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Tu dizes que eu sou Rei

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Academic year: 2021

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34º Domingo Do Tempo Comum – Ano B

Solenidade De Jesus Cristo, Rei Do Universo

25 de novembro de 2018

“Tu dizes que eu sou Rei”

Jo 18,37

Leituras: Daniel 7, 13-14; Salmo 93 (92), 1ab.1c-2.5 (R/1a); Apocalipse 1, 5-8; João 18, 33b-37.

Cor Litúrgica: BRANCA OU DOURADA

Animador: Encerrando, com esta solenidade, o ano litúrgico, proclamamos Cristo, Senhor e Rei do Universo, que vence o anti-Reino deste mundo, cumpre sua missão, a medida que se faz servo e entrega sua vida em defesa dos pobres e humilhados, podendo, assim, reconciliar a humanidade com Deus, o Pai misericordioso. Hoje, também, comemoramos o “Dia do Leigo(a)” que é chamado a transformar o mundo no “reino da verdade e da vida, reino de santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz” (cf. Prefácio da Festa de Cristo rei). Por isso, unamos nossas orações por tantos homens e mulheres que trabalham em nossas comunidades.

1. Situando-nos brevemente:

Nossa sociedade é marcada pela passagem do ano civil, que tem início em 1º de janeiro e culmina no dia 31 de dezembro. Este é um tempo cronológico. Porém, na comunidade eclesial somos movidos pelo “progresso” do Ano litúrgico, marcado pela vivência do tempo kairológico, ou seja, do tempo da Graça da salvação em Cristo experienciado na Sagrada liturgia. Seu início acontece, todos os anos, no 1º domingo o Advento, momento de preparação para o Natal do Senhor, e culmina com a Solenidade que hoje celebramos - Domingo de “Jesus Cristo, Rei do Universo”. Portanto, nesta celebração Eucarística, estamos mergulhando na celebração do último domingo do ano litúrgico, no qual damos destaque à “realeza” de Jesus. Em outras palavras, “Ele (Jesus) oferece o Reino de Deus e se oferece a si mesmo como referência, como aquele que devemos seguir para fazer parte deste Reino” (ROMAGUETTA, J.,M. El evangelio em médio a la vida. Domingos y fiestas del ciclo A, B e C. Op. Cit., p. 176)

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Fizemos um bonito caminho com Jesus durante os domingos precedentes, pois, com Ele aprendendo qual é o projeto de Deus: instaurar, no aqui e agora de nossa existência, um Reino de vida plena para todos.

O modelo e referência deste projeto é o próprio Jesus de Nazaré, Filho de Deus, que, desapegado de tudo, inclusive de sua condição divina, passa a vida fazendo o bem e, depois, em sua total entrega de amor por nós, tem que passar pelo sofrimento, pela dor, pela cruz, pela morte, culminando, enfim, com a ressurreição, sinal da vitória desse amor maior sobre toda maldade. Esse é o Messias verdadeiro, que não mente, que não nos engana. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida que nos conduz a um final feliz.

2. Recordando a Palavra:

Estamos no final do caminho. Jesus encontra-se em Jerusalém, porém, sua condição é “precária”: está preso, é humilhado por todos – sofre as consequências de uma entrega pautada única e exclusivamente pelo Amor. É o momento do Messias verdadeiro, acusado de se fazer de rei, ser interrogado por Pilatos (Cf. Jo 18, 33b-37).

Mas, contrário à lógica humana, Jesus, numa atitude profética e corajosa, não esmorece diante das acusações, pois, expõe, claramente, qual a dimensão do Reinado pretendeu estabelecer à humanidade e pelo qual sempre se referiu em suas pregações: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é daqui” (Cf. v.36).

Não contente com sua resposta, o interrogatório continua: “Então, tu és rei?”, pergunta o governador. Jesus, certo de ser Ele mesmo a Verdade do Reino de Deus – pois de Deus Ele veio e encarnou-se na humanidade -, não titubeia: “Tu dizes que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” (Cf. v.37). Nesta perspectiva, cabe nossa inquietação: E qual é a verdade? A verdade chamada “Reino de Deus” é totalmente diferente dos limitados padrões dos reinos deste mundo. Em outras palavras, trata-se de um Reino que está acima de todos os outros reinos.

Na pessoa sacrossanta de Jesus, na vivência de sua Páscoa, se concretiza, então, a visão do profeta Daniel, como ouvimos na primeira leitura. O profeta, na linguagem apocalíptica presente em seu livro, é capaz de ver alguém “como que Filho do homem“, a quem foram dados “poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: e seu poder é um poder Eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Cf. Dn 7,13-14).

Neste sentido, iluminados pela Páscoa de Jesus e pelo cumprimento pleno da Aliança, é que hoje podemos cantar o Salmo 93, cujo refrão soa ao

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nosso coração: “O Senhor reina, de esplendor se veste!” (v. 1a). E, ainda, como proclama solenemente a Palavra de Deus no livro do Apocalipse, pode-se afirmar com convicção que: “Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos, o soberano dos reis da terra (...), fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai” (Cf. Ap 1, 5-6).

3. Atualizando a Palavra:

Jesus diz abertamente diante de Pilatos que seu reinado não é deste mundo. Em outras palavras, o que Jesus quer dizer é que “não deve seu reinado a nenhuma instância deste mundo. Ele não é como os reis locais, no Oriente, que eram nomeados pelo Imperador de Roma; nem como o Imperador, cujo poder dependia de seus generais, os quais, por sua vez, dependiam do poder de quem? De uma estrutura que se chama ‘este mundo’. Como hoje, os governantes deste mundo – estabelecidos por ‘este mundo’ – dependem de toda uma constelação de poderes, influências e trâmites escusos. Devem pactuar, conchavar, corromper. E, no fim, caem de podres. Pensam que são donos do mundo, enquanto, na realidade, o mundo é dono deles” (KONINGS, J. Liturgia dominical. Mistério de Cristo e formação dos fiéis. Op., cit., p.350).

Os reinos deste mundo são representados pela visão do profeta Daniel (cf. Dn 7,11-12): feras tomando conta deste mundo e se digladiando entre si. É aí que, como vimos na primeira leitura, o profeta vê “uma figura com rosto humano, um ‘como que filho do homem’, que desce do céu, de junto de Deus, e que representa o reinado de Deus que domina as feras, os reinos deste mundo”. Jesus na sua pregação se autointitula “filho do homem’ no sentido de ser ele aquele que traz esse reinado de Deus ao mundo” (Ibidem, p. 350).

Como podemos entender, pois, o reinado de Jesus? Primeiro, é preciso ter clareza de que Ele “não pertence a este mundo, nem lhe é concedido por este mundo. É reinado de Deus. Deus é seu dono. Mas, embora não sendo deste mundo, este reino não está fora do mundo. Está bem dentro do mundo, mas não depende deste por uma relação de pertença, nem procura impor-se ao mundo por aqueles laços que o prenderiam: força bruta, astúcia, diplomacia, mentira. Jesus ganha o mundo para Deus pela palavra da verdade” (Ibidem, p. 350).

Jesus mesmo o disse, diante de Pilatos: “Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade” (Jo, 18,37). De que verdade se trata? A essa pergunta, a resposta deve ser convicta: “Jesus é a palavra da verdade em pessoa. Nele a verdade é levada à fala. E que verdade? A verdade lógica ou cientifica? Não. Na Bíblia, a verdade significa firmeza, confiabilidade, fidelidade. Jesus é a palavra ‘cheia de graça e verdade’ (Jo 1,14), a palavra em que o amor leal e fiel de Deus vem à tona e se dirige a nós: amor e fidelidade e palavras e atos. É Deus se manifestando. Essa

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‘verdade’, Jesus a revela dando sua vida até o fim. Esse é o sentido desta declaração, feita três horas antes de sua morte, ao ser interrogado por Pilatos, que não entende” (Ibidem, p. 350).

Jesus mesmo é a própria personificação do Reino de Deus, pois, assume, para si, a missão de viver os valores do Reinado de Deus. Assim, vemos que seu testemunho apresenta, de modo contrário à lógica mundana, “não o reino da opressão, mas o reino do amor fiel, reino de rosto humano – humano de Deus por nós, manifestado no dom da vida de Jesus, que reina desde a cruz.

A opressão exercida pelos reinos deste mundo, Jesus a venceu definitivamente pela veracidade do amor fiel de Deus. Ora, quem faz existir o amor fiel de Deus no mundo de hoje somos nós. Por isso Jesus nos convida: ‘Quem é da verdade escuta a minha voz’” (Ibidem, p 350).

4. Ligando a Palavra com a Ação Eucarística:

Ao iniciarmos esta Santa Celebração, reunidos em torno da Mesa da Palavra e da Mesa Eucarística, fazendo memória do mistério pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo, elevamos, ao coração do Pai, um pedido: “Deus eterno e todo-poderoso” que se dispôs “restaurar todas as coisas” no seu amado Filho, Rei do Universo, faça com que todas as criaturas, livres de qualquer escravidão e servindo ao Rei verdadeiro, o glorifiquem na eternidade (Oração do dia).

Então, depois de ouvida e meditada a Santa Palavra, manifestamos nossa profunda gratidão pela Páscoa de Jesus, que inaugurou neste mundo “um Reino eterno e universal, reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz”, contrário à lógica humana, pois, ressoa como um chamado a cada um de nós para que, vivido pelos cristãos redimidos, um dia sejamos entregues completamente à infinita majestade de Deus.

Finalmente, uma vez alimentados e saciados na Ceia pascal, no banquete do Reino, refletidos nesta Santa Eucaristia, fazemos a Deus um último pedido, como súplica que sobe aos céus como a fumaça do incenso, manifestando, assim, a verdadeira realeza e condição divina de Deus: “que, gloriando-nos de obedecer na terra aos mandamentos de Cristo, Rei do universo, possamos viver com ele eternamente no reino dos céus” (Oração depois da comunhão). Que essa oração penetre nosso íntimo e nos transforme em cristãos e cristãs mais convictos da fé que professamos, buscando alcançar a perfeição que está em Deus. Que assim seja. Amém.

Oração dos fiéis:

Presidente: Demos graças ao Pai, Senhor do céu e da terra, porque fomos redimidos pela Cruz de Jesus Cristo e, com confiança e esperança, depositemos nossas orações ao Senhor.

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Todos: Senhor, pela cruz de Cristo, salvai-nos.

1. Ó Pai, que a Igreja jamais deixe de reconhecer e de anunciar ao mundo inteiro que na Cruz de Jesus está a salvação e a reconciliação da humanidade contigo. Peçamos:

2. Ó Pai, ilumine nossos governantes e aqueles que dirigem as nações, para que favoreçam a vivência da paz, da concórdia e da fraternidade. Peçamos: 3. Ó Pai, não permitais que nossa comunidade sinta o desânimo em difundir os valores do teu Reino de amor e paz e não deixeis que nenhum dos vossos filhos caiam na tentação do poder e do egoísmo, que destroem as relações humanas. Peçamos:

4. Ó Pai, que todos os leigos e leigas possam viver segundo a Tua vontade e continuem sendo um sinal da tua presença amorosa em meio à humanidade. Peçamos:

5. O Pai, que nossos dizimistas sejam abençoados pela colaboração generosa que fazem mensalmente à nossa comunidade. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Ó Senhor, Deus eterno e todo poderoso, que sobre todas as pessoas resplandeça a luz de Teu Filho, Rei do universo, para que sejam vossas testemunhas na terra, buscando, um dia, chegar junto de vós. Tudo isso vos pedimos pelo Cristo que convosco vive e reina pelos séculos dos séculos.

Todos: Amém.

LITURGIA EUCARÍSTICA

Oração sobre as Oferendas:

Presidente: Oferecendo-vos estes dons que nos reconciliam convosco, nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso próprio Filho conceda a paz e união a todos os povos. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Oração após a Comunhão:

Presidente: Alimentados pelo pão da imortalidade, nós vos pedimos, ó Deus, que, gloriando-nos de obedecer na terra aos mandamentos de Cristo, Rei do Universo, possamos viver com ele eternamente no reino dos céus. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presidente: O Senhor esteja convosco. Todos: Ele está no meio de nós.

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Presidente: Conceda, ó Deus, a teus fiéis a bênção desejada, para que nunca se afastem do caminho e da verdade anunciadas por teu Filho Jesus Cristo, Senhor Rei do Universo.

Todos: Amém.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos: Graças a Deus.

Referências

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