Painel 1: Acordo
Nacional do Benzeno
Impactos LINACH e Legislação Previdenciária no Acordo
Ana Claudia L de Moraes FIRJAN
anacmoraes@petrobras.com.br
CREA/MG
Legislação Previdenciária
Decreto 3048 –Regulamento da Previdência Social
Subseção IV - Da Aposentadoria Especial
Art. 64.
§ 2
oConsideram-se condições especiais que prejudiquem a
saúde e a integridade física aquelas nas quais a exposição ao
agente nocivo ou associação de agentes presentes no
ambiente de trabalho esteja acima dos limites de tolerância
estabelecidos segundo critérios quantitativos ou esteja
caracterizada segundo os critérios da avaliação qualitativa
dispostos no § 2º do art. 68.
Legislação Previdenciária
Decreto 3048 –Regulamento da Previdência Social
Subseção IV - Da Aposentadoria Especial
Art. 68. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, considerados para fins de concessão de aposentadoria
Legislação Previdenciária
Decreto 3048 –Regulamento da Previdência Social
Art. 68. § 2o A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será
comprovada mediante descrição:
I - das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou
associação de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho durante toda
a jornada;
II - de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados
no inciso I; e
III - dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção,
a intensidade da exposição, a frequência e a duração do contato.
Legislação Previdenciária
Decreto 3048 –Regulamento da Previdência Social
§ 3o A comprovação da efetiva exposição do segurado aos
agentes nocivos será feita mediante formulário emitido pela
empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de
condições ambientais do trabalho expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
§ 4o A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de
exposição a ser apurada na forma dos §§ 2o e 3o, de agentes
nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a
comprovação de efetiva exposição do trabalhador.
Legislação Previdenciária
Decreto 3048 –Regulamento da Previdência Social
§ 5o No laudo técnico referido no § 3o, deverão constar
informações sobre a existência de tecnologia de proteção
coletiva ou individual, e de sua eficácia, e deverá ser elaborado
com observância das normas editadas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego e dos procedimentos estabelecidos pelo INSS.
Legislação Previdenciária
Decreto 3048 – Regulamento da Previdência Social
ANEXO IV
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS
AGENTES QUÍMICOS
O que determina o direito ao benefício é a exposição do
trabalhador ao agente nocivo presente no ambiente de trabalho e
no processo produtivo, em nível de concentração superior aos
limites de tolerância estabelecidos.
Legislação Previdenciária
IN-77 DE 2015, Seção V - Da aposentadoria especial
Art. 277. São consideradas condições especiais que prejudicam a saúde ou a integridade física, conforme definido no Anexo IV do RPS, a exposição a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou à associação de agentes, em concentração ou intensidade e tempo de exposição que ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos segundo critérios quantitativos, ou que, dependendo do agente, torne a simples exposição em condição especial prejudicial à saúde, segundo critérios de avaliação qualitativa.
§ 1º Os agentes nocivos não arrolados no Anexo IV do RPS não serão considerados para fins de caracterização de período exercido em condições especiais.
§ 2º Para requerimentos a partir de 17 de outubro de 2013, data da publicação do Decreto n° 8.123, de 16 de outubro de 2013, poderão ser considerados os agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Legislação Previdenciária
IN-77 DE 2015, Seção V - Da aposentadoria especial
Art. 278. I - apenas qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho, conforme constante nos Anexos 6, 13 e 14 da Norma Regulamentadora nº 15 – NR-15 do MTE, e no Anexo IV do RPS, para os agentes iodo e níquel, a qual será comprovada mediante descrição:
a) das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada;
b) de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados na alínea “a”; e
c) dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a
intensidade da exposição, a frequência e a duração do contato;
II - quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR-15 do MTE, por
meio da mensuração da intensidade ou da concentração consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente de trabalho.
Legislação Previdenciária
IN-77 DE 2015, Seção V - Da aposentadoria especial
Art 279:
§ 1º Para o agente químico benzeno, também deverão ser observados a
metodologia e os procedimentos de avaliação, dispostos nas Instruções
Normativas MTE/SSST nº 1 e 2, de 20 de dezembro de 1995.
Conclusão:
Legislação não é simples, inúmeras vezes contraditória, gerando
divergências de interpretação.
Remete à legislação trabalhista – PPEOB – qualitativo e quantitativo –
VRT, baseado na legislação alemã da época
Limites de Exposição
Ocupacional
Sistema anterior (abandonado em 2005)
OELs baseados na saúde (valores MAK)
para não carcinogênicos (e para os agentes carcinogênicos com limite)
OELs de base técnica (valores TRC – Concentração Técnica de
Referência) para os agentes cancerígenos
Sistema atual (incorporado na regulamentação nacional - Hazardous Substance
Ordinance em 2005) – pelo Comitê de Substâncias Perigosas (AGS)
OELs baseados na saúde mantidos;
OELs de base técnica/tecnológica foram substituídos pela abordagem
baseada no conceito de risco para carcinogênicos
Fraquezas das Regulamentação até 2005 - TRC
Alemanha
Na prática, os OELs e TRC eram “percebidos” como igualmente seguros. O foco era no
atendimento aos valores.
Quando as concentrações estavam abaixo do TRC, havia pouco incentivo e lentidão para a
redução da exposição
Os TRC não eram baseados em saúde, mas orientados pela tecnologia disponível. Portanto,
não forneciam informações sobre danos à saúde
Falta de transparência, porque existia risco residual que não era identificado;
O nível de risco residual e a probabilidade de doença variam enormemente de substância para
substância, o que não se reflete nos valores do TRC.
Assim, o TRC limitava, mas não excluía os riscos residuais
Consequentemente, havia falta de comparabilidade e priorização das ações de monitoramento e
Novo sistema para os agentes cancerígenos:
quatro elementos básicos
Introduzido em fase de teste, em 2005
com base nos riscos quantificados
introdução de três faixas de risco
derivação de dois limites de risco para cada substância
"risco aceitável“ e
Três faixas de risco, dois valores limite e medidas de controle
risco tolerável
risco aceitável
risco
Alto risco:
medidas mais rigorosas
Risco médio:
medidas menos severas
Baixo risco:
Sem necessidade de medidas de controle
adicionais
Novo sistema para os agentes cancerígenos:
quatro elementos básicos
Três áreas de risco e medidas de segurança
Risco elevado
acima do limite tolerado
Risco médio
entre o limite aceitável e
tolerável
Risco baixo
abaixo de limite aceitável
4: 1.000
4: 10.000 (até 2018) 4: 100.000 (após 2019)
Conceito baseado no risco
Corresponde ao risco de um agricultor morrer
em acidente
ou
de um não fumante, não ocupac. exposto ter
câncer de pulmão
Corresponde ao risco de câncer fora do
local de trabalho – risco ambiental geral
Ou risco populacional.
4: 1.000
4: 10.000 (até 2018) 4: 100.000 (após 2019)
Algumas outras iniciativas
Avaliação de Risco Carcinogênico da EPA
Desenvolvimento de diversas iniciativas por instituições e
envolvendo um grande número de cientistas:
ILSI RSI (International Life Sciences Institute/Risk Science
Institute
IPCS (International Programme on Chemical Safety)