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Avaliação da fidelidade dimensional na utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura gengival

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO DA FIDELIDADE DIMENSIONAL NA UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NA MENSURAÇÃO DA ESPESSURA

GENGIVAL. Niterói 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO DA FIDELIDADE DIMENSIONAL NA UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NA MENSURAÇÃO DA ESPESSURA

GENGIVAL.

ANNA CAROLINA VENÂNCIO BRITTO DE MACEDO

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em

Odontologia.

Área de Concentração: CLÍNICA ODONTOLÓGICA

Orientador: Prof. Prof. Dr. Gustavo Oliveira dos Santos.

Niterói 2015

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BANCA EXAMINADORA

Professor Doutor Gustavo Oliveira dos Santos

Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense

Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

Professor Doutor Rafael Ferrone Andreiuolo

Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

Professor Doutor Marco Antônio Gallito

Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense

Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

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Dedicatória

Dedico este estudo ao meu grande amigo e parceiro Vitinho, que visualizou todo o trabalho, me apoiando, incentivando e acreditando em mim e na pesquisa.

(5)

Agradecimentos

Agradeço a Deus por todas as conquistas da minha vida, por me dar força e coragem de sempre seguir em frente, pensamento positivo e acreditando no melhor, principalmente nas dificuldades da vida. E por ter guiado o meu caminho em direção a profissão que, hoje, amo e me dedico muito. Ele rege a minha vida, e sempre o fará.

Agradeço aos meus pais Luiz Augusto e Terezinha de Jesus pela educação que me deram, pelo sacrifício ao prover a mim e aos meus irmãos uma qualidade de vida e ensino escolar e familiar e por todo apoio e carinho.

Agradeço aos meus irmãos Luiz Augusto Filho e Eduardo Augusto que compartilham diariamente todos os momentos da minha vida, seguindo sempre ao meu lado.

Agradeço ao meu namorado e companheiro Carlos Henrique que esteve do meu lado nos momentos necessários, me dando muito amor, conforto, palavras de carinho e acreditando na minha prosperidade.

Agradeço aos meus chefes Tenente Coronel Pontes e Capitão Odimar, por toda compreensão e concessão durante o período do meu projeto que necessitei me ausentar das minhas funções profissionais.

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Agradeço ao meu Professor, orientador, Gustavo de Oliveira dos Santos, que acreditou em mim e na pesquisa, tornando possível a conquista de me tornar Mestre em Odontologia.

Agradeço a Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, que por muitos anos, durante a minha graduação foi a minha casa, onde adquiri todos os meus conhecimentos com muito profissionalismo e ética e que por mais uma vez me cedeu a oportunidade de me aprimorar na minha carreira.

Agradeço a todos os professores que contribuíram, durante todo esse período.

Agradeço à tantos outros que não citei mas que sabem que tiveram profunda participação no meu processo de aprendizagem.

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RESUMO

Macedo ACVB. Avaliação da fidelidade dimensional na utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura gengival. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2014.

Este estudo tem como objetivo avaliar a capacidade da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura do tecido gengival para auxiliar o planejamento de cirurgias periodontais e periimplantares. A espessura real obtida por meio de perfuração e aferição com paquímetro digital foi comparada com as medidas obtidas pelos exames tomográficos, utilizando duas metodologias distintas (a primeira fazendo uso de moldeira individual e marcações com guta-percha e medições diretas no exame tomográfico, sem auxílio de quaisquer aparatos como referência). Os indivíduos envolvidos foram incluídos de acordo com padrões préestabelecidos. As análises tomográficas foram realizadas por outro examinador. Os resultados mostraram que clinicamente os caninos apresentam a menor aferição em ambas as arcadas e os incisivos centrais a maior aferição. Diferentemente dos resultados tomográficos, em que os incisivos laterais, em ambas as arcadas, apresentam a menor aferição. Conclui-se necessária uma metodologia mais apurada capaz de avaliar a ocorrência de isomeria de resultados na reprodução destas avaliações em um mesmo individuo.

Palavras-chave: Espessura gengival, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, biótipo periodontal.

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ABSTRACT

Macedo, ACVB. Dimensional fidelity assessment in the use of computed tomography cone beam to measure the gingival thickness. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2014.

This study aims to evaluate the ability of CT cone beam to measure the thickness of the gum tissue to assist the planning of periodontal and peri-implant surgery. The real thickness obtained through drilling and measurement with digital caliper was

compared to the measurements obtained by CT scans using two different

methodologies (the first making use of custom tray and markings with gutta-percha and direct measurements in CT examination without aid apparatus of any reference). The individuals involved were included in accordance with established standards. The tomographic analyzes were performed by another examiner. The results showed that clinically canines have the lowest measurement in both arches and central

incisors most measurement. Unlike the tomographic results in that the lateral incisors in both jaws, have the lowest measurement. The conclusion is necessary a more accurate methodology to evaluate the occurrence of isomerism results in the reproduction of these assessments in the same individual.

Keywords: gingival thickness, Cone-Beam CT, periodontal biotype.

(9)

INTRODUÇÃO

A perfeita constituição dos tecidos moles periodontais é fundamental na conformação de um sorriso harmônico, seja com dentes naturais, ou com peças protéticas, implanto suportadas ou não (Takei, 1985). Os biótipos periodontais são amplamente aceitos como fator primordial para realização de prognóstico de diversas cirurgias periodontais, uma vez que periodontos mais finos, em geral, estão mais sujeitos a problemas periodontais no que se refere à retração gengival, perda de gengiva inserida, e diversos outros fatores que podem incorrer num insucesso de cirurgias periodontais, principalmente em áreas estéticas (Januário et al. 2008).

Diversas classificações do biótipo periodontal têm sido adotadas, dentre as quais a classificação proposta por Maynard e Wilson em 1979, onde tanto os tecidos moles quanto tecidos duros foram levados em conta na obtenção do biótipo periodontal. O aspecto observacional e puramente clínico faz com que apesar de extremamente prática esse método de análise do biótipo periodontal seja impreciso. Outras classificações surgiram no intuito de se obter maior precisão com relação à obtenção do biótipo periodontal. Müller e Eger, em 1997, descreveram a técnica de obtenção da espessura gengival utilizando um dispositivo ultrassônico extremamente preciso. Todavia, o aparelho se torna ineficiente na observação de tecidos duros sendo necessária a obtenção da espessura da tábua óssea a ser examinada por outros métodos, tais como a tomografia, Januário et al. (2008).

Em 1972, Hounsfield e Cormack desenvolveram a técnica de Tomografia Computadorizada (TC), com objetivo de obter imagens e visualizá-las em um sistema volumétrico tridimensional, apresentando representações precisas de órgãos internos. Sua utilização na odontologia, no entanto, se mostrava pouco oportuna devido a diversos fatores como: aumento da radiação a qual o paciente é exposto, presença de artefatos gerados por objetos metálicos, baixa resolução espacial, e custos elevados ao paciente. Bernardes (2007).

Em 1998, foi apresentado um novo sistema de aquisição de imagens diferente do sistema helicoidal utilizada em TC convencionais, denominado cone beam (TCCB). Mozzo et al. (1998).

(10)

Quando comparado com TC convencional, TCCB é mais preciso, expõe o paciente a uma menor dose de radiação, captura imagens na maxila e na mandíbula em uma única tomada e é mais barata. Winter et al. (2005).

Em um estudo que visava avaliar a exatidão da TCCB para planejamento de implantes dentários. Murmulla et al. (2003) confirmaram a precisão destes exames demonstrando que as divergências geométricas entre as medidas reais de um objeto de geometria conhecida e sua imagem obtida pelo tomógrafo eram inferiores a 0.3 mm.

A tomografia computadorizada de feixe cônico tornou-se, devido a sua precisão e praticidade, uma importante ferramenta para os cirurgiões dentistas na avaliação de diversas estruturas duras do complexo estomatognático. Contudo, sua utilização para avaliação de tecidos moles tem sido considerada ineficiente.

Januário et al., em 2008, demonstrou um novo método baseado na tecnologia de TCCB para obtenção de imagens nítidas das estruturas moles do tecido periodontal. As imagens obtidas neste trabalho permitiam inclusive mensuração dessas estruturas gengivais. O objetivo do presente estudo é avaliar a precisão da técnica descrita por Januário et al. comparando-a com outras duas técnicas de obtenção da espessura gengival: a primeira, considerada padrão ouro de mensuração, consiste na perfuração do tecido gengival avaliado e mensuração da espessura do mesmo com auxílio de um paquímetro digital, será utilizado uma moldeira individual de acrílico para que o local de obtenção da medida seja padronizado. Por fim, será comparado um método de avaliação utilizando também tecnologia de tomografia computadorizada do tipo cone beam, tendo, no entanto, auxilio das mesmas moldeiras individuais de acrílico, que terá dupla função, permitir comparação de forma padronizada com a avaliação clínica previamente realizada e afastar os tecidos moles como jugais dos tecidos periodontais.

Estas técnicas serão comparadas com objetivo de se permitir uma avaliação mais precisa e menos invasiva das estruturas periodontais.

(11)

MATERIAL E MÉTODOS

Participaram deste estudo quatro voluntários que realizarão tratamento ortodôntico e necessitarão, por indicação do especialista, de tomografia sendo esta otimizada para o trabalho. Um voluntário foi desconsidero por desistência do estudo. Para todos os participantes foi realizado um esclarecimento verbal da natureza do estudo e escrito através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1), que foi assinado consentindo a participação no estudo, assim como o Termo De Autorização de Uso de Imagem (ANEXO 2). O trabalho foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), de acordo com o Parecer no. 692.083, relatoria de data de 06 de junho de 2014 (ANEXO 3). Os critérios de inclusão e exclusão foram observados através da realização de exame clínico prévio. As três formas de medição foram: clinicamente com o uso da moldeira com o cursor; através da tomografia tomada com a moldeira individual; e através da tomografia sem o uso da moldeira.

Como critérios de inclusão foram utilizados pacientes com idade superior a 18 anos; paciente com indicação para Tratamento Ortodôntico; pacientes que apresentem controle de placa satisfatório; pacientes com Periodonto sadio ou com doença periodontal controlada; pacientes que tenha por quaisquer motivos a necessidade de realizar tomografia computadorizada do tipo cone-beam; preenchimento e assinatura pelo responsável do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1); preenchimento e assinatura pelo responsável do Termo de autorização de uso de imagem (ANEXO 2).

Como critérios de exclusão foram desconsiderados pacientes menores de 18 anos; com grande acúmulo de placa; com presença de elementos protéticos mal adaptados, fixos ou removíveis; pacientes que apresentem gengivite ou qualquer fator gerador de hiperplasia gengival; indivíduos em tratamento com medicamentos que possam alterar a conformidade gengival; falta da assinatura do paciente do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1); falta da assinatura do paciente Termo de Autorização de Uso de Imagem (ANEXO 2); indivíduos que utilizem, ou que utilizaram num prazo de dois anos aparelhos ortodônticos; presença de sítio com coroas totais com substruturas metálicas, pilares protéticos, ou qualquer tipo de componente protético metálico fixo; sítio adjacente a uma prótese implanto

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suportada; quando o próprio sítio ou o dente adjacente tenha sido submetido a qualquer tipo de cirurgia periodontal num prazo de dois anos.

Os pacientes que se apresentaram de acordo com os critérios do

trabalho aos serem clinicamente avaliados, foram encaminhados à clínica de Imaginologia e Radiologia da OCEX.

Em seguida, moldeiras de acrílico foram confeccionadas individualmente a partir do modelo de gesso do paciente. A mesma, recebeu perfurações com localizados a 3 mm da margem gengival. Uma guta-percha foi aplicada no interior dessas perfurações (Figura 1 e 2).

Figura 1. Desenho esquemático da aplicação da moldeira individual na mensuração pelo exame tomográfico.

(13)

Figura 2. Moldeira de acetato com perfurações a 3 mm da margem gengival, preenchidos com guta-percha.

Os pacientes foram examinados clinicamente e tiveram as medidas reais de espessura gengival obtidas com auxílio de um cursor endodôntico posicionado no orifício da moldeira (Figura 3). A medida entre a borda incisal e o orifício da moldeira foi tomada com o uso de um paquímetro digital (Figura 4) para comparação das tomadas tomográficas sem auxílio de moldeiras individuais.

Posteriormente, cada paciente foi submetido a dois exames tomográficos.

Figura 3. Imagem demonstrando a utilização do porta-agulha e do espaçador endodôntico.

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Figura 4. Paquímetro digital utilizado na mensuração das distâncias obtidas. Para aferição da espessura gengival, ao valor total obtido foi desconsiderado 1,33mm referente a espessura do cursor

Seguindo as etapas clínicas, primeiramente, os pacientes foram submetidos a Tomografia Computadorizada do tipo Cone-Beam utilizando uma placa de acetato, confeccionada a partir do modelo de gesso do paciente, e com o sitio em análise marcado com guta percha (Figura 1, Figura 2 e Figura 5) a fim de evitar divergências entre a região vista clinicamente e no exame tomográfico.

Figura 5. Uso do Espandex para tomada Tomográfica.

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Um novo exame tomográfico foi realizado utilizando apenas um afastador de tecido mole do tipo Espandex.

As imagens obtidas serão manipuladas através do software ICat Vision®.

As aferições clinicas foram tomadas apenas uma vez (para menor desconforto do paciente), no entanto foi realizado por três avaliadores ao mesmo tempo e as

medidas tomadas foram registradas pelos três avaliadores em consenso.

Os exames tomográficos foram analisados por um avaliador diferente e este não teve acesso aos dados clínicos obtidos, caracterizando o estudo como duplo cego.

Por fim, os dados coletados durante a pesquisa foram comparados entre si, a fim de validar análise tomográfica como método confiável na obtenção da espessura gengival.

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ARTIGO PRODUZIDO

RESUMO

Macedo ACVB. Avaliação da fidelidade dimensional na utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura gengival. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2014.

Este estudo tem como objetivo avaliar a capacidade da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura do tecido gengival para auxiliar o planejamento de cirurgias periodontais e periimplantares. A espessura real obtida por meio de perfuração e aferição com paquímetro digital foi comparada com as medidas obtidas pelos exames tomográficos, utilizando duas metodologias distintas (a primeira fazendo uso de moldeira individual e marcações com guta-percha e medições diretas no exame tomográfico, sem auxílio de quaisquer aparatos como referência). Os indivíduos envolvidos foram incluídos de acordo com padrões préestabelecidos. As análises tomográficas foram realizadas por outro examinador. Os resultados mostraram que clinicamente os caninos apresentam a menor aferição em ambas as arcadas e os incisivos centrais a maior aferição. Diferentemente dos resultados tomográficos, em que os incisivos laterais, em ambas as arcadas, apresentam a menor aferição. Conclui-se necessária uma metodologia mais apurada capaz de avaliar a ocorrência de isomeria de resultados na reprodução destas avaliações em um mesmo individuo.

Palavras-chave: Espessura gengival, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, biótipo periodontal.

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ABSTRACT

Macedo, ACVB. Dimensional fidelity assessment in the use of computed tomography cone beam to measure the gingival thickness. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2014.

This study aims to evaluate the ability of CT cone beam to measure the thickness of the gum tissue to assist the planning of periodontal and peri-implant surgery. The real thickness obtained through drilling and measurement with digital caliper was

compared to the measurements obtained by CT scans using two different

methodologies (the first making use of custom tray and markings with gutta-percha and direct measurements in CT examination without aid apparatus of any reference). The individuals involved were included in accordance with established standards. The tomographic analyzes were performed by another examiner. The results showed that clinically canines have the lowest measurement in both arches and central

incisors most measurement. Unlike the tomographic results in that the lateral incisors in both jaws, have the lowest measurement. The conclusion is necessary a more accurate methodology to evaluate the occurrence of isomerism results in the reproduction of these assessments in the same individual.

Keywords: gingival thickness, Cone-Beam CT, periodontal biotype.

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INTRODUÇÃO

A perfeita constituição dos tecidos moles periodontais é fundamental na conformação de um sorriso harmônico, seja com dentes naturais, ou com peças protéticas, implanto suportadas ou não (Takei, 1985). Os biótipos periodontais são amplamente aceitos como fator primordial para realização de prognóstico de diversas cirurgias periodontais, uma vez que periodontos mais finos, em geral, estão mais sujeitos a problemas periodontais no que se refere à retração gengival, perda de gengiva inserida, e diversos outros fatores que podem incorrer num insucesso de cirurgias periodontais, principalmente em áreas estéticas (Januário et al. 2008).

Diversas classificações do biótipo periodontal têm sido adotadas, dentre as quais a classificação proposta por Maynard e Wilson em 1979, onde tanto os tecidos moles quanto tecidos duros foram levados em conta na obtenção do biótipo periodontal. O aspecto observacional e puramente clínico faz com que apesar de extremamente prática esse método de análise do biótipo periodontal seja impreciso. Outras classificações surgiram no intuito de se obter maior precisão com relação à obtenção do biótipo periodontal. Müller e Eger, em 1997, descreveram a técnica de obtenção da espessura gengival utilizando um dispositivo ultrassônico extremamente preciso. Todavia, o aparelho se torna ineficiente na observação de tecidos duros sendo necessária a obtenção da espessura da tábua óssea a ser examinada por outros métodos, tais como a tomografia, Januário et al. (2008).

Em 1972, Hounsfield e Cormack desenvolveram a técnica de Tomografia Computadorizada (TC), com objetivo de obter imagens e visualizá-las em um sistema volumétrico tridimensional, apresentando representações precisas de órgãos internos. Sua utilização na odontologia, no entanto, se mostrava pouco oportuna devido a diversos fatores como: aumento da radiação a qual o paciente é exposto, presença de artefatos gerados por objetos metálicos, baixa resolução espacial, e custos elevados ao paciente. Bernardes (2007).

Em 1998, foi apresentado um novo sistema de aquisição de imagens diferente do sistema helicoidal utilizada em TC convencionais, denominado cone beam (TCCB). Mozzo et al. (1998).

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10

Quando comparado com TC convencional, TCCB é mais preciso, expõe o paciente a uma menor dose de radiação, captura imagens na maxila e na mandíbula em uma única tomada e é mais barata. Winter et al. (2005).

Em um estudo que visava avaliar a exatidão da TCCB para planejamento de implantes dentários. Murmulla et al. (2003) confirmaram a precisão destes exames demonstrando que as divergências geométricas entre as medidas reais de um objeto de geometria conhecida e sua imagem obtida pelo tomógrafo eram inferiores a 0.3 mm.

A tomografia computadorizada de feixe cônico tornou-se, devido a sua precisão e praticidade, uma importante ferramenta para os cirurgiões dentistas na avaliação de diversas estruturas duras do complexo estomatognático. Contudo, sua utilização para avaliação de tecidos moles tem sido considerada ineficiente.

Januário et al., em 2008, demonstrou um novo método baseado na tecnologia de TCCB para obtenção de imagens nítidas das estruturas moles do tecido periodontal. As imagens obtidas neste trabalho permitiam inclusive mensuração dessas estruturas gengivais. O objetivo do presente estudo é avaliar a precisão da técnica descrita por Januário et al. comparando-a com outras duas técnicas de obtenção da espessura gengival: a primeira, considerada padrão ouro de mensuração, consiste na perfuração do tecido gengival avaliado e mensuração da espessura do mesmo com auxílio de um paquímetro digital, será utilizado uma moldeira individual de acrílico para que o local de obtenção da medida seja padronizado. Por fim, será comparado um método de avaliação utilizando também tecnologia de tomografia computadorizada do tipo cone beam, tendo, no entanto, auxilio das mesmas moldeiras individuais de acrílico, que terá dupla função, permitir comparação de forma padronizada com a avaliação clínica previamente realizada e afastar os tecidos moles como jugais dos tecidos periodontais.

Estas técnicas serão comparadas com objetivo de se permitir uma avaliação mais precisa e menos invasiva das estruturas periodontais.

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MATERIAL E MÉTODOS

Participaram deste estudo quatro voluntários que realizarão tratamento ortodôntico e necessitarão, por indicação do especialista, de tomografia sendo esta otimizada para o trabalho. Um voluntário foi desconsidero por desistência do estudo. Para todos os participantes foi realizado um esclarecimento verbal da natureza do estudo e escrito através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1), que foi assinado consentindo a participação no estudo, assim como o Termo De Autorização de Uso de Imagem (ANEXO 2). O trabalho foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), de acordo com o Parecer no. 692.083, relatoria de data de 06 de junho de 2014 (ANEXO 3). Os critérios de inclusão e exclusão foram observados através da realização de exame clínico prévio. As três formas de medição foram: clinicamente com o uso da moldeira com o cursor; através da tomografia tomada com a moldeira individual; e através da tomografia sem o uso da moldeira.

Como critérios de inclusão foram utilizados pacientes com idade superior a 18 anos; paciente com indicação para Tratamento Ortodôntico; pacientes que apresentem controle de placa satisfatório; pacientes com Periodonto sadio ou com doença periodontal controlada; pacientes que tenha por quaisquer motivos a necessidade de realizar tomografia computadorizada do tipo cone-beam; preenchimento e assinatura pelo responsável do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1); preenchimento e assinatura pelo responsável do Termo de autorização de uso de imagem (ANEXO 2).

Como critérios de exclusão foram desconsiderados pacientes menores de 18 anos; com grande acúmulo de placa; com presença de elementos protéticos mal adaptados, fixos ou removíveis; pacientes que apresentem gengivite ou qualquer fator gerador de hiperplasia gengival; indivíduos em tratamento com medicamentos que possam alterar a conformidade gengival; falta da assinatura do paciente do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1); falta da assinatura do paciente Termo de Autorização de Uso de Imagem (ANEXO 2); indivíduos que utilizem, ou que utilizaram num prazo de dois anos aparelhos ortodônticos; presença de sítio com coroas totais com substruturas metálicas, pilares protéticos, ou qualquer tipo de

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componente protético metálico fixo; sítio adjacente a uma prótese implanto suportada; quando o próprio sítio ou o dente adjacente tenha sido submetido a qualquer tipo de cirurgia periodontal num prazo de dois anos.

Os pacientes que se apresentaram de acordo com os critérios do

trabalho aos serem clinicamente avaliados, foram encaminhados à clínica de Imaginologia e Radiologia da OCEX.

Em seguida, moldeiras de acrílico foram confeccionadas individualmente a partir do modelo de gesso do paciente. A mesma, recebeu perfurações com localizados a 3 mm da margem gengival. Uma guta-percha foi aplicada no interior dessas perfurações (Figura 1 e 2).

Figura 1. Desenho esquemático da aplicação da moldeira individual na mensuração pelo exame tomográfico.

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Figura 2. Moldeira de acetato com perfurações a 3 mm da margem gengival, preenchidos com guta-percha.

Os pacientes foram examinados clinicamente e tiveram as medidas reais de espessura gengival obtidas com auxílio de um cursor endodôntico posicionado no orifício da moldeira (Figura 3). A medida entre a borda incisal e o orifício da moldeira foi tomada com o uso de um paquímetro digital (Figura 4) para comparação das tomadas tomográficas sem auxílio de moldeiras individuais.

Posteriormente, cada paciente foi submetido a dois exames tomográficos.

Figura 3. Imagem demonstrando a utilização do porta-agulha e do espaçador endodôntico.

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Figura 4. Paquímetro digital utilizado na mensuração das distâncias obtidas. Para aferição da espessura gengival, ao valor total obtido foi desconsiderado 1,33mm referente a espessura do cursor

Seguindo as etapas clínicas, primeiramente, os pacientes foram submetidos a Tomografia Computadorizada do tipo Cone-Beam utilizando uma placa de acetato, confeccionada a partir do modelo de gesso do paciente, e com o sitio em análise marcado com guta percha (Figura 1, Figura 2 e Figura 5) a fim de evitar divergências entre a região vista clinicamente e no exame tomográfico.

Figura 5. Uso do Espandex para tomada Tomográfica.

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Um novo exame tomográfico foi realizado utilizando apenas um afastador de tecido mole do tipo Espandex.

As imagens obtidas serão manipuladas através do software ICat Vision®.

As aferições clinicas foram tomadas apenas uma vez (para menor desconforto do paciente), no entanto foi realizado por três avaliadores ao mesmo tempo e as medidas tomadas foram registradas pelos três avaliadores em consenso.

Os exames tomográficos foram analisados por um avaliador diferente e este não teve acesso aos dados clínicos obtidos, caracterizando o estudo como duplo cego.

Por fim, os dados coletados durante a pesquisa foram comparados entre si, a fim de validar análise tomográfica como método confiável na obtenção da espessura gengival.

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RESULTADOS

Os pacientes examinados clinicamente tiveram as medidas reais de espessura gengival obtidas com auxílio de um cursor endodôntico posicionado no orifício da moldeira, medindo entre a borda incisal e o orifício da moldeira através do uso de um paquímetro digital para comparação das tomadas tomográficas sem auxílio de moldeiras individuais.

A média clínica encontrada para caninos superiores foi de 1,88mm, incisivos laterais superiores 2,05mm, incisivos centrais superiores 2,45mm, caninos inferiores 1,37mm, incisivos laterais inferiores 1,78mm e incisivos centrais superiores 1,91mm.

A mesma média foi realizada com os valores encontrados nas tomografias com moldeira.

Tabela 1. Médias dos resultados encontrados de acordo com os elementos aferidos

Média Clínica Média Tomografia com

moldeira

Caninos Superiores 1,88mm 1,72mm

Incisivos Laterais Superiores 2,05mm 1,40mm

Incisivos Centrais Superiores 2,45mm 1,84mm

Caninos Inferiores 1,37mm 1,72mm

Incisivos Laterais Inferiores 1,78mm 1,61mm

Incisivos Centrais Inferiores 1,91mm 1,33mm

Através dos resultados, observamos que clinicamente os caninos apresentam a menor aferição, em ambas as arcadas, devido a sua espessura de raiz, ocasionando uma protuberância e os incisivos centrais a maior aferição. Diferentemente do que ocorre com os resultados tomográficos, em que os incisivos laterais, em ambas as arcadas, apresentam a menor aferição, e na arcada superior os incisivos centrais se apresentam com maior aferição e na arcada inferior, os caninos.

Para todas as amostras foram comparados o valor clínico encontrado ao valor tomográfico com e sem moldeira. A avaliação tomográfica sem moldeira também foi realizada visto que o presente estudo tem por objetivo validar o uso da tomografia computadorizada para avaliação da mensuração da espessura gengival. Para aferir os valores presentes na tomografia computadorizada, foi utilizado o programa ICat Vision®.

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Tabela 2. Diferença entre as medidas obtidas clínica e tomográfica com moldeira. Amostras Resultados Clínicos Resultados tomográficos com moldeira Diferença

A13 1,88mm 2,00mm 0,12mm A12 3,37mm 1,27mm 2,10mm A11 1,82mm 1,75mm 0,07mm A21 4,43mm 1,50mm 2,93mm A22 2,38mm 1,25mm 1,13mm A23 2,31mm 1,75mm 0,56mm A43 1,12mm 1,27mm 0,15mm A42 1,86mm 1,50mm 0,06mm A41 1,46mm 1,25mm 0,21mm A31 2,42mm 1,25mm 1,17mm A32 2,58mm 2,25mm 0,33mm A33 1,79mm 1,50mm 0,29mm B13 2,39mm 2,00mm 0,39mm B12 1,54mm 1,75mm 0,21mm B11 2,30mm 2,25mm 0,05mm B21 1,82mm 2,00mm 0,18mm B22 2,34mm 1,50mm 0,84mm B23 1,70mm 1,75mm 0,05mm B43 1,57mm 2,00mm 0,43mm B42 1,98mm 1,75mm 0,13mm B41 3,74mm 1,75mm 1,99mm B31 1,33mm 1,75mm 0,42mm B32 1,54mm 2,25mm 0,71mm B33 1,40mm 1,50mm 0,10mm C13 1,31mm 1,60mm 0,29mm C12 1,29mm 1,25mm 0,04mm C11 2,46mm 1,80mm 0,66mm C21 1,86mm 1,77mm 0,09mm C22 1,39mm 1,41mm 0,02mm C23 1,73mm 1,25mm 0,48mm C43 1,19mm 1,25mm 0,06mm C42 1,36mm 1,06mm 0,30mm C41 1,31mm 1,00mm 0,31mm C31 1,24mm 1,00mm 0,49mm C32 1,39mm 0,90mm 0,49mm C33 1,18mm 1,03mm 0,15mm

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Tabela 3. Diferença entre as medidas obtidas clínica e tomográfica sem moldeira.

Amostra Resultados Resultados tomográficos sem Diferença

Clínicos moldeira A13 1,88mm 1,25mm 0,63mm A12 3,37mm 1,50mm 1,87mm A11 1,82mm 1,50mm 0,32mm A21 4,43mm 2,00mm 2,43mm A22 2,38mm 1,50mm 0,88mm A23 2,31mm 1,25mm 1,06mm A43 1,12mm 1,27mm 0,15mm A42 1,86mm 1,25mm 0,61mm A41 1,46mm 1,25mm 0,21mm A31 2,42mm 1,50mm 0,92mm A32 2,58mm 1,50mm 1,08mm A33 1,79mm 1,50mm 0,29mm B13 2,39mm 1,25mm 1,14mm B12 1,54mm 1,25mm 0,29mm B11 2,30mm 1,75mm 0,55mm B21 1,82mm 1,50mm 0,32mm B22 2,34mm 1,25mm 1,09mm B23 1,70mm 1,25mm 0,45mm B43 1,57mm 1,00mm 0,57mm B42 1,98mm 1,25mm 0,73mm B41 3,74mm 1,50mm 2,24mm B31 1,33mm 1,50mm 0,17mm B32 1,54mm 1,03mm 0,51mm B33 1,40mm 1,25mm 0,25mm C13 1,31mm 1,60mm 0,29mm C12 1,29mm 1,06mm 0,23mm C11 2,46mm 1,41mm 1,05mm C21 1,86mm 1,60mm 0,26mm C22 1,39mm 1,77mm 0,38mm C23 1,73mm 1,12mm 0,61mm C43 1,19mm 0,00mm 1,91mm C42 1,36mm 1,00mm 0,36mm C41 1,31mm 1,12mm 0,20mm C31 1,24mm 1,12mm 0,12mm C32 1,39mm 1,06mm 0,33mm C33 1,18mm 1,00mm 0,18mm

Comparando as tabelas entre si, podemos notar que a diferença de espessura entre os resultados clínicos com os resultados tomográficos com moldeira, em grande parte, foi menor do que a diferença com resultados tomográficos sem moldeira. Porém, também encontramos diferenças maiores e iguais, visto na Amostra A em caninos inferiores e Amostra C em caninos superiores. Na Amostra B não houve valores iguais, apenas os incisivos inferiores apresentaram uma diferença em tomografia com moldeira maior do que na tomografia sem moldeira, assim como nos incisivos inferiores da

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Amostra C. Em ambos, os demais resultados se apresentaram com menor diferença. Já na Amostra A houve uma variação maior de resultados.

Por isso, uma nova análise foi realizada a fim de comparar os resultados tomográficos com e sem moldeira e suas diferenças, afim de validar o uso da tomografia sem moldeira para avaliação da espessura gengival.

Tabela 4. Diferença entre as medidas obtidas clínica e tomográfica sem moldeira.

Amostra Resultados tomográficos com Resultados Tomográficos sem Diferença

moldeira moldeira A13 2,00mm 1,25mm 0,75mm A12 1,27mm 1,50mm 0,13mm A11 1,75mm 1,50mm 0,25mm A21 1,50mm 2,00mm 0,50mm A22 1,25mm 1,50mm 0,25mm A23 1,75mm 1,25mm 0,50mm A43 1,27mm 1,27mm 0,00mm A42 1,50mm 1,25mm 0,25mm A41 1,25mm 1,25mm 0,00mm A31 1,25mm 1,50mm 0,25mm A32 2,25mm 1,50mm 0,75mm A33 1,50mm 1,50mm 0,00mm B13 2,00mm 1,35mm 0,65mm B12 1,75mm 1,25mm 0,50mm B11 2,25mm 1,75mm 0,50mm B21 2,00mm 1,50mm 0,50mm B22 1,50mm 1,25mm 0,25mm B23 1,75mm 1,25mm 0,50mm B43 2,00mm 1,00mm 1,00mm B42 1,75mm 1,25mm 0,50mm B41 1,75mm 1,50mm 0,25mm B31 1,75mm 1,50mm 0,25mm B32 2,25mm 1,03mm 1,22mm B33 1,50mm 1,25mm 0,25mm C13 1,60mm 1,60mm 0,00mm C12 1,25mm 1,06mm 0,19mm C11 1,80mm 1,41mm 0,39mm C21 1,77mm 1,60mm 0,17mm C22 1,41mm 1,77mm 0,36mm C23 1,25mm 1,12mm 0,13mm C43 1,25mm 0,00mm 1,25mm C42 1,06mm 1,00mm 0,06mm C41 1,00mm 1,12mm 0,31mm C31 1,00mm 1,12mm 0,12mm C32 0,90mm 1,06mm 0,16mm C33 1,03mm 1,00mm 0,03mm

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Com esses resultados, notamos que em média a diferença das medidas é inferior ou igual a 0,5mm, principalmente na Amostra C. Na região de incisivos inferiores, em todas as amostras, a diferença está quase nula ou inferior a 0,30mm.

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DISCUSSÃO

Os biótipos periodontais foram associados aos resultados na terapia periodontal (Claffey N & Shanley D, 1986), aos procedimentos de recobrimento radicular (Huang LH et al, 2005; Hwang * Wang HL, 2006) e estética em implantes (Zigdon H & Machtei EE, 2008; De Rouck et al, 2009).

O estudo de Maynard e Wilson, 1980, consolidou a classificação mais citada de biótipo periodontal. Eles propuseram uma classificação do biotipo periodontal relacionando espessura e faixa de tecido queratinizado e espessura óssea. Os autores propuseram quatro tipos periodontais, sendo o último o de maior risco à recessão.

Como esta classificação é dada de forma visual e tátil, vários outros métodos foram propostos para mensurar espessura de tecido, incluindo medições diretas por transparência da sonda (Kay JY et al, 2003), dispositivos ultrassônicos (Muller at al, 2000) e mais recentemente, Tomografias Computadorizadas Cone-Beam (Barriviera et al, 2009).

A fim de verificar a acuidade da aferição de tecidos moles, este estudo utilizou TCCB, buscando certificar este procedimento como instrumento de determinação da espessura gengival. Esta vem sendo utilizada para visualizar e mensurar a espessura tanto de tecido duro quanto tecido mole (Barriviera et al, 2009), devido a sua maior precisão de imagem, oferecendo menor risco ao paciente quanto à irradiação, dada pela baixa dosagem (Januario et al, 2008). De acordo com o mesmo estudo, as medições foram efetuadas utilizando o software iCat Vision, sistema comercialmente disponível e comumente utilizado.

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Figura 6. Imagem da TCCB do elemento 12 sem moldeira. Periodonto se encontra mais espesso nessa região

Figura 7. Imagem da TCCB do elemento 43 sem moldeira. Periodonto fino, onde não se pode aferir o tecido gengival subjacente ao referido elemento, demonstrando que em biótipos mais finos a não utilização do aparato de referência torna imprecisa a análise da espessura gengival por tomografia.

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Figura 8. Imagem da TCCB do elemento 43 com moldeira. A utilização de guta-percha e de moldeiras de acetato conferem uma acuidade mesmo que o tomógrafo não seja capaz de perceber o tecido fibromucoso no sitio observado.

A Figura 6 mostra a imagem da TCCB do elemento 12, sem moldeira, em que foi possível realizar a mensuração do tecido, visto que o periodonto se encontra mais espesso nessa região. A Figura 7 mostra a imagem tomográfica do elemento 43 que apresenta um periodonto fino, onde não se pode aferir o tecido gengival subjacente ao referido elemento, demonstrando que em biótipos mais finos a não utilização do aparato de referência torna imprecisa a análise da espessura gengival por tomografia. Todavia, como demonstrado na Figura 8, podemos perceber que a utilização de guta-percha e de moldeiras de acetato conferem uma acuidade mesmo que o tomógrafo não seja capaz de perceber o tecido fibromucoso no sitio observado.

Ainda assim, a utilização da tomografia como método de mensuração do biótipo gengival, apresenta dificuldade no posicionamento do cursor presente no programa ICat Vision® para a tomada de medidas, seja na obtenção da distância da guta-percha ao osso alveolar, ou da sombra formada pela fibromucosa na imagem no método sem moldeira. Essa intercorrência pode levar a uma pequena imprecisão na aferição tomográfica, de acordo com o cuidado e habilidade do operador. Contudo, diferentemente do que ocorre com a análise clínica com o uso do espaçador e métodos ultrassônicos, a TCCB oferece a imagem do dente, gengiva e outras estruturas periodontais. Além disso, as medidas podem ser feitas repetidamente, em tempos distintos com a mesma imagem obtida pela TCCB, o que não é viável através de outros métodos.

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Para aferição clínica, considerada o padrão ouro em trabalhos anteriores (Müller & Eger, 1997; Bittencourt et al., 2006; Januário et al., 2009), optou-se por a utilização de um espaçador endodôntico com cursor de borracha associado a um paquímetro digital com resolução de 0,01 mm para as medições, assim como o estudo de Bittencourt et al. (2006). Os autores utilizaram espaçador manual endodôntico com um cursor de borracha para aferir a espessura da mucosa queratinizada. Eger et al., 1996 relatou que não existe diferença estatisticamente significante entre as medidas obtidas com o ultrassom e com o espaçador endodôntico.

No que se refere à mensuração clínica, alguns fatores capazes de tornar impreciso o processo de medição do tecido gengival, podem ser observados. Comparando os resultados clínicos aos resultados dados através da tomografia, notamos divergências de valores. O que ocorre em menor proporção quando comparada uma tomografia a outra (com e sem moldeira). Isso se dá pela vulnerabilidade durante a aferição clínica, visto que a angulação alterada, maior ou menor que 90°, tende a aumentar os valores da espessura, levando a uma tomada de medidas maior do que a espessura real do objeto.

Outro fator capaz de tornar imprecisa a medição clínica é a dificuldade em manter a pressão constante sobre o cursor de borracha no espaçador digital durante o manuseio do porta-agulha, o que pode deslocar a posição do cursor e alterar o valor da espessura, tornando obrigatória a presença de um auxiliar, sem, no entanto, garantir uma pressão isobárica durante o processo. Por fim, a necessidade de transferir a medida obtida com o espaçador para o paquímetro digital (através da distância entre as hastes) faz com que o processo se torne vulnerável a erros de acuidade visual do operador, assim como, a possíveis deslocamentos tanto do cursor de borracha quanto do porta-agulha que o sustenta. O mesmo não ocorre durante aferição de espessura em uma imagem tomográfica, onde apenas um operador é capaz obter as medidas.

Através da comparação dos resultados clínicos encontrados nas diferentes amostras deste estudo foi verificado que o incisivo central é o elemento dentário que possui a maior média de espessura de gengiva entre os dentes anteriores superiores, seguido do incisivo lateral e do canino. Müller & Eger (1997), assim como Müller et al. (2000a), em suas pesquisas observaram resultados semelhantes. Nestes estudos também foi observado que o incisivo central era o elemento dentário que apresentava

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maior espessura gengival e o canino a menor espessura gengival entre os dentes anteriores superiores, o que confirmamos com os achados da pesquisa.

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CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo avaliar a capacidade da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura do tecido gengival para auxiliar o planejamento de cirurgias periodontais e periimplantares. A espessura real obtida por meio de perfuração e aferição com paquímetro digital foi comparada com as medidas obtidas pelos exames tomográficos, utilizando duas metodologias distintas (a primeira fazendo uso de moldeira individual e marcações com guta-percha e medições diretas no exame tomográfico, sem auxílio de quaisquer aparatos como referência). Os indivíduos envolvidos foram incluídos de acordo com padrões préestabelecidos. As análises tomográficas foram realizadas por outro examinador.

Assim, dentro dos limites deste estudo, observamos que esse trabalho não é capaz de determinar o método ideal para obtenção da espessura gengival. Todavia, nos dá indícios do caminho a ser seguido através da utilização de moldeiras individuais perfuradas e preenchidas com guta-percha como método mais próximo à espessura real, uma vez que apresentou uma menor dificuldade a ser executada e menor quantidade de vieses durante a sua aplicação.

Conclui-se, portanto, que, é necessária uma metodologia mais apurada capaz de avaliar a ocorrência de isomeria de resultados na reprodução destas avaliações em um mesmo individuo em tomadas distintas, a fim de obtermos maior clareza do prognóstico durante procedimentos em regiões estéticas, tornando menos relevante a influência do fator morfotipo periodontal na preservação de tecido mole.

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ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(De acordo com as normas da Resolução nº196,do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/96)

Você está sendo convidado para participar da pesquisa “Avaliação da fidelidade dimensional na utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura gengival.”. Você foi selecionado de acordo com as normas de inclusão do estudo e sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição. Os objetivos deste estudo são identificar real fidelidade da tomografia computadorizada na avaliação do tipo gengival e com isso fornecer uma nova ferramenta para utilização do cirurgião-dentista .

Sua participação nesta pesquisa consistirá em ser examinado clinicamente e em seguida será submetido à exame tomográfico para avaliação.

Apesar das baixas doses de irradiação e regeneração tecidual total na área de perfuração, você sofrerá duas irradiações e perfuração tecidual. Ambos danos serão devidamente precavidos através de meios de proteção como uso de colete de chumbo, no caso das irradiações, e uma equipe especializada estará preparada para atender os casos que apresentarem maiores danos após a perfuração, através de tratamento periodontal específico. Os benefícios relacionados com a sua participação são desenvolver uma nova técnica para diagnóstico.

As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Serão publicados em revista especializada sem que haja identificação dos participantes.

Uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ficará com o senhor (a), podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento com o pesquisador Anna Carolina V. B. de Macedo no endereço: Rua Desembargador Alfredo Russel 173,1206-Leblon/RJ ou no telefone:

(40)

31 996346946. _____________________________________ Pesquisador Responsável

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

Rio de Janeiro, _____ de ______ de 20___. ___________________________________ Sujeito da pesquisa

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ANEXO 2

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E DEPOIMENTOS

Eu_________________________________,CPF______________________,

RG______________________, depois de conhecer e entender os objetivos, procedimentos metodológicos, riscos e benefícios da pesquisa, bem como de estar ciente da necessidade do uso de minha imagem e/ou depoimento, especificados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), AUTORIZO, através do presente termo, a pesquisadora (Débora Martino Barros Botelho) do projeto de pesquisa intitulado (Avaliação da fidelidade dimensional na utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico na mensuração da espessura gengival.) a realizar as fotos que se façam necessárias e/ou a colher meu depoimento sem quaisquer ônus financeiros a nenhuma das partes.

Ao mesmo tempo, libero a utilização destas fotos (seus respectivos negativos) e/ou depoimentos para fins científicos e de estudos (livros, artigos, slides e transparências), em favor dos pesquisadores da pesquisa, acima especificados, obedecendo ao que está previsto nas Leis que resguardam os direitos das crianças e adolescentes (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei N.º 8.069/ 1990), dos idosos (Estatuto do Idoso, Lei N.° 10.741/2003) e das pessoas com deficiência (Decreto Nº 3.298/1999, alterado pelo Decreto Nº 5.296/2004).

RIO DE JANEIRO, __ de ______ de 20___

_____________________________ Pesquisador responsável pelo projeto

______________________________ Sujeito da Pesquisa

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ANEXO 3

ACEITE DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)

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