Bol Of Sanrt Panom 832). 1978
CRESCIMENTO INTRA-UTERINO’
Marinice Coutinho Midlej Joaquim, 2 Josenilda de Araujo Caldeira Brant,2 Antonio José Duarte Jácomo2 e Antonio Márcio Junqueira Lisboa3
Os autores baseados na idade gestacional, estudaram 5.009
neonatos de ambos os sexos nascidos na Maternidade da Uni-
dude Integrada de Saúde de Sobradinho e elaboraram curvas de
percentis correlacionadas ao peso, à estatura, ao perímetro
cefálico e ao perímetro torácico.
Introducáo
A classificacão dos recém-nascidos pela correlacáo entre o peso e a idade gestacional vem sendo amplamente estudada por vários autores (1, 3, 5-7, II, 14, 16, 27). 0 elevado
número de trabalhos sobre o assunto
demonstra sua grande importância, pois,
sem dúvida, os riscos neonatais esta0
diretamente relacionados com a menor
idade gestacional ou o menor peso ao nascer .
Além do peso, têm sido relacionados com a idade gestacional, para avaliar o cres- cimento fetal, outros parâmetros tais como a estatura, 0 perímetro cefálico e 0 perímetro torácico.
A elaboracáo de curvas utilizando-se dados dessa natureza permite classificar as criancas em pequenas, grandes ou propor- cionais à idade gestacional, e, conseqüente- mente, determinar o risco neonatal.
Objetivando a elaboracáo de curvas de
crescimento intra-uterino, estudou-se a
correlacão de peso, estatura, perímetro cefálico e perímetro torácico como a idade
gestacional das criancas nascidas na
Maternidade da Unidade Integrada de
Saúde de Sobradinho (UISS).
‘Trabalho realizado no Servip de Pediatria da Fa- culdade de Ciênclas da Saúde. Universidade de Brasília.
2Professores assistentes. +rofessor titular.
Material e métodos
Foram estudados 5.009 recém-nascidos, 2.395 do sexo masculino e 2.614 do feminino, nascidas vivas no período de 1969 a 1973, naquela. Maternidade. Sobradinho é urna -das cidades satélites do Distrito Federal (Brasil), situada 1.100 metros acima do nível do mar, 0 trabalho foi prospectivo a partir de 1970 e retrospectivo durante o ano de 1969.
Foram excluídos os casos de malformacões graves, os gemelares, os filhos de diabéticas, aqueles cujas dados antropométricos nao foram tomados nas primeiras horas de vida ou o foram em horário ignorado, assim como aqueles cujas máes ignoravam a data do último período menstrual ou discrepância flagrante entre a idade gestacional e os dados clínicos, neurológicos e antropométricos. As idades gestacionais estavam compreen- didas entre 28 e 44 semanas.
A amostra, constituída de brancos,
mesticos e pretos, foi analisada em conjunto.
Houve predominância da classe menos
favorecida, pois 35% nao tinham nenhuma espécie de seguro socíal.
A idade gestacional (avaliada pelo nú- mero de dias transcorridos entre o primeiro dia do último período menstrual e a data do nascimento, dividido por 7, expressando- se o resultado em semanas e desprezando- se as fracões foi correlacionada com o peso,
138 BOLETIN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA - Agosto 1978
a estatura, 0 perímetro cefálico e 0 perímetro torácico.
0 peso em gramas foi tomado nas primei- ras três horas de vida, após os procedimentos
de limpeza, usando-se balanca decimal
Filizola com capacidade para 15 quilos. A estatura foi tomada com antropômetro de madeira graduado em milímetros, com um ramo fixo e outro móvel, e o resultado expresso em centímetros e fracão decimal.
0 perímetro cefálico equivaleu a circunfe- rência frontooccipital. Utilizou-se fita métrica plastificada e o resultado expresso foi em centímetros e fracaõ decimal.
Para medir o perímetro torácico, colocava- se a crianca em decúbito dorsal e passave-se a fita métrica (a mesma utilizada para o perfmetro cefálico) em volta do tórax, logo abaixo do mamilo, em ângulo reto com a coluna vertebral. A medida foi tomada em centímetros e fracáo decimal. Todos esses procedimentos foram executados por pessoal de enfermagem devidamente padronizado.
Para cada semana de idade gestacional foram calculados os percentis 10, 25, 50, 75, e 90 para as variáveis peso, estatura, perímetro cefálico e perímetro torácico, e elaboradas curvas adjustadas por regressáo estatística.
A variável peso foi analisada agrupando-se os valores em intervalos de classe de 250 gramas. A estatura, o perímetro cefálico e o perímetro torácico foram agrupados em intervalos de classe de um centímetro.
Estes programas foram elaborados no Servico de Processamento de Dados da Universidade de Brasília, utilizando-se um computador IBM 1130.
Resultados
Os valores de peso ao nascer, para cada semana de idade gestacional sao mostrados no Quadro 1 para ambos os sexos, e nos Quadros 2 e 3 para os sexos masculino e feminino separadamente, nos percentis 10, 2.5, 50, 75 e 90. Na figura 1, aparece a representacao gráfica do peso dos neonatos dos sexos masculino e feminino.
FIGURA l-Representagão gráfica do valor dos percentis 10, 25, 50, 75 e 90 do peso de recbm- nascidos dos sexos masculino e feminino entre 28 e 44 semonos de idode gestacional.
C”RwA OE PESO
Os dados de estatura para cada idade gestacional, do grupo geral e do masculino e feminino separadamente, estão nos Quadros 4, 5 e 6, nos mesmos percentis que para o peso. Utilizando-se os dados dos Quadros 5 e 6, foram elaboradas as curvas que estão representadas na figura 2.
Os Quadros 7, 8, 9, 10, 11 e 12 mos-
tram os dados de perfmetro cefálico e
torácico. As figuras 3 e 4 sao as representacões gráficas dos Quadros 8, 9, ll e 12 da estatura.
Comentários
A idade gestacional vem sendo largamente utilizada para avaliar o crescimento fetal em
correlacão com outros parâmetros. No
Coutinho Midlej Joaquim et al. - CRESCIMENTO INTRA-UTERINO 139
QUADRO 1-Crescimento intro-uterino. Tabela de QUADRO 3-Crescimento intra-uterino. Tabela de peso (gramas), ambos os sexos. peso (gramas), sexo feminino.
Idade
Gesracio- NP de PERCENTIS
na1 enl casos
semanag ua 25% 5oa 75% 90%
28 13 783 946 1.213 1.445 1.615
29 19 975 1.168 1.933 1.680 1.860
30 11 1.16b 1.365 1.648 1.910 2.106
31 29 1.348 1.566 1.856 2.132 2.341
32 23 1.526 1.760 2.057 2.346 2.568
33 33 1.697 1.9117 2.249 2.551 2.7*4
34 69 1.860 2.121) 2.431 2.744 2.990
35 84 2.01h 2.290 2.601 2.929 3.128
36 170 2.157 2.443 2.756 3.089 3.358
37 335 2.238 2.582 2.*99 3.237 3.517
36 612 2.406 2.704 3.021 3.365 3.656
39 1.233 2.507 2.607 3.12LI 3.470 3.770
40 1.165 2.690 2.666 3.202 3.51r9 3.858
41 681 2.552 2.944 3.255 3.596 3.916
42 337 2.691 2.973 3,217 3.61h 3.940
ri3 192 2.704 2.970 3.275 3.592 3.926
uu 68 2.666 2.932 3.215 3.528 3.668
QUADRO 2-Crescimento intra-uterino. Tabelo de peso (gramas), sexo masculino.
Idade
Gestacio- NP de PERCENTIS na em casos
SeJll&-,B ua 25% 50% 75% 90%
28 7
29 9
30 6
31 *
32 12
33 17
34 38
35 36
36 79
37 165
38 311
39 568
40 646
41 339
92 158
43 72
49 25
B61 1.066 1.247 1.423 1.695 1.760 1.918 2.068 2.209 2.236 2.455 2.556 2.645 2.712 2.759 2.783 2.719
1.036 1.2&1 1.439 1.632 1.819 1.999 2.170 2.331 2.430 2.617 2.738 2.842 2.926 2.988 3.025 3.033 3.009
1.236 1.453 1.666 1.872 2.072 2.263 2.4115 2.616 2.775 2.919 3.01r6 3.154 3.2Lll 3.303 3.337 3.339 3.307
1.469 1.700 1.926 2.1wl 2.355 2.559 2.752 2.934 3.103 3.257 3.393 3.509 3.502 3.670 3.706 3.714 3.682
1.630 1.866 2.097 2.323 2.592 2.754 2.957 3.150 3.331 3.499 3.652 3.787 3.902 3.994 4.060 4.098 u.103
QUADRO 4-Crescimento intro-uterino. Tabela de estatura (cm), ambos os sexos.
Ida.&
140 BOLETIN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA - Agosto 1978
QUADRO 5-Crescirnento intra-uterino. Tabelo de QUADRO 7-Crescimento intra-uterino. Tabela de estatura (cm), sexo masculino. perimetro cefólico (cm), ambos os sexos.
Idade PERCENTIS Idade
Gestacio- NP de Gestac~o- NP de PERCENTIS "al eln caso* "al em casos
Se-EE 10% 25% 50% 75% 90% semanas 10% 25% 50% 75% 90%
22.82 21r,Ol 25.13 26,lS 27,15 28,011 29,x5 29.58 so,22 30.98 31.25 31,62 31.90 32.08 32,x 32 ,lQ 32,02 24,50 25,65 26,72 27.72 28.65 29.49 30.25 x,43 31,51 32,05 32,42 3*,72 32,93 33.04 33,05 32.95 32.34 26.75 21.71 28.62 29 ,“6 x,24 30,96 31,65 32,19 32,70 33,lU 3x,50 33,78 33,99 3Li.11 34,15 34,ll 33,98 27,85 28,95 *9,79 30.66 31.46 3*,19 32,86 33,“4 33,96 3b.39 34.7’1 35,o.i 35,20 35,30 35,31 35.23 35,06 29,65 x0,51 31.32 32,08 x,77 33,lr? 311.00 34,52 34,98 35,38 35,71 35.97 36,16 36,28 x,33 36,30 36,X
QUADRO 6--Crescimento intra-uterino. Tabela de estatura (cm), sexo feminino.
Idade
Gestacio- NP de PERCENTIS na enl CdOOB
SWlldTlaS 10% 25% 50% 75% 90%
QUADRO &Crescimento intra-uterino. Tabela de perímetro cefálico (cm), sexo masculino.
-- Idade
Gestacm- NP de PERCENTIS "al em casos
Coutinho Midlej [oaquim et al. - CRESCIMENTO INTRA-UTERINO
141
QUADRO 9-Crescimento intra-uterino. Tabela de perímetro cefálico (cm), sexo feminino.
Idade
Gestacio- N? de PERCENTIS
QUADRO ll-Crescimento intro-uterino. Tabela de perímetro torácico (cm), sexo masculino.
Idade
Gestacio- N? de PERCENTIS na. em casos
semanas 10% 25% 50% 75% 90%
28 7 29 9 30 6 31 B 32 12 33 17 34 38 35 36 36 79 37 105 38 311 39 568 40 545 41 339 42 158 43 72 44 25
19,84 21,*5 22,57 23,19 24,91 25,95 26,99 27,73 28,48 *9,11, 29,nl 30,17 30,55 30,83 31,02 31,11 31,ll
25.41 26,23 26,70 27,bO 27,89 28,88 28,98 30,ou 29,9* 31,lO 30,88 32,06 31,68 32,91 32,39 33,65 33 ,oo 311,x 33,51 BS,63 33,93 35,26 34,26 35,59 34,48 35,BO 34,61 35,92 34,65 35,93 34,59 35,93 34,4,3 35,63
QUADRO lo-Crescimento intra-uterino. Tabela de perímetro torácico (cm), ambos os sexos.
Idade
Gestacio- N? de PERCENTIS "2.1 em casos
semanas 10% 25% 50% 75% 90%
QUADRO 12-Crescimento intra-uterino. Tabela de perimetro torácico (cm), sexo feminino.
Idade
Gestacio- NP de
28 13 18,911 21,*9 *3,42 25,43 26,75 29 19 *Ll,37 22,57 2@,61 26,55 27,8’1 30 11 21,15 23,91 25.16 27,63 28,88 31 *li 23,06 2U,98 26,85 *8,65 29,88 32 23 2u,30 26,09 *7,*7 29,bl 30,81 33 33 25.46 27,13 28,93 30,55 31,69 311 69 26.53 28,09 *9,71 31,33 32,50 35 811 27,51 28,96 30,51 3*,07 33,zLI 36 170 28,38 *9,7s 31,22 32.72 33,99 37 335 29,14 30,42 31.83 33,28 3L1,116 39 612 29,78 33,99 32,33 33,79 3u,93 39 1.233 30,*9 31,44 32,7* 34,08 35,30 Li0 1.555 30,65 31,76 32,99 34.30 35,s 41 681 30,95 31.95 33,12 34,39 35,70 LI2 337 JO,89 31,99 33,lO 3u,3'1 35,71 93 192 30,75 31.95 32,93 34,l" 35,58 u 68 34,42 31.55 32,59 33.78 35,30
28 6 29 10 30 5 31 16 32 11 33 16 311 31 35 98 36 91 31 170 38 301 39 665 40 610 41 342 42 179 43 70 44 43
142 BOLETIN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA - Agosto 1978
FIGURA l-Representa@0 gráfica do valor dos per- centis 10, 25, 50, 75 e 90 da estatura de recém-nas- cidos dos sexos masculino e feminino entre 28 e 44 semanas de idode gestacional.
CURVA DE ESTATURA Y
53 52 SI SO 49 48 41
1 I I I I I I I I I l I I I I I I I 1 2.9 29 30 31 3.2 33 34 33 36 37 38 39 40 41 42 43 44
FIGURA 3-Representagão gráfica do valor dos percentis 10, 25, 50, 75 e 90 do perímetro cefálico de recém-nascidos dos sexos masculino e feminino entre 28 e 44 semanas de idade gestacional.
FIGURA 4-Representagõo gráfica do valor dos per- centis, 10, 25, 50, 75 e 90 do perímetro torácico de recém-nascidas dos sexos masculino e feminino entre 28 e 44 semanas de idade gestacional.
C”““. DC l CR,YLIRo lwioco
da última menstruar$Io em relacão a 15% dos nascidos vivos (22). Apesar de tudo utilizando-se urna grande popula@o e elimi- nando-se os casos nao confiáveis, a causa de erro tende a diminuir, tornando possível estudar-se o crescimento fetal.
A elaboracao das curvas de percentis, em relacáo ao peso, à estatura, ao perímetro cefálico e ao torácico permite o estabeleci- mento de padróes de crescimento intra-
uterino para nossa populacáo, 0 que
possibilita o reconhecimento rápido de suas alteracóes.
Coutinho Midlej Joaquim et al. . CRESCIMENTO INTRA-UTERINO 143
Comparando-se os valores do peso no per- centil 50 encontrados com os de Lubchenco (7), observa-se que os nossos sáo maiores
ate a 34” semana, tornando-se depois
menores até a 42” semana, o que indica que no início da gravidez a velocidade de ganho de peso encontrada é maior, e se torna menor posteriormente, quando se aproxima o termo. Fato semelhante se passa quando se comparam os dados com os de Babson e de Usher (Za), com a ressalva de que nestes o maior aumento do peso ocorreu a partir da 37” semana.
Os valores do peso no percentil 50 encon- trados foram menores que os de Sterky (16) e Rantakallio (14) para todas as idades gestacionais. Aparentemente, existe urna semelhanca na velocidade de crescimento quando comparadas as duas curvas. 0 fato de as criancas suecas e escandinavas terem peso mais elevado poderia ser explicado por condicões sócio-econômicas melhores e por fatores raciais.
Martins em Campinas, Brasil (22), relata, em todas as idades gestacionais, valores de peso no percentil 50 maiores que os nossos. Talvez a explica@0 resida no fato de que a populacáo estudada por ele seja diferente da nossa, vivendo em melhores condi@es sócio- econômicas.
0 estudo realizado em Sengapura com cri- ancas indianas, malásias e chinesas mostrou que o peso da mesma idade gestacional no percentil 50 foi inferior ao por nós encontrado.
Comparando-se os valores para estatura e perímetro cefálico no percentil 50 com os de Lubchenco, náo se observaram diferencas no mesmo percentil, com relacáo aos achados por Usher: os valores sáo bastante próximos até 37 semanas, passando a partir de entáo a existir urna predominância das criancas canadenses sobre as nossas, tal como se verificou em relacáo ao peso. A estatura dos neonatos suecos no percentil 50 foi maior que a encontrada em todas idades gesta- cionais, em nosso estudo.
0 menor crescimento dos recém-nasci-
dos estudados na Maternidade de Sobradinho talvez seja explicado por problemas ligados a altitude, â nutricáo e às condicões sócio- econômicas, urna vez que o Brasil, país em fase de desenvolvimento, tem um padráo de vida inferior ao dos países desenvolvi- dos.
Após a 42” semana houve um declínio em todos os parâmetros, o que corresponde aos resultados verificados por Usher (28). No trabalho de Sterky (26), os valores se estabilizaram na 42” semana para todas as variáveis. Urna explica@0 possível para a
perda de peso intra-útero seriam as
condicões insatisfatórias de urna placenta envelhecida, o que nao seria aceitável para os outros parâmetros. Isso parece indicar que tais criancas param de crescer quando a situacáo intra-útero se torna adversa.
Pelo exposto, constatou-se que os resulta- dos encontrados em diferentes trabalhos para o estabelecimento de curvas de cres- cimento intra-uterino náo coincidem e que as diferencas variam muito nas populacóes estudadas, dependendo de fatores náo só biológicos e raciais, como também sócio- econômicos. Daí a importância de se es- tabelecer padróes normais de crescimento para cada grupo populacional. Quando se analisa o crescimento de um recém-nascido, este deve ser comparado com outros proce- dentes do mesmo meio, ou seja com as mes- mas características raciais, ambientais, sociais, econômicas e culturais.
Por ser a populacáo de Brasília oriunda de todas as regiões do Brasil, é possível que os valores encontrados sirvam de base para outras regiões brasileiras de condi@es sócio- econômicas idênticas as que aqui se apre- sentam.
Resumo
Foram estudados 5.009 recém-nascidos, de ambos os sexos, no periodo de 1969-1973,
nascidos vivos numa Maternidade de
144 BOLETIN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA . Agosto 1978
intra-uterino mediante a correlacáo de peso, estatura, perímetro cefálico e perímetro torácico com a idade gestacional. A elabo- racao de curvas nos percentis 10, 25, 50, 75 e 90 para todos parâmetros permite o
estabelecimento do crescimento intra-
uterino para a populacão estudada, pos-
sibilitando o reconhecimento rápido de suas alteracóes.
Em todos os parâmetros analisados os re-
cém-nascidos do sexo feminino tiveram
medidas inferiores aos do sexo masculino. Comparando-se os valores de peso no per- centil 50 encontrados no estudo de Sobra- dinho com os de outros autores, observa-se que, a partir da 34ô semana e as vezes durante
toda a gestacão, o peso das criancas observa- das foi inferior. Em relacão à estatura e ao perímetro cefálico, os resultados comparados com outros da literatura sao semelhantes ou inferiores. Este fato poderá ter relacão com melhores condicóes sócio-econômicas, fatores raciais e altitude.
Observou-se também urna queda nos va- lores de todos os parâmetros estudados a par- tir da 42a semana de gestacão.
As diferencas entre os resultados encon- trados em trabalhos feitos para o estabele- cimento de curvas de crescimento intra- uterino indicam a conveniência de que cada grupo populacional estabeleca seus padrões normais de crescimento. 0
REFERiNCIAS
(f) Babson, S. G., R. E. Behrman, e R. Lessel. Live- weight and gestational age. J Pediar 8:814-822,
born birth weights for gestational age of white 1972.
middle class infants. Pediatrics 45:937-943, (11) Martins J. Crescimento intra-uterino. Tese de
1970. doutoramento apresentado a Faculdade de
(2) Battaglia, F. C., T. M. Frazer, e A. E. Hellegers. Ciências Médicas da Universidade Estadual
Birth weight gestational age and pregnancy de Campinas, Sao Paulo, Brasil, 1972.
outcome with suecial referente to hieh birth (12) Midlei Joaauim, M. C.. A. M. J. Lisboa. J. A. C.
weight-low gestational age infant. Pediatrics Biant e A. J. D. Jácomo. Dificuldades na
37:417-422, 1966. classificacáo dos recém-nascidos utilizando-
(3) Battaglia. F. C. e L. 0. Lubchenco. A practica1 se o peso e a idade aestacional. Brasília Méd
9:93--96,1973. -
chssification of newborn infants by weight and gestational age. JPediut 75:159-163, 1970. (4) Battaglia, F. C. Intrauterine growth retardation.
AmJObszetGynecoll06:l103-1113, 1970.
- (5) Cheng, MI C. EI, P.-C. Ti. Chew, e S. S. Ra+=-- I.UL.LUIII>
Birth weight distribution of Singapore
Chinese, Malay and Indian infants from 34 weeks to 42 weeks gestation. J Ohsrer Gynaecol Br Commonw 79:149-153, 1972.
(6) Freeman, M. G., W. L. Graves e R. L. Thompson. Indigent negro and Caucasian birth weight- gestational ages tables. Pedmtrics 49:9-15, 1970.
(7) Lubchenco, L. 0.. C. Hansman, M. Dressler e E. Boyd. Intrauterine growth as estimated from liveborn birth-weight data at 24 to 42 weeks of gestational. Pediarrics 32:793-800, 1963. (8) Lubchenco, L. O., C. Hansman e E. Boyd. Intra-
uterinegrowth in lenght and head circumference as estimated from live births at gestational ages from 26 to 42 weeks. Pediatrics 37:403- 408, 1966.
(9) Lubchenco, L. 0. Assessment of gestational age and development of birth. Pediatr Clin North Am 17:125-145,197O.
(20) Lubchenco. L. O., T. T. Searls e J. V. Brazie. Neonatal mortality rate: Relationship to birth
(13) Naeyl, R. L., K. J. Benirschke, J. W. C. Hagstrom e C. C. Marcus. Intrauterine growth of twins as estimated from liveborn birth-weight data. Pcd&f+c~~37:&39=416, 1966.
(24) Rantakallio, P. Groups at risk in low birth weight infants and perinatal mortality. A prospec- tive study of the biological characteristics and socio-economic circumstances of mothers in 12,000 deliveries in North FinIand 1966, a dis-
criminant function analysis. Acta Pediatr
Scand(Supp1) 193:1+, 1969.
(15) Saint-Anne Dargassis, S. La maturation neurolo-
gique du prematurité. EI Neonat 4:71-117,
1955.
(16) Sterky, G. Swedish standard curves for intraute- rine growth. Pediatrics 46:7-B, 1970. (17) Usher, R. e F. MacLean. Intrauterine growth of
liveborn Caucasian infants at sea level:
Coutinho Midiej Joaquim et al. - CRESCIMENTO INTRA-UTERINO 145
Crecìmento intrauterino (Resumen)
En 1969-1973 se estudiaron 5,009 nacidos vivos de ambos sexos en un Centro de Maternidad de Sobradinho, Distrito Federal, Brasil, con el fin de trazar las curvas de crecimiento intrauterino mediante la correlación entre peso, estatura, perí- metros cefálico y torácico y edad de gestación. El diseño de curvas en los percentilos 10, 25, 50, 75 y 90 para todos los parámetros permite determinar el crecimiento intrauterino de la población estu- diada y reconocer rápidamente sus alteraciones.
En todos los parámetros analizados, las medidas de los recién nacidos de sexo femenino fueron in- feriores a las de los de sexo masculino.
Si se comparan los valores de peso observados en el percentil 50 en el estudio de Sobradinho con los de otros autores, se observará que, a partir
de la 34a semana y a veces durante todo el perfodo de gestación, el peso de los niños estudiados fue inferior. En cuanto a la estatura y el perímetro cefálico, los resultados, en comparación con otros publicados, son similares o inferiores. Este hecho podría tener relación con mejores condiciones socioeconómicas, factores raciales y altitud.
También se observó una disminución en los valores de todos los parámetros estudiados desde la 42a semana de gestación.
En vista de la diferencia entre los resultados de los trabajos realizados para trazar curvas de creci- miento intrauterino, cada grupo de población deberfa establecer sus patrones normales de creci- miento.
Intra-uterine growth (Summary)
In the period 1969-1973, a total of 5.009 babies of both sexes born in a maternity hospital in Sobradinho, Federal District, Brazil, were studied for the purpose of preparing intra-uterine growth curves based on the correlation of weight, stature, head circumference and chest circumference with the gestational age. Preparation of curves in the 10, 25,50, 7.5 and 90 percentiles for all the param- eters made it possible to establish an intra-uterine growth curve for the population studied and to promptly recognize changes in it.
In al1 the parameters analyzed, newborn female children had lower measurements than male children.
On comparing the weight values in the 50 per- centile in the Sobradinho study with those of other
authors. it was found that, beginning with the 34th week and sometimes throughout pregnancy, the weight of the subjects was lower. As regards sta- ture and head circumference, the results were similar or lower than those found in the literature. This fact may be related to better socio-economic conditions, racial factors and altitude.
A fall in the values of al1 the parameters studied. from the 42nd week of gestation onwards. was noted .
The difference between the results found in the studies made for establishing intra-uterine growth curves show that it is advisable for each population group to establish its own standard growth patterns.
La croissance intra-utérine (Résumé)
Pendant la période 1969-1973, on a examiné 5.009 nouveau-nés des deux sexes-nés vivants dans une maternité de Sobradinho, District fédéral, Brésil-pour tracer les courbes de croissance intra- utérine en comparant le poids, la taille, le péri- metre céphalique et le périmètre thoracique avec I’âge de la gestation. L’élaboration des courbes aux percentiles 10, 25, 50, 75 et 90 pour tous les paramètres a permis d’établir la croissance intra- utérine de la population étudiée et de reconnaître rapidement ses altérations.
Dans tous les paramètres utilisés, les nouveau- nés du sexe féminin avaient des mesures inférieures à celles du sexe mascuiin.
Lorsqu’on compare les valeurs du poids au per- centile 50 observées dans I’étude de Sobradinho à
celles d’autres auteurs, on constate qu’à partir de la 34s semaine et parfois même pendant toute la grossesse, le poids des enfants examinés fût infé- rieur. Pour ce qui est de la taille et du périmetre céphaiique, les résultats comparés à d’autres de la littérature sont semblables ou inférieurs. Cela pourrait être dû à de meilleures conditions socio- économiques, & des facteurs raciaux et à I’altitude.
On a également constaté une baisse des valeurs de tous les paramètres étudiés à partir de la 426 semaine de gestation.