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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS-PB CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

LAPAROTOMIAS EXPLORATÓRIAS EM EQUÍDEOS E SUÍNOS – REVISÃO DE LITERATURA E ESTUDO RETROSPECTIVOS DA CASUÍSTICA DO HOSPITAL

VETERINÁRIO DA UFCG

LUCAS MARQUES DE MELO NETO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

LAPAROTOMIAS EXPLORATÓRIAS EM EQUÍDEOS E SUÍNOS- REVISÃO DE LITERATURA E ESTUDO RETROSPECTIVOS DA CASUÍSTICA DO HOSPITAL

VETERINÁRIO DA UFCG

Lucas Marques de Melo Neto Graduando

Prof. Dr. Eldinê Gomes de Miranda Neto Orientador

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LUCAS MARQUES DE MELO NETO Graduando

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para Obtenção do grau de Médico Veterinário.

APROVADA EM 23/02/2018. MÉDIA: 8,2 (OITO VÍRGULA DOIS)

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Eldinê Gomes de Miranda Neto Orientador

Prof. Dr. Pedro Isidro da Nóbrega Neto Examinador I

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar forças todos os dias na busca da

realização de um sonho; à minha mãe, Alvarita de Melo, que em todos os momentos esteve ao meu lado me apoiando e me dando condições de trilhar meu caminho no curso; ao meu pai, Pedro Batista por todo o apoio e ensinamentos.

Aos meus irmãos, Pedro Filho e Polyana Melo por estarem sempre à disposição nos momentos que precisei. A minha sobrinha Laura Melo, por sempre me dar muito apoio e carinho em todos os momentos da minha vida.

A minha namorada, Isa Maria, por todo amor dedicado a mim, onde em todos os momentos do curso foi guerreira ao meu lado dos momentos mais difíceis aos mais proveitosos; à minha sogra, Maria Célia e ao meu sogro Noroaldo, por toda consideração disponibilizada a mim.

A todos os meus tios e tias em especial a meu tio George Beltrão e minha tia Judite Melo, por todo o apoio consideração e carinho demonstrados à minha pessoa.

Aos meus primos e primas, em especial a Elias filho por estar sempre me dando forças e bons conselhos.

A todos os meus colegas de curso, por estarem presentes em um dos melhores e mais desafiadores momentos de minha vida.

Ao meu orientador, professor Eldinê Gomes, por toda consideração me auxiliando no trabalho de conclusão de curso, onde em todos os momentos que o solicitei o mesmo sempre esteve à disposição para tudo.

Aos professores, Pedro Isídro, Sônia Corrêa, Assis, Sônia Lima, Carlos Peña, Silvano, Otávio Brilhante, José Fabio, João Paulo e todos os demais, por toda dedicação na

transmissão de conhecimento passada ao longo do curso.

A todos os funcionários da instituição em especial ao Médico Veterinário Josemar Marinho, com quem ao longo do tempo pude construir uma amizade sincera e absorver muito conhecimento na rotina clínica da medicina veterinária.

Aos componentes da banca, por se fazerem presentes a este momento, atendendo ao nosso chamado, dando-nos prova do vosso compromisso para comigo e para com a

instituição.

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SUMÁRIO Pág LISTA DE GRÁFICOS... 7 RESUMO... 8 ABSTRACT... 9 1 INTRODUÇÃO... 10 2 REVISÃO DE LITERATURA... 12

2.1 Abordagem Geral da Equideocultura... 12

2.2 Síndrome Cólica... 13 2.3 Afecções Digestivas... 14 2.4 Epidemiologia... 16 3 CRIPTORQUIDISMO EM EQUÍDEOS... 18 3.1 Classificação... 18 3.2 Sinais Clínicos... 19 3.3 Métodos de Diagnóstico... 20 3.4 Tratamento... 20 3.5 Profilaxia... 20

4 ABORDAGEM GERAL DA CRIAÇÃO SUÍNA... 21

4.1 Anestesia em suínos... 22

4.2 Principais Cirurgias Abdominais Realizadas em Suínos... 23

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LISTA DE GRÁFICOS

Pág. Gráfico 1- Levantamento das principais laparotomias exploratórias em

equídeos. Atendidos na Clínica Médica de Grandes Animais no Hospital Veterinário da UFCG, no período de fevereiro de 2007 a fevereir de 2017... 29 Gráfico 2 - Levantamento das principais laparotomias exploratórias em

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RESUMO

NETO, LUCAS MARQUES DE MELO. Laparotomias exploratórias em equídeos e suínos-Revisão de literatura e estudo retrospectivos da casuística do Hospital Veterinário da UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE. 35 páginas

Patos- PB, 2018. (Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária).

A técnica de laparotomia exploratória em equídeos e suínos constitui um importante meio de diagnóstico e tratamento para diversas enfermidades que a cada dia vem sendo apresentadas na rotina. A utilização adequada da técnica necessita de um conhecimento geral anatômico, fisiológico, clínico e terapêutico para que a manobra cirúrgica possa ser exercida com o máximo de segurança possível, tendo em vista que normalmente animais submetidos ao uso da técnica são apresentados ao clínico em caráter de urgência. O presente trabalho busca apresentar uma revisão e um levantamento de dados a respeito das principais laparotomias exploratórias realizadas no Hospital Veterinário do campus de Patos-PB envolvendo equídeos e suínos, no período de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2017, no qual foram atendidos 2729 animais envolvendo estas duas espécies, sendo 2552 equídeos e 177 suínos, dos quais 185 foram encaminhados ao centro cirúrgico para utilização da técnica de laparotomia exploratória, correspondendo a 119 equinos, 64 suínos e 2 asininos. A técnica exerce um papel de grande importância na clínica médica e cirúrgica das duas espécies relatadas, demonstrando evolução a cada dia, onde diversos protocolos clínicos, cirúrgicos e anestésicos vem sendo demonstrados e provados através de resultados positivos.

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ABSTRACT

NETO, LUCAS MARQUES DE MELO. Exploratory laparotomies in equines and pigs - Review of the literature and retrospective study of the casuistry of the Veterinary Hospital of the FEDERAL UNIVERSITY OF CAMPINA GRANDE. 35 pages. Patos- PB,

UFCG, 2018. (Work of Completion of Veterinary Medicine Course).

The exploratory laparotomy technique in equines and swine is an important means of diagnosis and treatment for several diseases that are being presented in the routine. The adequate use of the technique requires a general anatomical, physiological, clinical and therapeutic knowledge so that the surgical maneuver can be exercised with the maximum possible safety, considering that normally animals submitted to the technique are presented to the clinician in character of urgency. The present work aims to present a review and a data collection regarding the main exploratory laparotomies performed at the Veterinary Hospital of the campus of Patos-PB involving equines and swine from February 2007 to February 2017, in which 2729 animals were treated involving These two species were 2552 equidae and 177 pigs, of which 185 were referred to the surgical center for use of the exploratory laparotomy technique, corresponding to 119 horses, 64 pigs and 2 asinines. The technique plays a very important role in the medical and surgical clinics of the two species reported, showing evolution every day, where several clinical, surgical and anesthetic protocols have been demonstrated and proved through positive results.

Key words: Exploration, pig, surgery.

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Animais de grande porte estão sujeitos ao desenvolvimento de diversas enfermidades que trazem preocupação aos clínicos na sua etiologia, diagnóstico e tratamento. Equídeos e suínos apresentam algumas peculiaridades anatômicas características, estando sujeitos a alterações morfofisiológicas.

De acordo com Auer e Stick (2006), equídeos acometidos com enfermidades digestivas como casos de abdômen agudo, são um dos problemas mais desafiadores e interessantes encontrados na prática. O diagnóstico rápido e preciso pode salvar vidas. Cavalos com sintomatologia de cólica se enquadram em vários grupos como, encaminhamento cirúrgico imediato ou eutanásia, tratamento clínico intensivo e possível cirurgia ou tratamento clinico sem possibilidade de cirurgia, que geralmente está associado a um quadro de resposta clínica satisfatória do animal ou a falta de condições financeiras do proprietário.

Além de enfermidades digestivas, os equinos também apresentam deficiências reprodutivas, o criptorquidismo apresenta alterações comportamentais, como libido exacerbada e índole de garanhão por parte do animal acometido, resultando no encaminhamento do animal ao atendimento especializado.

Diferentemente dos equídeos, os suínos são animais voltados à produção, normalmente sua incidência de atendimento clinico é inferior comparado a outras espécies, tendo em vista seu valor comercial e grande demanda na parte industrial. Cotidianamente suínos encaminhados ao atendimento médico, chegam em caráter de urgência, onde normalmente os criadores fazem uma primeira tentativa de tratamento na propriedade tomando como base o empirismo, após o qual os animais não apresentam resposta satisfatória e estão aptos para o consumo, são levados ao abate; E quando não apresentam características para a comercialização de sua carcaça, são encaminhados ao médico veterinário.

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E tendo apresentado resultados satisfatórios ao longo dos anos e demonstrado a cada dia um avanço nas formas de diagnóstico e nas técnicas cirúrgicas empregadas para diferentes modelos de laparotomia exploratória.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Abordagem Geral da Equideocultura

Os equídeos são animais herbívoros monogástricos, ou seja, apresentam um único estômago, sendo em condições naturais, utiliza forragem como sua principal forma de alimentação. A digestão desta espécie possui particularidades que devem ser analisadas com cautela para que ocorra melhora no manejo e máximo aproveitamento de nutrientes. Para a abordagem correta é de grande valia o domínio exato sobre a anatomia do sistema digestório, do seu funcionamento e das possíveis modificações que possam ocorrer, para se avaliar quanto à predisposição equina à dor abdominal (MOORE et al., 2005).

Com o surgimento da equideocultura moderna e coerente, o equino passou a ser uma espécie com alta diferenciação, principalmente com o surgimento e estímulo dos esportes equestres, sendo por estas razões forçada a oferta de alimentos em quantidades diversas vezes insuportáveis para a capacidade que seu trato digestório comporta (THOMASSIAN, 2005).

Essa realidade se agrava com o crescimento do número de equinos submetidos ao regime de manejo intensiva, vivendo como ”pets” em meios adversos as suas condições primordiais de habitat e alimentação. Medidas de prevenção que deveriam vir primordialmente, quando se procura a concpção moderna e evolução frequentemente não são privilegiadas ou implementadas (ALVES, 2013).

No tocante à cólica, na atualidade ocorre maior disposição de recursos para a habilitação profissional e admissão de diversos tratamentos clínicos ou cirúrgicos. Contudo, quando é analisada a realidade a respeito da prática de medidas de prevenção da cólica, que deveria predominar em relação a procedimentos terapêuticos, é observado o contrário (ALVES, 2013).

Peculiaridades anatômicas tornam o equino mais predisposto a alterações morfofisiológicas, responsáveis pelos sinais de desconforto, conhecido como cólica. Tais características são demonstradas pela diminuta capacidade volumétrica estomacal, incapacidade de vômito, extenso mesentério no jejuno, contribuindo para as torções, regiões com diminuição brusca do diâmetro do lúmen, como a flexura pélvica e a passagem para o cólon menor, favorecendo o acúmulo alimentar e fragilidade na mucosa retal, predisposta a rupturas (FEITOSA, 2014).

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encarregadas pelo desenvolvimento de graves enfermidades digestivas (THOMASSIAN, 2005).

Com isso, a síndrome cólica obteve importância, pois modificações na dieta alimentar, associada a características anatômicas do equino, ocasionou o aparecimento de mecanismos fisiopatológicos (MENDES; PEIRÓ, 2014).

2.2 Síndrome Cólica

Na clínica médica de equinos, as palavras abdome agudo ou síndrome cólica são utilizadas para apresentar um grupo de manifestações de sinais clínicos de desconforto abdominal. Os sinais são decorrentes de desordens do trato gastrointestinal, no entanto, algumas enfermidades com início em outros órgãos podem acarretar sinais de dor abdominal, como por exemplo, hepatite, peritonite, bloqueio uretral, desordens no trato genital, abscesso intra-abdominal e torção do útero (FERREIRA et al., 2009).

A dor abdominal aguda ou cólica equina constitui-se um dos acometimentos mais frequentes deparados pelo médico veterinário. É de ocorrência cosmopolita, com diferenças regionais quanto aos tipos dessa enfermidade. No Brasil, são as emergências mais comuns entre os equídeos, sendo mais ocorrentes até mesmo que as afecções traumáticas. Constitui-se um conjunto de múltiplas condições, consequentes ou determinadas por disfunções digestórias, promovendo distúrbios neuro-circulatórios graves (RADOSTITS et al., 2002; FERREIRA et al., 2009).

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2.3 Afecções digestivas

Entre os principais tipos de afecções digestivas, podem se destacar a cólica pélvica ou de impacto, terminologia utilizada quando ocorre uma obstrução intestinal por uma massa consistente de alimento. Normalmente tem ocorrência no intestino grande em uma das flexuras. Este tipo é naturalmente comum, sendo na maioria dos casos solucionados com facilidade através de medidas terapêuticas adequadas (CAMPELO; PICCINNI, 2008).

Um dos casos mais complexos deve-se ao deslocamento intestinal, uma vez que, uma parte do intestino migra para uma posição incomum no abdome. Conhecida por volvo ou torção que ocorrem quando parte do conteúdo intestinal se torce. Com exceção de casos raros, onde esses tipos promovem cólica com um bloqueio total das vísceras e requisita cirurgia imediata. Em estágios aumentados de abdome agudo por deslocamento, a sintomatologia pode ser parecida com a apresentada por um equino com causas de cólica simples. Neste caso requer a importância de um exame completo e objetivo de toda a casuística de cólica (CAMPELO; PICCINNI, 2008).

As torções intestinais decorrem de rotação da alça sobre seu próprio eixo, enrolando o mesentério com seus vasos ao redor da alça. Já que, os encarceramentos podem ocorrer no forame omental ou epiplóico, em defeitos mesentéricos, ou ainda, estrangulamento no anel inguinal externo em hérnia ínguino - escrotal. As alças intestinais, geralmente a porção do trecho final do jejuno e íleo, se insinuam nessas regiões, ficam encarceradas e podem sofrer estrangulamento. A hipertrofia da camada muscular da região distal do íleo é umas das causas de cólica por obstrução simples do intestino. Pode causar estenose parcial do lúmen e, completa obstrução. A patogenia proposta é que neurogenicamente se induz hipertrofia crônica da válvula ileocecal, levando a hipertonicidade muscular ileal, que resulta em hipertrofia muscular (CORREA, et al., 2001).

Dentre outras causas que podem desencadear episódios de abdome agudo em equídeos, está a formação de enterólitos que podem estar localizados em qualquer segmento o intestino grosso e são formados preferencialmente de fosfato amoníaco magnesiano em torno de um foco primário. Da mesma forma a ingestão de areia, devido ao pastejo em locais arenosos e a oferta de água em rios, pode causar um tipo de cólica, conhecida pela denominação de “sablose” (COHEN et al., 2000; SMITH, 2006; FERREIRA et al., 2009).

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Equinos árabes e pôneis possuem maior predisposição a formação de enterólitos (COHEN et al., 2000; SMITH, 2006).

A faixa etária dos equinos também é considerada um fator de predisposição e segundo alguns estudos, verificou-se que equídeos com idade de 2 a 10 anos são mais propensos à cólica, demonstrando 2,8 vezes mais chance de desenvolver esta síndrome do que outros com menos de dois anos de idade, e estão na idade na qual os equinos são submetidos a exercícios físicos e, por consequência, a oferta de ração é maior. Outros tipos de cólica parecem mais frequentes em animais de menor idade como a intussuscepção em potros, a cólica criada por larvas de Cyathostominae em equídeos abaixo de 16 anos, as cólicas espasmódicas em equinos adultos e os lipomas estrangulantes em animais de idade avançada (COHEN et al., 2000; SMITH, 2006).

Nas condições de alimentação em períodos de estiagem, ocorre comumente oferta de forragens de baixa qualidade e um maior quantitativo na administração de concentrado, gerando grandes possibilidades quanto à ingestão de corpos estranhos (THOMASSIAN, 2005; SMITH, 2006). Alterações inadequadas na composição alimentar, troca de pasto ou de dieta sem uma prévia habituação também podem desencadear compactações ou timpanismos intestinais por modificação da flora cecal e colônica. Com isso, a síndrome cólica passou a ser mais ocorrente, pois modificações na dieta alimentar, associada às características anatômicas do equino, ocasionou o aparecimento de mecanismos fisiopatológicos (MENDES; PEIRÓ, 2014).

As cólicas parasitárias podem ocasionar a obstrução por um alto número de parasitas popularmente conhecidos como vermes. Isto é apresentado no geral em equinos com pouca idade em consequência de uma grande infestação de equorum Parascarus que possa consequentemente acarretar compactação e por consequência ruptura do intestino. Cavalos altamente parasitados podem fazer com que os parasitas comprimam a parede do intestino levando a um quadro de peritonite com fatalidade. Um bloqueio intestinal completo requer o encaminhamento cirúrgico (CAMPELO; PICCINNI, 2008).

A invasão e migração de larvas de Strongylus vulgaris nas bordas intestinais e vasos mesentéricos ocasiona modificações nos movimentos peristálticos com espasmos e dilatação do intestino em função da diminuição da atividade propulsiva, tendo como resultado crises de cólica (RADOSTITIS et al. 2002; THOMASSIAN 2005).

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A obstrução pela presença de corpo estranho tem maior ocorrência em equinos de menor idade, podendo ser considerado como diagnóstico diferencial de cólicas obstrutivas sem a presença de estrangulação (RADOSTITS, et al., 2002).

Cólicas por compactação geralmente tem ocorrência em locais de grande transição de movimentos intestinais, esfíncteres entre diversos segmentos intestinais ou em locais de diminuição intestinal. Sendo mais comuns no ceco, a flexura pélvica e o cólon dorsal direito (THOMASSIAN, 2005; WHITE, 2006).

A cólica por distensão é uma enfermidade que na maioria dos casos não apresenta necessidade de intervenção cirúrgica, obtém resposta à maioria das terapêuticas clínicas empregadas, aparenta ser o tipo mais costumeiro na clínica de equinos. São incluídas nessa categoria as cólicas espasmódicas, distensões gasosas e impactações com obstrução parcial. As variações na motilidade têm importância significativa na evolução da distensão e quanto a anormalidades neuroendócrinas que influenciam nos movimentos peristálticos. O peristaltismo diminuído, secundário ao espasmo ou ao íleo paralítico que provoca distensão estomacal ou intestinal, com gás ou fluidos, ocasionando o aumento da pressão intramural e dor (THOMASSIAN, 2005; SMITH, 2006).

A evolução da síndrome de cólica em equinos não é dependente de um único fator de ameaça, na maioria dos casos. Os estudos realizados apresentam um conjunto de condições que são envolvidas na instalação dessa síndrome em equinos. Esses aspectos isolados ou em conjunto, podem ser internos ou externos, podem relacionar-se de várias formas causando alterações na fisiologia que podem ocasionar o aparecimento de quadros de cólica. Pesquisas devem ser realizadas planejando programas de prevenção específicos, pois as despesas com o tratamento de equinos com cólica são muito elevadas (RADOSTITS, et al., 2002; THOMASSIAN, 2005; SMITH, 2006).

Episódios de dor abdominal devem ser tratados com extrema urgência, sendo necessária uma abordagem imediata do paciente, visando o aplacamento dos sintomas, enquanto se pesquisa a causa primária e a elaboração do protocolo terapêutico especifico (COHEN et al., 2000; SMITH, 2006).

2.4 Epidemiologia

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fisiologia equina e manter o trato gastrointestinal preenchido. A rotina de ofertar grandes volumes de concentrados aos equinos predispõe a um aumento nos índices dessa enfermidade (THOMASSIAN, 2005; WHITE, 2006).

Dietas com elevados níveis de fibras causam um aumento na probabilidade de ocorrer impactação. Resultados de estudos retrospectivos com equídeos indicam uma grande associação entre alterações alimentares e cólica e, que a oferta de alimentos incluindo o feno de Capim Coast-Cross, que geralmente tem menor digestibilidade que o feno de leguminosas, podem ocasionar uma predisposição a quadros de dor abdominal (COHEN et al., 2000).

A compactação é o acúmulo de alimento desidratado em qualquer parte do trato gastrointestinal. As compactações estão entre as enfermidades digestivas mais rotineiras na espécie equina, se tornando o principal motivo de cólica nos cavalos. A compactação forma-se prioritariamente em locais onde ocorre estreitamento do diâmetro intestinal, com, por exemplo, a flexura pélvica e transição do cólon dorsal direito para o transverso (FERREIRA et al., 2009).

Outros fatores causadores de cólica incluem alimentações ou dietas que apresentam fermentação acarretando grande produção de gás, fibra diminuta na dieta e a consequente distensão na parede do intestino e a elevação do peristaltismo, podendo resultar em deslocamento das alças intestinais. A excitação natural do equino e ansiedade ou cansaço pela prática de exercício também podem levar ao quadro de cólica (COHEN et al., 2000; SMITH, 2006; WHITE, 2006).

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3 CRIPTORQUIDISMO EM EQUÍDEOS

Segundo Pedro et al. (2016) o criptorquidismo é uma das enfermidades reprodutivas mais frequentes em equídeos, tem como sinal a não descida de um ou ambos testículos para a bolsa escrotal. Essa afecção característica apresenta-se em duas formas, abdominal ou inguinal.

A migração ou deslocamento dos testículos nos mamíferos se da por um processo de retorno do gubernaculun testis, que se expande ao polo caudal do testículo direcionado ao anel inguinal externo. A tração se amplia devido ao regresso do ligamento em sua porção extra-abdominal do gubernaculun, levando o testículo a caminho do canal e para sua posição anatômica correta no interior do saco escrotal (THOMASSIAN, 2005).

A regressão do é hormônio dependente, sendo que a carência de gonadotrofina pode ter responsabilidade pelo atraso na descida testicular. Outra causa do criptorquidismo em equinos é a existência de constrição do anel inguinal, e o deslocamento tardio, o que impede o testículo de migrar para o centro da bolsa escrotal (THOMASSIAN, 2005).

Em equinos ocorre uma predisposição de criptorquidia unilateral esquerda. Isso é explicável pela lenta descida do testículo esquerdo, agregado ao fechamento continuado do anel inguinal. Testículos criptorquídicos são mais propensos a neoplasias que aqueles em condição fisiológica normal (FEITOSA, 2014).

3.1 Classificação

A criptorquidia pode apresentar-se de forma uni ou bilateral. (RADOSTITS et al., 2002).

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3.2 Sinais clínicos

Nos machos, o aumento da libido é denominado satiríase, é apresentada devido a maior produção de esteroides, com grande incidência em animais jovens, em dietas de superalimentação, resultando em aumento do desejo sexual com proximidade com as fêmeas em cio (FEITOSA, 2014).

Animais acometidos demonstram temperamento semelhante a de um garanhão hígido, considerando-se que o testículo retido tem sua produção hormonal contínua. Se ocorrer a reclusão de apenas um testículo, geralmente a produção espermática é constante, todavia se ambos apresentarem retenção, o animal pode se tornar infértil (PEDRO et al., 2016).

Os testículos dos criptorquídeos são menores, menos consistentes à palpação e tem coloração escura. Sendo estas deformações verificadas pelos pesos médios de 64,3g nos testículos abdominais, 57,8g nos inguinais e 232,7g nos escrotais, com tamanhos variando de 57 x 40 x 17mm, 55 x 34 x 26mm e 102 x 64 x 46mm, respectivamente. Demonstram redução no diâmetro dos túbulos seminíferos e na quantidade de camadas de células espermatogênicas, tornando-se “afuncionais” sob o ponto de vista espermatogênico, tendo espermatócitos primários como os estágios mais maduros de células espermatogênicas. (CATELLAN et al., 2004).

Com frequência, os animais que apresentam esta enfermidade na forma unilateral possuem o testículo que ficou retido hipoplásico e de consistência mole, apesar de demonstrar decomposição fibrótica em seus condutos, essencialmente na cauda do epidídimo (THOMASSIAN, 2005).

Testículos retidos são sujeitos ao desenvolvimento neoplásico, o que também aumenta o risco de ocorrência de tumores na gônada presente no escroto. Teratomas, seminomas, tumores de células intersticiais ou de Leydig, tumores de células de Sertoli e carcinomas relacionados ao seminoma, são tumores demonstrados em gônadas criptórquidas. Neoplasias dos testículos criptórquideos podem induzir a torção e estrangulamento do seu cordão espermático (CATTELAN, 2004).

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3.3 Métodos de diagnóstico

Ao exame clínico é observada primariamente a ausência de um ou ambos os testículos dentro da bolsa escrotal, sendo considerados criptorquídeos equinos que apresentarem esta condição a partir do segundo ano de vida. O testículo incluso pode ser palpado por via transretal (THOMASSIAN, 2005).

Uma das formas de diagnóstico é a execução da palpação externa da bolsa escrotal, palpação por via transretal para análise do anel inguinal, além da medida da dosagem sérica de hormônios andrógenos, exame ultrassonográfico e laparoscopia (PEDRO et al., 2016).

3.4 Tratamento

Tendo em vista que o tratamento hormonal, realizado na tentativa de induzir o deslocamento dos testículos, não produz nos equinos os mesmos resultados satisfatórios obtidos na criptorquidia do homem, o procedimento mais eficaz para esta enfermidade é a realização cirúrgica da orquiectomia pelas vias inguinal, pré-inguinal, pré-pubica, paramediana, paraprepucial, pela fossa paralombar ou pela técnica transendoscopica (THOMASSIAN, 2005).

3.5 Profilaxia

Acredita-se que deiscência testicular incompleta ou defeituosa seja uma alteração genética, se tornando padrão de hereditariedade em equinos, supostamente dominante, à medida que em outas espécies é uma característica autossômica recessiva simples, interligada ao sexo. Em equinos o criptorquidismo também configura um caráter hereditário, com padrão poligênico transmissível (RADOSTITS et al., 2002).

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4 ABORDAGEM GERAL DA CRIAÇÃO SUÍNA

O suíno doméstico Sus Scrofa é um mamífero procedente do javali e membro da família Cetartiodactyla. Indícios genéticos moleculares indicam que teve origem no sudeste Asiático durante as oscilações climáticas do início do Plioceno entre 5,3 e 3,5 milhões de anos. Ainda é indeterminado onde verificou-se a primeira domesticação, no entanto os primeiros achados arqueológicos (8000-5000 a. C) foram observados no oriente médio e leste do mediterrâneo (FERREIRA et al., 2014).

Nas encostas da montanha Taurus, o porco ao que tudo indica foi criado por volta de 8000 a.C, se tornando a mais antiga criação domesticada descoberta, além do cão. O adestramento teve início quando os primeiros homens formaram colônias para cultivo de cereais, após terem sido nômades por milhares de anos (FERREIRA et al., 2014).

Os porcos foram trazidos para o Brasil em 1532, por Martin Afonso de Souza, que trouxe de Portugal as raças, Alentejana, Transtagana, Galega, Bizarra, Beiroa e Macau. Essas raças lusitanas deram origem, ao longo de 400 anos de melhoramento genético. Com a fundação da Associação Brasileira de Criadores de suínos (ABCS), no ano de 1958, foi iniciado o controle genealógico e a importação de raças exóticas, com a finalidade de melhorar a produtividade da criação e elevar a produção de carne (FÁVERO; FIGUEIREDO, 2009).

Dessa forma os criadores passaram a investir nas raças Duroc Jersey, Wessex Saddleback, Hampshire, Berkshire, Poland China, Large Black, Montana e Tamworth. Na década de 60 teve início a grande importação onde foram introduzidas as raças brancas compostas por Landrace e Large White, além de alguns exemplares de Pietrain (FÁVERO; FIGUEIREDO, 2009).

De 1995 a 2012, a população mundial de suínos teve um aumento de 4,4%, passando de 900 para 940 milhões de animais. O Brasil ocupa a terceira colocação mundial com relação ao número de cabeças e detém 4,2% do rebanho global (BRASIL, 2012).

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A atividade passa por uma fase de adaptação às condições do mercado consumidor, atentando-se cada vez mais com a segurança alimentar, diminuição do uso de antibióticos, proteção do ambiente e noções de bem-estar animal. Na suinocultura moderna e do futuro, certamente não haverá mercado para uma gestão amadora, sendo de extrema necessidade uma observação detalhada dos dados zootécnicos, a extrapolação econômica dos mesmos, e acima de tudo uma interpretação global de toda metodologia de produção interna e externa (DIAS et al., 2011).

4.1 Anestesia em Suínos

De acordo com Tranquilli; Thurmon; Grimm (2013), a imobilização e anestesia em suínos representa um desafio especial. Deve ser dominado um amplo conhecimento de sua fisiologia e contenção física, e o procedimento anestésico é de fundamental importância para a segurança em seu manuseio.

Essa técnica tem demonstrado pouco desenvolvimento nos últimos anos, este talvez devido à criação industrial, em que o animal, ao menor problema apresentado, desde que bom para o consumo, é encaminhando ao abate (MASSONE, 2008).

A morfologia do animal dificulta sua contenção, principalmente quando são animais adultos. Seu corpo é constituído de forma que na vida selvagem ele possa se deslocar através de arbustos e fugir por pequenas aberturas, escapando de seus predadores, por isso nenhuma parte do seu corpo facilita a apreensão e contenção (TRANQUILLI; THURMON; GRIMM, 2013).

Os métodos anestésicos encontram sua maior aplicação em pequenas criações ou em reprodutores, machos e fêmeas, que se tornam alvos de maiores cuidados devido a sua importância no desenvolvimento do rebanho ou um bom modelo biológico para a realização de procedimentos experimentais (MASSONE, 2008).

Os suínos apresentam acúmulo de gordura corpórea. Para a indução anestésica a maioria dos fármacos é aplicada pela via endovenosa na veia auricular central ou ventrolateral (TRANQUILLI; THURMON; GRIMM, 2013).

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Com o surgimento da azaperona, tem-se observado evolução na tranquilzação suína, sendo dispensada em primeira instância, a maioria dos outros anestésicos, com exceção as fenotiazinas e benzodiazepinas, as quais são de uso rotineiro (MASSONE, 2008).

Os suínos são animais de extrema sensibilidade à contenção e à anestesia. Em algumas ocasiões estes eventos acarretam hipertermia maligna, provocando rigidez muscular, taquipneia, taquicardia e hipertermia retal seguida pela dispneia, arritmias cardíacas, apneia e morte. O procedimento pré-anestésico deve incluir jejum alimentar de 12 horas e hídrico de 4 a 12 horas. A indução anestésica profunda promove relaxamento dos tônus da mandíbula e ausência do reflexo ao pinçamento da membrana interdigital. Os reflexos oculares não são bons indicadores de aprofundamento. (DAMY et al., 2010).

Nas cirurgias eletivas ou que envolvam órgãos abdominais são facilitadas quando os suínos são submetidos a jejum prévio, do contrário, ocorrera um rápido acumulo de gases no trato gastrointestinal. Abdome distendido pode ocasionar muita pressão no diafragma reduzindo a capacidade residual dos pulmões diminuindo a ventilação dos alvéolos bem como dificultar a manobra de órgãos intra-abdominais (TRANQUILLI; THURMON; GRIMM, 2013).

4.2 Principais Cirurgias Abdominais Realizadas em Suínos

4.2.1 Herniorrafia inguinal

A herniorrafia inguinal nos leitões é um procedimento rotineiro, pois hérnias inguinais são observadas em suínos jovens durante a orquiectomia. Essas hérnias geralmente não se reduzem naturalmente, e se a técnica de castração simples for executada, ocorre muitas vezes eviscerações pós-castração (TURNER; MCILWRAITH, 2002).

A expressão hérnia inguinal relaciona-se á passagem de parte do conteúdo abdominal pelo interior do canal inguinal. Toda via a passagem do conteúdo para a região escrotal pelo canal inguinal seja designada “hérnia escrotal”, a palavra “hérnia inguinal” também é utilizada para caracterizar as duas situações (TURNER; MCILWRAITH, 2002).

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favoráveis, através da intervenção cirúrgica ou não, sempre relacionados com a dimensão do anel da hérnia (TURNER; MCILWRAITH, 2002).

4.2.2 Cesariana

A cesariana na porca tem indicação para tratamento da distocia, inércia uterina, tecido gorduroso em excesso na região do canal do parto, comprimento relativo desproporcional dos fetos nas fêmeas pequenas e imatura, monstros fetais e má formações do conduto reprodutivo relacionado a fraturas pélvicas antecedentes, ou trauma no período de trabalho de parto anterior. A cesárea também é adotada para a produção de bacorinhos isentos de patógenos específicos (TURNER; MCILWRAITH, 2002).

Com frequência fêmeas submetidas à cesariana encontram-se hipotensas se o parto é prolongado, e não é raro elas entrarem em choque. É aconselhável a administração de fluidos e grandes quantidades de eletrólitos balanceados e antibióticos antes da cirurgia (TRANQUILLI; THURMON; GRIMM, 2013).

O procedimento tem maior êxito quando realizado com antecedência no processo do parto. Porém, o cirurgião de grandes animais corriqueiramente é apresentado a um paciente prostrado que já foi sujeito a muitas tentativas de retirada manual dos fetos. Normalmente ocorre dano tecidual significativo dos canais de parto e os fetos enfisematosos poderão ser observados em tais casos. Estas matrizes constantemente estão em quadro de choque endotóxico, tornando a cirurgia de risco (TURNER; MCILWRAITH, 2002).

5 CRIPTORQUIDISMO SUÍNO

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5.1 Etiologia

O criptorquidismo é um defeito hereditário que causa uma interrupção da função do gubernaculum, evitando assim a descida de um ou ambos os testículos. Como regra geral, nenhum processo vaginal é formado. Os testículos que são retidos na cavidade abdominal não mostram espermiogênese no canal seminal, bainhas laterais e veias seminais (PLONAIT; BICKHARDT, 1988).

Também foi descrito um criptorquidismo aparentemente não hereditário tardio, no qual os leitões tinham ambos os testículos no escroto ao nascer, mas durante o desenvolvimento juvenil, então, um testículo não era mais palpável. O testículo ausente foi parcialmente degenerado ou encontrou-se na cavidade abdominal (PLONAIT; BICKHARDT, 1988).

O resultado final nesses casos é a criptorquidia abdominal permanente ou descendência testicular tardia. A localização anormal do gubernaculum pode assumir três formas. A parte extra-abdominal do gubernaculo não se expande para além do canal inguinal, mas, em vez disso, empurra-se de volta para dentro da cavidade abdominal. Crescimento ocorre parcialmente no canal inguinal e é parcialmente intraabdominal. A reação é parcialmente extra-abdominal, se isso ocorrer, a descida progredirá ainda mais, e os testiculos podem até atingir a abertura inguinal interna (MORROW, 1980).

5.2 Diagnostico diferencial

São feitos testes, geralmente quando não são palpáveis durante as primeiras semanas neonatais. Com cerca de três meses de idade pode ser realizado um exame mais detalhado, determinar o grau de hipoplasia testicular e possível fusão de dobras genitais (MORROW, 1980).

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5.3 Terapia e profilaxia

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6 MATERIAL E MÉTODOS

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7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi realizado um levantamento nas fichas clinicas dos equídeos e suínos atendidos na Clínica Médica de Grandes Animais no Hospital Veterinário da UFCG, no período de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2017. Nesse período foram atendidos 2729 animas envolvendo estas duas espécies, sendo 2552 equídeos e 177 suínos, dos quais 185 foram encaminhados ao centro cirúrgico para utilização da técnica de laparotomia exploratória, correspondendo a 121 equideos, 64 suínos.

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GRÁFICO 1 - Levantamento das principais laparotomias exploratórias em equídeos, atendidos na Clínica Médica de Grandes Animais no Hospital Veterinário da UFCG, no período de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2017.

Nos suínos os procedimentos cirúrgicos mais realizados no HV, de acordo com o levantamento, foram criptorquidectomia, herniorrafia inguino escrotal, cesariana, laparotomia exploratória para o tratamento de alterações de origem digestiva e reparo de evisceração, de acordo com os anos analisados (Gráfico 2)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 m e ro d e C ir u rg ia s Ano

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GRÁFICO 2 - Levantamento das principais laparotomias exploratórias em suínos, atendidos na Clínica Médica de Grandes Animais no Hospital Veterinário da UFCG, no período de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2017.

De acordo com as fichas clínicas e cadernos de cirurgia analisados no Hospital Veterinário, verificou-se que a cirurgia mais frequente durante os anos observados foi a laparotomia exploratória para correção de desordens gastrointestinais confirmando a teoria exposta por Thomassian (2005) e Alves (2013), onde o equino passou a ser uma espécie com alta diferenciação, principalmente com o surgimento e estímulo dos esportes equestres, ocasionando uma grande exigência nutricional e uma oferta forçada de alimentos em quantidades diversas vezes insuportáveis para a capacidade que comporta seu trato digestório. Essa realidade se intensifica com o aumento do número de cavalos submetidos ao regime de criação intensiva. Medidas preventivas que devem vir primordialmente, frequentemente não são implementadas. Ocasionando assim, como foi abordado, um aumento no número de procedimentos cirúrgicos realizados.

A rotina clínica e cirúrgica do Hospital Veterinário se assemelha com o que foi descrito por Auer e Stick (2006), expondo que equídeos acometidos com enfermidades digestivas se enquadram em vários grupos como, encaminhamento cirúrgico imediato ou eutanásia, tratamento clínico intensivo e possível cirurgia ou tratamento clinico sem

0 2 4 6 8 10 12 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 m e ro d e C ir u rg ia s Ano

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possibilidade de cirurgia, que geralmente está associado a um quadro de resposta clínica satisfatória do animal ou a falta de condições financeiras do proprietário.

Com relação ao grande número de animais criptorquidas submetidos à técnica cirúrgica pode ser observado um aumento ao decorrer do período analisado, sendo contrário ao que foi descrito como medida profilática por Pedro et al., (2016), demonstraram que o descarte de animais criptorquídeos de um programa de seleção de reprodutores deve ser estabelecido tendo em vista que, este defeito reprodutivo apresenta condição de hereditariedade. A casuística de criptorquidismo verificada no presente levantamento leva a crer que a seleção genética não está respeitando os programas de seleção e hereditariedade, trazendo assim para a equideocultura uma grande quantidade de animais acometidos, ocasionando dificuldades de manejo, de acordo com Feitosa (2014), a libido é exacerbada, devida a maior produção de esteroides, resultando em aumento do desejo sexual e comportamento incontrolável de garanhão hígido.

A realidade do atendimento e encaminhamento cirúrgico da espécie suína, demonstrou uma casuística inferior à espécie equina demonstrando uma grande relação com o que foi apresentado por Massone (2008), que cita a técnica cirúrgica e anestésica nesta espécie tem demonstrado pouco desenvolvimento nos últimos anos, fator relacionado a criação industrial, em que o animal, ao menor problema apresentado, desde que apto ao abate, não é tratado e sim encaminhado ao abatedouro. Onde diferente dos equinos a suinocultura apresenta grande demanda comercial tornando escasso o atendimento a esta espécie.

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8 CONCLUSÃO

O acesso cirúrgico através da laparotomia exploratória exerce um papel de fundamental importância na clínica médica e cirúrgica das duas espécies relatadas.

Onde enfermidades de caráter digestivo e reprodutivo demonstraram maiores índices de encaminhamento cirúrgico para a execução da técnica.

No Hospital Veterinário a casuística para correção de enfermidades através da técnica apresentou uma oscilação no número de procedimentos realizados no período analisado, pode ser observada evolução em novas técnicas e protocolos clínicos, cirúrgicos e anestésicos.

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REFERÊNCIAS

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