• Nenhum resultado encontrado

Vista do Ver, Ler e Agir: do mapeamento da produção acadêmica e dos conteúdos em vídeo do YouTube sobre Comunicação e Educação à news literacy

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Vista do Ver, Ler e Agir: do mapeamento da produção acadêmica e dos conteúdos em vídeo do YouTube sobre Comunicação e Educação à news literacy"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

289

Ver, Ler e Agir: do mapeamento da produção acadêmica

e dos conteúdos em vídeo do YouTube sobre

Comunicação e Educação à news literacy

Beatriz Becker Professora Titular da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ), docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCOM-ECO /UFRJ), líder do Grupo de Pesquisa Mídia, Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE) e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Email: beatrizbecker@uol.com.br. Heitor Leal Machado Doutorando em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCOM- ECO/UFRJ), membro do Grupo de Pesquisa Mídia, Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE) e Bolsista

FAPERJ nota 10. Email: heitorlmachado@gmail.com.

Resumo

A partir de um mapeamento de artigos publicados em periódicos científicos nacionais sobre as relações entre Comunicação e Educação de 2017 a 2019 e da sistematização dos resultados alcançados em atividades de pesquisa, ensino e extensão realizadas pelo Grupo de Pesquisa Mídia Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE), este trabalho destaca a relevância da leitura crítica da produção midiática em áudio e vídeo do YouTube no ensino do Jornalismo Audiovisual, aponta perspectivas de usos das tecnologias digitais e da mídia nos processos de aprendizagem e busca contribuir para a concepção do conceito de news literacy.

Palavras chave

Mídia; Comunicação e educação; Media Literacy; YouTube; News Literacy.

Abstract

From a mapping of articles published in national scientific journals on the relationship between Communication and Education from 2017 to 2019 and the systematization of the results achieved in research, teaching and extension activities conducted by the Research Group Mídia Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE), this work highlights the relevance of the critical reading of audio and video media production of YouTube in the teaching of Audiovisual Journalism, points out perspectives on the use of digital technologies and media in learning processes and seeks to contribute to the conception of the concept of news literacy.

Keywords

Media; Communication and Education; Media Literacy; YouTube; News Literacy.

Contextualizações

A valorização do individualismo e da competitividade, o descrédito das instituições, as estratégias opressoras de sistemas policiais e jurídicos, a cultura do ódio imbricada na intolerância, o aprisionamento dos cidadãos em bolhas virtuais que esvaziam a habilidade de se comunicar com a diversidade de pensamentos, a vigilância de dados por algoritmos e sistemas de inteligência artificial, os conflitos mundiais, as alterações climáticas, as patologias que adoecem os corpos, as desigualdades sociais e as instabilidades políticas e econômicas são características da sociedade contemporânea que afetam as práticas democráticas e sinalizam uma profunda crise no atual momento histórico, uma espécie de “metamorfose" que não sabemos o resultado, apenas que o “provável é castrófico” (MORIN, 2013). Observa-se o

(2)

290

fim de um ciclo, em que a globalização do capitalismo financeiro não estabeleceu um território mundial onde haja capacidade de a humanidade viver junta (VIVERET, 2013).

Esta crise revela, segundo Serres (2017; 2013), a necessidade de estratégias inovadoras em diferentes setores da vida social para a reversão da destruição da vida que se anuncia, inclusive na educação. O autor argumenta que as transformações ocorridas nas últimas décadas geraram mudanças políticas, sociais e cognitivas que afetaram o ensino. Hoje, diferentes gerações convivem em espaços virtuais e acessam de múltiplas maneiras saberes diversos. A atual difusão do saber em distintos suportes e linguagens e as diferentes formas como o conhecimento circula no ecossistema comunicativo constituem um dos desafios mais complexos que os processos de comunicação apresentam ao sistema educativo (BECKER, 2016). As discussões sobre as potencialidades comunicativas e educacionais dos meios de comunicação, entretanto, começaram a emergir ainda nas décadas de1920 e 1930 (CITELLI, 2014). Esse debate foi consolidado depois do pós-guerra e da deflagração da relevância dessa questão nos anos 1980, especialmente, a partir da publicação do Relatório MacBride pela UNESCO (MELO, 2008), quando as pesquisas sobre media literacy começaram a se conformar como um campo de conhecimento. Na contemporaneidade, as mídias participam ativamente da construção dos sujeitos e das subjetividades e articulam dispositivos pedagógicos que não devem ser negligenciados. Porém, as instituições de ensino tendem a rejeitar o potencial educativo das mídias (SIBILIA, 2012), bem como usos e apropriações de tecnologias digitais para a construção de conhecimentos.

A precarização e desvalorização do trabalho docente, as más condições dos espaços de ensino público e a falta de interesse dos alunos nas aulas, queixas recorrentes dos professores, ainda contribuem para as dificuldades de ensinar e aprender em uma época marcada pela dispersão e pela abundância de informações (Idem). Contudo, o desenvolvimento e os usos das tecnologias digitais transformam as maneiras de perceber o mundo e intervêm cada vez mais na vida produtiva e nas formas de sociabilidade (BECKER, 2016). Assim, sob protocolos difusos que muitas vezes violam a privacidade dos sujeitos e uma aparente gratuidade de acesso à informação e ao conhecimento (FUCHS, 2014), a mídia constitui-se cada vez mais em um ambiente estratégico de mediação de discursos de instituições e de outros campos de produção simbólica na contemporaneidade, sobretudo, em um ambiente de desordem informativa (WARDLE e DERAKHSHAN, 2017).

Neste contexto, os usos e apropriações das tecnologias digitais, o execesso e o imediatismo de produção e circulação de informações nas redes sociais e o acelerado fluxo de imagens impactam as práticas jornalísticas, desestabilizam o papel social do Jornalismo e impõem questionamentos sobre a qualidade de notícias cada vez mais misturadas com o entretenimento, o status do jornalismo como guardião do acervo noticioso e a exclusiva credibilidade e influência desse gênero discursivo como forma de conhecimento e compreensão da vida social (BECKER, 2011). Vivenciamos a coexistência de um modelo de gestão de informação verticalizado e hierarquizado, paralelo ao surgimento de uma comunicação transversal e dialógica, de uma mídia massiva para uma mídia distribuída marcada pela possibilidade de exercício da cidadania em grande escala. Embora a disputa pelo controle da informação ainda seja assimétrica, as apropriações dos cidadãos das tecnologias digitais na criação e disponibilização de conteúdos rompem o modelo tradicional de comunicação centralizada na produção (Idem).

Entretanto, os novos modos de construção da notícia, tensionados pela atuação e controle de algoritmos e diferentes atores sociais geram possibilidades de mobilização da opinião pública e de construções de movimentos políticos em percursos não conhecidos ou previamente controlados. A superabundância de informações no ambiente convergente gera dificuldades de diferenciar conteúdos confiáveis e falsos. As mídias sociais não atuam apenas como ambientes de socialização, mas como fontes de informação (AGUIAR e ROXO, 2019). É privilegiada mais a visão do acontecimento do que o fato social ocorrido, mediante o apelo

(3)

291

as emoções, por motivações políticas, financeiras ou mercadológicas, ainda que a disseminação de boatos não seja uma novidade na história da civilização ocidental (GOES, 2019). Segundo Pinto (2019), o excesso de informação é uma das questões centrais da contemporaneidade, de forma que é importante perceber como a informação é produzida, quem a produz, as fontes utilizadas, bem como a credibilidade e a veracidade das notícias. Caballero (2017) destaca ainda que é preciso refletir sobre o papel das tecnologias, seus códigos culturais e ideologias, suas políticas e as formas como o conhecimento é produzido na formação dos futuros jornalistas.

Neste trabalho, a partir de um mapeamento de artigos publicados em periódicos científicos nacionais sobre as relações entre Comunicação e Educação de 2017 a 2019 e de vídeos sobre letramento midiático publicados no YouTube, destacamos a relevância da leitura crítica e da produção de narrativas em áudio e vídeo no ensino do Jornalismo Audiovisual1, apontamos perspectivas de usos das tecnologias digitais e da mídia nos processos de aprendizagem e buscamos contribuir para a concepção do conceito de news literacy.

Olhares acadêmicos sobre Comunicação e Educação

Em um primeiro momento, identificamos as revistas brasileiras de Comunicação indexadas com Qualis A1, A2, A3 e A4 entre 2017 e 2019. Após a coleta, realizada durante o segundo semestre deste último ano, contabilizamos o número de artigos publicados em cada periódico no período estudado e identificamos os artigos que apresentavam discussões sobre Comunicação e Educação, por meio da leitura de todos os resumos. Assim, foi possível aferirmos que foram publicados pouco mais de 5% do número total de artigos sobre esta temática durante o período observado, um conjunto de 183 textos, que constituiu o nosso

corpus, como exposto na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 - Periódicos Qualis A1, A2, A3 e A4 consultados

Extratos Revistas Volumes

Consultados Número total de trabalhos Trabalhos relacionados à Comunicação e Educação A1 Matrizes 8 105 1 A2 Intercom, Galáxia, E-Compós, Famecos, Eco-Pós, Lumina, Contracampo, BJR, Parágrafo e Temática 104 1538 58 A3 Comunicação e Educação, Questões Transversais, Revista Brasileira de História da Mídia, Significação, Animus, Comunicação, Mídia e Consumo, Contemporânea, Anagrama, Devires, Fronteiras, Compolítica 67 779 56

1 O conceito de jornalismo audiovisual é aqui compreendido, como proposto por Becker (2009). Ao observar que

as narrativas jornalísticas em áudio e vídeo na TV e na internet sofriam influências mútuas, passavam por um processo de hibridização, mediadas pelas tecnologias digitais, e as atividades de ver TV e acompanhar notícias na web começavam a se misturar, a pesquisadora nomeou estas práticas de jornalismo audiovisual, as quais tornam-se cada vez mais intensas e complexas na atualidade.

(4)

292

A4 Logos, EPTIC, Comunicare, Conexão, Comunicação e Inovação, Comunicação e Sociedade, Geminis, Estudos

em Jornalismo e Mídia, Mídia e Cotidiano, Novos

Olhares, ECCOM (Educação, Cultura e Comunicação), Verso e

Reverso, Pauta Geral

90 1113 68

Total 35 periódicos brasileiros sobre Comunicação

269 3535 183

Mais da metade desses trabalhos, cerca de 61%, foram publicados em quatro periódicos: 39 textos na revista Comunicação e Educação (USP), 29 artigos na ECCOM

(UNIFATEA-SP), 32 na revista Temática (UFPB) e 11 na Lumina (UFJF). Verificamos ainda

uma ampla variedade de autores e instituições sinalizados nos trabalhos. Entre os 183 artigos, 87 foram escritos por dois ou mais autores. A maior parte das publicações foi da USP ( 13 trabalhos) e da UNESP e da UFSC (8 textos). A UFF e a UFRGS foram representada em sete artigos, a UFMG, UFSM e UNIFATEA-SP em seis, UNIOESTE-PR e UFPB em cinco e a UFJF, FIAM-FAAM-SP e UFPR em quatro. Outras 73 instituições de ensino superior, como a UFRJ, também foram representadas, mas com um número menor de trabalhos. Observamos ainda um número significativo de artigos estrangeiros, a maioria da Espanha. Registramos 15 autores vinculados a instituições espanholas e de Portugal, México, Equador, Peru, Estados Unidos, Chile, Itália, Bélgica, Polônia, Moçambique, Reino Unido, Paraguai e Uruguai. Posteriormente, classificamos os 183 trabalhos em 11 categorias temáticas.

Na categoria Experiências de Ensino e Pesquisa, foram reunidos 33 trabalhos, 27 deles sobre a prática pedagógica para crianças e adolescentes do ciclo básico e para jovens do ensino superior, especialmente, de Comunicação. As discussões destacam desafios e estratégias para o uso de tecnologias no ensino das graduações em Comunicação. Há trabalhos que relatam experiências de literacia publicitária para crianças, oficinas de fanzine e fotografia, o uso de quadrinhos no ensino de História da Arte e a construção de blogs como prática pedagógica. Outros sete artigos versam sobre rádios universitárias, investigando suas historiografias, programações e a contribuições desses veículos para a Educação e a formação de alunos. Os artigos que remetem a estudos de caso reforçam a necessidade de investir e ampliar os espaços e as práticas laboratoriais nas universidades e de incluir o uso de tecnologias no ensino de disciplinas diversas.

A categoria Jornalismo também concentrou 33 artigos que propõem aproximações entre Jornalismo e Educação. Um número significativo de trabalhos reflete sobre o uso de

newsgames na formação dos futuros jornalistas, sobre a relevância de disciplinas direcionadas

ao jornalismo de dados e ao jornalismo literário. A leitura crítica de conteúdos noticiosos é explorada em dois trabalhos: um questiona a inserção de uma disciplina sobre Comunicação e Jornalismo na grade escolar e o outro apresenta uma experiência de análise linguística de notícias em salas de aula. Um grupo expressivo de artigos apresenta estudos de caso sobre radiojornalismo, ética jornalística, questões ambientais e telejornalismo. Há também textos que abordam cruzamentos entre fonoaudiologia e jornalismo, o papel das crianças no jornalismo infantojuvenil no Brasil e em Portugal e o Jornalismo especializado em Educação. Identificamos apenas dois trabalhos que discutem a desordem informativa, a partir da implementação do campo jornalístico-midiático da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), e a news literacy destacando a educação midiática como instrumento relevante para combater a desinformação (CHAVES e MELO, 2019; PINTO, 2019).

(5)

293 Audiovisuais foi a categoria que reuniu o segundo maior número de artigos, um

conjunto de 30 trabalhos. Parte expressiva dos textos aponta que o aprendizado da interpretação e da produção desses conteúdos é uma competência relevante do letramento midiático, especialmente quando articulado às novas práticas de produção, distribuição e consumo de conteúdos e formatos audiovisuais. Há propostas pedagógicas que promovem a realização de educlips ou curta-metragens em salas de aula, a realização de talk shows e de outras produções com imagem e som com os alunos, inclusive como forma de evitar a evasão escolar. Identificamos que o cinema e diferentes gêneros e formatos televisivos são utilizados em atividades de ensino para promover debates sobre de temáticas sensíveis entre professores e alunos, como a homosexualidade, e facilitar a compreensão da literatura brasileira. Três artigos avaliam as competências midiáticas de fãs de séries como The X Files e The

Handmaid’s Tale, e outros dois exploram as relações entre as telenovelas e as audiências,

pensando no valor pedagógico destas produções. Apenas um trabalho contemplou o YouTube, refletindo sobre usos da plataforma por alunos de Ensino Médio em práticas informais de educação e questionando o que leva os jovens estudantes a criarem seus próprios canais (VAZ e BENTO, 2018).

Na categoria Aproximações Teóricas e Metodológicas entre Comunicação e

Educação foram classificados 16 trabalhos, os quais propõem reflexões sobre relações entre

os dois campos, ressaltando a natureza interdisciplinar deste debate e o seu potencial diálogo com outros saberes. Há discussões sobre os Estudos Culturais e o processo de recepção ativa, os conceitos de alienação, interação e instrumentalização, a técnica do grupo focal em pesquisas Educomunicativas, as relações da linguagem com a Comunicação e Educação e o uso de mineração de dados e Big Data em processos de aprendizagem. Porém, um dos trabalhos ressalta que o investimento na educação crítica para as mídias precisa ser reavaliado e questiona a naturalização do discurso sobre a melhoria do ensino mediante o uso de tecnologias digitais no ambiente escolar.

Algumas respostas a este questionamento são encontradas nos trabalhos contemplados na categoria Competências e Letramentos Midiáticos. Parte dos 17 trabalhos inseridos nesta categoria discutem alfabetização midiática, transmídia, digital ou infocomunicacional, sugerindo que as TICs podem ser utilizadas no ensino formal em escolas e universidades como ferramentas que auxiliam o aprendizado de formas diferentes de ler e escrever o mundo. Mas há também artigos que se debruçam sobre outros tipos de competências midiáticas. São analizados, por exemplo, letramentos midiáticos orais, gestuais e literário e a cultura de fãs dos livros de Harry Potter.

A categoria Games e Educação reuniu 14 trabalhos que refletem sobre o uso de jogos de tabuleiro, RPGs e computadores em salas de aula para a promover a aprendizagem de forma lúdica e criativa e sobre o conceito de gamificação. Estes artigos também apontam metodologias para serem aplicadas nos espaços escolares e universitários, discutem a didática de disciplinas como matemática, gramática e teatro, e relatam atividades que despertam a curiosidade e o interesse no ensino. Um dos trabalhos avalia como o público infantil se apropria da publicidade veiculada em sites de jogos.

Na categoria Formação de Docentes e Adultos foram abrigados 13 trabalhos. Os textos versam sobre capacitação e atividades educomunicativas na formação docente, tensões que ocorrem em apropriações de novas tecnologias no ensino, o papel do professor nos estudos das linguagens das mídias, experiências de professores de Educação Física, o uso de apresentações em PowerPoint como objetos digitais de ensino-aprendizagem (ODEAs), o percurso dos educadores do Projeto GENTE, o letramento em marketing e a importância da família e dos valores na Escola de Pais e Mães, um espaço formal de formação parental sediado na Espanha.

(6)

294

Outros 12 artigos, dedicados a refletir sobre aspectos políticos da Comunicação e Educação, foram reunidos na categoria Políticas Públicas de Comunicação e Educação. Estes trabalhos discutem, por exemplo, a Educomunicação como paradigma indispensável à renovação curricular, a reforma do ensino médio e suas intercorrências políticas, o papel de grandes empresas de comunicação, como a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Victor Civita, na Educação, o desenvolvimento das capacidades deliberativas de jovens da rede pública de ensino, as notícias sobre políticas públicas e a formação de professores para educação profissional e tecnológica no Brasil. Um dos trabalhos apresenta uma análise de uma campanha educacional de alfabetização da década de 1960, e quatro discutem aspectos referentes ao rádio educativo, como o Programa Mais Educação implementado pelo Ministério da Educação (MEC) no país e a Rádio Comunitária Muthiyana de Moçambique.

A categoria Inclusão Social e Ações Afirmativas congregou oito trabalhos sobre o potencial da media literacy para promoção da cidadania e o reconhecimento da alteridade de grupos sociais diversos. Verificamos que dois artigos avaliam representações ingéticas de livros didáticos, inclusive de Ciências e Matemática, e outros dois trabalhos promovem o uso de tecnologia como auxílio pedagógico para alunos com dificuldades auditivas e para visualização acessível de informação para surdos. Identificamos também um estudo de uma campanha sobre o HIV, uma discussão sobre a desconstrução de estereótipos étnico-raciais e a apropriação do WhatsApp por quilombolas, bem com o seu uso para o aprendizado coletivo.

A categoria Ambientes Virtuais de Ensino (AVAs) e Aplicativos contemplou cinco trabalhos sobre aplicações e usabilidade de AVAs na Educação a Distância ou em instituições como a UFSM e a Universidad de la República de Uruguay, o perfil de usuários de um site de divulgação científica de Física e o uso de aplicativos de idiomas na aprendizagem da língua inglesa. Por fim, dois trabalhos inseridos na categoria Música propõem reflexões sobre Educação Musical e o papel da mídia e das representações sociais em produções sonoras. A Tabela 2 abaixo apresenta uma sistematização dese mapemanento:

Tabela 2 - Mapeamento da Produção acadêmica sobre Comunicação e Educação (2017-2019)

Categorias Número de Trabalhos

Experiências de Ensino e Pesquisa 33

Jornalismo 33

Audiovisuais 30

Aproximações Teóricas e Metodológicas entre Comunicação e Educação

16

Competências e Letramentos Midiáticos 17

Games e Educação 14

Formação de Docentes e Adultos 13

Políticas Públicas de Comunicação e Educação

12

Inclusão Social e Ações Afirmativas 8

Ambientes Virtuais de Ensino (AVAs) e Aplicativos

5

Música 2

Total: 183

Verificamos nos textos mapeados que a maioria dos trabalhos publicados reconhece o potencial das mídias para reivenções das práticas de ensino e aprendizagem na atualidade. No entanto, a relevância da educação midiática na formação de um pensamento crítico e político

(7)

295

para a transformação social é abordada por vieses distintos em instituições de ensino superior no Brasil e no exterior. Identificamos oito perspectivas epistemológicas e metodológicas distintas nos trabalhos mapeados. Parte expressiva dos artigos é ancorada na Educomunicação, desenvolvida pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (NCE – ECA/USP) que desde 2011 oferece um curso de licenciatura sobre o tema, e considerada por seus pesquisadores como um campo específico e autônomo de intervenção social que surge das inter-relações da Comunicação/Educação (SOARES, 2000). Outros textos originários de pesquisadores da PUC-Rio, sustentam suas reflexões a partir da premissa de que tecnologias da informação e da comunicação configuram um campo de saber necessário ao atendimento de demandas educacionais do século XXI, diretriz do curso de Graduação Produção e Gestão de Mídias em Educação da mesma instituição. Em outros núcleos de pesquisa institucionais do Brasil as competências midiáticas para leitura crítica da mídia são ressaltadas em investigações acadêmicas, disciplinas e atividades de extensão, tomando como referência as seis dimensões propostas por Ferrés e Piscitelli (2015): linguagem, ideologia e valores, estética, tecnologias, processo de interação e produção e difusão. Essas e outras cinco perspectivas teórico-metodológicas que buscam diálogos possíveis entre Comunicação e Educação têm propostas singulares: a Transmedia Literacy, que não propõe um abandono das formas tradicionais de

Media Literacy, mas a complementa e a expande com novas práticas e concepções (SCOLARI, 2018; SIGILIANO e BORGES, 2018); a Alfabetização Informacional Digital - AID, que concentra esforços em discutir os parâmetros de habilidades e competências na alfabetização informacional (VITELA, NORIEGA e ORNELAS, 2018); a Alfabetização Midiática Informacional -AMI, “um conjunto de estados da arte e expertises, necessários à interação protagonista no campo das mídia e informação voltadas a finalidades formadoras e educativas” (TELES, et. al., 2017, p. 80); a metodologia de Episódios de Aprendizagem Situados - EAS, que “considera o aluno como um construtor de conhecimentos e aprendizagem baseada em cinco modalidades principais: a aquisição, a pesquisa, a discussão, a prática e a colaboração” (MIRANDA e FANTIN, 2018, p. 80); e a News Literacy, que ressalta a crise de credibilidade do jornalismo e aponta a necessidade de uma educação midiática específica para interpretação das notícias frente à abundância de informações no ambiente convergente (CHAVES e MELO, 2019; PINTO, 2019). Porém, todas essas perspectivas endossam que a emancipação dos indivíduos e a transformação social está imbricada em processos de aprendizagem que ofereçam instrumentos para a leitura crítica de mensagens da mídia, para a produção de conteúdos e formatos em áudio e vídeo e em outras linguagens, uma vez que estes contribuem para o exercício da cidadania e para uma atuação ativa na vida social. Ao proporem uma educação que possa gerar mudanças sociais, alinham-se às propostas de Paulo Freire (2011), o qual considera que o aprendizado da leitura e da escrita deve ser realizado em acordo com o repertório cultural e os contextos sociais onde os indivíduos estão inseridos, por meio de uma relação dialógica entre educador e aluno. Assim, ao associar a Educação à Comunicação, Paulo Freire destaca que o ato de educar é um ato de comunicação e que o educador deve explorar métodos que despertam a curiosidade, criatividade e interesse das pessoas interessadas em aprender, sejam crianças, jovens ou adultos.

As relevantes contribuições de Paulo Freire são acionadas para articular, teoricamente, o jornalismo à Educação nos trabalhos mapeados (PINHEIRO e PEREIRA, 2018; SILVA e PEREIRA JÚNIOR, 2019). Mas, as relações entre a o jornalismo e as práticas pedagógicas são, majoritariamente, estabelecidas em atividades de ensino, pesquisa e extensão. Contudo, o mapeamento sistematizado peritiu ainda aferir que tanto o jornalismo quanto o audiovisual são objetos de estudo relevante nos estudos acadêmicos sobre Comunicação e Educação, presentes em 63 dos 183 trabalhos, o que corresponde a aproximadamente 34% do corpus por nós observado. A maioria desses trabalhos aponta que o audiovisual é um tipo de prática ou

(8)

296

linguagem que requer uma competência específica, atrelada a outras literacias midiáticas, como ressaltado por Pérez e Delgado (2017) e Maciel e Freitas (2019).

Entretanto, como antes mencionado, localizamos apenas um trabalho que toma o YouTube como objeto de estudo ainda que a plataforma, lançada em 2005, seja um dos maiores reporsitórios on-line de vídeos de usários e reconhecida como uma das novas formas de televisão. Nesse sentido, é relevante refletir sobre oYouTube como um ambiente a ser explorado para a contrução de conhecimentos. Afinal, como argumenta Fischer (2013), as mídias oferecem imagens dirigidas à educação dos indivíduos, às suas formas de ser e atuar nas culturas e sociedades, o que exige pensar nesta “educação do olhar” e nas mudanças causadas pelos meios de comunicação no saber e no ensinar. Para a pesquisadora, o trabalho pedagógico exige abertura à vasta produção audiovisual da mídia, sem preconceitos ou discriminações.

Sob essa perspectiva, o Grupo de Pesquisa Mídia, Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE)2, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (PPGCOM-UFRJ) e certificado pelo CNPq, tem investido em atividades de ensino, pesquisa e extensão3 que possam contribuir para leituras críticas de narrativas audiovisuais e experiências de produção de conteúdos em áudio e vídeo capazes de promover um engajamento mais consciente no ambiente convergente e o exercício da cidadania. Explorar materialidades audiovisuais disponíveis no YouTube sobre Comunicação e Educação que pudessem ser utilizadas em processos de aprendizagem foi uma das principais pesquisas do Grupo realizadas em 2018. Compartilhamos e refletimos sobre os resultados alcançados em seguida.

Explorando os vídeos sobre Comunicação e Educação do

YouTube

A popularização do YouTube transformou esta plataforma em um negócio lucratico para grandes conglomerados de mídia na divulgação e venda de seus conteúdos. O YouTube investe na profissionalização de sua produção, oferece serviço pago para aluguel e compra de filmes e para ouvir músicas sem publicidade, comumente direcionadas ao consumo segmentado, e não possui um filtro efetivo para combater a disseminação de informações falsas e vídeos preconceituosos, violentos ou extremistas. No entanto, a palataforma depende do ativo engajamento de seus usuários, que utilizam o espaço para diferentes finalidades, inclusive para o aprendizado, o que altera as relações das gerações mais novas com as práticas de ensino (BURGESS; GREEN, 2018; CARLÓN, 2013) e, inclusive, a formação de docentes e de adultos em espaços formais e informais de construção de conhecimentos4.

O estudo das materialidades audiovisuais da plataforma sobre Comunicação e Educação nos exigiu escolher três palavras-chave para realizar as nossas buscas nesta plataforma: Comunicação e Educação, Mídia e Educação e Media Literacy. Estes termos

2 Cf. em: http://www.mjae.com.br/. Acesso em: 28 set. 2019.

3 A primeira atividade de extensão do Grupo MJAE foi o seminário nacional Mídia e Educação realizado na Casa

da Ciência na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2016 (www.facebook.com/gpmjae).

4 Uma pesquisa publicada nos Estados Unidos pela Pearson Education revela que para 59% dos jovens

entrevistados da geração Z, nascidos depois de 1990, o YouTube é o método de aprendizado preferido. No Brasil, a pesquisa Juventudes e Conexões, publicada pela Fundação Telefônica Vivo, demonstra que 60% dos jovens entrevistados entre 15 e 29 anos consideram que a universidade é a instituição mais importante para aprender, mas expressam uma forte demanda para o uso das potencialidades dos meios de comunicação nas atividades de Ensino. Disponível em: https://www.pearson.com/content/dam/one-dot-com/one-dot-com/global/Files/news/news-annoucements/2018/The-Next-Generation-of-Learners_final.pdf.;

http://porvir.org/escola-e-a-instituicao-de-referencia-na-vida-dos-jovens-mostra-estudo/. Acesso em: 20 set. 2019.

(9)

297

foram escolhidos por serem usados com regularidade para designar cruzamentos entre ambas as áreas de conhecimento e ações de letramento midiático5. Entre 20 de setembro e 20 de novembro de 2018, a aplicação dessas palavras-chaves resultou na identificação de 753 vídeos de diferentes formatos, correspondentes a 132 horas de material audovisual: 161 com o termo Comunicação e Educação, 135 com Mídia e Educação e 457 com Media Literacy. Durante a sistematização dos dados, excluímos 23 vídeos, removidos pelos próprios usuários após o período de coleta. Em seguida, identificamos os títulos, os autores, a data de publicação e os números de visualização. Assim, pudemos observar que os primeiros vídeos foram postados em 2007, mas a maioria deles foi publicada entre 2016 e 2018 por 607 diferentes atores sociais: canais de usuários, empresas, instituições e profissionais de múltiplos setores. Nem todos os vídeos apontavam suas origens geográficas ou institucionais, mas foi possível identificar conteúdos de 40 países diferentes. A maior parte desses vídeos foi produzida no Brasil (300), nos Estados Unidos (173) e nas Filipinas (132). No período estudado, foram publicados de seis a 11 vídeos do Canadá, da Índia, da Austrália, da Turquia, da Ucrânia, da Itália e da Espanha e apenas de um a quatro vídeos dos demais países. Mas, pudemos verificar como o letramento e a alfabetização midiática atraem o interesse de atores sociais diversos em diferentes regiões do mundo. Posteriormente, verificamos que as temáticas e a duração dos vídeos eram muito variadas, e para organizar a leitura dessa expressiva produção audiovisual definimos e classificamos os vídeos em 13 categorias distintas.

A primeira categoria, Conteúdos Realizados por Alunos, foi a que reuniu o maior conjunto de materialidades. Identificamos 333 vídeos do Brasil e de outros países com grande variabilidade estética e de uso de linguagens, correspondentes a atividades propostas em disciplinas escolares ou universitárias. Esses vídeos refletem sobre o que alunos e professores pensam sobre a influência da mídia na educação de crianças, o uso de mídias em salas de aula e na formação de professores, a educação sexual, o consumismo infantil relacionado às mídias e as relações entre esportes e mídia. Na categoria Palestras, Entrevistas, Debates e

Seminários com Especialistas identificamos 113 vídeos, trechos ou conteúdos completos

gravados no Brasil e no exterior em encontros ou congressos acadêmicos, inclusive veiculados por web TVs universitárias e webinars entre especialistas.

Os vídeos abrigados na categoria Conteúdos de Canais do YouTube foram aqueles que identificamos como os mais críticos e criativos: 92 conteúdos de autores distintos, realizados, inclusive, por youtubers, como os vídeos do Canal Educação Visual em Mídia Social, do Canal de professores Zé & Li e do Canal TI e Criadores6. Destacam-se um vídeo

sobre racismo do projeto Educação para a Crítica de Mídia, do Objethos (Observatório da Ética Jornalística) e um outro, intitulado Mentiras na Educação e na Mídia, do OSH1 Autoimagem, produzido por um canal que disponibiliza vídeos bem elaborados sobre cultura negra e africana. O canal Normose também desperta interesse dos usuários, especialmente, o vídeo publicado sobre a importância de sair das “bolhas" das redes sociais e dialogar. Entretanto, o canal que possui o maior número de vídeos e visualizações é o Crash Course, reunindo dez aulas sobre media literacy7.

Na categoria Conteúdos Institucionais foram classificados 78 vídeos de governos municipais e estaduais, como as prefeituras de Nova Friburgo (RJ), Araras (RJ) e Salvador (BA) e o Governo do Estado do Amazonas, sobre o Centro de Mídias de Educação. As

5 Agradecemos o importante auxílio das estudantes Luiza Medina, Vitória de Carvalho e Andreia Meirelles de

Souza na coleta de dados deste estudo.

6 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9_CQ-nrwqyU. Acesso em: 20 set. 2019.

7 A análise do conteúdo e do formato deste canal foi feita em outro trabalho do Grupo de Pesquisa Mídia,

Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE), cujos resultados foram sistematizados no paper Da crítica ao uso

da mídia nos processos de aprendizagem: uma análise televisual do Crash Course Media Literacy no YouTube,

apresentado no II Congresso Internacional de Comunicação e Educação, promovido pela Abpeducom (Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação) e realizado na USP em 2018 (BECKER, WALTZ, MACHADO, 2018).

(10)

298

temáticas desses trabalhos de outros vídeos reunidos nesta categoria são diversas: conteúdos que apresentam propostas de atividades pedagógicas no ensino básico e discussões sobre formas de comunicação com crianças especiais e direitos de crianças e adolescentes, tanto no Brasil quanto no exterior. Nesta categoria também identificamos o uso da plataforma por pesquisadores interesados nas relações entre Comunicação e Educação, como os dois vídeos de Carlos Scolari sobre Transmedia Literacy.

A categoria Conteúdos de TV e Rádioreuniu 56 vídeos transmitidos, primeiramente, nos meios tradicionais em 25 veículos locais e nacionais do Brasil e de outros países e, posteriormente, replicados na plataforma. Exemplos são os conteúdos da Rede Vida, canal católico do interior do Estado de São Paulo, da TV ALERJ, canal público da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, da TV Cultura e do Canal Futura. O uso desta categoria evidenciou que o YouTube também é um ambiente muito explorado por canais de TV universitários e por atores diversos para a promoção de debates relevantes sobre as relações entre mídias e procesos de aprendizagem.

A categoria Videoaulas e Videoapresentações permitiu organizar 39 vídeos de cursos de Pós-Graduação e Graduação e de Educação a Distância (EaD) de universidades, sobretudo das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país. Observamos ainda conteúdos de aulas de disciplinas diferentes direcionadas ao Ensino Médio no Brasil e vídeos de cursos livres oferecidos nos Estados Unidos, Índia e Canadá sobre Comunicação e Educação.Na categoria

Conteúdos Políticos foram reunidos sete vídeos, cinco produzidos no Brasil e quatro deles

com posicionamentos muito conservadores. Esses conteúdos se referem a “técnicas de seita”, citam Olavo de Carvalho, denunciam supostas práticas “doutrinatórias" utilizadas pela Mídia e pela Educação e atacam ainda o que chamam de “ideologia de gênero”. Mas, há também conteúdos que apontam outras perspectivas, como o áudio do jurista Alysson Mascaro sobre crise, mídia, educação e ondas de ódio.

Na categoria Comunicação, Educação e Saúde foram classificados sete vídeos que priorizam a divulgação científica e estratégias para a promoção da saúde. Exemplo é o vídeo publicados pelo Laboratório Ecos, vinculado à Universidade de Brasília (UnB), com informações sobre a prevenção do Aedes Aegypti. Verificamos ainda 19 conteúdos que o YouTube associou à nossa busca de um único Canal e vinculados ao Sistema COC de Educação e Comunicação, contemplados na categoria Vídeos de Biologia. Esses conteúdos de curta duração trazem informações gráficas sobre temas específicos, como ciclo da vida, fases da mitose ou tipos de fermentação para auxiliar os alunos a apreenderem conhecimentos dessa disciplina.

Na categoria Propaganda e Educação identificamos quatro vídeos sobre a relevância da análise de conteúdos publicitários audiovisuais em sala de aula. Foram classificados na categoria Games e Educação dois vídeos, um sobre o uso de jogos nos processos educacionais do programa Nova Stella - Ciência em Debate, da TVPUC, e outro de um canal sobre ciência e tecnologia que apresenta parte de um documentário sobre Minecraft, um jogo apreciado por crianças que pode ser aplicado na Educação. Na categoria Aprendizado de

Idiomas localizamos dois vídeos e na categoria Psicologia e Educação um único conteúdo

com reflexões sobre Lacan e Educação.

Ao observarmos os vídeos sobre Comunicação, Mídia e Educação disponibilizados no YouTube, foi possível identificarmos usos das mídias para a formação de estudantes e professores, para a divulgação científica e como ferramentas em práticas pedagógicas para projeções ou produção de vídeos. O mapeamento realizado demonstrou, sobretudo, que os vídeos possuem uma grande diversidade e que as ações e reflexões sobre Comunicação, Mídia e Educação, trabalhadas na linguagem audiovisual e publicadas no YouTube por professores, pesquisadores, alunos e instituições, já extrapolam os ambientes formais de ensino e apontam possibilidades de apropriação das mídias e das plataformas digitais para dialogar com as

(11)

299

novas gerações em processos de aprendizagem, aproximando a educação do universo juvenil e proporcionando oportunidades de construção de conhecimentos. Acreditamos que tais mediações são fundamentais, sobretudo, no ambiente convergente, marcado por uma desordem informativa permeada por conteúdos que não contribuem para o exercício da cidadania e para uma leitura crítica e criativa das narrativas audiovisuais. Esta investigação e demais atividades de pesquisa e extensão do Grupo de Pesquisa Mídia, Jornalismo Audiovisual e Educação (MJAE) muito contribuiram para a formulação da disciplina Mídia, Jornalismo Audiovisual e Educação, hoje incorporada ao Curso de Jornalismo da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ), como optativa.

Uma experiência de ensino crítica e criativa

Ao direcionarmos nossos olhares para o pensamento crítico sobre Comunicação e Educação e para a produção audiovisual disponível no YouTube, observamos que parte expressiva das reflexões propostas nos artigos mapeados e dos vídeos ressaltam a importância da interpretação de narrativas audiovisuais noticiosas e da produção em áudio e vídeo em procesos de aprendizagem e dialogam com a proposta da disciplina integrada às ações de extensão do Grupo de Pesquisa MJAE, ministrada durante três períodos para os alunos de Graduação da ECO-UFRJ e aberta à participação de estudantes de licenciatura de diversas áreas de conhecimento. Sugerimos que o primeiro desafio nos processos de ensino e aprendizagem que tomam o ambiente midiático como território possível de construção de conhecimento é entender que os textos midiáticos não são reflexos da realidade, e sim construções que direcionam determinados olhares e percepções do mundo e da experiência social. Mas esta abordagem demanda a compreensão de que o indivíduo não é um mero receptor passivo, pois atribui diferentes interpretações e significações aos textos. A leitura é sempre apropriação, ainda que seja um processo permeado por diversos fatores, como a estrutura e organização do conteúdo e o contexto social, econômico e cultural do leitor. Por isso, compreender (ler) e se expressar (escrever) com as mídias é um ato de estar em contato com o mundo, de reescrever consciente e criticamente a realidade e transformá-la (BECKER, 2016), sobretudo no ensino do Jornalismo Audiovisual. Afinal, o ambiente convergente favorece novas práticas de escrita e de leitura com imagens e palavras que permitem ao leitor ocupar, ao mesmo tempo, o papel de autor e de mediador na construção de saberes (MESTRE, 2017; SOUZA, 2017). Nesse sentido, buscamos selecionar e explorar nestas aulas conteúdos em áudio e vídeo abrigados no YouTube e em diferentes nichos e plataformas, capazes de despertar leituras críticas e criativas das narrativas audiovisuais e novas experiências de ensino e aprendizagem, amparadas nas dimensões teóricas e metodológicas da Análise Televisual e da Media Literacy para uma aprensão mais ampla da vida social e para um engajamento mais consciente no ambiente convergente (BECKER, 2016). A leitura de obras de autores reconhecidos de campos de saber distintos proporcionou discussões sobre as relações entre mídia, cidadania e democracia, a noção de juventude e as novas formas audiovisuais informativas e ficcionais. Considerando a relevância dos códigos audiovisuais na elaboração e ressignificação dos discursos midiáticos, o pensamento crítico também foi estimulado por meio da produção de conteúdos e formatos em áudio e vídeo noticiosos. A utilização de duas ilhas de edição e de equipamentos para gravações da Central de Produção Multimídia (CPM) da Escola de Comunicação da UFRJ e os inestimáveis auxílios do editor Paulo Affonso e dos cinegrafistas Moacir Urbano e Nelson Di Santi tornaram viável a realização das aulas práticas previstas. Foram propostas uma atividade teórica e uma atividade prática para a avaliação do aproveitamento dos alunos: a aplicação da metodologia da Análise Televisual na leitura crítica de obra audiovisual de interesse dos estudantes e a realização de um vídeo. Os resultados dos trabalhos teóricos foram enriquecedores, contemplando olhares

(12)

300

críticos e criativos de notícias, grandes reportagens, documentários, programas de televisão, séries, telenovelas, filmes e videoclipes .

Nas aulas da disciplina oferecida em 2019.1, sugerimos que os alunos realizassem uma síntese de cada um dos textos indicados para leitura a serem discutidos e gravados em áudio e vídeo. Posteriormente, propusemos a elaboração de um único vídeo por todos os estudantes da turma sobre Media Literacy. Pequenos grupos se dividiram, espontaneamente, para realizar tarefas importantes indicadas para a construção deste trabalho: a pesquisa de imagens, o roteiro, a gravação e a edição. Assim, eles puderam experimentar a escrita com palavras e imagens. O esforço da realização de um único trabalho prático, de forma conjunta, se mostrou muito produtivo para a apreensão das reflexões propostas nas aulas teóricas da disciplina e em um expressivo comprometimento dos alunos. O resultado do curso foi gratificante, como foi possível aferirmos na avaliação realizada no último dia de aula. No início do período letivo de 2019.2, todos os alunos quiseram refazer a disciplina para aprender e se expressar mais. As aulas também despertaram o interesse dos estudantes pela pesquisa e duas alunas se tornaram bolsistas PIBIC. O aproveitamento e o interesse dos estudantes pelas atividades sugeridas reafirmaram a relevância de elaborar a ementa e o programa da disciplina optativa Mídia, Educação e Jornalismo Audiovisual, utilizando referências dos artigos publicados em revistas científicas e dos vídeos do YouTube mapeados. Assim, buscamos contribuir para o avanço e a atualização de processos de aprendizagem na área da Comunicação e no campo do jornalismo, propondo novas formas de ver, ler e agir na vida social e colaborando para a transformação dos desafios da sociedade contemporânea e da educação, sobretudo, em um momento que o governo federal acaba com a exigência de registro profissional para jornalistas8, o que não colabora para acentuar a leitura crítica da

realidade social na formação em jornalismo. Contudo, nesse processo também observamos uma lacuna de modelos e categorias teórico-metodológicos que contribuam para o fortalecimento de práticas de news literacy em atividades de ensino, pesquisa e extensão no ensino do Jornalismo e, mais especificamente, no jornalismo audiovisual, em decorrência do hiato entre as representações imagéticas das mensagens da mídia e a realidade social.

Considerações finais

Os indivíduos precisam desenvolver habilidades para lidar com a grande quantidade de informações e competências específicas para a leitura crítica de notícias para reduzir efeitos da desinformação. Tais competências são reconhecidas na produção acadêmica como news literacy, entretanto, ainda não é possível apontar uma definição comum para este conceito (MAKSL, ASHLEY e CRAFT, 2015). As distintas abordagens, porém, convergem para o entendimento de que os cidadãos precisam estar “equipados” para acessar, avaliar e criar produtos e formatos de mídia para se engajarem de maneira consciente no ambiente convergente, sobretudo, os futuros jornalistas em processos de formação direcionados a construção de conhecimentos mais amplos sobre as condições de produção e de confiabilidade das notícias nas interações com as audiências. Assim, a news literacy pode ser compreendida como um subconjunto de linhas teóricas e metodológicas que abordam as relações entre Comunicação e Educação, uma interseção das literácias midiáticas e informacionais ou ainda um subcampo da media literacy, dedicada a proporcionar uma compreensão mais ampla dos processos de produção e consumo de notícias (ASHLEY, MAKSL e CRAF, 2013; MAKSL, ASHLEY e CRAFT, 2016).

No cenário da desordem informativa, entretanto, evidencia-se tanto um empenho dos

8 Disponível em: <

(13)

301

veículos tradicionais de mídia de estimular a averiguação da credibilidade e confiabilidade das publicações, por meio de campanhas e projetos que favorecem a adesão de leitores para sobrevivência das empresas (MAKSL, ASHLEY e CRAFT, 2015), quanto um aumento expressivo de pesquisas acadêmicas sobre news Literacy com o propósito de estimular práticas democráticas e de exercício da cidadania9. Alinhados com este último propósito, sugerimos que a news literacy é uma prática importante no ensino de jornalismo, associada a um projeto educativo mais amplo. Assim, articulando o mapeamento dos artigos publicados sobre Comunicação e Educação às atividades de pesquisa e ensino referidas do Grupo MJAE, este trabalho busca fomentar este debate e contribuir para a concepção do conceito de news

literacy, assumindo que os conteúdos e formatos audiovisuais também podem ser apropriados

como dispositivos pedagógicos para a produção de outros sentidos, percepções e transformações da vida social.

Referências

AGUIAR, A. L.; ROXO, A. L. A credibilidade jornalística como crítica à “cultura de desinformação”. Mídia e Cotidiano, v. 13, n. 3, 2019. Disponível em: <

http://periodicos.uff.br/midiaecotidiano/article/view/38079 >. Acesso 19 dez. 2019. ASHLEY, A.; MAKSL, A.; CRAFT, S. Developing a News Media Literacy Scale.

Journalism & Mass Communication Educator, Sage, 2013. DOI:

https://doi.org/10.1177/1077695812469802. Acesso 15 dez. 2019.

BECKER, B. Mídia, Telejornalismo e Educação. Matrizes: Revista do Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo, São Paulo:

ECA/USP, v. 10, n. 1, p. 149-164, 2016. Disponível em:

http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/viewFile/119541/116878 . Acesso 20 set. 2019. _________. Mídia e jornalismo como formas de conhecimento: Uma metodologia para leitura crítica das narrativas jornalísticas audiovisuais. Matrizes: Revista do Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo, São Paulo:

ECA/USP, v. 5, n. 2, p. 231-250, jan./jun. 2012. Disponível em:

http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/38335/41197. Acesso 20 set. 2019. _________. Jornalismo audiovisual de qualidade: um conceito em construção. Estudos em

jornalismo e mídia, v. 6, n. 2, 2009. Disponível em: <

http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/jornalismo/article/view/11336 >. Acesso 30 nov. 2019.

__________. Desafios da profissão, do ensino e da pesquisa em Jornalismo. Horizontes do Jornalismo – Formação superior, perspectivas teóricas e novas práticas profissionais. Rio de Janeiro, 2011. E-papers.

BECKER, B.; WALTZ, I.; MACHADO, H. L. Da crítica ao uso da mídia nos processos de

aprendizagem: uma análise televisual do Crash Course Media Literacy no YouTube. II

Congresso Internacional sobre Competências Midiáticas. Disponível em: < https://www.abpeducom.org.br/congresso/programacao/ >. Acesso 15 dez. 2019.

BURGESS, J.; GREEN, J. YouTube: Online Video and Participatory Culture. 2nd Ed. Polity Press: Cambridge, UK, 2018.

CABALLERO, F. S. Por uma alternativa crítica para a comunicação educativa na América Latina. [Entrevista concedida a] FÍGARO, R.; MARQUES, A. Comunicação & Educação,

9 C/f Relatório do Reuters Institute. Disponível em: <

(14)

302

22(1), 2017, 99-109. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v22i1p99-109. Acesso 15 dez. 2019.

CARLÓN, M. Contrato de fundaç ão, poder e midiatização: notícias do front sobre a invasão do YouTube, ocupação dos bárbaros. Matrizes: Revista do Programa de Pós-Graduação

em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo, São Paulo: ECA/USP, ano 7,

– n. 1, p. 107-126, jan./jun. 2013.

CHAVES, M.; MELO, L. Educação midiática para notícias: histórico e mapeamento de iniciativas para combater a desinformação por meio da educação. Revista Mídia e Cotidiano, v. 13, n. 3, 2019, p. 62-82. Disponível em: <

http://periodicos.uff.br/midiaecotidiano/article/view/38091 >. Acesso 15 dez. 2019.

CITELLI, A. Comunicação e Educação. In: CITELLI, A.; BERGER, C.; BACCEGA, M. A.; LOPES, M. I. V.; FRANÇA, V. V. Dicionário de Comunicação: Escolas, teorias e autores. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

FERRÉS, J.; PISCITELLI, A. Competência midiática: proposta articulada de dimensões e indicadores. Lumina, v. 9, n. 1, 30 jun. 2015. Disponível em: <

https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21183 >. Acesso 15 dez. 2019. GOES, F. M. A. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCOM-ECO-UFRJ) para obtenção do grau de Mestre em fevereiro de 2019. Disponível em: < http://www.pos.eco.ufrj.br/site/download.php?arquivo=upload/disserta_fgoes_2019.pdf >. Acesso 15 dez. 2019.

FISCHER, Rosa Maria Bueno. Televisão & Educação: fruir e pensar a TV. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

FUCHS, C. Social Media: A Critical Introduction. London: Sage, 2014.

MACIEL, M. S.; FREITAS, G. B. Reflexões sobre a relação entre ensino e audiovisual no Brasil. ECCOM, v. 10, n. 20, 2019. Disponível em: <

http://unifatea.com.br/seer3/index.php/ECCOM/article/view/1060 >. Acesso 15 dez. 2019. MAKSL, A.; ASHLEY, S.; CRAFT S. Measuring News Media Literacy. Journal of Media

Literacy Education (JMLE), Vol.6, n.3, 2015. Disponível em: <

https://digitalcommons.uri.edu/jmle/vol6/iss3/3/ >. Acesso 15 dez. 2019.

MAKSL, A; CRAFT S.; ASHLEY, S. The Usefulness of a News Media Literacy Measure in Evaluating a News Literacy Curriculum. Journalism @ Mass Communication Educator

(aejmc), 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/1077695816651970. Acesso 15 dez. 2019.

MELO, J. M. MacBride, a NOMIC e a participaç ão latino-americana na concepção de teses sobre a democratização da comunicação. Revista Logos, v. 15, n. 1, p. 42-59, 2008. MESTRE, I. Literatura digital: a reconfiguração do leitor, os desafios e a urgência de novas literacias. Lumina, v. 11, n. 3, p. 1-20, 2017. DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2017.v11.21433. Acesso 15 dez. 2019.

MIRANDA, L. T.; FANTIN, M. A perspectiva social das competências midiáticas: reflexões sobre participação e interação das crianças na escola. Lumina, v. 12, n. 1, 2018. DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2018.v12.21493. Acesso 15 dez. 2019.

MORIN, E. Entender o mundo que nos espera. In: MORIN, E.;VIVERET, P. Como Viver

Em Tempo de Crise? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

PÉREZ, M. A.; DELGADO, Á. Da competência digital e audiovisual à competência midiática: dimensões e indicadores. Lumina, v. 11, n. 1, 2017. DOI:

(15)

303

PINHEIRO, R. M.; PEREIRA, A. A. Educomunicação e Jornalismo: uma análise das relações Comunicação/Educação e as contribuições de Paulo Freire em MT e MS. Revista

Contemporânea, v. 17, n. 1, 2019. Disponível em: <

https://portalseer.ufba.br/index.php/contemporaneaposcom/article/view/23389 >. Acesso em: 15 dez. 2019.

PINTO, M. Educação para a Comunicação Social: experiências educativas com o jornalismo em Portugal. [Entrevista concedida a] REHDER, M.; SALDANHA, F. Comunicação &

Educação, 24(1), 2019, 95-107. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v24i1p95-107.

Acesso 15 dez. 2019.

SCOLARI, C. A. Carlos A. Scolari: ecologia dos meios de comunicação, alfabetização transmídia e redesign das interfaces. [Entrevista concedida a] SÁ, F. P. Revista Matrizes, v. 12, n. 3, 2018. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/153214 >. Acesso 15 dez. 2019.

SERRES, M. A polegarzinha: uma nova forma de viver em harmonia e pensar as instituições, de ser e de saber. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

_________. Tempo de Crise. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.

SIBÍLIA, P. Redes ou Paredes: A Escola em Tempos de Dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

SIGILIANO, D.; BORGES, G. Transmedia Literacy: uma análise da repercussão das

estratégias transmídia de The X-Files. Revista Fronteiras, v. 20, n. 2, 2018. Disponível em: < http://revistas.unisinos.br/index.php/fronteiras/article/view/fem.2018.202.06 >. Acesso 15 dez. 2019.

SILVA, L. J. C.; PEREIRA JÚNIOR, A. E. V. Os saberes da pedagogia no telejornalismo: Paulo Freire e a prática jornalística. Revista Famecos, v. 26, n. 1, 2019. DOI:

http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2019.1.31212. Acesso 15 dez. 2019.

SOARES, I. O. “Educomunicação: um campo de mediações”. Revista Comunicação &

Educação, n. 19, 2000. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i19p12-24. Acesso

15 dez. 2019.

SOUZA, M. Protagonismo do leitor: um olhar para o hipertexto e a construção dos saberes.

ECCOM, v. 8, n. 15, 2017. Disponível em: <

http://unifatea.com.br/seer3/index.php/ECCOM/article/view/466 >. Acesso 15 dez. 2019. TELES, P. C. S.; SOUZA, K. I.; CONSANI, M. A.; VETRITTI, F. G. C. Educação e Mídias Digitais Contemporâneas: Tendências on-line, literacias e competências multiplataforma.

Revista Geminis, v. 8, n. 3, 2017, p. 77-87. Disponível em: <

http://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/336 >. Acesso 15 dez. 2019.

VAZ, R. A.; BENTO, M. C. M. Utilização do Youtube por aluno do ensino médio: quando a aprendizagem formal desafia aos organizadores da aprendizagem formal. ECCOM, v. 9, n. 18, 2018. Disponível em: < http://unifatea.com.br/seer3/index.php/ECCOM/article/view/858 >. Acesso 15 dez. 2019.

VITELA, C. T. M.; NORIEGA, J. L.; ORNELAS, M. L. Parámetros para el diseño de instrumentos en la evaluación del desarrollo de habilidades, competencias y alfabetización informacional. Lumina, v. 12, n. 1, 2018. DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2018.v12.21490. Acesso 15 dez. 2019.

VIVERET, P. O que faremos com a nossa vida? In: MORIN, E.; VIVERET, P. Como Viver

(16)

304

WARDLE, C.; DERAKHSHAN, H. Information Disorder: toward an interdisciplinary

framework for research and policymaking. Council of Europe Report, 2017. Disponível em: <

Referências

Documentos relacionados

Dos docentes respondentes, 62,5% conhe- cem e se sentem atendidos pelo plano de carreira docente e pelo programa de capacitação docente da instituição (que oferece bolsas de

As análises serão aplicadas em chapas de aços de alta resistência (22MnB5) de 1 mm de espessura e não esperados são a realização de um mapeamento do processo

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como

MELO NETO e FROES (1999, p.81) transcreveram a opinião de um empresário sobre responsabilidade social: “Há algumas décadas, na Europa, expandiu-se seu uso para fins.. sociais,

Este artigo objetiva analisar uma questão ambiental enfocando maximização de eficiência ambiental decorrente da produção na indústria automobilística brasileira Dentre as

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

Ainda nos Estados Unidos, Robinson e colaboradores (2012) reportaram melhoras nas habilidades de locomoção e controle de objeto após um programa de intervenção baseado no clima de