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As mudanças acarretadas pelo Walt Disney World Resort no Estado da Flórida: um estudo ambiental dos anos de 1971 e 2015

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA SUYANE MARTINS DA SILVA

AS MUDANÇAS ACARRETADAS PELO WALT DISNEY WORLD RESORT NO ESTADO DA FLÓRIDA.

UM ESTUDO AMBIENTAL DOS ANOS DE 1971 E 2015.

Florianópolis 2015

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SUYANE MARTINS DA SILVA

AS MUDANÇAS ACARRETADAS PELO WALT DISNEY WORLD RESORT NO ESTADO DA FLÓRIDA.

UM ESTUDO AMBIENTAL DOS ANOS DE 1971 E 2015.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais.

Professor Orientador: Profª. Carolina Bithencourt Rubim, Msc.

Florianópolis 2015

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RESUMO

O Walt Disney World Resort é uma empresa mundialmente conhecida em distintos âmbitos, respondendo positivamente a todas as mudanças globais. Diante disso, esta monografia desenvolveu como tema central uma pesquisa descritiva sobre as mudanças acarretadas por este complexo no estado da Flórida nos anos de 1971 e 2015, baseado numa análise ambiental, através de estudos bibliográficos complementados pela autora. Apresentando igualmente um resgate histórico do Walt Disney World Resort e caracterizando-o. Contando também com a identificação da gestão do composto de marketing (mix mercadológico) no complexo Disney nos distintos anos, bem como, o conhecimento dos impactos das variáveis externas (socioculturais, políticas, econômicas, tecnológicas, demográficas, ideológicas), e uma análise a estas mudanças internas e externas, visando a comparação destas nos ambos anos. O resultado deste trabalho constata as mudanças ocorridas nos respectivos anos, no complexo, assim como no estado da Flórida, traçando assim um paralelo explicativo.

Palavras-chave: Walt Disney World Resort; Flórida; Análise Ambiental; Mix Mercadológico; Variáveis Externas.

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ABSTRACT

The Walt Disney World Resort is a famous company in differents fields that responding positively to all global changes. Therefore, this monograph developed a study of the changes brought by the complex in Florida in the years 1971 and 2015, based on an environmental analysis through bibliographic studies. Also featuring a historical about the Walt Disney World Resort and characterizing it. Counting with the identification of the marketing mix at the Disney complex in different years, as well as the knowledge of the impacts of external variables (socio-cultural, political, economic, technological, demographic, ideological) and an analysis of these internal and external changes, aimed a comparing about those both years. The result of this work finds the changes that occur in 1971 and 2015 in the complex, as well as in Florida, thus drawing a explanatory. Parallel.

Keywords: Walt Disney World Resort; Florida; Market Segmentation; Marketing Mix; External Variables.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 01 - Componentes do Mix Mercadológico ... 17

Imagem 02 – Caricatura feita ao falecimento de Walter Elias Disney ... 49

Imagem 03 – Abertura do Walt Disney World 1971 ... 51

Imagem 04 – Mapa do Magic Kingdom ... 52

Imagem 05 – Mapa Epcot ... 54

Imagem 06 – Mapa Hollywood Studios ... 56

Imagem 07 – Mapa Animal Kingdom ... 58

Imagem 08 – Mapa Typhoon Lagoon ... 60

Imagem 09 – Mapa Blizzard Beach ... 62

Imagem 10 – Mapa Downtown Disney ... 64

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Condições e tendências ambientais ... 22

Quadro 02- Ralação dos hotéis do Walt Disney World Resort ... 65

Quadro 03 – Análise do mix mercadológico do Walt Disney World Resort em 1971 ... 74

Quadro 04 – Análise do mix mercadológico do Walt Disney World Resort em 2015 ... 75

Quadro 05 – Análise das variáveis externas na gestão socioculturais do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 1971 ... 76

Quadro 06 – Análise das variáveis externas na gestão demográfica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 1971 ... 77

Quadro 07 – Análise das variáveis externas na gestão política/legal do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 1971 ... 78

Quadro 08 – Análise das variáveis externas na gestão econômica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 1971 ... 79

Quadro 09 – Análise das variáveis externas na gestão tecnológica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 1971 ... 79

Quadro 10 – Análise das variáveis externas na gestão ideológica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 1971 ... 80

Quadro 11 – Análise das variáveis externas na gestão socioculturais do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 2015 ... 81

Quadro 12 – Análise das variáveis externas na gestão demográfica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 2015 ... 83

Quadro 13 – Análise das variáveis externas na gestão política/legal do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 2015 ... 84

Quadro 14 – Análise das variáveis externas na gestão econômica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 2015 ... 85

Quadro 15 – Análise das variáveis externas na gestão tecnológica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 2015 ... 86

Quadro 16 – Análise das variáveis externas na gestão ideológica do Walt Disney World Resort e do estado da Flórida em 2015 ... 87

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 11

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ... 11

1.2 OBJETIVOS ... 12 1.2.1 Objetivo Geral ... 12 1.2.2 Objetivos Específicos ... 12 1.3 JUSTIFICATIVA ... 12 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15 2.1 MARKETING ... 15 2.1.1 Variáveis Internas ... 16

2.1.1.1 Gestão de Produto e Serviço ... 17

2.1.1.2 Gestão de Preço ...18 2.1.1.3 Gestão de Praça ... 20 2.1.1.4 Gestão de Promoção ... 21 2.1.2 Variáveis Externas ... 22 2.1.2.1 Socioculturais ... 24 2.1.2.2 Demográficas ... 24 2.1.2.3 Políticas/Legais ... 25 2.1.2.4 Econômicas ... 25 2.1.2.5 Tecnológicas ... 26 2.1.2.6 Ideológicas ... 27 2.2 GLOBALIZAÇÃO ... 27 2.3 CAPITALISMO ... 29 2.4 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO ... 29 2.5 TURISMO ... 30 2.5.1 Geografia do Turismo ... 31 2.6 ENTRETENIMENTO ... 32 2.7 ATORES INTERNACIONAIS ... 33 2.8 EMPRESAS TRASNACIONAIS ... 34 2.9 PARQUES TEMÁTICOS ... 35

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2.10.1 Disneyland – Califórnia ... 37

2.10.2 Disneyland – Paris (Euro Disney) ... 38

2.10.3 Disneyland – Hong Kong ... 38

2.10.4 Tokyo Disneyland ... 38

2.10.5 Shanghai Disneyland Park ... 39

2.10.6 Walt Disney World Resort ... 39

2.11 INDICADORES ECONÔMICOS DE DESENVOLVIMENTO ... 40

2.11.1 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ... 40

2.11.2 Produto Interno Bruto (PIB) ... 41

2.11.3 Produto Interno Bruto (PIB) per capita ... 42

2.11.4 Taxa de Desemprego ... 43

2.11.5 Nível de escolaridade ... 43

2.12 URBANIZAÇÃO ... 44

3. WALT DISNEY WORLD RESORT ... 45

3.1 Walter Elias Disney ... 45

3.2 Projeto e planejamento ... 45

3.3 Inauguração do Disneyworld ... 49

3.3.1 Magic Kingdom ... 49

3.3.2 Epcot ... 52

3.3.3 Hollywood Studios (MGM Studios) ... 54

3.3.4 Animal Kingdom ... 56 3.4 Parques Aquáticos ... 58 3.4.1 Typhoon Lagoon ... 58 3.4.2 Blizzard Beach ... 60 3.5 Downtown Disney ... 62 3.6 Rede Hoteleira ... 64 4. FLÓRIDA ... 67

4.1 Exploração e Colonização Européia ... 67

4.2 Primeiro Período Espanhol ... 67

4.3 Período Britânico ... 68

4.4 Segundo Período Espanhol ... 69

4.5 Período Territorial ... 69

4.6 Guerra Civil ... 70

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5. DIAGNÓSTICO ... 73

5.1 Variáveis Internas (Mix Mercadológico) ... 73

5.2 Variáveis Externas ... 75 6. PROGNÓSTICO ... 89 6.1 Variáveis Internas ... 89 6.2 Variáveis Externas ... 90 6.2.1 Variáveis Socioculturais ... 90 6.2.2 Variáveis Demográfica ... 92 6.2.3 Variáveis Políticas/Legais ... 93 6.2.4 Variáveis Econômicas ... 94 6.2.5 Variáveis Tecnológicas ... 95 6.2.6 Variáveis Ideológicas ... 95 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 98 REFERÊNCIAS ... 99

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1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão expostos o tema desta monografia, assim como a pergunta de pesquisa, que tem o propósito de designar a direção deste trabalho. Os objetivos a serem alcançados encontram-se igualmente explícitos.

Nesta direção apresenta-se a justificativa para o tema escolhido, bem como os procedimentos a serem utilizados são dilucidados nos procedimentos metodológicos.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

A empresa Walt Disney Company é considerada uma das pioneiras da indústria do entretenimento, e por quase um século, conseguiu crescer com sucesso e responder tremendamente bem às mudanças globais, tais como a rápida evolução tecnológica e as constantes variações nas tendências dos clientes.

São numerosas as inovações já desenvolvidas e os projetos em andamento dentro do Walt Disney World Resort, na Flórida. O impacto causado pelo advento da Disney sobre a área de Orlando de acordo com Nader (2014), acarretou mudanças de vários níveis. Um estudo comparativo entre os anos de 1970 e 1990 mostrou que a população cresceu de 450 mil para mais de um milhão de habitantes. O tráfego aéreo aumentou de 1 milhão de passageiros para 7,2 milhões. O número de quartos de hotéis passou de 4 mil para mais de 100 mil, com ocupação média de 84%. A mão de obra teve aumento impressionante: passou de 185 mil trabalhadores, para 600 mil – número ainda insuficiente -, sendo hoje a maior cidade empregadora dos Estados Unidos. Constantemente é requisitada mão de obra estrangeira, inclusive do Brasil. As vendas de varejo ultrapassaram os U$$ 8 trilhões anuais, levando Orlando do 75º para o 18º lugar no mercado norte-americano. O turismo no estado da Flórida cresceu de 23 milhões para mais de 50 milhões de pessoas anualmente.

Atualmente, qualquer empresa independentemente do seu tamanho necessita de uma administração eficiente, pois a grande competitividade do mercado exige um constante melhoramento na gestão do negócio. E os parques da Walt Disney World Resort são um sucesso completo na fidelização de clientes, com índices que chegam até 90% na taxa de retorno. Portanto, uma administração estratégica precisa ir além, pois a economia globalizada rompeu os limites do ambiente, trazendo uma maior complexidade no processo de inserção da empresa na realidade em que ela atua.

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Tendo em vista uma cidade residente do maior conglomerado de entretenimento do planeta, o complexo Disney deve possuir uma participação mercadológica impactante na cidade de Orlando, consequentemente no estado da Flórida.

Baseado no exposto pergunta-se: “De que maneira o complexo Disney acarretou

mudanças nas variáveis ambientais no estado da Flórida?”.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Reconhecer as mudanças acarretadas pelo Walt Disney World Resort no estado da Flórida baseado numa análise ambiental

1.2.2 Objetivos Específicos

Visando atingir o objetivo principal, alguns objetivos específicos são requeridos, entre eles:

• Fazer um resgate histórico e caracterizar o Walt Disney World Resort;

• Identificar a gestão do composto de marketing (mix mercadológico) no Walt Disney World Resort em 1971 e 2015;

• Conhecer os impactos das variáveis externas (socioculturais, políticas, econômicas, tecnológicas, demográficas, ideológicas) de 1971 e 2015;

• Analisar as mudanças do Walt Disney World Resort nas variáveis internas (mix mercadológico) e externas (socioculturais, políticas, econômicas, tecnológicas, demográficas, ideológicas) de 1971 e 2015 no estado da Flórida.

1.3 JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se pela clareza, exequibilidade e pertinência da pergunta formulada como ponto de partida para dar início a este trabalho de conclusão de curso. Segundo Campenhoudt (2008, p. 35; 37-38)

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As qualidades de clareza dizem essencialmente respeito à precisão e à concisão do modo de formular a pergunta de partida. [...] de exequibilidade estão essencialmente ligadas ao caráter realista ou irrealista do trabalho que a pergunta deixa entrever. [...] de pertinência deve ser uma verdadeira pergunta; abordar o estudo do que existe, basear o estudo da mudança no funcionamento; ter uma intenção de compreensão dos fenômenos estudados.

Constatado que o estudo atende a estas qualidades, dar-se á continuidade ao entendimento da importância do trabalho.

O Walt Disney World, desde seu primeiro dia de abertura, foi, e ainda é o sonho de muitas pessoas em torno do mundo. Crianças sonham em encontrar o tão cobiçado Mickey Mouse, e deparar-se com seus sonhos tornando-se realidade, e adultos esquecem seus problemas, sendo levados a reviver uma felicidade imensurável, retomando sua infância em apenas um dia.

Diante de uma empresa que propicia tantos sonhos, ela tornou-se referência absoluta no ramo de parques temáticos, sendo hoje, proprietária de empreendimentos dessa natureza em vários outros países, com seu maior conglomerado na cidade de Orlando, Flórida - o Walt Disney World Resort – objeto de estudo para este trabalho.

O grande crescimento, e principalmente a manutenção do sucesso do empreendimento, justifica a importância deste trabalho em avaliar o quanto uma empresa mundialmente conhecida acarretou mercadologicamente no estado da Flórida, mostrando os impactos para a sociedade, para a economia e para o turismo do estado onde se insere.

Isto posto, esta pesquisa justifica-se também pela curiosidade da pesquisadora e seu desejo de aprofundar o conhecimento sobre a organização, seu fundador e os impactos causados com a instalação do complexo Walt Disney World Resort.

Para a Universidade, o estudo contribuirá com informações relevantes sobre o Walt Disney World Resort, expondo idéias de gestão para diferentes profissionais, não apenas voltados para o mesmo ramo, mas também para implantar tal administração em diferentes áreas. Para os acadêmicos do curso de Relações Internacionais, entre outros, a ampliação do conhecimento de uma empresa que, atualmente, é um exemplo de gestão mundial, evidenciando assim, um novo mercado de trabalho.

Na sequência, serão apresentados os procedimentos metodológicos utilizados ao longo desta pesquisa.

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1.4 PROCEDIMENTOS METÓDOLOGICOS

De acordo com Salomom (2001, p. 152) uma pesquisa é um “trabalho

empreendido metodologicamente, quando surge um problema, para qual se procura a solução adequada de natureza científica”. Portanto, entende-se que uma pesquisa é uma investigação de um problema, realizada a partir de uma metodologia, onde os resultados partem do conhecimento científico.

Com relação à tipologia da pesquisa, a monografia utilizará a pesquisa descritiva, onde o pesquisador visa à descrição do estabelecimento das relações entre as variáveis e tem por finalidade; observar, registrar e analisar a frequência dos fenômenos. Em outras palavras, Oliveira (2001, p. 114) afirma que tal pesquisa é “um tipo de estudo que permite ao pesquisador a obtenção de uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno”.

De acordo com Oliveira (2001) a pesquisa descritiva é subdividida entre pesquisa documental/bibliográfica e a pesquisa de campo. Sendo assim, esse trabalho se enquadra em pesquisa bibliográfica, pois segundo o autor:

A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizam sobre determinado assunto ou fenômeno. Normalmente o levantamento bibliográfico é realizado em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, especialmente, naqueles acervos que fazem parte do catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2001 p.119).

Quando à abordagem da pesquisa, o artigo utilizará o método qualitativo, pois permite o uso de critérios, categorias e a intensidade de uma opinião sobre determinado assunto. Como cita Liebscher (1998, p.71):

Os métodos qualitativos são apropriados quando o fenômeno em estudo é complexo, de natureza social e não tende a quantificação, Normalmente, são usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um elemento importante para pesquisa. Para aprender métodos qualitativos é preciso aprender a observar, registrar e analisar interações reais entre pessoas, e entre pessoas e sistemas.

E dando continuidade a monografia, procede-se ao capítulo seguinte: a fundamentação teórica.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são apresentados os conceitos centrais relacionados ao tema central desta monografia.

2.1 MARKETING

O mundo transita por grandes mudanças, que por vez, acabam fugindo do controle dos indivíduos e das organizações. Novas crenças, novos valores, novos desejos, novas necessidades e expectativas apresentam-se a cada dia.

Segundo Basta (2006) uma organização é de um organismo vivo com valores e propósitos específicos, com uma missão e objetivo a atingir. O autor (2006, p. 15) cita que uma organização “é um sistema único, composto de diversos subsistemas, cada qual com atividades típicas e funções básicas especificas: suprimentos produção, finanças, recursos humanos e marketing”.

Existem numerosas definições para marketing, ainda mais com o desenvolvimento diário no mundo dos negócios, havendo assim, uma evolução constante nas conceitualizações.

Para Drucker (2001, p. 36,), “pode-se presumir que sempre haverá uma necessidade de vender. Mas a meta do marketing é tornar a venda supérflua, é conhecer e entender tão bem o consumidor que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda sozinho”.

Nesta direção, Kotler (2000, p. 36), define o marketing como “o processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Outra definição pelo ponto de vista de Hass (1978) seria que marketing “ é o processo de descoberta e interpretação das necessidades e desejos do consumidor para as especificações de produto e serviço, criar a demanda para esses produtos e serviços e continuar a expandir essa demanda”.

O propósito do marketing é chegar até os clientes e levá-los para comprar, usar, e retornar a comprar o produto. E de acordo com Hiam (1997), este é um trabalho dificultoso, pois de modo geral, os clientes são indiferentes em relação a empresa produtora, importando-se apenas com as suas necessidades e deimportando-sejos.

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A essência do marketing é desenvolver trocas satisfatórias nas quais tanto os clientes quanto as empresas se beneficiem. O cliente espera ganhar uma recompensa ou beneficio que exceda o custo incorrido na transação de marketing. A empresa espera ganhar algo de valor em troca, geralmente o preço cobrado pelo produto. Por meio da interação venda-compra, um cliente desenvolve expectativas quanto ao comportamento futuro do vendedor. Para atender essas expectativas, a empresa deve entregar aquilo que foi prometido. (PRIDE, 2001, p. 4)

Assim, segundo o pensamento de Cobra (2007), a função do marketing pode ser compreendida como a busca de um melhor conhecimento a respeito do que as pessoas querem e precisam, e baseado nisso, conceder os meios para atendê-las, gerando valor adicionado.

O marketing é mais do que a simples publicidade ou venda de um produto; implica desenvolver e gerenciar um produto que satisfará as necessidades do cliente. Seu foco é fazer com que o produto esteja disponível no lugar certo e a um preço aceitável para os compradores. Requer também comunicar informação que ajude os clientes a determinar se o produto satisfará suas necessidades. (PRIDE, 2001, p. 4-5) Cobra (2007) leciona que essas atividades mercadológicas são planejadas, organizadas, implementadas e controladas para atender as necessidades dos clientes (dentro do mercado-alvo). E essas atividades são referidas dentro do marketing como o mix de marketing (produto, praça, promoção e preço).

A seguir estudaremos as variáveis internas.

2.1.1 Variáveis Internas

Atualmente, como explana Las Casas (2006), as organizações adotam inúmeras ferramentas e mecanismos com objetivo de posicionar seus produtos e serviços no mercado, principalmente do que diz respeito à conquistas de novos clientes e a conservação dos já existentes. O autor justifica que se determinada empresa deseja posicionar-se no mercado, ela deverá desenvolver o composto de marketing ou marketing mix para atingir seus objetivos específicos.

Na visão de Cobra (2007) há três sistemas integrados de marketing que definem os inter-relacionamentos dos elementos de marketing com o meio ambiente, e um deles é o composto de marketing, ou mix de marketing.

Os autores Churchill e Peter (2005, p.20) corroboram que um “composto de marketing é uma combinação de ferramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização”.

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Diante da explicação de Kotler (1999), o mix mercadológico encontra-se dividido em quatro variáveis, sendo essas as mais evidenciadas: o produto (e serviço), o preço, a praça (ponto de venda) e a promoção, formando assim, os 4 P’s de marketing.

Imagem 01 – Componentes do Mix Mercadológico Fonte: Serrano (2012).

A seguir serão detalhadas as gestões de produto, preço, praça e promoção.

2.1.1.1 Gestão de Produto e Serviço

Esta variável, segundo Pride (2001, p. 5) lida com a pesquisa das necessidades do cliente, e o projeto de um produto que o satisfaça. O autor cita que “um produto pode ser um bem, um serviço ou uma idéia Um bem é uma entidade física que se pode tocar. [...] Um serviço é a aplicação de esforços humanos ou mecânicos em pessoas ou objetos para fornecer benefícios intangíveis aos clientes”.

O produto é tudo aquilo que é capaz de satisfazer um desejo, uma necessidade e, por isso, tem valor para o consumidor. Mas o conceito de produto pode ser bastante abrangente, incluindo os serviços (educação, recreação, consultoria, assistência médica, etc.), e as ideias (campanhas políticas, campanhas a favor da paz ou contra a guerra, preservação e proteção do ambiente natural, igualdade de direitos, etc.). (FERREIRA, 2010, p. 182)

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Kotler (2002, p. 126) afirma que a base para qualquer negócio é um produto ou um serviço, mencionando que “uma empresa tem por objetivo oferecer algo de maneira diferente e melhor, para que o mercado-alvo venha a preferi-lo e até mesmo pague um preço mais alto por ele”.

É um conjunto de benefícios que satisfaz um desejo ou uma necessidade do consumidor e pelo qual ele está disposto a pagar em função de sua disponibilidade de recursos. Os produtos vão além de bens tangíveis. De modo geral, incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, idéias ou combinações desses elementos. (BASTA, 2006, p. 34)

Pontificado por Dias (2003), um produto é um termo que determina o que satisfaz a necessidade e o desejo do cliente, sendo ele um bem tangível (alimento, roupa, carro, etc), ou um bem intangível (serviço, idéias, emoções, etc).

Cobra (2007) leciona que um produto deve contar com qualidade e padronização (em termos de características, desempenhos e acabamentos); modelos e tamanhos (atendendo as expectativas e necessidades) e uma configuração (apresentação física, embalagem, marca e serviço).

Nessa direção, Las Casas (2006) afirma que é o conhecimento prévio do mercado é de extrema importância para desenvolver produtos e serviços aptos a suprir as exigências do consumidor, pois diante do produto escolhido por uma empresa para atingir seus objetivos, verifica-se que essa empresa deverá conhecer muito bem seu produto, para desta forma desenvolver uma tática adequada, pois todos os fragmentos de um produto podem ser desenvolvidos ou mudados de acordo com as situações deste mercado. Portanto, produto é o conjunto de todos os benefícios, sejam eles funcionais, emocionais, psicológicos, de imagem ou de segurança. Pois de acordo com Ferreira (2010), um produto associa os benefícios principais (necessidades) com vários outros benefícios complementares, como embalagem, garantia, manutenção e a marca. A seguir será abordada a gestão de preço.

2.1.1.2 Gestão de Preço

Segundo a definição de Basta (2006), preço é um valor monetário agregado a um produto ou serviço que pretende ser comercializado.

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prescindem para obter um determinado bem. Quantifica o valor que os consumidores atribuem a um bem, e que estes estão dispostos a trocar por igual importância em dinheiro”. Ou seja, o preço torna-se, de certa forma, um dos elementos que mais influencia da compra do consumidor, sendo um elo entre comprador e vendedor.

O preço é o único elemento do composto de marketing que gera receita; os outros elementos produzem custos. [...] Torna-se fundamental que a empresa saiba orientar seus preços de maneira coerente, uma vez que este elemento é fundamental para maximizar as receitas e alcançar os resultados almejados. (KOTLER, 1993, p. 557-558)

Por esse modo, Churchill e Peter (2005, p. 314) citam o preço como “a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto”.

Pride (2001) afirma que esta variável está relacionada com as decisões e ações coligadas ao estabelecimento de objetivos e políticas de apreçamento e com a determinação dos preços dos produtos.O autor cita (2001, p. 6) que o “preço é um componente crítico no mix mercadológico, porque os clientes estão preocupados com o valor obtido numa troca”. Nesta direção, Kotler (2004) leciona que apesar dos preços atualmente terem sua importância reduzida no momento da escolha dos produtos, muitos compradores ainda o consideram relevante em suas escolhas, encontrando-se como o principal fator na escolha do comprador, sendo uma conclusão, na maior parte do tempo, válida para as nações e grupos desfavorecidos financeiramente, assim como para as commodities.

No entanto, as decisões de preço são influentes por múltiplas variáveis do mercado, que estão fora do controle da empresa. Por exemplo, são influenciadas pela procura – ou seja, os produtos que os consumidores querem adquirir num determinado momento, o desejo de adquirir um produto; pela concorrência – o preço e as ofertas da concorrência condicionam a aplicação de uma política de preços, e condiciona também o posicionamento no mercado dos diversos intervenientes; por outras variáveis, como as margens de comercialização dos distribuidores ou as limitações impostas pela lei. (FERREIRA, 2010, p. 217)

Diante disso, o autor explica que para um programa de marketing ser bem estruturado e efetivo, torna-se de extrema necessidade uma coordenação eficaz relacionada as decisões de preço com todas as demais variáveis envolvidas. Portanto, o preço é mais que um número, ele tem em si, uma avaliação de qualidade e uma avaliação do sacrifício monetário, que juntos formam o valor percebido da compra, influenciando a disposição para comprar.

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2.1.1.3 Gestão de Praça

Na lição de Basta (2006), a praça é o local ou o meio pelo qual é oferecido o produto, pois uma vez que o produto foi desenvolvido, torna-se necessário a sua transferência para o cliente.

De todos os elementos que compõe o marketing mix, a distribuição é, aos olhos do cliente ou consumidor, a menos aparente e palpável. Entretanto, para a organização, as decisões de distribuição são muito importantes pelos impactos que geram nos outros elementos do marketing mix, especialmente a longo prazo. Por exemplo: as decisões relativas à política de preços vão depender da escolha, do tamanho e do número de intermediários, assim como as decisões relativas ao número de vendedores e à qualidade da força de vendas vão depender, entre outros fatores, do número e da capacitação dos distribuidores. (BASTA, 2006, p. 40-41)

Kotler (1999, p. 136) cita que "as empresas reconhecem que suas escolhas de distribuição estabelecem um compromisso razoavelmente longo com qual terão que conviver mesmo se aparecerem canais novos e mais atraentes”. O autor afirma que cada fornecedor tem a responsabilidade de decidir como tornar suas mercadorias disponíveis ao seu mercado alvo, diante de duas escolhas: vender os bens diretamente ou vendê-los por meio de intermediários. Nesta direção, Ferreira (2010) leciona que a política de distribuição não tem apenas a importância de transportar os produtos até os clientes, mas também influencia a forma como os produtores são percebidos pelos consumidores.

Visto que a escolha de um canal de distribuição condiciona todas as outras variáveis do marketing., o autor exemplifica o caso da diferença de preços praticados pelas empresas, diante da escolha de uma distribuição em massa (intensiva) ou através de lojas de especialidade (seletiva).

O empreendedor deve selecionar cuidadosamente o canal de distribuição, atendendo quer à natureza do produto, quer às capacidades da nova empresa. O objetivo desta seleção é garantir a satisfação, ou utilidade, dos consumidores (fornecendo-lhe o preço mais baixo, no melhor local, no “timing” ou momento mais adequado, nas melhores condições e com um bom nível de serviço pós-venda) e um nível de lucros adequado para a empresa (ou seja, que permita chegara o consumidor sem que o canal adicione um custo elevado ao preço final do produto). Assim, o empreendedor necessita planejar o seu modelo de distribuição, avaliando qual o tipo de distribuição que mais se adequa ao seu negócio, tendo em mente, por exemplo, que penetrar na grande distribuição (hipermercados) é difícil para empresas relativamente pequenas com baixo volume de produção. (FERREIRA, 2010, p. 251)

Dessa forma, as decisões de praça repercutem nos mais diversos aspectos que englobam o marketing, transparecendo em importantes decisões que envolvem o preço e até mesmo a promoção do produto.

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2.1.1.4 Gestão de Promoção

McCarthy e Perreault (1997) corroboram que a promoção destaca-se pela função básica de expor aos clientes que o seu produto desejado está à disposição. Apresentando um preço apto aos seus benefícios – encontrando-se acessível em um determinado ponto de venda.

Na visão de Ferreira (2010) a comunicação é uma atividade essencial na estratégia de marketing de qualquer empresa, pois ela é concomitantemente um veículo para a divulgação da empresa e dos produtos, servindo assim, para informar os potenciais e atuais clientes sobre as características e benefícios dos determinados produtos. Segundo Pride (2001) a promoção é o meio de comunicação que cria e mantém relacionamentos favoráveis ao informar e persuadir uma ou mais audiências que vejam uma organização de modo mais positivo e aceitem seus produtos, tendo seu objetivo geral de estimular a demanda pelo produto. Nesta direção, Kotler (1999) afirma que a promoção cobre todas aquelas ferramentas de comunicação que fazem chegar uma mensagem ao público alvo, e essas ferramentas enquadram-se em cinco categorias bem amplas: propaganda; promoção de vendas; relações públicas; força de vendas e marketing direto.

As vendas nas pequenas empresas muitas vezes são realizadas pelo próprio empreendedor. Ainda assim, seja realizada pelo empreendedor, por vendedores ou um setor de vendas estruturado, são três as principais tarefas de venda: conquistar pedidos, tirar pedidos e suporte às vendas. Na consquita de pedidos os vendedores buscam novos clientes. Ao tirar pedidos, o setor recebe um pedido do cliente sem ir atrás dele. E no caso do suporte às vendas, trata-se sobretudo da assistência técnica ao cliente, ou seja, o serviço pós venda. (FERREIRA, 2010, p. 303) A propaganda, de acordo Kotler (1999) é a ferramenta mais poderosa para promover uma conscientização das pessoas sobre uma empresa, um produto, um serviço ou uma idéia. E em relação ao número de pessoas atingidas, a propaganda dificilmente é superada.

A propaganda pelos meios de comunicação de massa, um método promocional muito popular no passado, está sendo menos usada atualmente devido ao seu alto custo e a audiências imprevisíveis. Agora os profissionais de marketing podem tirar proveito de ferramentas promocionais que podem ser direcionadas com mais precisão, como a TV a cabo, a mala-direta, CD-ROMs, a internet, revistas de interesses especiais. (PRIDE, 2001, p. 329)

Para Ferreira (2010) o marketing direto (direct marketing) encontra-se dividido em duas formas de correntes: o correio direto (direct mail) e o telemarketing. O correio direto

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é aquele que o público alvo recebe em sua caixa de correio panfletos, revistas mais sofisticadas ou catálogos. Já o telemarketing envolve um contato com o público pelo telefone, oferecendo-lhes produtos e serviços, ou apenas informações destes. E por fim, as relações públicas, que segundo o autor tem o objetivo de mostrar de forma indireta as vantagens da empresa e de seus produtos. Tendo como exemplo a publicidade da mídia, que significa a sua divulgação espontânea de noticias pelo relacionamento com a imprensa ou o uso de uma newsletter. A seguir serão abordadas as variáveis externas.

2.1.2 Variáveis Externas

Em análise ao ambiente externo Kotler (2000) evidencia que essas são forças

incontroláveis, mas na medida em que a organização consegue prever tendências (direção ou sequência de eventos que ocorrem os longo do tempo), ela tem o poder de transformar essas ações em oportunidades estratégicas.

Segundos os autores Churchill e Peter (2000) o ambiente externo pode ser dividido em seis variáveis, que são elas: variáveis socioculturais, demográficas, políticas /legais, econômicas, tecnológicas e ideológicas.

A tabela a seguir, elaborada por Ferreira (2010), explana as condições e

tendências ambientais das variáveis mencionadas pelos autores no parágrafo anterior.

Socioculturais Demográficas Políticas/legais Econômicas Tecnológicas Ideológicas

Mudança no padrão de

emprego

Crescimento da

população Legislação para proteção do ambiente Nível de endividamento crescente Crescente sofisticação tecnológica Maior responsabilização das empresas Valor da educação e formação profissional Taxas de natalidade baixas nos países mais ricos

Leis sobre níveis de reutilização, reciclagem Taxa de juros a aumentar Crescentes aplicações da biotecnologia e manipulação genética Preocupação com o ambiente Alteração no conceito de família Taxa de envelheciment o e desequilíbrios na distribuição etária Agricultura sustentável e incursões nos alimentos geneticamente modificados Níveis de rendimento das populações e distribuição do rendimento Enfoque da investigação à nanoescala Preocupação com as condições dos trabalhadores

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Envelhecimento

da população esperança Maior média de vida da população Políticas de alojamento (habitação) para todos os cidadãos Crescente utilização dos automóveis Penetração crescente da Internet e meios de comunicação Crescimento da social-democrática e extinção de regimes autocráticos Maior diversidade no local de trabalho Diminuição demográfica e envelheciment o da população Políticas para a educação e I&D como forma de aumentar a competitividade dos países Elevadas despesas do governo Introdução contínua de novos produtos Maior cobertura cultural no exterior Preocupação com a saúde e com a aposentadoria Alterações dos padrões familiares Combate à obesidade e ao tabaco PIB e tendência de evolução Embarateci-mento dos produtos tecnológicos Solidariedade social além da usual função do Estado Tendências mais individualistas da população Diminuição do número de casamentos Maior abertura aos mercados externos Taxa de desemprego Diminuição dos custos de transporte Valores individualista sobrepõe-se a valores coletivistas tradicionais Mudanças no estilo de vida e procura por novas formas de entretenimento Aumento no número de divórcios Maior entrada de empresas estrangeiras Maior concentração da riqueza Equipamentos mais eficientes e com menores consumos Postura quanto à estabilidade do emprego Maior foco na atuação socialmente responsável das empresas Imigração mantem-se ou aumenta Maior regulamentação nos mercados financeiros Mulheres no mercado de trabalho Crescimento nos meios de comunicação Enfoque num estilo de vida mais

saudável Mais mulheres no mercado de trabalho Maior urbanização da população Criação de blocos econômicos com moedas comuns Nível de confiança dos consumidores na economia Aumento da produção de organismos geneticamente modificados Harmonização de algumas preferências Preocupações

ambientais da produção e Globalização dos mercados

Crescimento das tecnologias

sustentáveis Quadro 01 – Condições e tendências ambientais

Fonte: Ferreira (2010, p. 34-35)

O ambiente externo revela inúmeras oportunidades aptas para exploração de empreendedores, dessa maneira, Ferreira (2010) considera que o empreendedor mantenha atenção às mudanças que ocorrem no seu ambiente externo. Monitorando assim as tendências socioculturais, políticas, econômicas, tecnológicas, demográficas, ideológicas, mencionadas

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no quadro 01, para assim identificar as possíveis oportunidades que poderão suportar iniciativas empreendedoras.

2.1.2.1 Socioculturais

As tendências sociais e culturais são um dos pontos que podem influenciar na escolha de um público alvo, pois os costumes podem gerar dificuldades na hora de efetuar uma estratégia, visto que, segundo Menshhein (2006), quando o conhecimento do mercado não é suficiente e os estudos realizados não trazem uma boa base para que as estratégias sejam elaboradas, haverá uma dificuldade de atingir os objetivos nesse mercado.

Diante disso, as evoluções e tendências sociais e culturais descobrem novas oportunidades para novos empreendimentos. Ferreira (2010, p. 37) cita que “algumas mudanças podem ser a consequência do desenvolvimento normal das sociedades ocidentais, que imprimem maior ritmo de trabalho e afastam homens e mulheres de casa”.

Conforme o autor, existem muitos exemplos de alterações e evoluções socioculturais que geram acessibilidade a novos negócios e que o empreendedor deve analisar objetivando avaliar como estas afetam o consumo e quais as necessidades que os clientes procuram satisfazer.

2.1.2.2 Demográficas

As variáveis demográficas apontam um estudo das populações, classes, sexo, rendas, entre outros aspectos. E segundo Pride (2001), são as bases de segmentação mais utilizadas para a distinção de grupos específicos de clientes e consumidores

A demografia estuda estatisticamente as populações e suas características. Dessa forma, a segmentação demográfica diz respeito a dividir os mercados com base nessas características da população. Algumas de suas variáveis principais são: faixa etária; sexo; tamanho médio das famílias; estado civil; número de unidades domiciliares; nacionalidade, religião, raça e genealogia. (DIAS, 2003, p. 21)

Para Kotler (2000) a importância dessas variáveis é tão estimada, que mesmo diante de um mercado que não é descrito em termos demográficos, torna-se necessário o estudo das características demográficas para que se possa estimar o tamanho do mercado alvo e o meio de comunicação que deverá ser usado para atingi-lo de maneira mais eficiente. Como explana Dias (2003), elas podem ser um bom conjunto de informações para empresas que procuram um público alvo mais específico, pois a pesquisa de identificação

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dessas variáveis já nos conduz a informações bastantes relevantes para a identificação e qualificação do mercado desejado.

2.1.2.3 Políticas/Legais

Em conformidade com Pride (2001, p. 47) as forças políticas, legais e reguladoras do ambiente de marketing estão fortemente inter-relacionadas. “As leis são promulgadas, as decisões legais são interpretadas pelos tribunais, e os órgãos reguladores são criados e operados. A legislação e os regulamentos (ou a falta deles) refletem o panorama político atual”. E em função disso, as forças políticas de marketing tem o poder de induzir as decisões e estratégicas de marketing.

É importante considerar a atuação dos partidos e dos grupos que eles representam. As privatizações e a desregulamentação de alguns setores, as instituições jurídicas, a legislação sindical, a proteção à indústria nacional, a lei de patentes, os impostos, o código de defesa do consumidor e a legislação antitruste são algumas variáveis importantes. (BASTA, 2006, p. 28)

Diante disso, as organizações procuram manter boas relações com as autoridades políticas, pois estas, estando favoráveis as empresas ou indústrias, ficam menos dispostas a criar ou pôr a vigor leis e regulamentos desfavoráveis. Ademais, de acordo com Pride (2001, p. 47), “os governos são grandes compradores, e as autoridades políticas podem influenciar o quanto um órgão governamental deve comprar e de quem”.

As oportunidades criadas por ações políticas e por mudanças na regulamentação podem sustentar novos empreendimentos , pois como explana Ferreira (2010), quando o governo emiti legislações que modifiquem algum habito ou mesmo vícios dos indivíduos, surgem assim, janelas de oportunidades para os empreendedores procederem com adaptações que respeitem essas legislações.

2.1.2.4 Econômicas

As forças econômicas no ambiente de marketing influenciam as decisões e atividades tanto das empresas quanto dos consumidores. Pride (2001, p. 46) cita:

O estado geral da economia flutua em todos os países. As mudanças nas condições gerais da economia afetam (e são por elas afetadas) a oferta e a demanda, o poder de compra, o desejo de gastar, os níveis de gasto do consumidor e a intensidade do

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comportamento competitivo. Portando, as condições correntes e as mudanças econômicas têm amplo impacto no sucesso das estratégias de marketing das organizações.

Segundo Ferreira (2010), as forças e mudanças econômicas afetam diretamente o rendimento disponível dos consumidores.

Um fator que influencia fortemente o consumo é a expectativa face à situação econômica futura (exemplos: segurança no emprego, dimensão da família, mobilidade, educação, etc.) [...] Em períodos recessivos ou depressivos as pessoas tendem a poupar mais com receio de instabilidades futuras e a investir menos. Quando uma economia esta próspera, o desemprego está a um nível reduzido e o rendimento total é elevado, o que conduz a um elevado poder de compra e aumento do consumo. (FERREIRA, 2010, p. 58)

Por isso, ao analisar como as forças econômicas afetam as oportunidades, o autor explica que é importante avaliar o mercado que tem dinheiro para gastar e o mercado que está em um regime de corte de custos, pois a disponibilidade de compra está influenciada pela expectativa de satisfação do consumidor, em relação ao produto.

2.1.2.5 Tecnológicas

A tecnologia, compreendido por Pride (2001, p. 52) “é a aplicação do conhecimento e de ferramentas para resolver problemas e desempenhar tarefas mais eficientemente”.

Segundo o autor, decorrente da revolução tecnológica nas comunicações, os profissionais de marketing podem alcançar com mais eficiência um vasto número de consumidores e pessoas através de uma variedade de meios. Como: e-mails, telefones celulares, pagers, além dos computadores portáteis que possibilitam um contato mais próximo com os clientes.

A telecomunicação – uso da tecnologia de telecomunicações para trabalhar em casa ou em outras áreas não tradicionais – está se tornando um uso cada vez mais popular da tecnologia de computação. Cerca de 11 milhões de empregados de telecomutam em pelo menos parte de sua semana de trabalho, e o marketing se tornou uma importante função que pode ser exercida em telecomunicação. (PRIDE, 2001, p. 53) As variáveis tecnológicas, como doutrina Ferreira (2010), criam novas ofertas de produtos e permitem produções mais eficientes nas empresas.

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Existe uma grande evolução e, embora as empresas reconheçam a importância da inovação tecnológica como geradora de novas oportunidades, ainda não possuem a cultura de investir elas próprias, deixando para o Estado – através dos centros de pesquisa e para os centros de instituições de ensino superior – o ônus da criação de conhecimento, ainda que depois pretendam usar esse conhecimento em produtos e serviços comercialmente viáveis. (FERREIRA, 2010, p. 66)

Portanto, de acordo com o autor, os progressos tecnológicos estão constantemente acontecendo, gerando espaços e oportunidades para nossas empresas viáveis.

2.1.2.6 Ideológicas

Diante da explicação dada por Ferreira (2010), a gestão ideológica visa uma maior preocupação dos valores de uma organização. Integrada por uma vasta responsabilização empresarial, com foco no meio ambiente e suas formas de preservação, o bem estar dos trabalhadores, o enfoque da população em hábitos saudáveis, entre outros.

Segundo o autor, as forças ideológicas destinam-se a promover uma maior estabilidade do emprego nas organizações, para um construtivo sucesso empresarial, resultando em uma máxima cobertura cultural exterior, globalizando o mercado.

A solidariedade social, pela compreensão de Ferreira (2010) também é um fator característico das variáveis ideológicas.

2.2 GLOBALIZAÇÃO

O termo globalização é usualmente utilizado para denominar um conjunto de transformações socioeconômicas que vêm cruzando as sociedades contemporâneas em todos os cantos do mundo. Gonçalves; Bauman; Prado, Canuto (1998), nos ensinam que tais transformações formam um conjunto de novas realidades e problemas que parecem implicar grandes dificuldades e novos desafios para os trabalhadores. Podendo ser definida como a interação de três processos distintos, que têm ocorrido ao longo dos últimos vinte anos, e afetam as dimensões financeiras, comerciais e tecnológicas das relações econômicas internacionais. Estes processos são: a expansão grandiosa dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais; o acirramento da concorrência nos mercados internacionais; e a maior integração entre os sistemas econômicos nacionais.

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Caracterizar um conjunto aparentemente bastante heterogêneo de fenômenos que ocorreram ou ganharam impulso a partir do final dos anos 80 - como a expansão das empresas transnacionais, a internacionalização do capital financeiro, a descentralização dos processos produtivos, a revolução da informática e das telecomunicações, o fim do socialismo de Estado na ex-URSS e no Leste Europeu, o enfraquecimento dos Estados nacionais, o crescimento da influência cultural norte-americana etc. -, mas que estariam desenhando todos uma efetiva ‘sociedade mundial’, ou seja, uma sociedade na qual os principais processos e acontecimentos históricos ocorrem e se desdobram em escala global. (ALVAREZ, 1999, p. 97). A globalização, pela compreensão de Ianni (2006), caracteriza-se pela ampla integração econômica, política e cultural entre as nações, destacando-se pela economia, podendo ser de condições distintas, porém nenhuma integração econômica é superior do que a outra. A escolha do país pelo modelo de integração decorre de seus objetivos e do seu grau de dependência entre as grandes potências.

O que separa o mundo desenvolvido do em desenvolvimento não é apenas a disparidade de recursos, mas uma disparidade de conhecimentos. O ritmo em que essa defasagem pode ser diminuída dependerá do acesso dos países em desenvolvimento ao conhecimento, e isso, por sua vez, dependerá de nosso avanço para um sistema mais livre ou mais restrito. (STIGLITZ, 2007, p. 14) Segundo os autores, a globalização pôs em andamento um processo de mudança de grande alcance que afeta a todos. Novas tecnologias baseadas em políticas de maior abertura têm criado um mundo mais inter-relacionado. Isso não só leva a maior interdependência nas relações econômicas – comércio, investimento, finanças e organização da produção de escala global – mas também a uma interação social e política entre organizações e pessoas no mundo todo. Os benefícios que se podem atingir são imensos. Porém Stiglitz (2007 p. 15) certifica que “cerca de 80% da população do mundo vive em países em desenvolvimento, marcados por renda baixa e alta pobreza, alto desemprego e baixa educação. Para esses países, a globalização apresenta ao mesmo tempo riscos e oportunidades sem precedentes”. E para que a globalização tenha um bom resultado, de um modo que enriqueça o mundo inteiro, é preciso fazê-la funcionar para os habitantes desses países.

Atualmente, a ideia de governança é vista como um conjunto de relações intergovernamentais, que envolvem também Organizações Não-Governamentais (ONG), movimentos civis, empresas multinacionais e mercados de capital globais. (COMISSÃO SOBRE GOVERNANÇA GLOBAL, 1996, p. 02).

A crescente possibilidade de interconexão entre as pessoas do mundo todo está auxiliando o reconhecimento de que todos pertencem à mesma comunidade global. E segundo os autores Gonçalves; Bauman; Prado, Canuto (1998) esse novo senso de interdependência, de compromisso com valores universais compartilhados e de solidariedade

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entre os habitantes de todo o planeta pode ser aproveitado para consolidar uma governança global aberta e democrática que beneficie a todos.

2.3 CAPITALISMO

O capitalismo muitas vezes é definido como um sistema econômico em que os atores privados são autorizados a possuir e controlar a utilização da propriedade de acordo com seus próprios interesses, e onde a “mão invisível” (Smith, 2008) do mecanismo de preços coordena a oferta e a procura nos mercados de uma forma que é automaticamente no melhor interesse da sociedade. De acordo com Scott (2006), o governo, nesta perspectiva, é muitas vezes descrito como responsável pela paz, justiça e impostos toleráveis.

O autor define o capitalismo como um sistema de governança econômica indireta para relacionamentos, onde existem todos os mercados dentro dos quadros institucionais que são fornecidos por autoridades políticas, ou seja, os governos.

Enquanto os mercados administram a oferta e a procura, com a ajuda da “mão invisível”, o governo coordena a modernização e as estruturas de mercado de acordo com a mudança de circunstâncias, incluindo a mudança da percepção de custos e benefícios sociais. Em uma perspectiva mais ampla, o governo tem dois papéis distintos, um para administrar as estruturas institucionais existentes, incluindo o fornecimento de infraestrutura e administração das leis e regulamentos. E o segundo papel serve para mobilizar o poder político para trazer a modernização dessas estruturas como circunstâncias ou prioridades sociais. (HESSEN, 1979) Assim, na lição de Scott (2006), para um sistema capitalista evoluir, ele deve ter duas mãos: uma mão invisível que está implícita no mecanismo de preços e uma mão visível que é explicitamente gerenciada pelo governo através de uma legislatura e burocracia.

2.4 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO

De acordo com Furtado (1964) o desenvolvimento socioeconômico pode ser definido genericamente como o processo no qual o crescimento econômico e humano estão interligados em uma relação de dependência.

O desenvolvimento socioeconômico é um processo de mudança social pelo qual um número crescente de necessidades humanas – preexistentes ou criadas pela própria mudança – são satisfeitas através de uma diferenciação no sistema produtivo decorrente da introdução de inovações tecnológicas. (FURTADO, 1964 p. 27)

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Em outras palavras, Colman e Nixon (1981) corroboram que desenvolvimento é definido como um processo de aperfeiçoamento em relação a um conjunto de valores. O centro de todas as controvérsias a respeito da teoria do desenvolvimento socioeconômico está exatamente na definição desses valores. Por ser a economia, uma ciência social, ela lida com valores que podem ser diferentes de sociedade para sociedade, mediante costumes e culturas diferentes.

O desenvolvimento socioeconômico se tornou um fenômeno muito desejado pela população e perseguido pelos governos na busca pela qualidade de vida. O termo desenvolvimento econômico caracteriza-se pela ausência de uma conceitualização universalmente aceita. Segundo Schumpeter (1984), a primeira teoria do desenvolvimento econômico é a análise de Marx (as forças internas do sistema econômico que atuam na base do processo de desenvolvimento capitalista). O autor atribui o desenvolvimento econômico as transformações do processo econômico determinadas pelas inovações que rompem o estado de equilíbrio, ou seja, introdução de novos métodos produtivos, introdução de novos produtos, a abertura de mercados, a descoberta de novas fontes de matérias primas.

O desenvolvimento era encarado como num conjunto de processos interdependentes e, mediante ele, a sociedade tradicional seria transformada numa sociedade moderna. [...] A meta adequada do desenvolvimento era uma sociedade urbana, e o moderno era medido de acordo com o grau de industrialização e urbanização que determinada sociedade houvesse atingido. Desenvolvimento era, sobretudo, desenvolvimento econômico. [...] expresso em termos monetários. (CAIDEN; CARAVANTES, 1988, p. 22).

Existem dois conceitos mais usuais, o primeiro descrito por Singer (1982), que identifica desenvolvimento com crescimento econômico (que a ausência de crescimento econômico é o que caracteriza o subdesenvolvimento), diferenciando o desenvolvimento de crescimento, considerando o crescimento como um processo de expansão quantitativa, de forma que o desenvolvimento é encarado como um processo de transformações qualitativas dos sistemas econômicos prevalecentes nos países subdesenvolvidos. Sobre o segundo conceito, Baran (1977) afirma que o crescimento econômico nada mais é do que a ampliação quantitativa da produção. Assim pode-se defini-lo como a expansão do produto real de uma economia durante determinado período de tempo.

2.5 TURISMO

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atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”. A palavra lazer envolve um conjunto de ocupações em que o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, sendo para repouso, diversão, recreação, entretenimento, através de uma livre capacidade criadora de livra-se ou aliviar-se das suas obrigações profissionais, familiares ou sociais.

Na lição de Cohen (1974) o turismo é um sistema que para obter êxito, depende do entrosamento de quatro grupos principais: o poder público, o empresariado, os profissionais e prestadores de serviços em turismo e a comunidade.

Turismo é o segundo setor em investimentos mundiais, movimentando cerca de 800 milhões de pessoas no mundo. O turismo é hoje uma das maiores fontes de emprego e renda do mundo em que vivemos: um mundo globalizado, onde a tecnologia e o desejo de consumo encurtam as distâncias. As pessoas têm muitos motivos para viajar: negócios, lazer, saúde, cultura, esportes e aventura, religião entre outros. (OMT, 2014)

Nesta direção, Dumazedier (1994) explica que o turismo é um fenômeno histórico sem precedentes, na sua extensão e no seu sentido, sendo uma das invenções mais fantásticas do lazer da sociedade moderna.

Krippendorf (2000) relata as viagens de lazer são opções significativas na sociedade, pois o conhecimento de novos lugares, novas pessoas, novas culturas, além do afastamento da rotina por determinado tempo, são os principais motivos dessa busca por satisfação, relaxamento e diversão. Sair da rotina em busca do novo parece ser objetivo da grande maioria atualmente, pois a necessidade de viajar é, sobretudo, criada pela sociedade e marcada pelo cotidiano. Segundo o autor, as pessoas viajam pelo motivo de não se sentirem à vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho ou onde moram.

2.5.1 Geografia do Turismo

A geografia e o turismo dirigem-se em perspectivas teóricas semelhantes, referindo-se a alguns termos conceituais, mas estabelecendo suas características e objetivos distintos. Para Rejowski (2001), estas duas perspectivas reúnem idéias e áreas em comum. A geografia é uma das poucas disciplinas em que o turismo tem sido reconhecido como área de interesse e, como tal, vem sendo estudado sob a denominação de geografia do turismo, geografia turística ou geografia recreativa. De acordo com o autor, entende-se o turista como

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parte integrante da paisagem, provocando modificações nos relacionamentos culturais, sociais e econômicos dos países visitados.

Os autores Guerreiro e Almeida (2007) corroboram que, como quase toda atividade humana, o turismo também gera impactos positivos ou negativos em cada área envolvida, de acordo com a forma como é planejado, administrado e realizado. O planejamento turístico, que visa atender às necessidades dos indivíduos e contribuir para o desenvolvimento das localidades, baseia-se no princípio da sustentabilidade, ou seja, de fazer uso dos recursos da superfície terrestre de forma equilibrada, gerando o menor número de impactos possível no meio em que é realizado.

O fenômeno do turismo, por sua natureza complexa (...), é um importante tema que deve ser tratado no âmbito de um quadro interativo de disciplinas de domínio conexo, em que o enfoque geográfico é de fundamental importância, uma vez que, por tradição, lida com a dualidade sociedade x natureza. (RODRIGUES, 2003 p.22) Conforme Rodrigues (2003), defende-se uma maior seriedade e profundidade dos estudos turísticos, principalmente no âmbito da geografia, por se caracterizar como um fenômeno complexo e interdisciplinar. O turismo deve ser analisado sob diversos ângulos, abordando direções sociais e suas implicações econômicas, analisando ainda as perspectivas culturais, políticas e ambientais.

Nesta direção, Santos (1996) sustenta que desta maneira que a relação entre turismo, espaço e território depende dos fluxos e fixos, ou seja, da estrutura composta pelos equipamentos turísticos e pela mobilidade provisória do homem de seu território original, acarretando assim, uma desterritorialização e a criação de um novo território em outro lugar: um território turístico.

2.6 ENTRETENIMENTO

O entretenimento, para Gabler (2013), sempre foi o campo fundamental do espetáculo, porém, na atual sociedade do infoentretenimento, entretenimento e espetáculo, adentraram-se pelos domínios da economia, política, sociedade e vida cotidiana por meio de formas inovadoras e importantes.

Para Kellner (2004), diante da prática do espetáculo, as formas contemporâneas de entretenimento, desde a televisão até o palco, incorporaram a cultura do espetáculo a seus empreendimentos, transformando o filme, a televisão, a música, o drama entre outras áreas da

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cultura, elaborando assim, novas formas de cultura extraordinárias, como o ciberespaço, a multimídia e a realidade virtual.

A função do entretenimento é a obtenção de gratificação pessoal ou coletiva. Normalmente, não se espera mais nenhum resultado ou benefício quantificável. [...] O entretenimento tem mecanismos opostos à educação, a qual é concebida com a função de desenvolver as capacidades de compreensão ou de ajudar as pessoas na aprendizagem, e do marketing, cuja função é aliciar as pessoas a comprar produtos. No entanto, a fronteira tem-se tornado tênue à medida que a educação procura incorporar elementos recreativos e o entretenimento e o marketing procuram incorporar elementos educativos. (SAYRE, 2010 p. 11). Sendo uma forma de atividade, o entretenimento capta atenção e interesse de um público, atribuindo prazer e diversão. De acordo com Debord (1997) poucos segmentos empresariais na história tiveram importância parecida como o entretenimento. Com um faturamento maior de 1,3 trilhão de dólares, considera-se maior que a indústria bélica, equivale as indústrias automobilísticas e telecomunicações, perdendo apenas para a saúde e o petróleo. Nos Estados Unidos, os gastos com entretenimento consomem 5,4% do orçamento doméstico à frente de itens: vestuário (5,2%) e saúde (5,25%). Projeta-se uma taxa de crescimento anual de 6,3% superior ao esperado para a economia como um todo. Segundo o autor, estamos entrando era da economia do entretenimento, em função da sua dimensão.

2.7 ATORES INTERNACIONAIS

Na lição de Peccequilo (2004) podemos identificar dois tipos de atores no sistema internacional, cujas ações e interações definirão o perfil e as transformações desse ambiente e que por ele também serão afetados: os atores estatais e os não-estatais. Os atores estatais referem-se aos Estados enquanto os não-estatais podem ser nomeados como as Organizações Não-Governamentais (ONG) e as empresas transnacionais. Esta última, tema dessa pesquisa.

Podemos definir ator internacional como a autoridade, a organização, o grupo e, inclusive, no limite, toda pessoa capaz de desempenhar uma função no campo internacional. Ter uma função pode consistir em tomar uma decisão, iniciar uma ação e inclusive, simplesmente, exercer influencia sobre os detentores do poder de decisão e da força material. (DIAS, 2010, p. 60)

Oliveira (2001) corrobora afirmando que os grupos não-estatais como atores das relações internacionais, se dividem em dois grupos: as associações que não visam fins lucrativos, a exemplos das ONGs e as associações que se desenvolvem com fins lucrativos,

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geralmente em forma de sociedades mercantis ou de corporações comerciais ao adotar a nacionalidade e a legislação de um ou de outros Estados onde se filiam, caracterizando-se pela plurinacionalidade ou até multinacionalidade em razão de seu capital social e pela transnacionalidade de seu raio de ação. Por esta razão pode-se dizer que esses atores internacionais desconhecem fronteiras e nacionalidades.

2.8 EMPRESAS TRASNACIONAIS

Há muitos séculos há empresas que operam em diversos países, e segundo Dias (2010), as corporações multinacionais, tal como conhecemos hoje, surgem no final do século XIX, aumentando gradativamente em importância seu papel na sociedade internacional, durante o século XX. Juntamente com os Estados, constituem um dos principais protagonistas das relações internacionais, chegando esses dois atores a se enfrentarem diretamente, muitas vezes, principalmente em países em desenvolvimento, pois muitas dessas empresas possuem uma renda bruta maior que o PIB de muitos países. Esse fato e as limitações legais quanto ao controle dessas organizações nos países em desenvolvimento, permite uma ampla margem de ação dessas multinacionais, incluindo exploração da força de trabalho e a exploração insustentável de recursos naturais. As corporações multinacionais produzem diversos efeitos sobre a sociedade internacional nos campos econômico, social, político, cultural, ambiental entre outros, afetando os países onde se encontram atuando, reforçando os vínculos de interdependência desigual entre ricos e pobres, pois a grande maioria dessas empresas tem origem nos países desenvolvidos. Por outro lado, as atividades das empresas transnacionais também se refletem na cooperação internacional, onde diversas empresas multinacionais colaboram com projetos, ações humanitárias, campanhas publicitárias de cunho social e ambiental, transferência de tecnologia entre outras.

O conceito de grande empresa, além da associação à eficiência econômica, incorpora aspectos relativos à expansão das fronteiras de acumulação do grande capital, considerando três dimensões: a primeira refere-se ao poder econômico que a caracteriza, capacitando-a como empresa líder em vários aspectos; a segunda diz respeito ao tipo de organização administrativa e funcional, dada por um "governo central" que articula as políticas e as atribuições das unidades produtivas; e a terceira dimensão se relaciona à progressiva internacionalização produtiva da grande empresa ao longo da evolução capitalista (MARTINELLI, 1999, p. 9-10).

Atualmente, relata Strenger (1998), o mundo não permite pensar adequadamente as relações internacionais, sem incluir na sistematização dessa matéria o desempenho e a influência das empresas multinacionais/transnacionais, das quais, pela sua própria natureza,

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ultrapassam as fronteiras nacionais e transbordam o regime jurídico interno. Tratando-se de uma expressão capitalista mundial e da divisão internacional do trabalho entre países em desenvolvimento, estas empresas constituem ao lado dos Estados, das organizações intergovernamentais e das organizações não-governamentais (uma nova categoria de atores). O autor define uma empresa multinacional como uma sociedade que tem atividades outras que não somente a venda em mais de um país.

As empresas transnacionais, fenômeno mundializado, têm incrível poder econômico, grande poder político e estrutural. Respaldadas por Estados e pelas organizações internacionais multilaterais na busca pela maximização dos lucros e minimização dos prejuízos, atuam por meio de coerção física e moral, cooptação e indução. Elas podem ser apontadas, ao lado dos Estados nacionais, seguramente, como os principais entes violadores de Direitos Humanos no mundo, verdadeiros obstáculos na luta social. (PRIOSTE, 2009, p. 11).

Oliveira (2001) explica que o termo empresa transnacional cobre uma série de situações: a extensão além das fronteiras internacionais; uma estrutura e organização fora dos controles internacionais - tornando-se juridicamente desnacionalizadas -; e unidades de produção em vários países, tendo o montante de seu ativo e de seus resultados descentralizados no estrangeiro (administrada por indivíduos de origens nacionais diferentes) aonde as decisões tomadas na empresa esquivam-se da ótica nacional em que as operações não se deparam ao alcance das políticas de país algum.

2.9 PARQUES TEMÁTICOS

A Economics Research Associates (ERA) define parque temático como "uma atração fechada que contém passeios e/ou shows em um ambiente temático, oferecendo um bilhete para os seus clientes, atraindo pelo menos 500 mil visitas anuais” (ERA, 2007).

O conceito de parque temático se baseia num tema específico, ilustrado por personagem(s), localizado(s) geralmente em áreas extensas que permitam uma ampla abordagem do tema escolhido, instalação de brinquedos de alta tecnologia e de uma boa infraestrutura para atividades complementares. Trata-se de um local cercado, o que contribui para a segurança de seus frequentadores, para cujo acesso cobra-se uma tarifa de entrada. Destina-se ao divertimento, entretenimento, contemplação, educação, alimentação (já que passamos muitas horas no local) e compras, utilizado em tempo de lazer, de descanso e de ócio. Trata-se de um espaço lúdico onde jogos, brinquedos e descontração convidam ao divertimento. É planejado de modo que o público permaneça por longo período desfrutando das várias opções e com a certeza e o desejo de repetir a visita (ASHTON, 1999, p. 66). Segundo o autor, parque de diversões é o termo básico para uma união de passeios

Referências

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