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VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER: UM MAL INVISÍVEL E O CUIDADO DA PSICOLOGIA

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Academic year: 2021

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Graziely Veríssimo de Melo1

RESUMO

Este artigo objetiva apresentar a prática da Psicologia em sua atuação diante de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, abordando mais especificamente a violência psicológica, além de retratar a luta das mulheres na busca de igualdade de direitos entre os gêneros. Como importância, o estudo trará dados sobre os números da violência contra a mulher no Recife e Região Metropolitana de Pernambuco (PE), além de indicar os locais de referência para atendimento psicológico a essas mulheres. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, realizada através de revisão bibliográfica de publicações científicas nacionais, artigos que abordam a temática em diversas fontes da internet. Contribuíram para o estudo as pesquisas de autores como: Blay (2001), Day et al. (2003), Melo, Silva e Caldas (2009) e Ribemboim (2012), entre outros, que nos ajudaram a compreender que é praticamente impossível pensar em violência psicológica sem falar da violência física, e que devemos proteger as mulheres de toda e qualquer forma de violência e discutir sobre essas novas configurações nas quais elas estão atualmente inseridas, onde a atuação do profissional da psicologia pode contribuir significativamente nesse processo diante dos casos constatados e apresentados no estudo.

Palavras-chave: Mulher; violência psicológica; prática do psicólogo.

ABSTRACT

This article aims to present the practice of Psychology in its work before women in situations of domestic and family violence, addressing more specifically psychological violence, in addition to portraying the struggle of women in the search for equal rights between genders. As important, the study will provide data on the numbers of violence against women in Recife and the Metropolitan Region of Pernambuco (PE), in addition to indicating the places of reference for psychological assistance to these women. The methodology used was of a qualitative nature, carried out through a bibliographic review of national scientific publications, articles that address the theme in several internet sources. Contributions to the study by authors such as: Blay (2001), Day et al. (2003), Melo, Silva and Caldas (2009) and Ribemboim (2012), among others, who helped us to understand that it is practically impossible to think about psychological violence without talking about physical violence, and that we must protect women from any and all form of violence and discuss these new configurations in which they are currently inserted, where the work of the psychology professional can contribute significantly in this process in the face of the cases found and presented in the study.

Key words: Woman; psychological violence; psychologist practice.

1 Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Recife-PE). grazielyvm16@gmail.com.

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INTRODUÇÃO

A violência é uma forma de violação dos direitos humanos que está presente em todas as partes do mundo, ocorrendo em sua maioria contra pessoas de grupos minoritários socialmente (re)conhecidos como, por exemplo, a população negra, pobres, mulheres, entre outros. Dentre as diversas formas de violência, a praticada contra a mulher é cometida por vários motivos, tanto de ordem social quanto de ordem cultural e/ou religiosa. O mais frequente tipo de violência contra a mulher não é realizado em público, mas sim em âmbito privado, geralmente cometida por pessoas que a mulher conhece como parentes, amigos, cônjuges ou indivíduos com quem ela se relaciona. A violência contra a mulher sempre ocorreu, porém, atualmente é algo que tem sido bastante discutido, pois a mulher tem conquistado um lugar de destaque na sociedade e, diante disso, vem reconhecendo os seus direitos após anos de luta por igualdade de gênero.

Guimarães e Pedroza (2015) explicam que atualmente a violência contra a mulher tem sido um problema cada vez mais em pauta nas discussões e preocupações da sociedade brasileira assim como das pesquisas científicas. Apesar de se saber que tal violência não é um fenômeno exclusivamente contemporâneo, o que se percebe é que a visibilidade política e social desta problemática tem um caráter recente, “dado que apenas nos últimos cinquenta anos é que tem se destacado a gravidade e seriedade das situações de violências sofridas pelas

mulheres em suas relações de afeto”. (GUIMARÃES; PEDROZA, p. 257).

Segundo Manzini e Velter (2018), os atos de violência tendem a abalar a qualidade de vida da vítima, sendo a violência psicológica a mais frequente e talvez a menos denunciada. Geralmente inicia-se de forma branda, com atos que passam despercebidos pela vítima, pois trata-se de uma violência silenciosa, em que a mulher sequer percebe a periculosidade dos atos praticados pelo agressor e o quanto tais atitudes influenciam em sua forma de ver-se e de viver em sociedade.

O agressor através de insultos a torna insegura e baixa a sua autoestima, pois para partir para a agressão física, ele precisa tornar a mulher fragilizada de tal modo que ela aceite a agressão e se sinta culpada pela violência sofrida. Nota-se então que a violência psicológica praticada contra a mulher, além de causar danos

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de grave ou difícil reparação na vida da vítima, podem também resultar em consequências irreversíveis.

A violência sofrida pela mulher pode refletir em numerosos traumas e doenças durante sua vida, como não se sentir apta a estudar ou a buscar independência por se achar inferior, como explica Mereles (2016). Isso pode gerar incapacidades, como a de não conseguir expressar suas opiniões na casa da família, ser silenciada frente a outras pessoas ou menosprezada por ser mulher.

Desta forma, este estudo visa abordar a atuação do profissional de Psicologia no acolhimento às vítimas e o entendimento da violência psicológica e das políticas públicas de acolhimento às mulheres em situação de violência doméstica na cidade do Recife e Região Metropolitana de Pernambuco (PE), Brasil. Os objetivos consistem em relatar a luta da mulher em busca da igualdade de direitos entre os gêneros; compreender a violência psicológica como um fenômeno causador de sofrimento; e descrever o papel do psicólogo quanto à sua atuação frente à mulher em situação de violência doméstica.

A proposta de estudo justifica-se por meio da relevância social e científica em relatar a importância da atuação do psicólogo frente a esse tipo de violência, tendo em vista que atualmente tais casos têm aumentado e muitas mulheres não têm o conhecimento dos seus direitos. Diante disso, é necessário que o profissional conheça e entenda o funcionamento das políticas públicas de acolhimento para essas vítimas.

Além disso, como contribuição científica, o trabalho traz também um recorte sobre alguns números da violência contra a mulher em Pernambuco, apresentando dados estatísticos dos casos na Região Metropolitana do Recife, que apontam que os agressores em sua maioria são homens que possuem algum vínculo com estas mulheres, desde namorados, noivos, esposos e ex-companheiros.

A Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, acerca dos direitos das mulheres afirma no seu Art. 2º que todas as mulheres “goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu

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MÉTODOS

Quanto aos métodos utilizados, o desenho do estudo é de natureza retrospectiva, descritiva, não controlada e qualitativa, realizada através de revisão bibliográfica de publicações científicas nacionais. A busca dos dados iniciou-se através da base de dados e outras fontes fidedignas da internet, posteriormente, foi realizada uma visita ao Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife-PE, com uma profissional da psicologia, que disponibilizou 26 materiais bibliográficos referentes ao tema abordado no artigo e o período de estudo foi de março a dezembro de 2019. A amostragem é não probabilística e por cotas, pois existe uma escolha deliberada e imparcial dos elementos que compõem a amostra por estar abordando pessoas do sexo feminino.

Os critérios de inclusão para a pesquisa foram: textos referentes à história de luta das mulheres; artigos sobre os tipos de violência doméstica; Lei 11.340/06; materiais sobre a prática do psicólogo diante de mulheres em situação de violência e artigos contendo dados estatísticos acerca da violência em Recife-PE e os critérios de exclusão foram: artigos contendo dados da violência em outros estados e países; dados referentes às medidas jurídicas sobre os agressores e as práticas de prevenção; considerações sobre o aspecto familiar da mulher em situação de violência (filhos, irmãs, mãe e pai).

Foram utilizados artigos de forma ética, garantindo a discrição dos participantes das pesquisas de forma a resguardar o seu anonimato, através dos dados coletados no fórum da Região Metropolitana de Recife-PE.

Os dados coletados por meio do referido percurso metodológico permitiu que o estudo proporcionasse a obtenção de conhecimento acerca da Lei Maria da Penha, da importância de olhar para as mulheres em situação de vulnerabilidade com cuidado, pois como esta se trata de uma violência “invisível”, é preciso estar atento aos possíveis sinais. Não houve riscos implicados na presente pesquisa.

1. HISTÓRICO DE LUTA E ORIGEM DA DATA COMEMORATIVA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A origem da data escolhida para celebrar o dia internacional das mulheres tem algumas explicações históricas. No Brasil, é muito comum relacioná-la ao

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incêndio ocorrido em Nova Iorque no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, fábrica que, segundo Blay (2001), havia criado em 1909 um sindicato interno para seus trabalhadores, no qual, posteriormente as trabalhadoras da companhia quiseram retirar alguns recursos do próprio sindicato interno para ajudar as companheiras em busca de melhores condições de trabalho, mas não conseguiram. Fizeram então piquetes na porta da Triangle em forma de protesto, que contratou prostitutas para se misturarem às manifestantes, pensando assim em afastá-las de seus propósitos, porém o efeito foi contrário, o movimento se fortaleceu. O incêndio ocorrido em 1911 deixou 146 trabalhadores mortos, sendo 125 mulheres e 21 homens, que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial (BBC NEWS, 2019).

No século XIX e no início do XX, nos países que se industrializavam, o trabalho fabril era realizado por homens, mulheres e crianças, em jornadas de 12, 14 horas, em semanas de seis dias inteiros e freqüentemente incluindo as manhãs de domingo. Os salários eram de fome, havia terríveis condições nos locais da produção e os proprietários tratavam as reivindicações dos trabalhadores como uma afronta, operárias e operários considerados como as “classes perigosas”. Sucediam-se as manifestações de trabalhadores, por melhores salários, pela redução das jornadas e pela proibição do trabalho infantil. A cada conquista, o movimento operário iniciava outra fase de reivindicações, mas em nenhum momento, até por volta de 1960, a luta sindical teve o objetivo de que homens e mulheres recebessem salários iguais, pelas mesmas tarefas. As trabalhadoras participavam das lutas gerais mas, quando se tratava de igualdade salarial, não eram consideradas. Alegava-se que as demandas das mulheres afetariam a “luta geral”, prejudicariam o salário dos homens e, afinal as mulheres apenas “completavam” o salário masculino (BLAY, 2001, p. 601).

De acordo com Blay (2001), Clara Zetkin, alemã, membro do Partido Comunista Alemão e militante junto ao movimento operário, que se dedicava à conscientização feminina, teria, ao participar do II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhagem, Dinamarca, proposto a criação de um Dia Internacional da Mulher, a proposta estabelecia que a data fosse um dia de mobilizações de mulheres trabalhadoras em todo o mundo, que abordariam tanto a pauta da questão das mulheres no trabalho, o direito ao voto feminino, tanto votando quanto sendo votadas, porém sem definir uma data específica.

Foi na década de 60 que a data 8 de março foi sendo constantemente escolhida como o dia comemorativo da mulher e se consagrou nas décadas

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seguintes, sendo instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Certamente esta escolha não ocorreu apenas em consequência do incêndio na Triangle (ocorrido no dia 25 de março), embora este fato tenha se somado à sucessão de enormes problemas das trabalhadoras em seus locais de trabalho, na vida sindical e nas perseguições decorrentes de justas reivindicações.

No Brasil vê-se repetir a cada ano a associação entre o Dia Internacional da Mulher e o incêndio na Triangle, como observa Blay (2001), quando explica que é muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da luta das mulheres. “O processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e

europeias há algum tempo e foi ratificado com a proposta de Clara Zetkin” (BLAY,

2001, p. 605).

Girundi (2018) explica que a história do movimento feminista possui três grandes momentos. O primeiro foi motivado pelas reivindicações por direitos democráticos como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho no fim do século XIX. O segundo, no fim da década de 1960, foi marcado pela liberação sexual (impulsionada pelo aumento dos contraceptivos). Já o terceiro começou a ser construído no fim dos anos 70, com a luta de caráter sindical.

Tosi (2016) conta que nas primeiras décadas do século XX, o grande tema político foi à reivindicação do direito ao voto feminino. Após a conquista do direito ao voto, estabelecido pela Constituição Federal em 1932, tendo as mulheres brasileiras votado pela primeira vez em 1945, elas passaram a ocupar maior espaço no eleitorado do País. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente, a participação feminina é de quase 53% do total de 146.470.880 eleitores no Brasil.

Comemorar o dia 8 de março significa relembrar e voltar às origens do ideal socialista de grande parte das mulheres que lutavam por um mundo novo sem exploração e opressão do homem pelo homem e especificamente da mulher pelo homem (GIANNOTTI, 2006).

A codificação de 1916 propunha um ordenamento adequado aos moldes de uma sociedade patriarcal, do início do século passado, com pensamentos individualistas. A Constituição Federal de 1988 criou normas incompatíveis com o Código de 1916. Além disso, com um país mais modernizado, culturalmente evoluído e mais voltado para uma visão social, as leis precisavam ser revistas para acompanhar as transformações. O novo Código Civil começou a ser redigido em 1968 por uma equipe de juristas e advogados. Acolhido

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em 1975, tramitou durante 26 anos no Congresso Nacional até ser aprovado em 2001. A Lei nº 10.406/2002 trouxe importantes mudanças, em especial à mulher, acolheu os preceitos constitucionais da igualdade de direitos entre homens e mulheres, artigo 5º, inciso I, e na igualdade de direitos e deveres conjugais, artigo 226, § 5º, ambos previstos na Lei Maior. Desse modo, percebe-se que o novo ordenamento abandonou a visão patriarcal presente no Código revogado, no qual o casamento era a única forma de constituição da família e nela imperava a figura do marido, ficando a mulher em situação submissa e inferiorizada (MATOS; GITAHY, 2007, p. 86).

Foi apontada neste estudo, a priori, a história de luta das mulheres, pois, ao entender essa luta pelos direitos de igualdade, pode-se começar a ter uma noção de como as constituições familiares começariam a mudar nos anos seguintes. Afinal, a mulher estava, a partir dos novos direitos adquiridos, mudando do estado de submissão ao homem, para alguém que possui voz ativa na sociedade.

Conforme afirmam Cortez, Souza e Queiróz (2010) é importante destacar que, apesar da inserção da mulher no mercado de trabalho não ser uma conquista nova, é ainda recente e é um assunto delicado e criticado pelos companheiros, que sentem sua função de provedor-chefe da casa ameaçada e ainda imaginam a possibilidade de serem traídos (tendo em vista o relacionamento que possuem) por suas esposas, que segundo os próprios maridos, agora se expõem no “mundo de fora”.

Os autores avaliaram que as incertezas e tensões que caracterizam esta atual condição ilustram um difícil momento de transição para estas mulheres, que tentam ultrapassar os limites impostos por um espaço que culturalmente lhes confere certo poder e valor, no caso o espaço doméstico-familiar, em busca de mais autonomia, buscando por seus próprios objetivos. Existe um conflito entre a “masculinidade ideal” compreendida e almejada pelos homens e sinais de empoderamento feminino, identificados nas iniciativas de autonomia das mulheres em contextos de trabalho, relações com amigos, cuidados consigo e reivindicações sobre o relacionamento.

Desde que as mulheres conquistaram um novo espaço no mercado de trabalho, as constituições familiares começaram a mudar e muitas delas passaram a ter mais autonomia nas decisões do lar, com isso, de certa maneira o homem passou a sentir sua masculinidade fragilizada, causando neles um sentimento de ameaça ao estereótipo de supremacia que o homem sempre carregou historicamente. Esse fato fez com que eles buscassem uma forma de intimidação às

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novas posturas da mulher na sociedade, ocasionando, portanto, um aumento significativo nos números de violência conjugal praticada por eles. Porém, atualmente percebe-se que, apesar de ainda ter grande evidência, o modelo patriarcal tem sido questionado e combatido. O modelo patriarcado consiste em um sistema meramente social onde homens mantêm o “poder”, predominando sobre si as funções de lideranças políticas, autoriade sobre tudo e privilégio social frente ao controle das diversas propriedades.

A partir do conhecimento sobre a história de luta da mulher e suas novas configurações, o presente artigo apresentará adiante a definição de violência psicológica, um dos tipos mais comuns de violência sofridas pelas mulheres de uma forma que se passa muitas vezes despercebida.

2. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: UMA FORMA OCULTA DE AGRESSÃO CONTRA A MULHER

A violência contra as mulheres, segundo Day et al. (2003), é o tipo mais generalizado de abuso dos direitos humanos no mundo e o menos reconhecido. A Assembleia Geral das Nações Unidas, de 1993, definiu oficialmente a violência contra as mulheres como sendo qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual, psicológico ou sofrimento para a mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, quer ocorra em público ou na vida privada.

Ainda segundo Day et al. (2003, p. 16) “as consequências negativas da agressão atingem a saúde física e emocional das mulheres, o bem-estar de seus filhos e até a conjuntura econômica e social das nações, seja imediatamente ou a

longo prazo”.

Segundo a Lei Maria da Penha, Art. 7º, uma das formas de violência doméstica e familiar é a violência psicológica, que é entendida como:

Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação (BRASIL, 2006, p. 1).

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Como afirma Ribemboim (2012), a violência psicológica é um ato causador de danos à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal e emocional da mulher. Ela pode se expressar pela tentativa de controlar suas ações e valores por meio de intimidação, manipulação, ameaças dirigidas à mulher ou aos filhos e pode também ser acarretada por humilhação, isolamento social e familiar, rejeição, exploração e agressão verbal, que podem danificar a motivação, a autoimagem e a autoestima.

“Apesar de uma realidade muito presente, a violência psicológica ainda tem sido subestimada pela rede de serviços. As delegacias, por exemplo, não registram

ou oferecem assistência específica a esses casos” (RIBEMBOIM, 2012, p. 67).

Paralela ou somada a ela, também existe a violência moral, que é a ação que visa à calúnia, à difamação ou à injúria contra a reputação da mulher.

A violência psicológica, segundo Manzini e Velter (2018), embora não tipificada pelo código penal, acompanha todos os demais tipos de violência dispostos nos incisos do art. 7º, da Lei Maria da Penha, uma vez que interfere na saúde mental da mulher, na forma como esta se enxerga física, moral e socialmente. Como explica Dias (2010), a violência psicológica tem como base relações desiguais de poder entre os sexos. Ele explica que ela é a mais frequente e talvez seja a menos denunciada. “A vítima muitas vezes nem se dá conta que agressões verbais, silêncios prolongados, tensões, manipulações de atos e desejos, são

violência e devem ser denunciados”. (DIAS, 2010, p. 48).

De acordo com Azevedo e Guerra (2001), o termo violência psicológica doméstica foi cunhado no seio da literatura feminista como parte da luta das mulheres para tornar pública a violência cotidianamente sofrida por elas na vida familiar privada. Ainda segundo eles, o movimento político-social que, pela primeira vez, chamou a atenção para o fenômeno da violência contra a mulher praticada por seu parceiro, iniciou-se em 1971, na Inglaterra, tendo sido seu marco fundamental a criação da primeira “casa abrigo” para mulheres agredidas fisicamente, iniciativa essa que se espalhou por toda a Europa e Estados Unidos, por volta de 1970, alcançando o Brasil na década de 1980.

Day et al. (2003, p. 16) explicam que na maioria das vezes, as sequelas psicológicas do abuso são ainda mais graves que seus efeitos físicos. “A experiência do abuso destrói a autoestima da mulher, expondo-a a um risco mais elevado de

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sofrer de problemas mentais, como depressão, fobia, estresse pós-traumático,

tendência ao suicídio e consumo abusivo de álcool e drogas”.

O conceito de violência, de acordo com Silva, Coelho e Caponi (2007), abrange todas as formas de violação dos direitos das mulheres, com especial destaque às formas de violência não-físicas, que se manifestam direta ou indiretamente e provocam múltiplas consequências, entre elas: depressão, isolamento social, insônia, distúrbios alimentares, entre outros. Desta forma, segundo as autoras, compreende-se por violência doméstica contra a mulher aquela que ocorre entre pessoas que tenham ou já tiveram relacionamento afetivo-sexual. A violência tem, como pano de fundo, uma relação que, mesmo desfeita, ainda deixou questões inacabadas. Muitas vezes, permanecem vínculos afetivos permeados por mágoas, ressentimentos ou dependência psicológica, que impedem ou dificultam que a vítima possa identificar uma situação de violência (SILVA; COLEHO; CAPONI, 2007).

O conceito de “mulher vítima de violência” foi substituído por “mulher em situação de violência”. Essa transformação deve-se às lutas travadas ao longo dos anos pelo movimento de mulheres e por estudiosos. “A explicitação de que a situação de violência pode ser rompida não implica necessariamente condição de subalternidade, presente no conceito de vítima, e ainda sugere possibilidades de

saída e resolução do conflito” (RIBEMBOIM, 2012, p. 62).

Silva, Coelho e Caponi (2007) explicam que a violência psicológica doméstica nem sempre é identificável pelas mulheres, pois a violência pode aparecer de maneira camuflada, devido a isso, podem não serem reconhecidas como tal por estarem associadas a fenômenos emocionais como: o álcool, a perda do emprego, problemas com os filhos, sofrimento ou falecimento de familiares e outras situações de crise.

Cortez, Souza e Queiróz (2010, p. 240) realizaram uma pesquisa com quatro casais com histórico de violência, no ano de 2006, cujos resultados trouxeram os seguintes dados:

Avaliamos que os resultados possibilitam verificar que a violência se dá na relação, e as agressões são resultado de um jogo de forças que ocorre nos relacionamentos de casais nos quais conflitos são naturalizados e outros modos de negociação não são considerados ou não parecem possíveis. Nas entrevistas analisadas, a transição da masculinidade hegemônica, fortemente enraizada em nossa

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cultura, para a masculinidade que as novas estruturas familiares, conquistas e demandas femininas requerem, parece ainda bastante difícil. Os “homens de verdade”, sentem-se ameaçados por manifestações femininas de autonomia, mostrando-se despreparados para transformar suas concepções de masculinidade com base em uma nova proposta de feminino (CORTEZ; SOUZA; QUEIRÓZ, 2010, p. 240).

Segundo Silva, Coelho e Caponi (2007), a violência doméstica psicológica pode-se considerar como uma categoria de violência que é negligenciada. Esta afirmação tem como base dois pilares: um que refere ao que é denunciado nas manchetes dos jornais, que destacam a violência doméstica apenas quando ocorrem danos físicos importantes ou quando a vítima vai a óbito. Outro mito, apresentado reiteradamente pela mídia, é o de que a violência urbana é superior à violência doméstica, afinal é difícil entender a ocorrência da violência física sem a presença da violência psicológica. A maioria dos casos demonstra que a violência psicológica ocorre antes da física, porém, não se descarta a possibilidade da ocorrência da violência física sem que a violência psicológica a preceda.

A Lei Maria da Penha, que recebeu esse nome em homenagem à mulher que sofreu violência doméstica por anos, tendo inclusive ficado paraplégica após levar um tiro do seu ex-marido em uma tentativa de feminicídio. Essa mulher lutou para que o estado brasileiro desse prosseguimento ao seu processo judicial que estava para prescrever. Diante da omissão do estado ela formalizou com entidades de representação uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Logo, ela lutou para que alguma medida coibisse a atitude do governo brasileiro em não proteger a sua vida diante da violência sofrida.

Assim, o país adotou medidas de proteção à mulher em situação de violência de gênero criando dispositivos legais para combater e erradicar a violência contra este grupo historicamente vulnerável. Por isto, a lei leva seu nome para a aprovação de alguma medida que coibisse essa atitude. A referida legislação foi então decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006, tendo entrado em vigor no dia 22 de setembro de 2006. Desde a sua publicação, a lei é considerada pela Organização das Nações Unidas como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.

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Dados obtidos por Melo, Silva e Caldas (2009), coletados nos fóruns da Região Metropolitana de Recife-PE, em processos dos anos de 2004 a 2006, apontam os seguintes números com relação a casos de violência contra mulheres: a) quanto ao grau de parentesco das vítimas perante seus agressores- parceira ou ex-companheira: 86,4%, sogra: 8%, cunhada: 2,7%; b) quanto aos motivos que levaram à prática do delito- rompimento da relação: 40,5%, ingestão de bebida alcoólica: 24,3%, ciúmes: 10,8%, problemas econômicos: 10,8%, problemas mentais: 2,7%, não constam: 10,8%; c) quanto ao tipo de crime sofrido pela vítima- homicídio: 62,2%, tentativa de homicídio: 37,8%; d) quanto ao tempo de relacionamento entre agressor e vítima- separado: 32,4%, até 2 anos: 24,3%, de 3 a 5 anos: 18,9%, de 6 a 10 anos: 5,4%, de 11 a 20 anos: 5,4%; e) quanto ao objeto (arma) utilizado para a prática do delito- armas brancas (faca, cadeira, fio de telefone, escopo e pedaço de ferro): 64,8%, arma de fogo: 32,4%; f) quanto ao local do crime- casa: 54%, rua: 37,8%, trabalho: 8%. Em todo o estado de Pernambuco, nesses três anos de pesquisa (2004, 2005 e 2006), foram registrados: 276, 282 e 310 homicídios contra a mulher, respectivamente.

Melo, Silva e Caldas (2009), falam que tais indicadores formam a ponta de um “iceberg” que indica para uma organização familiar adoecida, marcada por múltiplos sofrimentos. Em outras palavras, os papeis sociais impostos a homens e mulheres reforçados pelo sistema patriarcal, estão certamente na raiz desses comportamentos violentos. Porém, mesmo diante disso, faz-se necessário que a vítima tenha conhecimento que atos de violência psicológica são práticas de violência doméstica previstos em lei e passíveis de aplicação de metidas protetivas a fim de preservar a vida e a integridade física, psicológica e moral da mulher.

De acordo com o documento intitulado “Orientações para o atendimento a vítimas de violência: guia para Profissionais de Saúde”, da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, em Recife-PE, os locais de referência para atendimento psicológico e apoio à mulher em situação de violência são: Maternidade Bandeira Filho, Rua Londrina, s/n, Afogados, fone: (81) 3232-2233; Ambulatório Especializado da Mulher – AMEM, Rua Soares Moreno, s/n, Vila dos Comerciários, Tamarineira, fone: (81) 3232-4196; Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros – CISAM – Maternidade da Encruzilhada, Av. Visconde de Mamanguape, s/n, Encruzilhada, fone: (81) 3182-7720; Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa (Hospital Agamenon

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Magalhães), Estrada do Arraial, 2723, Casa Amarela, fone: (81) 1739 / 3184-1740; Centro de Referência Clarisse Lispector, Rua Bernardo Guimarães, 470, Boa Vista, fone: (81) 3232-5370 / 3232-1663; Ouvidoria da Mulher, Cais do Apolo, 222, 1º andar, Recife Antigo, fone: (81) 3224-1514; Central de Atendimento à Mulher (Nacional), fone: 180 (GOVERNO DE PERNAMBUCO, 2010).

3. O PAPEL ÉTICO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA NO ACOLHIMENTO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E PSICOLÓGICA

O psicólogo exerce um papel fundamental na rede de serviços de atenção à mulher. Seja para identificar os sinais de que uma mulher está em situação de violência ou para avaliar as possibilidades de que a violência possa vir a ocorrer.

O trabalho da(o) psicóloga(o) nesses serviços também é oferecer informações sobre a rede de atendimento para construir juntamente com a mulher um plano de enfrentamento à violência. Além de potencializar a crítica social sobre o papel da mulher na sociedade e sobre as formas que esta sociedade cria para enfrentar a violência. Dentre o trabalho também está a função de fortalecer a subjetividade para entender, criticar e enfrentar a sociedade, assim como apresentar a esta mulher os dispositivos (institucionais, egóicos e comunicacionais) que permitam a produção de mudança, de transformação da sua vida e da sociedade, retratando o aspecto político do fazer dessa(e) psicóloga(o) (RIBEMBOIM, 2012, p. 65). O psicólogo ao fazer esse tipo de atendimento deve ir construindo um vínculo com a mulher, de forma que possibilite o acolhimento de suas dores e angústias com sutileza e empatia, respeitando a condição de fragilidade na qual ela se encontra, fazendo com que ela compartilhe suas experiências de forma que se reconheça neste papel de pessoa vitimizada, pois ao falar, ela poderá se escutar e refletir acerca do contexto em que se encontra.

“É preciso ajudá-las a verbalizar, a compreender sua experiência e, então,

levá-las a criticar essa experiência” (HIRIGOYEN, 2006, p. 183). Diante do

desenvolvimento da consciência de suas experiências, a mulher poderá se resguardar e retomar sua identidade.

O atendimento psicológico tem como objetivo abordar questões como: acolher; orientar; trabalhar a rigidez da vítima; não vitimização; trabalhar autoestima; ajudar com que o cliente se conheça; trabalhar questões da identidade com a cliente; auto-questionamento; levar a reflexão dos seus pensamentos; em casos de reincidência verificar o

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que leva a vítima a se relacionar com homens muito parecidos; o que leva suas escolhas; fazer com que elas resgatem sua condição de sujeito; resgatar seus desejos e suas vontades, que ficaram encobertos e anulados durante todo o período em que conviveram em uma relação marcada pela violência (COMINO, 2016).

O trabalho do psicólogo, como afirma Monteiro (2012), no que diz respeito à intervenção profissional em casos de violência doméstica, está vinculado à ação da justiça e, portanto, ocorre além do consultório, podendo ser realizado tanto de forma individual quanto em intervenções grupais. “Como alternativa à oferta de atendimento na modalidade de psicoterapia individual, os espaços grupais de

assistência têm sido incentivados na APS”- Atenção Primária à Saúde (SOUZA;

SANTOS, 2012, p. 390). O profissional precisa ter um olhar singular para estas mulheres, pois cada uma se adapta melhor em contextos diferentes. Em vista disso, como o trabalho é feito em conjunto com a justiça, o psicólogo que atua nessa área acaba realizando um trabalho multidisciplinar.

É fundamental para o psicólogo o processo de escuta ativa, no qual possibilitará uma maior atenção aos fatores relatados pela pessoa no processo terapêutico, para isso será preciso suspender quaisquer tipos de julgamento e evitar distrações, mostrando interesse ao que é expresso pela mulher.

O andamento do trabalho realizado com mulheres em situação de violência pode ocorrer de forma mais lenta, podendo haver recaídas e, durante o tratamento, reatarem o relacionamento com o agressor. Nesta situação, o terapeuta precisará tomar cuidado para não julgar esta decisão a seu próprio modo. Este é um trabalho que exige do profissional bastante serenidade, pois é preciso que ela mude sua percepção acerca de tais situações que foram naturalizadas por ela.

Monteiro (2012) explica que a partir do momento que a mulher se encontra em um processo de psicoterapia, ela começa a recuperar sua capacidade crítica sobre as coisas que são boas ou ruins para ela, percebendo então quando começa a ocorrer uma violência e quando o homem é violento e também que estes comportamentos do homem servem para esconder seus próprios medos e fragilidades.

Portanto, para Ribemboim (2012), cabe aos psicólogos promover alternativas que questionem o discurso dominante e as práticas profissionais e situações pessoais que exercem esse tipo de padrão social, avaliando os impactos nas

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subjetividades masculinas e femininas em seus contextos de relações de poder. Há um compromisso social dos psicólogos com a defesa dos direitos humanos no sentido de desconstruir a ideia da suposta inferioridade das mulheres.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se neste artigo que a Lei Maria da Penha pode servir como um suporte para promover o cuidado e proteção para mulheres em situação de violência doméstica e que é de grande enriquecimento profissional entender o funcionamento dela e suas atribuições.

Por meio da crescente participação em movimentos de luta por igualdade nas relações de gênero, a mulher pôde então reconhecer sua importância na sociedade e refletir acerca dos seus direitos como cidadã, saindo do lugar que o modelo patriarcal culturalmente sempre a colocou.

Além disso, foi visto que através da sua prática, o psicólogo é capaz de auxiliar as mulheres em situação de vulnerabilidade, atuando de forma empática e ética, de modo a proporcionar uma nova perspectiva na vida delas, propiciando um fazer psicológico que as auxilie de uma maneira que proporcione o entendimento de sua autonomia, possibilitando que percebam que não estão sozinhas e que poderão recomeçar a viver, a partir desses cuidados, de uma forma mais digna e feliz.

No que toca a reflexão do profissional da psicologia, este estudo contribuiu para que possamos entender melhor o quanto é delicado este tema, que existem milhares de mulheres passando por situações de violência psicológica, sem nem se darem conta de que aquela é também, uma forma de violência. Na mesma ótica, destaca-se a importância da realização de novos estudos com o objetivo de mapear, discutir e propor soluções acerca dos casos de violência psicológica contra as mulheres nos diversos estados e regiões do Brasil, onde os psicólogos poderão atuar na minimização ou erradicação do impacto cognitivo causada nessas vítimas.

Seria impossível falar de violência psicológica sem falar sobre a violência física, afinal, as pesquisas realizadas comprovam que na maioria dos casos, a agressão física ocorre após a mulher já ter sofrido agressões verbais e outras formas de violência psicológica.

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É possível considerar, através dos dados coletados, que o ciclo de agressão ocorre em sua maioria contra companheiras (ou ex-companheiras) dentro da própria casa, o que destoa da sensação de proteção que o lar deveria ocasionar. Portanto, não apenas como psicólogos, mas, como cidadãos, devemos proteger as mulheres de toda e qualquer forma de violência e discutir sobre essas novas configurações nas quais elas estão atualmente inseridas.

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