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Doutrina cooperativista

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Academic year: 2021

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e-T ec Br asil – A ssoci ativism o e Cooper ativism o

Doutrina cooperativista

Adriana Ventola Marra

Aula

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Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 83 META

Apresentar os valores e os princípios do

cooperativismo, bem como seus principais símbolos, no Brasil e no mundo.

OBJETIVOS

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. identificar os valores do cooperativismo; 2. reconhecer os princípios do movimento cooperativista;

3. identificar símbolos que representam o cooperativismo em diversos produtos.

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Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 83

Os valores do cooperativismo

Na Aula 4, dedicamo-nos exclusivamente às associações, mostrando quais são seus tipos e como devemos fazer para montar uma associação.

Nesta aula, retomaremos o cooperativismo e sua DOUTRINA. Então, vamos

começar apresentando os valores do cooperativismo.

DOUTRINA Conjunto de valores e princípios em que se baseia a filosofia do cooperativismo. Se você tiver alguma dúvida entre cooperativas e associações, releia a Aula 3 para relembrar as diferenças.

Todas as organizações e as sociedades em geral são criadas com base em valores considerados fundamentais para seu melhor funcionamento.

E você sabe o que são valores?

Valores são aspectos que orientam as pessoas nas suas práticas diárias e nos seus relacionamentos com outras pessoas e instituições. Em suma, os valores são qualidades pelas quais as instituições são reconhecidas, são méritos que fazem parte dos ideais e da moral de uma entidade.

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e-T ec Br asil - A ssoci ativism o e Cooper ativism o 84 Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 85

No cooperativismo, os valores fazem parte da prática cooperativista desde seus precursores e dos pioneiros de Rochdale (Aula 2). Observe a Figura 5.1:

Destacamos a seguir os valores do cooperativismo, conforme demonstrado na Figura 5.1.

1. Ajuda mútua, solidariedade e preocupação com o semelhante: a cooperativa pretende que todos se esforcem e trabalhem juntos, ajudando-se mutuamente. Por exemplo, quando algum produtor rural, membro da cooperativa, está passando por alguma dificuldade (uma praga em sua plantação, problemas financeiros etc.), os demais cooperados devem ajudá-lo a superar esse momento. Esse valor também está intimamente ligado aos aspectos da responsabilidade social das cooperativas.

2. Responsabilidade: os cooperados devem ter atitudes responsáveis para não prejudicar os demais membros da cooperativa nem seus clientes e fornecedores. A responsabilidade traduz-se em seguir as orientações da cooperativa, quanto à qualidade da produção; participar efetivamente de todas as ações da cooperativa, dando opiniões e sugestões, respeitando as decisões do grupo; e responsabilidade financeira, evitando o endividamento.

Ajuda mútua, solidariedade e preocupação

com o semelhante

Responsabilidade Democracia Igualdade e eqüidade Responsabilidade social

Figura 5.1: Valores do cooperativismo.

Honestidade e transparência

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e-T ec Br asil - A ssoci ativism o e Cooper ativism o 84 Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 85

3. Democracia: as decisões, principalmente de grande importância, devem ser tomadas em assembléias em que todos tenham acesso e cada membro tenha um voto. Nas próximas aulas, abordaremos em detalhes como funciona uma assembléia.

4. Igualdade e eqüidade: eqüidade quer dizer a atitude de reconhecer impar-cialmente o direito de cada pessoa. Portanto, na cooperativa não pode haver distinção de pessoas; todos devem ser tratados igualmente. Todos os associados têm iguais direitos e deveres. É totalmente contra seus valores o surgimento de grupos privilegiados, ou seja, algumas pessoas serem melhor tratadas em função de sua condição social ou parentesco, por exemplo.

5. Responsabilidade social: os dirigentes da cooperativa e os cooperados devem orientar suas ações de forma a proporcionar benefícios à sociedade. Podemos citar como exemplos de responsabilidade social: a participação dos membros da cooperativa como voluntários em projetos sociais da comunidade; a própria cooperativa, patro-cinando projetos de preservação do meio ambiente; a educação de jovens e crianças em comunidades carentes, oferecidos pela cooperativa; entre outros.

Curiosidade

A maior cooperativa de saúde do Brasil, a Unimed, criou, em 2003, o Selo de Responsabilidade Social. Esse selo vem reforçar em suas cooperativas (a Unimed é uma cooperativa de 2o. grau, como veremos na próxima aula)a noção

de responsabilidade com a sociedade. Para receber o selo, as cooperativas da Unimed apresentam relatórios, mostrando suas ações de responsabilidade social em suas áreas de cobertura.

A avaliação é baseada em critérios inspirados em outras instituições, como Fundação Bradesco, Instituto C&A e nos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social.

Veja mais detalhes no site http://www.unimed.com.br.

6. Honestidade e transparência: os dirigentes devem administrar a cooperativa com a máxima honestidade e transparência, buscando e incentivando a participação crescente dos cooperados. Os relatórios financeiros e contábeis da cooperativa devem ser acessíveis a todos os cooperados, ou seja, eles têm o direito de olhar e conferir

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esses documentos quando acharem necessário. Todas as ações da cooperativa devem ser claras, de forma que todos os cooperados tenham informações sobre o que acontece na gestão da entidade.

Explicativo

Toda pessoa jurídica (empresa, cooperativa, associação, entre outras) tem de registrar todas as suas movimentações financeiras em relatórios. Os mais conhecidos são o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício (onde é levantado se a empresa teve lucro ou prejuízo naquele período de tempo).

Atende ao Objetivo 1

Atividade

1

Diante dos valores do cooperativismo apresentados anteriormente, faça uma compa-ração entre os valores que você e sua família preservam no relacionamento com outras pessoas. Você percebeu alguma relação com os valores do cooperativismo? Identifique e descreva tais relações.

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Princípios do cooperativismo

Além de valores, todos nós temos princípios que são revelados por nossas atitudes, representando o que acreditamos como sendo certo, correto, leal etc.

No caso do cooperativismo, seus princípios são as DIRETRIZES que orientam

as cooperativas para colocarem seus valores em prática. Isso quer dizer que a existência de uma Doutrina Cooperativista (conjunto de valores e princípios) rege a estrutura e o funcionamento das cooperativas e serve como base de crescimento e desenvolvimento.

Esses princípios são originários da primeira cooperativa de Rochdale e ao longo dos anos passaram por processos de adaptação, adequando-se às novas formas de organização da sociedade. Sua última atualização foi em 1995, no congresso comemorativo ao centenário do cooperativismo, realizado pela ACI (Aliança Cooperativa Internacional), quando foram aperfeiçoados e adequados, embora tenham acontecido, anteriormente, outras duas reformulações nos Congressos da ACI de 1937 e 1966.

Atualmente, os princípios do cooperativismo são:

1. Adesão livre e voluntária

Cooperativas são organizações voluntárias abertas a todos para usar seus serviços e que estejam dispostos a aceitar suas responsabilidades de membro sem discriminação de gênero, de classe social, de raça, de IDEOLOGIApolíticade

orientação sexual ou religiosa (Figura 5.2). Em outras palavras, podemos dizer que as portas de uma cooperativa devem estar sempre abertas à entrada e saída de pessoas que tenham os mesmos objetivos e que respeitem suas normas. Por exemplo, você é um produtor de leite de determinada região na qual já existe uma cooperativa de produtores de leite. Você, em momento algum, pode ser forçado ou coagido a fazer parte da cooperativa, pois sua adesão é livre e voluntária. Contudo, uma vez que decida fazer parte de uma cooperativa, proponha-se a respeitar e cumprir todas as suas normas, os outros cooperados não podem impedi-lo de fazer parte desse grupo.

DIRETRIZES

Conjunto de instruções ou indicações para nortearem os negócios em uma organização.

IDEOLOGIA

Maneira de pensar que caracteriza um indivíduo ou um grupo de pessoas.

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2. Controle democrático pelos membros

Cooperativas são organizações democráticas nas quais os sócios (cooperados) participam ativamente do processo de decisão através do voto. Independentemente do número de cotas possuídas, cada cooperado tem direito a apenas um voto, valendo pelo que é, e não pelo que tem.Em outras palavras, um cooperado pode ser mais rico e poderoso do que os outros, mas seu voto terá o mesmo valor que o dos demais. Os cooperados elegem alguns sócios para representá-los na administração e na fiscalização das cooperativas, ficando esses submetidos às decisões da assembléia de cooperados.

O melhor exemplo desse controle democrático é que a maior autoridade da cooperativa não é seu presidente, e sim a assembléia de cooperados. Todos os cooperados fazem parte da assembléia e podem a qualquer momento vetar (proibir, não autorizar) uma decisão do presidente ou da diretoria.

Nas próximas aulas, estudaremos mais detalhadamente como funciona a organi-zação administrativa de uma cooperativa e associação.

Gostaria de fazer parte da

cooperativa

Seja bem-vinda! Venha conhecer como

funcionamos!

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e-T ec Br asil - A ssoci ativism o e Cooper ativism o 88 Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 89 3. Participação econômica dos membros

Cada membro contribui igualmente com recursos financeiros (dinheiro) para a formação do capital da cooperativa. Da mesma forma como aconteceu com os Pioneiros de Rochdale (28 libras), parte desse capital é de propriedade comum da cooperativa, sendo utilizado para seu crescimento. Os membros sempre recebem, quando houver, uma remuneração limitada ao capital que cada um integralizou no momento de sua entrada na cooperativa. Por exemplo, ao entrar na cooperativa, cada membro integralizou um capital de R$ 500,00, o retorno financeiro de cada um será limitado a esse valor.

E se a atividade da cooperativa render um retorno maior que os R$ 500,00 de cada cooperado?

Nesse caso, existem sobras financeiras. Você pode estar se perguntando: O que é isso? Lembre-se de que a cooperativa é uma entidade sem fins lucrativos; portanto, se ela recebe mais do que gasta, ela não tem lucro, ela tem sobras financeiras.

E havendo as sobras financeiras, os associados podem destiná-las para os seguintes propósitos:

• Investimentos na própria cooperativa: construção de instalações, aquisição de novos equipamentos, treinamento dos funcionários, desenvolvimento de novos produtos, entre outros.

• Distribuição entre os cooperados, respeitando a proporção das suas transações com a cooperativa (Figura 5.3). Voltando ao caso da cooperativa de leite, aquele membro que entregou uma maior quantidade de leite durante o ano teria direito a receber o dinheiro proporcionalmente à sua atividade, ou seja, mais do que aquele que entregou menos.

• Apoio a quaisquer outras atividades aprovadas pelos membros, tais como: viagem de membros da diretoria para conhecer outras cooperativas, projetos sociais (de acordo com os valores de responsabilidade social), manutenção de uma reserva financeira para fazer frente a imprevistos.

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e-T ec Br asil - A ssoci ativism o e Cooper ativism o 90 Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 91 4. Autonomia e Independência

O funcionamento da cooperativa é controlado pelos seus associados, que são os donos do negócio. Em outras palavras, a cooperativa tem total AUTONOMIA e

independência em suas ações, não dependendo de outras instituições públicas ou organismos externos.

Essa autonomia deve ser garantida mesmo quando a cooperativa necessita buscar empréstimos em organismos nacionais ou internacionais. Isso deve ser feito em condições que assegurem o controle democrático pelos cooperados. Mesmo quando uma cooperativa se associa a organismos internacionais de pesquisa para o aperfeiçoamento de seus produtos deve ficar claro que em hipótese alguma esse organismo pode interferir na gestão da cooperativa.

Figura 5.3: Participação econômica dos membros.

AUTONOMIA Liberdade político-administrativa que partidos, sindicatos, corporações, cooperativas têm em relação ao país ou à comunidade política dos quais fazem parte.

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e-T ec Br asil - A ssoci ativism o e Cooper ativism o 90 Aula 5 – Doutrin a cooper ativista 91 5. Educação, treinamento, informações

As cooperativas devem ter sempre como objetivo a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, capacitando-os para a prática cooperativista, para o uso de equipamentos e de técnicas no processo produtivo, e comercial. Isso acontece quando ela promove palestras,

tem CONVÊNIOScom escolas ou sistemas de ensino para treinar seus membros em

novas técnicas, entre outros.

CONVÊNIO

Acordo de prestação de serviços existente entre duas ou mais pessoas jurídicas.

Multimídia

Uma prática constante das cooperativas agropecuárias brasileiras é o convênio com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em que são ministrados cursos de qualificação e aperfeiçoamento nas mais diversas áreas para os cooperados. Entre no site http://www.senar.org.br e veja mais informações.

As cooperativas também buscam informar à comunidade em geral, particularmente aos jovens, sobre a cultura da cooperação e suas vantagens. Elas realizam palestras em escolas e distribuem panfletos e material explicativo sobre a doutrina cooperativista. Nesse sentido, as cooperativas podem contar com a ajuda do SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo). Veremos mais detalhes sobre o SESCOOP na Aula 6.

6. Cooperação entre cooperativas (intercooperação)

As cooperativas devem trabalhar juntas para que haja um intercâmbio de informações, produtos e serviços (Figura 5.4). Dessa forma, prestam melhores serviços a seus associados e fortalecem o movimento cooperativista.

As cooperativas são organizadas em entidades representativas que facilitam a intercooperação. As várias cooperativas de todos os ramos de atividades de Minas Gerais, por exemplo, são representadas pela Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais. Isso acontece em todos os Estados brasileiros.

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A cooperação entre as cooperativas acontece principalmente quando elas trocam informações sobre suas técnicas de produção, quando uma cooperativa maior se torna cliente de uma cooperativa menor, quando uma cooperativa de determinado ramo de atividade presta serviços para outra de outro ramo – uma cooperativa de transporte prestando serviços para cooperativas agropecuárias, por exemplo. Essas são apenas algumas das situações de intercooperação.

7. Preocupação com a comunidade

As cooperativas trabalham para o bem-estar de suas comunidades por meio da execução de programas socioculturais, aprovados pelos seus membros, colocando em prática o valor de responsabilidade social, como vimos no exemplo da Unimed. Esse último princípio foi incorporado em 1995.

Figura 5.4: Intercooperação.

Multimídia

Além da Unimed, temos exemplos de muitas outras cooperativas que realizam boas ações de responsabilidade social. Veja o site da http://www.cotrijal.com.br (Cooperativa Agropecuária e Industrial) e clique no link de responsabilidade social para ver o balanço de suas ações sociais que incluem campanhas de solidariedade e trabalhos voluntários, bem como parcerias para embelezamento e manutenção de espaços públicos e de proteção ambiental.

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Enumere três ações que uma cooperativa pode realizar para seguir os princípios do movimento cooperativista apresentados nesta aula.

Símbolos do cooperativismo

O cooperativismo possui uma simbologia própria: um emblema e uma bandeira. Esses símbolos são utilizados e reconhecidos por todas as cooperativas do mundo.

• O emblema do cooperativismo

Estudaremos primeiro o emblema, que, com certeza, você já viu em alguns produtos ou serviços que consome em sua casa, pois todos os produtos ou serviços feitos por uma cooperativa devem ter esse emblema na embalagem.

O emblema é uma representação simbólica, acompanhada ou não de legenda, que se apresenta como sinal que distingue uma instituição de outras. Cada elemento que compõe o emblema do cooperativismo tem um significado especial. Vejamos cada um deles na Figura 5.5:

Atende ao Objetivo 2

Atividade

2

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Observando o emblema, a parte que se destaca é a dos dois pinheiros unidos. Segundo a tradição cristã, o pinheiro é o símbolo da imortalidade e da fecundidade; isso se dá por ser uma árvore bastante resistente que brota em qualquer terreno. Os pinheiros estão juntos para enfatizar o aspecto da cooperação e de que a união faz a força. O círculo em volta dos pinheiros quer destacar a questão da continuidade, representando a vida eterna da cooperativa. A cor verde das árvores reforça o princípio vital na natureza e o amarelo está representando o Sol como fonte de energia.

Os idealizadores desse emblema quiseram retratar a doutrina cooperativista na figura. Sua simbologia indica a união do movimento cooperativista mundial, a imortalidade de seus princípios, que permanecem desde 1844, e a fecundidade de seus ideais, pois o número de novas cooperativas aumenta dia-a-dia.

• A bandeira do cooperativismo

A bandeira do movimento cooperativista tem sete cores, representadas na imagem de um arco-íris. Cada cor representa uma qualidade do cooperativismo (Figura 5.6).

Figura 5.6: Bandeira que simboliza o cooperativismo no mundo.

A primeira cor – da esquerda para a direita – é o vermelho, que representa a coragem. A segunda é o alaranjado, representando uma visão de futuro. A terceira, o amarelo, indicando a força e a energia dos cooperados. A quarta é o verde, que indica o crescimento de cada um dos cooperados e da cooperativa. A quinta é o azul, que representa o princípio do interesse pela comunidade e a responsabilidade social. A sexta é o anil, que indica também a necessidade de ajudar a si e aos outros. Por último, é a cor violeta, que significa o calor humano e o companheirismo.

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Além das cores do arco-íris, temos a sigla da ACI, escrita embaixo, na cor violeta, com um fundo branco e algumas pombas da paz, saindo do arco-íris. Essa bandeira tradicional foi modificada em 2001. A ACI (Associação Internacional das Cooperativas) resolveu por sua mudança, pois a primeira bandeira estava sendo utilizada indevidamente por alguns grupos não-cooperativos. Contudo, no Brasil, o emblema é muito mais conhecido do que a bandeira.

Explicativo

A primeira bandeira do Cooperativismo surgiu no século XVIII, pelas mãos do precursor do Cooperativismo na França, Charles Fourier. Ele adotou a bandeira com as sete cores do arco-íris como símbolo da comunidade ideal em bases cooperativas que ele havia fundado.

Curiosidade

Além da bandeira e do emblema é comemorado o dia do cooperativismo, no primeiro sábado de julho. O dia do cooperativismo foi instituído em 1923, no Congresso da ACI, com o objetivo de comemorar a confraternização de todos os povos ligados pelo cooperativismo.

Devemos lembrar que os símbolos do cooperativismo são principalmente utili-zados para identificar os produtos e serviços realiutili-zados por cooperativas, que, ao exibirem o símbolo do cooperativismo, em qualquer país, de qualquer língua, quaisquer que sejam os princípios religiosos ou políticos, estarão divulgando a doutrina cooperativista e indicando que tais produtos e serviços terão sido produzidos com base nos valores de cooperação.

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Você certamente já usou algum produto ou serviço feito por cooperativas, embora não tenha se dado conta disso. Procure identificar em produtos de limpeza, alimentos e/ou serviços de transporte, médicos, educacionais, entre outros, os símbolos apresentados nesta aula. Se quiser, comente sobre a qualidade dos produtos.

Atende ao Objetivo 3

Atividade

3

Resumindo...

Apresentamos vários aspectos da doutrina cooperativista, onde foram destacados:

• Os valores do cooperativismo, que são a ajuda mútua e a solidariedade, a responsabilidade, a democracia, a igualdade e a eqüidade, a honestidade e a transparência, a responsabilidade social e a preocupação com o semelhante.

• Os sete princípios cooperativistas, que são as linhas orientadoras por meio das quais as cooperativas levam seus valores à prática. Os sete princípios do cooperativismo são os seguintes: a adesão voluntária e livre, gestão democrática pelos membros, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação, formação e informação, intercooperação, interesse pela comunidade.

• Os símbolos do cooperativismo são o emblema e a bandeira.

• Esses símbolos são conhecidos mundialmente e servem para identificar os produtos e serviços produzidos por cooperativas, além de divulgar a doutrina cooperativista.

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Atividade 1

Sua resposta é pessoal, dependendo dos valores específicos de sua família. Esses valores guiam as ações desse grupo, da sua família. Mas, em sua análise, você provavelmente incluiu: auto-ajuda, responsabilidade própria, democracia, igualdade, eqüidade e solidariedade, honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação com o semelhante, valores que guiam as ações dos cooperados em suas cooperativas.

Atividade 2

Podem ser dados exemplos de ações que envolvam escolas para filhos de coope-rados, palestras em comunidades carentes divulgando e explicando a doutrina cooperativista e até o auxílio da própria cooperativa para que determinado grupo funde uma outra cooperativa, melhorando excepcionalmente as condições de vida desse grupo por meio da cultura da cooperação.

Atividade 3

Você pode buscar exemplos nos produtos alimentícios consumidos em sua casa. Por exemplo, grande parte dos laticínios que consumimos em nossa casa é produzida em cooperativas de leite. Se você encontrou alguns desses produtos, procure identificar em que cooperativa é produzida e qual o seu endereço.

Referências bibliográficas

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98 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário eletrônico Aurélio Século XXI.

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FERREIRA, M. A. M.; BRAGA, M. J. Diversificação e Competitividade nas Cooperativas Agropecuárias. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 8, n. 4, 2004.

GAWLAK, A.; RATZKE, F. A. y. Cooperativismo: primeiras lições. Brasília: Sescoop, 2004.

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Referências

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