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Acessibildiade urbana: levantamento e análise dos Passeios públicos na área urbana central de Augusto Pestana - RS

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KATUAY ZARTH

ACESSIBILIDADE URBANA: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS

PASSEIOS PÚBLICOS NA ÁREA URBANA CENTRAL DE AUGUSTO

PESTANA - RS

Ijuí 2019

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ACESSIBILDIADE URBANA: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS

PASSEIOS PÚBLICOS NA ÁREA URBANA CENTRAL DE AUGUSTO

PESTANA - RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Profª. Bruna Fuzzer de Andrade

Ijuí /RS 2019

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ACESSIBILIDADE URBANA: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS

PASSEIOS PÚBLICOS NA ÁREA URBANA CENTRAL DE AUGUSTO

PESTANA - RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 16 de Julho de 2019.

Profª. Bruna Fuzzer de Andrade Mestra em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador Profª. Lia Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA Profª. Bruna Fuzzer de Andrade (UNIJUÍ) Mestra em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Maria Profª. Thiana Dias Hermann (UNIJUÍ)

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Agradeço primeiramente a Deus, posteriormente à minha família pela coragem e força necessária.

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tornar realidade, sempre me dando suporte e incentivo para alcançar o meu objetivo.

A Cleone, companheira de sempre e pra sempre, por segurar minha barra diversas vezes, por estar ao meu lado em absolutamente tudo e por representar, pra mim, o significado de lealdade e companheirismo.

A minha orientadora, Bruna Fuzzer Andrade, pelo interesse infinito pela arte da pesquisa, pelo prazer de ensinar e transmitir conhecimentos, pelo tempo dedicado para a realização deste trabalho, e por ter se tornado mais que uma professora, e sim, uma amiga.

Deixo meu agradecimento em especial ao Dr. Tarcisio Dorn de Oliveira por sua atenção e auxílio de guiar-me durante esta caminhada, pelas orientações, e por nunca ter medidos esforços para ajudar-me.

Aos meus amigos e colegas, que sempre estiveram presentes no decorrer da faculdade, agradeço pelo companheirismo e pela amizade.

Agradeço a todos os professores e funcionários da UNIJUI que estiveram presentes na minha caminha até este momento, e que puderam contribuir para o meu aprendizado como Engenheiro Civil.

Às demais pessoas envolvidas indiretamente na realização deste trabalho ou na vivência acadêmica durante esses 5 anos, deixo aqui a minha profunda gratidão.

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Eu faço da dificuldade a minha motivação. A volta por cima vem na continuação. Charlie Browm Jr.

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O tema acessibilidade como forma de inclusão das pessoas nos ambientes em geral, vem ganhando cada vez mais força na sociedade. Neste trabalho buscou-se verificar se as condições quanto a acessibilidade eram garantidas no município de Augusto Pestana/RS. Para isso foi necessário abordar alguns conceitos relativos ao tema, através da revisão teórica, na qual foi possível visualizar a evolução do assunto até o momento, bem como as correlações com outros conceitos como o desenho universal, por exemplo. O material mais expressivo que dispomos atualmente sobre o tema é a NBR 9050/2015, que fixa alguns parâmetros para análise e que foram buscados neste trabalho, como as áreas de circulação, tipos de pisos e texturas, guias de rebaixamento e sinalizações. Para a análise e levantamentos, foi delimitado um perímetro de estudo dentro do município, priorizando o local onde ocorre o maior fluxo de pessoas. Nesta área foi realizado o levantamento dos parâmetros mencionados na NBR 9050/205 através de registros fotográficos e documentais, para posterior graficação da situação atual. A partir destes levantamentos e em comparação com as orientações das normativas e legislações vigentes, foi possível verificar em primeiro momento que as áreas de circulação mantem-se dentro dos mínimos exigidos, de modo positivo que todos os passeios estão acima do mínimo exigido. Nos tipos de pisos foram encontradas algumas divergências, no total dos 6 pisos encontrados apenas 4 estavam de acordo com o recomendado enquanto nas texturas somente problemas relacionados com o método construtivo, as guias de rebaixamentos encontradas no delineamento em estudo das 21 apenas 4 estavam de acordo com a norma, sendo uma delas destinada para uma vaga de estacionamento PCD. Assim concluiu-se que os passeios analisados no estudo em maioria encontram-se com problemas que podem gerar grandes influências na facilitação do acesso, aumentando as dificuldades encontradas por pessoas com deficiência e ou mobilidade reduzida a usufruir com liberdade e autonomia de todos os espaços. Por fim, foram previstas algumas diretrizes em relação ao passeio da cidade, de modo que a acessibilidade seja considerada nas intervenções urbanas, permitindo assim a autonomia de todos, e na medida do possível, atendendo aos conceitos do desenho universal.

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Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

The theme of accessibility as a way of including people in the environments in general, has been gaining strength in society. In this work, we tried to verify if the accessibility conditions were guaranteed in the municipality of Augusto Pestana / RS. For this it was necessary to approach some concepts related to the theme, through the theoretical revision, in which it was possible to visualize the evolution of the subject up to the moment, as well as the correlations with other concepts such as the universal design, for example. The most expressive material we currently have on the subject is the NBR 9050/2015, which fixes some parameters for analysis and that were searched in this work, such as circulation areas, types of floors and textures, retraction guides and signs. For the analysis and surveys, a study perimeter within the municipality was delimited in case, prioritizing the place where the largest flow of people occurs. In this area was carried out the survey of the parameters mentioned in NBR 9050/205 through photographic and documentary records, for later grafication of the current situation. From these surveys and in comparison with the guidelines of current regulations and legislation, it was possible to verify at first that the areas of circulation keep within the minimum required, in a positive way that all walks are above the minimum required. In the types of floors we had some divergences, in the total of the 6 floors found only 4 were according to the recommended while in the textures only problems related to the constructive method, the drawdown guides found in the study design of the only 4 were in agreement with the standard, one of which is intended for a PCD parking space. Thus, it was concluded that the tours analyzed in the majority study have problems that can generate great influences in the facilitation of access, increasing the difficulties encountered by people with disabilities and reduced mobility to enjoy with freedom and autonomy of all spaces. Finally, some guidelines were foreseen in relation to the city tour, so that accessibility is considered in urban interventions, thus allowing the autonomy of all, and as far as possible, taking into account the concepts of universal design.

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Figura 4: Exemplo de Barreira Arquitetônica ... 32

Figura 5: Exemplo de Barreira nas Edificações ... 33

Figura 6: Exemplo de Barreira no Transporte ... 34

Figura 7: Local seguro para cadeirantes em transportes público ... 34

Figura 8: Barreira de Comunicação ... 35

Figura 9: Barreira Atitudinais ... 36

Figura 10: Faixas de Acesso ... 43

Figura 11: Inclinações das Faixas de Calçada ... 45

Figura 12: Plantas venenosas ou com espinhos e Raízes ... 46

Figura 13: Sinalização Tátil Visual de Alerta e Direcional ... 48

Figura 14: Sinalização tátil de Alerta em Obstáculos suspensos ... 49

Figura 15: Piso Tátil Direcional ... 49

Figura 16 – Rebaixamento de calçada Tradicional ... 51

Figura 17: Rebaixo de calçada estreita ... 51

Figura 18: Vaga de Estacionamento PCD ... 52

Figura 19: Exemplo do Modelo 01 ... 56

Figura 20: Exemplo do modelo 02 ... 56

Figura 21: Exemplo do Modelo 03 ... 57

Figura 22: Barreiras Arquitetônicas ... 59

Figura 23: Exemplo de classificação das Arborização ... 60

Figura 24: Arborização fora da Norma ... 61

Figura 25: Pisos Corretos x Pisos Errados ... 64

Figura 26: Defeitos Encontrados nas Calçadas ... 64

Figura 27: Continuação Figura 27 ... 65

Figura 28: Exemplo de Texturas Corretas ... 66

Figura 29: Exemplos de Texturas Erradas ... 67

Figura 30: Vaga PCD ... 70

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Tabela 3: Evolução da NBR 9050 ... 41

Tabela 4: Dimensões x Capacidade... 44

Tabela 5: Quantitativo das Larguras ... 57

Tabela 6: Quantitativo do Mobiliário ... 58

Tabela 7: Quantitativo da Arborização ... 61

Tabela 8: Quantitativo de Pisos ... 63

Tabela 9: Quantitativo de Pisos ... 66

Tabela 10: Rampas de Acesso ... 68

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1.2 OBJETIVOS ... 17

1.2.1 Objetivo Geral ... 17

1.2.2 Objetivos Específicos: ... 17

1.3 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ANÁLISE E PROPOSIÇÃO ... 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 19

2.1 ACESSIBILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO ... 19

2.2 DEFICIÊNCIA E RESTRIÇÕES ... 21

2.3 CONCEITO DE ACESSIBILIDADE E DESENHO UNIVERSAL ... 26

2.4 BARREIRAS ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS ... 31

2.5 LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS ... 36 2.5.1 Legislações Federais ... 36 2.5.1.1 Lei N° 10.048, 19 de dezembro de 2000 ... 37 2.5.1.2 Lei N° 10.098, 19 de dezembro de 2000 ... 37 2.5.1.3 Lei 13.146, 06 de junho de 2015 ... 38 2.5.2 Legislação Estadual ... 38

2.5.2.1 Lei Estadual N° 13.320, de 21 de dezembro de 2009 ... 39

2.5.3 Legislação Municipal ... 39

2.5.4 Normativas ... 39

2.5.5 ABNT NBR 9050 ... 40

2.6 PASSEIO PÚBLICO E O DESENHO UNIVERSAL ... 41

2.6.1 Calçadas ... 42

2.6.2 Áreas de Circulação, Implantação de Equipamentos e Paisagismo ... 42

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2.6.4 Guias de Rebaixamento e Sinalizações ... 50

2.6.4.1 Vagas de Estacionamento PCD ... 52

3 PROCEDIMENTO DE PESQUISA ... 54

3.1 PRIMEIRA ETAPA: APROXIMAÇÃO TEÓRICA ... 54

3.2 SEGUNDA ETAPA: LEVANTAMENTOS E ANÁLISES ... 54

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 55

4.1 ÁREAS DE CIRCULAÇÃO, EQUIPAMENTOS E PAISAGISMO ... 55

4.1.1 Larguras (Dimensões das Calçadas) ... 55

4.1.2 Mobiliário (Barreiras Arquitetônicas) ... 57

4.1.3 Arborização e Paisagismo ... 60

4.2 PISOS E TEXTURAS ... 62

4.2.1 Tipos de Pisos ... 62

4.2.2 Texturas... 65

4.3 GUIAS DE REBAIXAMENTOS E SINALIZAÇOES ... 68

4.3.1 Vagas de Estacionamento PCD ... 70

5 DIRETRIZES PARA O MUNICÍPIO ... 71

6 CONCLUSÃO ... 77

REFERÊNCIAS ... 79

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1 INTRODUÇÃO

A forma como as cidades são planejadas, ou a forma que ela toma com o passar do tempo, principalmente devido ao aumento da população, causam um enorme impacto na vida das pessoas ao ponto de coisas simples e pequenas tornarem-se grandes problemas para o convívio social. Com a globalização, informatização, aumento de veículos e da densidade populacional aumentando, ocorre que a oferta de atividades de comércio e serviços se distribuem para partes periféricas da cidade, neste sentido têm-se uma disputa pelo espaço urbano, entre veículos e pedestres, um cenário onde o conceito de acessibilidade desempenha papel fundamental para que haja igualdade de acesso. No qual todas as pessoas, indiferentemente de suas necessidades e características, possam utilizar o espaço da maneira que desejarem, o mais confortável e seguro possível (ALMEIDA et al., 2013).

O termo acessibilidade tem sido uma preocupação constante nas últimas décadas, tanto na urbanização das cidades quanto na aplicação de leis e normas que referenciam o assunto. Segundo a ABNT (2004), acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.

De acordo Organização das Nações Unidas (ONU), a definição de acessibilidade é o processo de conseguir a igualdade de oportunidades em todas as esferas da sociedade. Sassaki (2004), afirma que acessibilidade não mais se restringe ao espaço físico, à dimensão arquitetônica, devendo ser dividida em seis dimensões: arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal, mostrando que todas essas dimensões são importantes e dependentes entre si Ghiraldi (2014), complementa que o assunto vem sendo muito discutido hoje em dia para tratar do acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida aos meios de transportes, ambientes físicos e serviços públicos. De forma resumida acessibilidade é a qualidade do que é acessível (do que permite acesso) facilidade e/ou possibilidade na aquisição, aproximação.

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ser considerado acessível quando não tem nenhuma obstrução. Para termos uma melhor compreensão desse termo, expõem-se um item oposto – a barreira – item que acaba dificultando ou até mesmo impedindo o acesso. Essas barreiras podem ser divididas de duas formas, de caráter atitudinal, quando ligadas ao preconceito, e físicas, quando se referem a parte arquitetônica/urbana, onde atividades independentes ou de informação acabam tendo sua realização dificultada, quando relacionadas a comunicação e à sinalização (GELPI et al., 2013).

No que se refere às barreiras físicas, pode-se abordar os passeios públicos, ruas e praças que devem, a bem do bom funcionamento da cidade e dos direitos dos cidadãos, oferecer percursos francos, seguros e agradáveis para todos, inclusive os que apresentam limitações, como deficientes físicos, idosos, crianças ou pessoas com restrições temporárias. Da mesma forma, nos monumentos e equipamentos urbanos tais como: museus, templos, centros culturais, é essencial que se concilie a preservação de valores arquitetônicos com todas as possibilidades de locomoção e apreensão (ALMEIDA et al., 2013).

Observa-se que a maioria das atividades que são realizadas diariamente, desde um simples caminhar matinal, até o tráfego de automóveis, e de pedestres acontecem nos espaços públicos. Compreende-se que não basta termos apenas uma habitação acessível, se em outros casos tem-se a dificuldade de acesso a direitos fundamentais: educação, saúde, espaços e passeios públicos, entre outros. Com isso as vias e calçadas devem ser projetadas e executadas para todo o tipo de usuário e modalidades de transportes, como também para acomodar novas infraestruturas, mobiliários, possíveis barreiras, e todos os objetos em geral.

Constantemente pessoas com deficiência física têm enfrentado no dia a dia limitações em suas vidas. Estas limitações estão ligadas a acessibilidade, ou seja, condições que permitam o exercício da autonomia e a participação social do sujeito, fatores que podem prejudicar e intervir no desenvolvimento ocupacional, psicológico, cognitivo, onde podem contribuir para a exclusão social dessas pessoas (SILVA; LIMA, 2013).

O termo geral de acessibilidade é garantir a possibilidade de acesso, da aproximação, da utilização de qualquer objeto ou espaço. Mencionar este conceito às pessoas que tem

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deficiência e mobilidade reduzida está atribuído ao fator de aproximação e deslocamento do local ou objeto desejado. Está relacionado as condições favoráveis que o indivíduo tem para se locomover, movimentar e atingir seu destino planejado dentro de suas capacidades individuais (PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA, 2006). 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Atualmente, no meio científico, o conceito mais comum é aquele que trata a acessibilidade como sendo um conjunto de características do qual deve dispor um ambiente, produto ou serviço, de modo que este possa ser utilizado com conforto, segurança e autonomia por todos – crianças, adultos e idosos – independentemente de suas habilidades ou limitações (ELY, 2004).

A acessibilidade não é mais vista como simples eliminação de barreiras físicas, que visa apenas o deslocamento, como era comumente difundida. Com todos os avanços científicos que ocorreram nas áreas relacionadas com a acessibilidade, esta passou a significar mais que acesso. Atualmente a acessibilidade é vista como um meio de possibilitar a participação das pessoas nas atividades cotidianas que ocorrem no espaço construído, com segurança, autonomia e conforto. Isto é enfatizado por Ely (2004) diz que para haver inclusão e participação de todas as pessoas na sociedade, independentemente de suas limitações, é fundamental que se possibilite pleno acesso aos mais variados lugares e atividades.

A circulação de pedestres remete às necessidades de andar, descansar, olhar e comer. A rua e suas extensões devem reforçar este caráter de lugar de relação, que garantem não só a vitalidade do lugar, como sua sustentabilidade e manutenção (ALMEIDA et al., 2013). Desta forma assegura o pertencimento do sujeito com o local.

Dentro de um contexto espaço-social a importância da socialização para saúde das pessoas está diretamente ligada ao grau de importância que a acessibilidade assume. Pois ela aparece nos aspectos de oferta de serviços e a capacidade de produzir eles, de dar continuidade para atender a sociedade Donabedian (2013) defende a ideia e complementa que para uma perfeita socialização e saúde é necessário pensar em dois pontos que seriam geográficos e sócio organizacional. O primeiro refere-se às distâncias e o tempo e o segundo

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versam sobre a disponibilidade integral dos serviços de acessibilidade a quaisquer como meio de abranger a todos de igual forma.

Dentre as justificativas acima fica claro o porquê da busca de uma acessibilidade uniforme e de acesso a todos, as tecnologias veem para dar o suporte e a segurança necessária para que o ir e vir seja simples para todos cidadãos. Os serviços previstos em normas e leis, não somente tende a eliminar os problemas, mas ajudam pessoas com obesidade, idosos, anões, altos etc., a ter acesso homogêneo.

Cidades de todos os portes sofrem consequências causadas pelo mau ou nenhum planejamento urbano, como é o caso de Augusto Pestana - RS. Conforme dados do IBGE (2010) a população está estimada em 7.096 habitantes, portanto considerada pequena, mas que está em constante crescimento. Apesar do desenvolvimento da cidade, é perceptível a falta de planejamento urbano que aliado à falta de infraestrutura traz muitos problemas para o deslocamento dos cidadãos.

Alguns desses problemas enfrentados no município e que necessita de investimentos tanto do poder público como privado, pode-se citar como a dificuldade de locomoção entre locais que inclui as rampas de acesso, passeios em péssimas condições, barreiras arquitetônicas, equipamentos instalados em locais impróprios, falta de sinalização tátil visual e direcional, etc., também pode-se citar a falta de programas de educação e cultura que visa diminuir o preconceito e desmitificar assuntos sobre acessibilidade.

Conforme Littlefield (2011) é preciso integrar os conceitos de projeto inclusivo, ao processo de criação de um projeto desde o início. Além dos fatores físicos, é preciso considerar outros elementos necessários para uma maior promoção de acesso, levando em consideração a utilização de placas, iluminação, mapas de orientação, contraste visual, controles, materiais e portas. A concepção de um projeto que vise a inclusão deve ser planejada de modo a garantir a acessibilidade, prevendo desde um simples piso de material com aderência até recursos para vencer grandes desníveis, o estudo preliminar deve ser fortemente trabalhado neste sentido pelo projetista.

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Conforme Duarte (2011), as calçadas são fundamentais para o deslocamento diário de pedestres, com isso deve haver qualidade e alinhamento de pisos, mobiliário urbano e arborização, pois os mesmos recebem pessoas com restrições de mobilidade, que exigem conforto e principalmente segurança para transitar pela cidade.

A lei da Acessibilidade garante direitos igualitários assim como possibilita que as pessoas com necessidades especiais, mantenham a qualidade de vida, e acesso à todos os espaços. Ela determina regras básicas para que o portador de deficiência tenha condições físicas de conviver e usufruir a vida como qualquer outro individuo da sociedade, exemplos disso seriam as rampas de acesso, sinalização visual, obstáculos arquitetônicos, larguras mínimas e tipos de pisos, assim como as regras de construção e reforma que devem seguir a lei N° 10.098/2000 a qual estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências, no entanto é sabido que na prática não é sempre observada.

No estudo em questão ficou claro que as normas em vigência são claramente ignoradas e os problemas em relação à acessibilidade são constantes. Diversos dos passeios levantados encontram-se em estado de construção e conservação deficientes, com falhas quanto à acessibilidade, desníveis que impedem pessoas portadoras ou não de deficiências física de transitarem, a quantidade excessiva de obstáculos, entre outros. 1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo do trabalho consiste em propor diretrizes no que tange a acessibilidade para cidade de Augusto Pestana.

1.2.2 Objetivos Específicos:

 Revisar a literatura sobre a temática de acessibilidade;

 Levantar a situação de Augusto Pestana no que se refere a acessibilidade;  Analisar, sobre a perspectiva das normativas, os levantamentos realizados;  Propor diretrizes para área analisadas;

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1.3 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ANÁLISE E PROPOSIÇÃO

A área delimitada compreende a uma porção da cidade onde se encontra as ruas principais da cidade de Augusto Pestana, na qual estão localizados os principais serviços, como comércios, bancos e edifícios públicos. Por consequência seria o local de maior fluxo de pessoas na área urbana. Para esta delimitação, partiu-se da praça principal da cidade que é onde há a maior concentração de pessoas. Num segundo momento foi anexado as quadras adjacentes, nas quais encontram-se os principais locais comerciais do município. Sendo assim conforme mostrado no Apêndice 1, a área delimitada compreenderá o perímetro que envolve as ruas: Rua Dr. Sampaio, Rua José Norbert, Rua Venâncio Aíres e Rua do Seminário, compondo assim o quadrante final.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ACESSIBILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO

O surgimento do termo acessibilidade teve sua origem na década de quarenta, onde visava resumir a condição de acesso das pessoas com deficiência vinculada ao surgimento de serviços de reabilitação física e profissional. O termo também remetia a uma condição de mobilidade com a eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, como forma de acessibilidade a todos aos meios, sejam eles públicos ou privados (LIMA, 2006).

O autor comenta que as primeiras discussões sobre o tema acessibilidade foram suscitadas nos Estados Unidos, em meados de 1973, com a criação da Lei de Reabilitação. Essa lei deu início às adaptações em escolas e locais de trabalho. Esta movimentação teve raízes históricas, pois com o advento da Segunda Guerra Mundial e final da Guerra do Vietnã, muitos soldados que voltavam como heróis de guerra, estavam mutilados ou com outras sequelas físicas e necessitavam de um ambiente que os recebesse de forma adequada para o processo de reinclusão social.

A Lei da Reabilitação surgiu para dar estímulo as então legislações vigentes para deficientes decorrentes da primeira guerra mundial, que somente garantiam a assistência. Assim esta lei de reabilitação veio para dar auxílio como assistência vocacional que seria então garantir que programas do próprio governo incentivem a reabilitação dessas pessoas em empregos e serviços, e para que os mesmos se sentissem acolhidos pela comunidade. Protegidos pela lei, as pessoas incapacitadas foram às ruas protestar para que suas vozes fossem ouvidas e atendidas, sendo assim os prédios públicos e privados iniciaram pela primeira vez as adaptações necessárias para então incluir este novo trabalhador. Foi através deste pontapé inicial que a acessibilidade ganhou força e serviu como exemplo para o restante do mundo.

No Brasil antes da Constituição Federal de 1988, a temática havia sido tratada apenas na Emenda Constitucional nº 12, de 17 de outubro 1978, e, ainda assim, o texto dizia respeito tão somente ao acesso aos edifícios e logradouros. Com a promulgação da Constituição de 1988, houve a inserção efetiva do assunto no marco legal federal brasileiro, ainda que de

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forma muito tímida. O tema é citado na Carta Magna em seu artigo 5º, que garante o direito de ir e vir, e estabelece que: “XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens” e no artigo 227, e define que: ”§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.” (BRASIL, 1988). Percebe-se que no Brasil a real preocupação quanto à acessibilidade comparada com outros países foi tardia, ganhando impacto federal somente a partir de 1988, enquanto no EUA este destaque já era visto 15 anos antes.

Costa et al., (2005) ainda nos diz que em 2000, finalmente, o assunto foi regulamentado pelas Leis Federais nº 10.048 e 10.098, as quais apresentaram uma visão mais ampla sobre a matéria. A primeira, elaborada pelo Poder Legislativo, trata de atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios de transportes, e inova ao introduzir penalidades ao seu descumprimento. A última, escrita pelo Poder Executivo, subdivide o assunto em acessibilidade ao meio físico, aos meios de transporte, na comunicação e informação e em ajudas técnicas.

A primeira Norma Técnica Brasileira surgiu em 1985, a NBR 9050, com o título: “adequação das edificações e do mobiliário urbano à pessoa deficiente” que tinha como objetivo principal fixar as condições exigíveis, bem como os padrões e as medidas que visassem propiciar às pessoas deficientes melhores e mais adequadas condições de acesso aos edifícios de uso público e às vias públicas urbanas, naquela época a norma não trazia explicito o conceito de acessibilidade e menos ainda do desenho universal (ABNT, 1985). Ela trazia até mesmo a velhice como sendo uma deficiência com redução da efetividade, mobilidade, flexibilidade, coordenação motora, ao todo a norma era classificada em sete tipos de deficiência: deficiência ambulatorial total; deficiência semi-ambulatória; deficiência visual; deficiência auditiva e de expressão; deficiência de coordenação motora; deficiências reumáticas; e velhice.

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Em 1994 surge a primeira revisão da norma NBR 9050, que traz uma mudança já no título que passa a ser “acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaços, mobiliário e equipamentos urbanos”, que trouxe como mudança a conceituação do termo acessibilidade. Agora a pessoa é definida como portadora de deficiência e não mais deficiente e abrangência para todos além do meio público, mas também ao privado de uso público e de uso multifamiliar. A norma trouxe uma atualização e incrementou várias informações como a orientação, comunicação, deslocamento, uso e os meios construtivos, como dimensões dos passeios, rampas, braile como informação tátil, uso de piso tátil com textura e cor diferenciadas (ABNT, 1997).

Mais tarde, em 2004, a NBR 9050 sofre uma atualização, passando a ser intitulada “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos” que teve foco principal proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitações temporárias de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos, resumindo admitiu-se a inclusão do desenho universal uma vez que não se destina a um grupo de indivíduos específicos, sendo acessibilidade para todos. Além disso, ainda inclui diferentemente da norma de 1994 as palavras percepção, entendimento e elementos, que reforça o uso dos ambientes por todos com a máxima redução de impactos e descriminação. 2.2 DEFICIÊNCIA E RESTRIÇÕES

Determinar um conceito específico e único sobre o que vem a ser deficiência é algo muito impreciso, uma vez que cada indivíduo possui o seu entendimento particular sobre o termo e o que pode representar uma inabilidade para uma pessoa, não exatamente será para outra. De acordo com a OMS Deficiência é definida como:

“Limitações significativas ao nível da atividade e da participação em um ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais de caráter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia, relacionamento interpessoal e participação social [...]”.

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Conceituar o termo Deficiência, portanto, é algo extremamente complexo, e essa complexidade leva a sociedade a tomar suas próprias conclusões levando em consideração a comparação humana entre uma pessoa com necessidades especiais de outra sem limitações. Deve-se ter muito cuidado, pois é normal da sociedade desconfiar e desacreditar do diferente, logo o preconceito está erradicado quando se compara. Portanto programas e políticas públicas mais humanas devem ser fortemente instigadas para que atentam ao preconceito do dia-a-dia (MAIOR, 2015).

Segundo o art. 3º do Decreto nº. 3298/99 a pessoa portadora de deficiência é “Aquela que apresenta em caráter permanente perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”. Considera-se padrão normal àquelas pessoas que não apresentam variações, mudanças em sua estrutura, que perante a sociedade apresentam um padrão conforme a maioria.

A expressão “Portadores de Necessidades Especiais” ampliou o grupo de tal forma que fica difícil definir quem é de fato pessoa com ou sem deficiência. Deve-se que ter cuidado com essa expressão conforme o autor Almeida et al (2005), ainda hoje é comum ouvir expressões como “fulano é deficiente”, portanto o fulano é pessoa como todas as demais, podendo ou não ter algum tipo de deficiência.

Anteriormente, para tipificar as deficiências era utilizada a Classificação Internacional de Doenças (CID) que corresponde aos diagnósticos e, portanto, somente aspecto biológico da pessoa. É uma classificação linear, existindo um código para cada doença. Considerando-se que deficiência não é doença, a CID não serve para interpretá-la. Continua-se a usar a CID para exprimir a origem dos impedimentos: doenças genéticas, lesões congênitas (adquiridas na gravidez ou durante o parto) e agravos externos (doenças ou acidentes). Foi então que a partir de 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS), adotou a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que fala sobre a estrutura e função do corpo e os aspectos contextuais (MAIOR, 2015).

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A CIF conforme Buchalla (2003), busca avaliar todas as limitações desde atividades mais básicas até as mais difíceis e relaciona no que impactaria como restrição no âmbito social. Também é usada para compreender algumas funcionalidades do corpo e poder distingui-los como impedimento de função. Vale ressaltar que a CIF adota uma linguagem neutra que basicamente quer dizer não distingue entre o tipo e a causa da deficiência neste caso um problema de saúde é as doenças, lesões e complicações, já uma a diminuição de capacidade é somente a diminuição especifica das funções e estruturas corporais. Resumindo a CIF é separada em quatro grupos que compreende a deficiência física, sensorial (auditiva e visual) e intelectual (WHO, 2012). Portanto a CIF descreve a funcionalidade e a incapacidade relacionadas às condições de saúde do indivíduo, identificando o que uma pessoa pode ou não fazer na sua vida diária.

Conforme a figura 1 Dorneles (2014), diz que um ambiente sem condições adequadas, representada pelo sinal negativo, é responsável pela impossibilidade de participação e realização das atividades dos seres humanos mesmo que não possuam deficiência, e que um ambiente inclusivo, representado pelo sinal positivo, possibilita a qualquer pessoa a participação e a realização de atividades. Portanto, mesmo se as funções e estruturas do corpo estiverem alteradas ou ausentes, não necessariamente a pessoa é incapaz de realizar atividades se o ambiente for favorável. A deficiência nas pessoas é resultado de um diferencial fisiológico no contexto social e cultural. Contudo, a limitação ou a incapacidade só ocorre devido às condições do ambiente em relação às características das pessoas.

Figura 1: Conceito geral de CIF

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A utilização do termo “restrição”, em Arquitetura e Urbanismo, é muito adequada, pois, ao se entender as restrições que os ambientes podem gerar nas atividades das pessoas, é mais fácil pensar espaços que não ofereçam barreiras e que sejam facilitadores das atividades. Assim, vale entender as formas como as pessoas podem enfrentar restrições, a partir de uma classificação proposta por Dischinger, Bins Ely e Piardi (2013) na qual é considerada:

A. Restrição físico-motora: Ocorre quando o ambiente ou seus elementos impedem ou dificultam a realização de atividades que requerem força física, coordenação motora, precisão ou mobilidade (DISCHINGER et al., 2013). B. Restrição na percepção sensorial: Ocorre quando os ambientes ou seus

elementos e suas características dificultam a percepção das informações pelos sistemas sensoriais22F 23 (auditivo, visual, paladar/olfato, háptico e orientação) (DISCHINGER et al., 2013).

C. Restrição na comunicação: Ocorre quando determinadas características do ambiente (ruídos, dispositivos de controle, etc.) dificultam as pessoas a se comunicarem socialmente, seja a partir de utilização de códigos linguísticos ou pela falta de equipamentos de tecnologia assistiva. Essa restrição pode ocorrer com turistas que não falam a língua local ou pessoas que possuem deficiência para ouvir, que, dificilmente, conseguem fornecer e/ou solicitar informações dialogadas (BINS ELY et al., 2008).

D. Restrição cognitiva: Ocorre quando o espaço e suas características dificultam ou impedem o tratamento das informações disponíveis ou o desenvolvimento de relações interpessoais que requeiram compreensão, aprendizado e tomadas de decisão (DISCHINGER et al., 2013).

Na legislação brasileira Decreto n° 5.296/2004 descreve as cinco categorias de deficiências: deficiência física; deficiência auditiva; deficiência visual; deficiência mental e deficiências múltiplas (BRASIL, 2004), ainda conforme o decreto são definidas:

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A. Deficiência física: Comprometimento musculares, ortopédicas, articulares e neurológicas, podendo comprometer os membros superiores e inferiores que altera seu funcionamento normal, comprometendo assim a movimentação do indivíduo (COTOMACCI, 2007).

B. Deficiência auditiva: Seria habilidade para detecção sonora, que pode ser classificado como leve, moderado e severa pessoas com deficiência auditiva enquanto a perda profunda, ou seja, total são chamados de surdos (COTOMACCI, 2007).

C. Deficiência visual: Refere-se a resposta visual podendo ela ser visual leve, visual moderado, visual profunda, visual severa e perda total, causadas em virtudes congênitas ou hereditárias (COTOMACCI, 2007).

D. Deficiência mental, leia-se intelectual: Define-se como um baixo rendimento cognitivo, resultado de problemas no cérebro limitando-se a funções intelectuais baixas podendo o indivíduo sofrer dificuldades no comportamento e na adaptação (MAIOR, 2015).

E. Deficiência múltipla: Pessoas que são afetadas por duas ou mais diferentes tipos de deficiências (MAIOR, 2015).

A OMS estima que 15% da população mundial são pessoas com algum tipo de deficiência, cerca de um bilhão de habitantes que necessitam que seus direitos sejam assegurados e necessidades especificas levadas em conta nas políticas públicas. No Brasil o IBGE apontou em sua pesquisa em 2012 no qual considera todos os tipos e graus de deficiência que são elas: alguma dificuldade, grande dificuldade ou não ser capaz de caminhar e subir escadas, enxergar, ouvir ou apresentar deficiência mental/intelectual, tem-se um total de aproximadamente 45 milhões de pessoas, ou tem-seja, 23,9% da população brasileira tens algum tipo de deficiência que se encaixa nos grupos citados.

Através do levantamento no Censo de 2010 do IBGE, a Cidade de Augusto Pestana contava com um total de 2.308 pessoas residentes que possuíam algum tipo de deficiência, a tabela 1 demonstra esses dados distribuídos conforme suas respectivas categorias.

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Tabela 1: Quantidade de Pessoas com algum tipo de Deficiência

Grau de Dificuldade AUDITIVA MOTORA VISUAL MENTAL

Não consegue de modo algum 5 19 14

Grande 66 186 163

Alguma 400 482 867

Total: 471 687 1044 106

Fonte: Autor, 2019

Analisando os dados fornecidos pelo IBGE, percebe-se que deficiência visual é a que mais atinge os cidadãos do município de Augusto Pestana e a grande maioria se enquadra no quesito grau de dificuldade alguma, ou seja, percebesse uma deficiência leve que o simples uso de óculos resolveu. Depois a deficiência motora é a que mais chama atenção pelos números altos de pessoas inclusas nos graus de dificuldade grande e que não consegue de modo algum significando que 205 Pestanenses são usuários de cadeira de rodas, andador, muletas, entre outros. Enfatizando a importância da acessibilidade da cidade.

Augusto Pestana conta com a instituição APAE (Associação de pais e amigos dos excepcionais), e também Colégio Estadual José Lange os quais são voltados ao atendimento de pessoas com necessidades especiais. O colégio possui atendimento educacional especializado com uma profissional Pedagoga com pós-graduação em educação especial e inclusiva dedicada somente ao atendimento desses alunos, que somam 24 pessoas, as quais necessitam de algum tipo de atendimento especial.

Na instituição APAE tem-se a disposição vários profissionais sendo uma psicóloga, uma assistente social e quatro pedagogas, todas com pós-graduação em educação especial e inclusiva, e para realização de atividades de fisioterapia é utilizado serviços terceirizados. 2.3 CONCEITO DE ACESSIBILIDADE E DESENHO UNIVERSAL

Acessibilidade é definida pela norma ABNT (2004), como sendo “a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de edificações, espaços, mobiliários e equipamento urbanos”. Silva (2004) acrescenta que esta definição evoluiu e envolve não só mais o ambiente físico, mas também as edificações, os transportes e o acesso

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aos meios de comunicação. Um conceito bastante abrangente vê a acessibilidade como o processo de conseguir a igualdade de oportunidades e a participação plena em todas as esferas da sociedade e no desenvolvimento social e econômico do país pelas pessoas portadoras de deficiência.

Completa o autor que além de ser uma garantia constitucional, a acessibilidade visa proporcionar acesso a todos os serviços da comunidade, possibilitando a sua plena participação na sociedade, o que permitiria um ganho de autonomia e de mobilidade a uma gama maior de pessoas, favorecendo a qualidade de vida a todos. Logo a acessibilidade só é garantida quando há cidadania, o que pressupõe que os direitos essenciais à vida humana sejam respeitados, como o direito à cultura, a economia, a sociedade, ao território, a política, ao lazer, a informação a saúde e educação, ou seja, a todos os bens e serviços que torne a vida das pessoas mais digna.

Promover igualdade de oportunidades é conceito de acessibilidade que é amparado pela definição de desenho universal que segundo Silva (2004), esta interpretação já está bastante difundida, compreendida como a intervenção no meio físico, produtos e serviços, para que todos possam participar na criação da sociedade, proporcionando igualdade de oportunidades e, assim, interação dos meios.

Quando fala-se em “desenho universal” e acessibilidade tem-se como referência a NBR 9050 que rege o caminho deste conceito, mas nem sempre um local pode ser considerado acessível somente pelos meios construtivos estarem de acordo, pois o acesso igualitário é aquele no qual todos de igual maneira possam usufruir (MORAES, 2007), ou seja de nada adianta um passeio com piso tátil para uma pessoa com deficiência auditiva. Surge o conceito de “desenho universal” que visa eliminar todas as barreiras além das construtivas impostas pela sociedade, ela abrange o reconhecer, respeitar e valorizar as pessoas, um bom planejamento e implantação destes conceitos passara despercebidos, pois somente será notado sua falta quando haver novas necessidades.

Esta maneira de pensar foi utilizada pela primeira vez nos Estados Unidos pelo arquiteto Ronald Mace em 1985 (ROOSMALEN e OHNABE, 2006), mas os conceitos

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embutidos neste termo já eram utilizados antes desta data em outros países, principalmente no Canadá, no entanto, a partir da década de 1990 a denominação de Desenho Universal tem sido a mais utilizada.

Pode-se chamar de desenho universal e desenho inclusivo são duas definições, para descrever uma abordagem de design que implica em equidade e justiça social através do projeto (OSTROFF, 2001). É uma filosofia de projeto que visa a criação de ambientes, edificações e objetos, considerando desde o início de sua concepção a diversidade humana. Nesta concepção, as necessidades específicas de todos os usuários (idosos, crianças, gestantes, pessoas com deficiências temporárias ou permanentes etc.) devem ser atendidas, eliminando-se a ideia de fazer ou adaptar “projetos especiais” (DISCHINGER et al., 2004). Dorneles (2014) completa que os ambientes devem ser adequados para o uso e a interação de todas as pessoas, entretanto quando se fala em desenho universal ou acessibilidade, pensa-se diretamente nas necessidades das pessoas com deficiência motora. É verdade que, de forma geral, essas pessoas requerem uma atenção especial em relação às suas necessidades na interação com os ambientes, uma vez que nem sempre os espaços são adequados às mesmas.

Assim, é importante compreender essas necessidades, a fim de pensar ambientes mais justos e igualitários, pois se os lugares forem adequados, certamente, também serão para as pessoas sem deficiências, sendo mais confortáveis e seguros a todos.

Ainda conforme a autora se o usuário considerar o ambiente receptivo e amigável para o desenvolvimento de atividades, não só a relação pessoa versus ambiente é facilitada, como contribui para a aceitação do recinto por parte das pessoas, criando significados e tornando as pessoas responsáveis pelo espaço e parte do contexto. Se o ambiente é hostil, as pessoas tendem a não criar respeito e identidade, colaborando para a deterioração do lugar. As características percebidas em um ambiente influenciam o comportamento humano conforme figura 2.

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Figura 2: Relação Pessoa x Ambiente

Fonte: Dorneles (2014).

Para auxiliar e tornar real esta relação pessoa e ambiente o Centro para o Desenho Universal (CUD), da universidade do Estado da Carolina do Norte nos EUA, desenvolveu sete princípios para o desenho universal que serve como ferramenta para projetistas e educadores, são eles:

A. Princípio 1 – Uso equitativo: É um ambiente ou elemento espacial em que todos tem acesso igual, não dependendo da idade ou habilidade, promovendo essa liberdade com privacidade, segurança e conforto (MORAES, 2007). Uma grande comparação seria uma porta de acionamento automática por sensor, que independente de suas habilidades ou limitações, altas ou baixas, em cadeira de rodas ou não, entrem facilmente nos recintos.

B. Princípio 2 – Uso Flexível: Característica com que o ambiente ou elemento atende as farias necessidades dos usuários, para tal deve-se oferecer diferentes maneiras de uso (MORAES). Um exemplo seria o uso de uma mesa com ajuste de tamanho e altura.

C. Princípio 3 – Uso Simples e Intuitivo: Espaços e equipamentos devem ser de fácil compreensão, que dispense experiencia, conhecimento, habilidades

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linguísticas ou concentração (DORNELES, 2014). Relaciona-se a um manual de instrução com ilustração, no qual pode ser compreendido por analfabetos, que não conhece a língua.

D. Princípio 4 – Informação de Fácil Percepção: Característica do ambiente ou elemento que traga as informações de modo objetivo e de varias formas, visuais, verbais e táteis (MORAES, 2007). Exemplo seria um interfone de um prédio, no qual os botões possuem textura, símbolos, sons e normalmente emitem imagens facilitando uma possível comunicação por sinais.

E. Princípio 5 – Tolerância ao erro: Tende por minimizar riscos e consequências advindas deles (DORNELES, 2014). Correlaciona-se a uma trilha de passeio em que a mesma é sinalizada com o local mais fácil e seguro para caminhar. F. Princípio 6 – Baixo Esforço Físico: Oferecer um ambiente que possa ser usado

de maneira confortável com o mínimo de fadiga do usuário (DORNELES, 2014). Um caminho em que do início ao fim tem-se a mesma inclinação e piso com matérias estáveis é um exemplo que confere baixo esforço físico. G. Princípio 7 – Dimensão e espaço para aproximação e uso: O ambiente ou

elemento deve ter dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance, manipulação e uso, independente de tamanho do corpo, postura e mobilidade do usuário (MORAES, 2007). Exemplo balcões com uma altura menor e abertura para cadeirante poder chegar perto, no qual normalmente as informações ainda estão em uma certa inclinação favorecendo a todos. Segue a figura 3, exemplos na prática de como os princípios podem colaborar no dia-a-dia das pessoas, desde simples adaptações até utilização de novas tecnologias. Sempre visando manter a inclusão e garantir a autonomia de todos.

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Figura 3: Exemplos dos Princípios

Fonte: Adaptado de CUD (2011)

Assim, dentro do tema da acessibilidade aos espaços urbanos, segundo Cambiaghi (2007) o objetivo do Desenho Universal é reduzir a distância funcional entre os elementos do espaço e a capacidade dos indivíduos. Isto permite que o usuário desfrute dos ambientes sem receber um tratamento discriminatório por causa de suas características pessoais. 2.4 BARREIRAS ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS

Atualmente, verifica-se que tanto edificações quanto espaços públicos possuem inúmeras barreiras que dificultam ou até mesmo impedem que pessoas possam usufruir dos lugares de forma segura, confortável e em condições de igualdade, principalmente quando se trata de pessoas com algum tipo de deficiência. Essas barreiras poderiam ser eliminadas a partir de projetos que considerassem as necessidades espaciais de seus usuários, portanto, com ideais do desenho universal (DORNELES, 2014).

A OMS (2008) define o termo barreira sendo qualquer fator ambiental ou social que possa impedir, reduzir ou limitar os indivíduos, tornando-os incapazes de participar efetivamente de determinadas atividades.

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Essas barreiras podem ser classificadas em sociais ou atitudinais e físico-espaciais ou arquitetônicas, as sociais ou atitudinais correspondem às ações dos indivíduos, motivadas pela falta de conhecimento sobre as diferentes deficiências e suas consequências, gerando discriminação e preconceito (DISCHINGER et al., 2009). As barreiras físico-espaciais ou arquitetônicas referem-se a todos os elementos construídos ou naturais que podem prejudicar ou impedir a participação das pessoas em quaisquer atividades.

A Lei 10.098/2000 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, estabelecendo que essas pessoas possam ter livre acesso e segurança pelos espaços e equipamentos urbanos. Sendo proibidas barreiras ou quaisquer obstáculos que limitem ou impeçam a liberdade e a movimentação das mesmas. Essas barreiras são classificadas em 4 tipos:

A. Barreiras arquitetônicas e urbanísticas: são as existentes nos espaços e vias públicas, conceituam-se as dificuldades encontradas pela população nos espaços e mobiliário urbanos, exemplificando seria a falta de rebaixo nas calçadas, inexistência de vagas especiais etc. Segue figura 4 como exemplo.

Figura 4: Exemplo de Barreira Arquitetônica

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Anteriormente na figura 3 é um exemplo da falta de rampa de acesso em uma de várias calçadas de Augusto Pestana.

B. Barreiras arquitetônicas na edificação: são as existentes no interior dos edifícios públicos e privados, como exemplo as escadas e rampas, portas, estreitas circulação, falta de placas de identificação etc. Segue figura 5 como exemplo.

Figura 5: Exemplo de Barreira nas Edificações

Fonte: Circulação, 2017.

Neste exemplo percebe-se que os degraus são bastante estreitos e o corrimão só tens uma altura, reforçando que o acesso não foi pensando dentro do embasamento de desenho universal.

C. Barreiras arquitetônicas nos transportes: São as barreiras nos meios de transportes, tendo como exemplo a falta de banheiros adequados, a dificuldade para adentrar nos veículos, informações em braile etc. Conforme mostra a figura 6.

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Figura 6: Exemplo de Barreira no Transporte

Fonte: Toledo (2017)

Na figura acima, tem-se um clássico problema muito corriqueiros nas cidades aonde tem a disposição o transporte público, nota-se que a acessibilidade não é garantida, o que poderia ser resolvido com a plataforma de embarque. Vale ressaltar que quando disponibilizado o acesso muitas vezes esses usuários não tem a disposição um local seguro para a viagem, conforme mostra a figura 7.

Figura 7: Local seguro para cadeirantes em transportes público

Fonte: Toledo (2017)

Todos os ônibus de transporte público, devem ter a disposição um local como da figura acima, para garantir a segurança de todos usuários.

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D. Barreira nas comunicações: Se trata de qualquer entrave que impeça o recebimento de mensagens, neste caso um exemplo seria a falta de placas em braile, aviso sonoros, etc. Segue figura 8 como exemplo.

Figura 8: Barreira de Comunicação

Fonte: Caselli (2011).

Acima um exemplo de semáforos com aviso sonoro, que auxilia pessoas com deficiências visuais, pois ele emite um ruído quando o semáforo esta liberado para passagem de pedestres.

Conforme o artigo 3 da Lei 13.146 (BRASIL, 2015), há mais dois casos de barreiras, as atitudinais e as tecnológicas. A primeira está ligada as atitudes ou comportamentos que prejudiquem ou impeçam a atuação social da pessoa com deficiência, não tendo a mesmas condições e oportunidades como as demais pessoas. E as barreiras tecnológicas, que são as que impedem o acesso das pessoas com deficiência as formas de tecnologias.

Na figura 9 como exemplo para barreiras atitudinais, é possível ver carros estacionados na calçada que, além de impedirem a passagem dos pedestres, estão bloqueando o piso tátil direcional, para a barreiras tecnológicas cita-se a figura 9, que mostra

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como faz falta para um deficiente cego atravessar um cruzamento sem o aviso sonoro.

Figura 9: Barreira Atitudinais

Autor: Caselli (2011).

Se um espaço satisfizer as condições descritas, então, o espaço é acessível e as barreiras físicas inexistem se, além disso, os componentes forem pensados durante o processo de projeto, de forma a atender às necessidades espaciais de diversos usuários, então, o projeto pode ser considerado universal.

Neste caso conforme a NBR 9050 (ABNT, 2015), acessibilidade está diretamente ligada à eliminação das barreiras, portanto deve ser pensada durante todo o processo de desenvolvimento de produto, serviço ou espaço, porque além de defender o conceito de cidadania, pode auxiliar na eliminação de barreiras socias e arquitetônicas aos indivíduos, propiciando oportunidades iguais para todos e melhorando a qualidade de vida e saúde das mesmas.

2.5 LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS

Através de revisão bibliográfica, têm-se as principais normativas e leis de âmbito federal, estadual e municipal, que versa sobre acessibilidade.

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Destaca-se entre as leis federais sobre acessibilidade. 2.5.1.1 Lei N° 10.048, 19 de dezembro de 2000

Esta lei regulamenta o atendimento prioritário a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, no decreto n° 5.296/04 fala-se “mobiliário de recepção e do atendimento adaptados e de acordo com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT”, logo esta lei visa a adaptação do espaço e disponibilidade de meios para o que o atendimento seja de fácil e comum acesso.

2.5.1.2 Lei N° 10.098, 19 de dezembro de 2000

Trata da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, como apresentação de alguma limitação, temporária ou permanente, e da sua capacidade de interagir e utilizar o meio (BRASIL, 2000).

No capítulo I, art. 2° inciso I fala sobre o conceito de acessibilidade e fala-se “condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia”, um acesso a todos meios que seriam espaços, mobiliário, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, e suas tecnologias, ainda complementa dizendo “tanto na zona urbana como na rural, o acesso deve ser de comum por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”.

No mesmo Art 2° mas no inciso II, nos diz “qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança”, esses obstáculos a qual se referência seriam as barreiras urbanísticas, barreiras arquitetônicas, barreiras nos transportes, barreiras nas comunicações e na informação, que possa então de alguma maneira ferir o direito de ir e vir.

No capítulo II, art 3°, art 4°, art 5°, art 7°, dizem respeito aos elementos da urbanização das vias públicas, como as respectivas instalações de serviços e mobiliários urbanos deverão ser adaptadas, obedecendo-se ordem de prioridade que vise à maior

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eficiência das modificações, no sentido de promover mais ampla acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Os percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas e rampas, deverão observar os parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Do desenho e da localização do mobiliário urbano mencionando no capítulo III Art 9° e 10° remete-se que devem ser dispostos de forma a não dificultar ou impedir a circulação, de modo que possa ser utilizado com a máxima comodidade. Todas as orientações da lei fazem uso e referência para comprimento da mesma a ABNT em vigor na qual constam dados e meios construtivos.

2.5.1.3 Lei 13.146, 06 de junho de 2015

Instituída como lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover em condições de igualdade, os direitos e das liberdades fundamentais, visando à sua inclusão social e cidadania (BRASIL, 2015).

Nesta lei além de trazer conceitos já conhecidos aborda o desenho universal através do Art 3° inciso II que nos diz “concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia”.

No título III da Acessibilidade, fala sobre a importância e os cumprimentos que os projetos arquitetônicos e urbanísticos trazem para o meio a fim de garantia o viver de forma independente para que as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida posam exercer seus direitos de cidadania e da participação social.

No art 55° faz uma colocação em que diz “A concepção e a implantação de projetos devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade” e reforça no seu inciso I que o desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.

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2.5.2.1 Lei Estadual N° 13.320, de 21 de dezembro de 2009

Esta lei consolida legislações já existentes e visa aperfeiçoar ainda mais as leis relativas a pessoas com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul, conforme o Art 1°. Em seu capítulo II da Acessibilidade nos art.9° ao 16° remete-se sobre os projetos de arquitetura e de engenharia, construção ou reforma e adaptações de forma a facilitar a acessibilidade (BRASIL, 2009). Todas as exigências desta lei seguem os métodos construtivos disposto na NBR 9050/05.

2.5.3 Legislação Municipal

Até o presente momento no município de Augusto Pestana não existem Leis ou Normas de acessibilidade, nem especificações e meios construtivos de passeios e seus congêneres. Logo sobrepunham as leis e normativas de âmbitos federais e estaduais como base de orientação e fiscalização para acessibilidade.

2.5.4 Normativas

As normas técnicas brasileiras elaboradas desde a década de 1980 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT tem dado suporte massivo para as leis contidas em constituições estaduais e municipais, uma referência entre as normas está a NBR 9050 que teve sua primeira publicação em 1985 (ABNT, 1985), a partir da mesma ramificaram-se outras normativas de mesmo conceito de acessibilidade focadas para diferentes ambientes, conforme a autora Aguiar (2010) as essas normativas são:

A. “NBR 14020: Transporte-Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência-Trem de longo percurso.”

B. “NBR 14273: Acessibilidade de pessoa portadora de deficiência no transporte aéreo comercial.”

C. “NBR 13994: Elevadores de passageiros-Elevadores para transporte de pessoa portadora de deficiência.”

D. “NBR 14021: Transporte-Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano.”

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E. “NBR 15320: Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário.”

F. “NBR 14022: Acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros.”

Observa-se que essas ramificações dizem respeito à acessibilidade nos mais variados tipos de transporte, o que remete à importância que devemos dar no quesito mobilidade, pois é ela que garante minimamente a autonomia individual. Garantindo assim a prática do conceito de interação dos sujeitos com os espaços, de forma qualificada e segura.

2.5.5 ABNT NBR 9050

Elabora no Comitê Brasileiro de Acessibilidade, pela Comissão de Estudo de Edificações e Meio, o projeto teve com nome NBR 9050, que conforme tabela 2 mostra a evolução até a última atualização em 2015 (ABNT, 2015).

Tabela 2: Evolução da NBR 9050

ANO Título Data de

Publicação Válida a partir de Mudanças 1985 NBR 9050 – Adequação das edificações e do mobiliário urbano à pessoa deficiente - Procedimento 01/09/1985 Fixou as condições exigíveis, bem como os

padrões e as medidas. 1994 NBR 9050 – Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaços, mobiliário e equipamento urbanos – Procedimento 30/09/1994 31/10/1994 Conceituação do termo acessibilidade e acrescentou as dimensões e métodos construtivos. Fonte: Autor, 2019 Continua

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Tabela 3: Evolução da NBR 9050

ANO Título Data de

Publicação Válida a partir de Mudanças 2004 NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamento urbanos 31/05/2004 30/06/2004 Inclusão do “Desenho Universal” como ferramenta de planejamento. 2015 NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamento urbanos

11/09/2015 11/10/2015 Incluiu mais informações nos métodos construtivos

dos Elementos de Acessibilidade.

Fonte: Autor, 2019

A NBR 9050 (ABNT, 2015) estabelece critérios e parâmetros técnicos de projeto, construção, instalação e adaptação às condições de acessibilidade dos espaços, sendo o principal instrumento de orientação para engenheiros e arquitetos. Conforme a tabela acima foi em 2004 que ela sofreu uma maior mudança, na qual não somente a acessibilidade foi considerada, mas também foi acrescentado às normas o desenho universal como regra e padronização de projetos. Nota-se que nesta última revisão de 2015 a NBR está bem mais completa equiparando-se as demais normas de outros países.

2.6 PASSEIO PÚBLICO E O DESENHO UNIVERSAL

A forma como se deslocamos dentro das cidades tem muito a ver com a infraestrutura que está disponível no tecido urbano, uma cidade que ofereça pouca ou nenhuma acessibilidade se torna pouco convidativa para conviverem nos espaços. No Guia de Projeto de Calçada Acessível da SMPDS (2012), consta orientações para oferecer acessibilidade e afirma que sem investimento na infraestrutura urbana o número de veículos particulares aumenta congestionando as cidades, o por isso a importância de haver passeios em boas

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condições, é uma maneira das pessoas se sentirem atraídas pelos espaços e incentivar a convivência.

De encontro ao conceito de “Desenho Universal”, que traz uma concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, de forma segura e confortável, construindo elementos ou soluções que compõem a acessibilidade, acima de tudo os espaços devem promover a inclusão e a utilização pelas pessoas (TORRES, 2006).

2.6.1 Calçadas

A calçada é conceituada pela NBR 9050 (ABNT, 2015), como uma parte da via normalmente em níveis diferente da rua, na qual é proibido o tráfego de veículos e reservado somente para trânsito de pedestres. Neste espaço quando necessário e possível à introdução de mobiliário, sinalização, vegetações entre outros. Brasil (2000) afirma que para os espaços garantirem acesso as pessoas com mobilidade reduzida e portadores de deficiência é necessário que sejam projetado, planejado e urbanizado da forma correta, pois o passeio público é um local segregado, logo o delineamento de acessibilidade deve ser bem feito para que a instalação dos mesmos não prejudique ou impeça o fluxo.

No guia de Projeto de Calçada Acessível da SMPDS (2012) é comentado que para garantir acessibilidade e segurança nas calçadas, devem ser considerados os seguintes aspectos: Pisos e texturas; áreas de circulação, implantação de equipamentos e paisagismo; guias de rebaixamentos e sinalizações.

2.6.2 Áreas de Circulação, Implantação de Equipamentos e Paisagismo

Para melhor entendimento e planejamento de usos na calçada, faz-se sua divisão em três faixas distintas: faixa de serviço, faixa livre e faixa de acesso. Os valores máximos admissíveis para cada faixa dependerão da área disponível de calçada, mas a norma traz algumas dimensões mínimas que visam garantir segurança e autonomia aos usuários. A faixas e suas dimensões mínimas são demonstradas na figura 9.

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A. Faixa Livre: Área do passeio ou calçada destinada exclusivamente à circulação de pedestres, ter largura mínima de 1,20m e 2,10m de altura livre, sendo a recomendável largura de 1,50.

B. Faixa de Serviço: Destinada à colocação de árvores, rampas de acesso para veículos ou portadores de deficiência, poste de iluminação etc., enfim todo o mobiliário, exige-se no mínimo uma largura de 0,75m.

C. Faixa de Acesso: Área em frente ao terreno, em que pode constar vegetação, rampas, toldos, mesas de bar, mostruários comerciais, não impedindo o acesso aos imóveis, não existe uma largura mínima, mas esta faixa só é exigida no caso de larguras maiores que 2,00 metros.

Figura 10: Faixas de Acesso

Fonte: SMPDS, 2012.

Conforme a NBR 9050 (ABNT, 2015), e pensando no conceito de desenho universal uma pessoa em pé na pior das hipóteses utilizando muletas ou cão guia, necessita da 0,90

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metros de largura para sua passagem, um cadeirante utiliza do mesmo 0,90 metros de largura, mas em função de manobras ou de acompanhamento de outra pessoa o mínimo fixado fica em 1,20 metros. Conforme tabela 4 abaixo é possível ver um croqui das larguras que melhor acomoda os usuários.

Tabela 4: Dimensões x Capacidade

Dimensões Mín. Capacidades

0,90 m Uma pessoa em cadeira de rodas.

1,20m a 1,50m Um pedestre e uma pessoa em cadeira

de rodas.

1,50m a 1,80m Duas pessoas em cadeira de rodas ou

duas pessoas com cão guia e muletas.

Fonte: Adaptado, SMPDS, 2012.

A partir da figura acima notamos que o dimensionamento mínimo perante a normativa é de 1,20m, porém conforme a necessidade e disponibilidade para conforto e

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segurança e pensando numa intenção de desenho universal o adequado seria entre 1,50m a 1,80m.

Conforme a mesma normativa, a inclinação transversal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres deve ficar entre 2% a 3%, já nas faixas de serviço e de acesso este caimento segue uma proporção de até 1:12 que corresponde a 8,33 % de caimento. Já as inclinações longitudinais que seriam de acesso de veículos aos lotes ou algum desnível entre calçadas e lotes devem ser ajustadas nas faixas de serviço e faixa de acesso, nunca obstruindo ou alterando o layout da faixa livre, tendo largura recomendada de 1,20 metros e mínima aceita em casos extremos de 0,90 metros, na figura 11 tem-se um exemplo dessas inclinações.

Figura 11: Inclinações das Faixas de Calçada

Fonte: SMPDS, 2012.

2.6.2.1 Paisagismo

De acordo com a NBR 9050 (ABNT, 2015) elementos de vegetação tais como ramos pendentes, raízes, plantas entouceiradas, galhos de arbustos e de árvores, não devem interferir na faixa livre de circulação, onde houver a presença de vegetação que a mesma não apresente espinhos, raízes e princípios tóxicos perigosos. A norma aceita como admissível a vegetação que se projetar deixando altura livre de no mínimo 2,10m para passagem dos usuários. Na figura 12 tem-se exemplos de arborização incorreta perante a norma.

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Figura 12: Plantas venenosas ou com espinhos e Raízes

Fonte: Torres, 2006.

Existem problemas de invasão de raízes nos passeios, projeção da vegetação acima da faixa livre, logo a obstrução da passagem.

2.6.3 Pisos e Texturas

A utilização de diferentes tipos de texturas e cores pode oferecer ao pedestre maior conforto e segurança, além de sinalizar distinção entre os espaços e ambientes. Os percursos podem ser demarcados com pisos diferentes para cada situação, criando identidade e qualificando os projetos.

2.6.3.1 Tipos de Pisos

Torres (2006) e a norma NBR 9050 (ABNT, 2015) concordam que os pisos devem apresentar uma superfície regular, continua, sem ressalto ou depressão, firme, antiderrapante, de forma a garantir total segurança em seu uso. Deve-se evitar a utilização de padronagem na superfície que seriam estampas que pelo contraste de desenho e cor por causa impressão de tridimensionalidade, pois causam sensação de insegurança.

Para especificação do tipo de pavimento de calçada é preciso verificar a carga à qual o piso será exposto para então definir o tipo conforme sua resistência, levando-se em conta a durabilidade, conforto no caminhar, que seja antiderrapante e de fácil manutenção. No geral é muito utilizado e recomendado quatro tipos de piso: intertravado, piso de placas pré-moldadas, concreto moldado in loco e ladrilho hidráulico (SMPDS, 2012; TORRES, 2006).

Referências

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