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Controle social no SUS: participação nas Conferências de Saúde

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Controle social no SUS:

participação nas

Conferências de Saúde

Cristina Câmara Capacitação em advocacy e controle social Salvador, 21 a 25 de set. 2010

(2)

“Criadas como mecanismo de controle das instâncias estaduais durante o Estado

Novo e transformadas em fórum de

participação pelo movimento social no início da Nova República, desde a oitava início da Nova República, desde a oitava edição as CNS tiveram importância

significativa na construção e no aprimoramento do SUS.”

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Participação Comunidade Conferência Nacional (30 nov. a 4 dez. 2011) Conselho Nacional de Saúde Conferências Estaduais (16 jul. a 31 out. 2011) Conferências Municipais (1 mar a 15 jul. 2011) Conselhos Estaduais de Saúde Conselhos Municipais de Saúde

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Participação da comunidade

 Conferência Nacional de Saúde = maior e mais

importante encontro da Saúde no Brasil. A 13ª Conf. Nac. Saúde, em 2007, contou com quase 5.000 participantes.

 A Lei n. 8.142/90 deixou vaga a composição dos  A Lei n. 8.142/90 deixou vaga a composição dos

participantes, em comparação aos Conselhos, mas a representação dos usuários é paritária

tanto nos Conselhos quanto nas Conferências de Saúde

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Fluxo decisório e operacional

 Conferências

 Propõem diretrizes para a formulação de políticas, a

partir da avaliação da situação de saúde

 Conselhos

 Formulam estratégias e controlam a execução das

políticas de saúde nas instâncias correspondentes políticas de saúde nas instâncias correspondentes

 Instâncias Executivas

 Implementam as políticas e homologam as deliberações

dos Conselhos

(6)

Conferências de Saúde

 Instituídas em 1937

 1941 – 2007: 13 Conferências Nacionais de

Saúde

 Pouca bibliografia a respeito  Pouca bibliografia a respeito

 A importância das Conferências vai mudando e

ganhando força no cenário político

 Resumos, documentos, anais e relatórios finais

(7)

Papel dos Conselhos sobre as

Conferências

 “discutir, elaborar e aprovar proposta de

operacionalização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde.” (Resolução 319/02 do CNS)

 “Na criação e reformulação dos Conselhos de  “Na criação e reformulação dos Conselhos de

Saúde, o poder executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da

população, consubstanciadas nas conferências de saúde.” (Resolução 333/03 do CNS)

(8)

Papel dos Conselhos

 “estabelecer critérios para a determinação de

periodicidade das Conferências de Saúde, propor sua convocação, estruturar a comissão

organizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde

programa ao Pleno do Conselho de Saúde

correspondente, explicitando deveres e papéis dos conselheiros nas pré-conferências e

conferências de saúde.” (Resolução 333/03 do CNS, que recupera e amplia as atribuições dos Conselhos previstas na Resolução 33/92)

(9)

As Conferências

 A regulamentação (legislação e resoluções) das

Conferências é limitada, por isto há referências às deliberações das próprias Conferências para

(re)afirmar o papel do controle social

 Especialmente o relatório da 9ª Conf., traz várias

referências, além de conter o tópico “controle referências, além de conter o tópico “controle social”

 O relatório da 10ª Conf. é pontual a respeito e o da

11ª Conf. menciona o papel das Conferências várias vezes, inclusive mencionando que a

Conferência Nacional deveria eleger as entidades para compor o CNS

(10)

Conferências de Saúde

 Instâncias colegiadas de caráter deliberativo

 Objetivo: Avaliar a situação da Saúde e propor

diretrizes para cada nível de governo

 Possibilitam o controle social no âmbito do Poder

Executivo Executivo

 Periodicidade estabelecida pelos Conselhos de

Saúde, não devendo passar de 4 anos

 As Conferências Municipais e Estaduais são

prévias à Conferência Nacional, por isto também chamadas de pré-conferências

(11)

Conferências de Saúde

 Possuem regimento próprio aprovado pelo

respectivo Conselho de Saúde (Lei n. 8.142/90)

 Os regimentos devem constar no Manual da

Conferência

 O regulamento da Conferência é submetido à  O regulamento da Conferência é submetido à

aprovação, logo após a cerimônia de abertura da mesma

(12)

Conf. de Saúde – periodização

 1ª e 2ª – Sanitarismo Clássico (1941-1962)

 Encontro técnico de administradores

 Ponto de vista majoritário do setor médico

 3ª e 4ª – Transição (1963-1974)

 3ª Conf. ocorreu treze anos após a 2ª Conf.

 Conferência mais politizada e depois referida na Ref. Sanitária  Depois do Golpe de 64, Conferência mais técnica. 4ª Conf.: RH

 5ª a 7ª – Modernização Conservadora e Planejamento Estatal (1975-1985)

 A 5ª Conf. iniciou um ciclo regular de dois anos até 1979; e, foi

aprovada a tese de ‘participação da população’

 6ª Conf. - Debate sobre a política nacional de Saúde

 7ª Conf. - Atenção básica é central pela primeira vez e forte

(13)

Conf. de Saúde - periodização

 8ª e 9ª – Reforma Sanitária (1986-1992)

 A partir da 8ª Conf. e, formalmente, a partir da Lei n. 8.142/90,

as Conferências passam a ser parte do processo de Ref. Sanitária

 Institucionalização da participação da sociedade civil na

formulação das políticas públicas

 Conferências e Conselhos de Saúde materializam princípios e

valores da Reforma Sanitária

 A composição e representatividade nas Conferências mudam a

partir da 8ª Conf. e, em especial, após a CF 1988 e a 9ª Conf.

 1990 – Collor adiou a 9ª Conf. várias vezes, por dois anos

 10ª a 12ª – Consolidação do SUS (1996-2003)

 10ª Conf. - Ênfase nos mecanismos de financiamento  11ª Conf. – Balanço sobre o SUS e o controle social

 12ª Conf. – Compromisso do Ministro de utilizar as resoluções

(14)

1ª Conf. Nac. Saúde – 1941

 Tema central: “Situação sanitária e assistencial

dos estados”

 Conferências Nacionais de Educação e Saúde:

“órgãos destinados a promover o permanente entendimento deste Ministério com os governos estaduais no terreno da administração dos

estaduais no terreno da administração dos negócios de sua competência.” (MES)

 Papel atribuído às Conferências

 Intercâmbio de informações

 Controle das ações no âmbito estadual e regulação do

fluxo de recursos financeiros

(15)

2ª Conf. Nac. Saúde – 1950

 Tema central: “Legislação referente à higiene e

segurança do trabalho”

 Realizada nove anos após a 1ª Conf.  Outros temas:

 Prestação de assistência médica sanitária e preventiva  Prestação de assistência médica sanitária e preventiva

para trabalhadores e gestantes

 Malária

 Não há registros formais

o Ministro da Educação e Saúde Pedro Calmon (ago/50 - jan/51), Governo Gaspar Dutra

(16)

3ª Conf. Nac. Saúde – 1963

 Tema central: “Descentralização na área da saúde”  Realizada 13 anos após a 2ª Conf. e considerada

“prima precoce” da 8ª Conf., devido seu caráter político

 Outros temas:

 Situação sanitária da população brasileira

 Distribuição e coordenação das atividades médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e municipal

 Municipalização dos serviços de saúde  Fixação de um Plano Nacional de Saúde

o Ministro da Saúde Wilson Fadul, Governo João Goulart (época das reformas de base)

(17)

4ª Conf. Nac. Saúde – 1967



Tema central: “Recursos humanos para as

atividades em saúde”

 Novamente, caráter técnico

 Praticamente dedicada ao planejamento de

recursos humanos

 Outro tema: combate agressivo à malária  Presença de representantes do MEC

(18)

5ª Conf. Nac. Saúde – 1975



Tema central: “Constituição do Sistema

Nacional de Saúde e a sua institucionalização”

 Presença de representantes do MEC e do

recém-criado MPAS

 Consagrou-se a tese da “medicina simplificada”  Consagrou-se a tese da “medicina simplificada”  Aprovada a tese de “participação da população”  Preocupação com as áreas rurais e programas

tradicionais, como imunizações, vigilância

epidemiológica, assistência materno-infantil e grandes endemias

(19)

6ª Conf. Nac. Saúde – 1977

 Tema central: “Controle das grandes endemias e

interiorização dos serviços de saúde”

 Debates sobre grandes endemias

 Interiorização dos serviços de saúde  Política nacional do setor Saúde

 Política nacional do setor Saúde

 Tentativa de regulamentação do Sistema

Nacional de Saúde – tensão interna ao MS

(20)

7ª Conf. Nac. Saúde – 1980

 Tema central: “Extensão das ações de saúde através dos serviços básicos”

 Pela primeira vez a atenção básica foi ponto central de debate

 O mov. sanitário estava articulado em torno de uma proposta de transformação do setor Saúde

proposta de transformação do setor Saúde

 Temas diversos (regionalização, RH, articulação interinstitucional, serv. básicos e comunidade, etc.)  Em out.1979, o Cebes apresentou o doc “A questão

democrática na área de Saúde”, num Simpósio na Câmara dos Deputados

(21)

8ª Conf. Nac. Saúde – 1986:

 Tema central: “Saúde como direito: reformulação do Sistema Nacional de Saúde e financiamento

setorial”

 Mudança nas composições e representatividades, e criação de dinâmica inédita das Conferências

 Considerada um marco porque:  Considerada um marco porque:

 alterou a composição dos delegados, incorporando a

participação da sociedade civil

 caracterizou o espaço das Conferências como um

fórum, que mesmo convocadas pelo Executivo Federal, passaram a ter “vida própria” (à parte, autônomas e

independentes)

(22)

8ª Conf. Nac. Saúde – 1986

 A participação é pensada como parte da

constituição da política de saúde – produção, acompanhamento e fiscalização. O controle social emerge como efeito dessa participação

 O objetivo do controle social é compreender o

setor Saúde em suas implicações recíprocas com setor Saúde em suas implicações recíprocas com as políticas sociais e econômicas

 Importante pensar sobre as instâncias de controle

social inseridas no espaço público

 Incentivo às pré-conferências

 Apesar de anterior ao SUS, seu relatório é um

(23)

9ª Conf. Nac. Saúde – 1992

 Tema central: “Municipalização é o caminho”  Intensa pressão para sua realização, desde 1990  Precedida por eleições de delegados estaduais e

municipais, com direito à voto na Conferência

 Busca independência e perspectiva de fiscalização para os Conselhos de Saúde. Controle externo

para os Conselhos de Saúde. Controle externo

 Cobrança: implantação do SUS, descentralização e municipalização da Saúde

 Vários pontos de diálogo entre Conferências e Conselhos, por ex.: regimento interno dos

Conselhos “deverá ser revisado na Conf. Saúde”

(24)

10ª Conf. Nac. Saúde – 1996

 Tema central: “Construção de modelo de atenção à saúde”

 Precedida por cerca de 5 mil conferências municipais e estaduais em todas as UF

 Necessidade de avaliação e aprimoramento do SUS  Debate sobre a NOB/96

 Debate sobre a NOB/96

 Período de restrição orçamentária e criação da CPMF

 Reforço da redução da noção de participação à prática externa do controle social (legitimidade e coerência com a CF 1988)

(25)

11ª Conf. Nac. Saúde – 2000

 Tema central: “Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle

social”

 Balanço sobre implantação do SUS e o exercício do controle social

 Diferencia-se do referencial presente desde a 9ª.  Diferencia-se do referencial presente desde a 9ª.

Conf. A participação começa a ser vista como prática decisória, diferente dos espaços

institucionalizados, mas que deve fundamentá-los  Preocupação em resgatar deliberações anteriores e

cobrar seu cumprimento

(26)

12ª Conf. Nac. Saúde – 2003



Tema central: “Saúde um direito de todos e um

dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos”

 Tentativa de resgate do “espírito” da 8ª Conf. e dos princípios e diretrizes da Reforma Sanitária

 Forma ascendente: escolha de delegados e  Forma ascendente: escolha de delegados e

elaboração do documento-base

 A novidade foram as propostas referentes à intersetorialidade:

 garantia de agendas intersetoriais baseadas nas diretrizes das Conferências Nacionais (Saúde, Educação, Cultura etc)

 A realização de uma Conferência Intersetorial Nacional, entre outras

(27)

13ª Conf. Nac. Saúde – 2007

 Tema central: “Saúde e qualidade de vida:

política de Estado e desenvolvimento”

 Eixos temáticos:

 Desafios para a efetivação do Direito Humano à Saúde

no Séc. XXI

 Políticas públicas para a Saúde e qualidade de vida  Políticas públicas para a Saúde e qualidade de vida  A participação da sociedade na efetivação do Direito

Humano à Saúde

• 4.700 participantes (delegados, observadores, convidados, expositores)

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13ª Conf. Nac. Saúde – 2007

 4.430 municípios realizaram pré-conferências  Retomada de princípios da Reforma Sanitária

 157 moções aprovadas (apoios, repúdio, aplauso)

 Repúdio à extinção da Funasa

 Apoio: Modelo de atenção à saúde do homem com foco no câncer de próstata

(29)

Conferências Municipais de Saúde

 Decisão política do Secretário de Saúde, do Conselho

e, principalmente, do Prefeito

 Caso o Prefeito não se envolva, o Conselho precisa

trabalhar para que a Conferência seja uma estratégia de aproximação entre ele e outras instâncias do poder local

local

 Documentos legais: Decreto de convocação,

Portarias e Regimento

 Plenária final

 Aprovação de propostas e moções

 Escolha dos delegados para a Conferência Estadual de Saúde

 Pós-conferência

(30)

Como participar da CMS ?

 Procurar informações nos Conselhos Municipais e

com movimentos sociais em Saúde

 Atenção ao calendário do Conselho, porque vai ser

debatido e aprovado o regimento interno da Conferência Municipal de Saúde

 Se preparar para acompanhar o debate no Conselho  Se preparar para acompanhar o debate no Conselho

Municipal

 “Conferências Municipais passo a passo” (2003) - site

Femama

 “Participação social no SUS: o olhar da gestão

municipal” (2009) - site do Conasems:

http://www.conasems.org.br/files/cartilha_participacao_social_setem bro.pdf

(31)

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Coletânea de normas para o controle social no Sistema Único de Saúde. 2ª ed. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2006. Disponível em:

http://www.conselho.saude.gov.br/. Acesso em: ago 2010.

__. Resolução n.33, de 23 de dezembro de 1992. Disponível em:

<http://www.fmb.unesp.br/etica_pesquisa/docs/resolucao_33.pdf>.

Acesso em: ago 2010.

__. Resolução 319, de 07 de novembro de 2002. Disponível em: __. Resolução 319, de 07 de novembro de 2002. Disponível em:

<

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/resolucao_cns_319-2002.pdf>. Acesso em: ago 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Conferências de Saúde. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=10

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__. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Histórico da Saúde Pública. Disponível em: <

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Referências

CARVALHO, G.I., SANTOS, L. Sistema Único de Saúde: comentários à Lei Orgânica da Saúde. 4ª ed. rev. e atual. Campinas, SP: Ed.

Unicamp, 2006.

ESCOREL, S., BLOCH, R.A. As Conferências Nacionais de Saúde na construção do SUS. In: LIMA, N.T. et al. (Orgs.). Saúde e

democracia: História e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2005.

GUIZARDF, F.L. et al. Participação da comunidade em espaços GUIZARDF, F.L. et al. Participação da comunidade em espaços

públicos de Saúde: uma análise das Conferências Nacionais de

Saúde. Physis - Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, n.14, v.1, p.15-39, 2004. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/physis/v14n1/v14n1a03.pdf>. Acesso em:

ago 2010.

RELATÓRIO da 13ª Conferência Nacional de Saúde, 2007. Disponível em: <http://www.conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios.htm> Acesso em: ago 2010. [Ver também o site da 13ª Conferência:

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