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Exercício físico na gestação

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

BRUNA FERNANDA STUMM

EXERCÍCIO FÍSICO NA GESTAÇÃO

Santa Rosa, RS 2013

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BRUNA FERNANDA STUMM

EXERCÍCIO FÍSICO NA GESTAÇÃO

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Educação Física da Unijuí - Campus Santa Rosa, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel e Licenciatura em Educação Física.

Orientador: Prof. Leomar Tesche

Santa Rosa, RS 2013

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Dedico este trabalho a Deus, pelo dom da vida e pelas oportunidades.

Aos meus pais, pelo exemplo de família e pelos incentivos.

Aos meus irmãos, pelo amor e companheirismo.

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AGRADECIMENTOS

Muitas são as pessoas que merecem um abraço de muito obrigado por contribuírem para minha formação e realização deste sonho. Primeiramente agradeço a Deus pela oportunidade de cursar uma faculdade, pela força e persistência que me deste em meio aos obstáculos encontrados nesta caminhada. Fizeste-me um ser iluminado com saúde, esperança e fé para chegar até aqui.

A toda minha família. Aos meus pais que desde sempre me incentivaram a dar continuidade nos estudos, me dando força e amparo nas vezes que os obstáculos pareciam me vencer. Aos meus queridos irmãos, pelo simples fato de existirem e tornar minha vida tão especial. Ao meu sobrinho e afilhado Augusto que chegou trazendo uma felicidade imensa, tornando minha vida mais completa e me trazendo um grande incentivo de concluir esta etapa.

Ao meu orientador Leomar Tesche, pelos seus grandes ensinamentos e orientações no meu Trabalho de Conclusão de Curso, seus tranqüilos conselhos que não me deixaram perder a esperança de concluir esta etapa.

A todos que de uma ou de outra forma fizeram parte da minha formação, o meu profundo sentimento de agradecimento! Vocês foram essenciais nesta caminhada.

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RESUMO

Desde que homem e mulher existem na Terra, crianças são geradas e o parto existe. Na gestação o corpo da mulher passa por diversas mudanças fisiológicas que alteram seu funcionamento. O exercício físico pode ajudar em algumas dessas mudanças de forma positiva. Este estudo relata uma pesquisa de campo com o objetivo de analisar como trabalhar com exercícios para gestantes e verificar a possibilidade de um programa voltado a gestante e exercícios físicos na cidade de Santo Cristo, RS. Há várias áreas do corpo a serem trabalhadas, a fim de criar um fortalecimento muscular e uma melhor resistência cardiorrespiratória. É importante fazer os exercícios pelo menos três vezes na semana e não ultrapassar 75% da sua Freqüência Cardíaca Máxima, não colocando a saúde do bebê em risco. O questionário foi aplicado em 20 gestantes com idade entre 17 e 40 anos, estando estas do 1º ao 8º mês de gestação. Esse questionário foi a base para analisar a possibilidade ou não de realizar um projeto voltado às gestantes. Era preciso saber se praticavam algum tipo de exercício físico, e se essas gestantes participariam desse projeto. Os resultados obtidos apontam que mais da metade praticam exercício físico regularmente sendo a caminhada o mais praticado. As que não praticam alegam falta de tempo ou não gostar da prática. O maior percentual diz conhecer os benefícios dos exercícios físicos para gestantes. A maioria também afirma que participariam de um programa gratuito específico voltado ao exercício físico para gestantes na cidade de Santo Cristo, RS. Das entrevistadas a grande maioria relata que o médico aconselha a prática de exercícios físicos nesta fase. Com esses resultados acredito ser possível a implantação de um programa desse tipo voltado para gestantes nesta cidade, que será elaborado outro momento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1. HISTÓRIA DO PARTO ... 10

2. TRANSFORMAÇÕES NA GESTANTE ... 12

2.1 Modificações Fisiológicas na Mulher ... 12

2.2 Modificações Psicológicas ... 15

3. EXERCÍCIO FÍSICO E ATIVIDADE FÍSICA ... 17

3.1 Exercício Físico na Gestação ... 17

3.2 A Prática de Exercício para a Gestante ... 18

3.3 O que Trabalhar com Gestantes ... 20

3.4 Exercícios Pós Parto ... 21 3.5 Saúde do Bebê ... 21 3.6 Alimentação Saudável ... 22 4. METODOLOGIA ... 24 4.1 Instrumentos de Pesquisa ... 24 4.2 Coletas de Dados ... 24 4.3 Amostra ... 25

4.4 Apresentação e Análise dos Dados da Pesquisa ... 25

4.4.1 Caracterização dos Sujeitos ... 26

4.4.2 Questionário e Análise sobre Exercício Físico na Gestação ... 27

4.5 Análises dos Resultados ... 32

CONCLUSÃO ... 33

REFERÊNCIAS ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela I – Idade das gestantes ... 26

Tabela II – Mês de gestação ... 27

Tabela III – Prática de exercício físico regular ... 28

Tabela IV – Tipo de exercício físico praticado ... 28

Tabela V – Motivo de não praticar exercício físico regularmente. ... 29

Tabela VI – Conhecimento dos benefícios do exercício físico na gestação ... 30

Tabela VII - Interesse em participar de um programa voltado ao exercício físico para gestantes ... 31

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INTRODUÇÃO

Não é de hoje que os estudos apontam que a prática de exercício físico traz benefícios à saúde dos que a praticam. Na gestação não é diferente. Porém, surgem algumas dúvidas em relação a seu benefício. Muitas mulheres temem que o exercício físico possa acarretar alguma má formação do feto, ou provocar sangramentos ou até aborto. Porém com a liberação de um médico, e fazendo os exercícios com o acompanhamento de um profissional da área, não é necessário essa preocupação.

A gestação é um período muito delicado na vida das mulheres. O corpo passa por diversas mudanças fisiológicas para a formação do feto. Isso requer um cuidado maior na escolha das atividades, já que exercícios de alto impacto podem trazer complicações tanto para a mãe como para o feto. Mas quando bem selecionados, e com a liberação médica, que é indispensável, exercícios físicos trazem benefícios para ambos.

Como problema norteador desta pesquisa, pretendo analisar se as gestantes da cidade de Santo Cristo, RS, participariam de um programa voltado ao exercício físico para gestantes, sendo esse gratuito. Visto que não é muito comum depararmo-nos com gestantes praticando exercícios, realizei uma pesquisa, a fim de analisar qual a porcentagem de gestantes sedentárias e não sedentárias na cidade de Santo Cristo, RS, e analisar os motivos de suas escolhas. Dependentemente dos resultados, pretendo realizar um projeto voltado à prática de exercício físico com as gestantes desta mesma cidade, e apresentar às autoridades locais.

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A opção por esse tema foi de curiosidade por constatar que nesta cidade (Santo Cristo, RS) não ocorre nenhum tipo de atividade voltada à prática de exercícios físicos para as gestantes. A questão prioritária é saber se estas gestantes participariam ou não, caso houvesse, de um programa gratuito voltado para elas, já que se não houver o interesse, a realização desse futuro programa se torna desnecessária.

Também havia interesse em saber se as gestantes praticam ou não algum tipo de exercício físico e se era de seu conhecimento os benefícios específicos que trazem para as gestantes. A pesquisa realizada foi feita de forma descritiva com vinte gestantes escolhidas aleatoriamente no período de agosto a outubro de 2013.

Os resultados obtidos apontam que mais da metade praticam exercício físico regularmente sendo a caminhada o mais praticado. As que não praticam alegam falta de tempo ou não gostar da prática. O maior percentual diz conhecer os benefícios dos exercícios físicos para gestantes. A maioria também afirma que participariam de um programa gratuito específico voltado ao exercício físico para gestantes na cidade de Santo Cristo, RS. Das entrevistadas a grande maioria relata que o médico aconselha a prática de exercícios físicos nesta fase.

O primeiro capítulo deste trabalho trata de uma revisão de literatura voltado à história do parto, como era com os povos primitivos e como é na atualidade. O segundo capítulo trata das mudanças na mulher que ocorrem na gravidez, que são físicas e psicológicas. No terceiro capítulo relata cuidados com a saúde da gestante e do bebê, como e o quais exercícios podemos trabalhar, exercícios pós parto e a alimentação de forma saudável. O quarto capítulo consta a pesquisa realizada com as vinte gestantes da cidade de Santo Cristo, RS, com metodologia, instrumento de pesquisa, coleta de dados, amostra, apresentação e análise dos resultados.

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1. HISTÓRIA DO PARTO

Na constituição física humana, homens e mulheres são dotados de órgãos genitais, aparelho reprodutor, que os fazem capazes de reproduzirem-se. O homem libera o espermatozóide que quando fecundado no óvulo, liberado pela mulher, forma o zigoto, que passa por divisões celulares e forma o feto. Após aproximadamente trinta e oito semanas dentro do útero, este feto está preparado para nascer.

Conforme Miranda e Abrantes (1998), desde a existência do ser humano na Terra, crianças são geradas, e o parto existe. Na pré-história, para povos primitivos o parto era um episódio solitário onde a mulher se isolava como os animais, para parir, e só depois com a criança nascida voltava para o povoado. Ela sozinha se encarregava de dar a luz, se desfazer do cordão umbilical e da placenta.

Com o passar do tempo as mulheres passaram a ter auxílio das parteiras, que eram as mulheres que tinham um maior numero de filhos, segundo Miranda e Abrantes (1998). O parto era feito com certo misticismo como se fosse um ritual. Por não terem muito estudo do aparelho reprodutor feminino, e por falta de tecnologia, o parto via abdominal era utilizado somente no caso de alguma complicação grave na tentativa de salvar o feto com vida. Os médicos sacerdotes também eram chamados somente em casos extremos.

Se perguntarmos a nossos antepassados como foi que eles nasceram, certamente haverá alguns ou muitos casos de terem nascido na própria casa, com auxílio de parteiras. Somente mais tarde, com melhoras na saúde, o parto ocorre nas salas de parto.

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Conforme autores citados acima, o parto passa a ser encarado como um fenômeno natural a partir do século XVIII, quando os médicos parteiros tiveram acesso às salas de parto, recém criadas. No Brasil o desenvolvimento da obstetrícia iniciou com a chegada de Dom João VI, quando fundou a primeira escola médica na Bahia. Antes disso quem auxiliava os partos eram as escravas negras, as quais não tinham nenhum método cientifico para a execução deste auxilio.

Nos dias de hoje a realidade é totalmente outra. Desde o momento em que se tem o conhecimento de que a mulher está grávida, ela já passa a ter várias consultas e exames para acompanhar o desenvolvimento do feto. E o parto é feito com o auxílio de médicos e enfermeiras, sendo ele normal ou com cesárea, procedimento feito com incisão.

Antes desta hora tão esperada na vida de uma mulher, que é o nascimento de um filho esperado por 9 meses, a mulher passa por diversas mudanças físicas e psicológicas ao longo desse tempo. Algumas mudanças são obviamente visíveis, enquanto outras são quase impossíveis de observar, por serem mudanças internas no corpo. A mulher também fica mais sensível nesta fase, sendo importantíssimo o apoio das pessoas mais próximas. Mas todas essas mudanças são normais e necessárias, é o que veremos no segundo capítulo.

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2. TRANSFORMAÇÕES NA GESTANTE

A mulher grávida passa por diversas transformações, sendo algumas visíveis, e outras não. As transformações fisiológicas são as mais aparentes, embora a mudança de lugares dos órgãos não sejam visíveis. E as mudanças psicológicas são as que ocorrem no emocional de cada mulher, umas ficam mais sensíveis, com mais medos, mas são mudanças propícias na gestação.

2.1 Modificações Fisiológicas na Mulher

É possível notarmos visivelmente as mudanças no corpo da mulher grávida. As mais aparentes são o crescimento da barriga e dos seios. Porém ocorrem várias mudanças fisiológicas no organismo da mulher, que não percebemos por serem internas. Com o aumento do útero vários órgãos sofrem alterações de lugar, e passam a ficar mais comprimidos.

O diafragma, o coração, o estomago, o intestino, a presença mais elevada de hormônios, a bexiga, a região lombar e os níveis de insulina, são algumas das partes do corpo mais afetadas na mulher durante a gestação.

Conforme Hanlon (1999), o diafragma é pressionado para cima, dificultando a inspiração. Por isso é importante a não realização de exercícios vigorosos, pois pode acarretar a falta de ar.

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O coração também sofre mudança de posição, decorrente do aumento do útero que pressiona o diafragma, sofrendo algumas alterações, como refere Hanlon (1999, p. 08):

O coração também é um órgão que com a pressão do diafragma é movido um pouco para cima. “O volume de sangue aumenta de 30% a 50% e a freqüência cardíaca de repouso pode aumentar até 20%. O débito cardíaco (...) aumenta de 40% a 50% para atender as necessidades do seu útero e do bebe que estão crescendo. No entanto a reserva cardíaca (...) diminui. Isso significa que você se cansa com mais facilidade, porque aumenta a necessidade de oxigênio pra você e para seu bebê.

Como são duas pessoas para o coração bombear sangue, o volume de sangue e o consumo de oxigênio aumentam, para dar conta de suprir as necessidades da mãe e do bebê. É na gravidez que muitas mulheres relatam ter um maior aumento de varizes, principalmente nas pernas e coxas.

O referido autor ainda nos menciona que na gravidez, como o fluxo de sangue aumenta, os vasos sanguíneos ficam mais flexíveis, o que pode causar varizes, inchaço e hemorróidas. Quando as paredes sanguíneas não sofrem essa flexibilidade a pressão na parede das artérias pode aumentar causando a pressão alta, que pode ser fatal. É importante que a gestante verifique sua pressão regularmente.

Segundo Holstein (1988), o aumento do peso, a presença de relaxina (um hormônio produzido durante a gravidez) e a demanda nutricional da gravidez, podem causar dores musculares, como dores nas costas, abdominal e quadril. Outra reclamação comum entre as gestantes são os conhecidos enjôos causados pela gravidez. (tradução nossa).

Conforme Hanlon (1999), mudanças estomacais e intestinais também ocorrem devido à pressão causada pelo aumento do útero. Os conhecidos enjoos das gestantes são provocados pelas mudanças hormonais no intestino e estomago. Ocorrem principalmente nos três primeiros meses, quando esses órgãos sofrem uma desaceleração de atividade, e passam a ficar mais lentos.

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Uma queixa de quem convive com as gestantes costuma ouvir é da vontade frequente de ir ao banheiro. Como a bexiga fica localizada abaixo do útero, ela sofre uma grande pressão, devido a isso a mulher não consegue conter a urina por muito tempo.

Conforme o referido autor, a bexiga é outro órgão que sofre com a pressão do útero. A gestante passa a sentir maior necessidade de urinar, principalmente no início e no fim da gravidez. Ela também retém mais líquidos causando certo inchaço. O exercício físico pode diminuí-lo, pois melhora a circulação, diminuindo esse inchaço.

É possível observarmos nas gestantes uma visível projeção da região lombar para frente, já que a barriga pesa mais a cada semana que passa. Essa projeção pode causar uma lombalgia, que é muito comum nas mulheres grávidas. Conforme nos citam Novaes, Shimo e Lopes (2006, p. 03):

A lombalgia é uma queixa comum na gravidez e já é algo esperado pelos médicos, sendo considerada apenas mais um desconforto. Entretanto, ela pode causar incapacidade motora, insônia, depressão, que impedem a gestante de levar uma vida normal. [...] Alguns trabalhos têm demonstrado que mulheres com uma condição física melhor apresentam menos chances de desenvolver lombalgia durante gestação. A importância da aquisição de novos hábitos posturais, a realização de exercícios terapêuticos e técnicas de relaxamento proporcionam uma melhor preservação da musculatura. Dois estudos mostram claramente a melhora da dor na região lombar e mesmo a prevenção desta, antes e durante a gestação, na manutenção de uma atividade física regular.

Por isso é importante trabalhar com fortalecimento dos músculos intercostais, que farão com que a mulher tenha maior resistência para ficar com uma postura mais ereta, não prejudicando a coluna.

Segundo Hanlon (1999), os níveis de insulina também aumentam durante a gravidez; uma em cada 300 mulheres contrai diabetes melito gestacional. Geralmente após a gestação a doença desaparece. Porém pode voltar alguns anos depois. Os exercícios ajudam a controlar o diabetes já que aumentam sua

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capacidade máxima de absorver oxigênio, reduz a pressão sanguínea e controla os níveis de glicose.

A diabetes gestacional é muito delicada, pois a mãe tem que ter cuidados redobrados especialmente na alimentação durante e após a gravidez. Outra parte do corpo da gestante que sofre mudança é os músculos do assoalho pélvico.

Como cita Hanlon (1999), os músculos no assoalho pélvico também sofrem mudanças na hora do parto, quando devem se esticar para a passagem do bebê. Quando eles estão fortes, ajudam na expulsão do feto. Estes músculos também melhoram a incontinência urinaria na gestação se estiverem tonificados. Outra mudança, por fim é a separação dos músculos abdominais, que também com a expansão do útero, os músculos do abdômen podem se separar. Esse procedimento não causa dor e a gestante pode continuar com os exercícios.

Como podemos ver, não são poucas as mudanças fisiológicas que acontecem durante a gravidez. Se a mulher estiver bem preparada para enfrentar essas mudanças melhor será o período gestacional. Para haver essa melhora, a prática de exercícios físicos são importantíssimos, já que tonificam os músculos referidos e melhoram a capacidade cardiorrespiratória.

2.2 Modificações Psicológicas

Além das mudanças fisiológicas que são aparentes nas gestantes, elas sofrem também por modificações psicológicas. É uma fase nova e delicada. Conforme Sarmento e Setubal (2003) a gestação é uma fase onde afloram muitas dúvidas e medos. A mulher tem a preocupação com seu corpo e principalmente com a saúde do bebê.

Continuam as referidas autoras que o primeiro trimestre é marcado pela descoberta da gravidez, se a surpresa foi boa ou inesperada. Nesta etapa vai influenciar muito no emocional da mãe se o bebê foi planejado ou não. Já o segundo trimestre é marcado pelas alterações do desejo e desempenho sexual e pelas emoções sentidas quando o bebê se mexe. E o terceiro trimestre é marcado pela

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ansiedade e temor do parto, pela preocupação com o bebê e curiosidade de ver e ter nos braços a criança esperada.

Com base em tantas mudanças internas e externas no corpo da mulher e ainda as mudanças psicológicas, torna-se necessário a pratica de exercício físico para fortalecer as áreas que ficam mais fragilizadas, além de melhorar o humor, trazendo benefícios psicológicos, o exercício físico trará maior resistência dos músculos, evitando possíveis dores e desconfortos. O capítulo seguinte trata dos cuidados necessários nessa fase, como realizar os exercícios, os benefícios dos mesmos, exercícios pós-parto, a saúde do bebê e alguns cuidados com a alimentação.

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3. EXERCÍCIO FÍSICO E ATIVIDADE FÍSICA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a atividade física pode ser considerada como qualquer tipo de movimentação corporal capaz de produzir elevação do gasto metabólico energético. Já o exercício se apresenta como um tipo de atividade física planejada, estruturada e organizada com objetivo de manutenção, ou melhor, condicionamento físico (MORENO e COL, 1997).

Para Guedes e Guedes (1998), “o exercício físico é toda atividade planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física”. O exercício físico é aquele exercício que tem várias repetições, feito de forma planejada e executado de maneira correta, visando benefícios para a saúde física.

Então neste estudo o termo correto é a prática de exercício físico na gestação, já que não se trata apenas de qualquer movimento com um gasto energético, mas sim atividades planejadas.

3.1 Exercício Físico na Gestação

O exercício físico é um importante aliado para a garantia de uma melhor qualidade de vida. Na gestação não é diferente. Com a liberação do médico, a mulher grávida pode sim praticar exercícios físicos, com o acompanhamento de um profissional da área. Além de trazer benefícios para a mulher e o bebê durante e depois da gestação, o exercício físico proporciona uma sensação de bem-estar e alivia dores decorrentes da gestação.

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3.2 A Prática de Exercício para a Gestante

A prática de exercício físico é indispensável para uma boa qualidade de vida em qualquer idade. E na gravidez não é diferente. Porém, ainda há certo receio sobre esse assunto entre as mulheres.

Conforme Hanlon (1999), uma dúvida freqüente é se a gestante pode ou não praticar exercício físico. Se ela estiver freqüentando regularmente uma academia, e tiver permissão do seu obstetra, não haverá nenhum problema. Porém se ela não praticava e decide iniciar os exercícios na gravidez é preciso ter certo cuidado. Primeiramente deve ter a permissão de seu médico, então se inicia o exercício físico leve, com muito cuidado para evitar o estresse fetal ou qualquer outra complicação. Já que não é a fase mais ideal para começar a prática de exercício físico, pois a mulher passa por grandes mudanças fisiológicas.

O referido autor afirma que independente de a mulher gestante ser sedentária, praticar exercícios moderados ou ser uma atleta de alta competição, ela pode sim realizar exercícios físicos desde que tenha a liberação do seu obstetra.

Tendo a liberação do seu médico a gestante pode iniciar um programa de exercícios físicos. Praticando um programa regular de exercícios, haverá vários benefícios para sua saúde. De acordo com Matsudo e Matsudo (2000, p. 05):

A partir das pesquisas relacionando gravidez e atividade física [...] podemos citar os principais benefícios biológicos do exercício durante a gravidez, tais como:

- Menor ganho de peso e adiposidade materna - Diminuição do risco de diabetes

- Diminuição de complicações obstétricas

- Ausência de diferenças significativas em idade gestacional, duração do parto, peso ao nascimento, tipo de parto, valores de APGAR e complicações maternas e fetais.

- Menor risco de parto prematuro - Menor duração da fase ativa do parto - Menor hospitalização

- Diminuição na incidência de cesárea - Altos valores de APGAR

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As vantagens para a gestante que pratica exercício físico na gravidez são várias, entre elas está o alívio de dores lombares; maior resistência abdominal na hora do parto para expulsar o bebê; uma melhor recuperação pós parto; maior resistência para carregar o bebê; e uma maior facilidade na perda do peso ganho durante a gestação. Portanto devemos seguir algumas recomendações em relação ao tipo de atividade e sua intensidade.

Chistófalo (2003) sugere um programa de exercícios que combinam atividades aeróbias com fortalecimento muscular com intensidade de no mínimo três vezes por semana.

Barros (apud CHISTÓFALO, 1999, p. 02) refere que:

Os exercícios para gestante deveriam incluir a combinação de atividades aeróbias envolvendo grandes grupamentos musculares e atividade que desenvolvessem força de determinados músculos. Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa ajudar no processo de expulsão da criança. A força muscular dos membros superiores é também muito importante para carregar o bebê, que aumenta, cada vez mais, o seu peso. Nas prescrições iniciais de exercício aeróbio deveriam ser incluídas, no mínimo, três sessões semanais, com dias intercalados de exercício, cada uma com duração de 30 a 45 minutos. A intensidade de exercícios empregada deve manter uma média estável da freqüência cardíaca numa faixa de 130 a 150 batimentos por minuto. A freqüência mínima é de três vezes na semana e programados em diferentes atividades, duração e intensidade. Atividades onde existam contato físico e chances de queda são desaconselhadas.

Os exercícios trarão benefícios tanto durante a gravidez, como após o nascimento do bebê. Mas para isso acontecer devemos praticar o mínimo recomendado, sendo três vezes por semana, combinando exercícios aeróbios com os anaeróbios.

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3.3 O que Trabalhar com Gestantes

Na gravidez trabalhamos os principais músculos e áreas do corpo dando uma atenção especial às áreas mais afetadas pela gravidez.

Segundo Hanlon (1999) como o útero aumenta de tamanho, os músculos abdominais se alongam e com isso tendem a enfraquecer. É importante fortalecer esses músculos para suportar o peso do bebê além de auxiliar na hora do parto. O braço e a parte superior do corpo terá papel para pegar, levantar e carregar o bebê, então é indispensável o fortalecimento dessas áreas, aliviando a tensão que se acumula ali e nos ombros.

Como cita Hanlon (1999), também com o aumento de peso na barriga a mulher tende a projetá-la para frente, causando um grande desconforto lombar. O fortalecimento das costas é vital para manter uma postura correta, já que é fácil desenvolver uma lordose ou arqueamento exagerado da coluna se suas costas estão fracas. Os exercícios ajudam a tonificar e fortalecer esses músculos para aliviar o desconforto e manter uma postura saudável. Exercícios que fortaleçam os músculos do pescoço evitam o acúmulo de tensão nessa região e nos ombros, já que com a mudança do centro de gravidade do corpo, os ombros tendem a projetar-se para frente.

Segundo Hanlon (1999) conforme o peso da mulher aumenta, as pernas podem ficar inchadas e com varizes. O exercício ajuda a reduzir ambas as condições, já que aumentam a circulação sanguínea. O crescente peso do útero também pode fazer com que os músculos do assoalho pélvico cedam. Fortalecê-los ajuda a ter um parto lento e controlado. Com esses músculos fracos, a saída do bebê pode ser brusca causando o rompimento dos músculos do períneo.

Conforme Melem (1997) o American College of Obstetrician and Giynecologist, recomenda que a gestante só comece a praticar exercícios com a liberação ou acompanhamento do seu médico. Deve-se ter alguns cuidados básicos como não ultrapassar 30 minutos de duração, e não exceder os batimentos

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cardíacos mais que 140 batimentos por minuto, controlar a temperatura e manter-se hidratada.

3.4 Exercícios Pós Parto

A manutenção dos exercícios após a gravidez é de grande importância para a mulher continuar tendo uma vida saudável.

Como cita Leitão et. all. (2000) não havendo complicações e sem restrição médica, a mulher pode iniciar as atividades 30 dias após o parto normal e 45 dias após a cesariana. O retorno às atividades vai depender da aptidão que ela vinha tendo durante a gravidez.

A continuidade dos exercícios com o nascimento do bebê pode ser um tanto quanto difícil para algumas mulheres, já que preferem ficar junto da criança o maior tempo possível por serem seres tão dependentes. Porém é de suma importância continuar as atividades, evitar o sedentarismo, auxiliar a perda de peso após o parto e o mais importante que é manter a saúde.

Segundo Silva (2007), as mudanças fisiológicas que aconteceram no corpo da mulher, persistem por cerda de quatro a seis meses. É importante a mulher continuar a prática de exercícios já que auxilia no combate à depressão.

Além de auxiliar no combate à depressão, os exercícios são ótimas opções para voltar ao peso normal, já que durante a gravidez, a mulher tende a aumentar seu peso corporal.

3.5 Saúde do Bebê

Apesar dos benefícios, é preciso ter uma preocupação para não passar dos limites em relação à intensidade do exercício, para não por a saúde do bebê em risco.

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Segundo Lima e Oliveira (2005) se o exercício for de intensidade muito alta, o feto corre riscos, podendo gerar um estresse fetal, restrição de crescimento intra-uterino e prematuridade. Há também algumas evidencias de que a prática de exercícios de carga moderada ao longo da gravidez pode aumentar o peso do bebe ao nascer. Já os exercícios de alta intensidade e de grande freqüência podem resultar em crianças com baixo peso.

3.6 Alimentação Saudável

Na gestação, a mulher necessita ter uma alimentação saudável que supra as demandas de nutrientes que são essenciais para o desenvolvimento do bebê. A alimentação adequada além de promover saúde, previne doenças e melhora as defesas do organismo.

A dieta da gestante precisa incluir os requerimentos energéticos, protéicos e de micronutrientes como ferro, vitamina C, vitamina A, ácido fólico, zinco e cálcio, de modo que resulte em boas condições de nutrição para a mãe e o feto (Costa & Neto, 1999; Story & Hermanson, 2000)

O ferro é um componente que não deve ficar de fora, pois é um importante aliado na prevenção da anemia. Segundo Sato et all. (2010, p. 114), no Brasil, estimam-se prevalências de 30 a 40% de anemia em gestantes e 30% em mulheres em idade reprodutiva. Durante a gestação, a anemia é prejudicial tanto para a mulher quanto para a criança, sendo associada a maior risco de morbimortalidade materno-fetal.

O peso da gestante pode variar de acordo com o consumo insuficiente ou excessivo de ingestão de alimentos, embora deve-se considerar as variações fisiológicas como a retenção de líquidos, a multiparidade e a presença de patologias como diabetes, hipertensão e outras (NAS, 1990; 1992).

Com base nessas prescrições, elaborei um questionário para aplicar com gestantes da cidade de Santo Cristo, RS, a fim de saber se elas praticavam ou não algum tipo de exercício físico se conhecem os benefício que trazem para a mulher

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grávida, e se participariam ou não de um programa voltado ao exercício físico na gestação, caso houvesse um programa específico e fosse gratuito. Além de outras perguntas não menos importantes, que se encontram de forma detalhada no próximo capítulo que trata unicamente da pesquisa.

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4. METODOLOGIA

No presente estudo, realizei uma pesquisa de campo a fim de verificar a porcentagem de mulheres gestantes sedentárias e não sedentárias na cidade de Santo Cristo, RS; quais exercícios praticam, ou por que não praticam; se conhecem os benefícios do exercício físico para gestantes; a opinião do médico; e analisar a possibilidade de fazer um programa de exercício físico gratuito voltado às gestantes desta cidade.

O método de pesquisa descritivo tem como características observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a freqüência em que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores.

A pesquisa descritiva pode assumir algumas formas relacionadas com o enfoque que o pesquisador deseja dar para seu estudo. (MATTOS; ROSSETTO JR; BLECHER, 2004, p.15).

4.1 Instrumentos de Pesquisa

A pesquisa é composta por um questionário com seis questões, sendo três objetivas e três descritivas, além da idade e o mês de gestação da mulher. As questões são voltadas à prática de exercício físico na gestação.

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Os dados do estudo foram obtidos de forma aleatória. Pude contar com a ajuda de secretárias um consultório médico que se prontificaram a entregar o questionário para as gestantes que ali fariam seu acompanhamento. Também aproveitei meu local de trabalho, um estúdio fotográfico, onde seguidamente encontro com gestantes. Os dados de cada questão serão expostos em tabelas e analisados individualmente no primeiro momento, com análise geral no final de todas as questões.

4.3 Amostra

A pesquisa foi realizada com 20 indivíduos do sexo feminino, com idade entre 17 e 40 anos, todas gestantes da cidade de Santo Cristo, RS.

4.4 Apresentação e Análise dos Dados da Pesquisa

Em seguida, apresento e analiso os dados coletados buscando relacioná-los ao referencial teórico. Apresento inicialmente uma tabela com a idade e o mês de gestação das mulheres entrevistadas. Em nenhum questionário constava o preenchimento do nome, para manter o sigilo das identidades e suas informações, deixando-as mais à vontade nas suas respostas. Foi explicado que o objetivo do questionário era para um estudo da acadêmica do curso de Educação Física-UNIJUI, além de constar meu nome na folha.

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4.4.1 Caracterização dos Sujeitos

A tabela I expõe dados relativos à idade das participantes da pesquisa. Contando com 20 entrevistadas, classifiquei em três faixas etárias que variam de 17 a 40 anos, conforme apresentaram as gestantes de Santo Cristo, RS.

Tabela I – Idade das gestantes

_______________________________________________________________ Idade Nº % 17 a 20 anos 03 15 21 a 30 anos 11 55 31 a 40 anos 06 30 _______________________________________________________________

A tabela I relatando a idade das gestantes nos apresenta que 15% (03) das gestantes tem idade de 17 a 20 anos, 55% (11) tem idade de 21 a 30 anos, e 30% (06) 31 a 40 anos. Podemos constatar assim que a faixa etária que tem maior ênfase na gravidez é dos 21 a 30 anos.

Na tabela II os dados são relativos ao mês de gestação que as mulheres apresentam. Novamente classifiquei em três que variam do 1º ao 9º mês de gestação.

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Tabela II – Mês de gestação _____________________________________________________________ Mês Nº % 1º ao 3º 04 20 4º ao 6º 08 40 7º ao 9º 08 40 ______________________________________________________________

A tabela II apresenta 20% (04) mulheres no 1º ao 3º mês de gestação,

40% (08) mulheres no 4º ao 6º mês gestacional e a mesma porcentagem do 7º ao 9º mês. Constata-se que a maioria das mulheres pesquisadas está no 4º ao 9º mês de gestação.

4.4.2 Questionário e Análise sobre Exercício Físico na Gestação

A seguir apresento as questões com suas respectivas respostas referentes ao assunto exercício físicos no período gestacional.

Na primeira questão podemos analisar se as gestantes entrevistadas praticam ou não algum tipo de exercício físico regularmente (mais de três vezes na semana).

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Tabela III – Prática de exercício físico regular _____________________________________________________________ Resposta Nº % Sim 11 55 Não 09 45 _____________________________________________________________ As respostas ficaram quase parelhas, porém predominam as gestantes que praticam algum tipo de exercício físico. 55% (11) disseram que sim, e 45% (09) disseram não. A segunda questão apenas respondeu as gestantes que praticam exercício físico regularmente, sendo 11 delas. Refere-se ao tipo de exercício físico praticado, podendo marcar mais de uma opção. Tabela IV – Tipo de exercício físico praticado _______________________________________________________________ Resposta Nº % Caminhadas 10 90 Ginástica localizada 01 09 Alongamentos 04 36 Bicicleta 01 09

Outros: (serviços domésticos) 01 09 _______________________________________________________________

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Das 11 gestantes que praticam exercício físico 90% (10) delas praticam caminhadas. Destas 10 gestantes, uma delas (09%) ainda pratica ginástica localizada. Quatro dessas (36%) ainda praticam alongamentos, e uma delas (9%) ainda pratica bicicleta. Por último, 09% (01) gestante marcou a opção “outros” descrevendo que faz serviços domésticos.

A terceira questão respondeu apenas as gestantes que relataram não praticar nenhum tipo de exercício físico regularmente, sendo 09 delas. Refere-se ao motivo alegado por não praticar atividades físicas.

Tabela V – Motivo de não praticar exercício físico regularmente.

______________________________________________________________

Resposta Nº %

Falta de tempo 03 33

Falta de orientação 01 11

Falta de um programa específico nessa área 02 22

Não gosta de praticar 03 33 ______________________________________________________________

Das 09 gestantes que não praticam exercício físico, o motivo alegado para 33% (03) delas foram a falta de tempo, 11% (01) a falta de orientação, 22% (02) a falta de um programa especifico na área da saúde das gestantes, e 33% (03) por não gostar de praticar.

A quarta questão é referente ao conhecimento dessas 20 gestantes em relação aos benefícios do exercício físico nesta fase, se elas conhecem ou não.

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Tabela VI – Conhecimento dos benefícios do exercício físico na gestação

______________________________________________________________

Resposta Nº %

Sim 09 45 Não 04 20 Alguns ou “um pouco” 06 30

______________________________________________________________

A maioria 45% (09) delas respondeu que sim conhecem os benefícios do exercício físico para gestantes, 20% (04) não conhecem, e 30% (06) dizem conhecer alguns, acrescentando outras palavras: “um pouco, acredito que os benefícios são como para qualquer pessoa”; e ainda “sei que faz bem para a saúde em geral”.

Nesta resposta pude perceber que algumas se sentiram um pouco intimidadas em dizer que não conheciam os benefícios específicos para gestantes, então escreveram “alguns” ou “um pouco”, por conhecer alguns dos benefícios para as pessoas em geral, mas acredito que desconhecem exercícios e benefícios voltados somente para as gestantes.

A questão seguinte é para saber se as gestantes participariam de um programa gratuito voltado ao exercício físico na gestação, caso houvesse na sua cidade.

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Tabela VII - Interesse em participar de um programa voltado ao exercício físico para gestantes ______________________________________________________________ Resposta Nº % Sim 15 75 Não 03 15 Talvez 02 10 ______________________________________________________________

Mais da metade das gestantes 75% (15) participariam do programa, 15% (03) não participariam, e 10% (02) talvez. Esse resultado é positivo para a realização de um projeto específico para um programa de exercício físico na gestação a ser implantado na cidade de Santo Cristo, RS. Já que a grande maioria se mostrou interessada em participar.

Por fim, a última questão, sobre a posição do médico referente à prática de exercício físico na gestação.

Tabela VIII – Posição do médico sobre a prática de exercício físico na gestação. ______________________________________________________________

Resposta Nº %

Aconselha, desde que não apresente riscos

14 70 Não aconselha 0 0 Nunca comentaram sobre o assunto 06 30 ______________________________________________________________

Esta questão também nos trás pontos positivos. 70% (14) relatam que os médicos aconselham sim a prática de exercício físico durante a gestação desde que

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não apresente riscos para o feto e a mãe, nenhuma relata que o médico não aconselha, e 30% (06) delas relatam nunca ter conversado sobre o assunto com seu médico.

4.5 Análises dos Resultados

O questionário realizado trouxe respostas positivas. Das 20 gestantes entrevistadas, mais da metade pratica exercício físico de forma regular. Esperava que esse número fosse reduzido em razão do medo de prejudicar o feto e do desconhecimento dos benefícios. A atividade mais praticada é a caminhada. As gestantes que não praticam exercício físico alegam falta de tempo ou por não gostar de praticar.

Sobre o conhecimento dos benefícios do exercício físico na gestação, a maior porcentagem diz conhecer os benefícios. Porém, teve algumas repostas que complementaram dizendo que seriam os mesmos que para qualquer outra pessoa. Então acredito que os benefícios específicos quando trabalhados para as gestantes, elas desconhecem. Tais como: melhor força abdominal na hora do nascimento do bebê; maior controle dos músculos da pelve, também auxiliando na hora do parto; maior resistência nos braços para carregar o bebê depois de nascido; prevenção ou diminuição nas dores lombares freqüente nas gestantes e a diminuição de varizes nas pernas.

Também fiquei satisfeita ao saber que a maioria das gestantes participaria sim de um programa de exercícios físicos voltado para elas, sendo esse gratuito. O que significa que pelo menos 50% das entrevistadas que não praticam nenhum exercício físico passaria a participar.

Por fim, outro ponto relevante é que a maioria dos médicos aconselha a prática de exercício físico na gestação. O que é importantíssimo para os profissionais da saúde que tendem a expandir seu local de trabalho. Nenhuma gestante relata que o médico não aconselha, o que pode acontecer é de não ter surgido a oportunidade de discutir sobre o assunto nas consultas.

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CONCLUSÃO

A gravidez é um período de desenvolvimento do feto na barriga da mãe. Um fato emocionante e intenso na vida do ser humano. Desse modo é possível perceber as diversas mudanças na vida da mulher, sendo elas psicológicas e físicas, que preparam a formação do bebê.

Constatamos vários estudos que demonstram os vários benefícios do exercício físico para gestantes entre eles o menor ganho de peso, menor incidência de cesáreas, diminuição ou ausência de dores lombares, maior facilidade na hora da expulsão do bebê na hora do parto, se for normal, maior resistência nos braços para carregar o bebê depois de nascido, reduz a pressão sanguínea, ajudam a controlar a diabetes melito-gestacional, melhora na capacidade física, entre outros.

As atividades recomendadas para as gestantes são de baixo-risco, sendo aeróbias e anaeróbias de intensidade leve a moderada, verificando sempre os batimentos cardíacos e a pressão arterial para não haver qualquer complicação com a gestante e o feto.

Após a trajetória deste estudo, concluo que as gestantes entrevistadas da cidade de Santo Cristo, RS têm de 17 a 40 anos, e encontram-se no 1º ao 8º mês de gestação. A maioria destas pratica atividade física regularmente, sendo a caminhada à atividade mais praticada. As que não praticam alegam falta de tempo e não gostarem da prática.

Em relação aos benefícios da atividade física, se é conhecido por elas, a maioria diz que sim. Porém algumas respostas vinham acrescidas de que os benefícios seriam os mesmos que para qualquer pessoa.

(34)

Na questão primordial para meu estudo, obtive uma resposta positiva. Pois 75% das entrevistadas afirmaram que participariam de um programa específico para atividade física na gestação na cidade de Santo Cristo, RS, caso esse existisse e fosse gratuito. O que me impulsiona a continuar, realizando um projeto específico a ser apresentado às autoridades desta cidade a fim de implantar o programa no município.

E por fim, mas não menos importante, a questão refere-se à opinião dos médicos referente a pratica de atividade física na gestação. Outra resposta positiva para nós profissionais da Educação Física, 70% relatam que os médicos aconselham, desde que não apresente riscos para o feto e a mãe. Não houve respostas negativas. Os demais 30% relatam nunca ter comentado sobre o assunto com seu médico.

O objetivo desse trabalho, que era analisar a possibilidade de realizar futuramente um programa voltado ao exercício físico para as gestantes, teve grande sucesso, já que obtive respostas positivas, ao saber que mais da maioria das entrevistadas participariam sim desse programa. Além de ficar surpresa ao saber que a maioria delas já pratica algum tipo de exercício físico regularmente.

Com esses resultados, sugiro ao município de Santo Cristo, de implantar na área da saúde da mulher grávida aulas práticas que trarão benefícios para a saúde da mãe e do bebê. Podendo essas ser no mínimo três vezes por semana, de 30 a 45 minutos, sendo o mínimo recomendado pelos autores já citados, e que exigem o acompanhamento de um profissional da saúde para supervisionar os exercícios, combinando exercícios aeróbios e anaeróbios.

Os benefícios do exercício físico são claros, basta procurar um profissional competente para planejar a orientação correta dos exercícios.

(35)

REFERÊNCIAS

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(38)

ANEXOS

5. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

CURSO: Educação Física

ACADÊMICA: Bruna F. Stumm

EXERCÍCIO FÍSICO NA GESTAÇÃO

Idade: ____ anos Mês de Gestação:____meses

1. Você pratica algum tipo de exercício físico regularmente (mais de 3 x por semana)?

______________________________________________________________ ______________________________________________________________

2. Se sim, qual(is) deles: ( )caminhadas ( )corridas ( )natação ( )hidroginástica ( )ginástica localizada ( )musculação

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( )alongamentos ( )bicicleta

( )outros :_____________________________________________________

3. Caso não pratique nenhum exercício físico regularmente, qual o motivo da sua escolha?

( )falta de tempo ( )falta de orientação

( )falta de um programa específico na área da saúde para gestantes ( )não gosta de praticar

( ) outros:_____________________________________________________

4. Você conhece os benefícios que o exercício físico trás para as gestantes? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

5. Caso houvesse um programa gratuito voltado para o exercício físico na gestação, você participaria?

______________________________________________________________ ______________________________________________________________

6. Qual a sugestão do seu médico quanto à prática de exercício físico na gestação?

( ) aconselha, desde que não apresente riscos para o feto e a mãe ( ) não aconselha

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