• Nenhum resultado encontrado

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica - Vegetative growth of cactus forage depending on organic fertilization

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica - Vegetative growth of cactus forage depending on organic fertilization"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

1

REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica - Vegetative growth of cactus forage depending on organic fertilization

RAMOS, João Paulo de Farias1*: SANTOS, Edson Mauro2: PINHO, Ricardo Martins Araújo3: BEZERRA, Higor Fábio Carvalho2: PEREIRA, Gildênia Araújo3: BELTRÃO, George Rodrigues2: OLIVEIRA, Juliana Silva2

1*Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA-PB), João Pessoa, PB, Brasi jpemepapb@yahoo.com.br

2Professor Adjunto Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Areia, PB, Brasil: Programa de Pós-graduação em Zootecnia, CCA (UFPB) Areia, PB, Brasil

Resumo: Objetivou-se estimar o crescimento vegetativo de palma forrageira cv. Gigante em função da adubação orgânica. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco doses de esterco caprino (0, 5, 10, 15, 20 Mg ha-1), com quatro repetições. As medidas foram repetidas no tempo, para estimativa das curvas de crescimento da palma forrageira. A cada 60 dias mensurou-se a altura de plantas, número de cladódios por planta, comprimento e largura dos cladódios. Verifica-se que o número de cladódios aumentou linearmente com adubação orgânica no solo e do tempo. Houve efeito significativo (P<0,05) linear da altura de planta em função da adubação orgânica e tempo, com média de 127,77; 130,36; 127,94; 134,88 e 139,55 cm nas doses de 0, 5, 10, 15 e 20 Mg ha-1, respectivamente aos 720 dias após o plantio. A largura dos cladódios aumentou com o incremento dos níveis de esterco caprino e mesmo comportamento para o comprimento, estabelecendo- se o platô aos 268 e 226 dias após o plantio no maior nível de adubação respectivamente. O crescimento vegetativo da palma forrageira em termos de número de cladódios por planta, altura de planta, comprimento e largura de cladódios foi incrementado com adubação orgânica. A estabilização do desenvolvimento dos cladódios indica possibilidade de antecipar a colheita da palma forrageira em intervalo de um ano.

Palavras-chave: Cactácea I Esterco caprinoI Forragem, Semiárido

Abstract: This study aims to estimate the vegetative growth of cactus forage cv. Giant, depending on organic fertilization. The experimental design was blocks with five doses of goat manure (0, 5, 10, 15, 20 Mg ha-1), with four repetitions. The measurements have been repeated in time, for the estimate of the growth curves of the cactus forage. Each 60 days, it has been measured

(2)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

2 the plants height, number of cladodes per plant, length and width of the cladodes. It has been verified that the number of cladodes has increased linearly because the organic fertilization in the soil and because time. There was significant linear effect (P<0,05) of the plant height regarding the organic fertilization and time, with an average of 127,77; 130,36; 127,94; 134,88 and 139,55 cm in the doses 0, 5, 10, 15,20, respectively 720 days after planting.

The cladodes width has increased with the increment of the levels of goat manure and the same behavior for the length which established the plateau at 268 and 226 days after planting in the higher level of fertilization, respectively.

The vegetative growth of the cactus forage, regarding the number of cladodes per plant, plants height, length and width of cladodes has been increased with organic fertilization. The stabilization of the development of cladodes has indicated a possibility to anticipate the harvest of the cactus forage in the interval of a year.

Key words: Cacti I Goat manure I Forage I Semi-arid

Introdução

O Semiárido brasileiro é caracterizado por apresentar escassez de chuvas, irregularidades e má distribuição, além de altas temperaturas e elevados índices de evaporação. A produção sazonal de forragens concentra-se em 3 a 4 meses correspondentes ao período da estação das chuvas, fatores que aliados ao baixo valor nutritivo destas forragens são os principais obstáculos para aumentar a produtividade animal desta região (DUBEUX JR. et al., 2006).

Assim, os produtores têm por alternativa a utilização de alimentos adaptados à região. A palma forrageira (Opuntia fícus-indica Mill) vem sendo bastante utilizada para alimentação dos caprinos, ovinos e bovinos. Essa espécie se destaca por suas adaptações fisiológicas a escassez de água, como metabolismo fotossintético MAC, estômatos distribuídos uniformemente, capacidade de armazenamento de água em suas células. Sua mais notável característica é sem dúvida, seu elevado potencial para a produção de grande quantidade de forragem verde e suculenta, mesmo relativamente sob condições desfavoráveis (NOBEL, 2001).

A palma forrageira apresenta elevado potencial de produção de fitomassa, entretanto a extração de nutrientes do solo pela cultura é alta. Assim, sem um programa de adubação, a sustentabilidade dos sistemas de produção de palma diminuiria ao longo do tempo, devido, principalmente, à redução na fertilidade dos solos (DUBEUX JR. et al.,2006).

Aplicações sucessivas de esterco por um longo prazo podem elevar os estoques de nutrientes do solo, principalmente as frações orgânicas de N e P, além do K trocável e outros nutrientes. No caso de culturas permanentes é

(3)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

3 possível que a lenta disponibilização dos nutrientes aplicados como esterco no solo seja suficiente para suprir as necessidades da planta ao longo de seu desenvolvimento. Um exemplo disso são os resultados obtidos em estudos realizados com palma forrageira, onde a utilização de esterco animal incrementou a produtividade desta cultura, sendo estes resultados superiores ao obtidos com o uso isolado de fertilizantes químicos (DUBEUX JR. & SANTOS, 2005).

A busca por informações relacionadas à forma como se constitui a produção vegetal é fundamental para a definição da forma de exploração da mesma. Nesse sentido, o estudo de características morfogenéticas utilizando modelos lineares e não lineares passa a ser primordial ao entendimento dos processos de crescimento vegetal.

Diante disto, objetivou-se com esta pesquisa avaliar o crescimento vegetativo da palma forrageira cv. Gigante em função da adubação orgânica.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido em condições de campo, na Estação Experimental Pendência, da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA), localizada na Mesorregião do Agreste paraibano, Microrregião do Curimataú Ocidental, município de Soledade (7º 8’ 18” S e 36º 27’ 2” W), com altitude de 534 m.

Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, sendo cinco doses de esterco caprino (0, 5, 10, 15, 20 Mg/ha-1), com quatro repetições. A unidade experimental foi constituída de quatro fileiras de cinco plantas de palma forrageira, plantadas no espaçamento 1,5 m x 0,20 m.

Antes do plantio foram coletadas amostras de solo, representativas da área do experimento, na profundidade de 0-20 cm e do esterco utilizado no experimento, para caracterização da fertilidade. As análises foram realizadas no Laboratório de Fertilidade do Solo do Centro de Ciências Agrárias da UFPB.

O solo apresentou os seguintes atributos químicos (perfil de 0 a 20 cm): pH (H2O): 6,24; P: 49,60 mg/dm3; K+: 151,82 mg/dm3; Na+: 0,34 cmolc/dm3; H++Al+3: 4,87 cmolc/dm3; Al+3: 0,0 cmolc/dm3; Ca+2: 7,45 cmolc/dm3; Mg+2: 2,95 cmolc/dm3; saturação de bases: 68,91%; CTC: 15,66 cmolc/dm³ e matéria orgânica: 9,25 g/kg. A caracterização química do esterco apresentou os seguintes resultados: pH (H2O): 9,29; P: 1065 mg/dm3; K+: 3883 mg/dm3; Na+: 9,63 cmolc/dm3; H++Al+3: 3,80 cmolc/dm3; Ca+2: 4,55 cmolc/dm3; Mg+2: 3,80 cmolc/dm3; CTC: 22,24 cmolc/dm³ e matéria orgânica: 110,60 g/kg.

O plantio da palma forrageira cv. Gigante ocorreu em agosto de 2008, com um cladódio por cova, na posição vertical, com a parte cortada voltada para o solo, a uma profundidade suficiente para que metade do cladódio ficasse enterrada. A adubação orgânica foi realizada em cobertura. Foram

(4)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

4 realizadas, três capinas em cada ano. Realizou-se mensurações a cada sessenta dias após o plantio (DAP) para avaliação da altura de plantas, número de cladódios por planta, comprimento e largura dos cladódios ate os setecentos e vinte dias. Utilizou-se fita métrica para determinar a altura de plantas e as dimensões dos cladódios.

Para medição de altura da planta, considerou-se o comprimento desde a extremidade do artículo mais alto até o solo. A largura e comprimento da planta foi medida considerando a região de maior largura e comprimento da mesma, ambos com auxílio de uma fita métrica. Foi realizada a contagem de número de cládodios.

A precipitação pluvial total ocorrida na Estação Experimental Pendência, de agosto de 2008 a agosto de 2010, foi de 1029,7 mm, distribuída da seguinte forma: em 2008 (35 mm), 2009 (528,30) e 2010 (466,4 mm).

Os dados de crescimento foram submetidos à análise de regressão utilizando o procedimento REG do SAS (2002).

Para as varáveis número total de cladódios e altura de planta, admitindo- se que Y é função linear de X, estabeleceu-se uma regressão linear simples em função do tempo.

Para as variáveis largura e comprimento de cladódios foi utilizado o modelo de platô em função do tempo. Para estes modelos, y representa o comprimento e largura dos cladódios (cm); β0, β1, β2, são paramentos da curva a serem estimados e x representa o número de dias após o plantio.

Resultados e Discussão

No decorrer do período experimental, a precipitação total acumulada foi de 1029,7 mm sendo 35 em 2008; 528,3 em 2009 e 466 (mm) em 2010 (Figura 1). Esses valores, ainda possuem elevada variabilidade mensal afetando a disponibilidade de água para a cultura em estudo. Ressalta-se ainda, a predominância de chuvas com alta intensidade, como a registrada em abril de 2009 (190,1 mm), o que possivelmente foi acima da capacidade de retenção de água pelo solo, diminuindo o aproveitamento da chuva pela palma. Esse fato é também agravado pelo alto potencial de evapotranspiração da região Semiárida.

O crescimento vegetativo está fortemente relacionado ao conteúdo de água no solo, em virtude dos principais processos fisiológicos e bioquímicos serem dependentes de água, a exemplo da fotossíntese, respiração, transpiração e absorção de nutrientes (SAMPAIO, 2005). Não obstante, o sistema radicular da palma forrageira apresenta uma rede de raízes finas próximas da camada superficial do solo (até 10-20 cm) adaptada para absorver a água de chuvas leves e até do orvalho, caracterizando uma

(5)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

5 vantagem em locais de índice pluviométrico baixo, permitindo rápida absorção da água da chuva, fato que aliado ao metabolismo CAM, permite elevado aproveitamento da água da chuva, a despeito da distribuição irregular da precipitação pluvial.

Figura 1. Precipitação pluvial ocorrida na Estação Experimental Pendência, Soledade – PB, de agosto de 2008 a agosto de 2010.

Na Figura 2 são apresentados os valores médios e equação de regressão encontrada para número de cladódios totais (NCT) de palma forrageira adubação com esterco bovino ao longo do período experimental. Verifica-se que o NCT aumentou (P<0,05) linearmente com o tempo, o que era esperado, pois a medida que a planta cresce, a um aumento no número de cladódios. A adubação orgânica proporcionou aumento no NCT, apresentando maiores NCT os tratamentos com as doses de 10 a 20 Mg/ha, possivelmente a adubação favoreceu absorção dos nutrientes essenciais para o desenvolvimento da planta, aumentando a capacidade de infiltração e retenção de água no solo, aumentou a capacidade de troca catiônica conferindo ao solo condições favoráveis de arejamento. Observa-se comportamento do NCT semelhante para todas as doses de adubação até os 180 dias após o plantio (DAP) com medias de 1,91 cladódios por planta, possivelmente este comportamento está relacionado à ausência de umidade no solo, tendo em vista que só ocorreram as primeiras chuvas 180 DAP da palma.

E a partir dos 180 DAP as doses de 10, 15 e 20 Mg/ha de esterco aumentou o surgimento de cladódios com comportamento semelhantes até os 720 DAP com medias de 19,64. Nas menores doses de 0 e 5 Mg/ha de esterco com médias de 13,11 cládodios o que proporcionou um incremento de 49,80%

no NCT aos 720 DAP quando utilizou-se doses de esterco a partir de 10 Mg/ha.

Provavelmente a dose de 20 Mg/ha apresentou comportamento semelhante as doses de 10 e 15 Mg/ha por que o solo já apresentava em sua composição valores razoáveis dos nutrientes, onde as dose medianas já foram suficientes para suprir suas exigências.

(6)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

6 Equações de regressão

Ŷ0 = 0,7234 + 0,0179*x r2 = 0,90 Ŷ5 = 0,2537 + 0,0186*x r2 = 0,97 Ŷ10= 2,4318 + 0,0309*x r2 = 0,91

Ŷ15= 1,6336 + 0,0295*x r2 = 0,97 Ŷ20= 1,1458 + 0,0290*x r2 = 0,94 NCT = número de cladódios totais

Figura 2. Número de cladódios totais de palma forrageira cv Gigante submetida a diferentes doses de adubação orgânica.

DUBEX JR. et al. (2006), avaliando Opuntia ficus-indica, variedade IPA 20, por meio da mensuração do número de cladódios por planta em duas populações (5000 e 40000 plantas por hectare, observaram que na ausência de adubação mineral, o número de cladódios por planta variou de 4,1 (estande de 40000 planta ha-1) a 7 cladódios por planta (estande de 5000 plantas ha-1).

Quando adubada com 75 kg de N e 33 kg de P2O5 ha-1, encontraram 12, 3 cladódios no primeiro e 5,9 no segundo estande, estes resultados mostra que a palma forrageira é uma cultura que responde positivamente a adubação.

CUNHA et al. (2012) avaliando o efeito da adubação nitrogenada, observou que o nitrogênio promoveu efeito linear e positivo no número de cladódios, com valores que elevaram de 27,75 para 36,08 cladódios por planta, para ausência de adubação e para a dose de 300kg/ha de N.

No enquanto que DUBEX JR. et al. (2010) avaliando o efeito do fosforo e do potássio para a palma forrageira clone IPA 20 aos seis meses de idade, não encontraram enfeito significativo, tanto para o fosforo como para o potássio sobre o número de cladódios, o que pode sugerir que a palma não tenha grande necessidade desses nutrientes até os seis meses, necessitando em maior quantidade de nitrogênio para expansão de novos tecidos e dessa forma a formação de novos cladódios.

As médias e equação de regressão do efeito da adubação orgânica e DAP sobre a altura de planta (AP) de palma forrageira encontram-se na Figura 3.

(7)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

7 Observa-se que houve efeito significativo (P<0,05) da altura em função da adubação, com média de 127,77; 130,36; 127,94; 134,88 e 139,55 (cm) nas doses 0, 5, 10, 15, 20 Mg/ha de esterco caprino respectivamente aos 720 DAP.

A altura de planta é importante por ser uma característica normalmente correlacionada com características de produção. Fato que está relacionado à melhoria da textura do solo, além de incorporação de nitrogênio, fósforo e potássio, que contribuem para o desenvolvimento da planta. Observa-se (Figura 3) que sob todas as doses de esterco utilizadas a palma apresentou crescimento semelhante, o que é importante que se faça um estudo da relação benefício-custo, da adubação, pois nas menores doses de adubação atendeu as exigências de altura da palma sendo talvez desperdício colocar níveis altos de esterco. Tendo em vista que o esterco caprino é rico em potássio, contudo, vale salientar que o solo da área experimental já possuía uma boa fertilidade e apresenta teor satisfatório desse nutriente, sendo o mais exigido pela palma, com doses intermediárias de esterco as exigências da cultura provavelmente foram atendidas.

Equações de regressão

Ŷ0 = 7,9134 + 0,0328xSE (x≤300) + 17,77 SE (x≥300) r2 = 0,90 Ŷ 5 = 5,6249 + 0,0487xSE (x≤249) + 20,25 SE (x≥249) r2 = 0,93 Ŷ10= 7,9916 + 0,0309x SE (x≤328) + 19,14 SE (x≥328) r2 = 0,80 Ŷ15=10,9807+ 0,0239x SE (x≤299) + 18,15 SE (x≥299) r2 = 0,87 Ŷ20= 6,8750 + 0,0458x SE (x≤268) + 20,62 SE (x≥268) r2 = 0,88 LC = largura de cladódios

Figura 4. Largura de cladódio de palma forrageira cv Gigante submetida a diferentes doses de adubação orgânica.

SILVA et al. (2010b) relataram que os coeficientes de correlação para a variável altura de palma forrageira indicam que as plantas mais altas possuem maior largura de planta, artículos primários largos e compridos, artículos secundários compridos e artículos terciários espessos.

(8)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

8 Nas Figuras 4 e 5 estão ilustrados os efeitos das doses de esterco caprino sobre o comprimento e largura de cladódios de palma forrageira. Verifica-se que, em ambas as doses de adubação ao longo dos dias apresentaram aumento linear para as variáveis até determinado ponto e depois se estabilizou. Esse comportamento caracteriza-se segundo ALVAREZ (1985), uma resposta do tipo LRP (Linear Response-Plateau), a qual têm definidos dois segmentos: a um deles se ajusta uma regressão linear, ao passo que o outro é representado pela média da variável dependente. A grande maioria das plantas de lavoura segue um modelo de crescimento sigmoide. No início do ciclo, o crescimento é lento, aumentando gradativamente até atingir um platô, quando se estabiliza (ALMEIDA et al., 2003).

Esse modelo, também chamado de linear descontínuo, apresentou ajuste bem superior ao do modelo linear simples. Adotando-se o modelo LRP, portanto, pode-se inferir que a largura atingiu o platô em menos dias (249 e 268) nas doses de 5 e 20 Mg/ha de esterco com 20,25 e 20,62 cm, respectivamente.

Verifica-se na Figura 4, que a largura dos cladódios aumentou linearmente com incremento das doses de esterco caprino até 300, 249, 328, 299, 268 dias após o plantio com medias de 17,77; 20,25; 19,14; 18,15 e 20,62 cm, para as doses de 0, 5, 10, 15 e 20 Mg ha-1 respectivamente, estabilizando em seguida.

Isso é importante na recomendação da colheita do palmal, uma vez que se a taxa de largura aumenta linearmente até certa idade de desenvolvimento da planta pode esta ser utilizado como critério para colheita no momento ideal do palmal, evitando que o mesmo permaneça no campo sem utilização e sem crescimento adicional elevado.

Equações de regressão

Ŷ0 = 11,0833 + 0,0604x SE (x≤ 281) + 29,21 SE (x≥ 281) r2 = 0,83 Ŷ5 = 13,0000 + 0,0566x SE (x≤ 276) + 30,00 SE (x≥ 276) r2 = 0,95

(9)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

9

Ŷ10= 14,7083 + 0,0612x SE (x≤ 251) + 33,08 SE (x≥ 251) r2 = 0,91 Ŷ15= 14,2499 + 0,0708x SE (x≤ 218) + 31,25 SE (x≥ 218) r2 = 0,75 Ŷ20= 15,8333 + 0,0645x SE (x≤ 226) + 31,33 SE (x≥ 226) r2 = 0,76

CC = comprimento de cladódios

Figura 5. Comprimento de cladódio de palma forrageira cv. Gigante submetida a diferentes doses de adubação orgânica.

Observa-se na Figura 5, que o comprimento dos cladódios aumentou linearmente com incremento das doses de esterco caprino até 281, 276, 251, 218, 226 dias após o plantio com medias de 29,21; 30,00; 33,08; 31,25 e 31,33 cm, para as doses de 0, 5, 10, 15 e 20 Mg ha-1, respectivamente, estabilizando em seguida.

Um dos critérios da colheita poderia ser a maximização do comprimento dos cladódios até sua estabilidade, que neste caso o platô foi atingido mais rapidamente aos 218 DAP com 31,25 cm no nível de 15 Mg/ha de esterco, demonstrando que esta variável responde a doses intermediárias de adubação orgânica. NASCIMENTO et al. (2011) afirmam que o comprimento de cladódio é influenciado pelos níveis de adubação orgânica, conforme observado no presente estudo.

Estes valores foram superiores aos encontrados por SILVA et al. (2010b), que relacionando as características morfológicas e produtivas de 50 clones de palma forrageira estabelecidos no palmal há cinco anos e submetidos ao primeiro corte dois anos antes da avaliação, observaram que os clones avaliados apresentaram médias de 21,97 cm para o comprimento do artículo, possivelmente devido ser dados provenientes de rebrota do palmal.

Ressalta-se que a dimensão do cladódio tem importância na captação de luminosidade, órgão de reserva de água e responsável pela produção da maior parte dos carboidratos essenciais ao crescimento e desenvolvimento das cactáceas favorecendo assim o processo fotossintético e aumentando a produção por área, e que, órgãos com maiores reservas apresentam maior potencial de adaptação ao estresse. O cladódio é a estrutura de interceptação luminosa, portanto uma maior área total de exposição à luz indica um maior potencial produtivo desta planta. Como a maximização do comprimento e largura médios do cladódio ocorre próximo aos 300 dias, parece possível antecipar a colheita do palmal no ano seguinte após o plantio ou corte, em vez de colher a cada dois anos, como se preconiza atualmente.

A diminuição do intervalo de colheita pode otimizar o manejo do palmal, facilitando os tratos culturais e o manejo alimentar dos rebanhos.

O crescimento vegetativo da palma forrageira expresso em número de cladódios por planta, altura de planta, comprimento e largura de cladódios é incrementada com adubação orgânica. A utilização da maximização do

(10)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

10 comprimento e largura de cladódios como manejo de colheita do palmal, evidencia a possibilidade de colheita do palmal após um ano de implantação.

REFERÊNCIAS

 ALMEIDA, M.L.; SANGOI, L.; NAVA, I.C.; GALIO, J.; TRENTIN, P.S.;

RAMPAZZO, C. Crescimento inicial de milho e sua relação com o rendimento de grãos. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.2,

p.189-194, mar-abr, 2003. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/cr/v33n2/15204.pdf. Acesso em: 2 julho. 2015.

ALVAREZ V.V.H. Avaliação da fertilidade do solo: superfícies de resposta - modelos aproximativos para expressar a relação fator- resposta. Lavras: UFLA, 1985. n. 228, p.75.

 BRAGA, J. M. Avaliação da fertilidade do solo: ensaios de campo. Viçosa:

UFV, 1983. p.101.

 CUNHA, D.N.F.V.; GOMES, E.S.; MARTUSCELLO, J.A.; AMORIM, P.L.;

SILVA,

 R.C.; FERREIRA, P.S. Morfometria e acúmulo de biomassa em palma forrageira sob doses de nitrogênio. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v.13, n.4, p.1156-1165 out./dez., 2012.

 DUBEUX JÚNIOR., J.C.B. et al. Adubação mineral no crescimento e composição mineral da palma forrageira – Clone IPA-201. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Vol. 5, Núm. 1, enero-manzo, pp 129 – 135, 2010.

DUBEUX JÚNIOR., J.C.B. et al. A palma no Nordeste do Brasil:

conhecimento atual e novas perspectivas de uso. Recife: Ed.

Universitária da UFPE, 2005. 258 p.

DUBEUX JÚNIOR, J.C.B. et al. Productivity of Opuntia ficus-indica (L.) Miller under different N and P fertilization and plant population in north- east Brazil. Journal of Arid Environments, v. 67, p. 357-372, 2006.

Disponível em:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140196306000784.

Acesso em: 27 mar. 2011.

NASCIMENTO, J.P. et al. Caracterização morfométrica de Opuntia ficus- indica sob diferentes arranjos populacionais e fertilização fosfatada.

Tecnologia & Ciência Agropecuária. João Pessoa, 2011. v.5, n.3,

p.21-26. Disponível em:

http://www.emepa.org.br/revista/volumes/tca_v5_n3_set/tca5304.pdf.

Acesso em: 09 out. 2011

 NOBEL, P.S. Biologia ambiental. In: BARBERA, G; INGLESE, P.;

PIMIENTA BARROS, E. Agroecologia, cultivo e usos da palma forrageira. João Pessoa: FAO, SEBRAE/PB, 2001. p.36-48.

SAS INSTITUTE. SAS System for windows. Version 9.1.3 cary: SAS Institute Inc. 2002. 2CD-ROMs.

(11)

Crescimento da palma forrageira em função da adubação orgânica http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf

11

 SAMPAIO, E.V.S.B. Fisiologia da palma. In: MENEZES, R.S.C.; SIMÕES, D.A.; SAMPAIO, E.V.S.B. (Eds). A palma no Nordeste do Brasil conhecimento atual e novas perspectivas de uso. 2. ed. Recife:

Editora universitária da UFPE, 2005. p.43-63.

 SILVA, C.P.M. et al. Esterco de gado leiteiro associado à adubação mineral e sua influência na fertilidade de um latossolo sob plantio direto.

Revista Brasileira de Ciência do Solo. v. 34, n.2, p.453-463, 2010a.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v34n2/v34n2a19.pdf.

Acesso em: 27 out. 2011.

 SILVA, N.G.M. et al. Relação entre características morfológicas e produtivas de clones de palma-forrageira. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 39, n.11, p.2389-2397, 2010b. Disponível em:

http://www.revista.sbz.org.br/artigo/index.php?artigo=9060. Acesso em: 06 out. 2011.

REDVET: 2014, Vol. 16 Nº 12

Este artículo Ref. 121501_REDVET (OCT1506_REDVET) está disponible en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215.html

concretamente en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n121215/121501.pdf REDVET® Revista Electrónica de Veterinaria está editada por Veterinaria Organización®.

Se autoriza la difusión y reenvío siempre que enlace con Veterinaria.org® http://www.veterinaria.org y con REDVET®- http://www.veterinaria.org/revistas/redvet

Referências

Documentos relacionados

A máxima absorbância do complexo está localizada en tre 410-420 nm, sendo 420 nm o comprimento de onda utilizado* para á análise. A concentração finai de ácido salicllico ê

A delagao premiada e utilizada pelo Estado brasileiro como politica de combate a criminalidade, em especial aos grupos organizados. No Brasil, a origem da delacao premiada no

2ª CATEGORIA - MACHOS DE MAIS DE 30 ATÉ 33 MESES.. LTDA

Cabe salientar que através das entrevistas foi constatado que os grupos de atenção primária à saúde no município de Selbach são organizados pela Secretaria de Saúde desde 2012

Faria e Carvalho (2006), destacam que o processo de aceitação dos princípios da AC e, por conseguinte, a legitimação das grandes empresas administradas com base nesses

Em outro estudo realizado por Franchini et al (2004b)17 atletas de judô do sexo masculino, voluntários que participavam de competições oficiais, com mais que 17 anos de

VIII Bienal da Sociedade Brasileira de Mateamática - Rio de Janeiro - RJ - IMP A/UFRJ - VIII Bienal da Sociedade Brasil eira de Mateamática - Rio de Janeiro - RJ - IMP A/UFRJ -

1- São sujeitos passivos do imposto os proprietários dos veículos, considerando-se como tais as pessoas singulares ou colectivas, de direito público ou privado, em nome das quais os