• Nenhum resultado encontrado

Portal turístico baseado na web 2.0

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Portal turístico baseado na web 2.0"

Copied!
140
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JESSÉ JAIR DOS SANTOS

LUIZ FERNANDO DOS SANTOS

PORTAL TURÍSTICO BASEADO NA WEB 2.0

Palhoça 2010

(2)

JESSÉ JAIR DOS SANTOS LUIZ FERNANDO DOS SANTOS

PORTAL TURÍSTICO BASEADO NA WEB 2.0

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Ciência da Computação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciência da Computação.

Orientador: Profa. Msc. Vera R. Niedersberg Schuhmacher Co-orientador: Profa. Msc. Maria Inés Castiñeira

Palhoça 2010

(3)

JESSÉ JAIR DOS SANTOS LUIZ FERNANDO DOS SANTOS

PORTAL TURÍSTICO BASEADO NA WEB 2.0

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Licenciado em Ciência da Computação e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Ciência da Computação da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 25 de Novembro de 2010.

Profa. e orientadora Vera R. Niedersberg Schuhmacher, Msc Universidade do Sul de Santa Catarina

Prof. Mário G. M. Magno Jr, Msc Universidade do Sul de Santa Catarina

(4)

Agradeço e dedico este trabalho a todos que me acompanharam e que me apoiaram durante essa trajetória, em especial meus pais e minha esposa.

Jessé Jair dos Santos.

Agradeço e dedico este trabalho as pessoas que me apoiaram e ajudaram de alguma maneira durante todas as etapas deste curso, em especial meus pais, irmãos e minha mulher.

(5)

RESUMO

O setor turístico no Brasil apresenta grandes perspectivas, pois o país, com suas belezas naturais e grande diversidade cultural, torna-se um destino atrativo para brasileiros e estrangeiros. Apesar de todos os esforços ainda lhe faltam meios de divulgação. O ambiente Web vem como resposta como um formato interessante de divulgação, pois as estatísticas apontam para um número cada vez maior de internautas. Ainda, sendo a web um grande recurso, são poucos os ambientes informatizados acessíveis a todos. Um portal construído com a tecnologia Web 2.0 pode criar verdadeiras comunidades virtuais, apoiando o turismo de uma região, servindo como um cartão postal e uma fonte de informação à população que vive em torno do cenário turístico como hoteleiros, taxistas, comerciantes e vendedores. Este projeto propôs o desenvolvimento de um portal que permita o compartilhamento de informações de pontos turísticos, mostrando aos futuros visitantes a cultura, experiências e belezas oferecidas por suas regiões. No desenvolvimento, foi utilizado o servidor Apache para realizar a comunicação, web processando as páginas existentes no portal, a linguagem PHP atrelada a linguagem JavaScript, Ajax, HTML e o banco de dados PostgreSQL. O uso dessas ferramentas permitiu uma dinâmica de inserção e atualização de conteúdos em tempo real. As ferramentas utilizadas na concepção do portal favoreceram a criação de uma aplicação simples, leve e dinâmica, direcionada totalmente para web em que o fluxo de dados e informações são robustas, permitindo inserção de usuários, pesquisa e visualização de pontos turísticos com tradução para diferentes idiomas por meio da ferramenta Google, entre outras opções administrativas.

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa das ideias que irradiam a web 2.0. ... 31

Figura 2: Etapas metodológicas. ... 44

Figura 3: Proposta de solução. ... 45

Figura 4: Diagrama de atores. ... 52

Figura 5: Mapeamento de áreas da interface. ... 54

Figura 6: Navegação do portal... 56

Figura 7: Protótipo de tela - cadastro de colaborador. ... 58

Figura 8: Protótipo de tela - lista de imagens de ponto turístico. ... 59

Figura 9: Protótipo de tela - apresentação de imagem de ponto turístico... 60

Figura 10: Protótipo de tela - lista de denúncias de multimídias... 61

Figura 11: Protótipo de tela - apresentação de denúncia de multimídia. ... 62

Figura 12: Diagrama de pacotes de casos de uso. ... 63

Figura 13: Diagrama de casos de uso Pacote Administração. ... 64

Figura 14: Diagrama de casos de uso Pacote Colaboração. ... 65

Figura 15: Diagrama de casos de uso Pacote Navegação. ... 66

Figura 16: Divisão dos pacotes. ... 84

Figura 17: Tecnologias utilizadas no portal. ... 86

Figura 18: Netbeans 6.9.1. ... 87

Figura 19: Apache 2.0. ... 91

Figura 20: PostgreSql 8.2. ... 93

Figura 21: Apresentação da tela Home... 96

Figura 22: Cadastro de usuário - Apresentação dos termos de uso. ... 97

Figura 23: Cadastro de usuário - Criação da conta. ... 97

Figura 24: Cadastro de usuário - Criação do perfil. ... 98

Figura 25: Cadastro de usuário - Validação da conta. ... 98

Figura 26: Apresentação da tela de login. ... 99

Figura 27: Apresentação da tela de busca pelo ponto turístico. ... 100

Figura 28: Apresentação dos resultados obtidos na busca pelo ponto turístico. ... 100

Figura 29: Tela de apresentação do ponto turístico. ... 101

Figura 30: Tela com informações de um ponto turístico. ... 102

(7)

Figura 32: Tela com imagens de um ponto turístico. ... 104

Figura 33: Tela para cadastro de imagens de um ponto turístico. ... 104

Figura 34: Tela com vídeos de um ponto turístico. ... 105

(8)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Requisitos funcionais... 50

Quadro 2: Requisitos não funcionais. ... 51

Quadro 3: Documentação do ator administrador. ... 52

Quadro 4: Documentação do ator colaborador. ... 53

Quadro 5: Documentação do ator visitante. ... 53

Quadro 6: Documentação do caso de uso - Login usuário. ... 66

Quadro 7: Documentação do caso de uso - Gerenciar usuários. ... 67

Quadro 8: Documentação do caso de uso - Gerenciar perfis de segurança. ... 68

Quadro 9: Documentação do caso de uso - Gerenciar pontos turísticos. ... 69

Quadro 10: Documentação do caso de uso - Gerenciar multimídia. ... 70

Quadro 11: Documentação do caso de uso - Gerenciar denúncias... 71

Quadro 12: Documentação do caso de uso - Bloquear usuário através de denúncia. ... 72

Quadro 13: Documentação do caso de uso - Cadastrar usuário. ... 72

Quadro 14: Documentação do caso de uso - Gerenciar Localização. ... 73

Quadro 15: Documentação do caso de uso - Cadastrar ponto turístico. ... 74

Quadro 16: Documentação do caso de uso - Cadastrar vídeos... 75

Quadro 17: Documentação do caso de uso - Cadastrar denúncia... 76

Quadro 18: Documentação do caso de uso - Cadastrar informações. ... 76

Quadro 19: Documentação do caso de uso - Cadastrar comentários. ... 77

Quadro 20: Documentação do caso de uso - Pesquisar pontos turísticos. ... 77

Quadro 21: Documentação do caso de uso - Cadastrar imagem. ... 78

Quadro 22: Documentação do caso de uso - Cadastrar Estado. ... 79

Quadro 23: Documentação do caso de uso - Cadastrar Cidade. ... 80

Quadro 24: Documentação do caso de uso - Cadastrar Bairro. ... 81

Quadro 25: Documentação do caso de uso - Cadastrar País. ... 81

Quadro 26: Documentação do caso de uso - Cadastrar Rua... 82

Quadro 27: Documentação do caso de uso - Gerenciar estatística de acesso... 83

(9)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 12 1.1 PROBLEMÁTICA ... 13 1.2 OBJETIVOS ... 13 1.2.1 Objetivo geral ... 14 1.2.2 Objetivos específicos ... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ... 15 2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ... 16 2.1 TURISMO ... 16 2.1.1 Turismo na atualidade ... 18 2.1.2 Turismo no Brasil ... 23

2.1.3 A importância do turismo cultural no Brasil... 26

2.1.4 Sociologia do turismo ... 27

2.2 WEB 2.0 ... 28

2.3 COMUNIDADES VIRTUAIS ... 32

2.3.1 Interagindo com pessoas ... 33

2.3.2 Moderadores de comunidades virtuais ... 33

2.3.3 Negócios em comunidade ... 34

2.3.4 Aprendendo em comunidade... 36

2.3.5 O futuro das comunidades virtuais ... 36

2.3.6 A contribuição da Tecnologia da Informação (TI) e das comunidades virtuais para o turismo ... 38

3 MÉTODO ... 41

3.1 PESQUISA ... 41

3.1.1 Classificação dos tipos de pesquisa ... 41

3.1.2 Caracterização do tipo de pesquisa ... 44

3.2 ETAPAS METODOLÓGICAS ... 44

3.3 PROPOSTA DE SOLUÇÃO ... 45

3.4 DELIMITAÇÕES ... 46

3.5 CRONOGRAMA ... 47

(10)

4.1 MODELAGEM DO PORTAL TURÍSTICO BASEADO NA WEB 2.0 ... 49

4.1.1 Requisitos funcionais ... 49

4.1.2 Requisitos não funcionais ... 50

4.1.3 Atores... 51

4.1.4 Mapeamento de áreas da interface ... 53

4.1.5 Hierarquia do conteúdo ... 55

4.1.6 Protótipos de tela ... 57

4.1.7 Diagramas de caso de uso ... 62

4.1.7.1 Pacote administração ... 64

4.1.7.2 Pacote colaboração ... 65

4.1.7.3 Pacote navegação... 65

4.1.8 Documentação dos casos de uso ... 66

4.1.9 Diagrama de classes ... 83

4.1.10 Diagrama entidade relacionamento ... 84

5 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA ... 86

5.1 FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS UTILIZADAS ... 86

5.1.1 Netbeans 6.9.1 ... 87

5.1.2 SVN – (Subversion) ... 88

5.1.3 JAVASCRIPT... 88

5.1.4 PHP 5 ... 89

5.1.5 AJAX - Asynchronous JavaScript And XML ... 90

5.1.6 APACHE ... 91

5.1.7 POSTGRESQL ... 92

5.1.8 CSS - Cascading Style Sheet ... 93

5.2 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO ... 94

5.3 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA ... 95

5.3.1 Apresentação da tela Home ... 95

5.3.2 Apresentação do cadastro de usuário ... 96

5.3.3 Apresentação da tela de login ... 99

5.3.4 Apresentação da tela de busca pelo ponto turístico ... 99

5.3.5 Apresentação do ponto turístico ... 101

5.3.6 Apresentação do ponto turístico acessando a guia informações ... 101

5.3.7 Apresentação da tela do ponto turístico acessando a guia imagens ... 103

(11)

5.4 PROBLEMAS ENCONTRADOS NO DESENVOLVIMENTO ... 106

5.5 VALIDAÇÃO ... 107

6 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ... 109

REFERÊNCIAS ... 111

APÊNDICE ... 119

APÊNDICE I – PROTÓTIPOS DE TELA ... 120

APÊNDICE II – DIAGRAMA DE CLASSES DO PACOTE USR ... 136

APÊNDICE III – DIAGRAMA DE CLASSES DO PACOTE GEO ... 137

APÊNDICE IV – DIAGRAMA DE CLASSES DO PACOTE TUR ... 138

APÊNDICE V – DIAGRAMA DE CLASSES DO PACOTE MID ... 139

(12)

1 INTRODUÇÃO

Turismo e lazer são essenciais para o desenvolvimento do ser humano, favorecendo a saúde física e mental que são fundamentais no mundo em que vivemos.

Segundo Trigo e Almeida (2007), vivemos um período de mudanças históricas, com acontecimentos de reflexo internacional, ocorrendo de maneira intensa e decisiva. Uma parte dessas mudanças refere-se à globalização. A expansão da globalização aconteceu de forma intensa e acelerada ao longo dos anos 1990, e isso ajudou a transformar o turismo em um setor cada vez mais importante no mundo todo, seja econômica, cultural ou socialmente. Os três fatores fundamentais para o desenvolvimento do turismo em um país ou região são: estabilidade política, social e econômica.

A cultura é parte fundamental do turismo, uma vez que o turista é atraído pelas novidades, desde que se tenha conforto e segurança. Qualquer que seja o motivo da viagem, haverá sempre um elemento cultural: a gastronomia, a arte, o artesanato ou outros produtos locais, as paisagens naturais e culturais do receptivo, suas festas e celebrações, a música ao vivo nos bares e a cultura viva presente nas ruas.

De acordo com Brod (2007), a Web 2.0 é a base para o desenvolvimento da inteligência coletiva. A inteligência coletiva é aquela que nasce quando deixamos de ser apenas receptores de informação, mas adquirimos a capacidade de levar nossa ideia a muitas pessoas de uma só vez, de forma imediata ou não, interagindo, também, com as ideias de muitas outras pessoas e criando um caldeirão de conhecimento que, com a crítica, a análise e a contribuição de todos, passa a ser automaticamente organizado e filtrado. Esta nova forma de expressão do conhecimento, na internet, vem representada especialmente através dos mais variados tipos de blogs e a interação gerada por eles.

Um portal construído com tecnologia Web 2.0 pode apoiar o turismo de uma região, servindo como um cartão postal e uma fonte de informação à população, os hoteleiros, taxistas, comerciantes e vendedores podem se comunicar e sabem o que indicar aos visitantes. O portal deve apoiar o compartilhamento de informações, mostrando aos futuros visitantes suas culturas, experiências e belezas oferecidas pelas suas regiões.

(13)

1.1 PROBLEMÁTICA

Admirado com as belezas naturais de nosso país, Jorge Ben Jor compôs a canção "País Tropical", cuja letra continha a estrofe "Moro num país tropical abençoado por Deus, e bonito por natureza, mas que beleza". Assim, como Jorge Ben Jor, outras milhares de pessoas também são admiradoras das belezas naturais e das maravilhas projetadas pelo homem.

O turista, ao escolher seu destino de viagem, pode encontrar vários sites pela Internet que promovem a divulgação turística, no entanto, estes ambientes limitam-se a divulgação de regiões específicas, cujo foco são os estabelecimentos. Por um outro lado, suponhamos um lugarejo distante nos confins do Brasil com praias paradisíacas e moradores que vivem da pesca e do artesanato com sol o ano inteiro. Apesar da beleza bucólica e atrativa, pouco ou nada ouviu-se falar sobre esse lugar. Os moradores e estabelecimentos dessa região, com certeza, gostariam de mostrar para o mundo o paraíso em que vivem, mas não possuem capital para investimento, e acabam desperdiçando um importante potencial socioeconômico que a região apresenta.

Devido a falta de um portal na Web com foco no turismo, que permita a interação e a colaboração de pessoas, muitos usuários promovem a divulgação de regiões e estabelecimentos comerciais em redes sociais como o orkut, facebook e twitter. A ideia, em principio, é boa, o problema é que essas redes possuem foco nas pessoas e não no turismo.

O turismo, no Brasil, tem grande potencial para lazer e para negócios, mas ainda lhe faltam meios de divulgação e de um ambiente informatizado que seja de livre acesso para que os usuários possam interagir e colaborar, assim contribuindo com o seu desenvolvimento.

1.2 OBJETIVOS

(14)

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo deste projeto é o desenvolvimento de um portal que permita a apresentação turística de regiões potenciais para este tipo de desenvolvimento socioeconômico.

1.2.2 Objetivos específicos

• apresentar um breve estudo sobre o turismo no Brasil; • identificar as principais linhas de turismo no Brasil;

• levantar um estudo sobre as comunidades virtuais e a contribuição para o meio;

• definir os requisitos do portal; • desenvolver o portal turístico.

1.3 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista todo o potencial turístico que nosso país apresenta, os autores acreditam na importância para a cadeia turística da construção de um portal turístico que ofereça diversos serviços, atendendo qualquer pessoa que queira viajar, seja para o litoral ou interior, a oferta de dicas de regiões de acordo com o desejo do visitante, fornecendo informações, imagens, vídeos, comentários e outros.

Segundo Nunes (2010), assim como o desenvolvimento econômico de cada região do Brasil, o turismo colabora, também, com a evolução sociocultural das pessoas, com destaque para a preservação do meio ambiente e do patrimônio histórico, o desenvolvimento dos recursos humanos e as mudanças de atitudes, hábitos de consumo, estilos de vida e padrões de comportamento.

(15)

De acordo com Oleias (2009), estudos mostram que horas de lazer resultam em maior produtividade das pessoas em seus locais de trabalho, e o turismo deverá atingir uma dimensão ainda maior no mundo "globalizado” do futuro. Com a redução das horas de trabalho e consequente aumento do tempo livre para informação, cultura e entretenimento, a tendência é que o turismo seja algo indispensável no cotidiano de todos.

A ideia de disponibilização de uma série de serviços gratuitos, inclusive a divulgação de estabelecimentos comerciais nas regiões turísticas, porém com algumas limitações como número de imagens, vídeos e possíveis serviços futuros, mas sempre mantendo um plano básico livre aos usuários, é vista como uma nova forma de oferecer a informação à comunidade interessada.

Provavelmente, seja factual encontrar na internet uma série de sites que realizam este tipo de serviço. O diferencial, neste portal, no entanto é o uso da ideia da Web 2.0, isto é, a criação de um portal colaborativo cuja alimentação da base de dados tenha como principal fonte os próprios usuários do site.

1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

A estrutura inicial do PCC é apresentada através dos capítulos um e dois. O capítulo um apresenta o tema principal do trabalho, bem como o problema e a justificativa do por quê tratar do assunto em questão. Neste capítulo, também, são apresentados os objetivos que se pretendem alcançar com o desenvolvimento do projeto.

O capítulo dois visa ao desenvolvimento teórico do tema com base em referências bibliográficas. O tema do trabalho trata o desenvolvimento de um portal turístico baseado na Web 2.0. Com base no tema, o capítulo dois deve abordar um breve estudo sobre o turismo no Brasil, identificando as principais linhas de turismo.

O capítulo 2 apresentará um estudo sobre as redes sociais e a contribuição para o meio, a definição dos requisitos do portal e a elaboração da política de uso do portal.

(16)

2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, é abordada a fundamentação teórica da monografia, apresentando temas como turismo, sociologia do turismo, o turismo sustentável, a Web 2.0 e comunidades virtuais.

2.1 TURISMO

Segundo Mesquita (2006), o conhecimento da história tem papel fundamental para a compreensão da evolução do turismo, pois, desde as mais antigas civilizações, existiram atividades que se realizavam como turismo, porém o turismo se dinamizou apenas recentemente, pois sua referência principal é o capital. Por isso, o turismo tem melhor se evidenciado neste sistema capitalista, no qual, momentos de não trabalho podem propiciar momentos de lazer e, dentre esses momentos de lazer, é que existe o turismo.

O turismo está ligado ao desenvolvimento do capitalismo. O barulho, poluição, trânsito lento, ritmo acelerado nas construções, tudo isso já existia em Londres, há mais de dois séculos. Esse ambiente urbano, resultado da divisão social do trabalho, gerou, também, as oportunidades de evasão, ao menos por parte da elite, em busca do lazer e das viagens. Roma e Londres não eram ou não são cidades industriais, mas centros urbanos da sociedade industrial a mostrar que o capital transformou a vida urbana não apenas nos centros industriais como, talvez, ainda mais, nos centros urbanos ligados ao capital. Nesse contexto, surgiram os conceitos de preservação e conservação do patrimônio nacional, no auge da Revolução Francesa, que viriam a fundar as bases do Patrimônio no Brasil e, também, da própria Humanidade. (FUNARI, 2005).

Para Filho (2006), a importância do estudo do turismo é que a mesma pode ser percebida como uma necessidade histórica/biológica. O turismo nasce como uma resposta cultural dada a uma necessidade biológica, portanto, faz parte da referência histórica dos homens.

O termo turismo surgiu apenas no século XIX, mas, há três mil anos antes de Cristo, já existiam formas de turismo. A literatura acerca da história do turismo descreve que

(17)

o homem passou a viajar por diversas motivações, como as religiosas, as políticas, de prazer ou simplesmente de curiosidades. Contudo, a principal motivação de viagem, na antiguidade, foi a necessidade de comercialização com outros povos, na qual grandes extensões de terra eram percorridas para que esse comércio fosse efetivamente praticado. Entretanto, algumas dessas formas de turismo relatadas na literatura não estavam diretamente relacionadas com a comercialização, como Os Jogos Olímpicos da Era Antiga 456 AC a 393 DC, que conseguiu fazer com que várias viagens fossem empreendidas, no intuito de que as pessoas participassem dos jogos disputados na cidade de Olímpia. Do mesmo modo, as Cruzadas, nos anos de 1096 a 1270 DC, fomentada pela Igreja Católica, foram um evento incentivador de deslocamentos humanos, passando por vários centros religiosos da Europa para libertar Jerusalém do domínio Árabe. (IGNARA, 2003, apud MESQUITA 2006).

Na idade média, no século XVI, notou-se o início de um costume das classes mais abastadas de enviarem seus filhos para estudar em outras cidades com propósitos educacionais. Esse costume atingiu seu auge no século XVIII e ficou conhecido como Grand Tour uma atividade muito comum entre as elites britânicas, reunindo ao mesmo tempo prazer e instrução. O século XVIII presenciou um desenvolvimento considerável em infraestrutura turística, sob a forma de balneários espalhados por boa parte da Europa. (THOMPSON, apud URRY, 2001, p.20).

De acordo com Mesquita (2006), com a Revolução Industrial e o capitalismo comercial nos séculos XVIII e XIX, uma maior quantidade de pessoas passou a viajar, pois obtinham uma quantidade maior de recursos econômicos e de meios de transportes para usufruir. Com o advento da máquina a vapor e o consequente surgimento dos barcos e trens a vapor e a construção de ferrovias, os deslocamentos passaram a atingir destinos mais longínquos, propiciando a exploração econômica das viagens turísticas.

O Século XX deixou o legado de várias invenções, proporcionando ao homem uma série de facilidades para seu deslocamento como carros e aviões, foram ainda criados rodovias e aeroportos para atender a sempre crescente demanda turística. Mas foi, somente, a partir do término da Segunda Guerra Mundial, que o turismo se tornou uma atividade de massa. Já, na década de oitenta, a prosperidade econômica atingiu várias camadas sociais e possibilitou um número expressivo de pessoas de viajar. (IGNARA, 2003, apud MESQUITA, 2006).

Para Funari (2005), à criação do turismo, dois fatores ligados à revolução industrial devem ser mencionados: as locomotivas e os navios a vapor que, aliados ao telégrafo, foram fundamentais para a organização das viagens. Apareceram, na sequência, as

(18)

atividades de suporte básico, na hospedagem, alimentação, transportes. Os guias turísticos começam a difundir-se a partir da década de 1830, as livrarias em estações de trem, na Inglaterra e França, a partir de 1850.

De acordo com Souza (2004), o turismo de massas, característico do século XX e que se alonga neste novo século, é fruto da modernidade. Assim, como o indivíduo muda e transforma sua sensibilidade em face de outras esferas de sua vida, o Turismo, também, modifica-se: deixa de ser elitizado, populariza-se como atividade humana; é decorrente de transformações sociais e econômicas, as quais somente surgem e se concretizam do século XIX em diante, como conquistas trabalhistas, o aumento populacional urbano; essa vida urbana, ardorosa, de muito trabalho, rotineira, maçante, exaustiva pede socorro em seus momentos de lazer ou, quando há oportunidade, de realizar uma viagem turística.

2.1.1 Turismo na atualidade

O turismo é o setor que cresce mais rapidamente no mundo e oferece inúmeras oportunidades de carreira aos jovens. Além disso, pode ser a engrenagem do crescimento econômico local ou nacional. Em muitos países, o aprendizado sobre viagens e turismo tanto pode fazer parte do currículo acadêmico, quanto ser um curso complementar.

Segundo Trigo e Almeida (2007), o turismo deve ser definido como um fenômeno que ocorre quando as pessoas se deslocam para lugares diferentes dos de sua residência, com intenção de retorno. Para a ocorrência desse deslocamento, é necessário existirem condições que o possibilitem, ou seja, o turismo não abrange somente o fenômeno em si, mas todos os serviços e produtos que permitem sua ocorrência, como transportes, meios de hospedagem, serviços de agenciamento, alimentação, atrativos e outros. O Turismo, também, é uma atividade econômica, representada pelo conjunto de transações, compra e venda de produtos turísticos efetuados entre agentes econômicos do turismo, gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por quaisquer motivos, executando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local de visita.

De acordo com Trigo e Almeida (2007), a definição da Organização Mundial de Turismo:

(19)

a) turista é o viajante que se desloca para um ou mais lugares diferentes de sua residência habitual e lá permanece por mais de 24 horas, mas com intenção de retorno. Além disso, não participa do mercado de trabalho no destino;

b) núcleo emissor: local de onde parte o turista; c) núcleo receptor: local que recebe o turista;

d) fluxo turístico: grupos de pessoas que se deslocam do núcleo emissor ao núcleo receptor a fim de fazer turismo.

O turismo, em meio a essa globalização, apresenta-se em diferentes momentos e fases evolutivas em vários países e localidades, não poupando nenhum território de sua apropriação, fomentado basicamente pelo capitalismo globalizado. Seguindo essa ordem de globalização, compreende-se a complexidade de se analisar o turismo, pois cada local do mundo participante desse processo se encontra em um estágio diferente de evolução do capitalismo, assim sendo, apresentam diferentes formas de turismo. (MESQUITA, 2006).

O conceito de turismo praticado no passado, que remete a sua prática como sendo privilégio de poucos, amparado pelo ócio, não se aplica mais, hoje, o turismo é visto como necessidade de todos, estudantes e profissionais, que afetados pelo stress do cotidiano, veem no turismo uma perspectiva de descanso e lazer como probabilidade de revigoramento físico e mental. (DALPIAZ e DAGOSTINI).

Para Trigo e Almeida (2007), as pessoas têm diferentes razões e motivações para viajar, o que as leva a optar por visitas a diferentes locais. Tudo depende do por que e para que se viaja.

Sendo assim, de acordo com a EMBRATUR (1992, apud TRIGO E ALMEIDA, 2007), pode-se dizer que existem diferentes tipos de turismo, sendo eles:

e) turismo de sol e praia: caracteriza-se pelas atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, por causa da presença de água, sol e calor;

f) turismo náutico: caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como meio ou como finalidade da movimentação turística e pode ser classificado em turismo fluvial, turismo em represa, turismo lacustre e turismo marítimo;

g) turismo cultural: como fenômeno social, produto da experiência humana, cuja prática aproxima e fortalece as relações sociais e o processo de interação entre

(20)

indivíduos e seus grupos sociais, ou de culturas diferentes, está relacionado à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura;

h) turismo de estudos e intercâmbios: constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivência para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional;

i) turismo cívico: caracterizado por deslocamentos motivados pelo conhecimento de monumentos, fatos, observação e participação em eventos cívicos, que representem a situação presente ou a memória política e histórica de determinado local;

j) turismo de negócios e eventos: “compreende as atividades turísticas decorrentes das relações de interesses profissionais, associativos, institucionais de caráter comercial, técnico-científico, promocional e social;

k) turismo de esportes: a definição, adotada pelo Ministério do Turismo, estabelece que esse tipo de turismo compreende as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de alguma modalidade esportiva;

l) turismo de aventura: compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo;

m) turismo de saúde: é aquele praticado por pessoas que se deslocam em busca de climas ou estações de tratamento, em que possam recuperar a saúde física e/ou mental;

n) turismo religioso: caracteriza-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas. Essa atividade turística está relacionada às religiões institucionalizadas, tais como as afro-brasileiras, espíritas, católicas e protestantes, compostas de dogmas, hierarquias, estruturas, templos, rituais e sacerdócio;

o) turismo místico e esotérico: são atividades turísticas relacionadas às práticas, às crenças e rituais alternativos, que ocorrem em função da busca da espiritualidade, do autoconhecimento e do autoaperfeiçoamento. Caminhadas de cunho espiritual e místico, práticas esotéricas, técnicas de meditação e de energização, dentre outras, são exemplos desse tipo de atividade turística;

(21)

p) ecoturismo: a definição desse tipo turismo vigora desde 1994 como segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar da população. A mesma definição é, ainda hoje, adotada pelo Ministério do Turismo; q) turismo de pesca: compreende as atividades turísticas decorrentes da pesca amadora, entendida com atividade de pesca praticada por brasileiros ou estrangeiros, com finalidade de lazer, turismo ou desporto, sem finalidade comercial;

r) turismo rural: é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade;

s) turismo social: caracteriza-se pela forma de conduzir e praticar a atividade turística, promovendo a igualdade de oportunidade, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão.

Para entender o turismo, no início do século 21, deve-se ter como base de estudo não apenas os livros, mas também os jornais diários e revistas semanais. A história tem apresentado profundas mudanças ao longo dos últimos tempos, e esses movimentos podem continuar por alguns anos ou até mesmo décadas. (TRIGO e ALMEIDA, 2007).

A atividade turística permite e facilita o uso fugaz e intenso do território como parte integrante do ideal de modernidade que considera o desenvolvimento como uma meta a ser atingida e mediada pela produção de mercadorias. É parte integrante do ideal da pós-modernidade a fragmentação do uso. É uma atividade que sacraliza a natureza e, ao mesmo tempo, submete-a ao mundo da mercadoria, pois se paga para desfrutar da natureza, da paisagem natural ou do ambiente natural ou construído. (RODRIGUES, 1997, apud MESQUITA, 2006).

Segundo Trigo e Almeida (2007), vivemos um período de mudanças históricas, com acontecimentos de reflexo internacional ocorrendo de maneira intensa e decisiva. Uma parte dessas mudanças refere-se à globalização. A expansão da globalização aconteceu de forma intensa e acelerada ao longo dos anos 1990, e isso ajudou a transformar o turismo em um setor cada vez mais importante no mundo todo, seja econômica, cultural ou socialmente. Porém a globalização, também, acarretou um desequilíbrio entre os países desenvolvidos e os

(22)

países em desenvolvimento. Aprofundou-se o abismo entre os detentores de riquezas e conhecimento e os que ainda buscam meios para adquirir estabilidade econômica e política em suas sociedades. As viagens se definem por suas motivações: militares, econômicas, políticas, etc. As viagens turísticas distinguem se dos demais tipos de viagens pelos objetivos que as induzem, isto é, viaja-se pelo prazer de viajar, por curiosidade ou divertimento, entre outros. Através dos tempos, o homem procurou usar sua criatividade para pôr em marcha meios de locomoção cada vez mais aprimorados, que permitissem um deslocamento mais rápido pelo território e uma maior capacidade de transporte de pessoas e objetos. A evolução dos meios de transporte e de comunicação permite, hoje, que mais pessoas façam turismo. Tais conhecimentos favoreceram e incrementaram as viagens, pois lhes deram maior conforto e segurança.

A análise superficial do turismo como atividade economicista e tecnicista está associada ao pensamento neoliberal, que procura enfraquecer a compreensão do que é concreto e ocultar a amplitude do fenômeno com discursos que expressam os ideais privados, ou seja do turismo como um mero negócio. A superação dessa compreensão é assaz importante para atuarmos criticamente e efetivamente nas políticas públicas e reordenamento do turismo nacional, favorecendo comunidades e valorizando intrinsecamente o patrimônio em âmbito local, estadual e federal (MARTONI, 2006, apud MESQUITA , 2006).

Para que cada vez mais pessoas possam desfrutar do prazer e do bem-estar, é preciso que as sociedades se organizem e proporcionem o acesso às necessidades básicas e aos desejos das pessoas. O turismo é um grande negócio econômico global, mas é mais do que isso. É um convite à convivência entre pessoas, etnias e culturas diferentes. É uma possibilidade de conhecer o planeta (e no futuro o espaço sideral) com sua natureza e culturas variadas. A viagem é uma preciosidade do imaginário das pessoas, e sua realização expressa sentimentos variados e conflituosos. O turismo exige uma discussão ampla sobre o modelo de desenvolvimento. Essa discussão envolve outras questões como a cidadania, o meio ambiente, a ética, a sustentabilidade e a necessidade de uma inclusão maciça de pessoas. (TRIGO e ALMEIDA, 2007).

É importante ressaltar que o turismo está entre as quatro principais atividades econômicas do mundo e, hoje, apresenta os mais elevados índices de crescimento em nível global, respondendo por, aproximadamente, 10% do PIB mundial, representando investimentos de capital superiores a US$ 766 bilhões em novas instalações e equipamentos.

(23)

A Organização Mundial do Turismo (OMT), por sua vez, prevê um crescimento no setor de 4% a 5% por ano, podendo atingir a meta de 6,7% no ano de 2020, enquanto se estima para a economia mundial, em seu todo, um crescimento inferior a 3%. (BARTELÓ, 2000, apud OLIVEIRA, 2007).

2.1.2 Turismo no Brasil

O turismo brasileiro está na sua segunda fase de grande expansão. A primeira fase ocorreu no início da década de 1970, em plena ditadura militar, quando burocratas organizaram o turismo como um dos remédios para resolver os problemas do país. Implantou-se uma estrutura de financiamento hoteleiro, cursos superiores e técnicos de turismo, marketing agressivo e agitação cívica baseada na conquista do tricampeonato de futebol (1970), nas vitórias de Émerson Fittipaldi na Fórmula 1 e na beleza das brasileiras, sempre finalistas nos então famosos concursos de Miss Universo. (TRIGO e ALMEIDA, 2007).

Trigo e Almeida (2009) dizem que, apesar do esforço concentrado, a primeira fase do turismo brasileiro acabou em fracasso. Dois conjuntos de motivos afetaram a área: o primeiro foi a série de desastres econômicos provocados pela crise do petróleo e aumento das dívidas brasileiras, que provocaram inflação e recessão, comprometendo o desenvolvimento nacional, inclusive do setor turístico; o segundo foi o descaso dos “planejadores” que não se importaram com a preservação ambiental, com a qualidade e com a formação de profissionais qualificados em todos os níveis, o que afetou a operação e gestão dos serviços turísticos. Todas essas deficiências do setor turístico, aliadas à crise econômica mundial resultaram em fracasso. Da segunda metade da década de 1970 a meados da década de 1990, várias crises econômicas cíclicas marcaram a história do país, e o turismo ficou quase paralisado.

Para Oliveira (2007), o setor turístico vem atraindo de modo progressivo a atenção dos governantes e demais autoridades responsáveis pelo planejamento de políticas públicas, por se tratar de um setor com grande vocação para a geração de emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico, constituindo um efeito importante em termos de política econômica. No que tange ao Nordeste brasileiro, esse se apresenta com amplos potenciais de desenvolvimento no âmbito do turismo. Seu litoral é um grande receptor de investimentos

(24)

turísticos mundiais. Os estados que compõem a região apresentam um grande potencial ou vocação turística, haja vista seus inúmeros atrativos.

Segundo Becker (2001), no Brasil, o turismo já é um elemento importante na economia, embora seu crescimento tenha se dado de forma muito desordenada. Em termos relativos à performance do Brasil no que diz respeito a turismo ainda é modesta. Em 1990, o Brasil representava apenas 0,24% do fluxo tota1 de turismo no mundo, participando com 0,57 da receita mundial do turismo. Esse foi o fundo do poço, atingido em razão da crise brasileira, da perda de competitividade e do forte impacto negativo causado pela deterioração da imagem do Brasil no âmbito turístico, particularmente, de seu portal de entrada à cidade do Rio de Janeiro, devido à questão de segurança. Ainda, assim, mesmo com essa performance internacionalmente tão modesta, o turismo figurou entre os dez produtos mais importantes da pauta de exportação brasileira de bens de serviços, correspondendo a 4,7% de seu total entre 87 e 90. E a zona de maior incidência turística, no Brasil, é a zona costeira, de cerca de 7 mil quilômetros, com uma área emersa de 480.000 km2, e 40 milhões de habitantes. Praticamente, um quarto da população brasileira está concentrada em grandes metrópoles, com a exceção de Belo Horizonte e São Paulo, fundamentalmente, localizam-se na costa.

Com a abertura da economia e estabilização da democracia (governos Collor e Itamar Franco) e depois com os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, o turismo encontrou condições propícias para uma segunda onda de crescimento, desta vez mais bem estruturada. A partir de 2003, foi criado o Ministério do Turismo, antiga reivindicação do setor, possibilitando que os problemas da área fossem tratados em um ministério específico. (TRIGO e ALMEIDA,2007).

Segundo o Ministério do Turismo (2006), no contexto de um ambiente nacional e internacional favorável e como resultado do esforço do Governo, da prioridade dada ao turismo e da gestão descentralizada e compartilhada proposta pelo Plano Nacional e executada com apoio do Conselho Nacional e Fóruns Estaduais, o turismo do Brasil vem batendo recordes que evidenciam um crescimento acima da média mundial. Conforme exposto, no item anterior, o crescimento do turismo internacional no mundo, em chegadas de turistas estrangeiros, em 2004 e 2005, foi da ordem de 5,5%, enquanto no Brasil esse crescimento, no mesmo período, foi da ordem de 12,5%. A execução dos Programas e Ações do Plano Nacional de Turismo 2003 / 2007, inseridos no Plano Plurianual de Governo 2004 / 2007, considerando a eficiente execução orçamentária de 2004 e de 2005 e, ainda, a

(25)

conjuntura externa favorável, propiciaram as condições para que o País obtivesse, nos últimos três anos, os seus melhores resultados em relação a todo o histórico do setor.

O crescimento da entrada de turistas estrangeiros no País, depois de experimentar uma queda em 2001 e 2002, apresentou uma tendência de recuperação e crescimento em 2003, que se manteve constante até 2005. Considerando o ano de 2002 como referência, o crescimento até 2005 foi da ordem de 43%, tendo sido de 12,5% entre 2004 e 2005. Os resultados, a partir de 1996 até 2005, apontam um crescimento na entrada de turistas estrangeiros no Brasil da ordem de 103%. Em 2005, o País recebeu cerca de 6,8 milhões de passageiros de voos internacionais, incluindo brasileiros voltando do exterior e turistas estrangeiros, valor superior em 10,52% ao total dos desembarques no período de 2004 (6,1 milhões). São 36 meses consecutivos de crescimento, desde janeiro de 2003. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006).

No novo contexto do final do século XX, valorizam-se novos elementos na costa brasileira, com destaque para o Nordeste e Santa Catarina. Em paralelo a esse processo, embora com intensidade menor, valoriza-se o ecoturismo no centro-oeste e na região norte. O turismo se transforma em importante setor da ocupação litorânea no Brasil de hoje, produzindo-se uma multiplicação de complexos imobiliários, balneários e marinas. (BECKER, 2001).

O Ministério do Turismo (2006) realizou o mapeamento turístico do País para identificar as regiões e roteiros turísticos que devem ser objeto do ordenamento e estruturação territorial, gestão, qualificação e promoção, com visão de curto, médio e longo prazos. O trabalho, realizado através do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, em 2004, identificou 219 regiões turísticas, envolvendo 3.203 municípios. Dentre as 219 regiões turísticas, 134 apresentaram 451 roteiros turísticos no Salão do Turismo Roteiros do Brasil, realizado em 2005 em São Paulo. O Salão do Turismo resultou de um esforço conjunto do poder público e da iniciativa pública, sob a coordenação do Ministério do Turismo, que trabalharam em sintonia para colocar o produto turístico brasileiro nas prateleiras das agências e operadoras de turismo. Constituiu um marco do desenvolvimento da atividade turística no país, gerando resultados que estabelecem um novo patamar para a sua expansão, abrindo perspectivas de desenvolvimento socioeconômico para diferentes regiões do Brasil.

(26)

2.1.3 A importância do turismo cultural no Brasil

De acordo com Myanaki e Leite (2007), de modo geral, pode-se dizer que a cultura permeia todos os segmentos de turismo, uma vez que o turista é atraído pelo diferente, pelo novo, pelo característico, desde que lhe seja garantidos conforto e segurança. Já se disse mesmo que o turismo é um transe cultural. Qualquer que seja o motivo da viagem, haverá sempre um elemento cultural a ser consumido dentre toda a produção associada ao turismo: a gastronomia, a arte, o artesanato ou outros produtos locais, as paisagens naturais e culturais do receptivo, suas festas e celebrações, a música ao vivo nos bares e a cultura viva presente nas ruas.

Segundo Ministério do Turismo em parceria com o Ministério da Cultura e IPHAN, O turismo cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

O crescimento do turismo merece análise acurada, pois configura uma das atividades mais importantes em todo o mundo, com enorme repercussão sobre os centros urbanos, especialmente, aqueles detentores de considerável acervo cultural. O turismo divulga o Patrimônio Cultural, tornando-o conhecido. O turismo cultural abrange as atividades de deslocamento voltadas para a satisfação de objetivos de encontro com emoções artísticas, científicas, de formação e de informação, em decorrência das próprias riquezas de inteligência e da criatividade humanas. (SILVA, 2004).

Myanaki e Leite (2007) dizem que o turismo só pode se viabilizar com a efetiva participação da área cultural e com o estabelecimento de uma rede de parcerias entre os diversos agentes culturais e os órgãos de turismo e meio ambiente. Para vivenciar a cultura e o patrimônio de um lugar, o turista precisa encontrar lugares bem preservados, conservados e valorizados pela comunidade que o recebe, aí incluídos todos aqueles envolvidos, direta e indiretamente, com os serviços e produtos turísticos.

O turista cultural é geralmente atraído para usufruir os seguintes elementos culturais, de acordo com Myanaki e Leite (2007):

a) sítios históricos; b) edificações especiais;

(27)

c) obras de arte;

d) espaços culturais, como museus e centros de cultura; e) festas e celebrações locais;

f) gastronomia típica;

g) artesanato e produtos típicos; h) música, dança, teatro, cinema; i) feiras e mercados tradicionais; j) realizações artísticas e ateliês;

k) eventos programados, como festivais; l) roteiros com temática cultural.

Para o turismo cultural se desenvolver, é preciso que os moradores, empresários e gestores públicos conheçam, apreciem, protejam e promovam o seu patrimônio. Não podemos esquecer que o que dá vida, cor e sabor local à experiência de qualquer visita são as pessoas que aí moram, trabalham e se divertem. Se a população, os hoteleiros, taxistas, comerciantes e vendedores não conhecerem e gostarem de seus ambientes especiais e de suas manifestações culturais, não saberão como se comunicar e o que indicar aos visitantes. Se uma comunidade não conhece a si mesma, terá pouca chance de se beneficiar dos frutos do turismo ou de enriquecer a experiência do visitante. É por isso que se diz que um lugar só é bom para o turista se for bom para o morador. (MYANAKI e LEITE, 2007).

2.1.4 Sociologia do turismo

De acordo com Urry (1990, apud GONÇALVES, 2005), ser turista é uma das características da experiência moderna, portanto não viajar é como não possuir carro ou uma bela casa. É algo que confere status, nas sociedades modernas. Com essa colocação, o tipo de turista que resulta dessa experiência é aquele que, muitas vezes, viaja para fazer compras, descansar e se livrar dos problemas da vida cotidiana, que acaba por perceber pouco a cultura local e vivenciar a localidade como mais um momento de consumo material que, mesmo prazeroso, é incompleto.

(28)

Viajado é aquele viajante que já andou pelo mundo afora, que conhece tudo. Esse é o senso comum sobre o que é ser viajado, mas, para Krippendorf (2001, apud SOUZA, 2004), o turista é um viajante ocasional cujo destino é o lugar e a cultura do viajado, ou seja, da região e do povo que o recebem.

Com o desenvolvimento nas relações trabalhistas, o homem adquiriu conquistas que favoreceram seu acesso ao turismo. Porém tais conquistas e o avanço tecnológico percebido em toda sua potencialidade, principalmente do final do século XX em diante, fizeram também surgir uma nova conjuntura para o Turismo: além de ser um fenômeno social que vêm se desenvolvendo a largos passos, em especial, da metade do século passado, ele se tornou uma necessidade para o homem moderno. (SOUZA, 2004).

Morin (1974, p. 75, apud SOUZA, 2004) coloca que o homem moderno busca constantemente se satisfazer, busca prazer, felicidade; o jogo e o espetáculo são, por excelência, espaços nos quais o indivíduo consegue suprir tal defasagem provocada pela vida moderna. Para ele, essas são características da cultura de massas, da qual o turismo não se vê liberado. Um exemplo para esclarecer esta idéia de espetacularização da sociedade é o dado por Urry (1996, apud SOUZA, 2004): até mesmo ambientes de trabalho como fábricas são passíveis de se tornarem lugares de visitação. Isto é, o indivíduo procura se distanciar de sua realidade, de seu trabalho, mas, por fim, acaba preso às armadilhas daquilo que o rodeia o tempo todo.

O ato de fazer turismo, como lembra Krippendorf (2001, p.45, apud SOUZA, 2004), é encarado hoje como uma “higiene psíquica”, ele funciona como uma espécie de “analgésico”, de anestesiante de que o homem moderno se mune para conseguir sobreviver à vida atribulada, estressante e tediosa na qual está imerso.

2.2 WEB 2.0

Segundo Campos (2009), o início da web foi marcado pelo uso de salas de bate-papo, mensageiros instantâneos e pelo acesso a portais de conteúdo, sendo que o conteúdo desses portais era construído apenas nas grandes empresas, e pessoas que possuíam o conhecimento das tecnologias necessárias para produção. O internauta pouco colaborava com

(29)

a produção de conteúdo para a rede e, no geral, assumia apenas um papel de consumidor e receptor de informações, produtos e serviços.

Criada em 1989, por Tim Berners-Lee, a web permitia apenas que seus usuários navegassem pelas páginas, clicando em links que pulavam de uma página para outra. Apenas os usuários que dominavam a linguagem de programação Hyper Text Markup Language (HTML) é que conseguiam publicar algum conteúdo na Internet. Apenas os chats e os fóruns de discussão é que permitiam o internauta de interagir com o ambiente. O conteúdo publicado na Internet por padrão possuía uma definição bem clara do papel de quem era desenvolvedor e de quem era usuário, o desenvolvedor era o indivíduo programador que publicava o conteúdo e o usuário era um mero visitante que navegava pelas páginas e que de forma alguma podia inferir sobre o conteúdo publicado. (AQUINO, 1993 apud LÉVY, 2007, p. 47).

Campos (2009, p. 23) apresenta que a evolução das tecnologias de informação e de comunicação, o aperfeiçoamento e a criação de linguagens de programação, bem como o tratamento e a recuperação de dados persistentes, possibilitaram que a web se tornasse mais dinâmica. Tal fato fez com que a relação entre desenvolvedor e usuário fosse alterada, principalmente do ponto de vista do usuário, que, a parir de então, começava a interagir com o conteúdo.

Conforme Campos (2005, apud O'REILLY, 2009, p.23),

a Web descrita anteriormente é chamada de web 1.0, uma referência ao padrão de organização das versões de softwares produzidos. A razão da estrutura inicial da web ser chamada de 1.0 é a já consagrada existência de sua segunda geração, a Web 2.0. Este termo foi criado durante uma conferência realizada pelas empresas O'Reilly e a MediaLive International em 2004, na qual segundo Tim O'Reilly, em análise da web, depois da crise de 2001 com o estouro da bolha de empresas ponto.com no mercado, "notou que, longe de haver 'explodido', a web estava mais importante do que nunca, com instigantes novas aplicações e sites eclodindo com surpreendente regularidade".

Entende-se que a Web 2.0 é nada mais, nada menos que um processo evolutivo das tecnologias e dos recursos que a baseiam. A web nem mesmo foi criada com a notação inicial de Web 1.0, porém com o processo evolutivo, e a quebra de paradigmas foi definido o nome de Web 2.0 para essa nova era. Como a web recebeu o nome de sua segunda versão como Web 2.0, nada mais justo que nomear a sua versão anterior de Web 1.0. A nova versão da web fica clara quanto a sua definição pelo nível de interação que existe entre o internauta e o ambiente virtual. Segundo a definição de Web 2.0, Webdesign (2006, p. 34) define que:

(30)

“É uma nova dinâmica na utilização da internet, uma evolução nos métodos de produção e consumo de conteúdo, onde o usuário ganha um papel mais do que fundamental no processo. O maior desafio é como adaptar os negócios de mídia tradicionais a esta nova realidade: como dar mais ‘voz’ aos internautas, como deixar que eles escolham o que é mais relevante, que ferramentas disponibilizar para que a própria comunidade se autoregulamente etc”, afirma Antônio Coelho, gerente de produtos/aplicativos da Globo.com.

Aquino (2007) afirma que, em 1999, bem antes de se ouvir falar em Web 2.0, já havia ambientes na rede que permitiam a construção de blogs. Logo, em 2001, foi lançada a Wikipédia, uma enciclopédia on-line cuja base de dados é alimentada pelos próprios usuários, que dá plena liberdade para criar e editar artigos. Com base nas primeiras aplicações com características de cooperação, percebe-se que a Web 2.0 não se manifesta somente com a definição do termo, e que, antes mesmo os internautas já começavam a quebrar a barreira de serem meros visitantes que navegavam pelas páginas, passando, a partir de então, a colaborar com o conteúdo publicado na rede. Ainda que o conceito de Web 2.0 já estivesse presente antes mesmo de ser nomeada, não se pode dizer que sua definição seja meramente um termo utilizado como estratégia de marketing, pois se trata de uma nova fase, com a colaboração do internauta na construção de conteúdo para a rede. Não há como delimitar os limites onde termina a Web 1.0 e começa a Web 2.0, até porque se trata de um processo evolutivo. Conforme O’Reilly (2005, on-line), criador do termo, afirma que a Web 2.0 não possui limites bem definidos, nem fronteiras, mas aponta a distinção entre uma e outra pelas características de como o usuário interage com a rede em momentos bem diferentes na vida da web.

O’Reilly (2005, on-line) apresenta que a Web 2.0 é como um núcleo gravitacional, num sistema em que os próprios usuários interagem e monitoram as informações. Na figura 1, podemos visualizar o mapa da mente, apesar de ser apresentado como um trabalho em andamento, o mapa mostra as ideias que irradiam o núcleo da nova web.

(31)

Figura 1: Mapa das ideias que irradiam a web 2.0.

Fonte: O'REILLY, 2005. Disponível em: http://oreilly.com/web2/archive/what-is-web-20.html.

A Web 2.0 é uma atitude e não uma tecnologia, ou seja, decorre da atividade dos usuários, do comportamento que passam a ter a partir do momento em que surgem possibilidades de publicação e edição que não existiam há alguns anos. Isto decorre da crença nos usuários como co-desenvolvedores, que utilizam os sistemas, fazem usos e apropriações dos mesmos, possibilitando a emergência de comportamentos não previstos pelos desenvolvedores dos sistemas, como uma hackeabilidade, e que assim os tornam mais ricos a medida em que mais pessoas os utilizam e de como é feita a utilização. Quanto mais um sistema é utilizado, mais novos usos vão surgindo e assim o sistema pode ser aperfeiçoado de acordo com as necessidades dos usuários. É o que vem sendo chamado de beta eterno, os sistemas em constante atualização, assim como o conteúdo publicado pelos usuários na web. (AQUINO, 2007, p. 52)

Para Campos (2009, p. 24), uma versão Beta é caracterizada quando um sistema está numa fase de testes e manutenção, podendo sofrer ajustes até a versão final. Dentro da Web 2.0, a ideia é trabalhar sobre um método de "beta perpétuo", partindo do ponto que os serviços estejam sempre em produção, e que, quanto mais as pessoas interagem com o sistema utilizando e colaborando, mais modificações sejam implementadas a fim de atender novas demandas, melhorias e funcionalidades.

(32)

2.3 COMUNIDADES VIRTUAIS

Segundo Cardoso (1998), pode-se identificar duas definições principais sobre o termo comunidade, uma primeira que está ligada a um grupo de pessoas ligadas a um espaço geográfico comum, que vivem sob as mesmas regras e um mesmo governo. Na segunda definição de comunidade, o contexto se enquadra dentro do mundo virtual, um ambiente que amplia o espaço físico e une pessoas de diferentes classes sociais, cuja formação se baseia em compartilhar interesses comuns, sejam eles sociais, profissionais, religiosos ou qualquer outro.

Não existem fronteiras geográficas para as comunidades virtuais, os seus participantes podem se localizar em qualquer parte do mundo, sendo apenas condição necessária, para a participação, a utilização de uma máquina com acesso a Internet. (CARDOSO, 1998, p. 2)

O conceito de que sempre existe alguém está relacionado ao fato de sempre haver pessoas com interesses em comum. Segundo Teixeira Filho (2002), os integrantes de comunidades virtuais se encontram em redes com interesses em comum ou com interesse pelos mesmos problemas. A distância não é mais problema para a comunicação. As pessoas que formam a comunidade criam os mesmos sentimentos sentidos na vida real, como amizade, conflito e paixão.

O ser humano possui a necessidade natural de interagir-se com outras pessoas, de conhecer e ser reconhecido perante a comunidade em que se insere, de vislumbrar novas oportunidades, de flertar com pessoas do sexo oposto. Todas as características, qualidades e defeitos que o homem possui como ser valem tanto para o mundo real como para o mundo virtual. Toda a popularidade que circula as comunidades virtuais, hoje, se explica porque até então não existiam meios que facilitassem a interação entre pessoas de forma contínua e fluída, e mais, não existia uma massa crítica de pessoas interligadas com o intuito de se unirem com outras pessoas de interesses semelhantes, com gostos em comum, com ideias, desejos e filosofias. (WEBDESIGN 2006, p. 30).

Entende-se que o fato de pessoas girarem em torno e serem o coração de uma rede torna um meio computacional o mais próximo possível de uma comunidade típica do mundo real com pessoas umas a frente das outras. A grande vantagem do meio computacional é poder reunir as pessoas independentemente da distância, do grupo social e do horário em que

(33)

elas se encontram, além de facilitar, e muito, a localização de grupos por interesses comuns em qualquer parte do mundo.

2.3.1 Interagindo com pessoas

Para Teixeira Filho (2002), os problemas de convivência ocorrem tanto no mundo virtual como no mundo real. No mundo virtual, os mediadores exercem um importante papel sobre as comunidades virtuais, eles agem como administradores sempre atentos a contornar conflitos, esclarecer desentendimentos, apartar brigas e sanar dúvidas. A fim de evitar conflitos, fala-se em regras de etiqueta específicas para mensagens virtuais, essas regras definem noções básicas de bons modos para facilitar o convívio no meio social mesmo que seja virtual.

Muitos integrantes de uma comunidade virtual, também, sentem-se desconfortáveis em participar ativamente de debates com medo de serem agredidos verbalmente. Por isso, mais uma vez o moderador deve atuar, administrando o ambiente para que as pessoas possam tirar proveito do que a rede tem de melhor.

2.3.2 Moderadores de comunidades virtuais

Segundo (Aurélio, 2010), a definição da palavra moderador está relacionado à pessoa que coordena discussões em um grupo.

Lisbôa e Coutinho (2006, apud MEIRINHOS, 2008, p. 4) explicam que “a mediação colaborativa constitui não só um processo de construção da interação social entre os membros da comunidade, mas também a forma de realização da liderança partilhada dos processos de interação no domínio da elaboração das aprendizagens no âmbito da rede. Entendemos, nessa perspectiva, que a mediação colaborativa, sustentada na liderança partilhada, constitui um meio facilitador para o acesso e a produção dos objetos e contextos de aprendizagem, e os sistemas de representação do conhecimento coletivo da comunidade”.

(34)

Assim, como nas comunidades tradicionais existem os conflitos, nas comunidades virtuais também existem os problemas de relacionamento. Para controlar e evitar tais conflitos, os moderadores devem atuar, interagindo e tomando ações para acalmar o ambiente. Silva (2010) apresenta que temas conflitantes, competições e características pessoais são fortes indicadores para causar problemas de relacionamento. Para contornar tais situações, o moderador deve procurar conhecer os participantes da comunidade e evitar que os conflitos se tornem comuns no ambiente. O moderador deve atuar com a política da boa vizinhança, acalmando as intrigas e, sempre que possível, utilizá-las, finalizando de forma positiva.

Para Silva (2010), o moderador deve possuir as seguintes características:

a) taxonomia que permita recuperar e cruzar informações;

b) governança que alinhe as relações de responsabilidade, direitos e deveres dos participantes;

c) habilidades de liderança para abrir canais de comunicação com os participantes;

d) habilidades de negociação com o objetivo de negociar demandas de colaboração entre os participantes;

e) habilidades de comunicação com capacidade de comunicar-se com os diferentes membros da comunidade;

f) solução de conflitos a fim de alcançar harmonia no ambiente virtual;

g) habilidades técnicas sobre o sistema para poder desempenhar o papel de moderador.

2.3.3 Negócios em comunidade

Para Coelho Ferreira (2005, apud ALBERTIN, 2008, p. 62), boa parte das empresas brasileiras fazem o uso da Tecnologia de Informação (TI) em suas operações diárias. Porém o valor obtido com a TI para o desenvolvimento dos negócios está diretamente ligado com o grau de interação de seus participantes, colaboradores e clientes.

Conforme Coelho Ferreira (2005, apud ALBERTIN, 2008, p. 62), “O novo ambiente empresarial está baseado no ambiente digital, desenvolvido primordialmente pela

(35)

Internet. Esta, por sua vez, é considerada uma infra-estrutura de comunicação pública de fácil acesso e baixo custo”.

Segundo Teixeira (2002), os processos internos de uma organização são cada vez mais voltados à gestão, pois não há muito mais o que fazer nas atuais organizações se não for gerenciar os processos, os produtos, os recursos, as informações, os problemas e primordialmente os clientes. Para uma organização realizar uma melhor gestão sobre seus clientes, é necessário conhecer melhor quem de fato são os seus clientes. As pessoas estão cada vez mais voltadas a um mundo interativo, que, por sua vez, é necessário um trabalho recíproco, ou seja, em troca de fornecer informações pessoais, os consumidores desejam obter transparência sobre os processos que envolvem a empresa. Por isso, um bom planejamento de interatividade entre empresa e consumidor se torna fundamental para uma organização conhecer melhor quem é o seu cliente.

Esse processo geral, que deixa de se concentrar apenas na atividade produtiva e no produto e passa a focar também o relacionamento de longo prazo com aqueles que usam os serviços e produtos, leva inevitavelmente à ênfase no conhecimento sobre o cliente. As organizações que estiverem mais bem preparadas em processos, pessoas, informações e tecnologia para gerir o conhecimento sobre os seus clientes e usuários (atuais e potenciais) terão vantagem competitiva cada vez maior. (TEIXEIRA, 2002, p. 81).

Apesar de estarmos vivendo uma nova realidade, caracterizada como a Era das Redes, boa parte das empresas, ainda, estão voltadas a sistemas tradicionais que não evoluíram com o tempo e que, consequentemente, não atendem mais a complexidade que existe no mundo empresarial. Organogramas pouco ajudam gestores a organizar as redes de colaboradores, de tal modo a incentivar a inovação, o compartilhamento de informação e o desenvolvimento de talentos. É importante ressaltar que as redes sociais, no geral, são formadas de forma informal, ou seja, não são criadas e organizadas pelas empresas. No entanto, são essas redes que promovem a flexibilidade, inovação e melhor eficiência nos interesses discutidos. Portanto, é de extrema importância que as organizações deem suporte a essas redes, principalmente aquelas que buscam conhecimento, habilidade em inovar e adaptação às mudanças. (TERRA, KATO & FRAGRA, 2010, p. 1).

Para Teixeira (2002, p. 87):

Não apenas de transações comerciais vivem as comunidades virtuais no ambiente de negócios. Comunidades são também um excelente espaço para treinamento, tutoria, coaching, educação a distância, ambientação de novos colaboradores, benchmarking, enfim, para o aprendizado organizacional.

(36)

2.3.4 Aprendendo em comunidade

Carvalho (2009) apresenta que, dentro das redes de aprendizado on-line, existe um processo de ensino, embora o processo seja diferente do meio escolar tradicional, o conhecimento se expande num fluxo horizontal e dinâmico. O processo de ensino, nessas comunidades, deve apresentar bastante flexibilidade, visto a fluidez e a dinamicidade que elas atuam, ainda mais quando a existência dessas depende totalmente das pessoas que colaboram para o enriquecimento do conhecimento. Por ser um ambiente colaborativo, rigidez e autoritarismo devem estar fora deste contexto, mas, para alcançar as metas e os objetivos, alguns caminhos devem ser apresentados para melhor gerenciar a formação do conhecimento.

Embora existam ambientes virtuais mais voltados para o desenvolvimento de redes de aprendizagem, elas podem existir por meio das mais variadas ferramentas disponíveis no ciberespaço. Uma lista de discussão, um blog, e-mails, um ambiente que agregue muitas ferramentas de comunicação e de armazenamento são meios para o desenvolvimento dessas redes e não poderiam ser considerados elementos distintos. Assim, as redes de aprendizagem on-line não se desenvolvem apenas em ambientes virtuais criados para fins educacionais. (CARVALHO, 2009, p. 66).

2.3.5 O futuro das comunidades virtuais

Segundo Vinícius (2008, p. 35), até alguns anos atrás, era comum ouvir a expressão "se você não tem e-mail, você não existe". Tal frase revelava a tamanha importância de se ter um endereço eletrônico naquela época, quando o e-mail começava a fazer parte da vida moderna. O tempo passou e o e-mail se tornou uma ferramenta tão comum, que, na atualidade, ninguém mais se lembra da antiga frase. Assim, como no surgimento do e-mail, as redes sociais surgiram e marcaram um novo rumo na maneira como os usuários se comunicam na Internet. Assim, como praticamente todos precisavam e hoje precisam ter um e-mail, as redes sociais seguem o mesmo rumo. Fato que fez até mesmo as pessoas que possuíam pouquíssima familiaridade com a informática criarem suas contas em portais de relacionamento, gerenciando amigos e assuntos de interesse. Como o tempo não para, outras comunidades foram aparecendo, muitos usuários e sistemas foram desvirtuando a

(37)

ideia inicial que cada comunidade a princípio havia se originado, que hoje se discute o rumo desses sistemas na web.

As redes sociais marcaram forte presença na atualidade e pelo que tudo indica, entrevistas a profissionais da área apontam o rumo dessas redes de relacionamento para fins com vantagens comerciais e para comunidades que se definem com fins específicos. (VINÍCIUS, 2008, p. 36).

A segmentação de mercado, segundo Añaña e Vieira (2005, apud Kamineni, 2008, p. 3), foi e é fundamental para a estratégia de marketing de determinada organização, sendo o seu sucesso vinculado à complexa tarefa de compreender os consumidores que possuem características diferentes entre si e que, portanto, podem reagir de maneiras diferentes a um determinado apelo. Logicamente, se todos os indivíduos fossem iguais, tivessem as mesmas necessidades e reagissem de maneiras semelhantes a um mesmo apelo, de nada adiantaria uma organização realizar a segmentação de mercado de seus produtos.

Añaña e Vieira (2002, apud LIN, 2008, p.4) apresentam que a proposta de segmentação de mercado foi sugerida em 1956 por Smith, cuja idéia é identificar a taxonomia de padrões de consumo, mediante a divisão do mercado em alguns submercados homogêneos, fazendo que usuários se agrupem e se organizem em necessidades, características e comportamentos semelhantes.

Para Lima (2010, BERENGER, 2010, on-line), as redes sociais internas entrarão rapidamente no mundo corporativo. O que será uma ótima oportunidade para as organizações fazerem gestão sobre o conhecimento e, por consequente, resolverem problemas desse nível que afetam 90% das empresas. A implantação de redes sociais internas poderá ser a solução para resolver o problema quanto a gestão do saber corporativo. Com base no conhecimento adquirido nas bases de relacionamento, as organizações terão um forte diferencial competitivo.

O futuro das redes sociais vai além do setor financeiro. As pessoas que estão cadastradas em comunidades virtuais sem um objetivo de real interesse vão acabar cansando e desistindo de frequentar daqui certo tempo. Nessa situação, apenas irá permanecer nessas comunidades quem realmente está interessado em estabelecer conexões, sejam tais de interesse pessoal ou comercial. (VINÍCIUS, 2008 apud MARQUES, 2008, p. 36).

Conforme Vinícius (2008, p. 36), segundo a visão de especialistas, a tendência é que portais de relacionamento deixem de ser apenas comunidades e se transformem em pontos de entretenimento de diversas modalidades.

Referências

Documentos relacionados

The age of appearance of the ossification centers of the pediatric elbow has a relatively well-established chronological sequence in literature: humerus capitulum, radius head,

2 — Nas unidades curriculares com atividades práticas ou labora- toriais que sejam consideradas imprescindíveis pela direção das UO’s para o processo de aprendizagem, deve

“A minha Horta, tem para mim o mesmo significado que tinha a minha horta de rabanetes no canto do Quintal. quando era miúdo, semear ver nascer ver crescer e quantas vezes

Fica evidente que, para o docente, a demonstração de sentimentos e emoções é uma característica inerente exclusivamente a mulheres e a homossexuais: observa-se que o professor

CAMPINAS - VILA INDUSTRIAL ADMINISTRACAO NOITE 10 CAMPINAS - VILA INDUSTRIAL ADMINISTRACAO MANHA 10 CAMPINAS - VILA INDUSTRIAL ANALISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS NOITE 10

[r]

PASSO 1 - Identificar o objetivo principal a ser focado pela ME: A ME é um paradigma que contribui principalmente com melhorias nos objetivos qualidade e produtividade (Fernandes

T PRODUTO SOB ENCOMENDA Q PRODUTO COM PREÇO LÍQUIDO, NÃO SUJEITO A DESCONTOS COMERCIAIS (LIMITADO AO STOCK EXISTENTE) Nota: As referências indicadas referem-se aos