• Nenhum resultado encontrado

A transição do ensino para a vida ativa:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A transição do ensino para a vida ativa:"

Copied!
91
0
0

Texto

(1)

A transição do ensino para a vida ativa:

a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS

no ano letivo 2011/2012

outubro 2014

Núcleo de Planeamento – Observatório de Inserção na Vida Ativa

Célia Costa Pedro Dominguinhos

(2)

Página 2

INTRODUÇÃO ... 5

1 – A transição do ensino para a vida ativa ... 6

2 – O Estudo ... 13

2.1 - Metodologia ... 13

2.2 - Caracterização da População em Análise ... 14

2.2.1 - Género ... 16

2.2.2 – Idade ... 18

2.2.3 – Estado civil ... 18

2.2.4 – Condição perante o ensino ... 19

3 – Análise dos Resultados ... 20

3.1 – Instituto Politécnico de Setúbal ... 20

3.1.1 - Situação Profissional ... 20

3.1.2 – Tempo de espera na obtenção de emprego ... 23

3.1.3 – Situação na profissão ... 25

3.1.4 – Vínculo contratual ... 25

3.1.5 – Tipo de empresa/organização ... 28

3.1.6 – Setor de atividade da empresa/organização ... 29

3.1.7 – Localização geográfica da empresa/organização ... 31

3.1.8 – Rendimento mensal líquido ... 32

3.1.9 - Meios de acesso ao emprego ... 38

3.1.10 - Relação entre o emprego e a área de formação académica ... 39

3.1.11 – Contributo das competências adquiridas no curso para a inserção no mercado de trabalho ... 40

3.1.12 – Adequação do curso ao mercado de trabalho ... 43

4 – Discussão dos Resultados ... 44

Conclusão ... 51

Bibliografia ... 52

Anexo 1 – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal ... 55

Situação Profissional ... 55

Tempo de espera na obtenção de emprego ... 55

Situação na profissão ... 56

Vínculo contratual ... 56

Tipo de empresa/organização... 56

Setor de atividade da empresa/organização ... 57

Localização geográfica da empresa/organização ... 57

Rendimento mensal líquido ... 58

(3)

Relação entre o emprego e a área de formação académica ... 59

Adequação do curso ao mercado de trabalho ... 59

Anexo 2 – Escola Superior de Educação ... 60

Situação Profissional ... 60

Tempo de espera na obtenção de emprego ... 60

Situação na profissão ... 61

Vínculo contratual ... 61

Tipo de empresa/organização... 62

Setor de atividade da empresa/organização ... 62

Localização geográfica da empresa/organização ... 63

Rendimento mensal líquido ... 63

Meios de acesso ao emprego ... 64

Relação entre o emprego e a área de formação académica ... 64

Adequação do curso ao mercado de trabalho ... 65

S... 65

Anexo 3 – Escola Superior de Ciências Empresariais ... 66

Situação Profissional ... 66

Tempo de espera na obtenção de emprego ... 66

Situação na profissão ... 67

Vínculo contratual ... 67

Tipo de empresa/organização... 68

Setor de atividade da empresa/organização ... 68

Localização geográfica da empresa/organização ... 69

Rendimento mensal líquido ... 70

Meios de acesso ao emprego ... 70

Relação entre o emprego e a área de formação académica ... 71

Adequação do curso ao mercado de trabalho ... 71

Anexo 4 – Escola Superior de Tecnologia do Barreiro... 72

Situação Profissional ... 72

Tempo de espera na obtenção de emprego ... 72

Situação na profissão ... 72

Vínculo contratual ... 73

(4)

Página 4

Setor de atividade da empresa/organização ... 73

Localização geográfica da empresa/organização ... 74

Rendimento mensal líquido ... 74

Meios de acesso ao emprego ... 74

Relação entre o emprego e a área de formação académica ... 75

Adequação do curso ao mercado de trabalho ... 75

Anexo 5 – Escola Superior de Saúde ... 76

Situação Profissional ... 76

Tempo de espera na obtenção de emprego ... 76

Situação na profissão ... 76

Vínculo contratual ... 77

Tipo de empresa/organização... 77

Setor de atividade da empresa/organização ... 77

Localização geográfica da empresa/organização ... 78

Rendimento mensal líquido ... 78

Meios de acesso ao emprego ... 79

Relação entre o emprego e a área de formação académica ... 79

Adequação do curso ao mercado de trabalho ... 79

Anexo 6 – Inquérito aplicado aos licenciados do IPS ... 80

(5)

INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura económica e num contexto de rápida mudança dos mercados a nível global, a empregabilidade dos diplomados assume-se, inquestionavelmente, como um dos maiores desafios da atualidade constituindo-se, também, a nível da investigação, como uma área de relevo, sobretudo durante os anos mais recentes. Com efeito, o atual contexto de crise e o aumento do desemprego tem condicionado o processo de inserção profissional dos jovens que concluem o ensino superior e que encontram, no mercado de trabalho, incerteza e instabilidade por via da precarização dos vínculos laborais, menor correspondência do diploma ao emprego, sucessão de empregos atípicos, entre outros (Santos, 2013). Não obstante, conforme referem alguns autores (Gonçalves et al, 2006, Vinagreiro, 2008), o diploma promove a inserção na vida ativa, sendo a taxa de desemprego entre os diplomados do ensino superior substancialmente inferior à dos não diplomados.

E neste quadro, de profunda instabilidade no que concerne ao desemprego dos jovens qualificados, começam a surgir, por parte das instituições de ensino superior, políticas de apoio à transição dos diplomados da vida académica para o mercado de trabalho, preparando-os para os diversos desafios, quer na procura de emprego por conta de outrem, quer na criação do próprio emprego. Na sequência da problemática apresentada, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) apresenta os resultados do estudo desenvolvido pelo Observatório de Inserção na Vida Ativa do IPS (OIVA/IPS) que tem como principal objetivo analisar o percurso profissional dos seus diplomados (ano letivo 2011/2012), um ano após a conclusão do grau académico dando, assim, continuidade ao estudo realizado no ano transato junto dos licenciados no ano letivo 2010/20111.

O estudo realizado anteriormente esteve na base da estruturação da componente empírica do presente relatório, bem como na seleção das variáveis e na operacionalização metodológica do mesmo que seguiu, igualmente, uma metodologia quantitativa, com recurso ao inquérito por questionário, tendo sido alargado o seu universo de análise aos diplomados do 2.º ciclo. A análise e discussão das variáveis em estudo (situação profissional, tempo de espera na procura de emprego, vínculo laboral, diferenças de género no acesso ao emprego, níveis salariais, caracterização das entidades empregadoras, meios de acesso ao emprego, relação existente entre a profissão e a área de formação académica e adequação do curso ao mercado de trabalho) são apresentadas, por ciclo de estudos, ao nível do IPS e por escola, sendo que os resultados obtidos por curso apresentam-se em anexo. Discutir-se-á, ainda, e sempre que possível, os resultados obtidos com estudos

1

(6)

Página 6

semelhantes realizados por outras Instituições de Ensino Superior e, no contexto do IPS, uma análise evolutiva da problemática tendo em conta as conclusões do trabalho anterior realizado pelo OIVA/IPS. O tratamento estatístico dos dados foi efetuado através do programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS).

O estudo encontra-se dividido em quatro capítulos. No primeiro é apresentada a revisão de literatura realizada sobre a problemática da empregabilidade dos diplomados do ensino superior, sendo, no segundo capítulo, descrita a metodologia de investigação utilizada, os objetivos, o instrumento de recolha de dados e a caracterização da amostra de inquiridos em análise. Numa terceira parte, são analisados os resultados obtidos nas diferentes variáveis em estudo, sendo feita uma análise ao nível do IPS, com a desagregação ao nível das Escolas. Por último, no quarto capítulo, são discutidos os resultados obtidos, sendo também tecidas algumas considerações e sugeridas algumas linhas de investigação futuras.

1 – A transição do ensino para a vida ativa

O tema da empregabilidade dos diplomados do ensino superior remete-nos para a problemática da relação existente entre a formação académica e a inserção dos diplomados no mercado de trabalho.

Numa perspetiva histórica, constata-se que, nos anos 60, se discutia a “insuficiência da educação escolar básica” para responder às necessidades do mercado de trabalho; nos anos 70 aprofunda-se a reflexão em torno da educação e da sua relação com o progresso social; nos anos 90, os objetivos educativos estendem-se ao “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a viver junto” e “aprender a ser” (Delors, 1996; Faure, 1974, cit in Gonçalves et al., 2006, p. 99). Na atualidade, o debate educativo centra-se nos “desafios da globalização e do confronto entre sistemas de ensino, qualificações e competências profissionais” (Gonçalves et al., 2006, p. 99). E é neste sentido que a educação e o desemprego dos diplomados se assumem como uma das prioridades da União Europeia e das políticas educativas dando conta de “novas orientações consignadas em vários documentos conjuntos: Declaração de Bolonha (1999), Comunicado de Praga (2001) e Comunicado de Berlim (2003) onde se reforçam objetivos de construção de um espaço europeu de mobilidade e empregabilidade dos estudantes do ensino superior e da necessidade de reforçar a competitividade dos sistemas de ensino superior europeu face ao contexto da globalização” (Gonçalves et al., 2006, p. 100).

(7)

Simultaneamente, a implementação da “Estratégia de Lisboa”2 e do programa “Educação e Formação 2010” tem promovido a discussão em torno da problemática da educação e da formação, sendo estes objeto sistemático de debate. Recentemente, a nova “Estratégia Europa 2020”3 para o crescimento e emprego, que assenta num quadro estratégico ao nível da educação e formação, numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida, para o período de 2010-2020, apresenta como principais objetivos estratégicos (entre outros) a diminuição do abandono escolar, o aumento de crianças inscritas no ensino pré-escolar (dos 4 anos à idade de inicio do ensino primário obrigatório), o aumento dos conhecimentos nas áreas da leitura, matemática e ciências nos alunos de 15 anos, a maior participação de adultos na aprendizagem ao longo da vida e o aumento da taxa de adultos (dos 30-34 anos) com nível de ensino superior.

Nestes últimos anos, assistimos a um crescimento significativo do número de estudantes no ensino superior a nível europeu, pese embora, em Portugal, se observem “ritmos relativamente mais lentos dos que se verificam noutros contextos, colocando o país numa posição ainda distante da média europeia” (Martins et al., 2005, p. 9, cit in Teixeira, 2008). Ainda assim, as estatísticas publicadas pela DGEEC, dão conta, de um gradual retrocesso do número de inscritos no ensino superior português. No ano letivo 2011/2012 assiste-se a um decréscimo de 1,5% do número de inscritos face ao ano letivo anterior e no ano letivo 2012/2013 essa diminuição aproxima-se dos 5% (em comparação com o ano letivo transato). Contudo, verifica-se que as mulheres se apresentam, nos últimos anos, em maioria no sistema de ensino (as estatísticas da DGEEC confirmam que nos últimos três anos letivos o número de mulheres inscritas é superior em, aproximadamente, 13% ao número de homens inscritos, no nível superior). Aliás, Araújo e Bento (2008) sustentam que ao nível da formação de 2.º ciclo (mestrado) a participação das mulheres também é superior, verificando-se ser um nível de ensino amplamente feminizado.

Por outro lado, no que concerne ao número de diplomados do ensino superior, nos últimos anos, as estatísticas da DGEEC evidenciam um crescimento desde 2008/2009. No ano letivo 2011/2012 diplomaram-se, em Portugal, 94264 estudantes (excluindo os diplomados em especialização tecnológica), verificando-se uma evolução de 8% face ao ano anterior. De referir, que de entre os

2

“A Educação e a Formação constituem elementos essenciais para o alcance dos objetivos traçados pela Estratégia de Lisboa. Em 2001, para assegurar a concretização dos objetivos os Ministros da Educação adotaram um relatório sobre as futuras metas dos sistemas de educação e formação a serem alcançadas até 2010. Nessa sequência, em 2002, foi adotado o Programa de Trabalho «Educação e Formação 2010», pelo Conselho da Educação, Juventude e Cultura e pela Comissão Europeia, vindo a representar o quadro de referência, em termos de estratégia, para desenvolver as políticas de educação e formação dos Estados-Membros da União Europeia, com o objetivo de, até 2010, elevar o nível de qualidade dos sistemas de educação e formação na Europa, tornando-os numa referência mundial. No novo ciclo da Estratégia de Lisboa uma das principais metas é, precisamente, conferir maior visibilidade à Educação e Formação.” DGEEC

3

“Em 2010 chegou ao fim o ciclo traçado pela Estratégia de Lisboa, que pretendia tornar a Europa numa economia baseada no conhecimento, através do reforço da coesão social e do emprego. No contexto atual de crise mundial tornou-se necessário somar os progressos alcançados, corrigir os erros e adotar um rumo que tenta conciliar elementos de continuidade com elementos de avanço e melhoria. Assim, em 3 Março de 2010 surge a Comunicação da Comissão Europeia, que lança a Estratégia Europa 2020, para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. Em 26 de Março de 2010, o Conselho Europeu concorda com esta proposta da Comissão Europeia sobre o lançamento de uma nova Estratégia de crescimento e emprego.” DGEEC

(8)

Página 8

diplomados neste ano letivo, 61% são mulheres. Os dados apontam, ainda, para o registo de um aumento de diplomados em doutoramento e mestrado de 46% e 26% respetivamente.

Alves et al. (2012) destacam também, nos seus estudos, o progressivo aumento da procura de cursos de formação pós-graduada, por parte dos licenciados que pretendem regressar ao ensino ou continuar os seus estudos, sendo as principais razões apontadas o aprofundamento de conhecimentos no âmbito da atividade profissional desenvolvida e a prossecução dos estudos como um projeto de vida já desenhado.

Para Santos (2013) o aumento de diplomados reflete-se, por sua vez, nas dificuldades de inserção no mercado de trabalho de mão-de-obra cada vez mais qualificada. Não obstante, e apesar da evolução das taxas de desemprego entre os diplomados com grau académico superior e o desempenho de profissões não relacionadas com as áreas de formação (algumas áreas académicas apresentam maior vulnerabilidade ao desemprego), o fenómeno do desemprego atinge, particularmente, os indivíduos com o ensino básico, representando o desemprego dos diplomados do ensino superior cerca de 13% do universo de desempregados em Portugal. Marques (2009) refere que o desemprego entre os diplomados surge, essencialmente, entre os mais jovens (25 aos 35 anos), verificando-se a existência de taxas de desemprego inferiores entre os diplomados com idades mais avançadas.

Trotier (2000, p. 93) cit in Teixeira (2008) constata, que no atual mercado de trabalho o acesso ao emprego com contrato permanente, a tempo integral e a desenvolver atividades relacionadas com as áreas de formação é cada vez mais difícil. Para o autor, a “complexificação do problema da entrada no mercado de trabalho” traduz-se, ainda, numa “diversidade de percursos”, tais como, o desenvolvimento de uma atividade profissional em simultâneo com a frequência dos estudos (trabalhadores estudantes), a prossecução dos estudos a tempo inteiro, o desemprego, a intercalação entre ciclos de emprego e desemprego, ou o emprego efetivo.

Alves et al. (2012) salientam que, apesar de em Portugal ser menos frequente, que no contexto internacional, o desenvolvimento de uma atividade profissional em simultâneo com a frequência do curso (mesmo que a profissão desenvolvida não esteja relacionada com a área do curso que frequentam) já se observa uma ligeira alteração no perfil dos estudantes, com características e percursos de vida distintos dos “estudantes tradicionais” que transitam diretamente do ensino secundário para o ensino superior, verificando-se uma diminuição dos estudantes a tempo inteiro e, consequentemente, um aumento dos que conciliam os estudos com a atividade profissional que exercem.

(9)

Conforme refere Teixeira (2008), para além da problemática do desemprego, o próprio emprego assume contornos de precariedade laboral. Entrar no mercado de trabalho e encontrar uma situação contratual estável, onde as competências adquiridas com a formação académica possam ser valorizadas pelas entidades empregadoras é, cada vez mais, difícil. Baltazar et al. (2012) corroboram estas ideias, destacando as dificuldades sentidas pelos diplomados do ensino superior no reconhecimento das suas qualificações em contexto de trabalho, e no emprego ajustado às competências que possuem, pese embora reconheçam que o diploma é a melhor capacidade para enfrentar o mercado de trabalho. Os autores salientam que o grau académico superior não só conduz a melhores oportunidades de emprego, como se constata que a inserção na vida ativa é “duas vezes mais rápida” em comparação com os que apenas têm o ensino secundário completo. Santos (2013) refere, ainda, que os jovens diplomados enfrentam, nos dias de hoje, uma maior instabilidade e precarização dos vínculos laborais, situações de desqualificação profissional, sucessão de empregos atípicos (estágios, bolsas, etc.) e o prolongamento do tempo no acesso efetivo ao mercado de trabalho, após a conclusão do grau académico superior.

Assiste-se, aliás, a um crescimento das formas precárias de emprego, nomeadamente na vulgarização do contrato de trabalho a termo certo, que foi perdendo o seu carácter de “período experimental” quando funcionava quase como que um pré recrutamento para o trabalho efetivo e estável (contrato sem termo). Simultaneamente, as formas precárias de emprego surgem, nalguns casos, através do trabalho independente, onde se incluem os “falsos independentes” que trabalham para uma entidade empregadora, sem proteção social, com baixas remunerações, mas que se vêm obrigados a aceitar esta situação precária por falta de opções (Gonçalves, 2000; Kovács, 2004). Gonçalves (2000, p. 7) refere ainda o emprego a tempo parcial que atinge, sobretudo, as mulheres e os jovens com baixas qualificações académicas. Constata, também, que as situações de desemprego incidem, particularmente, nas mulheres, “uma das tendências pesadas da estrutura social portuguesa tem sido a feminização crescente da população ativa, é igualmente importante realçar que em períodos de recessão económica (...) as mulheres, comparativamente aos homens, foram mais vulneráveis ao fenómeno do desemprego”.

Neste contexto, Marques (2012) conclui que se regista, nos últimos anos, um aumento significativo das modalidades de emprego sem vínculo permanente, como o trabalho com contrato a termo certo, contrato de prestação de serviços sob a forma de “recibos verdes”, trabalho sazonal, pontual ou ocasional, assim como o estágio profissional e a bolsa de investigação. Para a autora, esta pluralidade de estatutos contratuais traduz-se na “instabilidade da relação de trabalho” que se apresenta como “um traço dominante na atual geração”.

(10)

Página 10

As mulheres, apesar de se encontrarem em maioria no sistema de ensino e investirem, mais do que os homens, na sua formação académica, obtendo níveis de formação superiores, “parecem não retirar daí benefícios para o mercado de emprego, estando sub-representadas nos cargos de chefia ou poder em quase todas as áreas profissionais” verificando-se, por isso, a existência de uma enorme clivagem entre os homens e mulheres no que concerne às remunerações e progressões na carreira (Silva e Taveira, 2012).

O tempo de espera na obtenção de emprego após a conclusão do curso poderá estar diretamente relacionado com as áreas de formação e especialização, sendo os diplomados da fileira das “tecnologias e engenharias” os que mais rapidamente se inserem no mercado de trabalho após a obtenção grau académico (Marques, 2007). Moreira (2009), na sua investigação, conclui que cerca de metade dos diplomados provenientes das Ciências Sociais (apesar da distribuição não ser homogénea entre todos os cursos) obtiveram emprego entre 1 a 6 meses após a conclusão do curso, sendo as mulheres que enfrentam mais tempo de espera no processo de inserção profissional.

A Universidade de Évora num estudo publicado, em outubro 2012, relativamente à inserção profissional dos seus diplomados, conclui serem os licenciados a esperar mais tempo para se inserirem no mercado de trabalho, sendo este acesso mais facilitado para os mestres. O estudo demonstra, ainda, que são os licenciados que apostam na prossecução dos estudos a tempo inteiro, verificando-se que a maioria dos mestres já se encontrava a trabalhar aquando do ingresso no curso.

Neste processo de transição da escola para o mercado de trabalho os diplomados recorrem, sobretudo, às redes informais (familiares e de amizade) sendo estas um dos meios privilegiados no acesso ao emprego (Marques, 2007). Também Moreira (2009) confirma que o principal meio de acesso ao emprego utilizado pelos diplomados são os contactos pessoais, sustentando assim as tendências identificadas noutros estudos sobre a “importância fulcral do capital relacional nos processos de inserção profissional” (Alves, 2005, Marques, 2007). Ainda assim, a autora destaca também a candidatura espontânea, a resposta a anúncios e os estágios curriculares e/ou profissionais, sendo os Centros de Emprego os menos apontados pelos diplomados como potenciadores da inserção na vida ativa.

Moreira (2009) sustenta a importância do estágio curricular como uma etapa (por vezes decisiva) do processo de transição da escola para a vida ativa sendo, por isso, um meio privilegiado de entrada no mercado de trabalho, que se traduz, na maioria das vezes, num emprego efetivo na empresa onde o mesmo foi realizado. Como refere a autora, o estágio curricular abarca uma série de potencialidades constituindo-se como um importante instrumento de inserção dos estudantes

(11)

num emprego, favorecendo o contacto dos mesmos com a realidade profissional. Importa, destacar, o seu papel enquanto avaliador da qualidade da formação ministrada aos estudantes e a ligação de proximidade criada entre as instituições de ensino superior e o mundo empresarial. Para a autora, importa refletir sobre a importância do estágio curricular nas estruturas dos cursos ao nível superior, uma vez que nem todas as formações oferecem esta componente.

No que respeita ao setor de atividade onde se verificam os índices de empregabilidade mais elevados, entre os diplomados do ensino superior que entram no mercado de trabalho pela primeira vez, Cardoso et al. (2012) indicam que os dois setores com maior peso são os serviços prestados às empresas e as atividades de saúde e ação social, destacando-se as pequenas e médias empresas (com menos de 50 trabalhadores) como as que absorvem cerca de 50% da mão-de-obra com habilitação superior. Por outro lado, Alves (2005), no seu estudo de caso junto dos diplomados da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, conclui que os indivíduos com habilitação superior trabalham, com maior frequência, em empresas de grande dimensão e na Administração Pública sendo o setor privado o principal empregador de diplomados do ensino superior.

Marques (2007) indica, ainda, que os diplomados das áreas das Ciências Sociais tendem a inserir-se em empresas de menor dimensão comparativamente com os diplomados das áreas das Engenharias e Tecnologia que trabalham, sobretudo, em organizações de maior dimensão. Neste sentido, e tendo em conta a diversidade de situações que se assiste, Moreira (2009, p. 146) reforça a ideia da existência de uma “certa segmentação do mercado de trabalho ao nível do curso”, verificando-se que a inserção profissional dos diplomados em empresas do setor público ou privado, de pequena ou grande dimensão, é particularmente influenciada pela área de formação concluída.

As remunerações auferidas pelos diplomados tendem a ser superiores à dos trabalhadores sem habilitação académica superior constatando-se, aliás, que quanto maior for o grau académico, maior é o salário associado. Com efeito, é uma realidade o facto de um doutor auferir um salário superior a um mestre e, este último, receber mais que um licenciado, o que parece sugerir “que a implementação de Bolonha poderá ter conduzido a uma certa desvalorização do 1.º ciclo no mercado de trabalho” Cardoso et al. (2012, p. 35). Os autores referem ainda, que a área de educação e formação do diploma obtido poderá influir diretamente na remuneração dos diplomados, sendo as áreas da matemática, informática e engenharia as que se destacam pelos salários mais elevados. Marques (2009) considera existir uma associação direta entre os vínculos laborais precários e as remunerações salariais baixas, sendo os diplomados que se encontram em situação de estágio ou sob a forma de trabalho independente “recibos verdes” os que recebem os

(12)

Página 12

salários mais baixos, face aos que detém uma relação permanente de trabalho com a entidade empregadora. No seu estudo (Projeto MeIntegra) a autora refere que a remuneração média de um licenciado se situa, maioritariamente, entre os 751€ e 1000€. Os resultados do estudo da Universidade de Évora permitem perceber a clivagem existente entre o salário recebido pelos licenciados e pelos mestres. Para cerca de 50% dos licenciados o salário líquido auferido situa-se entre os 500€ e 1000€, verificando-se que os mestres (cerca de 60%) recebem um salário superior a 1000€.

Na relação existente entre o género e a sua distribuição pelos diferentes níveis salariais os estudos confirmam que são as mulheres que auferem os salários mais baixos (Arroteia e Martins, 1998; Gonçalves, 2001; Marques, 2007). Aliás, um estudo publicado pela Eurostat4 (2005) evidencia que, de entre os estados membros da União Europeia, Portugal é aquele que apresenta as maiores assimetrias entre géneros (no que respeita à remuneração) uma tendência que tende a agravar-se, ao contrário do que se observa nos restantes países membros.

No que concerne à região do país que absorve mais diplomados do ensino superior, aquando da sua entrada pela primeira vez no mercado de trabalho, Cardoso et al. (2012) constatam que é, sobretudo, a zona metropolitana de Lisboa e do Porto a apresentar os índices de inserção mais elevados, sendo também a península de Setúbal (com valores substancialmente inferiores aos de Lisboa e Porto) a terceira zona do país com a taxa mais elevada de diplomados do ensino superior a entrar no mercado de trabalho pela primeira vez.

Moreira (2009) destaca ainda a importância da mobilidade geográfica no acesso ao emprego. Para a autora, os jovens licenciados devem estar preparados para a procura de emprego, não só no espaço nacional mas, também, internacional, uma vez que dessa capacidade de mobilidade geográfica pode surgir uma oportunidade de trabalho. Porém, alguns autores referem que na maioria dos casos os jovens licenciados tendem a procurar emprego na região de residência ou na região onde concluíram os estudos (Arroteia, 1998; Alves, 2005; Marques, 2007). Moreira (2009, p. 181) consubstancia as afirmações anteriores, concluindo no seu estudo, existir a tendência para a “regionalização do mercado residencial e de estágio/emprego, o que revela uma fraca mobilidade geográfica” entre os estudantes. Por outro lado, a autora constata que, no que concerne à mobilidade internacional, que a participação por parte dos estudantes em programas de mobilidade e intercâmbio (ERASMUS e outros) tem-se revelado uma excelente estratégia levando os estudantes a equacionar exercer, futuramente, uma atividade profissional fora do país.

4

(13)

Com efeito, segundo Cardoso et al. (2012), num período mais recente e tendo em conta a atual situação do mercado de trabalho em Portugal, tem-se assistido a uma tendência de evolução do fenómeno da emigração de diplomados de todos os graus do ensino superior. Segundo o autor, no período de 2002-2010 a saída de diplomados do país mais que duplicou constatando-se que os diplomados nas áreas da engenharia, ciências sociais e direito, representam cerca de metade dos indivíduos com grau académico superior a trabalhar no estrangeiro.

No que concerne à relação existente entre a área de formação académica e a atividade profissional desenvolvida alguns autores consideram, que tendo em conta que grande parte dos percursos profissionais dos diplomados se pautam pela incerteza, os mesmos encontram, cada vez mais, menor correspondência entre o curso em que se diplomaram e a profissão que exercem (Webster

et al., 2008, cit in Marques, 2009). Ainda assim, as conclusões da Universidade de Évora apontam

noutro sentido constatando-se que a maioria dos diplomados afirma trabalhar num setor de atividade relacionado com o diploma obtido (a taxa de correspondência entre o emprego e o diploma é superior no caso dos mestres).

2 – O Estudo

Dando continuidade ao trabalho realizado sobre a inserção profissional dos licenciados no IPS no ano letivo 2010/2011, o Observatório de Inserção na Vida Ativa do IPS (OIVA/IPS) concretiza a atualização do mesmo, alargando o seu universo de análise aos diplomados do 2.º ciclo, tendo o presente relatório como principal objetivo compreender e caracterizar o processo de transição dos licenciados e mestres do IPS, no ano letivo 2011/2012, para o mundo do trabalho, um ano após a conclusão do grau académico.

A análise será realizada, apenas, ao nível do IPS e suas unidades orgânicas sendo que, em anexo, serão apresentados os resultados das variáveis por curso.

2.1 - Metodologia

O estudo realizado anteriormente esteve na base da estruturação da componente empírica do presente relatório, bem como na seleção das variáveis e na operacionalização metodológica do mesmo que seguiu, igualmente, uma metodologia quantitativa, com recurso ao inquérito por questionário (anexo 6 e 7).

Para o efeito, foram construídos 2 questionários (um deles aplicado junto dos licenciados e o outro junto dos mestres) que tiveram como ponto de partida o instrumento aplicado aos licenciados, no estudo anterior, tendo sido incluídas e adaptadas algumas questões, por forma a adequar o seu

(14)

Página 14

conteúdo, quer às especificidades da formação pós-graduada, quer na complementaridade de algumas questões. Foram disso exemplo, a introdução de questões relacionadas com a nota final de curso obtida, o tempo de espera para a obtenção de emprego, a importância do estágio curricular como meio facilitador de inserção no mercado de trabalho (quando realizado), a perceção sobre a relevância das competências adquiridas e a avaliação, por parte dos diplomados, do curso/escola que frequentaram. Após a redação da primeira versão dos questionários efetuou-se um pré teste, no efetuou-sentido de aferir a clareza das perguntas, junto de um conjunto de diplomados do 1.º e 2.º ciclo o que possibilitou a reformulação de algumas questões.

O questionário dirigido aos licenciados, constituído por 26 questões, na sua maioria fechadas, com um conjunto diversificado de alternativas de resposta, foi estruturado por forma a dar resposta à caracterização sociográfica dos inquiridos, à sua situação profissional, tempo de espera na procura de emprego, vínculo contratual, tipo de empresa ou organização onde trabalham, concelho onde trabalham, rendimento mensal líquido, relação existente entre a profissão e a formação académica, classificação da adequação do curso ao mercado de trabalho.

O segundo questionário, aplicado junto dos mestres, contém 27 questões, na maioria fechadas, que pretendem dar resposta às mesmas variáveis constantes no inquérito aplicado aos licenciados. O contacto com os diplomados foi, inicialmente, efetuado por email através do envio do questionário por correio eletrónico, no mês de novembro de 2013, tendo os inquiridos sido informados do propósito do estudo e do seu carácter confidencial. Contudo, por se ter verificado uma taxa de resposta reduzida através desta via (cerca de 250 questionários válidos), tornou-se necessário inquirir telefonicamente os diplomados em estudo, tendo em vista o aumento do número de respondentes. Como ferramenta estatística para análise dos dados recolhidos, utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

2.2 - Caracterização da População em Análise

O universo de análise desta investigação são os licenciados e mestres que se diplomaram no ano letivo de 2011/2012, na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTS/IPS), da Escola Superior de Educação (ESE/IPS), da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE/IPS), da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTB/IPS) e da Escola Superior de Saúde (ESS/IPS), do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS).

De acordo com os dados obtidos no Sistema de Informação do IPS, o universo de análise corresponde a 939 diplomados (767 licenciados e 172 mestres), nos diversos cursos ministrados nas unidades orgânicas do IPS. Conforme se pode aferir no quadro 1 é na ESCE/IPS que se encontra

(15)

o maior número de licenciados (288) sendo o curso de Contabilidade e Finanças (63) a diplomar o maior número de estudantes.

No que concerne aos mestrados (quadro 2) é a ESE/IPS que apresenta o maior número de mestres (74), no ano letivo em apreço, registando o curso de Ensino de Educação Musical no Ensino Básico o maior número de diplomados em mestrado (29).

Tendo em conta a opção metodológica implementada e o universo de análise, o quadro 1 e 2 traduz a amostra considerada no estudo, sendo a taxa de resposta de 70,8% no que respeita aos inquiridos licenciados e de 82% relativamente aos mestres inquiridos.

Quadro 1 – Distribuição do número de licenciados e respondentes por curso

U. O. Licenciaturas Licenciados N.º de Respondentes N.º de Resposta % de

ESTS/IPS

Engenharia Biomédica 29 23 79,3%

Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação 12 5 41,7%

Engenharia do Ambiente 20 14 70,0%

Engenharia Eletrotécnica e Computadores 33 23 69,7%

Engenharia Informática 25 20 80,0%

Engenharia Mecânica 26 18 69,2%

Tecnologia e Gestão Industrial (regime noturno) 33 33 100,0%

TOTAL ESTS/IPS 178 135 76,4%

ESE/IPS

Animação e Intervenção Sociocultural 23 18 78,3%

Comunicação Social 30 21 70,0%

Educação Básica 57 38 66,7%

Desporto 19 14 73,7%

Promoção Artística e Património 14 10 71,4%

Tradução e Interpretação da Língua G. Portuguesa 8 5 62,5%

TOTAL ESE/IPS 151 106 70,2%

ESCE/IPS

Contabilidade e Finanças 63 39 61,9%

Contabilidade e Finanças (regime noturno) 25 15 60,0%

Gestão da Distribuição e da Logística 27 20 74,1%

Gestão da Distribuição e da Logística (regime pós laboral) 28 19 67,9%

Gestão de Recursos Humanos 36 26 72,2%

Gestão de Recursos Humanos (regime pós laboral) 18 15 83,3%

Gestão de Sistemas de Informação 37 28 75,7%

Marketing 54 35 64,8%

TOTAL ESCE/IPS 288 197 68,4%

ESTB/IPS

Engenharia Civil 17 12 70,6%

Engenharia Civil (regime noturno) 11 6 54,5%

Engenharia Química 6 6 100,0%

Gestão da Construção 3 2 66,7%

Gestão da Construção (regime noturno) 8 4 50,0%

TOTAL ESTB/IPS 45 30 66,7% ESS/IPS Enfermagem 41 27 65,9% Fisioterapia 42 26 61,9% Terapia da Fala 22 21 95,5% TOTAL ESS/IPS 105 74 70,5% TOTAL IPS 767 543 70,8%

(16)

Página 16

Quadro 2 – Distribuição do número de mestres e respondentes por curso

U. O. Mestrados Mestres N.º de Respondentes N.º de Resposta % de

ESTS/IPS

Energia 1 1 100,0%

Engenharia de Produção 7 7 100,0%

Engenharia Electrotécnica e de Computadores 3 3 100,0%

Informática de Gestão 4 4 100,0%

TOTAL ESTS/IPS 15 15 100%

ESE/IPS

Educação Pré Escolar 23 15 65,2%

Educação Pré Escolar e Ensino do 1.º ciclo no Ensino Básico 14 8 57,1%

Ensino de Educação Musical no Ensino Básico 29 24 82,8%

Ensino de Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico 8 8 100,0%

TOTAL ESE/IPS 74 55 74,3%

ESCE/IPS

Ciências Empresariais 8 8 100,0%

Contabilidade e Finanças 13 9 69,2%

Gestão Estratégica de Recursos Humanos 22 20 90,9%

Segurança e Higiene no Trabalho 15 12 80,0%

Sistemas de Informação Operacionais 4 3 75,0%

TOTAL ESCE/IPS 62 52 83,9%

ESTB/IPS Construção Civil 6 6 100,0%

TOTAL ESTB/IPS 6 6 100,0%

ESS/IPS

Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança 4 3 75,0%

Enfermagem Médico-Cirúrgica 9 8 88,9%

Enfermagem Saúde Mental e Psiquiatria 2 2 100,0%

TOTAL ESS/IPS 15 13 86,7%

TOTAL IPS 172 141 82,0%

2.2.1 - Género

A amostra de estudantes inquiridos, quer na licenciatura, quer no mestrado, é maioritariamente feminina (57,3% no 1.º ciclo de estudos e 67,4% no 2.º ciclo de estudos). No entanto, na observação dos dados por escola, constata-se a existência de algumas diferenças que parecem estar relacionadas com as áreas de formação. Nas escolas de Tecnologia (no 1.º e no 2.º ciclo) a amostra é, maioritariamente, do género masculino, sendo que a ESTS/IPS apresenta no 1.º ciclo uma taxa de 73,5% e no 2.º ciclo de 86,7% e a ESTB/IPS regista, no 1.º ciclo, uma taxa de 56,7% e, no 2.º ciclo, de 66,7%.

Por outro lado, na ESE/IPS e na ESS/IPS os diplomados inquiridos são, sobretudo, do género feminino, o que poderá estar relacionado com a feminização existente das próprias áreas de formação (educação e saúde). A ESCE/IPS assume-se como a escola onde existe uma maior homogeneidade entre géneros no 1.º ciclo de estudos (42,9% do género masculino e 57,1% do género feminino) apresentando, no entanto, uma taxa substancialmente superior de mulheres no mestrado (67,3%).

(17)

Quadro 3 – Distribuição dos inquiridos por género, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Masculino Feminino

ESTS/IPS 73,5% 26,5% ESE/IPS 18,9% 81,1% ESCE/IPS 42,9% 57,1% ESTB/IPS 56,7% 43,3% ESS/IPS 13,7% 86,3% IPS 42,7% 57,3%

2.º CICLO Masculino Feminino

ESTS/IPS 86,7% 13,3% ESE/IPS 20,0% 80,0% ESCE/IPS 32,7% 67,3% ESTB/IPS 66,7% 33,3% ESS/IPS 7,7% 92,3% IPS 32,6% 67,4%

Na análise por curso verifica-se a existência de uma maior masculinização entre os inquiridos dos cursos de licenciatura em Engenharia de Automação, Instrumentação e Controlo (100%), em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (100%), em Engenharia Mecânica (94,4%) e em Gestão da Construção em regime noturno (100%). São, por outro lado, os cursos de licenciatura em Educação Básica (100%), Tradução e Interpretação da Língua Gestual Portuguesa (100%) e Terapia da Fala (100%) que se encontra uma amostra totalmente feminina.

Gráfico 1 -Distribuição dos inquiridos por género e curso, no 1.º ciclo de estudos (%)

30,4% 100,0% 28,6% 100,0% 85,0% 94,4% 81,8% 11,1% 19,0% 71,4% 40,0% 23,1% 46,7% 45,0% 63,2% 30,8% 13,3% 78,6% 45,7% 41,7% 83,3% 33,3% 50,0% 100,0% 14,8% 23,1% 69,6% 71,4% 15,0% 5,6% 18,2% 88,9% 81,0% 28,6% 100,0% 60,0% 100,0% 76,9% 53,3% 55,0% 36,8% 69,2% 86,7% 21,4% 54,3% 58,3% 16,7% 66,7% 50,0% 85,2% 76,9% 100,0% Eng. Biomédica

Eng. de Aut. Inst. Controlo Eng. do Ambiente Eng. Elet. e Computadores Eng. Informática Eng. Mecânica Tecnologia Gestão Industrial (not.) Animação e Intervenção Sociocultural Comunicação Social Desporto Educação Básica Promoção Artística e Património Tradução e Interpretação da L.G.P. Contabilidade e Finanças Contabilidade e Finanças (not.) Gestão Dist. Logistica Gestão Dist. Logistica (pós lab.) Gestão Rec. Humanos Gestão Rec. Humanos (pós lab.) Gestão Sistemas Informação Marketing Eng. Civil Eng. Civil (not.) Eng. Química Gestão da Construção Gestão da Construção (not.) Enfermagem Fisioterapia Terapia da Fala

(18)

Página 18

Gráfico 2 - Distribuição dos inquiridos por género e curso, no 2.º ciclo de estudos (%)

2.2.2 – Idade

Na distribuição por idade, ao nível do IPS, a amostra de inquiridos do 1.º ciclo de estudos insere-se, sobretudo, no grupo etário dos 24 aos 29 anos (37,2%) sendo aproximadamente 70% os licenciados com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos. Uma tendência que se inverte entre os diplomados do 2.º ciclo de estudos, onde o grupo etário mais expressivo se situa a partir dos 29 anos (72,4%).

Quadro 4 – Distribuição dos inquiridos por grupo etário, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO 18 - 23 anos 24 – 29 anos 30 – 39 anos 40 anos ou mais

ESTS/IPS 15,6% 46,7% 21,5% 16,3% ESE/IPS 57,5% 33,0% 4,7% 4,7% ESCE/IPS 27,3% 35,4% 22,7% 14,6% ESTB/IPS 6,7% 46,7% 23,3% 23,3% ESS/IPS 54,2% 26,4% 16,7% 2,8% IPS 32,7% 37,2% 18,1% 12,0%

2.º CICLO 18 - 23 anos 24 – 29 anos 30 – 39 anos 40 anos ou mais

ESTS/IPS 6,7% 26,7% 46,7% 20,0% ESE/IPS 7,3% 25,5% 43,6% 23,6% ESCE/IPS 0,0% 17,3% 59,6% 23,1% ESTB/IPS 0,0% 66,7% 33,3% 0,0% ESS/IPS 0,0% 23,1% 69,2% 7,7% IPS 3,5% 24,1% 51,8% 20,6% 2.2.3 – Estado civil

Relativamente ao estado civil a maioria dos inquiridos licenciados é solteiro (72,5%), sendo que os casados/união de facto representam 24,9% da amostra. Verifica-se, ainda, a existência de apenas 2,6% que se encontra noutra situação (divorciado/a). No 2.º ciclo de estudos constata-se que cerca

85,7% 100,0% 100,0% 37,5% 25,0% 62,5% 44,4% 20,0% 25,0% 33,3% 66,7% 12,5% 100,0% 14,3% 100,0% 100,0% 62,5% 75,0% 37,5% 55,6% 80,0% 75,0% 66,7% 33,3% 100,0% 87,5% 100,0% Energia Engenharia de Produção Engenharia Electrot. e de Computadores Informática de Gestão Educação Pré Escolar Educação Pré Escolar e Ensino do 1.º ciclo no…

Ensino de Educação Musical no EB Ensino de Educação Visual e Tecnológica no EB Ciências Empresariais Contabilidade e Finanças Gestão Estratégica de Recursos Humanos

Segurança e Higiene no Trabalho Sistemas de Informação Operacionais Contrução Civil Desenvolvimento e Perturb. Linguagem Criança Enfermagem Médico Cirurgica Enfermagem Saúde Mental e Psiquiatria

(19)

de metade dos inquiridos encontra-se na situação de casado ou a viver em união de facto (50,4%) e 46,1% no estado solteiro, sendo apenas 3,5% os que indicam outra situação.

Quadro 5 – Distribuição dos inquiridos por estado civil, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Solteiro(a) Casado(a)/União de Facto Outra

ESTS/IPS 63,7% 31,9% 4,4% ESE/IPS 89,6% 9,4% 0,9% ESCE/IPS 66,2% 30,8% 3,0% ESTB/IPS 56,7% 40,0% 3,3% ESS/IPS 87,7% 12,3% 0,0% IPS 72,5% 24,9% 2,6%

2.º CICLO Solteiro(a) Casado(a)/União de Facto Outra

ESTS/IPS 66,7% 33,3% 0,0% ESE/IPS 41,8% 50,9% 7,3% ESCE/IPS 42,3% 55,8% 1,9% ESTB/IPS 50,0% 50,0% 0,0% ESS/IPS 53,8% 46,2% 0,0% IPS 46,1% 50,4% 3,5%

2.2.4 – Condição perante o ensino

No que respeita à situação dos inquiridos perante o ensino, verifica-se que 59,3% dos licenciados eram apenas estudantes e 40,7% conciliavam os estudos com a atividade profissional que desenvolviam. Como se pode constatar no quadro 6, é na ESTS/IPS (48,9%), na ESCE/IPS (50%) e na ESTB/IPS (63,3%) onde se observa a taxa mais alta de estudantes trabalhadores (no 1.º ciclo de estudos). No que concerne à situação dos inquiridos do 2.º ciclo, são 83,7% os que referem ser trabalhadores estudantes no decorrer do mestrado verificando-se, aliás, que na ESTS/IPS e na ESS/IPS todos assumem ter desenvolvido uma atividade profissional enquanto estudavam.

Quadro 6 – Distribuição dos inquiridos por situação perante o ensino, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Estudante Trabalhador Estudante

ESTS/IPS 51,1% 48,9% ESE/IPS 80,0% 20,0% ESCE/IPS 50,0% 50,0% ESTB/IPS 36,7% 63,3% ESS/IPS 79,5% 20,5% IPS 59,3% 40,7%

2.º CICLO Estudante Trabalhador Estudante

ESTS/IPS 0,0% 100,0% ESE/IPS 29,1% 70,9% ESCE/IPS 7,7% 92,3% ESTB/IPS 50,0% 50,0% ESS/IPS 0,0% 100,0% IPS 16,3% 83,7%

(20)

Página 20

3 – Análise dos Resultados

Neste capítulo pretende-se analisar os principais resultados empíricos obtidos com o estudo, tendo em conta os objetivos anteriormente definidos. No que diz respeito à amostra, obtiveram-se 684 respostas válidas (1.º e 2.º ciclo), o que representa cerca de 73% do universo (70,8% licenciados e 82% mestres). As percentagens de resposta variam consoante o curso, existindo casos, nomeadamente nos cursos de Tecnologia e Gestão Industrial em regime noturno (1.º ciclo), Engenharia Química (1.º ciclo), Energia (2.º ciclo), Engenharia de Produção (2.º ciclo), Engenharia Electrotécnica e de Computadores (2.º ciclo), Informática de Gestão (2.º ciclo), Ensino de Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico (2.º ciclo), Ciências Empresariais (2.º ciclo), Construção Civil (2.º ciclo) e Enfermagem Saúde Mental e Psiquiatria (2.º ciclo), cuja taxa se situa nos 100%, e outros como Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação (1.º ciclo), Engenharia Civil em regime noturno (1.º ciclo), Gestão da Construção em regime noturno (1.º ciclo) e Educação Pré-escolar e Ensino do 1.º ciclo no Ensino Básico (2.º ciclo), onde as taxas de resposta são inferiores a 60%, conforme se pode aferir no quadro 1 e 2.

Apresenta-se, ainda, a distribuição do número de respondentes por género e situação profissional efetuando-se, posteriormente, a análise dos resultados relativos às variáveis em estudo. Para mais fácil compreensão, a análise dos resultados obtidos será efetuada ao nível do IPS e por escola. 3.1 – Instituto Politécnico de Setúbal

3.1.1 - Situação Profissional

Em situação de emprego encontram-se 56,3% dos inquiridos licenciados sendo 68,3% os que desenvolvem uma atividade profissional (empregados e a realizar estágio remunerado e não remunerado). A realizar uma atividade profissional remunerada (empregados e a realizar estágio remunerado) evidenciam-se os inquiridos licenciados da ESTS/IPS (74,8%), da ESCE/IPS (73,2%) e da ESS/IPS (78,1%). São, no entanto, os licenciados da ESE/IPS que apostam na prossecução dos seus estudos ao nível do mestrado a tempo inteiro (30,2%) o que certamente estará relacionado com o facto de que alguns licenciados, da área da educação, necessitarem da habilitação ao nível do mestrado para o exercício da profissão de professor. Na análise por curso verifica-se, ainda, que é a ESTS/IPS a apresentar a taxa de desemprego baixa (10,4%).

No que concerne ao 2.º ciclo, 83% dos inquiridos estão empregados sendo a ESTS/IPS (100%), a ESCE/IPS (92,3%) e a ESS/IPS (92,3%) a revelar as taxas de emprego mais elevadas. Não se registam inquiridos a realizar estágio profissional não remunerado e a estudar a tempo inteiro verificando-se ser entre os inquiridos mestres da ESTB/IPS que ocorre a taxa de desemprego com maior expressão (50%).

(21)

Em termos globais (1.º e 2.º ciclo), constata-se que 61,6% dos diplomados inquiridos encontram-se empregados, sendo que 72,7% desenvolvem uma atividade profissional (remunerada e não remunerada) destacando-se, também, 9,3% que estudam a tempo inteiro. O desemprego é de 18,1%, sendo na ESTB/IPS onde se observa a taxa mais elevada (41,7%).

Quadro 7 –Distribuição dos inquiridos por situação profissional, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Empregado Realizar estágio remunerado

Realizar estágio

não remunerado Desempregado

Estudar a tempo inteiro ESTS/IPS 63,7% 11,1% 1,5% 10,4% 13,3% ESE/IPS 34,9% 9,4% 0,0% 25,5% 30,2% ESCE/IPS 61,6% 11,6% 0,0% 21,7% 5,1% ESTB/IPS 40,0% 10,0% 3,3% 40,0% 6,7% ESS/IPS 65,8% 12,3% 2,7% 19,2% 0,0% TOTAL IPS 56,3% 11,1% 0,9% 20,3% 11,4%

2.º CICLO Empregado Realizar estágio remunerado

Realizar estágio

não remunerado Desempregado

Estudar a tempo inteiro ESTS/IPS 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ESE/IPS 70,9% 16,4% 0,0% 12,7% 0,0% ESCE/IPS 92,3% 1,9% 0,0% 5,8% 0,0% ESTB/IPS 50,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% ESS/IPS 92,3% 0,0% 0,0% 7,7% 0,0% TOTAL IPS 83,0% 7,1% 0,0% 9,9% 0,0% TOTAL GERAL (1.º e 2.º CICLO) Empregado Realizar estágio remunerado Realizar estágio

não remunerado Desempregado

Estudar a tempo inteiro ESTS/IPS 67,3% 10,0% 1,3% 9,3% 12,0% ESE/IPS 47,2% 11,8% 0,0% 21,1% 19,9% ESCE/IPS 68,0% 9,6% 0,0% 18,4% 4,0% ESTB/IPS 41,7% 8,3% 2,8% 41,7% 5,6% ESS/IPS 69,8% 10,5% 2,3% 17,4% 0,0% TOTAL IPS 61,6% 10,3% 0,8% 18,1% 9,3%

Do universo de inquiridos, são sobretudo os homens que apresentam uma taxa de emprego mais elevada. Atualmente, 81,5% dos homens licenciados no IPS, intervenientes no estudo, estão inseridos no mercado de trabalho através de situação de emprego ou realização de estágio profissional (remunerado e não remunerado) estando, na mesma situação, 58,5% das mulheres inquiridas. Os homens apresentam uma taxa de desemprego de 12,6% sendo que, entre as mulheres, a mesma taxa atinge os 26%. Por outro lado, conforme se pode aferir, são as mulheres que claramente apostam na prossecução dos seus estudos (15,4% de mulheres e 6,1% de homens).

Gráfico 3 - Distribuição dos inquiridos por situação profissional e género, no 1.º ciclo de estudos (%)

69,3% 11,3% 0,9% 12,6% 6,1% 46,6% 10,9% 1,0% 26,0% 15,4%

Empregados Realizar um estágio

remunerado

Realizar um estágio não remunerado

Desempregados Estudar a tempo inteiro

(22)

Página 22

Relativamente aos mestres, destaca-se a taxa de empregabilidade entre os homens de 93,5% e das mulheres de 77,9%, pese embora subsistam diferenças entre géneros, já evidenciadas entre os licenciados. Em situação de desemprego encontram-se 6,5% dos homens inquiridos, sendo 11,6% as mulheres que se encontram na mesma situação.

Gráfico 4 - Distribuição dos inquiridos por situação profissional e género, no 2.º ciclo de estudos (%)

A análise da situação profissional dos diplomados inquiridos (1.º e 2.º ciclo) permite aferir que as diferenças entre géneros surgem, essencialmente, nas taxas de emprego, desemprego e na prossecução dos estudos a tempo inteiro, não existindo diferenças significativas na situação de estágio profissional remunerado ou não remunerado.

São 73,3% dos inquiridos do género masculino que se encontram empregados e 11,6% desempregados. No que respeita às mulheres, a taxa de emprego é substancialmente inferior (53,9% estão empregadas) e a taxa de desemprego é superior em 11,1 p.p. relativamente aos homens.

Gráfico 5 - Distribuição dos inquiridos por situação profissional e género (%)

Como se observa, no quadro 8, o desemprego entre os licenciados situa-se, sobretudo, nos jovens até aos 29 anos, apresentando-se com taxas menos expressivas a partir dos 30 anos. Com efeito, no grupo etário dos 30-39 anos são 85,7% os que desenvolvem uma atividade profissional remunerada e entre os licenciados com 40 anos ou mais a taxa situa-se nos 87,7%. A prossecução dos estudos, a tempo inteiro, surge especialmente para os licenciados entre os 18 e os 23 anos (22,6%).

93,5%

6,5% 77,9%

10,5% 11,6%

Empregados Realizar um estágio

remunerado Desempregados Masculino Feminino 73,3% 9,4% 0,7% 11,6% 5,1% 53,9% 10,8% 0,7% 22,7% 11,8%

Empregados Realizar um estágio

remunerado

Realizar um estágio não remunerado

Desempregados Estudar a tempo inteiro

(23)

No 2.º ciclo todos os inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos desenvolvem uma atividade profissional remunerada (60% estão empregados e 40% realizam estágio profissional remunerado) e a taxa de desemprego mais elevada surge entre os mestres dos 24 aos 29 anos (17,6%). Por outro lado, em situação de emprego, são os mestres dos 30 aos 39 anos (93,2%) e com 40 anos ou mais (89,7%) que apresentam os índices mais elevados.

Em termos gerais, os mais jovens apresentam as taxas de desemprego mais elevadas (20,9% os desempregados dos 18-23 anos e 24,3% dos 24-29 anos) e são estes que também apostam na continuação dos estudos a tempo inteiro (22% os que estudam a tempo inteiro dos 18-23 anos e 9,4% dos 24-29 anos). O estágio remunerado surge, igualmente, para os diplomados dos grupos etários mais jovens, uma vez que as medidas estágio-emprego5 promovidas pelo Estado Português, no âmbito das políticas ativas de emprego, têm como principais destinatários os jovens (inscritos como desempregados no IEFP) com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos.

Por conseguinte, são os diplomados com idades superiores a 29 anos que apresentam os índices de emprego mais elevados.

Quadro 8 –Distribuição dos inquiridos por situação profissional, grupo etário e ciclo de estudos (%)

1.º CICLO Empregado Realizar estágio remunerado

Realizar estágio

não remunerado Desempregado

Estudar a tempo inteiro 18 – 23 anos 40,1% 14,7% 1,1% 21,5% 22,6% 24 – 29 anos 47,8% 14,9% 1,0% 25,4% 10,9% 30 – 39 anos 81,6% 4,1% 1,0% 13,3% 0,0% 40 anos ou mais 87,7% 0,0% 0,0% 12,3% 0,0%

2.º CICLO Empregado Realizar estágio remunerado

Realizar estágio

não remunerado Desempregado

Estudar a tempo inteiro 18 – 23 anos 60,0% 40,0% 0,0% 0,0% 0,0% 24 – 29 anos 58,8% 23,5% 0,0% 17,6% 0,0% 30 – 39 anos 93,2% 0,0% 0,0% 6,8% 0,0% 40 anos ou mais 89,7% 0,0% 0,0% 10,3% 0,0% TOTAL GERAL (1.º e 2.º CICLO) Empregado Realizar estágio remunerado Realizar estágio

não remunerado Desempregado

Estudar a tempo inteiro 18 – 23 anos 40,7% 15,4% 1,1% 20,9% 22,0% 24 – 29 anos 49,4% 16,2% 0,9% 24,3% 9,4% 30 – 39 anos 86,5% 2,3% 0,6% 10,5% 0,0% 40 anos ou mais 88,3% 0,0% 0,0% 11,7% 0,0%

3.1.2 – Tempo de espera na obtenção de emprego

No 1.º ciclo são 39,2% os inquiridos que indicam estar empregados antes de terem ingressado no curso de licenciatura, sendo 11,7% os que afirmam ter conseguido emprego ainda antes da

5

Também beneficiam desta medida os inscritos como desempregados à procura de novo emprego no IEFP, com idade superior a 30 anos, desde que tenham obtido há menos de três anos uma qualificação de nível 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou 8 do QNQ e não tenham registos de remunerações na segurança social nos 12 meses anteriores à entrada da candidatura (Portaria n.º 204-B/2013, de 18 de junho, alterada pelas Portaria n.º 375/2013, de 27 de dezembro, Portaria n.º 20-A/2014, de 30 de janeiro e Portaria n.º 149-B/2014, de 24 de julho).

(24)

Página 24

conclusão do mesmo. Para 40,5% destes licenciados a sua inserção no mercado de trabalho efetivou-se no primeiro ano após a conclusão da licenciatura, constatando-se serem apenas 8,6% os que esperaram mais de um ano para obterem um emprego. Na análise por escola verifica-se que na ESTB/IPS mais de metade dos inquiridos já trabalhava aquando do ingresso no curso (53,3%) destacando-se os licenciados na ESS/IPS que, na sua maioria (60%), obtiveram emprego até um ano após a conclusão do curso. A inserção no mercado trabalho, ainda no decorrer dos estudos, surge para 17% dos inquiridos licenciados da ESTS/IPS e 14,7% na ESCE/IPS. A ESE/IPS é a escola que apresenta a taxa de empregabilidade mais elevada, no 1.º mês após a conclusão do grau académico (17%).

No que respeita aos inquiridos do 2.º ciclo, constata-se que 83,2% já trabalhavam quando ingressaram no curso de mestrado e 8% obtiveram emprego ainda no decorrer do mesmo. Todos os mestres da ESTB/IPS e da ESS/IPS já desenvolviam uma atividade profissional antes de iniciar o mestrado. Na ESCE/IPS os inquiridos que não trabalhavam antes do ingresso no curso conseguiram fazê-lo ainda no decorrer do mesmo (8,2%).

Globalmente, cerca de metade dos inquiridos já se encontrava a trabalhar antes de iniciarem o curso (50,5%) e 32% referem que a sua inserção na vida ativa ocorreu no primeiro ano após a conclusão do mesmo.

Quadro 9 –Distribuição dos inquiridos por tempo de espera para obtenção de emprego, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Antes de iniciar o curso Antes da conclusão do curso Até 1 mês após conclusão do curso No 1.º semestre após conclusão do curso No 2.º semestre após conclusão do curso Mais de 1 ano após conclusão do curso ESTS/IPS 45,0% 17,0% 12,0% 11,0% 12,0% 3,0% ESE/IPS 34,0% 8,5% 17,0% 12,8% 10,6% 17,0% ESCE/IPS 42,7% 14,7% 11,2% 12,6% 15,4% 3,5% ESTB/IPS 53,3% 0,0% 0,0% 6,7% 13,3% 26,7% ESS/IPS 20,0% 0,0% 5,5% 21,8% 32,7% 20,0% TOTAL IPS 39,2% 11,7% 10,8% 13,3% 16,4% 8,6%

2.º CICLO Antes de iniciar o curso Antes da conclusão do curso Até 1 mês após conclusão do curso No 1.º semestre após conclusão do curso No 2.º semestre após conclusão do curso Mais de 1 ano após conclusão do curso ESTS/IPS 86,7% 0,0% 6,7% 0,0% 0,0% 6,7% ESE/IPS 67,4% 13,0% 2,2% 13,0% 2,2% 2,2% ESCE/IPS 91,8% 8,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ESTB/IPS 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ESS/IPS 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% TOTAL IPS 83,2% 8,0% 1,6% 4,8% 0,8% 1,6% TOTAL GERAL (1.º e 2.º CICLO) Antes de iniciar o curso Antes da conclusão do curso Até 1 mês após conclusão do curso No 1.º semestre após conclusão do curso No 2.º semestre após conclusão do curso Mais de 1 ano após conclusão do curso ESTS/IPS 50,4% 14,8% 11,3% 9,6% 10,4% 3,5% ESE/IPS 50,5% 10,8% 9,7% 12,9% 6,5% 9,7% ESCE/IPS 55,2% 13,0% 8,3% 9,4% 11,5% 2,6% ESTB/IPS 61,1% 0,0% 0,0% 5,6% 11,1% 22,2% ESS/IPS 34,3% 0,0% 4,5% 17,9% 26,9% 16,4% TOTAL IPS 50,5% 10,7% 8,5% 11,1% 12,4% 6,8%

(25)

3.1.3 – Situação na profissão

Como se pode aferir, no quadro 10, 94,8% dos licenciados trabalham por conta de outrem, sendo apenas 4,4% os que trabalham por conta própria e 0,8% os que referem enquadrar-se noutra situação profissional, uma distribuição que se observa homogénea entre as diversas escolas. Ainda assim, é na ESE/IPS (8,5%), na ESTB/IPS (7,1%) e na ESS/IPS (8,8%) onde se regista os índices mais altos de trabalho por conta própria, apesar de pouco expressivos face aos valores apresentados pelo trabalho por conta de outrem.

Entre os mestres, também o trabalho por conta de outrem é a realidade de praticamente todos os inquiridos (95,2%) verificando-se que apenas na ESE/IPS e na ESCE/IPS se constata a existência de inquiridos que trabalham por conta própria (2,2% e 6,1% respetivamente).

Em termos globais, 94,9% dos inquiridos diplomados, no 1.º e 2.º ciclo, trabalham por conta de outrem, 4,1% desenvolvem uma atividade profissional por conta própria e 1% refere encontrar-se noutra situação profissional.

Quadro 10 –Distribuição dos inquiridos por situação na profissão, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Trabalhador por conta de outrem

Trabalhador por conta

própria Outra Situação

ESTS/IPS 98,0% 1,0% 1,0% ESE/IPS 91,5% 8,5% 0,0% ESCE/IPS 95,8% 3,5% 0,7% ESTB/IPS 92,9% 7,1% 0,0% ESS/IPS 89,5% 8,8% 1,8% TOTAL IPS 94,8% 4,4% 0,8%

2.º CICLO Trabalhador por conta de outrem

Trabalhador por conta

própria Outra Situação

ESTS/IPS 100,0% 0,0% 0,0% ESE/IPS 93,3% 2,2% 4,4% ESCE/IPS 93,9% 6,1% 0,0% ESTB/IPS 100,0% 0,0% 0,0% ESS/IPS 100,0% 0,0% 0,0% TOTAL IPS 95,2% 3,2% 1,6% TOTAL GERAL (1.º e 2.º CICLO)

Trabalhador por conta de outrem

Trabalhador por conta

própria Outra Situação

ESTS/IPS 98,3% 0,9% 0,9% ESE/IPS 92,4% 5,4% 2,2% ESCE/IPS 95,3% 4,1% 0,5% ESTB/IPS 94,1% 5,9% 0,0% ESS/IPS 91,3% 7,2% 1,4% TOTAL IPS 94,9% 4,1% 1,0% 3.1.4 – Vínculo contratual

No que respeita ao vínculo contratual mantido pelos inquiridos licenciados com as entidades empregadoras, conclui-se que cerca de 49,2% possuem um contrato de trabalho sem termo, sendo o contrato a prazo o vínculo mantido por 37,2% dos licenciados empregados.

(26)

Página 26

Da análise por escola, verifica-se que são os licenciados da ESTS/IPS (58%), ESTB/IPS (57,1%) e ESCE/IPS (51%) e da ESTB/IPS que, em maior número, estabeleceram um contrato sem termo com as entidades empregadoras. No entanto, é entre os diplomados da ESTS/IPS que se encontra uma maior diversificação nas relações de trabalho existentes (58% com contrato sem termo, 33% com contrato a prazo, 1% com contrato de prestação de serviços, 1% trabalham ocasionalmente e 7% indicam ainda enquadrar-se noutra situação).

Relativamente aos inquiridos do 2.º ciclo observa-se, também, que o contrato sem termo é o vínculo contratual mais apontado (64%), constatando-se que apenas na ESE/IPS se verifica ser o contrato a prazo o mais referenciado (43,5%). O contrato de prestação de serviços é praticado por 4,3% dos mestres da ESE/IPS e 6,1% pelos mestres da ESCE/IPS, não existindo diplomados do 2.º ciclo a realizar trabalho ocasional (biscates).

Na análise global observa-se que mais de metade dos inquiridos diplomados detém um contrato de trabalho sem termo (53%) e 33,8% indica ser o contrato a prazo o vínculo que mantém com as entidades empregadoras. O contrato de prestação de serviços é realizado por 6% e o trabalho ocasional surge com valores pouco expressivos (0,2%).

Quadro 11 –Distribuição dos inquiridos por vínculo contratual, ciclo de estudos e escola (%)

1.º CICLO Contrato sem Termo Contrato a Prazo Contrato de Prestação de Serviços Trabalho Ocasional

(Biscates) Outra Situação

ESTS/IPS 58,0% 33,0% 1,0% 1,0% 7,0% ESE/IPS 40,4% 40,4% 12,8% 0,0% 6,4% ESCE/IPS 51,0% 40,6% 2,1% 0,0% 6,3% ESTB/IPS 57,1% 21,4% 0,0% 0,0% 21,4% ESS/IPS 33,9% 37,5% 25,0% 0,0% 3,6% TOTAL IPS 49,2% 37,2% 6,7% 0,3% 6,7% 2.º CICLO Contrato sem Termo Contrato a Prazo Contrato de Prestação de Serviços Trabalho Ocasional

(Biscates) Outra Situação

ESTS/IPS 73,3% 26,7% 0,0% 0,0% 0,0% ESE/IPS 39,1% 43,5% 4,3% 0,0% 13,0% ESCE/IPS 75,5% 10,2% 6,1% 0,0% 8,2% ESTB/IPS 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ESS/IPS 91,7% 8,3% 0,0% 0,0% 0,0% TOTAL IPS 64,0% 24,0% 4,0% 0,0% 8,0% TOTAL GERAL (1.º e 2.º CICLO) Contrato sem Termo Contrato a Prazo Contrato de Prestação de Serviços Trabalho Ocasional

(Biscates) Outra Situação

ESTS/IPS 60,0% 32,2% 0,9% 0,9% 6,1% ESE/IPS 39,8% 41,9% 8,6% 0,0% 9,7% ESCE/IPS 57,3% 32,8% 3,1% 0,0% 6,8% ESTB/IPS 64,7% 17,6% 0,0% 0,0% 17,6% ESS/IPS 44,1% 32,4% 20,6% 0,0% 2,9% TOTAL IPS 53,0% 33,8% 6,0% 0,2% 7,0%

(27)

Na relação entre o vínculo contratual e o género, observa-se que são os homens que tendem a beneficiar de uma maior estabilidade profissional. Com efeito, 56% dos inquiridos licenciados do género masculino estabeleceram com a entidade empregadora um contrato de trabalho sem termo, sendo que apenas 42% das mulheres beneficia deste mesmo vínculo contratual. São sobretudo as mulheres que apresentam uma maior precariedade nas relações de trabalho existentes, constatando-se que no contrato a prazo (40,9%) e no contrato de prestação de serviços (9,7%) os valores apresentados são substancialmente superiores entre o género feminino.

No que concerne aos diplomados do 2.º ciclo a tendência mantém-se. Os dados evidenciam que 76,7% dos homens mantém, com as entidades empregadoras, uma relação de trabalho permanente e as mulheres 57,3%.

Neste quadro de análise é possível constatar, em termos gerais (1.º e 2.º ciclo), que são os inquiridos do género masculino que em maioria (59,9%) detém um contrato de trabalho sem termo, sendo as mulheres, por outro lado, as detentoras da taxa mais elevada, no que concerne ao trabalho com contrato a prazo (37,2%) ou de prestação de serviços (7,8%).

Quadro 12 –Distribuição dos inquiridos por vínculo contratual, género e ciclo de estudos (%)

1.º CICLO Contrato sem Termo Contrato a Prazo Contrato de Prestação de Serviços Trabalho Ocasional

(Biscates) Outra Situação

Masculino 56,0% 33,7% 3,8% 0,5% 6,0% Feminino 42,0% 40,9% 9,7% 0,0% 7,4% 2.º CICLO Contrato sem Termo Contrato a Prazo Contrato de Prestação de Serviços Trabalho Ocasional

(Biscates) Outra Situação

Masculino 76,7% 14,0% 4,7% 0,0% 4,7% Feminino 57,3% 29,3% 3,7% 0,0% 9,8% TOTAL GERAL (1.º e 2.º CICLO) Contrato sem Termo Contrato a Prazo Contrato de Prestação de Serviços Trabalho Ocasional

(Biscates) Outra Situação

Masculino 59,9% 30,0% 4,0% 0,4% 5,7%

Feminino 46,9% 37,2% 7,8% 0,0% 8,1%

Em termos de vínculo contratual existente, tendo em conta o tipo e dimensão da entidade empregadora, é possível constatar que são os licenciados inseridos em empresas de grande dimensão que tendem a beneficiar de um contrato de trabalho mais estável, verificando-se que em empresas com mais de 500 empregados 59% detém um contrato de trabalho sem termo. A mesma estabilidade contratual é encontrada pelos licenciados que trabalham em organismos da administração pública (76%) sendo que, nas empresas de pequena dimensão (até 9 empregados) é o contrato de trabalho a prazo que impera (34,2%). A mesma tendência é evidenciado ao nível do 2.º ciclo sendo, igualmente, nas empresas com mais de 500 empregadores e em organismos da administração pública que os mestres encontram maior segurança, em termos de vinculo contratual.

Referências

Documentos relacionados

Para assegurar que a solução de cali‐ bração não alterou a condutibilidade devido a evaporação ou propagação, recomendamos vivamente que a conduti‐ bilidade da solução

O modo PAV+ apresenta a frequência respiratória real do paciente, pois para cada contração diafragmá- tica, há um disparo do ventilador; por isso, aceitam-se

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Acreditamos que o estágio supervisionado na formação de professores é uma oportunidade de reflexão sobre a prática docente, pois os estudantes têm contato

2 - A simples homologação do resultado do concurso púbico e a consequente nomeação de alguns candidatos não retira da parte autora o interesse no reconhecimento

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue