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Variedade linguística Norma culta ou padrão Variedades regionais Variedades sociais CUIDADO! Preconceito linguístico

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Academic year: 2021

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Texto

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VAMOS REVISAR

Variedade linguística – é cada um dos sistemas em que uma língua se diversifica, em função das possibilidades de variação de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe).

Norma culta ou padrão – é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de maior prestígio dentro de uma comunidade.

Variedades regionais – as variedades faladas nos estados do Nordeste são diferentes daquelas faladas nos estados do Sul; no interior dessas regiões geográficas, podem também ser observadas diferenças entre os estados e mesmo entre regiões e cidades dos estados.

Variedades sociais – costumam apresentar diferenças significativas em termos fonológicos (“bicicreta” por bicicleta, “mio” por melhor, etc.) e morfossintático (“a gente fumo” por nós fomos, “as laranja” por as laranjas, etc.). são essas as diferenças linguísticas que costumam entrar em conflito com a norma culta, tanto na fala quanto na escrita.

CUIDADO!

Preconceito linguístico – é o julgamento negativo que é feito dos falantes em função da variedade linguística que utilizam.

Todas as variedades constituem sistemas linguísticos adequados para a expressão das necessidades comunicativas e cognitivas dos falantes. Nenhuma variedade linguística sobreviveria se não fosse adequada a um determinado contexto e a uma determinada cultura.

Considerar uma variedade como a única ―correta‖ e estigmatizar as demais é, antes de tudo, emitir um juízo de valor sobre os falantes dessas variedades. Esse juízo é, por vezes, usado como um pretexto para discriminar socialmente os indivíduos.

01. (UFRJ-RJ)

Minha impressão é que a cultura popular já ganhou a parada... Há 30 ou 40 anos, quando a gente discutia sobre música popular brasileira, sobre os novos baianos velhos, sobre a questão da técnica.

A bossa nova, dizia-se que a cultura de massa ia invadir e tomar conta de tudo. Agora, não apenas os baianos, mas, outros, inclusive os ―rapistas‖, se impuseram. Independentemente da cultura de massas, e estão tendo a revanche, num movimento de baixo para cima...

SANTOS, Milton. Território e sociedade; entrevista. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

Nesse trecho de entrevista, Milton Santos faz uso de uma linguagem coloquial.

Com base nos dois primeiros períodos do texto, retire dois exemplos que comprovem a afirmação acima. Justifique sua resposta.

...

...

...

02. (Unifesp-SP)

Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele? Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela – já o campo! Ah, a

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gente, na velhice, carece de ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver. Então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças – eu digo. Pois não é o ditado: ―menino – trem do diabo‖? e nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho...

GUIMARÂES ROSA. Grande sertão: veredas. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos linguísticos empregados pelo escritor. Dentre as características do texto, está:

a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da personagem.

b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.

c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.

d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.

e) o uso da linguagem culta, sem regionalismo, mas com novas construções sintáticas e rítmicas.

SENTIDO LITERAL E SENTIDO FIGURADO Leia atentamente a tira abaixo:

Na tira do Recruta Zero, duas personagens dão interpretações diferentes a uma mesma fala.

Esse comportamento chama a atenção para um fenômeno muito freqüente no uso das línguas: nem sempre as palavras são utilizadas com seu sentido básico.

O Tenente Escovinha esperava que o Recruta Zero desprezasse o sentido literal da observação ―Pode escrever isso!‖ e, considerando o contexto em que ela foi dita, a interpretasse de modo figurado.

Tome nota

Sentido literal (ou denotativo) é o significado ―básico‖ das palavras, expressões e enunciados da língua.

Sentido figurado (ou conotativo) é aquele que as palavras, expressões e enunciados adquirem em situações particulares de uso, quando o contexto exige que o falante/leitor perceba que o sentido literal foi modificado, e as palavras e expressões ganham um novo significado.

Conotação e denotação: relações com o texto

As palavras, expressões e enunciados da língua atuam em dois planos distintos: o conotativo (ou figurado) e o denotativo (ou literal).

Como vimos, todas as vezes que as palavras, expressões e enunciados são usados no seu sentido literal, estão funcionando de modo denotativo.

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A linguagem denotativa predomina em textos com função utilitária, ou seja, que têm como objetivo principal informar, argumentar, orientar Observe o caráter essencialmente informativo do texto abaixo.

Centro ritual neolítico

De 5000 a.C. em diante, as pessoas começaram a erguer verticalmente as pedras para marcar a passagem do sol. O grande monumento megalítico de Stoneheuge, em Salisbury Plam, Inglaterra, está perfeitamente alinhado com o nascer do sol no solstício de verão.

FERNÁNDEZ-ARMESTO, Felipe.

Idéias que mudaram o mundo.

Tradução: Luiz Araújo; Eduardo Lasserre; Cristina P. topes.

São Paulo: Arx, 2004, p, 31.

A intenção do autor do texto é clara: informar aos leitores por que os seres humanos começaram a dispor pedras em formações específica para medir o tempo através da passagem do sol pelo céu. As palavras, to, são usadas para fazer referência a conceitos e seres, preservando sentido literal.

Nos textos literários, com finalidade essencialmente estética, observamos um uso predominante da linguagem conotativa. Outro contexto em que a conotação costuma ser muito explorada é o dos textos publicitários.

SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Sinonímia é a relação de semelhança de sentido entre palavras e da língua. Cada um dos termos de sentido semelhante é chamado de sinônimo dos outros termos com os quais se relaciona semanticamente.

Os sinônimos nunca apresentam uma identidade completa de significado. Falantes de diferentes variedades lingüísticas, por exemplo, podem optar por um dos termos sinônimos e atribuir ao outro um sentido diferente.

Quando, ao escrever um texto, você procurar um sinônimo para retomar alguma idéia e evitar repetições, deve garantir que a nova palavra escolhida seja adequada ao contexto do texto que está sendo elaborado.

Observe, agora, a tira abaixo.

O cartunista Caulos explora os sentidos opostos de forte e fraco para destacar uma situação de desigualdade social. Os fracos (economicamente) carregam os fortes (mais ricos). É interessante observar que, fisicamente, a relação que se cria é também de oposição, surpreendendo o leitor, porque as pessoas consideradas ―fracas‖ são as que têm força suficiente para sustentar as outras sobre os próprios ombros. Os termos que se opõem nesse Cartum são antônimos.

Antonímia é a relação de oposição de sentido entre palavras e expressões da língua. Cada um dos termos de sentido contrário é chamado de antônimo do outro termo ao qual se opõe semanticamente.

QUESTÕES

(Enem-2006) Leia o texto a seguir para responder às questões 01, 02 e 03.

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Por falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu

professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto “Aí, Galera”, de Luís Fernando Veríssimo.

No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo ―estereotipação‖? E, no entanto, por que não?

— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.

— Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.

— Como é?

—Aí, galera.

— Quais São as instruções do técnico?

— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho & contenção coordenada, com energia otimizada, na zona d preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado esférico,

concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo- nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.

— Ahn?

— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.

— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?

— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?

— Pode.

— Uma saudação para a minha progenitora.

— Como é?

— Alô, mamãe!

— Estou vendo que você é um, um...

— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?

— Estereoquê?

— Um chato?

— Isso.

Correio Brazilien, 13 maio 1998.

01. O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:

a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no inicio da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe.

b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que tala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.

c) o uso da expressão galera, por parte do entrevistador, e da expressão progenitora, por parte do jogador.

d) o descobrimento, por parte do entrevistador, da palavra estereotipação, e a fala do jogador em ―é pra dividir ao meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça‖.

e) o fato de os jogadores de futebol serem vitimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.

02. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto.

Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:

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a) O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito — um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.

b) E aí, ô meu! Como vai essa força? — um jovem que fala para um amigo.

c) Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação alguém comenta em uma reunião de trabalho.

d) Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.

e) Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros — um professor universitário em um congresso internacional.

03. A expressão pegá eles sem calça poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:

a) pegá-los na mentira.

b) pegá-los desprevenidos.

c) pegá-los em flagrante.

d) pegá-los rapidamente.

e) pegá-los momentaneamente.

04. (Enem) O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em

a) [...]

É de laço e de nó De gibeira o jiló

Dessa vida, cumprida a sol [....] (TEIXEIRA, Renato. Romaria, Kuarup Discos, set. 992.)

b) Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais

põe cenários diferentes nas impressões digitais. (N. S. CARVALHO, Maria. Evangelho da brava. s. n. b).

c) O dicionário – padrão da língua e os dicionários unilíngües são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.

CAMARGO BIDERMAN, Maria 1 O dicionário-padrão da língua. Alfa (28)2743, 1974 Supli.

e) Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo:

o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.

ELIJACHA R, LEON. Disponível em: www.mercadolivre.com.br. Acesso em:jul. 2005.

05. (ITA-sP) Na tirinha de Caco Galhardo, a palavra ―sentido‖ assume duas acepções.

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Das frases abaixo, indique a opção em que a palavra ―sentido‖ tem o mesmo significado que tem na fala do soldado.

a) Sentido com o que lhe fizeram, não os procuro mais.

b) Sua decisão apressada não revela muito sentido.

c) Ninguém compreendeu o sentido de sua atitude.

d) O caminho bifurca-se em dois sentidos.

e) Muitos escritores buscam o sentido das coisas.

06. (ITA-SP) Considere as frases abaixo.

1. De um político a outro: ―Com o meu passado, aceito qualquer presente.‖ (Millôr Fernandes)

II. Ferroviário morto saca dinheiro da conta [...]. O quê? Morto saca dinheiro vivo? (José Simão)

III. Navegar é preciso, viver é impreciso. ((Millôr Fernandes)

IV. Uma voz quente deixava Maria gelada.

No contexto de qual(is) frase(s), os termos destacados funcionam como antônimos?

a) apenas em 1.

b) apenas em II.

c) apenas em III.

d) apenas em II, III e IV.

e) em todas.

PALAVRAS HOMÔNIMAS

HOMÓFONAS HETEROGRÁFICAS = PRONÚNCIA E ≠ GRAFIA

• Concerto (sessão musical) / conserto (reparo)

• Cela (pequeno quarto) / sela (objeto de montaria)

• Censo (recenseamento) / senso (juízo)

• Acender (iluminar) / ascender (subir)

• Cessão (ato de ceder) / sessão (tempo de uma reunião) / seção (divisão, repartição)

• Cerrar (fechar) / serrar (cortar)

HOMÓGRAFAS HETEROFÔNICAS = GRAFIA E ≠ PRONÚNCIA

• Colher (substantivo) / colher (verbo)

• Gelo (substantivo) / gelo (verbo)

• Almoço (substantivo) / almoço (verbo)

• Molho (substantivo / molho (verbo)

• Jogo (substantivo) / jogo (verbo)

HOMÓGRAFAS HOMÓFONAS (HOMÔNIMAS PERFEITAS)

= GRAFIA E PRONÚNCIA

• Livre (adjetivo) / livre (verbo)

• Serra (substantivo) / serra (verbo)

• São (adjetivo) / são (verbo) PARÔNIMAS

• Comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

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• Deferir (conceder) / diferir (adiar)

• Descrição (ato de descrever) / discrição (reserva de atitudes)

• Emergir (vir à tona) / imergir (mergulhar)

• Eminente (ilustre) / iminente (próximo)

• Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)

• Inflação (desvalorização da moeda) / infração (violação da lei)

• Infringir (transgredir) / infligir (aplicar)

• Ratificar (confirmar) / retificar (corrigir)

• Tráfego (trânsito de veículos) / tráfico (comércio desonesto) QUESTÕES

01. Preencha as lacunas com a palavra adequada. E construa uma frase empregando a outra de forma correta.

a) O juiz ... o réu. (absolveu / absorveu)

...

b) O ... deputado dirigiu-se aos presentes. (eminente / iminente)

...

c) Não calculei o ... da sala. (cumprimento / comprimento)

...

d) Todas as palavras proparoxítonas devem receber ... . (acento / assento) ...

e) Pelo último ... somos mais cento e setenta milhões de habitantes. (censo / senso) ...

f) Heloísa sempre agia com muita ... . (descrição / discrição)

...

g) A ... de Maria Helena na Europa foi proveitosa. (estada / estadia)

...

02. Assinale a alternativa em que a palavra destacada está incorretamente aplicada.

a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.

b) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros.

c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.

d) Devemos ser fiéis aos cumprimentos do dever.

e) A cessão de terras compete ao estado.

Referências

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