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Repercussões assistências na Doença de Behçet: relato de caso / Assistance repercussions in Behçet's Disease: case report

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 71366-71371, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Repercussões assistências na Doença de Behçet: relato de caso

Assistance repercussions in Behçet's Disease: case report

DOI:10.34117/bjdv6n9-543

Recebimento dos originais: 08/08/2020 Aceitação para publicação: 23/09/2020

José Jamildo de Arruda Filho

Acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: jamildofilho@gmail.com

Andryelle Rayane Coelho de Oliveira

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: andryellerayane876@gmail.com

Cristiane Macedo Vieira

Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Docente do Núcleo de Enfermagem- Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de

Santo Antão, Pernambuco- Brasil

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: cristianemacedov@yahoo.com.br

Jacqueline Santos Valença

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: jacqueline.s.valenca@gmail.com

Jeniffer Martins de Freitas

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: jeniffer.cg@gmail.com

Raniele Oliveira Paulino

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: rany2017.2@gmail.com

Rita de Cássia de Amorim Coêlho

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 71366-71371, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: jeniffer.cg@gmail.com

Sayonara Meirelles Gouveia de Oliveira

Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, Núcleo de Enfermagem

Endereço: R. Alto do Reservatório, S/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE,55608-680 E-mail: sayonarameirelles_@hotmail.com

RESUMO

A doença de Behçet é uma patologia multissistêmica, prevalente na idade adulta, com etiologia ainda desconhecida. Na forma grave, indivíduos acometidos desenvolvem sequelas físicas em decorrência do comprometimento do Sistema Nervoso Central. O objetivo deste trabalho foi descrever o caso de uma paciente de 36 anos de idade, diagnosticada com Neuro Behçet, que apresentava-se consciente, oscilando momentos de orientação e desorientação, mobilidade reduzida em consequência do comprometimento neurológico, além de alterações nos exames de imagem. Diante do quadro, foi implementada medidas assistenciais de enfermagem, levando em consideração as complicações da doença e ausência de tratamento adequado. Permitiu-se a construção de um plano de cuidados que desencadeassem uma melhora no quadro atual da doença.

Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem, Neurologia, Síndrome de Behçet. ABSTRACT

Behçet's disease is a multisystem pathology, prevalent in adulthood, with a still unknown etiology. In severe form, affected individuals develop physical sequelae due to the involvement of the Central Nervous System. The objective of this study was to describe the case of a 36-year-old patient diagnosed with Neuro Behçet, who was conscious, oscillating moments of orientation and disorientation, reduced mobility as a result of neurological impairment, in addition to changes in imaging tests. In view of the situation, nursing care measures were implemented, taking into account the complications of the disease and the lack of adequate treatment. The construction of a care plan was allowed to trigger an improvement in the current condition of the disease.

Keywords: Behçet Syndrome, Neurology, Nursing.

1 INTRODUÇÃO

A doença de Behçet (DB) é uma patologia multissistêmica de etiologia ainda desconhecida (PIRES et al., 2011). Apesar das investidas científicas em definir sua origem, acredita-se que a doença esteja associada a uma susceptibilidade genética ligada ao alelo do antígeno leucocitário humano (HLA) -B51 e a exposição a agentes desencadeadores, os quais, podem ser o gatilho para aparecimento da doença (International Society for Behcet’s Disease, 2018; ROBAZZI; ARRUTI; SOUZA; SANTIAGO, 2005; ADEEB et al., 2017).

O quadro epidemiológico revela maior prevalência na região da Ásia até a bacia do Mediterrâneo, trecho conhecido como antiga “Rota da Seda”. No Japão, a doença tem uma prevalência de 10/100.000 habitantes, Irã 80/100.000 e na Turquia esse número chega a 370/

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100.000. Apesar da baixa prevalência, existem registros em diversas partes do mundo como na América do Norte, Brasil, Reino Unido e Alemanha. (FERRÃO et al., 2015; HATEMI et al., 2016; NEVES; MORAES; GONÇALVES, 2006; PIRES et al., 2011).

As manifestações iniciais são marcadas pelo o aparecimento de úlceras orais recorrentes, úlceras genitais e uveíte, compondo uma tríade descrita pela primeira vez pelo dermatologista Hulusi Behçet em 1937 (KALRA et al., 2014; NEVES; MORAES; GONÇALVES, 2006).

Após acometimento, o indivíduo pode desenvolver alguns sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com outras doenças, uma vez que, a forma grave da patologia compromete principalmente o sistema vascular e sistema nervoso central (SNC), este último, classificado como Neuro Behçet, devido o grau de comprometimento do SNC (YAMADA et al., 2017; ZEIDAN et al., 2016).

Além das lesões cutâneas, o portador de Behçet pode apresentar alterações em articulações, pulmões, trato gastrointestinal e em diversos outros locais. Em razão disso, as manifestações clínicas se comportam individualmente de forma heterogênea. Em casos de pacientes que apresentam a neuro-behçet, no qual há comprometimento do sistema nervoso central, pode haver incapacidade funcional grave e risco de morte (KALRA et al., 2014; PIRES et al., 2011; PEREIRA, ARAÚJO e CARVALHO, 2019).

Considerada uma patologia crônica, recidivante e complexa, a doença de Behçet ainda não possui um diagnóstico diferencial, no entanto, a sua confirmação se dá pela história clínica da tríade de sintomas, exames imunológicos, exames de imagens, estudo histopatológico, e recentemente a descoberta de biomarcadores da doença. Portanto, as condutas e tratamento variam de acordo com o grau de complexidade e singularidade do paciente(ADEEB et al., 2017; NEVES; MORAES; GONÇALVES, 2006; YAMADA et al., 2017; ZEIDAN et al., 2016). Segundo Lopalco (2020), o manejo clínico da Neuro Behçet é baseado nas manifestações clínicas da doença.

O objetivo do presente estudo foi descrever o caso de uma paciente do sexo feminino com diagnóstico de Neuro Behçet aos 36 anos de idade.

2 RELATO DE CASO

Paciente de 36 anos, caucasiana, residente de um município da Zona da Mata pernambucana, atualmente encontrava-se sob os cuidados de uma instituição de longa permanência em um município vizinho. De acordo com a anamnese realizada pela instituição no dia da admissão, dados de prontuários e laudos provenientes de unidades hospitalares prévias, a história da paciente se inicia em março de 2013 em um hospital público do Estado de Pernambuco, sendo internada apresentando

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quadro de cefaléia, febre e crises convulsivas associadas à febre há quatro meses; o exame físico evidenciou leve apraxia, desorientação, midríase, ptose palpebral em olho esquerdo e ausência de déficit motor ou sensitivo. Foram referidos, desde então, pela acompanhante episódios de desorientação temporo-espacial da paciente, sendo ela posteriormente encaminhada ao neurologista realizando um eletroencefalograma (sem alterações) ondemedicada com metilprednisolona por três dias, evoluindo com melhora da midríase e ptose palpebral. Uma ressonância magnética realizada posteriormente revelou uma alteração de sinal e um discreto processo expansivo envolvendo ponte, mesencéfalo, braços posteriores das cápsulas internas e porções mais posteriores do corpo caloso, relativamente simétrico, pouco mais acentuado à esquerda, sem expressão na sequência em difusão e tênues áreas de realce pelo gadolínio.

Em março de 2014, com quadro persistente de cefaleia e amaurose, deu-se a segunda internação. Cinco dias após a admissão, houve o rebaixamento no nível de consciência (GSC= 9), intubação e encaminhamento à UTI onde foi tratada com infusão de imunoglobulina por nove dias e pulsoterapia com corticoide, evoluindo com melhora clínica e neurológica com acompanhamento ambulatorial.

Com hipótese diagnóstica de Esclerose Múltipla (EM), foi internada novamente em 2014 para melhor elucidação diagnóstica. Já com resultados de sorologia normais para citomegalovírus, foi realizada uma punção lombar não sugestiva para EM, bem como não apresentou síntese intratecal de IgG. A ressonância realizada no ano anterior foi descrita como sugestivo de acometimento neurológico pela doença de Behçet. Quando questionada sobre o surgimento de úlceras orais/genitais, a acompanhante respondeu que tais lesões foram observadas mais de três vezes nos últimos doze meses.

Durante o internamento, a paciente apresentou sepse grave, de foco provavelmente urinário, tratada com cefepime e vancomicina por doze dias em associação com drogas vasoativas. Discutindo o caso e com diagnóstico fechado, optou-se o início do tratamento com ciclofosfamida por seis meses com acompanhamento ambulatorial para análise de remissão, sendo dada alta em boas condições apesar de déficit cognitivo persistente, marcha alterada e dificuldade para permanecer de pé.

3 DISCUSSÃO

As alterações neurológicas expressas na doença, também denominada Neuro-Behçet, podem está presentes em 10% dos casos identificados, sendo mais comum de duas a oito vezes em homens, com maior morbimortalidade entre esse público. O sistema nervoso central é o principal alvo da

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patologia e sua abrangência corresponde a dois tipos: parenquimatoso e não parenquimatoso (FRANCO NETO et al., 2012).

A análise dos exames de imagem realizados durante o processo de diagnóstico da paciente, apresenta um quadro sugestivo de Neuro-Behçet com envolvimento parenquimatoso, já que observa-se danos a nível de ponte, mesencéfalo e corpo caloso, e evidências como oftalmoparesia e disfunção cerebelar (FRANCO NETO et al., 2012).

Diante do comprometimento neurológico a paciente encontrava-se consciente, oscilando entre momentos de orientação e desorientação, mobilidade reduzida em consequência da tetraparesia, alteração descoordenada da fala (disfasia) e sonolenta. Em sua assistência foram identificados riscos que poderiam comprometer sua segurança, como risco de queda avaliado em 25 na Escala de Morse, além da ausência de estímulos neuro-motores essenciais para o seu desenvolvimento, uma vez que convive com as sequelas do Acidente Vascular Encefálico.

O suporte assistencial de enfermagem, possibilitou traçar um plano de cuidados baseados em evidências, que viabilizassem melhoria na qualidade de vida sob os aspectos de saúde. Entre as ações estabelecidas no Projeto Terapêutico Singular destaca-se a realização de uma formação educativa sobre a doença Behçet com a equipe de cuidadores da instituição de longa permanência no qual a paciente estava acolhida. A proposta consistia em promover conhecimento para estabelecer estratégicas de cuidados humanizados e equânimes.

Após julgamento clínico, foi proposto a equipe de enfermagem medidas que atendessem as necessidades da paciente utilizando a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). As ações deram-se a partir de orientações quanto a prevenção de quedas e lesões por pressão; Melhora da nutrição corporal; Diminuição da ansiedade; Manutenção do Controle da saúde; E a realização de atividades que promovessem o estímulo de movimentos finos utilizando objetos simples como canetas, pincéis e pegadores de roupa; Além do incentivo da comunicação e convívio social a fim de promover a interação da mesma com outros integrantes da instituição. Segundo Filho et al. (2020), instituir medidas de autocuidado para pacientes e familiares em situações específicas, constituem importantes medidas para limitar a progressão da doença.

Após a implementação do cuidado, foi observado uma mudança no quadro clínico, sendo observado uma melhora na qualidade de vida, autoestima e labilidade emocional. As medidas adotadas durante o planejamento, foram conduzidas pela equipe de cuidadores da Instituição de Longa Permanência, porém, devido às dificuldades físicas e estruturais, algumas atividades não foram continuadas. No entanto, as repercussões assistências tornaram-se congruentes as necessidades.

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REFERÊNCIAS

ADEEB, F., et al. Etiology, Immunopathogenesis and Biomarkers in Behçet's disease. Behcet's Disease, Muzeyyen Gonul and Selda Pelin Kartal, IntechOpen, DOI: 10.5772/intechopen.68342.

FERRÃO, C. et al. A nossa regra de ouro na doença de Behçet: tratar a manifestação clínica. Arq Med; v. 29, n.3, p. 75-79, 2015.

FRANCO NETO, N. B. et al. Longitudinal myelitis secondary to Behçet’s syndrome. Case report. Rev Bras Clin Med. v.10, n. 3, p.256-259, 2012.

FILHO, J. J. A. et al. Assistência de enfermagem a paciente com surdez em um setor de ginecologia: Relato de experiência. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 10038-10047, 2020.

HATEMI G. et al. One year in review 2016: Behçet’s syndrome. Clin Exp Rheumatol. v.34, p.10-22, 2016.

International Society for Behcet’s Disease [Internet]. Istambul. [cited 2018 Ag 10]

ROBAZZI, T. C. et al. Neuro-Behçet’s Disease in Childhood-Onset. Rev Bras Reumatol. v. 45, n. 4, p. 262-265, 2005.

KALRA, S. et al. Diagnosis and management of Neuro-Behçet’s disease: international consensus recommendations. J Neurol. v. 261. n. 9, p.1662–1676, 2014.

LOPALCO, G. et al. Safety of systemic treatments for Behçet’s syndrome. Expert Opinion On Drug Safety [Online], 4 set. 2020.

NEVES, F. S. et al. Síndrome de Behçet: à procura de evidências. Rev Bras Reumatol. v. 46, supl.1, p. 21-29, 2006.

PEREIRA, S. L. A; ARAÚJO, D. B; CARVALHO, J. F. Manifestações neurológicas da doença de Behçet. Rev. Ciênc. Méd. Bio, v. 19, n. 1, p. 144-146, 2019.

PIRES, L. A. et al. Neuro-Behçet: Relato de Dois Casos. Rev. Neurociências, v. 9, n.1, p. 36-39, 2011.

YAMADA, H. et al. Brain biopsy to aid diagnosis of neuro-Behçet's disease: Case report and literature review. eNeurologicalSci. v.8, p. 2-4, 2017.

ZEIDAN, M. J. et al. Behçet’s disease physiopathology: a contemporary review. Autoimmunity Highlights. v. 7, n.1, 2016.

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