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1 INTRODUÇÃO CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: QUAL A DIFERENÇA?... 5

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1 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 2

2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ... 3

3 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: QUAL A DIFERENÇA? ... 5

4 VITAMINAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ... 9

5 ALIMENTAÇÃO NOS CICLOS DE VIDA ... 17

6 HIDRATAÇÃO ... 24

7 CONSEQUÊNCIAS DA MÁ ALIMENTAÇÃO ... 25

8 OBESIDADE ... 29

9 ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR ... 35

10 TIPOS DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS: ALIMENTOS PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS ... 37

11 ALIMENTOS FUNCIONAIS ... 40

12 REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 43

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2 1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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3 2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Fonte: wp.com/dominioemagrecer.com

Aquilo que se come e bebe não é somente uma questão de escolha individual.

A pobreza, a exclusão social e a qualidade da informação disponível frustram ou, pelo menos, restringem a escolha de uma alimentação mais adequada e saudável. E o que se come e se bebe é ainda, em grande parte, uma questão familiar e social. Em geral, contrariamente ao que se possa imaginar, as escolhas alimentares são determinadas não tanto pela preferência e pelos hábitos, mas muito mais pelo sistema de produção e de abastecimento de alimentos. (BRASIL, 2006)

O termo “sistema alimentar” refere-se ao conjunto de processos que incluem

agricultura, pecuária, produção, processamento, distribuição, importação e

exportação, publicidade, abastecimento, comercialização, preparação e consumo de

alimentos e bebidas. Os sistemas alimentares são profundamente influenciados pelas

condições naturais do clima e solo, pela história, pela cultura e pelas políticas e

práticas econômicas e comerciais. Esses são fatores ambientais fundamentais que

afetam a saúde de todos. Se esses sistemas produzem alimentos que são

inadequados ou inseguros e que aumentam os riscos de doenças, eles precisam ser

mudados. É aqui que se manifesta, com maior propriedade, o papel do Estado no que

se refere à proteção da saúde da população, que deve ser garantida por meio de suas

funções regulatórias e mediadoras das políticas públicas setoriais. O Estado, por

intermédio de suas políticas públicas, tem a responsabilidade de fomentar mudanças

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4 socioambientais, em nível coletivo, para favorecer as escolhas saudáveis em nível individual ou familiar. A responsabilidade compartilhada entre sociedade, setor produtivo privado e setor público é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e a prevenção das doenças.

Assim, é pressuposto de a promoção da alimentação saudável ampliar e fomentar a autonomia decisória dos indivíduos e grupos, por meio do acesso à informação para a escolha e adoção de práticas alimentares (e de vida) saudáveis. (BRASIL, 2006)

Uma alternativa de ação para a alimentação saudável deve favorecer, por exemplo, o deslocamento do consumo de alimentos pouco saudáveis para alimentos mais saudáveis, respeitando a identidade cultural-alimentar das populações ou comunidades. As proibições ou limitações impostas devem ser evitadas, a não ser que façam parte de orientações individualizadas e particularizadas do aconselhamento nutricional de pessoas portadoras de doenças ou distúrbios nutricionais específicos, devidamente fundamentadas e esclarecidas. Por outro lado, supervalorizar ou mistificar determinados alimentos em função de suas características nutricionais ou funcionais também não deve constituir a prática da promoção da alimentação saudável. Alimentos nutricionalmente ricos devem ser valorizados e entrarão naturalmente na dieta adotada, sem que se precise mistificar uma ou mais de suas características, tendência está muito explorada pela propaganda e publicidade de alimentos funcionais e complementos nutricionais. (TEIXEIRA et al, 2013)

A formação dos hábitos alimentares se processa de modo gradual,

principalmente durante a primeira infância; é necessário que as mudanças de hábitos

inadequados sejam alcançadas no tempo adequado, sob orientação correta. Não se

deve esquecer que, nesse processo, também estão envolvidos valores culturais,

sociais, afetivos/ emocionais e comportamentais, que precisam ser cuidadosamente

integrados às propostas de mudanças. (PONTES et al, 2009)

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5 3 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: QUAL A DIFERENÇA?

Fonte: image/jpeg

Para entendermos melhor essa diferença, vamos começar com o significado da palavra alimentação. A alimentação é um ato voluntário e consciente. Ela depende totalmente da vontade do indivíduo e é o homem quem escolhe o alimento para o seu consumo. A alimentação está relacionada com as práticas alimentares, que envolvem opções e decisões quanto à quantidade; o tipo de alimento que comemos; quais os que consideramos comestíveis ou aceitáveis para nosso padrão de consumo; a forma como adquirimos, conservamos e preparamos os alimentos; além dos horários, do local e com quem realizamos nossas refeições (BRASIL, 2007).

A nutrição é um ato involuntário, uma etapa sobre a qual o indivíduo não tem controle. Começa quando o alimento é levado à boca. A partir desse momento, o sistema digestório entra em ação, ou seja, a boca, o estômago, o intestino e outros órgãos desse sistema começam a trabalhar em processos que vão desde a trituração dos alimentos até a absorção dos nutrientes, que são os componentes dos alimentos que consumimos e são muito importantes para a nossa saúde (BRASIL, 2007).

De acordo com a Lei citada por Silva & Bocaletto (2010) são quatro os princípios desta: Quantidade, Qualidade, Harmonia e Adequação.

A Lei da Quantidade aponta que os alimentos devem ser suficientes para

satisfazer as necessidades energéticas e nutricionais do organismo e mantê-lo em

equilíbrio. Assim cada indivíduo necessita de quantidades específicas de carboidratos,

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6 proteínas, gorduras, fibras, vitaminas, minerais e de água para manter suas funções orgânicas e 8 atividades diárias. Isto depende do sexo, da idade, do estado fisiológico e da atividade física. Tanto o excesso quanto a falta serão prejudiciais ao organismo.

Portanto é necessária muita atenção às quantidades individuais.

A Lei da Qualidade mostra que a alimentação deve ser completa em sua composição e que forneça ao organismo todos os nutrientes que ele necessita. Os nutrientes são essenciais para formação, crescimento e manutenção de um corpo saudável ao longo da vida, assim como para uma possível recuperação quando necessário. As refeições devem ser variadas, oferecendo todos os grupos de nutrientes para o bom funcionamento do corpo. A saúde do nosso organismo depende da qualidade e não da quantidade do que fornecermos para que ele tenha ou não um bom desempenho.

A Lei da Harmonia fala que é preciso ter um equilíbrio entre os todos os nutrientes que necessitamos. Não é porque um nutriente é bom que devemos consumi-lo em grande quantidade. É necessária uma relação de equilíbrio na composição da alimentação de modo a evitar os excessos ou deficiências de nutrientes. O nosso organismo aproveita corretamente os nutrientes quando estes se encontram em proporções adequadas. Assim, é importante haver um equilíbrio entre eles, pois as substâncias não agem isoladamente, mas sim em conjunto. Por exemplo, a relação entre a ingestão de carboidratos, proteínas e gorduras, deve estar em harmonia.

A Lei da Adequação mostra que a alimentação deve se adequada às

necessidades de cada organismo, respeitando as características de cada indivíduo. É

necessário considerar os ciclos da vida: infância, adolescência, adulto e idoso; o

estado fisiológico: gestação, lactação; o estado de saúde: presença ou ausência de

doenças; os hábitos alimentares: deficiência de nutrientes; as condições

socioeconômicas e culturais: acesso aos alimentos (SILVA & BOCALETTO, 2010).

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7 Sistema digestório

Fonte: Aula de Anatomia, 2017

O sistema digestório humano é constituído pelo trato digestório e os órgãos anexos. O trato digestório é um tubo muscular oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, onde o alimento passa, para ser digerido e absorvido. As estruturas do trato digestório incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus (TORTORA; NIELSEN, 2013).

Os órgãos que fazem parte do sistema digestivo são especialmente adaptados para que estas exigências sejam cumpridas. Dessa forma, suas funções são as de preensão, mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos e a expulsão dos resíduos, eliminados sob a forma de fezes (OLIVEIRA, 2017).

Os órgãos anexos que também auxiliam no processo digestivo são: os dentes,

a língua, as glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Os órgãos

anexos nunca entram em contato direto com o alimento, pois produzem ou

armazenam secreções que passam para o trato gastrintestinal, ajudando na

decomposição química do alimento (TORTORA; NIELSEN, 2013).

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8 Nutrientes

Os nutrientes são componentes dos alimentos que consumimos e estão divididos em macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais).

Macronutrientes

Os carboidratos são moléculas importantes para a saúde humana, uma vez que os disponíveis são a principal fonte e energia para o organismo, enquanto que os carboidratos não disponíveis, além de fornecerem energia (4kcal/g), podem apresentar benefícios locais e sistêmicos, alguns relacionados à produção de Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC). Quanto ao aspecto químico, o termo carboidrato sugere uma composição geral, Cn H2 On. (TOBARUELA, 2016)

Tipos de alimentos que possuem Carboidratos: Batata, pão, arroz, farinha, massas, cereais em geral.

Os lipídeos fazem parte das biomoléculas, são compostos químicos orgânicos que ocorrem nos seres vivos. São insolúveis em água, porém são solúveis em outros solventes orgânicos como o álcool, querosene, éter e benzina. Os lipídeos podem ser divididos em quatro tipos, sendo eles: triglicerídeos, cerídeos, esteroides e fosfolipídios (RIBEIRO, 2019).

Os triglicerídeos são as gorduras e os óleos. São formados pelo glicerol (álcool), nesta forma, pode ser de origem animal, como gordura do tecido adiposo do boi, porco e do homem. Também apresenta origem vegetal, como manteigas de cacau e coco (RIBEIRO, 2019).

As proteínas são macromoléculas que existem abundantemente de formas variadas nas células. São formadas por cadeias polipeptídicas da combinação de aminoácidos e desempenham um papel fundamental no corpo humano, tendo funções construtoras e reparadoras do organismo, além de participar da formação dos hormônios, enzimas e anticorpos. Devido a esta importância, o conhecimento de sua função é fundamental para compreender os processos biológicos dos seres vivos (SANTOS et al, 2018).

MICRONUTRIENTES

Os micronutrientes desempenham um papel importante na produção de

energia, na síntese da hemoglobina, na manutenção da saúde óssea, na função

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9 imunológica e na proteção do organismo contra os danos oxidativos (provocados pelos radicais livres de oxigénio, entre outros). Ajudam ainda na síntese e reparação do tecido muscular durante a recuperação do exercício e de lesões. As adaptações bioquímicas ao treino aumentam as necessidades de micronutrientes. O exercício pode também aumentar o equilíbrio entre a síntese e a degradação proteica e a perda desses micronutrientes pelo organismo. Como resultado, uma maior ingestão de micronutrientes pode ser necessária para responder ao aumento das necessidades para a construção, reparação e manutenção da massa isenta de gordura nos atletas.

As vitaminas e os minerais mais comuns e que são mais relevantes nas dietas dos atletas são o cálcio e a vitamina D, o complexo de vitaminas B, o ferro, o zinco e o magnésio, assim como alguns antioxidantes, como as vitaminas C e E, os betacarotenos e o selénio. Os atletas com risco elevado de desnutrição em micronutrientes são os que restringem o consumo de energia ou que têm práticas extremas de perda de peso, eliminando um ou mais dos grupos alimentares da sua dieta ou que consomem dietas desequilibradas e pouco densas em micronutrientes.

São estes atletas que podem beneficiar com um suplemento multivitamínico e mineral diário, não se verificando melhorias no desempenho em atletas que consumam, normalmente, dietas nutricionalmente adequadas (MINDERICO, 2016).

4 VITAMINAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

As vitaminas são divididas em dois grupos: hidrossolúveis e lipossolúveis.

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS: Essas vitaminas tendem a ser absorvidas pela difusão simples quando ingeridas em grande quantidade e por processos mediados por carreador quando ingeridas em quantidades menores. Elas são distribuídas nas fases aquosas da célula (p. ex., o citoplasma e o espaço da matriz mitocondrial) e são cofatores ou cossubstratos essenciais das enzimas envolvidas em vários aspectos do metabolismo. A maior parte não é armazenada em quantidades apreciáveis, fazendo do seu consumo regular uma necessidade. As vitaminas hidrossolúveis são levadas pelos transportadores e excretadas na urina (MAHAN et al, 2013). São elas a vitamina C e as vitaminas do complexo B.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS: As vitaminas lipossolúveis são solúveis em

lipídios ou solventes orgânicos. Nos alimentos, encontram-se geralmente associadas

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10 aos lipídios e podem ser armazenadas em quantidades moderadas no fígado. São lipossolúveis as vitaminas A, D, E e K (MARTINS et al, 2019).

Vitamina A

A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal (provitamina A). Como o organismo humano não é capaz de produzir vitamina A, esse micronutriente deve introduzido nas refeições e pode ser obtido nos alimentos. Entre os alimentos de origem animal, as principais fontes são: leite humano, fígado, gema de ovo e leite. A provitamina A é encontrada em vegetais folhosos verdes (como espinafre, couve, beldroega, bertalha e mostarda), vegetais amarelos (como abóbora e cenoura) e frutas amarelo-alaranjadas (como manga, caju, goiaba, mamão e caqui), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê e pequi) que são as mais ricas fontes de provitamina A (PIGNITTER et al, 2016).

Atuando em diferentes funções no organismo humano, a vitamina A exerce ações na acuidade visual, na atividade imunológica e na proliferação/diferenciação celular. As deficiências primárias de vitamina A resultam das ingestões inadequadas de vitamina A pré-formada ou de carotenoides pró- vitamina A. As deficiências secundárias podem resultar da má absorção causada pela gordura dietética insuficiente, insuficiência biliar ou pancreática, transporte prejudicado por abetalipoproteinemia, hepatopatia, desnutrição proteico-calórica ou deficiência de zinco. Um dos primeiros sinais de deficiência de vitamina A é a visão prejudicada pela perda dos pigmentos visuais. Esse quadro manifesta-se clinicamente como cegueira noturna ou nictalopia (MAHAN, et al, 2013).

Vitamina B1 (Tiamina)

Desempenha importante papel no metabolismo de carboidratos e na função

neural. A vitamina deve ser ativada pela fosforilação em tiamina trifosfato ou

cocarboxilase, que serve como uma coenzima no metabolismo de energia e na

síntese de pentoses. É absorvida no intestino delgado proximal por transporte ativo

(em doses baixas) e por difusão passiva em doses elevadas (> 5 mg/dia). O transporte

ativo é inibido pelo consumo de álcool, que interfere no transporte da vitamina, e pela

deficiência de folato, que interfere com a replicação dos enterócitos. A absorção da

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11 mucosa de tiamina é acoplada à sua fosforilação em tiamina difosfato (ThDP); a ThDP ativada é transportada para o fígado pela circulação portal (MAHAN et al, 2013).

A tiamina é fosforilada em muitos tecidos pelas cinases específicas em ésteres de difosfato e trifosfato. Cada um desses ésteres pode ser catabolizado por uma fosforilase para produzir ThMP. Pequenas quantidades de cerca de 20 outros metabólitos excretórios também são produzidas e excretadas na urina. Atua como coenzima para vários complexos de enzimas desidrogenases essenciais para metabolismo de piruvato e de outros α- cetoácidos. A tiamina é essencial para a descarboxilação oxidativa dos α-cetoácidos, inclusive para a conversão oxidativa do piruvato em acetil CoA, que entra no ciclo (TCA) ou ciclo de Krebs para gerar energia.

Ela também é necessária para a conversão de α- cetoglutarato e 2-cetocarboxilatos, derivados dos aminoácidos metionina, treonina, leucina, isoleucina e valina. A ThDP também atua como coenzima para a transcetolase, que catalisa as reações de troca de fragmentos de dois carbonos na oxidação da glicose pelo desvio da hexose monofosfato (RAYMOND et al, 2013)

A tiamina está amplamente distribuída em muitos alimentos, mas em pequenas quantidades. As fontes mais ricas são o levedo e o fígado; entretanto, os grãos integrais são a fonte mais importante da vitamina (MAHAN et al, 2013).

Vitamina B2 (Riboflavina)

É essencial para o metabolismo dos carboidratos, aminoácidos e lipídios e assegura a proteção antioxidante. Ela realiza essas funções como as coenzimas flavina adenina dinucleotídeo (FAD) e flavina adenina mononucleotídeo (FMN). É absorvida na forma livre por um processo mediado por carreador no intestino delgado proximal. Como a maioria dos alimentos contém a vitamina nas suas formas de coenzima, FMN e FAD, a absorção ocorre somente após a clivagem hidrolítica da riboflavina livre de seus vários complexos de flavoproteínas pelas várias fosfatases. A absorção da riboflavina é um processo mediado por carreador que requer ATP. A captação de riboflavina livre pela mucosa depende da sua fosforilação em FMN (RAYMOND et al, 2013)

A riboflavina é convertida em suas formas de coenzima pela fosforilação

dependente de ATP para produzir riboflavina-5- fosfato, ou FMN, pela enzima

flavoquinase. A maior parte da FMN é então convertida em FAD pela FAD-

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12 pirofosforilase. Ambos os passos são regulados pelos hormônios tireoidianos, adrenocorticotrófico e aldosterona. Encontra-se amplamente distribuída nos alimentos na forma ligada às proteínas como FMN e FAD. Os vegetais folhosos verdes são ricos nessa vitamina; contudo, as carnes e os laticínios são suas principais fontes (MAHAN et al, 2013).

A deficiência de riboflavina manifesta-se após vários meses de privação da vitamina. Os sintomas iniciais incluem fotofobia, lacrimejamento, queimação e coceira dos olhos, perda da acuidade visual e da sensibilidade e queimação dos lábios, boca e língua. Sintomas mais avançados incluem fissuras labiais (queilose) rachaduras na pele nos cantos da boca (estomatite angular). Pode se manifestar como uma erupção gordurosa da pele nas dobras nasolabiais, escroto ou vulva, língua magenta e inflamada, crescimento excessivo de capilares ao redor da córnea do olho e neuropatia periférica (MAHAN et al, 2013).

Vitamina B3 (Niacina)

Niacina é o termo genérico para nicotinamida (Nam) e ácido nicotínico (NA).

Ela atua como componente das coenzimas do nucleotídeo de piridina, a nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADH) e NADPH, que são essenciais em todas as células para a produção de energia e para o metabolismo. A NAD e a NADPH são as formas reduzidas de NAD e NADP, elas contêm um íon de hidrogênio (MAHAN et al, 2013).

A niacina pode ser sintetizada a partir do aminoácido essencial triptofano. A

síntese de NAD e NADPH ocorre a partir do ácido quinolínico, um metabólito essencial

do aminoácido triptofano. A conversão do triptofano em niacina depende de fatores

tais como a quantidade de triptofano e niacina ingeridos e o estado nutricional de

piridoxina (B6); portanto, o corpo deve ter concentrações adequadas de riboflavina e

uma menor quantidade de vitamina B6. As coenzimas NAD e NADPH são os

carreadores de elétrons mais centrais das células, desempenhando importante papel

como cossubstratos de mais de 200 enzimas para o metabolismo de carboidratos,

ácidos graxos e aminoácidos. Em geral, NAD e NADPH facilitam o transporte de

hidrogênio pela transferência de dois elétrons, que usam o íon hidrogênio (H+) como

carreador, mas desempenham papéis muito diferentes no metabolismo. A niacina

pode desempenhar um papel importante nos mecanismos de reparação de DNA e de

estabilidade genética (RAYMOND et al, 2013)

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13 Quantidades significativas de niacina são encontradas em muitos alimentos:

carnes magras, carnes de aves, peixes, amendoins e levedos são fontes particularmente ricas. Os sintomas de deficiência de niacina iniciam com fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupções cutâneas. A deficiência grave de niacina leva à pelagra, doença caracterizada por dermatite, demência e diarreia (“os 3 D”);

tremores e língua avermelhada, inchada e sensível. As alterações dermatológicas normalmente são as mais proeminentes. Os sintomas de envolvimento do sistema nervoso central incluem confusão, desorientação e neurite. As anormalidades digestivas causam irritação e inflamação das membranas mucosas da boca e do aparelho GI. A pelagra não tratada pode causar morte, que é com frequência chamada de “o quarto D” (do inglês, death) (MAHAN et al, 2013).

Vitamina B6 (Piridoxina)

Funciona como coenzima no metabolismo dos aminoácidos, estando relacionada com a síntese de neurotransmissores e gliconeogênese (produção de glicose com base em substâncias não carboidratos). É importante na prevenção contra doenças cardíacas, e também ajuda a manter o funcionamento adequado do sistema nervoso e do sistema imune (SANTOS, 2020)

A deficiência dessa vitamina pode desencadear: inflamações na cavidade bucal e na língua, irritabilidade, e confusão mental. A deficiência mais grave dela pode causar anemia normocítica e normocrômica (em que o tamanho e a concentração das células estão preservados). A vitamina B pode ser encontrada em alimentos de origem animal e vegetal, sendo observada sua presença em: levedura de cerveja, cereais integrais, soja, castanhas, vísceras (como o fígado), e carne de galinha (SANTOS, 2020)

Vitamina B12

Participa como cofator para enzimas relacionadas, por exemplo, com o

metabolismo de aminoácidos e ácidos graxos. Essa vitamina também está associada

com a produção dos ácidos nucleicos e das hemácias e com a absorção do ácido

fólico. A deficiência de B12, que normalmente está relacionada a problemas de saúde

que levam a uma má absorção desse nutriente, pode causar insuficiência pancreática,

complicações hematológicas e neurológicas, perda de dentes, e anemia perniciosa —

típica dessa falta. Essa vitamina é conseguida via ingestão de alimentos de origem

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14 animal, tais como: peixes, mariscos, carnes, leite e derivados. Vegetarianos restritos podem apresentar deficiência dela, uma vez que não é produzida pelos vegetais (SANTOS, 2020).

Vitamina C

É um micronutriente essencial com várias funções biológicas importantes, sendo cofator para a biossíntese do colágeno, cartinina, neurotransmissores e também de hormônios peptídicos. Uma dieta rica em alimentos fonte de vitamina C baseia-se em frutas cítricas/ácidas ou seus sucos (acerola, laranja, abacaxi, caju, goiaba, manga, maracujá, limão), frutas vermelhas, pimentões verdes e vermelhos, tomate, brócolis e vegetais folhosos, como o espinafre. As recomendações mais recentes de vitamina C, de acordo com a National Academy of Sciences, são de 75mg para mulheres e 90mg para homens, sendo que fumantes podem requerer 35mg extras. O consumo máximo tolerado pelo organismo diariamente é de 2.000 mg (QUADROS, 2016).

A vitamina C também é um agente redutor forte, devido à sua facilidade em doar elétrons, com propriedades antioxidantes importantes. Ela pode inativar uma grande variedade de espécies reativas de minimizar os danos para os tecidos do corpo. Dentre outros efeitos, reduz os sintomas das gripes e resfriados, acelerando o processo de recuperação e tem um efeito anticatabólico. Esse efeito anticatabólico tem importância fundamental para os praticantes de musculação (QUADROS, 2016).

A vitamina C controla uma substância produzida pelo organismo denominada cortisol. Esse é um hormônio liberado, quando uma pessoa entra em estresse e também quando elevados esforços físicos são realizados, como um treinamento pesado. Esse hormônio é antagonista à testosterona. De fato, a liberação de cortisol suprime a testosterona natural produzida em nosso organismo. Inicia-se então, uma disputa entre esses dois hormônios; enquanto o cortisol tem um efeito catabólico, a testosterona tem um efeito anabólico. Ela também é conhecida para regenerar outros antioxidantes, tais como vitamina E, glutationa, de volta para o seu estado de redutor.

Assim, ocorre a manutenção de uma rede equilibrada de antioxidantes (QUADROS,

2016).

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15 Vitamina D

A vitamina D é adquirida, nos seres humanos, através da produção de 7- dehidrocolesterol, pró-vitamina D3, na pele, pela absorção de radiação UVB, e por ingestão alimentar (leite, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordos, como salmão e sardinha). A pele provê de 80 a 100% das necessidades de vitamina D, a qual é estocada na gordura corporal em períodos de maior exposição solar. A vitamina D é importante para a saúde óssea, sistema imune, cardiovascular e reprodutivo. Além disso, pesquisas recentes verificaram a expressão de receptores de vitamina D em diversos tecidos e órgãos, como fígado, pâncreas, cérebro, pulmão, mamas, pele, músculos e tecido adiposo (FERRERINI & MACEDO, 2015).

A suficiência de vitamina D [25(OH)D ≥30 ng/ml] parece estar relacionada, dependendo da população estudada, a: melhor desempenho físico (aeróbico e anaeróbico); melhor recuperação muscular; menor percentual de gordura corporal, incluindo menor quantidade de gordura abdominal; maior quantidade de massa magra; melhor função vascular; menores níveis de PTH; menor incidência de Síndrome Metabólica; melhor perfil lipídico; melhor resposta imunológica; maior tolerância à glicose; menor incidência de anemia. Dada a importância de níveis suficientes de vitamina D para a saúde do ser humano, de forma geral, também é essencial destacar alguns dos fatores de relacionados à deficiência desse nutriente como: idade, sexo, etnia, exposição solar, IMC, percentual de gordura, prática de exercícios físicos, ingestão de fontes de cálcio e vitamina D, consumo de suplementos de cálcio e vitamina D, sazonalidade, diabetes e hipertensão (FERRERINI &

MACEDO, 2015).

Vitamina E

Micronutriente antioxidante comumente encontrado na alimentação usual, cujas recomendações dietéticas variam de acordo com a idade, sexo, lactação e outros fatores (SOARES et al, 2019).

É absorvida na porção superior do intestino delgado por difusão dependente de

micelas, e o seu uso depende da presença de gordura dietética e das funções biliar e

pancreática adequadas. As formas esterificadas da vitamina E, encontradas nos

suplementos, são mais estáveis, podendo ser absorvidas somente após a hidrólise

pelas esterases na mucosa duodenal. Contudo, os ésteres de α-tocoferol natural e

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16 sintético são igualmente digeridos. A absorção da vitamina E é altamente variável, e as eficiências variam de 20 a 70%. A vitamina E absorvida é incorporada nos quilomícrons e transportada na circulação geral pela linfa. A vitamina E distribuída para o fígado é incorporada nas VLDLs através da proteína de transporte específica para a vitamina E. No plasma, o tocoferol é também distribuído entre a LDL e as HDLs, protegendo as lipoproteínas da oxidação (MAHAN et al, 2013).

A vitamina E é o antioxidante lipossolúvel mais importante na célula. Localizada na porção lipídica das membranas celulares, ela protege os fosfolipídios insaturados da membrana da degradação oxidativa das espécies de oxigênio altamente reativas e de outros radicais livres. A vitamina E realiza essa função por meio da sua capacidade de reduzir tais radicais em metabólitos não prejudiciais por meio da doação de um hidrogênio. Esse processo é chamado de bloqueio do radical livre. Os alvos da deficiência são os sistemas neuromuscular, vascular e reprodutor. A deficiência de vitamina E, que pode levar de 5 a 10 anos para se desenvolver, manifestasse clinicamente com perda de reflexos tendíneos profundos, prejuízo da sensação de posição e vibratória, alterações no equilíbrio e coordenação, fraqueza muscular e distúrbios visuais (MAHAN et al, 2013).

Os óleos vegetais são as melhores fontes, sendo o α- e γ-tocoferol as formas nos alimentos mais comuns. Quase dois terços da vitamina E, na dieta típica dos norte-americanos, são fornecidos pelos óleos de saladas, margarinas e manteigas, aproximadamente 11% por frutas e vegetais e cerca de 7% por grãos e seus derivados (MAHAN et al, 2013).

Vitamina K

A vitamina K está presente em alimentos de origem animal e vegetal. Dentre

as formas da vitamina K – estão a Filoquinona (vitamina K1), forma predominante,

presente nos vegetais, sendo os óleos vegetais e as hortaliças, prementemente as de

folhas verde escuras suas fontes mais significativas, aDihidrofiloquinona (dK),

formada durante a hidrogenação industrial de óleos vegetais, a Menaquinona

(vitamina K2), sintetizada por bactérias, presente em produtos animais e alimentos

fermentados e a Menadiona (vitamina K3) que é um composto sintético a ser

convertido em K2 no intestino. Esta vitamina participa do processo de coagulação

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17 sanguínea e do metabolismo ósseo, por meio da ativação da osteocalcina (MIRANDA, 2017)

Vitamina K é essencial para a carboxilação pós-translacional dos resíduos do ácido glutâmico em proteínas para formar resíduos de carboxiglutamato (GLA); os resíduos ligam-se ao cálcio. No processo de geração de resíduos, a vitamina K é oxidada para um epóxido. Ela é restaurada para a sua forma de hidroquinona pela enzima epóxido redutase. Esse processo é conhecido como o ciclo da vitamina K. O ciclo de vitamina K pode ser interrompido por fármacos semelhantes a cumarina, como a warfarina e o dicumarol, que servem de base para suas atividades anticoagulantes.

Pacientes utilizando essas medicações anticoagulantes não precisam eliminar a vitamina K de suas dietas, porém, devem manter um nível consistente da ingestão dessa vitamina (MAHAN et al, 2013).

5 ALIMENTAÇÃO NOS CICLOS DE VIDA

Na infância, a alimentação adequada é fundamental para garantir o crescimento e o desenvolvimento normal da criança, mantendo, assim, a saúde. Isso é muito importante, principalmente entre os pré-escolares, pois eles se constituem em um dos grupos populacionais que mais necessitam de atendimento, em função de estarem em intenso processo de crescimento e de serem vulneráveis às doenças.

(BRASIL, 2007)

As práticas alimentares no primeiro ano de vida são muito importantes na

formação dos hábitos alimentares da criança. Nos primeiros seis meses, espera-se

que a criança receba exclusivamente o leite materno ou retarde o máximo possível o

consumo de novos alimentos. A partir dos seis meses de vida, outros alimentos devem

ser acrescentados paulatinamente na alimentação da criança, pois só o leite materno

não satisfaz mais as necessidades de nutrientes da criança. Nessa etapa, são

recomendadas duas papas de fruta e duas papas salgadas ao dia. O leite materno

pode ser oferecido nos intervalos das refeições principais. (BRASIL, 2009)

(19)

18 Pré-escolar

Fonte: nutricaoeciclosdavida.blogspot.com.br

A fase pré-escolar compreende a faixa etária dos 2 aos 6 anos de idade e, durante esta fase, os padrões alimentares se encontram em desenvolvimento, sendo necessário um incentivo para que refeições saudáveis sejam realizadas (COSTA et al., 2014).

No decorrer da fase pré-escolar são evidenciadas as características do desenvolvimento infantil e devido a isto, são necessários cuidados específicos com a alimentação, como a atenção à quantidade, qualidade, variedade e regularidade das refeições. (SANTIAGO, 2016)

Moraes (2014), afirma que as preferências alimentares, durante a idade pré- escolar, ditam a escolha alimentar e a família demonstra-se fundamental neste importante momento da formação das crianças, visto que é comprovadamente influente sobre as decisões das mesmas. Estas preferências alimentares são determinadas através de consequências fisiológicas da ingestão, da repetição da oferta dos alimentos e do âmbito social em que a criança está inserida (SILVA et al, 2016)

Viana et al, (2008) validam as afirmações dos outros autores, afirmando que os

padrões e predileções alimentares das crianças são formados, muito particularmente,

através da observação do comportamento alimentar dos pais. A quantidade e

frequência com que as crianças se alimentam, bem como a sua preferência por

(20)

19 alimentos de determinado tipo, dependem da observação dos mesmos padrões no âmbito familiar, principalmente na mãe.

Escolar

Fonte: mobilizadores.org.br

A fase escolar, que compreende a faixa etária dos 7 aos 10 anos de idade, há uma modificação no hábito alimentar da criança, por influência do meio em que ela passa a conviver e de sua maior autonomia. A inserção do escolar em um novo contexto social se torna decisiva para a criação de novos hábitos e comportamentos alimentares, demonstrando a importância não apenas da família, mas a partir deste momento, do ambiente escolar (BRASIL, 2012).

A fase escolar é aquela em que os hábitos e comportamentos começam a se moldar de forma mais independente e a criança fica suscetível à diversas influências em seus padrões alimentares. (ROSSI et al, 2019). Porém, mesmo com a independência e os novos comportamentos alimentares adquiridos fora de casa, os hábitos alimentares do ambiente familiar permanecem influenciando as práticas alimentares dos escolares (BRASIL, 2012).

Segundo Spinelli, et al. (2013), através de seu estudo que, entre as crianças

na fase escolar, o consumo de frutas e hortaliças é considerado inadequado e há um

aumento constante no consumo de ultraprocessados como biscoitos recheados,

refrigerantes, doces e salgadinhos. No ambiente escolar há um grande consumo de

alimentos com alta densidade energética e baixo valor nutricional e a oferta de

(21)

20 guloseimas, frituras e o acesso às máquinas ou locais de venda de alimentos e bebidas no ambiente escolar demonstram-se associados positivamente à ocorrência da obesidade (ROSSI, et al., 2019).

Algumas complicações como dificuldades alimentares ou transtornos podem surgir em crianças durante estas duas fases da vida. Em crianças na fase escolar, as prevalências de sobrepeso constituem uma condição nutricional em ascendência e esta condição representa um reflexo das mudanças nos hábitos alimentares (PEDRAZA, et al., 2017).

Adolescência

Fonte: image/jpeg

Momento em que a velocidade de crescimento é realmente aumentada, o

adolescente ganha em período de tempo curto cerca de 20% de sua altura adulta e

50% de seu peso. Esse período também é chamado de estirão do crescimento e

ocorre em idades diferentes para cada indivíduo. Em geral as meninas maturam mais

cedo que os meninos. Na fase pré-puberal (aquela que antecede a maturação sexual)

os meninos e as meninas tendem a ser igual na gordura corporal 15-19%. Já na fase

puberal (onde a capacidade de reprodução já foi atingida) e adulta as meninas tendem

a ter maior gordura corporal cerca de 22-26% contra 15-18% nos meninos. Já os

meninos ganham na puberdade duas vezes mais tecido magro que as meninas. Mais

uma vez as curvas de crescimento devem ser utilizadas para o monitoramento do

crescimento do adolescente. O adolescente passa por um desenvolvimento cognitivo

(22)

21 e emocional que pode ser dividido em: inicial, intermediário e final. O aconselhamento nutricional deve ser diferente dependendo da fase em que o adolescente está. Na fase inicial o adolescente apresenta as seguintes características: é preocupado com a sua imagem corporal, ele confia e respeita os adultos e é ansioso quanto a sua relação com os colegas. São desejosos em fazer ou experimentar qualquer coisa que melhore sua imagem corporal de maneira rápida. Trabalhos educativos nessa fase devem ser de curto prazo (MAHAN et al, 2005).

O adolescente na fase intermediária é muito influenciado pelo grupo de colegas, desconfia dos adultos, tem a independência como algo muito importante e experimenta um desenvolvimento cognitivo significante. Nessa fase o adolescente escutará mais os amigos que a própria família; estão se tornando mais responsáveis pelo que consomem. O impulso para a independência faz com que tenham repulsa pelos hábitos alimentares da família. A orientação alimentar deve ser focada para os cuidados que se deve ter ao alimentar-se fora de casa.

A fase final é aquela em que o adolescente já estabeleceu sua imagem corporal, pensa no futuro e faz planos, está mais independente, está desenvolvendo intimidade e relações permanentes. Nessa fase, já estão preocupados com sua saúde geral, assim os aconselhamentos nutricionais devem ser em longo prazo e devem ser acompanhadas de um fundamento lógico. Eles gostam de tomar suas próprias decisões, mas estão abertos a informações fornecidas pelos profissionais da saúde (MAHAN et al, 2005).

Adultos

Fonte: nacaoverde.com.br

(23)

22 A alimentação na fase adulta é voltada para uma nutrição defensiva, isto é, uma nutrição que enfatiza fazer escolhas de alimentos saudáveis para promover o bem-estar e prover os sistemas orgânicos de maneira que tenham um funcionamento ótimo durante o envelhecimento. É uma nutrição baseada no consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais, nozes, leguminosas, peixes, ovos e aves. O consumo de carne vermelha deve ser limitado.

As gorduras saudáveis, que devem ser ingeridas (ácido graxo ômega 3 e ômega 6), são encontradas nos óleos vegetais, oliva e nos peixes de água fria; e as não saudáveis, saturadas e trans, como gorduras de origem animal (manteiga, carnes gordurosas), e as gorduras de origem vegetal que sofrem saturação (margarina, recheio de bolachas), devem ser evitadas. Uma dieta de base predominantemente vegetal, aliada a exercícios físicos bem dosados pode ter um impacto positivo sobre o envelhecimento pela redução do risco de doença cardiovascular, obesidade, câncer e diabetes (MAHAN et al, 2005).

Fonte: MAHAN et al, 2005.

(24)

23 IDOSO

Fonte: image/jpeg

A qualidade do envelhecimento é determinada pela vida pregressa do indivíduo: é nessa hora que avaliamos realmente o que fomos. A necessidade nutricional, além de levar em conta o sexo e a idade, deve se ater na atividade física do idoso, de extrema importância nessa hora. Algumas alterações no paladar, olfato, trato gastrintestinal devem ser consideradas, pois afetarão diretamente no hábito alimentar do idoso.

Energia - As necessidades energéticas vão diminuindo com o passar dos anos, a massa muscular (consumidora de energia) diminui, a gordura corporal tende a aumentar modificando assim a composição corporal do idoso. Limitações nos movimentos também ocorrem, já que a flexibilidade diminui e o equilíbrio também fica comprometido. O peso corporal deve ser controlado, pois se sabe que tanto a obesidade como o baixo peso para idosos apresentam riscos iguais para desenvolvimentos de patologias. O quadro abaixo sugere o IMC (Índice de Massa Corporal) por idade.

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL / IDADE

(25)

24 6 HIDRATAÇÃO

Água

Fonte: encrypted-

A hidratação, bem como a alimentação, é um pilar da saúde do ser humano, mas muitas vezes não lhe é dada a devida importância, principalmente com temperaturas mais baixas, sendo priorizada mais facilmente em climas quentes (BERGERON, 2015). O aumento do interesse para com a hidratação ganha clara relevância nos atletas, pois no decorrer da atividade física, o suor é o mecanismo de libertação do calor gerado intrinsecamente e através dele é perdido não só água, mas também minerais como o sódio e o potássio (DESBROW et al, 2014).

A taxa de sudoração é bastante variável, quer entre pessoas, quer entre

desportos diferentes. Dentro dos fatores que afetam esta taxa podemos incluir a roupa

usada, a temperatura, a humidade do ambiente onde se realiza o exercício e fatores

(26)

25 pessoais desde peso, eficiência metabólica e aclimatização. Em população sedentária, os valores de referência de ingestão dietética (Dietary Reference Intakes - DRI’s) para consumo de água (não considerando a contida em alimentos) para rapazes e raparigas entre os 9-13 anos é de 1,8L e 1,6L, respetivamente e aumenta para 2,6L para rapazes entre os 14-18 anos e para 1,8L para raparigas entre os 14- 18 anos. No entanto, facilmente se compreende que os atletas necessitam de quantidades de água superiores a estes valores, dependendo do gasto durante a atividade física e de fatores climáticos durante a prática da mesma. A perda de suor muitas vezes não pode ser prevenida, sendo a reposição dos níveis perdidos a estratégia principal e de extrema importância na recuperação (BELVAL et al, 2019).

A hidratação pode ser inadequada tanto por défice como por excesso e, em ambos os casos, pode ter sérias consequências para a performance e, a partir de certo ponto, também para a saúde. Sintomas como sede, irritabilidade, desconforto generalizado acompanhado de dores de cabeça, náuseas, vómitos, distúrbios intestinais, fadiga, fraqueza, tonturas e arrepios são sintomas de desidratação típicos (NUCCIO et al, 2017).

7 CONSEQUÊNCIAS DA MÁ ALIMENTAÇÃO

Fonte: encrypted-

A má alimentação muitas vezes é decorrente de uma rotina longa e cansativa

de trabalho, comprometendo todas as pessoas que não tem tempo para realizar todas

(27)

26 as refeições diárias. A alimentação influencia na saúde, no trabalho, nos estudos e na vida social de todos os indivíduos, uma alimentação adequada aumenta a resistência a doenças, retardam o envelhecimento, e asseguram bem-estar físico, social e mental.

A pessoa que se alimenta de forma inadequada pode apresentar vários sintomas, como desânimo, cansaço, fraqueza, irritação, falta de disposição, e apresentar algumas patologias. Com uma vida corrida muita gente opta por comidas prontas, congeladas, salgados, lanches e refrigerantes, que são alimentos ricos em gorduras e carboidratos refinados, muitas vezes são alimentos industrializados que tem alto teor de sódio, com isso diminui a ingesta de nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo (MULLER; GIMENO, 2015).

A alimentação é uma necessidade do corpo, por isso deve ser rica em alimentos saudáveis, que possam fornecer todos os nutrientes necessários para suprir a cadeia alimentar do ser humano. Quando isso não acontece algumas patologias podem desenvolver, sendo mais comum a hipertensão, obesidade e o diabetes (PEIXOTO et al., 2014).

Diabetes

O diabetes é uma doença crônica no qual ocorre elevação nos níveis de açúcar no sangue, e deficiência na produção de insulina, quando não diagnosticado a tempo traz complicações e pode comprometer vários órgãos e sistemas do corpo. Quando os níveis de glicose estão acima do normal acontece uma hiperglicemia, quando os níveis estão abaixo do normal o indivíduo pode sofrer uma hipoglicemia (COSTA;

BRITO; LESSA, 2014).

O número de diabéticos tem aumentado em todo mundo, decorrente de uma alimentação inadequada por parte da população, muitos convivem com a patologia sem saber das complicações que pode acarretar como cegueira, insuficiência renal, aterosclerose, infarto do miocárdio, isquemia cerebral, amputação de extremidades, vulnerabilidade a infecções e cicatrização difícil (COSTA; BRITO; LESSA, 2014).

A doença está associada ao sedentarismo, obesidade, stress, colesterol e

triglicerídeos no sangue, e pode ser controlada com medicamentos, exercícios físicos,

alimentação equilibrada e controle rígido dos níveis de açúcar no sangue (FREITAS

et al., 2015).

(28)

27 Hipertensão

Atualmente as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) apresentam elevados índices de mortalidade, dentre elas as doenças cardiovasculares, as respiratórias crônicas, câncer e diabetes sendo estas as responsáveis pela maior parte da carga de doenças que acometem os indivíduos, que estão diretamente associadas ao processo de globalização vivenciado no Brasil e no mundo (BERNAL et al, 2016).

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), até o mês de julho de 2015, as doenças cardiovasculares haviam sido a principal causa para as DCNT, com representação de 50,3% dos óbitos declarados (BRASIL, 2015). Corroborando com o SIM, a pesquisa nacional por amostra de domicílio realizada em 2008, revela que na medida em que a idade avança, aumentam as doenças crônicas de tal modo que 79,1% dos brasileiros de 65 anos ou mais, relatam ser portadores de um grupo de doze doenças crônicas, que em primeiro lugar encontra-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (MENDES, 2012).

Estimativas do Ministério da Saúde, afirmam que a HAS apresenta uma abrangência global e sua prevalência atinge a um bilhão de indivíduos, quando não controlada permanece como importante problema de saúde acarretando aproximadamente 7,1 milhões de mortes ao ano no mundo (BARRETO; REINERS;

MARCON, 2014)

Prevenção e Tratamento

Vários estudos comprovam que existem, basicamente, duas abordagens terapêuticas para a hipertensão arterial: o tratamento baseado em modificações do estilo de vida (MEV): perda de peso, incentivo às atividades físicas, alimentação saudável, etc. E o tratamento medicamentoso. A adoção de hábitos de vida saudáveis é parte fundamental da prevenção de hipertensão e do manejo daqueles com HAS (BROO-ME, 2010).

Para o tratamento da HAS, é importante que seja considerado não apenas a

adesão no uso dos fármacos de maneira adequada, mas também é fundamental a

mudança nos hábitos e estilo de vida, com envolvimento dos serviços de saúde,

profissionais, família e do próprio indivíduo. Os serviços de saúde devem estar

pautados em ações com embasamento cientifico e metodológico, com a capacidade

(29)

28 de garantir a qualidade no atendimento e cuidado dos indivíduos (PERTENCE;

MELEIROS, 2010).

No tocante ao contexto das ferramentas básicas da qualidade (FBQ) no setor saúde, a qualidade envolve todos os atores do processo de cuidado, de modo que seja elevado o padrão da assistência a partir dos constantes aperfeiçoamentos da prática, oportunizando reflexos positivos na saúde dos envolvidos (GALDINO et al., 2016).

Prevenir e tratar a hipertensão arterial envolve ensinamentos para o conhecimento da doença, de suas inter-relações, de suas complicações e implica, na maioria das vezes, a necessidade da introdução de mudanças de hábitos de vida. As mudanças no estilo de vida são entusiasticamente recomendadas na prevenção primária da HAS, notadamente nos indivíduos com PA limítrofe (SILVA, 2010).

Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica tem despertado atenção da comunidade científica e profissional, não somente pelo impacto de cada um dos respectivos componentes, mas, principalmente, pela alta prevalência dos fatores de risco cardiovascular.

Estimativa mundial refere prevalência entre 20 e 25% na população adulta. No Brasil, a prevalência varia em torno de 9% na população adulta e idosa, associada com variáveis sociodemográficas (idade, escolaridade, situação conjugal e moradia), comportamentais (autopercepção de saúde) e de comorbidades (acidente vascular encefálico, excesso de peso, depressão), de formas diferentes entre os sexos (RAMIRES et al, 2018)

Essa condição de saúde tem sido amplamente estudada por pesquisadores, com variados critérios e definições existentes para diagnóstico, particularidades e prevalência nos grupos populacionais e etários, com a finalidade de discutir a acurácia dos pressupostos desta e possíveis parâmetros que podem estar relacionados, como circunferência do pescoço e presença da acantose nigricans (ÁVILA et al, 2014)

Essa síndrome foi descrita de forma oficial e pioneira por Gerald Reaven, em

1988, e recebeu a denominação de Síndrome X, que agregava resistência à insulina,

hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes mellitus, não incluída a obesidade,

considerada atualmente um dos fatores patogênicos basais. Apontam-se outros

conceitos empregados para caracterizá-la, como síndrome da resistência à insulina,

(30)

29 síndrome do novo mundo, síndrome plurimetabólica, quarteto da morte e síndrome dislipidêmica da obesidade (FÉLIX et al, 2019)

Do mesmo modo, em relação à definição, o conceito síndrome metabólica, atualmente aceito, ainda não se apresenta uniforme na literatura de saúde, nacional e internacional, na qual se evidencia a acepção de doença ou distúrbio, mesmo que publicações difundam a compreensão de que se trata de um conjunto de fatores de risco cardiovasculares. Logo, destaca-se lacuna no conhecimento quanto à ideia de que uma definição mais ampla para o conceito síndrome metabólica facilitaria o desenvolvimento do cuidado na prática, no ensino e na pesquisa, por meio de abordagens inovadoras, nestas inserido o cuidado de enfermagem (SCHLAICH et al, 2014).

No contexto da enfermagem, refere-se que os fatores de risco que compõem a síndrome correspondem ao campo de atuação da disciplina, como a mensuração da circunferência abdominal, da pressão arterial e avaliação de parâmetros laboratoriais, de modo a configurar como um fenômeno de enfermagem, para o qual pesquisas devem ser desenvolvidas para apresentar novos e relevantes conhecimentos, como a análise do conceito e aplicabilidade como respostas humanas aos hábitos de vida inadequados. Portanto, desenvolveu-se este estudo com objetivo de analisar o conceito síndrome metabólica e identificar respectivos atributos essenciais, antecedentes e consequentes no contexto da enfermagem (FÉLIX et al, 2018).

8 OBESIDADE

Fonte: encrypted-

(31)

30 A prevalência de excesso de peso e obesidade está aumentando em um ritmo alarmante em muitos países. Em âmbito mundial, entre 1980 e 2014, a proporção de obesos mais que duplicou. O aumento da prevalência de obesidade encontra explicações nas mudanças comportamentais ocorridas nas últimas décadas, sobretudo devido à alimentação inadequada e ao sedentarismo (WHO, 2015).

O Brasil, as estimativas de prevalência de obesidade, segundo o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) (BRASIL, 2017). Uma alimentação não saudável e exercício físico insuficiente são os principais fatores de risco para a obesidade. Indicadores que medem a frequência de atividade física, tanto no lazer como no trabalho, e o sedentarismo (horas assistidas de televisão por dia) são importantes para avaliar o estilo de vida das pessoas. Vários estudos nacionais e internacionais têm evidenciado uma associação entre horas de televisão assistidas e o excesso de peso e a obesidade na população em geral. O aumento da prevalência de obesidade em diversos países também pode ser explicado por um maior consumo de alimentos não saudáveis, constituindo uma categoria de alimentação chamada fast-food (OYEBODE et al, 2014).

A obesidade está muito relacionada a diversas doenças crônicas. O maior risco é para diabetes mellitus. No Brasil, a prevalência de diabetes em adultos com peso normal/baixo peso é de 5,4%, e na população com obesidade é mais que o dobro (14,0%). Vários estudos mostram que a obesidade também aumenta o risco de hipertensão arterial. Diversos tipos de câncer, como o colorretal, também apresentam forte associação com a obesidade (BAHIA et al, 2012).

O monitoramento da prevalência de obesidade na população brasileira é de grande necessidade para se entender os padrões de risco e os fatores associados nos segmentos populacionais mais vulneráveis, para subsidiar políticas públicas de prevenção da obesidade desde a infância e para a promoção de hábitos saudáveis na sociedade brasileira (FERREIRA et al, 2019).

Sedentarismo e alimentação inadequada como fatores causadores da obesidade

Fisiologicamente, a obesidade é uma condição corporal caracterizada pelo

excesso de tecido adiposo no organismo. Já é de consenso na literatura que a

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31 obesidade se trata de uma doença resultante de um desequilíbrio nutricional provocado por um balanço energético positivo que se dá, por sua vez, na medida em que o sujeito ingere mais energia do que é capaz de gastar. Assim, tem-se um acúmulo de energia que, por ação do hormônio insulina, é convertida a gordura.

Tendo em vista esta dinâmica fisiológica, a literatura científica aponta que o desenvolvimento de obesidade está fortemente associado ao “estilo de vida”, mais especificamente, no que se refere à prática de atividade física e alimentação. Nesse sentido, sabe-se que quanto mais ativo é o “estilo de vida” de uma pessoa, menor é a probabilidade desta se tornar um sujeito obeso. E quanto mais rica é a alimentação de um sujeito em açúcares, lipídeos e alimentos industrializados, também são maiores as chances deste sujeito tornar-se obeso (MENDONÇA, 2010).

Obesidade e doenças cardiovasculares

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), observa-se um aumento recente na carga de doenças cardiovasculares, principalmente em países de baixa e média rendas (WHO, 2011), reflexo do aumento da expectativa de vida e, consequentemente, do maior tempo de exposição aos fatores risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (WHO, 2014). As doenças cardiovasculares são atualmente a principal causa de morte nos países em desenvolvimento, e espera-se que continue sendo a causa de mortalidade mais importante no mundo durante a próxima década (GBD, 2013).

Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 17,7 milhões de pessoas faleceram por doenças cardiovasculares em 2015, isso representa 31% de todas as mortes em nível global. Somente no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), calcula-se que 349 mil pessoas morreram em decorrência de doenças do coração no ano de 2016. Obter uma melhor compreensão sobre o funcionamento do Sistema Circulatório Humano (SCH) é de vital importância para o avanço das pesquisas que buscam desenvolver tratamentos para as diversas cardiopatias existentes (RODRIGUES, 2019).

Estudos apontam elevada prevalência de doenças cardiovasculares

decorrentes principalmente às mudanças relacionadas ao padrão alimentar, mais

particularmente ao elevado consumo de carboidratos refinados e gorduras saturadas,

(33)

32 sedentarismo e crescimento econômico progressivo da industrialização, o que não se configurou de forma distinta no presente estudo (TESTON et al, 2016).

A associação entre a longevidade e o aumento de doenças crônicas é conhecida na literatura e os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) apontam para uma maior morbidade por doenças cardiovasculares em indivíduos mais velhos. Segundo a PNS, em 2013 a prevalência das doenças cardiovasculares na população adulta brasileira (≥ 18 anos) era de 4,2%, apresentando um gradiente crescente nos grupos de maior idade da população, sendo a prevalência de DCV entre idosos de 11,4% (THEME, 2015).

Dez passos para uma alimentação adequada e saudável

Os dez passos, listados a seguir, são uma forma simples de orientar a população sobre uma alimentação saudável.

1º passo: Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação.

Em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, alimentos in natura ou minimamente processados são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável. Variedade significa alimentos de todos os tipos – grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro de cada tipo – feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango, peixes etc.

2º passo: Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.

Utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.

3º passo: Limitar o consumo de alimentos processados.

Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados –

como conservas de legumes, compota de frutas, pães e queijos – alteram de modo

desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam. Em

pequenas quantidades, podem ser consumidos como ingredientes de preparações

(34)

33 culinárias ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.

4º passo: Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.

Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.

5º passo: Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia

Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite

“beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Procure comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. Sempre que possível, coma em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia nas refeições favorece o comer com regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados e amplia o desfrute da alimentação. Compartilhe também as atividades domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições.

6º passo: Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.

Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras livres e feiras de produtores e outros locais que comercializam variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. Prefira legumes, verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência diretamente dos produtores.

7º passo: Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.

Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá-las, principalmente com crianças e jovens, sem distinção de gênero. Se você não tem habilidades culinárias – e isso vale para homens e mulheres –, procure adquiri-las.

Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar, peça receitas a familiares,

(35)

34 amigos e colegas, leia livros, consulte a internet, eventualmente faça cursos e comece a cozinhar!

8º passo: Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.

Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e defina com antecedência o cardápio da semana. Divida com os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições. Faça da preparação de refeições e do ato de comer momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como você tem usado o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a alimentação.

9º passo: Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.

No dia a dia, procure locais que servem refeições feitas na hora e a preço justo.

Restaurantes de comida a quilo podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem comida caseira em escolas ou no local de trabalho. Evite redes de fast-food.

10º passo: Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Lembre-se de que a função essencial da publicidade é aumentar a venda de produtos, e não informar ou, menos ainda, educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem o mesmo.

Fonte: BRASIL (2015)

(36)

35 9 ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR

Fonte:agendacapital.com.br

Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, os óleos, as gorduras, o sal e o açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem que fique nutricionalmente desbalanceada.

Óleos vegetais (como os de soja, milho, girassol ou oliva), gorduras (como a manteiga e a gordura de coco), sal e açúcar são produtos alimentícios fabricados pela indústria com a extração de substâncias presentes em alimentos in natura ou, no caso do sal, presentes na natureza. Esses produtos são utilizados pelas pessoas, nas cozinhas de suas casas ou em refeitórios e restaurantes, para temperar e cozinhar alimentos in natura ou minimamente processados e para criar preparações culinárias variadas e agradáveis ao paladar. Raramente são consumidos na ausência daqueles alimentos. Óleos ou gorduras, por exemplo, são utilizados para cozinhar arroz e feijão, para refogar legumes, verduras e carnes, para fritar ovos e tubérculos e no preparo de caldos e sopas. Óleos são também adicionados em saladas de verduras e legumes como forma de tempero. O sal é usado como tempero em todas essas preparações.

Ele também é usado no preparo culinário de conservas de legumes feitas em casa e

é adicionado à massa de farinha de trigo e água usada no preparo culinário de tortas

Referências

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