes g citados anteriormente todas elas

de classe C1 e que ∇g 6= 0. Se f tiver um extremo relativo dentro de suas

re-stri¸c˜oes, ent˜ao este ocorre em um ponto P (x∗1, x∗2, . . . , x∗n), tal que P perten¸ca a uma superf´ıcie de restri¸c˜ao de f na qual o gradiente ∇f (x∗1, x∗2, . . . , x∗n) ´e m´ultiplo do gradi-ente ∇g(x∗1, x∗2, . . . , x∗n), ou seja, existe λ tal que satisfaz a condi¸c˜ao seguinte

∇f (x∗1, x∗2, . . . , x∗n) = λ∇g(x∗1, x∗2, . . . , x∗n), λ ∈ R.

Deste modo, ter-se-´a uma estrat´egia para determinar os extremos de f quando sujeitos `

a condi¸c˜ao g = 0, que consiste em resolver o sistema

 ∇f (x1, x2, . . . , xn) = λ∇g(x1, x2, . . . , xn)

g(x1, x2, . . . , xn) = 0.

De uma forma mais geral, considere uma fun¸c˜ao f : Rn → R uma fun¸c˜ao de classe C1

e g : Rn → Rm, com m < n, uma fun¸c˜ao tamb´em de classe C1. Pretende-se determinar

os extremos de f sujeitos ao sistema de equa¸c˜oes (ou condi¸c˜oes), g(x) = 0, ou seja,        g1(x1, x2, . . . , xn) = 0 g2(x1, x2, . . . , xn) = 0 · · · gm(x1, x2, . . . , xn) = 0 em que g1, g2, . . . , gm s˜ao as componentes de g.

Assim, teremos que resolver o sistema

 ∇f (x) = λ1∇g1(x) + λ2∇g2(x) + . . . + λm∇gm(x) = 0

g(x) = 0 (1)

Assim, quer isso dizer que determina-se os extremos de f restringida `a fun¸c˜oes definida pelo sistema de equa¸c˜oes g(x) = 0. Este ´e o chamado problema dos extremos condi-cionados.

Note-se que este sistema apresenta (n + m) equa¸c˜oes e (n + m) inc´ognitas e, em geral, n˜ao e linear. Os escalares λ1, λ2, . . . , λm s˜ao os chamados multiplicadores de Lagrange

e ao sistema (1) chama-se m´etodo dos multiplicadores de Lagrange.

Exemplo 2.2 Considerado a fun¸c˜ao f (x, y) = x2+y2 e a restri¸c˜ao g(x, y) = x2+y42−1. Assim,  ∇f (x, y) = λ∇g(x, y) g(x, y) = 0 ⇔    2x = λ2x 2y = λy2 x2+ y2 4 − 1 = 0 ⇔    x(1 − λ) = 0 y(4 − λ) = 0 x2+ y2 4 − 1 = 0 ⇔    x = 0 ∨ λ = 1 y = 0 ∨ λ = 4 x2+ y42 − 1 = 0

de onde obtemos os pontos (0, −2), (0, 2), (−1, 0), (1, 0). Os dois primeiros s˜ao os mais afastados da origem e os outros dois s˜ao os mais pr´oximos. Note-se que o c´alculo do escalar λ ´e irrelevante para o problema.

(5)

Exemplo 2.3 Determine os pontos extremos da fun¸c˜ao f (x, y, z) = x + y + z sujeita `

as condi¸c˜oes x2+ y2 = 2 e x + z = 1.

Temos duas restri¸c˜oes, ou seja, g1(x, y, z) = x2+ y2− 2 e g2(x, y, z) = x + z − 1. Assim,

precisamos encontrar x, y, z, λ1 e λ2 tal que

   ∇f (x, y, z) = λ1∇g1(x, y, z) + λ2∇g2(x, y, z) g1(x, y, z) = 0 g2(x, y, z) = 0.

Calculando os gradientes, o sistema fica            1 = λ1· 2x + λ2· 1 1 = λ1· 2y + λ2· 0 1 = λ1· 0 + λ2· 1 x2+ y2− 2 = 0 x + z − 1 = 0 ⇔            1 = 2λ1x + λ2 1 = 2λ1y λ2 = 1 x2+ y2− 2 = 0 x + z − 1 = 0

Note-se que se obteve 5 equa¸c˜oes (3 + 2). Como λ2 = 1 ent˜ao 2λ1x = 0 e 2λ1y = 1. Se

λ1 6= 0 ent˜ao x = 0. Assim y = ±

2 e z = 1. Portanto, os candidatos a extremos s˜ao: (0, ±√2, 1). Pode-se verificar que (0,√2, 1) d´a-nos o m´aximo relativo e (0, −√2, 1) o m´ınimo relativo. A condi¸c˜ao x2+ y2 = 2 implica que x e y s˜ao limitados. Do mesmo

modo, x + z = 1 mostra que z ´e limitado. O que segue que as restri¸c˜oes dadas s˜ao fechadas e limitadas no conjunto, digamos S. Ent˜ao, f possui um m´aximo e um m´ınimo em S, (0,√2, 1) e (0, −√2, 1), respectivamente.

Referências

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