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ta < {V 1). ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO EXMO. DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS

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VISTOS, RELATADOS E DISCUT acima identificados. esentes autos '

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<2 1891 .11{V 1). ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO

GABINETE DO EXMO. DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS ACÓRDÃO

MANDADO DE SEGURANÇA N° 999.2011.001257-5/001 RELATOR: Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos

IMPETRANTE: Maria do Socorro Andrade de Albuquerque ADVOGADO(A): Ismael Machado da Silva

IMPETRADO(A): Secretario de Saúde do Estado da Paraíba.

CONSTITUCIONAL — MANDADO DE SEGURANÇA — FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO PELO ESTADO — IMPETRANTE PORTADORA DE DOENÇA GRAVE (CÂNCER DE CÓLON) — DIREITO SOCIAL ASSEGURADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL — POSSIBILIDADE, PORÉM, DE SUBSTITUIÇÃO DO MEDICAMENTO POR GENÉRICO EQUIVALENTE — SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE.

— Dispõe o art. 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso Universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação".

— É dever do Estado garantir o fornecimento de medicação indispensável à cura e/ou minorar o sofrimento de portadores de moléstia grave que, além disso, - não, dispõem dos meios necessários ao custeio do tratamento'.

— Havendo a possibilidade de substituição do medicamento requerido por outro genérico, impõe-se a concessão parcial do

mandamus, desde que possua o mesmo princípio ativo e produza

os mesmos efeitos.

ACORDA a Egrégia Segund Seção Especializada Cível do

Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unani dade, em conceder em parte a

segurança, nos termos do voto do relator. RELATÓRIO

(2)

Maria do Socorro Andrade de Albuquerque impetrou Mandado

de Segurança com pedido liminar contra ato do Exmo. Sr. Secretario de Saúde do

Estado da Paraíba que negou o fornecimento do medicamento de que aquela necessita.

A impetrante alega, em suma, que não tem condição financeira de arcar com os custos da aquisição do medicamento ERBITUX (CETUXIMAB), essencial para o tratamento do câncer de cólon. Informa que o referido medicamento possui um custo médio de R$ 1.000,00 (mil reais) a 4.000,00 (quatro mil reais).

A liminar foi deferida (fls. 25/27).

A autoridade coatora não prestou informações, conforme certidão de fls. 53.

A Procuradoria Geral de Justiça, no parecer de fls. 54/60, opinou pela concessão da segurança.

É o relatório. VOTO:

Conforme se depreende do laudo de fls. 20, a impetrante é portadora de câncer de cólon metastático para peritônio (CID 10:C18), necessitando, pois, com urgência, do uso da medicação ERBITUX (Cetuximab).

É consabido que a assistência à saúde é direito de todos os cidadãos, sendo assegurada pela Carta Magna de 1988, que, dentre os princípios fundamentais, assim defende:

"Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesse universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação."

Ressalte-se que já é pacífico o posicionamento dos Tribunais no sentido de fornecimento de medicamentos a pacientes necessitados:

"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA E À SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAÇÃO. CÂNCER. DIGNIDADE HUMANA.

1. A ordem constitucional vigente, em seu art. 196, consagra o direito à saúde como dever do Estado, que deverá, por meio de políticas sociais e econômicas, propiciar aos necessitados não "qualquer tratamento", mas o tratamento mais adequado e eficaz, capaz de ofertar ao enfermo maior dignidade e menor sofrimento.

Precedentes: RMS 17449/MG DJ 13.02.201 • , S 17425/MG, DJ

22.11.2004; RMS 13452/MG, DJ 07.10.200

2. In casu, a impetrante demonstro necessitar de edicamento para tratamento de câncer, nos termos do testado médico ac stado às fls. 11, o qual prescreve uso interno de Agri

3. Extrai-se do parecer minister . 1 de fls. 146, litteris: am a. que não tenha havido recusa formal ao fo ecimento do medicamento pela autoridade impetrada, o cunho impositi o da norma insculpida no art. 196, da Carta Magna, aliado ao caráter de gência e à efetiva distribuição da droga pela Secretaria de Saúde, determinam a obrigatoriedade do fornecimento, pelo Estado do Paraná, da medicação requerida.

(3)

4. As normas burocráticas não podem ser erguidas como óbice à obtenção de tratamento adequado e digno por parte do cidadão carente, em especial, quando comprovado que a medicação anteriormente aplicada não surte o efeito desejado, apresentando o paciente agravamento em seu quadro clínico. Precedente: RMS 17903/MG Relator Ministro CASTRO MEIRA DJ 20.09.2004.

5. Recurso ordinário provido.

(STJ - RMS 20.335/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/04/2007, DJ 07/05/2007 p. 276)."

"MANDADO DE SEGURANÇA - ADEQUAÇÃO - INCISO LXIX, DO ARTIGO 5°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Uma vez assentado no acórdão proferido o concurso da primeira condição da ação mandamental - direito líquido e certo - descabe concluir pela transgressão ao inciso LXIX do artigo 5 0 da Constituição Federal. SAÚDE - AQUISIÇÃO E FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS - DOENÇA RARA. Incumbe ao Estado (gênero) proporcionar meios visando a alcançar a saúde, especialmente quando envolvida criança e adolescente. O Sistema Único de Saúde torna a responsabilidade linear alcançando a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios."

(STF, RE 195192/RS, Rel. MM. MARCO AURÉLIO, DJ 31-03-00 - Segunda Turma). *

Analisando os autos, verifico que a impetrante não possui condições financeiras suficientes para comprar o medicamento de que necessita, pois a mesma é dona de casa. Além disso, é notório que tratamentos desta natureza possuem um custo bastante elevado.

Todavia, ressalto que há a possibilidade de substituição do medicamento solicitado por outro genérico, desde que este esteja devidamente autorizado pelos órgãos de• fiscalização competentes e que detenha o mesmo princípio ativo e produza os mesmos efeitos do ERBITUX (Cetuximab).

Noutro aspecto, analisando o receituário acostados aos autos (fls. 21), infere-se que não consta o período de fornecimento do medicamento, limitando-se a apontar a forma de sua utilização, ou seja, na quantidade de 100mg em 06 fases como dose de ataque e 370mg em 04 fases como dose de manutenção semanal. Desse modo, entendo que os remédios devem ser fornecidos à necessitada pelo período do tratamento determinado em urna nova prescrição emanada do médico, a ser providenciada.

Ademais, na hipótese do termo do lapso estabelecido no receituário não ser suficiente, ou seja, no caso de a solicitante ainda estar precisando dos medicamentos, esta deverá, tão somente, apresentar à edilidade fornecedora uma nova receita médica com tal posologia, desde que estritamente recomendado pelo médico. Neste caso, prescinde-se, pois, de impetração de nova ação ordinária ou mandado de

segurança para garantir a percepção dos medicamentos prescrit

Por tais razões, CONCEDO ' PARTE A SEGURANÇA, no sentido de compelir o Estado, através da Secret.' a Estadual i e Saúde, a fornecer a medicação supramencionada, ressalvada , a i ossibilidade de substituição por

medicamento genérico, se houver, desde qu' produza o mesme efeito e que não haja

prejuízos à saúde da impetrante, sob pena se multa diária de R$ 0:00 (quinhentos reais) a ser paga pela pessoa física do Secretá io de Saúde do Estado da Paraíba e crime de desobediência (art. 26, da Lei n° 12.016/2009).

(4)

Cível, Sala de Sessões do Tribunal Custas pro rata, com a ressalva do art. 12, da Lei n° 1.060/50. Sem honorários (Súmula n° 512 STF).

É como voto.

Presidiu a sessão, com voto, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho, Presidente. Relator: Excelentíssimo Senhor Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram ainda do julgamento os Exmos. Senhores Desembargadores Saulo Henriques de Sá e Benevides,

Romero Marcelo da Fonseca Oliveira, Frederico Martinho da Nábrega Coutinho e Maria das Graças Morais Guedes.

Presente à sessão, representando o Ministério Público, o Excelentíssimo Senhor Doutor José Raimundo de Lima, Procurador de Justiça.

de Justiça do Estado da Par

M io Murilo da Cunha Ramos Desembargador

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(5)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA Diretoria Judiciária

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Referências

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