• Nenhum resultado encontrado

1 Distribuições discretas de carga

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "1 Distribuições discretas de carga"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Eletromagnetismo - Lista de Recuperação: Parte 1

Data para entrega: 16/07 (sugerida), 23/07 (limite)

1

Distribuições discretas de carga

Conceitos

O campo elétrico produzido por uma carga pontual q à uma distância r é E(r) = kq

r2rˆ (1)

onde ˆr é um vetor unitário que aponta da posição de q para o ponto r (o ponto onde estamos calculando E). Se pusermos uma carga q0 em r, a força que esta carga sofrerá será F = q0E.

Para os problemas abaixo, considere o seguinte sistema:

q1 q2 a a

‰

‰

P2 P1 b x y Figura 1 Problemas

(1) Esboce as linhas de campo para os seguintes casos: (a) q1 = q2 = +q

(b) q1 = +q, q2= −q

(c) q1 = +2q, q2 = +q

(2) Para q1 = q2 = q, calcule o ponto ao longo da linha y = 0 onde E = 0. Explique porque

sua resposta faz sentido intuitivamente.

(3) Para q1= q2 = q, calcule o campo elétrico no ponto P1. Não se esqueça que E é um vetor

e portanto é fundamental analisar a sua direção e sentido, algo que pode ser feito usando argumentos de simetria.

(4) Repita o procedimento do exercício anterior para o caso onde q1 = q e q2= −q.

(5) Para q1 = 2q e q2 = q, calcule o campo elétrico no ponto P2. Dica: calcule primeiros as

componentes x e y de cada campo e em seguida calcule o campo total somando componente a componente.

(2)

2

Lei de Gauss

Conceitos

Fluxo elétrico

Para entender a lei de Gauss é necessário primeiro entender o conceito de fluxo de campo elétrico. Esse conceito foi “emprestado” da mecânica dos fluidos. Pense, por exemplo, num jato de ar atravessando uma certa superfície, como na figura (a) abaixo. O fluxo Φ é definido como sendo a quantidade de ar que passa pela superfície. Note que ele pode aumentar tanto aumentando a quantidade de ar, quanto aumentando a área. No entanto, podemos ter também uma situação como a da figura (b), onde a superfície escolhida está inclinada de um ângulo θ com relação à direção do fluxo. Para sanar este tipo de problema define-se a normal à superfície, ˆ

n, como um vetor unitário (módulo = 1), cuja direção é perpendicular à superfície.

A (a) n` Θ (b) Figura 2

Estas definições são válidas para qualquer campo, seja ele o fluxo de ar, seja ele o campo elétrico (sem dúvida, o conceito é muito mais abstrato no segundo caso). Uma possível definição de fluxo elétrico através de uma superfície S seria então:

Φ = (E · ˆn)A = EA cos θ (2)

Esta definição, apesar de aplicável em certos casos, possui um grande defeito: ela não leva em conta a possibilidade do campo elétrico mudar em magnitude e/ou direção ao longo da superfície. Ou, de forma equivalente, do campo ser constante mas a superfície ser irregular, com a normal ˆn mudando de um ponto para ponto.

Considere, por exemplo, o problema na figura 3 abaixo. O campo elétrico produzido pela carga q [vide. Eq. (1)] varia com 1/r2. Logo abaixo da carga e nas quinas da superfície, este valor será certamente diferente. Ou seja, a Eq. (2) não se aplica.

q

A

Figura 3

A idéia então é a seguinte: recortarmos nossa superfície em pequenos pedaços de área dA. Em cada pedaço tanto E quanto ˆn devem ser aproximadamente constantes e, portanto,

(3)

podemos aplicar a Eq. (2) para escrever o (pequeno) fluxo através desta pequena superfície: dΦ = (E · ˆn) dA

O fluxo total pode então ser obtido integrando esta equação ao longo da superfície S (lembre-se: integral = soma das partes):

Φ(S, E) = Z

S

E · ˆn dA (3)

Para ser enfático, eu escrevi Φ(S, E) para lembramos que é o fluxo através da superfície S devido ao campo E; cada S tem um fluxo; cada fluxo depende de E. Voltando para o caso da Fig. 2(a), se o campo for homogêneo ao longo da superfície obtemos

Φ = E Z

dA = EA

Note: R dA é simplesmente a soma dos pequenos pedaços de área dA, que é precisamente a área total (como os trapos numa colcha de retalhos).

Um último detalhe: olhe para a figura 2(b). Eu podia muito bem ter escolhido ˆn no outro sentido. Não há nada de errado com isso. De fato, todas as superfícies abertas padecem deste mal. O mesmo já não acontece com superfícies fechadas, pois nelas ou ˆn está apontando para fora ou para dentro; quando a superfície é aberta esta idéia de “para dentro” ou “para fora” não existe. Se você está na dúvida do que é uma superfície fechada ou uma superfície aberta, então lá vai: um saquinho de batatas fritas fechado é uma superfície fechada; depois de aberto, ele se torna uma superfície aberta! Para superfícies fechadas usamos sempre a mesma convenção:

Em superfícies fechadas, ˆn aponta sempre para fora da superfície. Quando falamos de superfícies fechadas colocamos um círculo na integral da Eq. (3):

Φ(S, E) = I

S

E · ˆn dA (4)

Ele serve para lembrar-nos de que S é fechada. Lei de Gauss

Enunciado: Dada uma superfície fechada S, então

Φ(S) = Qdentro de S 0

(5) Ou seja, o fluxo depende apenas da carga total dentro da superfície. Se a superfície não for fechada, não significa que o fluxo seja nulo; significa simplesmente que a lei de Gauss não nos diz nada (sempre podemos calcular o fluxo diretamente da definição na Eq. (4) — o que certamente pode ser uma conta bem difícil). A propósito, a constante 0 está relacionada com a constante k da Eq. (1) através da relação k = 4π1

0.

Exemplo: na figura 4 abaixo uma esfera engloba duas cargas de −1 µC e 2 µC. Na figura (a) a superfície é fechada e podemos aplicar a Eq. (5) obtendo

Φ = 2 µC − 1 µC 0

= 1 µC 0

Note que a carga fora da superfície não contribui em nada: a idéia é que suas linhas de campo entram na esfera por um lado e saem pelo outro de tal forma que, no total, o fluxo é nulo. Já na figura (b) substituímos a esfera por outra com um orifício; a superfície agora é aberta e não podemos usar a Eq. 5. Conclusão: não podemos usar a lei de Gauss.

(4)

-1ΜC

2ΜC 10100C

(a) Superfície fechada: Φ = Qdentro 0

.

-1ΜC

2ΜC 10100C

(b) Superfície aberta: não sei dizer.

Figura 4: Lei de Gauss. O círculo representa uma esfera englobando as cargas −1 µC e 2 µC.

Usando a lei de Gauss para calcular E

O interessante da lei de Gauss [Eq. (5)], é que ela pode ser usada para calcular o campo elé-trico em situações especiais. Por “especiais”, eu quero dizer situações extremamente simétricas. Para ver isso, juntemos as Eqs (4) e (5):

I

S

E · ˆn dA = Qdentro de S 0

(6)

Em geral, dessa fórmula, pouco pode ser dito sobre E. Por exemplo (mudando completamente de assunto): se

5

Z

0

f (x) dx = 2,

qual é f ? Não há como saber; existem uma infinidade de curvas cuja área de 0 à 5 vale 2. Agora, se por alguma razão sabemos que f é constante, então teríamos

5 Z 0 f (x) dx = f 5 Z 0 dx = f (5 − 0) = 2 −→ f = 2 5

A mesma idéia se aplica ao nosso problema. O que devemos fazer para que E saia da integral na Eq. (6)? O campo elétrico é um vetor e, portanto, por “constante” realmente queremos dizer que tanto sua direção quanto sua magnitude não variem. Note: dado uma certa distribuição de cargas, nós sempre podemos inventar uma infinidade de superfícies de Gauss; se alguma delas é útil ou não, é outra história. O segredo então é escolher uma boa superfície de Gauss. Vejamos o significado de “boa” com um exemplo.

Exemplo: Considere uma carga pontual q na origem. Para calcularmos o campo produzido por essa carga, a boa superfície de Gauss, S, é uma superfície esférica de raio r centrada na origem. O campo produzido por q é radial, assim como a normal de S. Por isso, E · ˆn = E. Além disso, o campo depende apenas da distância r, que é a mesma ao longo de S. Com esses dois passos podemos escrever

Z E · ˆn dA = Z E dA = E Z dA = EA = E(4πr2)

(5)

Agora, e só agora, usamos a lei de Gauss [vide Eq. (6)]: E(4πr2) = Qdentro 0 = q 0 ∴ E = q 4π0r = kq r

Em geral a “boa” superfície de Gauss é tal que: (i) E k ˆn e (ii) E é constante ao longo de S.

Problemas

(1) (a) Considere um cubo de aresta a com uma carga q exatamente no seu centro. Calcule o fluxo através do cubo.

(b) Considere o problema da figura 5(a). Calcule o fluxo através da superfície. Vá com calma: a superfície é aberta e portanto a lei de Gauss não vale. Dica: use o resultado do item anterior e argumentos de simetria.

q a a a2 (a) Problema 1(b) -Q +Q -2Q S1 S2 S3 S4 (b) Problema 1(c) Figura 5: Problema 1

(c) Calcule o fluxo através das superfícies S1, . . . , S4 na figura 5(b). A figura representa

um corte transversal das superfícies, que são todas fechadas.

(d) (Desafio) Considere uma pirâmide com quatro faces e uma carga q colocada na sua base, exatamente no centro. Calcule o fluxo através de uma das faces da pirâmide. [O “desafio” não está na conta, que é muito simples; ele está no raciocínio: tente imaginar alguma superfície fechada tal que você possa usar argumentos de simetria.]

(2) Considere uma placa quadrada muito fina, de área A, espessura d (pequena) e carregada com uma carga q, assim como na figura 6 abaixo. A densidade superficial de carga é definida como sendo σ = Aq (“quantos Coulombs por metro quadrado”). A placa é condutora fazendo com que as cargas se distribuam próximas às duas superfícies (inferior e superior) — não é necessário se preocupar com as laterais pois a placa é muito fina. Nos cálculos, suponha que a placa seja suficientemente grande para que efeitos de borda possam ser ignorados. (a) A superfície de Gauss pode ser tanto um cilindro quanto um paralelepípedo, contanto

que sejam perpendiculares à superfície da placa. Explique porque ambas as escolhas são equivalentes.

(b) O campo elétrico produzido pela placa vale (sendo ˆk um versor para cima)

E =        σ 20 ˆ k para z > d − σ 20 ˆ k para z < −d (7)

(6)

+ + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + +

S1 S2

S3

Figura 6: Placa infinita condutora.

Obtenha este resultado usando uma superfície de Gauss disposta como a superfície S1 na figura 6; ou seja, simétrica com relação ao centro da placa (“metade para cima e metade para baixo”). Qual o campo elétrico dentro da placa?

(c) Repita o cálculo usando a superfície S2 na figura 6. O resultado deve ser o mesmo! (3) Suponha agora que substituímos esta placa por outra não condutora, carregada de forma

homogênea com uma densidade volumétrica de carga ρ. Seja d a espessura da placa. (a) Calcule o campo elétrico fora da placa (z > d) sem usar a lei de Gauss, apenas

relacio-nando σ com ρ na Eq. (7).

(b) Ainda se tratando da placa maciça não-condutora, calcule o campo elétrico dentro da placa (entre −d ≤ z ≤ d). Dica: use a lei de Gauss com a superfície S3 (figura 6).

(4) Considere duas placas paralelas como na figura abaixo; uma delas com densidade +σ e a outra com densidade −σ, separadas por uma distância d. Calcule o campo elétrico em todo o espaço.

+ + + + + + + + + +

- - -

(7)

3

Potencial eletrostático e energia potencial eletrostática

Conceitos

Comecemos esclarecendo algo muito importante:

Potencial eletrostático (V ) 6= Energia potencial eletrostática (U )

É a mesma distinção que fazemos entre campo elétrico e força elétrica. Um conjunto de cargas produz um campo elétrico E(r), uma entidade estranha que perambula pelo espaço; se colocamos uma carga q0 em um certo ponto do espaço, então a força que ela sofre é q0E(r).

Mesma idéia: um conjunto de cargas produz um potencial eletrostático V (r) tal que, ao co-locarmos uma carga q0 num certo ponto, ela possuirá energia U = q0V (r). Campo elétrico é força por unidade de carga. Potencial eletrostático é energia por unidade de carga.

O potencial eletrostático (ou “potencial” para os mais íntimos) produzido por uma carga pontual é

V (r) = kq

r (8)

Sua unidade é o Volt (V).

Dica de sucesso: “r” significa distância; ele é sempre um número positivo.

O potencial é sempre definido à menos de uma constante. Um potencial de 10100 V não significa nada. O importante é como o potencial varia de um ponto para o outro. Na fórmula (8) nós convencionamos tomar V (∞) = 0.

Se uma partícula de carga q0 se aproximar da partícula de carga q, a energia do sistema

será

U = q0V =

kq0q

r (9)

A unidade de energia é em Joules, como de costume. O que é interessante desta abordagem é o princípio da superposição: se alguma distribuição complicada de carga produz um potencial V (r) então, ao colocarmos uma carga q0 no ponto r, a energia dessa carga será sempre U =

q0V (r).

O potencial está intimamente relacionado com o fato do campo elétrico ser uma grandeza conservativa (na eletrostática). A figura 8 mostra o que isso significa: suponha que há um campo elétrico qualquer nessa região. Se levarmos uma carga q0 do ponto A ao ponto B sua energia

vai mudar. Ser conservativo significa que essa mudança não depende do caminho. Exemplo: o campo gravitacional é conservativo; a força de atrito não.

A B Caminho 1 Caminho 2

(8)

Acontece também que campo elétrico e potencial eletrostático estão intimamente relaciona-dos. Se soubermos o potencial então podemos calcular o campo através da relação

Ex= − ∂V ∂x Ey = − ∂V ∂y Ez = − ∂V ∂z (10)

De forma mais compacta escrevemos

E = −∇V = ∂V ∂x, ∂V ∂y, ∂V ∂z  (11) Esse é o gradiente de V . O triângulo de ponta-cabeça (chamado “nabla”) é para nos lembrar de ∆, diferença, derivada, etc. (eu não sei quem teve essa idéia, mas confesso que eu adoro esse símbolo).

Dica de sobrevivência: cuidado com o sinal de (-)!! O campo elétrico aponta de cargas positivas para cargas negativas. O potencial é maior perto de cargas positivas. O campo aponta de potencial maior para potencial menor. Se indo de x1 para x2 o potencial aumentou,

então o campo será proporcional ao negativo dessa mudança. Mais uma vez: cuidado com o sinal!

Por outro lado, se sabemos E podemos calcular o potencial integrando (derivadas e integrais são operações inversas).

V (B) − V (A) = −

B

Z

A

E · dl (12)

A idéia por trás dessa integral é: eu escolho um caminho, como na figura 8. Ao longo desse caminho há um vetor dl que me dá a direção desse caminho. Em cada ponto eu vejo o produto escalar de E com esse vetor e somo essas contribuições.

Problemas

(1) Voltemos à figura 1.

(a) Tomando o potencial eletrostático como sendo nulo no infinito, calcule o potencial nos pontos P1 e P2 para q1 = q e q2 = −2q. Assuma também que a = b. Onde o potencial

é maior?

(b) Suponha que um elétron seja trazido do infinito até o ponto P1. Qual a sua energia potencial? E se ele tivesse sido trazido para o ponto P2?

(2) Ainda falando da figura 1.

(a) Calcule a energia eletrostática armazenada no sistema em termos de q1 e q2.

(b) Se q1 e q2 tem o mesmo sinal (ambas positivas ou ambas negativas) a energia deve ser positiva. Se eles tem sinais opostos, a energia deve ser negativa. Explique intuitiva-mente o que isso significa. Arguintuitiva-mente em termos do trabalho que você (ou um agente externo) teve que realizar para montar o sistema dessa forma. Em cada caso, o que acontece com as cargas se o “mecanismo de sustentação” que as mantém no lugar por alguma razão se romper?

(c) Um átomo de hidrogênio possui um próton e um elétron. Seria uma situação parecida com a da figura 1 quando q1 = e e q2 = −e (onde e = 1, 6 × 10−19 C). A energia

eletrostática armazenada vale −2, 18 × 10−18 J; ela é negativa. As cargas se atraem e portanto deve existir algum “mecanismo de sustentação” que impede o próton e o elétron de colidirem um com o outro; ele é conhecido como princípio da incerteza de Heisenberg e é um fenômeno puramente quântico que não pode ser explicado através da

(9)

física clássica. É interessante notar que essa relação entre “atração” e “energia negativa” é na verdade a uma regra geral (vale para moléculas, sólidos, etc):

Estados ligados da matéria possuem energia negativa.

Qual o trabalho que você tem que realizar para ionizar o átomo de hidrogênio; ou seja, separar o próton do elétron? (Nenhuma conta necessária)

(d) Agora pense no núcleo de um átomo, por exemplo o urânio. Esqueça momentaneamente dos elétrons e pense somente nos prótons e nêutrons empacotados no núcleo. Seguindo o raciocínio do item anterior, para que essas partículas no núcleo possam estar num estado ligado (ou seja, empacotadas) a energia deve ser negativa. Mas, a energia ele-trostática armazenada no núcleo é positiva ou negativa? Explique.

O “mecanismo de sustentação” neste caso é outro (também advindo da mecânica quân-tica) e vai pelo nome de força nuclear. A idéia é que esta força é extremamente forte, mas só age quando as partículas estão muito próximas umas das outras. Se você “que-brar” o efeito dessa força nuclear, restará somente a repulsão entre os prótons, que será enorme. Conclusão: a energia liberada numa reação nuclear é eletrostática; a bomba nuclear devia realmente se chamar “bomba de Coulomb”!

(3) Considere o sistema da figura 7. Faça um gráfico do potencial em função de z. Dica: parta do campo E e use a Eq. (12) que, por simetria, se reduz aR E dz.

(4) Use r = px2+ y2+ z2 na Eq. (8) e use a Eq. (10) para obter E = kq

r2r. Dica: o vetorˆ unitário ˆr sempre pode ser construído dividindo r pelo seu módulo: ˆr = rr.

Neste caso o campo e o potencial são radiais; ou seja, só dependem da distância à carga. Mostre que nesta situação também é possível calcular o campo através da relação

E = −dV

drrˆ (para campos radiais) (13)

(5) A figura abaixo ilustra o potencial em função de x. Ele é constante em y e z e obedece a relação V (x) = 3x3− 7x, para x em metros e V em Volts. Calcule as três componentes do campo elétrico, Ex, Ey e Ez. -2 -1 1 x -10 -5 5 VHxL = 3x3-7x

(10)

4

Capacitores

Conceitos

Capacitância é a habilidade de um sistema de armazenar carga. Para duas placas paralelas, o campo entre elas é E = σ/0. A diferença de potencial é |∆V | = Ed, onde d é a separação

entre as placas. Lembrando que σ = Q/A, onde Q é a carga em uma das placas (a carga total das duas é zero) e A é a área, então

|∆V | = d A0

Q

Veja: |∆V | ∝ Q; a capacitância (C) é a constante de proporcionalidade, mas escrita ao contrá-rio:

Q = C|∆V | (14)

Escolha um sistema; o corpo humano por exemplo. Se submetermos uma pessoa a uma diferença de potencial |∆V | então a carga que ficará armazenada na pessoa é Q = C|∆V | (cansei de digitar |∆V |; vou começar a escrever somente V , combinado?).

Capacitância é uma propriedade do sistema. Todos os objetos tem uma. Ela depende da composição do objeto e de sua geometria. Para o caso das placas paralelas obtemos

C = A0

d (15)

Intuição: tente carregar uma placa. As cargas se repelem, se elas pudessem elas não estariam ali. Em outras palavras:

Você deve realizar trabalho para carregar um capacitor

Vemos que C aumenta com a área. Isso é intuitivo: se aumentamos a área damos mais espaço para as cargas se distribuírem, diminuindo a repulsão entre elas. Portanto conseguimos colocar o mesmo Q com um V menor. Por outro lado, a capacitância diminui se d aumenta. Temos dois efeitos à considerar: (1) a repulsão das cargas dentro de cada placa (as cargas + se repelindo em uma e as − na outra) e (2) a atração das cargas entre as placas. Há uma competição. Suponha que d seja muito grande; ou seja, cada placa está praticamente isolada. A repulsão dentro de cada placa é muito intensa; adicionar cargas é uma tarefa difícil e a capa-citância será pequena. Agora pense em d muito pequeno; apesar da repulsão com suas vizinhas de placa, cada carga sente uma forte atração com as cargas da outra placa. Apaziguamos a repulsão; C aumenta.1

Alguns outros tópicos que eu não vou explicar em detalhe (veja no livro):

• A energia armazenada no capacitor é U = 1 2QV = 1 2 Q2 C = 1 2CV 2 (16)

1Eu fiquei pensando em alguma analogia mas até agora não consegui nenhuma que não possuísse fortes

defeitos (todas as analogias tem defeito; se não tivessem não seriam analogias). Eis o que eu consegui até o momento; se você pensar em algo melhor me avise: Adolescentes no baile; meninos de um lado, meninas do outro e um vazio entre eles. Atração entre grupos; repulsão entre membros do mesmo grupo. Prefiro não entrar em detalhe sobre os possíveis pontos fracos na analogia.

(11)

• Se entre as placas há um material dielétrico com constante dielétrica κ então a capacitância se torna

C = A0κ

d (17)

A constante 0se torna uma nova constante  = 0κ. Inserir um dielétrico sempre aumenta

a capacitância; κ é sempre maior do que 1. • Associação em série: 1 C = 1 C1 + 1 C2 + . . . • Associação em paralelo: C = C1+ C2+ . . . Problemas

(1) (a) Dois sistemas tem C1 e C2 = 4C1. Eles tem a mesma separação e não possuem um

dielétrico entre eles. Calcule a razão entre as áreas.

(b) Dois sistemas tem C1 e C2 = C1/2. Eles tem a mesma separação e a mesma área.

Um está preenchido com um dielétrico e o outro não. Qual está preenchido com um dielétrico?

(c) Dois capacitores C1 e C2 estão sob uma mesma diferença de potencial. A separação

entre as placas de C1 é o dobro da separação entre as placas de C2. Qual possui uma

energia armazenada maior. Faça o cálculo e também explique a intuição por trás do resultado.

(2) Um capacitor de placas paralelas é carregado com uma carga Q0 e um potencial V0 através de uma bateria que é subsequentemente removida. Em seguida, a separação entre as placas é reduzida pela metade. O que acontece (responda de forma quantitativa) com

(a) a carga nas placas do capacitor? (b) o campo elétrico entre as placas?

(c) a energia armazenada no sistema? (d) o potencial

(e) Qual o trabalho que você teve que realizar ao diminuir a distância das placas pela metade?

(3) Um capacitor de placas paralelas é carregado com uma carga Q0 e um potencial V0 através de uma bateria que não é subsequentemente removida, mas permanece ligada ao sistema. Em seguida, a separação entre as placas é reduzida pela metade. O que acontece (responda de forma quantitativa) com

(a) a carga nas placas do capacitor? (b) o campo elétrico entre as placas?

(c) a energia armazenada no sistema? (d) o potencial

(e) Qual o trabalho que você teve que realizar ao diminuir a distância das placas pela metade?

(4) Considere os sistemas da figura abaixo (vide lista 2). Explique porque é correto pensar no sistema da figura (a) como uma associação em paralelo e no sistema da figura (b) como uma associação em série de capacitores.

(12)

Referências

Documentos relacionados

1 -Bolsa coletora drenável: serve para coletar as fezes ou a urina.. 2 -Clipe

O verso de II Samuel 7.10 nos mostra que este é o ano em que o Eterno preparará um lugar para seu povo Israel, e isso está relacionado não somente com a herança física como também

Benetton (1999) apresenta o caráter de funcionalidade na Terapia Ocupacional como tendo sido assumido por muitos autores, pelos precurssores da profissão (Meyer, Simon e Schneider)

Precisamos nos dispor para confiar em Deus, trabalharmos no treinamento dos novos evangelistas e sermos continuamente desafiados na obra missionária.. D isponhamo-nos para “esperar

Após a introdução, no primeiro capítulo tratamos a estrutura dramatúrgica de Bertolt Brecht, discutindo questões a respeito do teatro épico, do gestus, do

Não foram muitos os escritores a intuir que não se estava precisamente ante uma revolução, mas ante uma nova religião... Para ele, todos os apóstolos

Entendemos que o equipamento que pretendemos ofertar estaria atendendo aos requisitos do projeto como um todo, já que não está explícito que haverá utilização para as 16 portas

Não diga “amém” para tudo e, quando for dizer, saiba que o nosso Deus, que é o nosso Rei e o único que é Fiel, vai fazer com que assim seja feita a vontade d’Ele em nós e