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Projecto para o estabelecimento politico do Reino-Unido de Portugal, Brasil e

Algarves, oferecido aos illustres legisladores em cortes geraes e extraordinarias

Autor(es):

Sequeira, António de Oliva e Sousa

Publicado por:

Real Imprensa da Universidade

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/2607

Accessed :

15-Jun-2021 18:09:58

digitalis.uc.pt

pombalina.uc.pt

(2)
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(10)

(3)

•MrvWWWVNAAAA/**"

INTRODUCÇÃO.

jVlui

bcneraerkaseaparadas pennasse

tem

occupado, desdeo

Dourado

dia

24

d'Agosto

de 1820,

em

propagarasbemfazejasluzes

do

liberalismo, até então ou fechadas

no

gabi-nete

do

Filosofo, ou foragidas

com

a expa-triada plnlantropia ;

mas

no meio

dètâo bellos escripros,

no

meio detâoapurado

Pa-triotismo, eu nãovejo quese trate

decidi-damente

do

pontoessencialda nossa futura

grandeza,qualbea

união de Portugal

com

o

Brasil;eu nâo vejo neste ponto mais

que

algumas metapbysicas espalhadas

sem

proje-cto, algumalógica

sem

plano;

A

intima união dePortugal

com

o Brasil

he tâoessencial para a nossa futura

prospe-ridade, edenossos filhos,-q"e,afora o

sa-grado

Código

Constitucional ,

nâo

descubro inateria mais digna de occupar apenna

do

politico escriptor.

A

imagem

de

um

futuro

grandeemagesíoso hedelicioso

campo

,era

que a nossaalma seaprazde espraiaras

vi-stas pelasmais remotas extremidades,

qoe

são tanto mais afastadas , quanto a nossa

imaeinaçâóestálongedeser

marcada

por

(11)

(4)

gunslimites :

dom

sublime, de que a

rata«=-resa tâodistinctamente nosquiz ornar, para íaser-nos duplicadamente venturosos, eque

deixando hoje

osabjsmos

daignorância,

le-Tanta altivacabeça, emostraaos Portugue-zes ,já

sem

egoísmo, e já

com

Pátria

, qual

yentura

procurem

aos seus netos.

He

hoje

sem

duvida que os nossos

lllustres Legisladores , occupados

em

lançar

bronzeados alicerces a ura grande futuro

,

devem

alargar as suas vistas pelas rastas

descobertas desses heróicos Portuguezes nos-sos passados, e traçar tâo sabias linhas,

que venhão a reunir

em

uracentro

eora-minn

o protlucto de tantos trabalhos o

ci-mento

de tanta gloria. Qual deva ser este

centro,a perspectiva do grande quadro

Por-luguez oestá mostrando, asimplesvista de ura

mappa

nol-o indica.

Mas nem

porisso,

que o estamos vendo eentendendo, se in-clina a nossa franquezaa declaral-o, a von-tade

de

agradar, de ser

bem

vistohe

supe-rior á liberdade

do

entendimento, e os

nossos escriptores,

bem

queo sintão,

não

querem

declarar doutrinas , que esiao emi

opposiçâo corao publico dezejo.

A

máxima

de que todos os nossos infortúnios prori-aabâo

do

estabelecimento deS.

M.

no

(12)

Bra-íiú, está tão arraigada

no

coração da maior parte dosPortuguezes

, que na verdadecora

alguma

razão deixâo os escriptoresde

con-íradizêl-o,

podendo

aliasdemonstrar

eviden-temente

nâo

ser esta a origem

do

maJ,

Conheço

que n'uma época,

em

que

he

necessário conciliar os ânimos,

convém

li-sonjear-lhes oentendimento;

mas

faço mais

justiça aos

meus

Corapaíriotas : a

ninguém

julgo tão falto deluzes , que

nâo

conheça

hoje d'onde erâo provindostodos os seus

ma-les! que nâo conheça

, que a destruidora

politicados Ministros deS.

M,

era

quem

íaziaacarretarsohre nós o

sem

numero

de

misérias, que nos oppriraiâo

! que

nao

co-nheça,que anossadependência

absoluta da Corte

do Rio

deJaneiro era

quem

dava pas-to atodosesses x^kbutres alimentados na

po-dridão

do

vicio! que nâo conheça, quea sabida

sem

conto

do

nosso numerário

ex-hauriaasfontes da nossa riqueza! que nâo

conheça , que a faltadereciprocas

leis de

commercio

bem

executadas trazia a nossa decadência!que nâo conheça, que o escasso terreno de Portugal , sua diminuta

popula-ção relativamente cora asgrandes Potencias

da Europa

,ainfância

àó

Brasil, e

sobre

(13)

(6)

a nomeação

de Diplomáticosignorantes, mal-versadose cgoistas, nos fazia ter pequena consideração na

Europa

; nosFazia assignar

Tractados vergonhosos,eterdemasiada con-descendência

com

os Estrangeiros; nos fazia ena finipequenos de grandes

, que já fomos,

em

valor,

em

política,e

em

riqueza !

Faço

mais justiça aos

meus

Compatriotas ,euo

re-pito; elles todos

conhecem

melhor, quaes

de-rem

ser hojeassuas verdadeirasvistas,todos

«eoccupâo

em

planos de

melhoramento

,

to-dos se

nutrem

em

deliciosos futuros, alias

bem

fundados ,porque

ninguém

na

Europa,

seexceptuarmos a Nação» Espanhola , está

em

começo

de maioresventuras ; todos

final-mente

estudâo a carreira da sua felicidade:

mas

não obstante, diviso aqui

um

vazio,que

quizera ver preenchido : a união de Portu-gal cora Brasil será o

fundamento

da nossa

perpetua grandeza, e

sem

isto, receio qua

sejaapenas temporária.

Guiado

porestes principies,vou aexpor

aos

meus

Compatriotas

, qual raeparece

de-veriasera nossa politica

em

circumsíancias tãomelindrosas, bera persuadido,que elles

reconhecerãoas

minhas

opiniões,

como

na-scidas

do

zelo danossa grandeza , e

nunca

(14)

<7)

«enhans

me

anlmao

,a

pão

ser osque

me

fa-cão Cidadão livre, ebenemérito filho da

Pátria. Esta liberdade,quejá

gozamos

,

dei-xaaestradadesembaraçada, paraqueos

meus

Compatriotas

ou expoahâo

as suas opiniões,

ou

contestem as

minhas

; cora tudo ficarei

contente,e só oâo posso renunciar á

liber-dade

efranqueza de expor as minuas.

Tractarei primeiro d'algnnsProblemas, i^uQserviráô

como

de baseao

meu

Projecto.

I.

PROBLEMA;

Seráinteressante

a

Portugal

a

união

com

o Brasil

?

Digo

que interessantissima :

demonstra-66. Portugal,considerado

em

relação ás

ou-tras Potenciasda

Europa,

hoje todas engran-decidas , lie

um

limitado

Reino

, que

não

pode

deixar de serinfluenciado por alguma

tias outras JNaçôes : Portugal,

quando

tenha estabelecido o seu

bom

regimen , mais

bem

distribuídos os seus bens,

povoado

todo o seu terreno, revolvido todo oseio

do

seu

chão, viráa sero jardim

do

mundo

,as

de-liciasdaterra;

mas

nem

porisso poderá

cre-scer

em

extensão,ouseravultadamenterico:

Portugal,levado ao maior gráo na extensão

da

sua agricultura,mergulhado

no

climamais jaudavel da

Europa

,eembellezadocora

(15)

to-(8)

HasâSperfeições áaarte, será invejado, a

appetecido por todosessesarabiciosos

man*

<lôes, qtie

em

nenlium

tempo

deixSode

appa-1-ecer.OrasePortugal,por pequeno, nao

pode

deixarde submetter-se ao apoio deoutra

na-ção,seellenâo

pode

sermaisque

raediana-mente

rico, considerado porsisó, e

em

re-laçãoaosseu» génerosde exportação ; se elle

por

estes principies, cporser

um

paiz

agra-dável,

pode

tornar-se preza daambição ,e

ainda dapolitica,nâo obstanteovalor indo-mável de seu« habitantes,segue-se,

quePor*

t.ogal

,para sei independenteerasua

liberda-de,

procurará sempreoutraPotencia ,que o

ajudea defender-«íe:

mas

seoBrasil,

povoado

que

seja,

toma

oeminentelu^ardas

primei-rasnações

mundo

, se elle , pelas suas

immenáas

riquezas,

pode

ter

uma

grossa

ma-rinha ,

com

que nos ponha asalvode todas as ambições ou politicas, se nelle

em

fim

achamos

todos os recursos danossa

indepen-dencia, que tanto vai,

como

achal-as

em

nós

mesmos

, por serhabitado por nossos

irmãos, por Portugoezes; temos portanto alitudo oque precizamos; eprovado quea

tjniâo dePorrugíd

com

o Brasil

nâo

he

in-teiessanie

(16)

(9)

II.

PROBLEMA.

'Seráinteressanteao Brasil oligaf-^Sé

tom

^Pvrtugal

?

Digo

que lhe interessa presentemente,'

Ktas queparao futuro lheheináifíerente,e

pode

existir independente de alguma

collabo-raçio: demonstra-se.

Em

quanto o

Reino do

Brasilsenão povoa ,

em

quanto náo

tem

uma

fácil

commonicaçâo

entreassuasremotas

ex-tremidades,

em

quanto finalmente

nâo he

aquillo,que necessariamente ha de vir a ser

=r

em

tudo grande;

=

precÍ7,a oBrasil de

nós,jápelonosso valorsempre formidável, e

sempre

prompto

a

emprehender

oque He

maior,jápelo adiantamento, que possaimos

em

manufacturas, jápela industria,que o so-bejo danossa população

pode

fomentar

no

Brasil , jápela unidade de sentimentos,

que

precisãoter,parase

nâo

dividirem ,e jápela

muita collaboraçâode diveisos

modos

, qua

denós

podem

receber; logonao padece da-] fida,que lhe

convém

asuaunião

com

Por-tugal: provemos a segunda parte.Por maio-res que sejâo ao presente as dependências

do

Brasil,por maiorcollaboraçâo, que

ago-ra lheseja'necessária, estaacaba logo ,que

tenhacrecido

em

população, industria e

(17)

<

( «o )

irjaasí

momentâneo.

Não

nos heestranha a

j:apidez,

com

que

«e povoarão os

Esta-dos-Unidos da

America

, sendo

um

paiz

af-fectadodeperigosasdoenças ;

ninguém

duvi-dara darapidez,

com

que

pode

ser

povoado

o

Brasil,paiz fertilissimo, egeralmente

fa-Jando ,deexcellenteclima, equesó precisa

liberdade

,providentes e activas instituições.

O

Brasil,logo que cheguea este

adiantamen-10,nada

pôde

temer:

como

Estado na

Ame-riea, hesuperior atodos os seus vizinhos;

como

Nação no mundo,

será talvezaúnica, que nada precize das outras; o seu

chma

próprio para todas as producções da

natu-reza ,os seus portos magestosos, asua

pro-ximidade

com

a

Europa

, fará esquecer aos

Europêos essa remota índia Oriental,esse

continuo sorvedouro denossas riquezas

re-presentativas, e insensível paralj-sante das

puram«nte

reaes:elevado a estegráo, deque

preciza o Brasil?nâosóhc independente das outras nações,

mas

até aspode exceder;e por conseguinte Portugal sólhe

pôde

interessar,

como

Povo

commerciante, e jamais

como

Povo

de

quem

dependa, ou precize: logo

ninguém

duvidará, que para ofuturopôdeser

(18)

(

"

)

III.

PROBLEMA.

Qual

deçeser

a

poliuca dos Poftugneíei

da Europa,

para

consermrem

iodas assuas

vastas possessõesdebaixo do

nome

de

Reino-Vnido

dePortugal,Brasil eJlgarves?

Digo

que ade conservarem o

estabeíeci-mento

deS.

M.

no

Brasil: demonsira-se.

A

partemaior não cedeá

menor

: o

Rei-no

doBrasil,ainda queagora,por aspirar

á

sua liberdade ,mandasseos seus

representan-tes a Lisboa , jamais o faria

para o futuro ;

eodia

em

queS,

M.

se ausentasse das suas praias, deixando~lhe aobrigação de

mandar

os seus representantes aLisboa ,prepararia a

desunião

do

Brasil

com

Portugal; e os

Bra-sileiros estendendo os olhos pelos vastas

ma-res, que nos separâo,eondas, que os agitâo, fariâo votodejáraxiis esperar pelo que lhes levassea

mercê

dosventos,a doçura dos

ma-res; e eis-aqui Portugal

com

o seuRei , he

•verdade,

mas sem

oBrasil, quetanto lhe

in-teressa»

A

Metropoli

do Reino-Unido

Constitu-cional dos Portuguezes, conservando-se

na

Brasil, efazendoahi

um

perpetuo

estabeleci-nsenfo, depoisdelhe ser levada a

Coustitm-eaotãolivre,

como

se está formando,e que

(19)

( I^ )

SáoBrasil ,

como

remédiosalotarderodos os

nossos males, evitatodasasdifficuldades, e

jpôeoselloá nossagrandeza;porqueaté

nem

Jbeadmissivel, o periendidojus dePortu'yal ler

em

siEl Rei: o troncoe cabeça

formão

a maiorparte

do

corpo,ea essênciadavida;

os

membros

extremos

formão

parte

do

todo,

mas

não

são essenciaes para aexistência; ora sendo Portugal

em

relaçãoaoBrasil ,apenas

am

dos

membros

extremos,

ou

uma

fracção,

nâo

padece duvida, queogrande corpo

Por-tuguezficariainforme

com

acabeça fpra

do

tronco,oun'unia das suas fracções.

Por

outro 3ado

também

não he

menos

inadmissivel ,

o

di/er-sequeo Brasildeveceder á Mâi-Patria, c contentar-se

com

ura Viee-Ptei; na

verda-de,que a expressão

tem

euphonia,

mas

cla-Tamente

manifesta

um

absurdo, porque h«

forade todo o encaixe, que oPteinoseja

sessenta vezes

menor

, que o Vice-Reinado.

De

tudosesegue, que amaneira de nos

»m"rmos,e

formarmos

um

corpo

bem

orga-nisado ,não

pode

ser

sem

conservar

no

Bra-silaMetropoli

do Reino-Unido

,

ou

a

ca-beçadestecorpo : logoesta devesera nossa

(20)

<«S)

PROJECTO.

Postos

os princípios estabelecidos , c

co-nhecidos osnossos verdadeiros interesses,

nada be maisfácil ,

do

que conceber desd« logo, qual será o meio de nos unirmos,e 67

carmos todossatisfeitos e livres.

Não

be

pro-'vavel, que os

Portuguezes

do

Brasil

deixem

òe

acceitar o CódigoConstitucional, e alies

serão tantomais promptos,

quando

sóuberetn que nós lhe dezejaraos a

mesma

liberdade,

que possuímos,eque jamais

consentiremos,

quesejâo

menos

livres: que nós temos

deli-beradoceder-lhe a posse d'ElRei, ©a

poli-ticade preparar

o

engrandecimento

do

Bra-sil, e

do

vasto Império Portuguez.

:=:Tudo

a

meu

ver sealcança

do

modo

seguinte.

=:

1."Faça-se

um

Código

geral para todos os

Portuguezes, e nelle se declare, queo

Ri»

deJaneiro (ouBahia) seráaCapital

do

Rei-no-Unido

de Portugal , Brasil e Algarves,e

a residência d'ElRei Constitucional na

Dy-nastiade Bragança.

2.0

Que

haja

uma

representação

na

Corte

»

ouresidência d'EIRei, composta dos Portu-guezes

do

Brasil, e Possessões d'Ásia e Afri-ca,eôutra naCapitaldos Reinos de

(21)

Port»-ím

wmmm

ff

gal eAlgarves,compostadosPortaguezes

re-sidentesnestes Reinos e Ilhas adjcscejites,

em

quese

comprehenda

aIlha da Mndeira,e

ainda alguns estabelecimentos d'Africa, que

fiquem mais próximos de Portugal,

do

que

do

Brasil»

3,«

Que

sejada

nomeação

d'ElRei

um

Vi-ce-Rei para Portugal, a

quem

dê todos os

poderes de sanccionar Jeis, distrit^uir

mer-cês, dispor

do

exercito, elegeros Bispos e

osGeaeraes, eainda os Títulos , tudo etn

nome

d'ElRei, e

com

o seu

placet

;

mas

sem

prejuízodos nomeados, para que nãoseja

necessário aos Portuguezes da

Europa

men-digar favores

no

Brasil.

4.°

Que

o Vice-Rei

nomeado

deveser ou

Irmão

d'£IRei,ouseu Filho, e naf«Iia

de-steso Parente mais

próximo

da Casa de Bra-gança,

mas nunca

oPrimogénito, oua

quem

competir a

Coroa

por succcssao, e^ ainda

quando

aconteça , que por alguma causa

ve-nha

apertencer a

Coroa

ao Vice-Rei, deve

ficar estabelecido quesejaRei, indoresidir

na Corte

do

Pieino-Unido Portuguez,e

nun-ca

em

outra parte

, por evitar infracções,

que para o futuro possa haver,

5,o

Que

se evite avinda deS.

M.

, e

do

(22)

( i5 )

quizeremvirparavoltar);

mas

que depois

ãú

jurada a Constituição por S.

M.

, e

admit-tida era todos osEstados Portuguezes , nos

mande

o

Senhor

Infante

D.Miguel

para nosso Vice-Rei ,e queassim seváseguindo

para o futuro,

como

estáindicado

no

arti-go antecedente;sendo a

nomeação

ou

vita-lícia ou temporária á vontade d'EI Pteij

mas nunca

por

menos de

lo annos.

6.^

Que

os Portuguezes residentes

no

Bra-sil

nâo

possâo terpropriedades

em

Portu-gal,epiceversa;

mas

que

devendo

ser a

no-meação

de Ministros Diplomáticos dos

ho-mens

maissubliaies

em

talentos, seja

aonde

for queresidâo , estes sejâoexceptuados. 7.o

Que

se estabeleção reciprocas Leis do

Commercio

entrePortugaleBrasil,para

que

seja livre,ecorra quasi todo porsuas mâos,

oque seconsegue nâo

pagando

direitos

da

entrada,

nem

os géneros de Portugal

no

Brasil,

nem

osdoBrasil

em

Portugal ;

sen-do

transportados

em

navios portuguezes.

Destasorteterãogrande extracçãoos nossos

vinhos e manuíacluras, e tornaráLisboa a ser o

armazém

dos géneros

do

Brasil para toda aEuropa,

Obrando

assim,

vencemos

todasas

(23)

( i6 )

liberdade,

nem

prejudicamos os nossos

in-teresses, roas antes daremos ao

mundo

a

ideada nossa politica

, que a

Europa

ima-gina tSo atrazada;mostraremos aos

Portu-guezes

do

Brasil,que

somos

fructoda

mesma

arvore, que

uma

vezplantada, só o

tempo

eanutrição fará robusta; elles nos darão eternos agradecimentospela liberdade

, por

que

pugnamos

, elhe oílerecemos, epelos dezejos, que nosapimão,,dasua futura graa-desa, (

Eis o que tenhoaexpor aos

meus

Com-patriotas,

bem

persuadido que esta

maté-ria,assazdelicada para serdignamente

es-cripta por tao imbecil penna, nãodeixará

dô ser plenamente discutida peloSoberano Congresso , de cuja sabedoria e

amor da

Pátria, tudo

devemos

esperar.

(24)

A

D D

I

q

Ã

o

AO

PROJECTO

PA

Tl

A

ESTABELECIMENTO

POLlTlCq

D

O

EEíNO-UNID

O

P E

Í^ORTUGALi BRASIL

E

ALGARVES;^

(25)

F,

Elíz foi

a

lemhrança àe

querei

unir

Reinos separados

;

mas

no

en^i

tanto

ohra

tão

grande

em

toscas

mãos

tinha

a

sorte

d^um

Palácio

,-entregue

a

quem

7ião

sahe

unir

o

^osto

d

commodidade

y

e

que

ao

mesmo

tempo

julga

ter

adereçado

as

salas

,

quando

o telhado

se

amassa

sohre

podres

barrotes^,

(26)

PAr

a

poupar

o trabalho â

quem,

cu

poií

gosro.

ou por amor

á

verdade, quizesse

re-solveraspoucaspaginas

do

Projecto,

quefí^.

publico, e lançar

mâo

da

penna

paraobjectac

os

meus

principios ; qui^ eu

mesmo

tomar

«

meu

cargo

o

seu

exame,

emendando

a

rapi-àez,

com

que

foi

mandado

á

Imprensa

mo

tenho

em

vistaescusar-me a

algum*

discussão literária, pois antes dlioje avante

,„e serãomaisagradáveisas

batalhasda

penna,

do

que asda espada;

não porque

sinta

enfra-quecidoaqaelle

humor,

com

que

me

hsonjeio

tersustentado o

nome

de Portuguez, tendo

inimigo

em

rosto;

mas

porque a guerra,

«uese íaz

com

a

penna, tem

a especialarte

1

aguçar o fio à espada, que sempre

estx-„,Ji

'ter

prompta

em

beneficio

da

mmh.

Pátria.

mo

analvso defeitos de linguagem, s»

,ra,<,d.sidáas, porque

he

destas, que

m.

cccupo,

e„5o

das palavras

:e

para proceder

com

ordem

, eu

me

proporei

aquellas

objec

coes,

que

julêo

poderão

lW.er-me

tamo

os

(27)

f^

eۇfas

mesmas

objecções darão lugar ásmiw

ribas respostas, não duvidando escapar-ra€

t>c[uepertencea mais sazonada licâo,

I.»

O

B

J

E C

Ç

Ã

O.

Dirão

alguns Portuguezes da

Europa

^

« queadoutrina

do

i.o

Problema

está

muita

J) exaggerada,e quê

não

he íâograndea de-X pendência,

como

eu queroíaze-la ; queos

» Portuguezes

tem

sempresido formidáveis; i) queellesfízerâotodasessasespantosas

desco->>;bertaseconquistas, de que estão cheiasas

^> paginas da sua Historia

;

que

o

mesmo

>; fJrasil íoipor elles descoberto ,

povoado

)) e policiado; que na

Europa

sustentarão,

» sempre que quizerâo, a sua

independeu-» cia; que

em

todos os tempos

tem

feitore^

« ter a

Hespanba

em

seus limites; queelles

»

mesmos

jáforâoos primeirosTíavegantes

; w queassuasesquadras senhoreava© osmares

» eratodoo

mundo,

etc. ; e isto

em

tempo,

5) que

nem

possuiãomaisterreno,do que hoje »

tem,

nem também

muito maior população; « Gque portantoachando-seagora

em

come*

í) ço de

melhorarem

da decadente

sorte,

em

» queseacbavão,

não

he muito, que

tornem

i> aoccupar

um

eminente

lugar; e

quando

^

não

lâo brilhanie

(28)

l

5

)

» luta independência, ainda fiêin oBrasil ^

9 de qu^rn

nunca

receberão benefícios , raas »..antes conhecidas ruinas. »

A

todaesta

ob-j^ecção,que a

meu

ver serátalvez aqueterão

«vontade defazer-me

no

i."

Problema

,

dou

aresposta, provando, queos principios?

que

me

sirvo, sâo verdadeiros.

Primeiramente heverdadeiro o principio

de que Portugal, sendoJimlimitado

Reino

,

não pôde

deixar de ser influenciado. Este principio estáforadetodaacontestação,

por

ijãoestarmosjánasditosasépocas,aque

que-rem

referir-se. Nesse

tempo

estava a

Hespa-nba

dividida

em

partes

pouco

maiores,

do

que

opróprio Portugal; estava-o a

França

,

a Inglaterra, a Aleraanb;», a Itaiia, etc.;

de maneira, que a sua existência politicai

podia dizer-se, que não só estava

equili-brada,

mas

que até pendia ura

pouco

a

íavor de Portugalpela sua situação geogra^ Êca;

porém

hojetudo estáinteiramente

mu-clado.

Vemos

a grandeza , a que^estáelevada

a JNaçâo nossa limitroíe;

vemos

,que ellajá

era formidável, desde que, se verificou a

reu-nião de todas assuasprovindas ,e que

ele-^srada ao gráo d'Imperio, devea talvez

(29)

Imperador

Carlos V., sendo que desde então principiarãoas vistas anribiciosas

,quelogo

de-poisnosfizerão cair

no

poder

do

Il.Philippe

;

c quess nãoíôra a triste cabeçad'elleede

seusdoussuccessores,

nem

Portugaltornaria

aficardesligadoda

Hespanha

,

nem

esta

che-garia ádecadentesorte,

em

que visivelmente seia

abysmando

, se

não

tomasse aresolução

de

resurgir , eprepararhoje a suagrandeza.

A

França

bem

sesabe os progressos, que

tem

feito desde remotos temposa estaparte.

'AInglaterra, quenesses tempos, a que nos

referimos,

compunha

três disiinctosReinos,

forma

presentemente

um

só^

dominando

os

mares, etendoestados e estabelecimentos

em

todo o

mundo,

A

Itáliaestá feojepreparando,

por

meio de

nma

confederaçãoentregovernos

constitucionaes,

uma

barreirarespeitável.

As

outras Potencias

do Norte

também

são

for-midáveis , se bera que

não

afianço, que a

electricidade constitucional deixededividira sua extensão.

Compsre-se

pois a nossa

gran-dezarelativa, e veja-seadesproporção,

que

liaentre nós, equalquer das Pot«ncias

da

Europa

, principalmente nas que

tem

com-nosco maior visinhísnca. Corapare-sea nossa

(30)

(

7

)

ãohvo

da que actualmente

tem

, isto

he

, si

6

milhões,cora20,queterá a

Hespanha

{a),

cora 13, que

tem

a Inglaterra,

com

26,que

tem

aFranca,

com

i5,queterá a

Itália

con-íederada; e veja-se seentrePortugale

alguma

delias

pode

harer equilíbrio,

sem

o

contra-pezo dainfluenciad'alguma dasoutras?

Deixo

agora á consciênciade cada

«m

examinar se

he

verdadeiroeste principio! se acaso

nâo

teremos a sorte dessas

Nações

da

Europa

da

segunda

ordem

, que obrâo

como

grimpas.

Mas

para que iremos buscar exemplosfora

de nós

mesmos?

Ninguém

ignora os

sacrifí-cios, que se fizerâo,parasustentar a

Coroa

na

cabeçad'ElRei

D.

João

IV

.I todos

sa-bem

, que desde esse

tempo

nos

^tregámos

nos braços daInglaterra

sem

a

menor

re-serva I e

também

ninguém

ignora quão fu-nestos nos

tem

sido aquelles seus braços,

ainda que por outrolado lhe

devamos

a nossa

(a)

A

supposição, quefaço, dequetanto

Portu-gal,comoaHespanhavirâõ atero

dobroda

popula-ção,que

actualmentetem,nãodeixa deser

bem

fun-dada,seacontecer,comohe deesperar,adiminuição

noscelibatários,afomentaçaodos casamentos,a

ad-missão deEstrangeiros, e o impedimento na emigra-çãopormeios nãoviolentos.

(31)

(8)

existência politica!

Torno

pois a repetir ,

C{ueeste principionão

tem

Gontradicçâo, a

delle sededuz, que devea contecer

uma

de

duas: ou ficarmos

formando

cora o Brasil

Tima sóe.muito poderosa

Nação

; ou

éntrs-garmo-nos

mais tarde,

ou

mais cedo á

in-fluencia da Inglaterra , ou á da Hespanha,

Ora

da lng'aterrajá nós sabemos o que nos

pode

vir ; e da

Hespanha

, ainda que esta

>3N"açâo deva sera nossa natural aliiada, íaz

toda adiíferença a alliança entre Potencias,

cujo equilíbrioseja perfeito, d'aquella

,

que

se faz entre Potencias ,

em

que ofiel da

ba-lança

pende

para

um

dos lados; epor isso

bera se deixa entrever qual insensivelmente

seria a nossa sorte, principalmentese

enfer-Tujando-se*lhe os eixos, se rompesse

intei-ramenteesseequilíbrio, que ainda existia.

Precisamos ler muito

no

futuro ,e

apro-veitando-nos daHistoria passada, traçar já

a quese ha deescrever,

sem

nosdeixarmos

illudir

no

meiodestabella enova

ordem

de

cousas; porqueseaface, que nosappreseiita,

te

inteiramenteboa, enos está inculcando

união efraternidade , não devemos por isso

deixarde conhecer quaes são asvicissitudes^

(32)

19)

^(ji3Í

podem também

aclia^ a respôâta'

©(Tuelles, que ponliâo ainda outra objecção,

e

me

digâo: que

concedendo

a necessidade

de nos unirmos

com

o Brasil por todos os princípios, que tenho indicado ; nós

pode-riamos formarcora a

Hespanha

uma

confe-deração tal

, que jamais

nos importasse

o

Brasil i

Assim he:

mas vamos

a deíinira palavraconfederação,jáquehojeanda

tanto

em

uso na boca dos Politicos, evejamos

,

que sendoella

uma

alliança entre as

Nações

para

algum

fim

dommura

de paz , ou de

guerra ,etc. ,nãovejo,quetenlia differença

d'aquelia alliança natural, de quejáfallei,

cm

que nos respeitássemos

muíuamente

,

tra-ctassemos de fomentar

com

amisade os

nos-sosinteressesrecíprocos, enos obrigássemos

á

uma

defezarelativa. Sepois aconfederação, de que fallâo, he isto, que acabo de dizer,

sem

duvida elladeveexistir:

mas

digo,

que

não

exista, ficando Poitugal desunido

do

Brasil; porque então estamos

no

caso da

halança , e

ninguém

me

promeite, que o equilíbriosenão venhaaromper.

A

existên-cia

do

nome

Portuguez he cousa muito

sa-grada; asobras,que os nossos passados

tem

(33)

ISS

r

(

»o>

muitoa nossa vangloria»e

nunca

perder

mo*

de

vista os gloriosos serviços

do

Primeiro

Henrique»

A

confederação, de

que

osnossos

Politicosfallâo,

tem

lugarn'

Alemanha

, por

que

aactualpoliticada França, daInglaterra

,

<iaRússia e da Prússiaestávigiando. sobreasua

existência, e aspequenassoberaniascontaocora

aquellavigilância,paranão caírem debaixo da

absoluta dependência da Corte de

Vienna

;

mas

assim

mesmo bem

vemos

, queos

peque-nos Fieis não

podem

deixar de ser outros

tantos autómatos, emuito a

tempo

estamos

de

o experimentar.

A

confederação tarabeni vai aser muito interessante áItália, porque

tendo por

um

lado osEstados Sardos, e

do

outro os Estados Sicilianos , estabelece era

si

um

perfeito equilibrio , e os pequeno»

Estados, que ficao de per

maio

,

podem

viver seguros neste equilibrio.

Mas

a confe-deração da

Hespanba

com

Portugal,

desli-gado

do

Brasily nâ.o

tem

os

mesmos

effei-tos; oequilibriologo desde o principio

he

muito

desigual, e por isso muito íacil de romper-se.

E

qual seriaa sortede Portugal ,

senesse caso chegasse aromper-se de todo?

aque teve na época d'El Rei

D.

João IV. í

(34)

deu-( «^

)

5Í0S. grandes proveitos?

nao

: poderásê-lo

para o futuro?

nunca

: logonada de confe.

deracôes: liguemo-nos aoBrasil , e depois

cuidaremos

n

ellas.

Parece-me

ter

provado

, queesteprincipiohe verdadeiro:

vamos ao

2.0

,

que

Portugal, ainda

no

estado

da

sua.

internafelicidade,

não pôde

ser

a.nhada^

mente

rico.Este principio he tâo claramente

verdadeiro, que

não

precisa

demonstração;

e basta que osPortugueses da

Europa

vejao

quaes sáo os seus géneros de exportação, ô

quaes osde que precisão: basta que vejâo,

qne apenas

podem

exportar vinho, azeite,

fructas e manufacturas (era quanto o Brasil

as quizer) ,

mas

que

mesmo

assimtudo

precário; ao

mesmo

tempo

,

que importarão

todososprodactos

do

Brasil,istohe,arroz,

café,assucar,emilhares d'ouíras cousas,

que

mesmo

da

Europa

nosvera;

porque

o

luxo

e o costume as

tem

admittido: para o que

lançando avista, ainda os olhos

menos

cla-ros

'bem

descobrem, que a

sua riqueza

não

pode

ser grande, logo que os géneros de

exportação não

excedem

muito os de

impor-tação, equea riqueza

do

interior se

red^

á

permutação degéneros. Parece portanto,

(35)

f^

(12}

fffâo obstante aqui encoberto a Tormidavel importação de géneroscereaesdos

Estrant^ei-rps, que até agora ternos

consumido

,

com

a

abjectaeestúpida decadência dos próprios

nossos;

mas

neste caso já

presumo

, que a

nossa industria nos dará pâo para

comer-mos

(a).

O

3.« principio, qixePortugal

,

embellezado

com

todas asperfeições

da

arte, setornará preza

da

cobiça, ainda que nãoera necessário para concJuir a verdadeira prova

áa

tlieseestabelecida

no

Problema,ebastiivâo

os dois principios indicados;

com

todoeste

também

dasua parte faz alguma força:por

€jDe nós todos sabemos quanto os

homens

prêzâo lerQuintas, aondeperfeitamente

sa-xonâo

osfructos;

bem

vemos

quantoos ha-bitantes

do

paiz

do

gèio

tendem

a

aproxi-inar*se paraaparte occidentalda

Zona

tem-perada;e

bem

vemos

nessa

mesma

Zona

tem-perada quanto osamadores da ambiçãoe

da

cobiça desejâo apossar-sédosbonsretalhos

{a) Quehavemosdeter,niíoobstantehaverentre

«óscertos Políticos, quedão a isto

uma

formal

im-i^ssibilidade

,principalmente,dizemelles, crescenda

(36)

Ka

Itafííi f<H«o« o

exemplo

; esteBellòpafi

fem

sempre sobre si as vistascobiçosas dos

«eus visiiibos, é ella as líioevitará, se nâ©

levantar agora

uma

inaccessivel barreira

á

sua futura existência por

meio

d'uraa intima

còníederação, que muito he

para desejar,

eque ura Militar

do

occidente

toma

a

liber-dade deaconselhar-lhe. Creiopois, que

nin-guém

poderáprovar-rae, que algum

d'aqnel-Tesprincipiesseja falso;esenãofalbaa

minba

demonstração , de principies verdadeiros,

incontestavelmente se tirão verdadeiras

con-clusões; e

não

be por tanto exaggerada

sr

minba

doutrina.

n.

Muito

terá que

me

objectar

algum

f

or-íuguez

do

Brasil na primeira parte do 2.*

Problema;

e talvez

algum

me

diga

(como

me

consta), que

no Problema

Seacbaaqueiíe

cxioma

coníradictoriodeser,e

vão

ser.

Mas

como

quer queseja , tenho aíazer-lbea ad-vertência, que ,

como

a letra

do Problema

he

alguma cousa

miúda

,

não

poderá ler-sa

bem,

eportanto será

bom

examinar,

que

eu íaço distincção, e digo

çm

?," lugar,

;que

ao

Brasil lhe interessa presentemente

a

(37)

pafa

òfumrQ

lhehe indLffAfénit;

mas naé

digo,quedeixaabsolutamente de

interessar-Jhe,porquetal

nâo

podia dizer,

E

attenda,

queseoBrasilquerser

no

mundo uma Nação

brilhante; se quer

nem

ao

menos

ser

empa-relhada

em

tempo

algum por outra

Nação

Americana

; esequer rivalisar desdejácora todas, deve conhecer, que he da sua

poli-tica o ligar-se a Portugal, porque

nunca

foipara desprezar,emuito menos,nesse caso,

um

Pieinôna

Europa

com

3milhões de

habi-tantes industriosos e soldados {a)',

mas

seo Brasilquer apenasser

Povo

coramerciante, e

nâo

lhe importar asua força real ,

augmen-tada

com

3 milhões de soldados, e tratar

com

desprezo a consideração

no

mundo

,

cntâQ estamosn'outro caso; e seo Sr. Criti^

COse ensoberbeceutanto por nascer

no

Bra-sil, lambera eutenho não pequena soberba por haver nascido

em

Portugal; etudo o que escrevoseentende, que hepara&tvlido pelos Brasileiros,que

conhecem

osseus verdadeiros

interesses, e não pelos ignorantes; porque

esses he decrer, que

nem

saibâo

Ifr.

[n)

3 milhões, he con* pauca differença

a

actualpopulação, e será

em

tempos maisfelizesado

(38)

(

i5 )

VamôS

pôrêm

a

examinar

asrazoes,

põt

que não agrada aos Portwguezes

do

Brasila primeira parte

do

2.« Problema.

Segundo

o

modo

de pensar

do

Sr. Critico, creio

qua

desejava, cjueeu dissesse, que os habitantes

ílo Brasil

nem

agora precisão dos

Portu-guezes da

Europa

,

nem

em

tempo

algum;

porém

nâoobstanteaaraisade, que tenbo aos Brasileiros, c os desejos,que

me

animâo, de

que venhâo a fazer

no

mundo uma

sublime figura, jamais poderei

conceder-lbe o seu desejo,

ou

torcer o que entendo, para

me

amoldar

a todosos gostos. Disse,quepre'

sentemente lhe

convém

a

sua união

com

Portugal:affírmo ,

que

assim

he

,etorno a

repeti-lo; e

quem

nâo

vê , que agoraprecisa

o

Brasil

uma

força externa, para

pôr

em

harmonia

oseuregimen, ou

não

conhece

O

íeupróprio paiz, ou pensaviolenta esuper»

flcialmente.

Examinemos

o estado

do

Brasil

,

e vejamos se seus habitantes

nao

precisão

Primeiramente sabe-se

,

que

as

commu-nicaçoes pelo interior estão aindaporabrir;

que

a extensão, a que vivem as Capitanias

umas

das outras,

nâo

só lhesdiffículta esta

(39)

r^

( ,5 )

fcstranliâsentresi; de maneira, que quantaf

sâoasCapitanias, tantos os

modos

depen«

sar, e tantos oscostumes.

Ora

seboje

nâo

existisse

uma

força externa, que acontecia

aos Brasileiros, procurandoasua liberdade,

que

elles muito deséjâo, eao

mesmo

tempo

merecem?

Caírem

em uma

perfeitaanarquia,

e

morrerem

talvez agolpes desses Africanos,

que temsidoaté agoraseus escravos, e por isso seus cruéis inimigos; e.dividirem-se eni

tantosgovernos, quantas sãoasCapitanias*

Mas

seria istointeressante ao Brasil?

De

ne-nbum

modo

; ograndeinteresse doBrasil he a sua intimaunião , e a existenria

do

todo.

Unindo-se e

formando

uma

NaçSo

, será

formidável ; dividindo-se, perdeu toda asua força.

Ninguém

ignora a tendência,

que

tem

os Brasileiros d'algunias Capitanias para o Republicanismo, e eis-aqui outra razão, que

sem

duvida faria diminuir aoBrasil a sua força, pela

mesma

desunião.

Hoje

nin-guém

hesitasobre qual dos dois governos

he

melhor

,seoKepublicano, seo

Monárquico

Constitucional ; o primeiro tem-sc

precipi-tado a si

mesmo

, ecausado até aruina dos

Povos,queo admittem; eosegundo inculca

(40)

r 17

)

Bxò

centro dê unidade^

mas

ale occupa

é

ponto maisseguro , que be o meio entre os

extremos: e

quando

es Brasileiros julgâo,

que

a sua liberdade consiste

em

sefazerera republicanos,elles própriosseilludem,

por-queoremédio para os seus malesbeo

gover-no Monárquico

Constitucional; os

vexames,

tjue soífrem, curão-se

com uma

Coustitoiçâo

livre,

porém

elles seaggravaráô, se quizerem

cura-los

com

remédiosfortes , porqueestes

sá seapplicâo

,

quando

o malbequasi incu-rável.

A

situaçãodosBrasileirosbebojemais

florescente

do

que alguns d'elles pensão; se

adoptarem

o governo

Monárquico

Consti-tucional, í"azem-se superioresatodos os

ha-bitantes da

America

Meridional, que

ten-dendo

parao republicanismo ,

vem

a

redu-zir-se aestados

cm

si pequenos.

Ora

pois ,

para que os Brasileiros sigâo a vereda dos

seus verdadeiros interesses, be que digo

,

tem

necessidade danossa oollaboraçâo pre-sente,

como

uma

potencia , que faça

con-vergir os raios

do

esforço a ura centro der

grandeza.

Dissemais,que presentementeprecisa o

Erasil de nós pelo

adiantamento

, (jtiepoS" suimos

em

manufacturas^

I^este principia

(41)

f^

'}

( iS )

ji -seio^olvetacitamente %o interesse prin-cipal

do

Brasil, que he não se

desmem-brar, e prestar desde logo todo ocuidado á

fiuaagricultura, excluindo outro qualquer

emprego

, e por conseguinte povoar-se.

Todo

o

homena

, que presentemente deitar

os olhos sobre o Brasil,

não pôde

deixar

deconfessar, que todo o cuidado de seus

liabitanles deve ser o fomentar a

agricul-tura, por muitos motivos ; i.°porquepela agricultura se preenchera as primeiras

ne-cessidades

do

homem

: 2.°

porque

esta de-ve ser afonte da sua riqueza , e

em

lu-gar de S3

occuparem

era procurar minas

d'ouro, agricultem os

campos

, e terão miís. nas mais seguras , e mais abundantes: os

producíos da agricultura

devem

seros seu»

géneros de exportação,porquetW^s,sãotaes,

que

todaa

Europa

os procura; e eis-aqui terãotoda a riqueza, 5."

O

Brasil só por

meio

(la agricultura

pode

desterrar ainércia e preguiçadecertaclassedegente, que mai«

cjuer ter

fome

, que dar-se aotrabalho.

Os

homens

costumanJo-se á agricultura , achão naquelle

modo

de vida certa doçura

, que

oshabilitainsensivelnisnte ao trabalho ; ora

(42)

for-te, eporissomais apto para apropagaçãoJ

e só neste ponto se acliâo três interesses

para o Brasil: crescer

em

agricultura,

ti-rar a indolência aos habitantes , ecrescer

em

população.

Como.

não estou a «^screver

um

iracrado ,

mas

adar a razão

do

meu

dito, já sedeixa vér pelo que simplesmente

tenho indicado, que

não

devem

presente-mente

os Brasileiros dar-se a outro

modo

de vida, que

não

seja aagricultura/ e

de-vem

receberasmanufacturas dePortugal(«),,

De

Portugal?

grita agora o Sr.

Cri-(a) Ueveeatender.sej que cu fallo tãosomente

d'aquell28manufacturas,queatéagoraourecebiãode

Portugal,ou dos Estrangeiros,enãofallod'aquellas,

que devemtaríibem serprivativas dopaiz, porque

jnuitasha, qweseria

uma

semrazãoiremde

Portu-gal:por exemplo, oferrodeveserexploradoe

manu-facturadonoBrasil; o algodão igualmente ahideve

sermanufacturado, etc. Oslanifícios,sedas,

dro-gas,etc. ...he qUepodemficarsendo privativasde

Portugal. Pelo que respeita ao ferrotambém

Por-tugal deve explorar, e tercontínuos trabalhos nasi

suas minas, porque ainda dada ahypothese de

se-rem pobres, mais ganha o Reino

em

ter sempre

empregados muitos braços, eapplicar para ali

al-gunsfundos, que todos serãoconsumidos nopaiz,

doque recebê-lo dasNapÕes do norte,

em

que ndda

(43)

/^

(20)

tico.

De

Portugal,sim, senhor, de Porfa;

galheque elevemirasmanufacturaspara

to-do

o Brasil, pglo

menos

este século mais chegado,isto be,

em

quanto nâo povoão

to-do

oseu

teneno

,eelevâoa agricultura ao

summo

gráo.

Mas como

dePortugal

(me

torna), se nós temos os Inglezes^ France-zes, e lodo o

mundo

, que nos leva essas

manufacturas melhores e mais baratas?

,

Ora

ouça, Sr.Critico, e primeiramente fa-çaraos distincção:se Vossa mercê

tem

idêas

de republicanismo,e eu as tenbo de

Mo-jiarquia constitucional, então

disparatan-do

eraprincípios , nâo

podemos

estar

con-formes ;

mas

se

acalmando

um

pouco

mais a exaltação ,

com

que discorre , convierna

Monarquia

constitucional, neste caso

met-tendo a

mâo

na sua consciência sempre lhe

agradará, que o

Reino

constitucional

do

Brasil se

una

com

o

Reino

constitucional

de Portugal; eque cuidando nosseus

recí-procos interesses,

augmentem mutuamente

a sua força real para

um

íim

(ommtim.

E

se estiver por isto, já então pode vêr a

sangue frio, que

dando

nós as

manufactu-rasao Brasil, eelle oseu arroz, assucar,

(44)

per-( 31 )

mutação

de génerosentre habitantesde dif-íerentes províncias

n'uma

mesraa

Monar-quia , equetstáo osPortuguezes

do

Brasil

no

mesmo

caso, que os habitantes

do

Alem-tejo, que

vendem

o seu trigo elas, para

comprarem

as í^tcasaos de

Guimarães na

Provinda do

Minho,

a saragoça aos da

Co-TilhânaProvíncia daBeira,etc.

E

a respei-tode serem melhores e mais baratas asdos

Inglezes ou Francezes, respondo, que o

tempo

danossa decadênciajáacabou,

espi-rou de todo

no

dia 24 d'Agosto de 1820 , g

agora

mostraremos

ao

mundo

, que

somos

capazes de dar tanta perfeiçãoàsnossas

ma-nufacturas,

como

os estrangeiros; e

também

ficarão muito maisbaratas

no

Brasil

do

que as d'eUes ,se observarmos o y.*»

artigo

do

nieu Projecto.

III.

Tudo

o queescrevi

no

terceiro

Problema

,

estou persuadido não deixarádeser

confor-me

com

o

modo

de pensar detodos os

Por-tuguezes decritica,eporisso

não

descubro

objecção, quepossater

ao

menos

ura

appa-renie

fundamento

: passoportanto ao

Pro-iecto.

(45)

<

e «eguíntes

, que

nào

he provável os

Por^

yezes

do Brasil aci.e.r de acceUar

o

Código constitucional, e

alies serão tanto

'^^-P^omptos

.guando

souberem,,

ue nós If^esdesejamos

a

mesma

liberdade

,,uepos.

^^nmos.etc. Ainda quepodessehaverrepara, se 05Portoguezes

do

Brasilacceitariâo

,

ou

nao

, oCódigo, jánão

podemos

duvida-lo pelosacontecimentos

do

Pará

: eo dizer-se

,

queassim

mesmo

ellesnão gostaráô de

um

Código

, para que não concorrerão

,tamberu

Bao

podeterlugar;porquedemelhor vontade elles receberão

um

Código,

em

que sabemse

envolvem princípios liberalissimòs

,

do

que

seprestarãoa

mandar

Representantesa Lis-boa, tanto pelo

incommodo

,

como

pelo

ou-tro principio, qnese oppôeá sua liberdade

de

mandarem

íóra

do

seu paiz os

Represen-tantes, quedevera cuidardosseus interesses provinciaes, pois

sem

duvida

nenhum

Bra-sileiro,que hojeviva,podegostardeser

de-pendente de Lisboa: e seos

do

Pará raan-idárâo obediência ao

Governo

Provisório

de

Portugal,

bem

se descobre, que isto

nâo

he

porquequeirâo ser dependentes de

Por-tugal,

mas

porque estão anciosos pela sua

liberdade.

Quando

digo

(46)

tantomais

pmmptos

,

não

faço mais,que dar

a conbecer qual he o

meu

parecerneste

par-ticular ,e

vem

a ser, que

sem

a

menor

de-mora

sedeve declarar , que a

residência

d'ElRei será

no

Brfisil. Est^a medida he de maior prudência, porque benecessário

fal-larrtios claro , e

não

encobrir o que

sabe-mos

: parte dos Brasileiros

querem

ElRei

no

Brasil, esó

querem

de mais amais ser

li-vres; eoutra parte desejará

talvez, queelle

seausentedesuas praias,para se

declararem

Republicanos.

Sabemos

de maisamais, que

na

Bahia e

Pernambuco

ainda existem

vul-cões, que exhdlâo

Ibmo

(a) , eque portanto

uma

taldeclaração previno males, que

po-dem

acontecer,eensina desde logo aos

Re-publicanos , que

tem

outro

caminho

mais

seguro,para alcançar a sua liberdade

: oseu exaltado pensamento acalmarálogo , eirão

c^onhecendo quaes devera ser os seus verda-deiros6segurosinteresses.

No

mesmo

lugar

quando

digo, que nós

temos deliberado ceder-lhe

a

posse d\El

{a) Estavajár\àImprensaestaAddição,quando

se

espalharão as ultimas noticiasdePernambucoe da

Bahia; ellasdesmentemaminha opipiSo, masnão

(47)

r^

^Réi

, e

a

politicade preparar o

engranãeoU

mento

do Brasil, etc.

também

receio

algu-ma

criminaçâo daparted'a]gumBrasileiro ;

e diráeile, ceder

a

posse d'

El

ReiI pois

como

ceder

uma

cousa,eraque não ha

direi-to?

Aindadirá mais:

A

politica de prepararo engrandecimento doBrasil? sim pelo seu interesse?

Mas

, Sr. Critico (so

algum

ouverneste caso),aclaremoseste pon-to,e

como

haliberdadedeopiniões ,

podo

declarar-sG, eentão,sehe Republicano,

não

teimemos

:

mas

se he

Monárquico

modera-do

,considere , que

em

quantoao direito

de

possuir El Rei , não he pequeno direitoa possede 7 séculos; e se asnossas Leis

cons-tituem direito

em

3o annos de posse, veja

agora quanto vaide 5o para700.

Mas

dei-xado

isto, porque

também

soude parecer,

que

sedesterreessedireitodeposse d'ElRei,

bem como

sedesterrarãoas idêasde

coloni-fiaçâo,responderei,a

um

tempo

ásduas

ob-jecções,G direi, queceder Ei Rei, e

pre-parar o engrandecimento

do

Brasil, he

tu-do

a

mesma

cousa;

um

Portuguéz do

Bra-sil, i^wç. adoptea

Monarquia

moderada,

não

pode

deixarde conhecer, que para

onde

$0

(48)

1^5)

«ffeitos ;que aassistência d'ElRei

no

Brasil

pode

edeve dara estepaizoenérgico tocn, de queprecisa,e

chamar

ali todas as

atten-c5e«,queo

augmentem

progressivamente; e

que

por tanto ,

quando

Portugal

dehbera,

queo Reiassista

no

Brasil , e dá o passo

politico depreparar- o engrandecimento

do

mesmo

Brasil pelo seu próprioefuturo

in-teresse ,

também

não

cabe pouco ao

Reino

do

Brasil, porque, tornoa repetir neste

la-gar, a addição de tsrna

Europa

um

Rei-no com

6 milhões dehabitantes

augmenta

consideravelmenteasua força real,elhe

um

tom

inteiramentegrande; e

não

he

pe-queno

o outrointeresse de principiarjáa

ílorecer

com

um

governo fixo, ou

princi-piar maistarde, ou

nunca

pelas dissençôes internas ,que

sem

remédio existiriâo,e

que

derribariâotalvez a existência

do

Brasil.

IV.

No

2.« artigo temos muito que escre-yer, porque já

me

consta, que não

cabem

em

algumas cabeças duascousas ao

mesmo

tempo

; eeis

como

a

meu

ver

me

arguir áÔ:

»

Duas

Cortesna

mesma

Monarquia?

olál

» isso agora, Senhor novato escriptor ,

he

?* muito! querer Vossa

mercê

(49)

}

* nos duasrepresentações n'utr»único Eitàw

»

do

he o iriesmo que pertender , que ao »

mesmo

tempo

se navegue para o norte, e

» para osul! »B.espondo.

No

estado,

em

que nos

achamos

, separados por largosraáres

,

não

querendoosPortuguezesda

Europa

per-derasua liberdade,

nem

querendo

também

qneos Brasileiros percâoa sua,be sóeste

o

tiJ3Íco

modo

; e atépor mais que queiramos,

nâo podemos

achar melhor meio de formar

o. arranjo de toda a

Monarquia

, dadas as

hypotheses de cadaqual nâo querer

com-prometter asua liberdade.

Vamos

porém

a ver aondeexisteaqui a repugnância? haver duas Representações anuuaes ,

uma

no

Bra-sil eoutra

em

Portugal, laborando sobre "umtypocerto,quesâoasbases,que já

jurá-mos

,

do

CódigoConstitucional,quese está

formando

, e que só deve sofrer as

altera-ções, que a necessidade de cada

um

dos

paizes

pôde

exigir;olaborarem,digo,duas

Representações debaixo destes princípios'

ȉo

he repugnante: e já que onosso artifí-cio nâo

pode

chegar a unir ©sdous

conti-iientesrealmente,

não

poderáellefazerunir

oBrasila Portugal nos costumes, nasleis,

(50)

Talvez que o

nao

poder amoldar-seisto

a

alfijuns pensares,provenha de confundir

Cor-tesGeraes

com

Cortes ordinárias, aque eu

cbamo

Representações: Cortes Geraes são

as quesefizerão agora para formara

Consti-tuição para lodos osPortuguezes , e serão

também

aquellas , que urgências exijão para Q futuro, e que atíendendoánossa situação, a

mesma

actual Constituição

pode

restrin-gir amuito poucas,porque a liberdade

não

consiste nisso,

mas

nasevera observância daquiJJo, que

uma

vez seestabelece; e atéeu dissera,que não houvesse Cortes Geraes,

se-não

por infracção

do

que ficarinstituído

,

porque

os dois primeirosmotivosprinc'pa

mente

indicados na Constituição

He5panho-la podera terdesde já entre nós

um

esta-belecimento fixo,

sem

que seja necessário

para istohaver CortesGeraes.

Mas

as duas Representações, de que fallo

no

Projecto,

não

são mais, queo ajuntamento dos

Pro-curadores

do Povo

paratirar este ou aquelle

abuso,e

mesmo

paraalteraro que no

Código

nãopareça

conforme

aos tempos,

em

que se

vive. ISíote-se

também

, que nós temos já

umas

bases,

em

que oçeto concedido ao

Rei

be

suspeníivo, e

nâo

absoluto,

(51)

partícula-(

28

)

ridade, que muito

nos interessa

na

nossa

situação, epelo que muito temos que

agra-tieceraos nossos actuaesLegisladores.

Ado-ptadoo systema

do

meu

Projecto,

bem

se

Tê, que proposta

uma

Lei

em

Portugal e sanccionada p.Io Vice-Rei, deveterjá todo

o

vigor ;

mas

seassim

mesmo

não agradar

ao Rei, atemos dentro

em

trez mezes li-vre ou vedada,e neste ultimo caso

tornan-do

a ser discutida nas Cortesimmediatas

fi-carálivre, na hypotese desenão' estender

o

veto amais

d'um anno (o

que não sabemos,

roasque he deesperar),e desta sortevimos

nós a soííVer o empate por trêsmeies, que

pode

deraorar-seasancçâod'El Rei, e isto

só nas Leisnoví.mentepropostas,porque nas cousas ordinárias

não

se espera pelasancçâo

.d'El Rei;

mas

nem

este

empate

be grande,

e estabelecido assimregularmente , gosaraos

com

igualdade ovigorannual

no

nosso

Có-digo: ficando,

como

se deveentender,á

vi-gilância da

Deputação

permanente

deCôr-tes apublicação das Leis, logoque

cheguem

sanccionadas, eaté

também

sedeve

enten-der , que não chegando

dentro

do tempo

prefixo naConstituição, as Leis se

devem

(52)

ílepresentaçSes ordinárias, unicaí ,

em

quí

fallei

no

Projecto,

não

rejo qual

seja a

dif-ficuldade;agora peloque

respeita âsGeraes,

confesso que alguma

tem

, enesteponto ei«

como

eudiscorreria: =?

Visto quearesidência d'El

Kei no

Bra-,sil nâo

pode

reaíisar-se

sem

algum

peque-no

sacrifício danossa parte,

como em

re-conhecimento

ao primeiro Cidadão

do

Esta-do

, emola,sobreque gyrâo todos os

negó-ciosd'elle ,debaixo daforça

motriz, que

he

avontade geral detodaa

Monarquia

;

ne-cessariamente para

quando

a

Nação

Portu-guezaestiver

em

urgência de Cortes Geraes,

parece que deveríamos estabelecer o

se-guinte.

1,0

Quando

for necessário

çonvocm

CortesGeraes e extraordinárias, deverei

a

Deputação

permanente deCortes

no

Brasil participa-lo

á

Depuiação

permanente

de

Cortes

em

Portugal, (juando

a

urgência

dimanar

do Brasil, ouviceversa, cjuando

a

urgência

dimanar

dePortugal,

í2,»

Em

ambos

os ca

ws

seconvocarão

logo Cortes Geraes,devendo

a

participação ir

acompanhada

de

'

uma

declaração cir^

(53)

i

( 5o )

éhamarnetíto, e seprocederá

a

eleição or»

Úinaria,rennindo-sc noslugaresdo costume^ 3.* Se asCortes/'orem

chamadas por

ungencía participada

do

Brasil, as Cortes se reunirão nodito Reino trez viezesdepois defeita a participação, seaurgência

não

for

de guerra, porque então deveser

inslan-Lanea, edecidir-se,

sem

serem necessários

outros apparatos; e se o

chamamento for

participado de Portugal,serão logo

chama»

dasas Cortes

ao

mesmo

íempo que se

faca

tiparticipação, e esta serecebu

no

Brasil.

4.* Reunidas que sejão as Cortes

em

ambos

os casos,asquesereunirem

em

Lis-boa

, cuidarão logo depois

da

abertura

em

discutir o casoproposto; edepoisdediscu'

tido, prúcedão

a

eleger dois deputados de

cada

cem

,

com

dois deputadossubstitutos,

para

levarem

a

discussão ás Cortes

no

Bra-sil ,

aonde tomarão

assento

em

lugar di" stincto',

como

representantes

da

vontade

de

cem

deputados de Portugal;e

em

todasas

discussões, quehouver^ os doisdeputados de

cada

cem

deputados dePortugal

com

os dois deputados substitutos se exprimiràÔt

como

órgãos

da

vontade dos

cem

,

querem

(54)

( 3r )

^eral

da

Nação

, eocjiie ali se ajustar, se

cumpra

>

não

se

oppondo

â

liberdade eirt"

teresses

d'a!gnma

dasparles representadas»

Aqui tem

os escrupulosos, e que não

po-dem

coinbiiiar,

como

podehaver duas

Re-presentações, resolvida a suaduvida;

mas

se aindanão ficarem contentes, e lhe

pare-cer, que os Portuguezes da

Europa

ficâo

de peor partido, eu lhe

proponho

outro

modo

de serepresentarem asCortesGeraes

e extraordinárias. Precedendoas pariièipa^ coes ecautelas , que inculquei

no

i.°

me"

thodo, ereunidas as Cortes

em

Portugale

no

Brasil, proceda-se à discussão sobreO

assumpto , deque se trãcta, edepois tanta

em

Portugal

como

no Brasil se elejão CS doisdeputados por

cem

com

outros

tan-tos substitutos, ejuntem-se estes delegados

das duas Representações

na

Capital das ilhasde

Calo Verde

, e ali iractcm

cm

Di-plomacia

os negócios das parle?'

represen-tadas, ligando-se aojã discutidonas duas

Piepresentacôes. Esíe

meihodo

, Senhor

Cri-tico, he melhor,

do

qvie o outro; .e ate neste caso disseraeu, que todos os lo

aa-noshouvesse destasCortes Geraes , que

exa-minassem

asiníracçôes, que haviana

Con-itituição , e asemendassem.

(55)

\

^

( 52 )

Tenlio

meus

receios,queo segnn(5oartíg(í

do

Projecto,ainda

mesmo

depoisdeouvidas asminhasrazões, tenhasuggerido aalguém a lembrança dedizer, que

me

não cauce era

querer ligar o que anatureza separou por

laníos niáres ; que ella

mesma

não

quiz ,

qus existiísetn ligados os habitautes de doi*

difíerentes hemisplierios;eque bepois

me-lhor deixar istona

ordem

,que anatureza ]be deu.

Tudo

isto

porém

era muito

bom

,

se estivéssemosainda

no

estado natural ;

mas como

temos snppridojá

com

a arte

o

tjue anatureza nos negou, estamos

muito

longe deentregar ánatureza o que

pode-mos

remediar

com

a arte.

No

casode aer

tudo natureza,

nem

nósiríamosaoBrasil ,

porque

não construindoellaNavios,jamais

sahiriamos

do

nossocontinente.

Mas

ainda

me

ohjectaráô,que

em

fima

Hespanha

cha-ma

Cortes Geraes ás que se fazem

em

Ma-drid

, e que as

mesmas

ordinárias ali se

íazem (ou

querem

fazer), vindo os

Repre-sentantes da

America

; eque portanto nóS

seguindo o seu

exemplo,

deverao»ter

uma

eindivisívelRepresentação,ouseja

em

Por-tugal, ou

no

Brasil.

Respondo

eu

porém,

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