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Josemary Santos e Silva¹, Tiago Henrique de Oliveira¹, Maria Fernanda Abrantes Torres¹

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Academic year: 2021

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ANÁLISE TEMPORAL DA VEGETAÇÃO DE MANGUE NO ESTUARIO

CONJUNTO DOS RIOS PIRAPAMA E JABOATÃO - PE ATRAVÉS DA

UTILIZAÇÃO DE IMAGENS DE SATÉLITE E FOTOGRAFIAS AÉREAS

Josemary Santos e Silva¹, Tiago Henrique de Oliveira¹, Maria Fernanda Abrantes Torres¹ ¹Departamento de Ciências Geográficas – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Av. Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária, CEP: 50670-901 Recife - PE

josy.santos04@gmail.com, thdoliveira5@gmail.com, daetorres@hotmail.com RESUMO

Os manguezais dominam os habitats costeiros de regiões tropicais e subtropicais e caracterizam os ecossistemas estuarinos nessas regiões, constituindo, durante séculos, um importante recurso econômico utilizado pelas populações costeiras dos trópicos. O estuário dos rios Pirapama e Jaboatão vem sofrendo intensos processos de degradação, e por se tratar de um ambiente importante para o desenvolvimento de funções biológicas, exige medidas severas que possam assegurar sua preservação. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar e quantificar temporalmente a situação do bioma mangue no estuário conjunto dos Rios Pirapama e Jaboatão através de fotografias aéreas e imagem HRC do satélite CBERS-2B. Para isto foi realizada a aquisição de 20 fotografias aéreas verticais Pancromáticas P&B de 26-03-1974 e 09-06-1997, através do CONDEPE/FIDEM. As fotografias aéreas foram georreferenciadas e registradas no software Global Mapper 10, através de pontos coletados com o GPS eTrex Vista HCx em campo exploratório inicial. Para o mapeamento atual foi utilizada uma imagem do sensor HRC (Câmera Pancromática de Alta Resolução) do satélite CBERS-2B, com resolução espacial de 2,5m, da órbita 146_C e ponto 109_3 e data de 21 de abril de 2008 cedida pelo INPE. Após estes procedimentos foi realizada a vetorização e quantificação das áreas de mangue. O Mangue corresponde à maior porcentagem da cobertura vegetal da área estudada e está classificado como vegetação de médio e pequeno porte, ficando restrito a pequenos núcleos próximos ao estuário do rio Jaboatão. São encontradas as espécies Rhizophora mangle L., Avicennia sp. Jacq., Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn e Conocarpus erectus L. A área ocupada por vegetação de mangue correspondia a 312,37ha em 1974, 340,46ha, em 1997 e 419,81ha, em 2008, correspondendo a uma expansão de cerca de 34.27% em sua distribuição, o que pode ser justificado pela expansão do mangue em áreas de vegetação rala.

Palavras-chaves: Manguezais; Rios Pirapama e Jaboatão; Sensoriamento Remoto ABSTRACT

The mangroves dominate the coastal habitats of tropical and subtropical regions and characterize the estuarine ecosystems in these regions, constituting, during centuries, an important economical resource used by the coastal populations of the tropics. The estuary of Pirapama and Jaboatão rivers is suffering intense processes of degradation, and is an important environment for the development of biological functions, demanding severe measures to secure its preservation. In this context, the objective of this study is to assess and quantify the temporal condition of the mangrove estuary biome of Pirapama and Jaboatão rivers through aerial photographs and satellite image of the HRC CBERS-2B. It was purchased 20 aerial photographs pancromatic vertical R & B of 26-03-1974 and 09-06-1997 through CONDEPE/FIDEM. The aerial photographs were georreferenced and registered in the Global Mapper software 10, through points collected with GPS eTrex Vista HCx in initial exploratory field sampling. For the current survey was used an image sensor HRC (High-resolution panchromatic camera) of satellite CBERS-2B, with spatial resolution of 2.5 m, the orbit point 146_C and 109_3 from April 21, 2008 provided by INPE. After these proceedings the vectorization and the quantification of the areas of mangrove were carried out. The mangrove corresponds to the greater vegetable covering percentage of the studied area and it is classified as middle and small height vegetation, and is limited by small nucleuses near the estuary of the Jaboatão river. The species found were Rhizophora mangle L., Avicennia sp. Jacq., Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn and Conocarpus erectus L. The area occupied by mangrove vegetation was corresponding to 312.37ha in 1974, 340.46ha, in 1997 and 419.81ha, in 2008, corresponding to an expansion of around 34.27 % in its distribution, which can be justified by the expansion of the mangrove in areas of sparse vegetation.

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INTRODUÇÃO

Os manguezais dominam os habitats costeiros de regiões tropicais e subtropicais e caracterizam os ecossistemas estuarinos nessas regiões, constituindo, durante séculos, um importante recurso econômico utilizado pelas populações costeiras dos trópicos. Este ecossistema coloniza depósitos sedimentares formados por vasas lamosas, argilosas ou arenosas, ocupando a faixa do entre marés até o limite superior das preamares equinociais. Ao longo do litoral brasileiro (do Amapá à Santa Catarina) apresenta-se distribuído de forma descontínua, podendo apresentar um continuum de feições distintas em função do perfil da linha de costa e das freqüências e amplitude das marés (SCHAEFFER-NOVELLI et al., 2002). No Brasil os manguezais são protegidos pelo Código Florestal, reconhecidos como Áreas de Preservação Permanente (APP), mas encontram-se ameaçados devido a vários fatores como: a expansão de áreas urbanas e portuárias, turismo e pesca predatória, poluição por derramamento de petróleo e esgotos domésticos ou industriais, aterros e construção civil, extração de madeira e a carcinicultura desordenada e ilegal.

O sensoriamento remoto tornou-se uma importante ferramenta para caracterizar e analisar paisagens, especialmente em ecossistemas tropicais (BRONDIZIO, 2002; MORAN et al., 1994; WOOD et al., 2002). Carvalho (2001) afirma que a atual produção de imagens de alta resolução somada às crescentes séries temporais acumuladas desde os anos setenta precisam ser mais bem exploradas. O campo de estudos dos usos e cobertura da Terra através do sensoriamento remoto foi consolidado a partir de aplicações das ciências computacionais e biofísicas. As investigações originalmente privilegiavam processos físicos, químicos ou ambientais, tais como mudanças atmosféricas em larga escala e fenômenos biológicos (CONANT, 1990), porém pesquisas mais recentes demonstraram a importância da combinação das ciências sociais e da ecologia com a tecnologia do sensoriamento remoto (LIVERMAN et al., 1998). A cobertura da Terra inclui elementos naturais da paisagem, como áreas recobertas por vegetação e aquelas com comunidades humanas e infra-estrutura (VANWEY et al., 2005).

Segundo Noriega (2004), o estuário conjunto dos rios Jaboatão e Pirapama é um corpo hídrico importante para o desenvolvimento de atividades diversas como: recreação, área de lazer, e fonte natural de cultivo de espécies aquáticas. Porém, este estuário vem sofrendo intensos processos de degradação, e por se tratar de um ambiente importante para o desenvolvimento de funções biológicas, exige medidas severas que possam assegurar sua preservação. Desta forma, este trabalho tem como objetivo analisar e quantificar temporalmente o crescimento da cobertura vegetal de mangue no estuário conjunto dos Rios Pirapama e Jaboatão através de fotografias aéreas e imagem HRC do satélite CBERS-2B.

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MATERIAL E MÉTODOS

O estuário conjunto dos rios Pirapama Jaboatão está localizado na divisa dos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, na porção oriental do Estado de Pernambuco, entre as coordenadas 8º14’34’’S e 8º14’28’’ S; 34º58’25’’W e 34º55’25’’ W (Figura 1).

Figura 1. Mapa de localização do estuário conjunto dos rios Pirapama e Jaboatão – PE.

A análise temporal da vegetação de mangue foi realizada através da utilização de fotografias aéreas e imagem do sensor HRC do satélite CBERS-2B.

Inicialmente foi realizada a aquisição de 20 fotografias aéreas verticais Pancromáticas P&B das datas de 26-03-1974 e 09-06-1997, através do CONDEPE/FIDEM. As fotografias aéreas foram georreferenciadas para o Sistema de Projeção UTM – Datum SAD-69. Para realização do registro das imagens foi realizado um campo exploratório inicial onde foram coletados 10 pontos com o GPS eTrex Vista HCx e registradas no software Global Mapper 10.

Para a confecção do mapa de Uso e cobertura do solo atual foi utilizada uma imagem do sensor HRC (Câmera Pancromática de Alta Resolução) do satélite CBERS-2B, da órbita 146_C e ponto 109_3 com data de imageamento em 21 de abril de 2008. A HRC possui uma resolução espacial nominal de 2,7m, e foi obtida através de acesso ao Catalogo de Imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, sendo também registrada através dos pontos coletados in loco. Após estes procedimentos foram definidas as classes de uso e cobertura as quais o estuário encontra-se submetido e realizada a vetorização e quantificação das áreas ocupadas pelo ecossistema manguezal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A área ocupada por manguezal no estuário conjunto dos rios Pirapama e Jaboatão corresponde à maior porcentagem da cobertura vegetal e está classificada como vegetação de médio e pequeno porte,

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ficando restrita a pequenos núcleos próximos ao estuário do rio Jaboatão. O bosque de mangue é composto pelas espécies Rhizophora mangle L., Avicennia sp., Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn e Conocarpus erectus L.(CPRM, 1997).

A análise do uso e ocupação do solo durante período estudado (1974 a 2008) mostrou que houve um acelerado incremento dos processos de urbanização e industrialização, e também uma expansão dos manguezais. Por outro lado, as áreas ocupadas por vegetação rala e solo exposto e por tanques de carcinicultura apresentaram uma diminuição.

Em 1974 a maior parte da área era ocupada por vegetação esparsa com presença de árvores de porte médio, vegetação rala e manguezais, com alguns setores onde a vegetação foi retirada para a implantação de culturas como plantação de coco e tanques para cultivo de camarão. O processo urbano-industrial era ainda muito incipiente (Figura 2).

Na imagem de 1997 é possível observar um nítido crescimento dos núcleos urbanos e industriais, sobretudo nas áreas anteriormente ocupadas por vegetação rala. Por outro lado, houve uma redução do espaço utilizado para a carcinicultura. A vegetação de mangue, por sua vez, apresentou um crescimento contínuo e expressivo (Figura 3).

Em 2008 as ocupações urbanas e industriais abrangem um espaço bem maior em relação aos anos anteriores. Ao contrário do que seria esperado, a área ocupada por manguezais também aumentou, se expandindo para locais antes ocupados por vegetação rala (Figura 4).

Desta forma, a área ocupada por vegetação de mangue, que correspondia a 312,37ha em 1974 e 340,46ha em 1997, em 2008 totalizou 419,81ha, correspondendo a uma expansão de 34.27% em sua distribuição. Este incremento pode ser justificado pela expansão do mangue em áreas de vegetação rala (Figura 5).

É importante ressaltar que os manguezais são dinâmicos, possuem crescimento contínuo e constante, se restabelecem e se renovam devido às suas características peculiares que lhes proporcionam sobrevivência e regeneração mesmo estando submetidos a ações antrópicas (DUKE, 2001 apud MENGHINI et al., 2007).

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Evolução da Área de Mangue (ha) 0 100 200 300 400 500 Anos Á re a ( h a ) Mangue 312,37 340,46 419,91

Ano de 1974 Ano de 1997 Ano de 2008

Figura 4. Mapa de uso e ocupação do solo do ano de 2008. Figura 5. Área ocupada pela vegetação de mangue nos anos

de 1974, 1997 e 2008.

CONCLUSÕES

A expansão 34.27% na distribuição dos bosques de mangues pode ser atribuída à sua alta capacidade de regeneração, o que possibilitou sua expansão em áreas de vegetação rala.

As técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto constituem ferramentas essenciais na análise temporal dos processos de uso e ocupação do solo, fornecendo subsídios no levantamento, distribuição, qualidade e quantidade da cobertura vegetal de um determinado ecossistema, mais especificamente em áreas de mangues.

REFERÊNCIAS

BRONDIZIO, E. S. et al. The colonist footprint: toward a conceptual framework of land use and deforestation trajectories among small farmers in the Amazonian frontier. In: WOOD, C. H.; PORRO, R. (Ed.). Deforestation and land Use

in the Amazon. Gainesville, FL: University Press of Florida, 2002. p. 133-161.

CONANT, F. P. 1990 and beyond: satellite remote sensing and ecological anthropology. In: MORAN, E. F. (Ed.). The

Ecosystem Approach in Anthropology. Ann Arbor, MI: The University of Michigan Press, 1990. p. 323-356.

CARVALHO, L. M. T. Mapping and Monitoring Forest Remnants, a multiscale analysis of spatio-temporal data. 138 p. Tese (PhD em Sensoriamento Remoto), Wageningen University, Wageningen. , 2001.

CPRM (COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS); FIDEM (FUNDAÇÃO DE

DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA). Atlas do meio Físico de Jaboatão dos Guararapes. Recife, 1997.

LIVERMAN, D. et al. People and Pixels: Linking Remote Sensing and Social Science. Washington, D. C.: National Academy Press, 1998.

MENGHINI, P. R. CUNHA-LIGNON, M., COELHO JUNIOR, C., SCHAEFFER-NOVELLI. Análise Temporal dos

Impactos Antrópicos e da Regeneração Natural em Manguezais da ilha de Barnabé (Baixada Santista, SP, Brasil) obtida através de fotografias aéreas. In: Anais do XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,

Florianópolis, Brasil, 21-26 Abril 2007, INPE, p.4037-4044.

MORAN, E. F. et al. Integrating Amazonian vegetation, land-use, and satellite data. Bioscience, Washington, DC, v. 44, n. 5, p. 329-338, may 1994.

SCHAEFFER-NOVELLI, Y, COELHO JÚNIOR, C. TOGNELA- DE- ROSA, M. Manguezais. Série Investigando. Editora Ática. 2002. 56 p

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VANWEY, L. K.; OSTROM, E.; MERETSKY, V. Theories underlying the study of human-environment interactions. In:MORAN, E. F.; OSTROM, E. (Ed.). Seeing the Forest and the Trees: Human-Environment Interactions in

Forest Ecosystems. Cambridge, MA: The MIT Press, 2005. p. 23-56.

WOOD, C. H.; PORRO, R. (Eds.). Deforestation and land Use in the Amazon. Gainesville, FL: University Press of Florida ed, 2002.

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