• Nenhum resultado encontrado

SEXTING

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SEXTING"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

ATUALIDADES – SEXTING

TEXTO 1 - Cresce prática de 'sexting' entre crianças e adolescentes

Estudo comprova que a tecnologia facilitou a troca de conteúdo sexual entre os jovens

Segundo um estudo publicado na segunda, dia 26 de fevereiro, no periódico científico JAMA Pediatrics, a prática da troca de mensagens de cunho sexual, especialmente de fotos explícitas, entre crianças e adolescentes vem crescendo nos últimos 10 anos. De acordo com o artigo, um em cada quatro jovens disse ter recebido mensagens de caráter sexual e um em cada sete revelou ter enviado conteúdo explícito – essa prática é conhecida pelo termo inglês sexting (mistura de sex, que significa sexo, e texting, que é digitar).

O estudo que chama a atenção dos pais foi divulgado pela rede americana de televisão CNN. Os pesquisadores analisaram 39 estudos realizados entre janeiro de 1990 e junho de 2016, com um total de 110.380 participantes, todos com menos de 18 anos – incluindo várias crianças. Os cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriram que a partir de 2008 houve um aumento significativo na prática do "sexting". Esta onda crescente, na opinião dos especialistas, se deve ao acesso cada vez mais fácil dos jovens aos aparelhos celulares e smartphones.

No artigo publicado na segunda, os autores sugerem que "informações específicas sobre o sexo e suas possíveis consequências devem ser fornecidas de forma adequada pelo exercício da educação sexual nas escolas".

Psicologicamente falando, os pesquisadores esclarecem que a troca de mensagens de cunho sexuais entre os jovens é algo natural, que sempre ocorreu, mas que se tornou mais fácil com o maior acesso às novas tecnologias. "À medida que os adolescentes envelhecem, vemos esses números crescerem. Tal como acontece no comportamento sexual real", comenta Jeff Temple, professor de Psiquiatria da Universidade do Texas, e co-autor do estudo.

Disponível em:<https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2018/02/cresce-o-sexting-entre-criancas-e-adolescentes.html> acesso em abril de 2018 TEXTO 2 - Sexting: Vingança, exposição e a intimidade compartilhada na internet

O jurista norte-americano Louis Brandeis (1856 - 1939) é considerado por muitos o primeiro a pensar sobre o conceito do direito à privacidade, em suas palavras, "the right to be left alone" (em português, o direito de ser deixado em paz). No artigo "O direito à privacidade", de 1890, ele expõe que “a lei comum assegura a cada indivíduo o direito de determinar, ordinariamente, até que ponto os seus pensamentos, sentimentos e emoções devem ser comunicados aos outros”. E mesmo que um indivíduo opte por expressá-los, torná-los públicos, “ele geralmente mantém o poder de fixar os limites da publicidade que deve ser dado a eles”.

No Brasil, a privacidade é um direito de todos, garantido pelo artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Sendo assim, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Uma das formas cada vez mais frequente de violar a privacidade de uma pessoa é o “sexting”, quando vídeos e imagens com conteúdo sexual vazam na internet ou via celulares sem o consentimento de todos os envolvidos. Casos recentes ocorridos no Brasil em 2013 ilustram o quão grave é a exposição desse conteúdo na internet.

Uma jovem de 16 anos do interior do Rio Grande do Sul e outra adolescente de 17 anos, do interior do Piauí, cometeram suicídio após terem suas imagens íntimas divulgadas na internet e compartilhadas em redes sociais. A primeira teria sido vítima de um colega de escola, suspeito de ter publicado a foto íntima da jovem. A segunda teve imagens em que aparece tendo relações sexuais compartilhadas no aplicativo de bate-papo Whatsapp.

Em Goiânia, uma jovem de 19 anos precisou deixar o emprego e desenvolveu um quadro de depressão após um vídeo gravado com o namorado ter sido postado na internet sem o seu

(2)

consentimento. O caso virou “meme” e piada em redes sociais como o Facebook. O principal suspeito é o ex-namorado da vítima. Os casos chocaram as cidades onde as jovens moravam e levantaram a discussão sobre violação da privacidade na internet e as consequências que para quem passa por essa situação.

“Pornografia de revanche”

A palavra “sexting” é uma junção das palavras sex [sexo] e texting [envio de mensagens] e poderia ser apenas a troca de imagens eróticas ou sensuais entre casais, namorados ou pessoas que estão em algum tipo de relacionamento, mas acabou tornando-se uma prática “criminosa” e vingativa. Não à toa ganhou o apelido de “pornografia de revanche”, já que em muitos casos são ex-namorados ou ex-maridos que publicam na internet fotos e vídeos das namoradas como forma de vingança após o fim do relacionamento.

Entre os casos de sexting levados à justiça no Brasil, a maioria são de vingança. Os danos são muitos e o acesso à imagem pode fugir do controle, sendo difícil retirar o material de sites e dos sistemas de busca online. Uma das soluções buscadas pelas autoridades para inibir a prática é a punição dos responsáveis.

Os adolescentes são o grupo que mais preocupa psicólogos, pais e especialistas em segurança na internet. Usuários das redes sociais, muito expostos e hiperconectados, eles acabam sendo alvo fácil de casos de sexting por não se preocuparem com a segurança de suas informações. Pesquisa ainda inédita da ONG Safernet, realizada com quase 3.000 pessoas de 9 a 23 anos, mostra que 20% dos jovens já receberam textos ou imagens eróticas de amigos e conhecidos e 6% já repassaram esse tipo de conteúdo --a maioria o fez mais de cinco vezes. Em 2009, o primeiro número era de 10%.

“Sexting” como extensão de práticas ilegais e ofensivas

O sexting reúne características de diferentes práticas ofensivas e criminosas. Envolve ciberbullying por ofender moralmente e difamar as vítimas que têm suas imagens publicadas sem seu consentimento; estimula a pornografia infantil e a pedofilia em casos envolvendo menores – em novembro, um diretor de 53 anos foi denunciado nos EUA por mandar imagens de sexo para estudantes menores de idade--, e em outros casos, enquadra-se como roubo de informações, como o que ocorreu com a atriz Carolina Dieckman, em 2012.

Além disso, no caso das mulheres, o autor da divulgação de imagens íntimas na internet sem autorização pode ser punido por difamação com base na Lei Maria da Penha. Na Califórnia (EUA), para tentar conter a onda de publicações de imagens de mulheres nuas ou seminuas por vingança foi criada uma lei que prevê pena de prisão de até seis meses e multa de até US$ 1.000 para quem publicar na internet fotografias ou vídeos de ex-cônjuge ou ex-namorada sem consentimento.

Nos casos envolvendo menores de idade, os responsáveis pela divulgação podem ser enquadrados no artigo 241 A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que qualifica como crime grave a disseminação de fotos, vídeos ou imagens de crianças ou adolescentes em situação de sexo explícito ou pornográfica, com pena de 3 a 6 anos. Quatro Estados norte-americanos já classificam o sexting como crime de pornografia infantil ou exploração sexual de menores e preveem também punições para menores de idade que criarem ou transmitirem imagens com conteúdo sexualmente explícito.

Novas leis

No Brasil, a vítima de sexting ainda encontra dificuldade para ver o culpado punido. Para tentar coibir a prática, quatro projetos tramitam no Congresso propondo penas mais severas. Em maio desse ano, o deputado João Arruda (PMDB/PR) propôs alterações à Lei Maria da Penha, estendendo-a para o ambiente virtual. Outros dois projetos buscam tipificar o crime de divulgação pública de imagens de vídeos de segurança e acrescentar ao Código Penal a conduta de divulgação de fotos ou vídeos com cena de nudez ou ato sexual sem autorização da vítima.

O quarto projeto, da deputada Eliane Lima (PSD/MT), visa punir quem praticar a chamada vingança pornográfica. A pena proposta é de um ano de reclusão e multa de 20 salários mínimos. A parlamentar cita como exemplo o caso da jornalista Rose Leonel, que por muito tempo recebeu ligações de estranhos procurando por sexo. O ex-namorado havia cadastrado fotos íntimas da jovem em sites de pornografia e de garotas de programa, com seus dados pessoais e telefone

(3)

celular. Rose Leonel criou a ONG Marias da Internet, que ajuda mulheres que passaram por situação semelhante.

A Câmara dos Deputados também deve incluir no Marco Civil da Internet, mecanismos para retirada de conteúdo da rede de imagens íntimas que prejudiquem os envolvidos.

A proposta ainda está em discussão e segundo o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto, o texto prevê que o provedor que disponibilizar o conteúdo gerado por terceiros poderá ser responsabilizado pela divulgação do material que contenha nudez ou sexo de caráter privado sem autorização de seus participantes.

Enquanto leis mais severas tramitam no Congresso, algumas dicas de segurança são essenciais para quem não quer ficar exposto ou correr riscos na web:

VEJA DICAS

Evitar colocar fotografias íntimas em sites de relacionamentos;

Não divulgar as senhas de e-mail ou de redes sociais em programas de mensagem; Clicar em "sair", "log-off" ou similares ao terminar de utilizar essas ferramentas;

Não autorizar a opção "salvar automaticamente a senha" no PC de lan-house, escola ou casa de amigos;

Se gravar imagens íntimas, evite fazê-lo com o celular e tenha sempre uma cópia. Assim que possível, delete os vídeos

Não utilizar a opção de conversa com a webcam com desconhecidos em sites de trocas de mensagem

Disponível em : http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/sexting

(4)

*Trecho de Época - Sexo, chantagem e internet

O suicídio de duas adolescentes depois do vazamento de imagens íntimas acordou o Brasil para os perigos da exposição nas redes sociais. Faltam leis para punir quem divulga vídeos e fotos. Falta controle das empresas

As estudantes Giana Laura, de 16 anos, e Júlia Rebeca, de 17 anos, nunca se conheceram. Separadas pela extensão geográfica do país – Giana em Veranópolis, Rio Grande do Sul, e Júlia em Parnaíba, litoral do Piauí –, suas histórias se cruzaram nas manchetes da imprensa, por causa de um desfecho trágico. Com apenas quatro dias de diferença, as duas jovens se mataram, pela mesmíssima razão. Elas haviam descoberto que imagens íntimas delas, compartilhadas com pessoas em quem confiavam, se multiplicavam pela internet. Envergonhadas e desesperadas, totalmente inexperientes, decidiram fugir de uma situação que lhes parecia

(5)

intolerável. Ao escolher o suicídio, tornaram-se vítimas, mais um par de vítimas, de um perigo assustadoramente próximo da nova geração: a exposição excessiva na internet, e suas terríveis consequências.

(6)

TEXTO 3 - Prática do sexting e suas consequências penais

A utilização do termo sexting, que representa a união das palavras “sex” (sexo) e “texting” (envio de mensagem de texto), iniciou com o envio de textos com conteúdo sexualmente sugestivo via mensagens SMS pelo aparelho celular, e hoje, com os avanços tecnológicos, se dá através de aplicativos de conversa de smartphones, redes sociais e sites de relacionamento, mediante o compartilhamento de fotos e vídeos.

Esse fenômeno é mais comum entre adolescentes. Contudo, adultos também usufruem dessa prática, que é consensual entre ambas as partes. Em outras palavras: existe a concordância tanto para somente receber um conteúdo erótico quanto para enviá-lo, ou para ambos os usuários trocarem conteúdos sexuais.

Existem diversos motivos para se compartilhar fotos e vídeos íntimos, seja para convencer o outro de que o corpo exibido é sedutor, seja para convencer o outro a enviar um conteúdo semelhante – e também não se pode esquecer que existe o envio do conteúdo de forma equivocada.

Até o momento da troca das mensagens, como já dito, existe a concordância das partes em compartilhar o conteúdo. Contudo, o problema do sexting se dá pela sua disseminação de forma não autorizada pelo titular. Isso porque quem recebe um conteúdo erótico (mais conhecido como “selfie nude”) pode compartilhar com terceiros, que compartilharão com terceiros, e assim por diante.

Mas, antes de adentrar no mérito da legislação e as consequências penais para quem dissemina um conteúdo de forma não autorizada, é válido expor o que a prática do sexting está influenciando neste momento.

Primeiro, aumentou de forma significativa a prática da pornografia infantil. Um estudo da ONG SaferNetrevelou que em 2017 foram recebidas 63.698 denúncias anônimas envolvendo 32.936 páginas de pornografia infantil, as quais 20.976 foram denunciadas, somando, portanto, um amento de 18,87% em relação ao ano de 2016.

São casos extremamente delicados, onde as vítimas são, em muitos casos, induzidas a enviar uma foto ou vídeo com conteúdo sexual mediante chantagem do ofensor, ou pelo oferecimento de presentes, entre outros.

Inclusive, a SaferNet expõs em seu site os dados atualizados de 2017 no que tange às principais violações das quais os internautas pedem ajuda. Verifica-se que o sexting é o 3º colocado do ranking:

(7)

Também, as vítimas que sofrem pela compartilhamento do conteúdo de exposição íntima, em muitos casos acabam por adquirir depressão ou transtornos de ansiedade, ainda mais quando se tratam de “meninas” que são vítimas constantes de comentários cruéis, dados estes obtidos pelo The Priory Group(Organização britânica de hospitais e clinicas de saúde mental).

Ainda, os psiquiatras do Priory aduzem que os casos de sexting irão disparar o número de pessoas que sofrem com questões de auto-aversão, vergonha, acarretando até mesmo nos casos de auto-mutilação.

O principal enfoque no que tange ao sexting é alertar principalmente a população jovem dos riscos do envio de mensagens com conteúdo sexualmente explícito, para que esses não desencadeiem problemas mentais piores quando adultos.

Por outro lado, também não se deve esquecer os casos de suicídio. Muitos internautas não suportam a vergonha e a humilhação de ver suas fotos ou vídeos sendo compartilhados nas mídias sociais, e acabam se suicidando.

A divulgação de fotos ou vídeos eróticos sem o consentimento do dono acarreta nos crimes de difamação ou injúria, com base nos artigos 139 e 140 do Código Penal.

Ambos os crimes são caracterizados por serem contra à honra das pessoas, mas a diferença entre eles se dá pelo fato de que a difamação atinge a honra objetiva, com a imputação de fato que ofenda a reputação de alguém, e a injúria atinge a honra subjetiva, com a atribuição de qualidade negativa a alguém, ambos com penas não superiores a três anos de detenção.

Quando se tratam de vítimas com base no Estatuto da Criança ou do Adolescente, o crime é ainda mais grave, com pena de 3 a 6 anos de reclusão e multa, com base no artigo 241 do ECA. Por fim, pergunta-se: diante da proporção do sexting e suas consequências, a pena atribuída ao criminoso é, de fato, justa? Por óbvio que a resposta é negativa, assim como tantos outros crimes

(8)

por ai praticados. O avanço da tecnologia pressiona a cada dia uma mudança urgente na legislação, principalmente no aspecto criminal.

Referências

Documentos relacionados

Resumo da análise de variância para produtividade comercial (PC), massa média (MF), diâmetro equatorial (DE), diâmetro polar (DP), espessura da casca (EC) e sólidos solúveis (SS)

Os motivos que levam os 12 serviços de saúde de Santa Catarina a não permitirem a presença do acompanhante de escolha da mulher no processo parturitivo está

Ou seja, o conceito dialético entre urbe, corpo e “eus” se tornam infinitos à medida que a linguagem e o discurso se tornam visuais, (i)materiais: “Quer se trate do corpo do

O handebol é um esporte coletivo que envolve passes de bola com as mãos, praticado entre duas

A sonoridade dos livros do Lobato foi conseguida através do uso de onomatopeias, maiúsculas, sinais de exclamação, interrogação e reticências (Novaes Coelho,

Os espaldares encurvados para trás eram mais raros que os retos,.. sendo os assentos

A publicação “Elementos para a avaliação do impacto da racionalização e da Coordenação Modu- lar na indústria de materiais de construção”, de ju- lho de 1978,

No caso da maçã ‘Fuji’, minimamente processada, a melhor coloração da polpa foi obtida com frutos processados a partir dos lotes de frutos inteiros armazenados até 78 dias