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PROCESSO Nº TST-RO A C Ó R D Ã O (SDC) IGM/jms/as

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Academic year: 2021

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Firmado por assinatura digital em 10/09/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

A C Ó R D Ã O (SDC)

IGM/jms/as

RECURSO ORDINÁRIO EM DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA – AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO (CF, ART. 114, § 2º) – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - DESPROVIMENTO DO APELO.

O TRT da 2ª Região, ao acolher a preliminar alusiva à ausência de comum acordo (CF, art. 114, § 2º), suscitada em contestação, e julgar extinto o dissídio coletivo sem resolução do mérito, por ausência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do processo, nos termos do art. 485, IV, do CPC, decidiu em consonância com a jurisprudência uníssona da SDC do TST, que segue no sentido de que o comum acordo é indispensável à instauração de

dissídio coletivo de natureza

econômica.

Recurso ordinário desprovido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n° TST-RO-1003318-36.2016.5.02.0000, em que é Recorrente SINDICATO DOS MÉDICOS DE SÃO PAULO e Recorrido SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISA E ANÁLISE CLÍNICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO.

R E L A T Ó R I O

O Sindicato dos Médicos de São Paulo aforou, em face do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de São Paulo - SINDHOSP, Dissídio Coletivo de natureza econômica TRT-DC 1003318-36.2016.5.02.0000 (seq. 3, págs. 2-23).

O TRT da 2ª Região, por maioria, acolheu a preliminar alusiva à ausência de comum acordo e julgou extinto o dissídio coletivo sem resolução do mérito, por ausência de pressuposto de constituição e

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desenvolvimento válido e regular do processo, nos termos do art. 485, IV, do CPC (seq. 3, págs. 230-239).

Irresignado, o Suscitante interpõe o presente recurso ordinário, pugnando pela reforma do decisum, em síntese, ao argumento de que teria havido concordância tácita, uma vez que, em audiência de conciliação realizada em 30 de novembro de 2016, as Partes se comprometeram a apresentar contraproposta de acordo, tendo o Sindicato Recorrido realizado nova assembleia da categoria econômica e apresentado uma proposta final em nova audiência (seq. 3, págs. 290-320).

Admitido o recurso ordinário do Suscitante (seq.3, pág. 323), foram apresentadas contrarrazões pelo Suscitado (seq. 3, págs. 326-332), sendo dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público por não se tratar de dissídio coletivo originário (RITST, art. 95, IV).

É o relatório. V O T O

I) CONHECIMENTO

O recurso ordinário é tempestivo, tem representação regular e foram recolhidas as custas, razão pela qual dele CONHEÇO.

II) MÉRITO

O Regional acolheu a preliminar de ausência de comum acordo, nos seguintes termos:

“O suscitado arguiu a ausência de comum acordo entre as partes como preliminar, requerendo a extinção do feito sem resolução do mérito por ausência de pressuposto válido e regular do processo.

É entendimento desta Relatora ser imprescindível o comum acordo das partes, nos termos do artigo 114, §2º da Constituição Federal, verbis: Constituição Federal

Art 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de

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natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

De se salientar, ainda, que não compete a esta especializada a declaração de inconstitucionalidade, ainda que pela via indireta, do disposto no artigo 114, §2º da Constituição Federal, posto que feriria o princípio da clausula de reserva de plenário, bem como atenta ao disposto na Súmula Vinculante nº 10 do C. STF, verbis:

Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

Não obstante, a jurisprudência notória, atual e firme do C. TST é mesmo no sentido de acolhimento da prejudicialidade.

(...)

Por conseguinte, entendemos que a redação do § 2º do artigo 114 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004 apresenta claro impedimento ao ajuizamento de dissídio coletivo quando não manifestado o comum acordo entre as partes, não podendo se dizer ofensa ao exercício do direito de ação (CF, art. 5º, inciso XXXV) nem mesmo cerceamento ao princípio da inevitabilidade da jurisdição, porquanto referida disposição trás em seu bojo um alicerce fundamental ao fortalecimento da categoria sindical e utilização dos instrumentos sociais de pressão dos trabalhadores.

Julgo, assim a Extinto o Feito, Sem Resolução do Mérito, nos termos do Artigo, 485, IV, do novo Código de Processo Civil, ante a ausência de pressuposto válido do processo, consistente na necessidade de Comum Acordo para ajuizamento do dissídio, ex-vi § 2º do artigo 114 da Constituição Federal” (seq.3, págs. 232-236, grifos no original).

Não merece reforma a decisão recorrida.

Ao acolher a preliminar alusiva à ausência de comum acordo, suscitada em contestação (seq. 3, págs. 160-161), e julgar extinto o processo sem resolução do mérito (CPC, art. 485, IV), o Regional decidiu em consonância com a jurisprudência uníssona da SDC do TST, que segue no sentido de que o comum acordo é indispensável à instauração de dissídio coletivo de natureza econômica, por se tratar de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, verbis: “RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA. AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO. ART. 114, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. O entendimento pacífico nesta Corte é o de

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que o comum acordo, exigência trazida pelo art. 114, § 2º, da Constituição Federal para o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica, é pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo e que, embora idealmente devesse ser materializado na forma de petição conjunta da representação, é interpretado de maneira mais flexível, no sentido de se admitir a concordância tácita na instauração da instância, desde que não haja a oposição expressa do suscitado, na contestação. In casu, o Sindicato patronal suscitado, na defesa, expressamente apontou a falta do comum acordo como causa extintiva do processo, e reiterou nas razões do recurso ordinário o fato de ter apresentado sua oposição expressa ao ajuizamento da ação, na contestação. Reforma-se, pois, a decisão regional, para julgar extinto o processo, sem resolução de mérito, nos termos dos arts. 114, § 2º, da CF e 267, IV, do CPC, ficando ressalvadas, contudo, as situações fáticas já constituídas, a teor do que dispõe o art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.725/1965. Processo extinto sem resolução de mérito, pela falta de comum acordo” (TST-RO-6937-73.2012.5.04.0000, SDC, Rel. Min. Dora Maria da Costa, DEJT de 22/03/16).

“RECURSO ORDINÁRIO - DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA - AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. A redação do art. 114, § 2º, da Constituição da República elenca o comum acordo entre as partes como pressuposto à instauração de Dissídio Coletivo de Natureza Econômica. No caso, os Suscitados alegaram a preliminar em sua contestação (fl. 97) e nas razões do Recurso Ordinário (fls. 267/268), o que impõe a extinção do processo sem resolução do mérito, com base no art. 267,

IV, do CPC. Recurso Ordinário conhecido e provido”

(TST-RO-1000568-32.2014.5.02.0000, SDC, Rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT de 22/03/16).

“RECURSO ORDINÁRIO DO SINDICATO DA INDÚSTRIA AUDIOVISUAL NO ESTADO DE SÃO PAULO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA. COMUM ACORDO. NOVA REDAÇÃO DO § 2º DO ARTIGO 114 DA CONSTITUIÇÃO

ATUAL APÓS A PROMULGAÇÃO DA EMENDA

CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. A Seção Especializada em Dissídios Coletivos deste Tribunal Superior do Trabalho firmou jurisprudência no sentido de que a nova redação do § 2º do artigo 114 da Constituição Federal estabeleceu o pressuposto processual intransponível do mútuo consenso das partes para o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica. A EC nº 45/2004, incorporando críticas a esse processo especial coletivo, por traduzir excessiva intervenção estatal em matéria própria à criação de normas, o que seria inadequado ao efetivo Estado Democrático de Direito instituído pela Constituição (de modo a preservar com os sindicatos, pela via da negociação coletiva, a geração de novos institutos e regras trabalhistas, e não com o Judiciário), fixou o pressuposto processual restritivo do § 2º do

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art. 114, em sua nova redação. Nesse novo quadro jurídico, apenas havendo `mútuo acordo‟ ou em casos de greve, é que o dissídio de natureza econômica pode ser tramitado na Justiça do Trabalho. Ressalvadas, contudo, as situações fáticas já constituídas, a teor do art. 6º, § 3º, da Lei 4.725/65. Recurso ordinário conhecido e provido. Prejudicado o exame dos temas recursais remanescentes” (TST-RO-1001586-88.2014.5.02.0000, SDC. Rel. Min. Maurício Godinho Delgado, DEJT de 22/03/16).

“DISSÍDIO COLETIVO. RECURSO ORDINÁRIO DA SUSCITADA. FALTA DO MÚTUO ACORDO. ARTIGO 114, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Com a edição da Emenda Constitucional n.º 45/2004, estabeleceu-se novo requisito para o ajuizamento de dissídio coletivo de natureza econômica, qual seja, que haja comum acordo entre as partes. Trata-se de requisito constitucional para instauração do dissídio coletivo e diz respeito à admissibilidade do processo. A expressão „comum acordo‟, de que trata o mencionado dispositivo constitucional, não significa, necessariamente, petição conjunta das partes, expressando concordância com o ajuizamento da ação coletiva, mas a não oposição da parte, antes ou após a sua propositura, que se pode caracterizar de modo expresso ou tácito, conforme a sua explícita manifestação ou o seu silêncio. No caso dos autos, houve a recusa expressa quanto à instauração do dissídio coletivo, a qual foi feita em momento oportuno, ao teor do art. 301, X, do CPC, o que resulta na extinção do processo, sem resolução de mérito, ante a falta de pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e

regular. Recurso ordinário provido”

(TST-RO-20732-15.2013.5.04.0000,SDC, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, DEJT de 22/03/16).

Ressalte-se, ademais, que, embora esta Seção Especializada possua entendimento pacífico de que a homologação judicial de acordo apresentado pelas partes impossibilita que seja exarada decisão terminativa por ausência de comum acordo, tal hipótese não se confunde com a dos presentes autos, em que o Sindicato Suscitado apenas concordou em apresentar contraproposta de acordo em audiência (seq. 3, págs. 191-192), tendo as Partes, no entanto, permanecido inconciliadas (seq. 3, págs. 196-197).

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso ordinário. ISTO POSTO

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ACORDAM os Ministros da Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, negar provimento ao recurso ordinário.

Brasília, 10 de setembro de 2018.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS FILHO

Ministro Relator

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