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Projecto para o estabelecimento politico do Reino-Unido de Portugal, Brasil e
Algarves, oferecido aos illustres legisladores em cortes geraes e extraordinarias
Autor(es):
Sequeira, António de Oliva e Sousa
Publicado por:
Real Imprensa da Universidade
URL
persistente:
URI:http://hdl.handle.net/10316.2/2607
Accessed :
15-Jun-2021 18:09:58
digitalis.uc.pt
pombalina.uc.pt
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(3)
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INTRODUCÇÃO.
jVlui
bcneraerkaseaparadas pennassetem
occupado, desdeo
Dourado
dia24
d'Agostode 1820,
em
propagarasbemfazejasluzesdo
liberalismo, até então ou fechadas
no
gabi-nete
do
Filosofo, ou foragidascom
a expa-triada plnlantropia ;mas
no meio
dètâo bellos escripros,no
meio detâoapurado Pa-triotismo, eu nãovejo quese tratedecidi-damente
do
pontoessencialda nossa futuragrandeza,qualbea
união de Portugal
com
o
Brasil;eu nâo vejo neste ponto mais
que
algumas metapbysicas espalhadas
sem
proje-cto, algumalógica
sem
plano;
A
intima união dePortugalcom
o Brasilhe tâoessencial para a nossa futura
prospe-ridade, edenossos filhos,-q"e,afora o
sa-grado
Código
Constitucional ,nâo
descubro inateria mais digna de occupar apennado
politico escriptor.
A
imagem
deum
futurograndeemagesíoso hedelicioso
campo
,eraque a nossaalma seaprazde espraiaras
vi-stas pelasmais remotas extremidades,
qoe
são tanto mais afastadas , quanto a nossa
imaeinaçâóestálongedeser
marcada
por(4)
gunslimites :
dom
sublime, de que arata«=-resa tâodistinctamente nosquiz ornar, para íaser-nos duplicadamente venturosos, eque
deixando hoje
osabjsmos
daignorância,le-Tanta altivacabeça, emostraaos Portugue-zes ,já
sem
egoísmo, e jácom
Pátria, qual
yentura
procurem
aos seus netos.He
hojesem
duvida que os nossoslllustres Legisladores , occupados
em
lançarbronzeados alicerces a ura grande futuro
,
devem
alargar as suas vistas pelas rastasdescobertas desses heróicos Portuguezes nos-sos passados, e traçar tâo sabias linhas,
que venhão a reunir
em
uracentroeora-minn
o protlucto de tantos trabalhos oci-mento
de tanta gloria. Qual deva ser estecentro,a perspectiva do grande quadro
Por-luguez oestá mostrando, asimplesvista de ura
mappa
nol-o indica.Mas nem
porisso,que o estamos vendo eentendendo, se in-clina a nossa franquezaa declaral-o, a von-tade
de
agradar, de serbem
vistohesupe-rior á liberdade
do
entendimento, e osnossos escriptores,
bem
queo sintão,não
querem
declarar doutrinas , que esiao emiopposiçâo corao publico dezejo.
A
máxima
de que todos os nossos infortúnios prori-aabâodo
estabelecimento deS.M.
no
Bra-íiú, está tão arraigada
no
coração da maior parte dosPortuguezes, que na verdadecora
alguma
razão deixâo os escriptoresdecon-íradizêl-o,
podendo
aliasdemonstrareviden-temente
nâo
ser esta a origemdo
maJ,Conheço
que n'uma época,em
quehe
necessário conciliar os ânimos,
convém
li-sonjear-lhes oentendimento;mas
faço maisjustiça aos
meus
Corapaíriotas : aninguém
julgo tão falto deluzes , que
nâo
conheçahoje d'onde erâo provindostodos os seus
ma-les! que nâo conheça
, que a destruidora
politicados Ministros deS.
M,
eraquem
íaziaacarretarsohre nós o
sem
numero
demisérias, que nos oppriraiâo
! que
nao
co-nheça,que anossadependência
absoluta da Corte
do Rio
deJaneiro eraquem
dava pas-to atodosesses x^kbutres alimentados napo-dridão
do
vicio! que nâo conheça, quea sabidasem
contodo
nosso numerárioex-hauriaasfontes da nossa riqueza! que nâo
conheça , que a faltadereciprocas
leis de
commercio
bem
executadas trazia a nossa decadência!que nâo conheça, que o escasso terreno de Portugal , sua diminutapopula-ção relativamente cora asgrandes Potencias
da Europa
,ainfânciaàó
Brasil, esobre
(6)
a nomeação
de Diplomáticosignorantes, mal-versadose cgoistas, nos fazia ter pequena consideração naEuropa
; nosFazia assignarTractados vergonhosos,eterdemasiada con-descendência
com
os Estrangeiros; nos fazia ena finipequenos de grandes, que já fomos,
em
valor,em
política,eem
riqueza !Faço
mais justiça aos
meus
Compatriotas ,euore-pito; elles todos
conhecem
melhor, quaesde-rem
ser hojeassuas verdadeirasvistas,todos«eoccupâo
em
planos demelhoramento
,to-dos se
nutrem
em
deliciosos futuros, aliasbem
fundados ,porqueninguém
naEuropa,
seexceptuarmos a Nação» Espanhola , está
em
começo
de maioresventuras ; todosfinal-mente
estudâo a carreira da sua felicidade:mas
não obstante, diviso aquium
vazio,quequizera ver preenchido : a união de Portu-gal cora Brasil será o
fundamento
da nossaperpetua grandeza, e
sem
isto, receio quasejaapenas temporária.
Guiado
porestes principies,vou aexporaos
meus
Compatriotas, qual raeparece
de-veriasera nossa politica
em
circumsíancias tãomelindrosas, bera persuadido,que ellesreconhecerãoas
minhas
opiniões,como
na-scidas
do
zelo danossa grandeza , enunca
<7)
«enhans
me
anlmao
,apão
ser osqueme
fa-cão Cidadão livre, ebenemérito filho da
Pátria. Esta liberdade,quejá
gozamos
,dei-xaaestradadesembaraçada, paraqueos
meus
Compatriotas
ou expoahâo
as suas opiniões,ou
contestem asminhas
; cora tudo ficareicontente,e só oâo posso renunciar á
liber-dade
efranqueza de expor as minuas.Tractarei primeiro d'algnnsProblemas, i^uQserviráô
como
de baseaomeu
Projecto.I.
PROBLEMA;
Seráinteressante
a
Portugala
uniãocom
o Brasil?
Digo
que interessantissima :demonstra-66. Portugal,considerado
em
relação ásou-tras Potenciasda
Europa,
hoje todas engran-decidas , lieum
limitadoReino
, quenão
pode
deixar de serinfluenciado por algumatias outras JNaçôes : Portugal,
quando
tenha estabelecido o seubom
regimen , maisbem
distribuídos os seus bens,
povoado
todo o seu terreno, revolvido todo oseiodo
seuchão, viráa sero jardim
do
mundo
,asde-liciasdaterra;
mas
nem
porisso poderácre-scer
em
extensão,ouseravultadamenterico:Portugal,levado ao maior gráo na extensão
da
sua agricultura,mergulhadono
climamais jaudavel daEuropa
,eembellezadocorato-(8)
HasâSperfeições áaarte, será invejado, a
appetecido por todosessesarabiciosos
man*
<lôes, qtie
em
nenliumtempo
deixSodeappa-1-ecer.OrasePortugal,por pequeno, nao
pode
deixarde submetter-se ao apoio deoutra
na-ção,seellenâo
pode
sermaisqueraediana-mente
rico, considerado porsisó, eem
re-laçãoaosseu» génerosde exportação ; se elle
por
estes principies, cporserum
paizagra-dável,
pode
tornar-se preza daambição ,eainda dapolitica,nâo obstanteovalor indo-mável de seu« habitantes,segue-se,
quePor*
t.ogal
,para sei independenteerasua
liberda-de,
procurará sempreoutraPotencia ,que oajudea defender-«íe:
mas
seoBrasil,povoado
que
seja,toma
oeminentelu^ardasprimei-rasnações
dò
mundo
, se elle , pelas suasimmenáas
riquezas,pode
teruma
grossama-rinha ,
com
que nos ponha asalvode todas as ambições ou politicas, se nelleem
fimachamos
todos os recursos danossaindepen-dencia, que tanto vai,
como
achal-asem
nósmesmos
, por serhabitado por nossosirmãos, por Portugoezes; temos portanto alitudo oque precizamos; eprovado quea
tjniâo dePorrugíd
com
o Brasilnâo
hein-teiessanie
(9)
II.
PROBLEMA.
'Seráinteressanteao Brasil oligaf-^Sé
tom
^Pvrtugal
?
Digo
que lhe interessa presentemente,'Ktas queparao futuro lheheináifíerente,e
pode
existir independente de algumacollabo-raçio: demonstra-se.
Em
quanto oReino do
Brasilsenão povoa ,
em
quanto náotem
uma
fácil
commonicaçâo
entreassuasremotasex-tremidades,
em
quanto finalmentenâo he
aquillo,que necessariamente ha de vir a ser
=r
em
tudo grande;=
precÍ7,a oBrasil denós,jápelonosso valorsempre formidável, e
sempre
prompto
aemprehender
oque Hemaior,jápelo adiantamento, que possaimos
em
manufacturas, jápela industria,que o so-bejo danossa populaçãopode
fomentarno
Brasil , jápela unidade de sentimentos,
que
precisãoter,parase
nâo
dividirem ,e jápelamuita collaboraçâode diveisos
modos
, quadenós
podem
receber; logonao padece da-] fida,que lheconvém
asuauniãocom
Por-tugal: provemos a segunda parte.Por maio-res que sejâo ao presente as dependências
do
Brasil,por maiorcollaboraçâo, queago-ra lheseja'necessária, estaacaba logo ,que
tenhacrecido
em
população, industria e<
( «o )
irjaasí
momentâneo.
Não
nos heestranha aj:apidez,
com
que
«e povoarão osEsta-dos-Unidos da
America
, sendoum
paizaf-fectadodeperigosasdoenças ;
ninguém
duvi-dara darapidez,
com
quepode
serpovoado
o
Brasil,paiz fertilissimo, egeralmentefa-Jando ,deexcellenteclima, equesó precisa
liberdade
,providentes e activas instituições.
O
Brasil,logo que cheguea esteadiantamen-10,nada
pôde
temer:como
Estado naAme-riea, hesuperior atodos os seus vizinhos;
como
Nação no mundo,
será talvezaúnica, que nada precize das outras; o seuchma
próprio para todas as producções da
natu-reza ,os seus portos magestosos, asua
pro-ximidade
com
aEuropa
, fará esquecer aosEuropêos essa remota índia Oriental,esse
continuo sorvedouro denossas riquezas
re-presentativas, e insensível paralj-sante das
puram«nte
reaes:elevado a estegráo, dequepreciza o Brasil?nâosóhc independente das outras nações,
mas
até aspode exceder;e por conseguinte Portugal sólhepôde
interessar,como
Povo
commerciante, e jamaiscomo
Povo
dequem
dependa, ou precize: logoninguém
duvidará, que para ofuturopôdeser(
"
)III.
PROBLEMA.
Qual
deçesera
poliuca dos Poftugneíeida Europa,
paraconsermrem
iodas assuasvastas possessõesdebaixo do
nome
deReino-Vnido
dePortugal,Brasil eJlgarves?Digo
que ade conservarem oestabeíeci-mento
deS.M.
no
Brasil: demonsira-se.A
partemaior não cedeámenor
: oRei-no
doBrasil,ainda queagora,por aspirará
sua liberdade ,mandasseos seus
representan-tes a Lisboa , jamais o faria
para o futuro ;
eodia
em
queS,M.
se ausentasse das suas praias, deixando~lhe aobrigação demandar
os seus representantes aLisboa ,prepararia adesunião
do
Brasilcom
Portugal; e osBra-sileiros estendendo os olhos pelos vastas
ma-res, que nos separâo,eondas, que os agitâo, fariâo votodejáraxiis esperar pelo que lhes levassea
mercê
dosventos,a doçura dosma-res; e eis-aqui Portugal
com
o seuRei , he•verdade,
mas sem
oBrasil, quetanto lhein-teressa»
A
Metropolido Reino-Unido
Constitu-cional dos Portuguezes, conservando-sena
Brasil, efazendoahi
um
perpetuoestabeleci-nsenfo, depoisdelhe ser levada a
Coustitm-eaotãolivre,
como
se está formando,e que( I^ )
SáoBrasil ,
como
remédiosalotarderodos osnossos males, evitatodasasdifficuldades, e
jpôeoselloá nossagrandeza;porqueaté
nem
Jbeadmissivel, o periendidojus dePortu'yal ler
em
siEl Rei: o troncoe cabeçaformão
a maiorparte
do
corpo,ea essênciadavida;os
membros
extremosformão
partedo
todo,mas
não
são essenciaes para aexistência; ora sendo Portugalem
relaçãoaoBrasil ,apenasam
dosmembros
extremos,ou
uma
fracção,nâo
padece duvida, queogrande corpoPor-tuguezficariainforme
com
acabeça fprado
tronco,oun'unia das suas fracções.
Por
outro 3adotambém
não hemenos
inadmissivel ,o
di/er-sequeo Brasildeveceder á Mâi-Patria, c contentar-se
com
ura Viee-Ptei; naverda-de,que a expressão
tem
euphonia,mas
cla-Tamente
manifestaum
absurdo, porque h«forade todo o encaixe, que oPteinoseja
sessenta vezes
menor
, que o Vice-Reinado.De
tudosesegue, que amaneira de nos»m"rmos,e
formarmos
um
corpobem
orga-nisado ,não
pode
sersem
conservarno
Bra-silaMetropoli
do Reino-Unido
,ou
aca-beçadestecorpo : logoesta devesera nossa
<«S)
PROJECTO.
Postos
os princípios estabelecidos , cco-nhecidos osnossos verdadeiros interesses,
nada be maisfácil ,
do
que conceber desd« logo, qual será o meio de nos unirmos,e 67carmos todossatisfeitos e livres.
Não
bepro-'vavel, que os
Portuguezes
do
Brasildeixem
òe
acceitar o CódigoConstitucional, e aliesserão tantomais promptos,
quando
sóuberetn que nós lhe dezejaraos amesma
liberdade,que possuímos,eque jamais
consentiremos,
quesejâo
menos
livres: que nós temosdeli-beradoceder-lhe a posse d'ElRei, ©a
poli-ticade preparar
o
engrandecimentodo
Bra-sil, e
do
vasto Império Portuguez.:=:Tudo
a
meu
ver sealcançado
modo
seguinte.=:
1."Faça-se
um
Código
geral para todos osPortuguezes, e nelle se declare, queo
Ri»
deJaneiro (ouBahia) seráaCapital
do
Rei-no-Unido
de Portugal , Brasil e Algarves,ea residência d'ElRei Constitucional na
Dy-nastiade Bragança.
2.0
Que
hajauma
representaçãona
Corte»
ouresidência d'EIRei, composta dos Portu-guezes
do
Brasil, e Possessões d'Ásia e Afri-ca,eôutra naCapitaldos Reinos dePort»-ím
wmmm
ff
gal eAlgarves,compostadosPortaguezes
re-sidentesnestes Reinos e Ilhas adjcscejites,
em
quese
comprehenda
aIlha da Mndeira,eainda alguns estabelecimentos d'Africa, que
fiquem mais próximos de Portugal,
do
quedo
Brasil»3,«
Que
sejadanomeação
d'ElReium
Vi-ce-Rei para Portugal, aquem
dê todos ospoderes de sanccionar Jeis, distrit^uir
mer-cês, dispordo
exercito, elegeros Bispos eosGeaeraes, eainda os Títulos , tudo etn
nome
d'ElRei, ecom
o seuplacet
;mas
sem
prejuízodos nomeados, para que nãosejanecessário aos Portuguezes da
Europa
men-digar favores
no
Brasil.4.°
Que
o Vice-Reinomeado
deveser ouIrmão
d'£IRei,ouseu Filho, e naf«Iiade-steso Parente mais
próximo
da Casa de Bra-gança,mas nunca
oPrimogénito, ouaquem
competir aCoroa
por succcssao, e^ aindaquando
aconteça , que por alguma causave-nha
apertencer aCoroa
ao Vice-Rei, deveficar estabelecido quesejaRei, indoresidir
na Corte
do
Pieino-Unido Portuguez,enun-ca
em
outra parte, por evitar infracções,
que para o futuro possa haver,
5,o
Que
se evite avinda deS.M.
, e
do
( i5 )
quizeremvirparavoltar);
mas
que depoisãú
jurada a Constituição por S.M.
, eadmit-tida era todos osEstados Portuguezes , nos
mande
oSenhor
InfanteD.Miguel
para nosso Vice-Rei ,e queassim seváseguindopara o futuro,
como
estáindicadono
arti-go antecedente;sendo a
nomeação
ouvita-lícia ou temporária á vontade d'EI Pteij
mas nunca
pormenos de
lo annos.6.^
Que
os Portuguezes residentesno
Bra-silnâo
possâo terpropriedadesem
Portu-gal,epiceversa;
mas
quedevendo
ser ano-meação
de Ministros Diplomáticos dosho-mens
maissubliaiesem
talentos, sejaaonde
for queresidâo , estes sejâoexceptuados. 7.o
Que
se estabeleção reciprocas Leis doCommercio
entrePortugaleBrasil,paraque
seja livre,ecorra quasi todo porsuas mâos,
oque seconsegue nâo
pagando
direitosda
entrada,
nem
os géneros de Portugalno
Brasil,
nem
osdoBrasilem
Portugal ;sen-do
transportadosem
navios portuguezes.Destasorteterãogrande extracçãoos nossos
vinhos e manuíacluras, e tornaráLisboa a ser o
armazém
dos génerosdo
Brasil para toda aEuropa,Obrando
assim,vencemos
todasas( i6 )
liberdade,
nem
prejudicamos os nossosin-teresses, roas antes daremos ao
mundo
aideada nossa politica
, que a
Europa
ima-gina tSo atrazada;mostraremos aos
Portu-guezes
do
Brasil,quesomos
fructodamesma
arvore, queuma
vezplantada, só otempo
eanutrição fará robusta; elles nos darão eternos agradecimentospela liberdade
, por
que
pugnamos
, elhe oílerecemos, epelos dezejos, que nosapimão,,dasua futura graa-desa, (Eis o que tenhoaexpor aos
meus
Com-patriotas,
bem
persuadido que estamaté-ria,assazdelicada para serdignamente
es-cripta por tao imbecil penna, nãodeixará
dô ser plenamente discutida peloSoberano Congresso , de cuja sabedoria e
amor da
Pátria, tudodevemos
esperar.A
D D
I
q
Ã
o
AO
PROJECTO
PA
TlA
ESTABELECIMENTO
POLlTlCq
D
O
EEíNO-UNID
O
P E
Í^ORTUGALi BRASIL
E
ALGARVES;^
F,
Elíz foi
a
lemhrança àe
querei
unir
Reinos separados
;mas
no
en^itanto
ohra
tão
grande
em
toscas
mãos
tinha
a
sorte
d^um
Palácio
,-entregue
a
quem
7iãosahe
unir
o
^osto
d
commodidade
ye
que
ao
mesmo
tempo
julga
ter
adereçado
as
salas
,quando
o telhado
se
amassa
sohre
podres
barrotes^,PAr
apoupar
o trabalho âquem,
cu
poiígosro.
ou por amor
áverdade, quizesse
re-solveraspoucaspaginas
do
Projecto,quefí^.
publico, e lançar
mâo
dapenna
paraobjectac
os
meus
principios ; qui^ eumesmo
tomar
«
meu
cargoo
seuexame,
emendando
arapi-àez,
com
que
foimandado
áImprensa
mo
tenhoem
vistaescusar-me aalgum*
discussão literária, pois antes dlioje avante
,„e serãomaisagradáveisas
batalhasda
penna,
do
que asda espada;não porque
sintaenfra-quecidoaqaelle
humor,
com
queme
hsonjeiotersustentado o
nome
de Portuguez, tendoinimigo
em
rosto;mas
porque a guerra,«uese íaz
com
apenna, tem
a especialarte
1
aguçar o fio à espada, que sempreestx-„,Ji
'terprompta
em
beneficioda
mmh.
Pátria.
mo
analvso defeitos de linguagem, s»,ra,<,d.sidáas, porque
he
destas, quem.
cccupo,
e„5o
das palavras:e
para proceder
com
ordem
, eume
proporeiaquellas
objec
coes,
que
julêopoderão
lW.er-metamo
osf^
eۇfas
mesmas
objecções darão lugar ásmiwribas respostas, não duvidando escapar-ra€
t>c[uepertencea mais sazonada licâo,
I.»
O
B
JE C
Ç
Ã
O.
Dirão
alguns Portuguezes daEuropa
^« queadoutrina
do
i.oProblema
estámuita
J) exaggerada,e quê
não
he íâograndea de-X pendência,como
eu queroíaze-la ; queos» Portuguezes
tem
sempresido formidáveis; i) queellesfízerâotodasessasespantosasdesco->>;bertaseconquistas, de que estão cheiasas
^> paginas da sua Historia
;
que
omesmo
>; fJrasil íoipor elles descoberto ,povoado
)) e policiado; que na
Europa
sustentarão,» sempre que quizerâo, a sua
independeu-» cia; que
em
todos os tempostem
feitore^« ter a
Hespanba
em
seus limites; queelles»
mesmos
jáforâoos primeirosTíavegantes; w queassuasesquadras senhoreava© osmares
» eratodoo
mundo,
etc. ; e istoem
tempo,
5) quenem
possuiãomaisterreno,do que hoje »tem,
nem também
muito maior população; « Gque portantoachando-seagoraem
come*
í) ço de
melhorarem
da decadentesorte,
em
» queseacbavão,
não
he muito, quetornem
i> aoccupar
um
eminentelugar; e
quando
^
não
lâo brilhaniel
5
)» luta independência, ainda fiêin oBrasil ^
9 de qu^rn
nunca
receberão benefícios , raas »..antes conhecidas ruinas. »A
todaestaob-j^ecção,que a
meu
ver serátalvez aqueterão«vontade defazer-me
no
i."Problema
,dou
aresposta, provando, queos principios?
d®
que
me
sirvo, sâo verdadeiros.Primeiramente heverdadeiro o principio
de que Portugal, sendoJimlimitado
Reino
,não pôde
deixar de ser influenciado. Este principio estáforadetodaacontestação,por
ijãoestarmosjánasditosasépocas,aque
que-rem
referir-se. Nessetempo
estava aHespa-nba
divididaem
partespouco
maiores,do
que
opróprio Portugal; estava-o aFrança
,a Inglaterra, a Aleraanb;», a Itaiia, etc.;
de maneira, que a sua existência politicai
podia dizer-se, que não só estava
equili-brada,
mas
que até pendia urapouco
aíavor de Portugalpela sua situação geogra^ Êca;
porém
hojetudo estáinteiramentemu-clado.
Vemos
a grandeza , a que^estáelevadaa JNaçâo nossa limitroíe;
vemos
,que ellajáera formidável, desde que, se verificou a
reu-nião de todas assuasprovindas ,e que
ele-^srada ao gráo d'Imperio, devea talvez
Imperador
Carlos V., sendo que desde então principiarãoas vistas anribiciosas,quelogo
de-poisnosfizerão cair
no
poderdo
Il.Philippe;
c quess nãoíôra a triste cabeçad'elleede
seusdoussuccessores,
nem
Portugaltornariaaficardesligadoda
Hespanha
,nem
estache-garia ádecadentesorte,
em
que visivelmente seiaabysmando
, senão
tomasse aresoluçãode
resurgir , eprepararhoje a suagrandeza.A
França
bem
sesabe os progressos, quetem
feito desde remotos temposa estaparte.'AInglaterra, quenesses tempos, a que nos
referimos,
compunha
três disiinctosReinos,forma
presentementeum
só^dominando
osmares, etendoestados e estabelecimentos
em
todo o
mundo,
A
Itáliaestá feojepreparando,por
meio denma
confederaçãoentregovernosconstitucionaes,
uma
barreirarespeitável.As
outras Potencias
do Norte
também
sãofor-midáveis , se bera que
não
afianço, que aelectricidade constitucional deixededividira sua extensão.
Compsre-se
pois a nossagran-dezarelativa, e veja-seadesproporção,
que
liaentre nós, equalquer das Pot«ncias
da
Europa
, principalmente nas quetem
com-nosco maior visinhísnca. Corapare-sea nossa
(
7
)ãohvo
da que actualmentetem
, istohe
, si6
milhões,cora20,queterá aHespanha
{a),cora 13, que
tem
a Inglaterra,com
26,quetem
aFranca,com
i5,queterá aItália
con-íederada; e veja-se seentrePortugale
alguma
delias
pode
harer equilíbrio,sem
ocontra-pezo dainfluenciad'alguma dasoutras?
Deixo
agora á consciênciade cada
«m
examinar sehe
verdadeiroeste principio! se acasonâo
teremos a sorte dessas
Nações
daEuropa
dasegunda
ordem
, que obrâocomo
grimpas.
Mas
para que iremos buscar exemplosforade nós
mesmos?
Ninguém
ignora ossacrifí-cios, que se fizerâo,parasustentar a
Coroa
na
cabeçad'ElReiD.
JoãoIV
.I todossa-bem
, que desde essetempo
nos
^tregámos
nos braços daInglaterra
sem
amenor
re-serva I e
também
ninguém
ignora quão fu-nestos nostem
sido aquelles seus braços,ainda que por outrolado lhe
devamos
a nossa(a)
A
supposição, quefaço, dequetantoPortu-gal,comoaHespanhavirâõ atero
dobroda
popula-ção,que
actualmentetem,nãodeixa deser
bem
fun-dada,seacontecer,comohe deesperar,adiminuição
noscelibatários,afomentaçaodos casamentos,a
ad-missão deEstrangeiros, e o impedimento na emigra-çãopormeios nãoviolentos.
(8)
existência politica!
Torno
pois a repetir ,C{ueeste principionão
tem
Gontradicçâo, adelle sededuz, que devea contecer
uma
deduas: ou ficarmos
formando
cora o BrasilTima sóe.muito poderosa
Nação
; ouéntrs-garmo-nos
mais tarde,ou
mais cedo áin-fluencia da Inglaterra , ou á da Hespanha,
Ora
da lng'aterrajá nós sabemos o que nospode
vir ; e daHespanha
, ainda que esta>3N"açâo deva sera nossa natural aliiada, íaz
toda adiíferença a alliança entre Potencias,
cujo equilíbrioseja perfeito, d'aquella
,
que
se faz entre Potencias ,
em
que ofiel daba-lança
pende
paraum
dos lados; epor issobera se deixa entrever qual insensivelmente
seria a nossa sorte, principalmentese
enfer-Tujando-se*lhe os eixos, se rompesse
intei-ramenteesseequilíbrio, que ainda existia.
Precisamos ler muito
no
futuro ,eapro-veitando-nos daHistoria passada, traçar já
a quese ha deescrever,
sem
nosdeixarmosilludir
no
meiodestabella enovaordem
decousas; porqueseaface, que nosappreseiita,
te
inteiramenteboa, enos está inculcandounião efraternidade , não devemos por isso
deixarde conhecer quaes são asvicissitudes^
19)
^(ji3Í
podem também
aclia^ a respôâta'©(Tuelles, que ponliâo ainda outra objecção,
e
me
digâo: queconcedendo
a necessidadede nos unirmos
com
o Brasil por todos os princípios, que tenho indicado ; nóspode-riamos formarcora a
Hespanha
uma
confe-deração tal
, que jamais
nos importasse
o
Brasil i
—
Assim he:mas vamos
a deíinira palavraconfederação,jáquehojeandatanto
em
uso na boca dos Politicos, evejamos,
que sendoella
uma
alliança entre asNações
para
algum
fimdommura
de paz , ou deguerra ,etc. ,nãovejo,quetenlia differença
d'aquelia alliança natural, de quejáfallei,
cm
que nos respeitássemosmuíuamente
,tra-ctassemos de fomentar
com
amisade osnos-sosinteressesrecíprocos, enos obrigássemos
á
uma
defezarelativa. Sepois aconfederação, de que fallâo, he isto, que acabo de dizer,sem
duvida elladeveexistir:mas
digo,que
não
exista, ficando Poitugal desunidodo
Brasil; porque então estamos
no
caso da
halança , e
ninguém
me
promeite, que o equilíbriosenão venhaaromper.A
existên-ciado
nome
Portuguez he cousa muitosa-grada; asobras,que os nossos passados
tem
ISS
r
(
»o>
muitoa nossa vangloria»e
nunca
perdermo*
de
vista os gloriosos serviçosdo
PrimeiroHenrique»
A
confederação, deque
osnossosPoliticosfallâo,
tem
lugarn'Alemanha
, porque
aactualpoliticada França, daInglaterra,
<iaRússia e da Prússiaestávigiando. sobreasua
existência, e aspequenassoberaniascontaocora
aquellavigilância,paranão caírem debaixo da
absoluta dependência da Corte de
Vienna
;mas
assimmesmo bem
vemos
, queospeque-nos Fieis não
podem
deixar de ser outrostantos autómatos, emuito a
tempo
estamosde
o experimentar.A
confederação tarabeni vai aser muito interessante áItália, porquetendo por
um
lado osEstados Sardos, edo
outro os Estados Sicilianos , estabelece era
si
um
perfeito equilibrio , e os pequeno»Estados, que ficao de per
maio
,podem
viver seguros neste equilibrio.
Mas
a confe-deração daHespanba
com
Portugal,desli-gado
do
Brasily nâ.otem
osmesmos
effei-tos; oequilibriologo desde o principio
he
muito
desigual, e por isso muito íacil de romper-se.E
qual seriaa sortede Portugal ,senesse caso chegasse aromper-se de todo?
aque teve na época d'El Rei
D.
João IV. ídeu-( «^
)
5Í0S. grandes proveitos?
nao
: poderásê-lopara o futuro?
nunca
: logonada de confe.deracôes: liguemo-nos aoBrasil , e depois
cuidaremos
n
ellas.Parece-me
terprovado
, queesteprincipiohe verdadeiro:vamos ao
2.0,
que
Portugal, aindano
estadoda
sua.internafelicidade,
não pôde
sera.nhada^
mente
rico.Este principio he tâo claramenteverdadeiro, que
não
precisademonstração;
e basta que osPortugueses da
Europa
vejaoquaes sáo os seus géneros de exportação, ô
quaes osde que precisão: basta que vejâo,
qne apenas
podem
exportar vinho, azeite,fructas e manufacturas (era quanto o Brasil
as quizer) ,
mas
quemesmo
assimtudo
b»
precário; ao
mesmo
tempo
,que importarão
todososprodactos
do
Brasil,istohe,arroz,café,assucar,emilhares d'ouíras cousas,
que
mesmo
daEuropa
nosvera;porque
oluxo
e o costume as
tem
admittido: para o quelançando avista, ainda os olhos
menos
cla-ros
'bem
descobrem, que asua riqueza
não
pode
ser grande, logo que os géneros deexportação não
excedem
muito os deimpor-tação, equea riqueza
do
interior se
red^
á
permutação degéneros. Parece portanto,f^
(12}
fffâo obstante aqui encoberto a Tormidavel importação de géneroscereaesdos
Estrant^ei-rps, que até agora ternos
consumido
,com
a
abjectaeestúpida decadência dos própriosnossos;
mas
neste caso jápresumo
, que anossa industria nos dará pâo para
comer-mos
(a).O
3.« principio, qixePortugal,
embellezado
com
todas asperfeiçõesda
arte, setornará prezada
cobiça, ainda que nãoera necessário para concJuir a verdadeira provaáa
tlieseestabelecidano
Problema,ebastiivâoos dois principios indicados;
com
todoestetambém
dasua parte faz alguma força:por€jDe nós todos sabemos quanto os
homens
prêzâo lerQuintas, aondeperfeitamente
sa-xonâo
osfructos;bem
vemos
quantoos ha-bitantesdo
paizdo
gèiotendem
aaproxi-inar*se paraaparte occidentalda
Zona
tem-perada;ebem
vemos
nessamesma
Zona
tem-perada quanto osamadores da ambiçãoe
da
cobiça desejâo apossar-sédosbonsretalhos
{a) Quehavemosdeter,niíoobstantehaverentre
«óscertos Políticos, quedão a isto
uma
formalim-i^ssibilidade
,principalmente,dizemelles, crescenda
Ka
Itafííi f<H«o« oexemplo
; esteBellòpafifem
sempre sobre si as vistascobiçosas dos«eus visiiibos, é ella as líioevitará, se nâ©
levantar agora
uma
inaccessivel barreiraá
sua futura existência por
meio
d'uraa intimacòníederação, que muito he
para desejar,
eque ura Militar
do
occidentetoma
aliber-dade deaconselhar-lhe. Creiopois, que
nin-guém
poderáprovar-rae, que algumd'aqnel-Tesprincipiesseja falso;esenãofalbaa
minba
demonstração , de principies verdadeiros,
incontestavelmente se tirão verdadeiras
con-clusões; e
não
be por tanto exaggeradasr
minba
doutrina.n.
Muito
terá queme
objectaralgum
f
or-íuguez
do
Brasil na primeira parte do 2.*Problema;
e talvezalgum
me
diga(como
jáme
consta), queno Problema
Seacbaaqueiíecxioma
coníradictoriodeser,evão
ser.Mas
como
quer queseja , tenho aíazer-lbea ad-vertência, que ,como
a letrado Problema
he
alguma cousamiúda
,não
poderá ler-sabem,
eportanto serábom
examinar,que
eu íaço distincção, e digo
çm
?," lugar,;que
ao
Brasil lhe interessa presentementea
pafa
òfumrQ
lhehe indLffAfénit;mas naé
digo,quedeixaabsolutamente deinteressar-Jhe,porquetal
nâo
podia dizer,E
attenda,queseoBrasilquerser
no
mundo uma Nação
brilhante; se quernem
aomenos
serempa-relhada
em
tempo
algum por outraNação
Americana
; esequer rivalisar desdejácora todas, deve conhecer, que he da suapoli-tica o ligar-se a Portugal, porque
nunca
foipara desprezar,emuito menos,nesse caso,
um
PieinônaEuropa
com
3milhões dehabi-tantes industriosos e soldados {a)',
mas
seo Brasilquer apenasserPovo
coramerciante, enâo
lhe importar asua força real ,augmen-tada
com
3 milhões de soldados, e tratarcom
desprezo a consideraçãono
mundo
,
cntâQ estamosn'outro caso; e seo Sr. Criti^
COse ensoberbeceutanto por nascer
no
Bra-sil, lambera eutenho não pequena soberba por haver nascidoem
Portugal; etudo o que escrevoseentende, que hepara&tvlido pelos Brasileiros,queconhecem
osseus verdadeirosinteresses, e não pelos ignorantes; porque
esses he decrer, que
nem
saibâoIfr.
[n)
3 milhões, he con* pauca differençaa
actualpopulação, e será
em
tempos maisfelizesado(
i5 )
VamôS
pôrêm
aexaminar
asrazoes,põt
que não agrada aos Portwguezes
do
Brasila primeira partedo
2.« Problema.Segundo
o
modo
de pensardo
Sr. Critico, creioqua
desejava, cjueeu dissesse, que os habitantes
ílo Brasil
nem
agora precisão dosPortu-guezes da
Europa
,nem
em
tempo
algum;porém
nâoobstanteaaraisade, que tenbo aos Brasileiros, c os desejos,queme
animâo, deque venhâo a fazer
no
mundo uma
sublime figura, jamais podereiconceder-lbe o seu desejo,
ou
torcer o que entendo, parame
amoldar
a todosos gostos. Disse,quepre'sentemente lhe
convém
a
sua uniãocom
Portugal:affírmo ,que
assimhe
,etorno arepeti-lo; e
quem
nâo
vê , que agoraprecisao
Brasiluma
força externa, parapôr
em
harmonia
oseuregimen, ounão
conheceO
íeupróprio paiz, ou pensaviolenta esuper»
flcialmente.
Examinemos
o estadodo
Brasil,
e vejamos se seus habitantes
nao
precisãoPrimeiramente sabe-se
,
que
ascommu-nicaçoes pelo interior estão aindaporabrir;
que
a extensão, a que vivem as Capitaniasumas
das outras,nâo
só lhesdiffículta estar^
( ,5 )
fcstranliâsentresi; de maneira, que quantaf
sâoasCapitanias, tantos os
modos
depen«sar, e tantos oscostumes.
Ora
sebojenâo
existisse
uma
força externa, que aconteciaaos Brasileiros, procurandoasua liberdade,
que
elles muito deséjâo, eaomesmo
tempo
merecem?
Caíremem uma
perfeitaanarquia,e
morrerem
talvez agolpes desses Africanos,que temsidoaté agoraseus escravos, e por isso seus cruéis inimigos; e.dividirem-se eni
tantosgovernos, quantas sãoasCapitanias*
Mas
seria istointeressante ao Brasil?De
ne-nbum
modo
; ograndeinteresse doBrasil he a sua intimaunião , e a existenriado
todo.Unindo-se e
formando
uma
sóNaçSo
, seráformidável ; dividindo-se, perdeu toda asua força.
Ninguém
ignora a tendência,que
tem
os Brasileiros d'algunias Capitanias para o Republicanismo, e eis-aqui outra razão, quesem
duvida faria diminuir aoBrasil a sua força, pelamesma
desunião.Hoje
nin-guém
hesitasobre qual dos dois governoshe
melhor
,seoKepublicano, seoMonárquico
Constitucional ; o primeiro tem-scprecipi-tado a si
mesmo
, ecausado até aruina dosPovos,queo admittem; eosegundo inculca
r 17
)
Bxò
centro dê unidade^mas
ale occupaé
ponto maisseguro , que be o meio entre os
extremos: e
quando
es Brasileiros julgâo,que
a sua liberdade consisteem
sefazerera republicanos,elles própriosseilludem,por-queoremédio para os seus malesbeo
gover-no Monárquico
Constitucional; osvexames,
tjue soífrem, curão-se
com uma
Coustitoiçâolivre,
porém
elles seaggravaráô, se quizeremcura-los
com
remédiosfortes , porqueestessá seapplicâo
,
quando
o malbequasi incu-rável.A
situaçãodosBrasileirosbebojemaisflorescente
do
que alguns d'elles pensão; seadoptarem
o governoMonárquico
Consti-tucional, í"azem-se superioresatodos os
ha-bitantes da
America
Meridional, queten-dendo
parao republicanismo ,vem
aredu-zir-se aestados
cm
si pequenos.Ora
pois ,para que os Brasileiros sigâo a vereda dos
seus verdadeiros interesses, be que digo
,
tem
necessidade danossa oollaboraçâo pre-sente,como
uma
potencia , que faça con-vergir os raiosdo
esforço a ura centro dergrandeza.
Dissemais,que presentementeprecisa o
Erasil de nós pelo
adiantamento
, (jtiepoS" suimosem
manufacturas^
I^este principiaf^
'}
( iS )
ji -seio^olvetacitamente %o interesse prin-cipal
do
Brasil, que he não sedesmem-brar, e prestar desde logo todo ocuidado á
fiuaagricultura, excluindo outro qualquer
emprego
, e por conseguinte povoar-se.Todo
ohomena
, que presentemente deitaros olhos sobre o Brasil,
não pôde
deixardeconfessar, que todo o cuidado de seus
liabitanles deve ser o fomentar a
agricul-tura, por muitos motivos ; i.°porquepela agricultura se preenchera as primeiras
ne-cessidades
do
homem
: 2.°porque
esta de-ve ser afonte da sua riqueza , eem
lu-gar de S3
occuparem
era procurar minasd'ouro, agricultem os
campos
, e terão miís. nas mais seguras , e mais abundantes: osproducíos da agricultura
devem
seros seu»géneros de exportação,porquetW^s,sãotaes,
que
todaaEuropa
os procura; e eis-aqui terãotoda a riqueza, 5."O
Brasil só pormeio
(la agriculturapode
desterrar ainércia e preguiçadecertaclassedegente, que mai«cjuer ter
fome
, que dar-se aotrabalho.Os
homens
costumanJo-se á agricultura , achão naquellemodo
de vida certa doçura, que
oshabilitainsensivelnisnte ao trabalho ; ora
for-te, eporissomais apto para apropagaçãoJ
e só neste ponto se acliâo três interesses
para o Brasil: crescer
em
agricultura,ti-rar a indolência aos habitantes , ecrescer
em
população.Como.
não estou a «^screverum
iracrado ,mas
adar a razãodo
meu
dito, já sedeixa vér pelo que simplesmente
tenho indicado, que
não
devem
presente-mente
os Brasileiros dar-se a outromodo
de vida, que
não
seja aagricultura/ ede-vem
receberasmanufacturas dePortugal(«),,—
De
Portugal?—
grita agora o Sr.Cri-(a) Ueveeatender.sej que cu fallo tãosomente
d'aquell28manufacturas,queatéagoraourecebiãode
Portugal,ou dos Estrangeiros,enãofallod'aquellas,
que devemtaríibem serprivativas dopaiz, porque
jnuitasha, qweseria
uma
semrazãoiremdePortu-gal:por exemplo, oferrodeveserexploradoe
manu-facturadonoBrasil; o algodão igualmente ahideve
sermanufacturado, etc. Oslanifícios,sedas,
dro-gas,etc. ...he qUepodemficarsendo privativasde
Portugal. Pelo que respeita ao ferrotambém
Por-tugal deve explorar, e tercontínuos trabalhos nasi
suas minas, porque ainda dada ahypothese de
se-rem pobres, mais ganha o Reino
em
ter sempreempregados muitos braços, eapplicar para ali
al-gunsfundos, que todos serãoconsumidos nopaiz,
doque recebê-lo dasNapÕes do norte,
em
que ndda/^
(20)
tico.
—
De
Portugal,sim, senhor, de Porfa;galheque elevemirasmanufacturaspara
to-do
o Brasil, pglomenos
este século mais chegado,isto be,em
quanto nâo povoãoto-do
oseuteneno
,eelevâoa agricultura aosummo
gráo.—
Mas como
dePortugal(me
torna), se nós temos os Inglezes^ France-zes, e lodo o
mundo
, que nos leva essasmanufacturas melhores e mais baratas?
—
,Ora
ouça, Sr.Critico, e primeiramente fa-çaraos distincção:se Vossa mercêtem
idêasde republicanismo,e eu as tenbo de
Mo-jiarquia constitucional, então
disparatan-do
eraprincípios , nâopodemos
estarcon-formes ;
mas
seacalmando
um
pouco
mais a exaltação ,com
que discorre , conviernaMonarquia
constitucional, neste casomet-tendo a
mâo
na sua consciência sempre lheagradará, que o
Reino
constitucionaldo
Brasil seuna
com
oReino
constitucionalde Portugal; eque cuidando nosseus
recí-procos interesses,
augmentem mutuamente
a sua força real para
um
íim(ommtim.
E
se estiver por isto, já então pode vêr a
sangue frio, que
dando
nós asmanufactu-rasao Brasil, eelle oseu arroz, assucar,
per-( 31 )
mutação
de génerosentre habitantesde dif-íerentes provínciasn'uma
mesraa Monar-quia , equetstáo osPortuguezesdo
Brasilno
mesmo
caso, que os habitantesdo
Alem-tejo, que
vendem
o seu trigo elas, para
comprarem
as í^tcasaos deGuimarães na
Provinda do
Minho,
a saragoça aos daCo-TilhânaProvíncia daBeira,etc.
E
a respei-tode serem melhores e mais baratas asdosInglezes ou Francezes, respondo, que o
tempo
danossa decadênciajáacabou,espi-rou de todo
no
dia 24 d'Agosto de 1820 , gagora
mostraremos
aomundo
, quesomos
capazes de dar tanta perfeiçãoàsnossas
ma-nufacturas,como
os estrangeiros; etambém
ficarão muito maisbaratas
no
Brasildo
que as d'eUes ,se observarmos o y.*»artigo
do
nieu Projecto.
III.
Tudo
o queescrevino
terceiroProblema
,estou persuadido não deixarádeser
confor-me
com
omodo
de pensar detodos osPor-tuguezes decritica,eporisso
não
descubroobjecção, quepossater
ao
menos
uraappa-renie
fundamento
: passoportanto aoPro-iecto.
<
e «eguíntes
, que
nào
he provável osPor^
yezes
do Brasil aci.e.r de acceUaro
Código constitucional, e
alies serão tanto
'^^-P^omptos
.guandosouberem,,
ue nós If^esdesejamos
a
mesma
liberdade,,uepos.
^^nmos.etc. Ainda quepodessehaverrepara, se 05Portoguezes
do
Brasilacceitariâo,
ou
nao
, oCódigo, jánão
podemos
duvida-lo pelosacontecimentosdo
Pará: eo dizer-se
,
queassim
mesmo
ellesnão gostaráô deum
Código
, para que não concorrerão,tamberu
Bao
podeterlugar;porquedemelhor vontade elles receberãoum
Código,em
que sabemseenvolvem princípios liberalissimòs
,
do
queseprestarãoa
mandar
Representantesa Lis-boa, tanto peloincommodo
,como
peloou-tro principio, qnese oppôeá sua liberdade
de
mandarem
íórado
seu paiz osRepresen-tantes, quedevera cuidardosseus interesses provinciaes, pois
sem
duvidanenhum
Bra-sileiro,que hojeviva,podegostardeser
de-pendente de Lisboa: e seos
do
Pará raan-idárâo obediência aoGoverno
Provisóriode
Portugal,
bem
se descobre, que istonâo
he
porquequeirâo ser dependentes dePor-tugal,
mas
porque estão anciosos pela sualiberdade.
Quando
digotantomais
pmmptos
,não
faço mais,que dara conbecer qual he o
meu
parecernestepar-ticular ,e
vem
a ser, quesem
amenor
de-mora
sedeve declarar , que aresidência
d'ElRei será
no
Brfisil. Est^a medida he de maior prudência, porque benecessário
fal-larrtios claro , e
não
encobrir o que
sabe-mos
: parte dos Brasileirosquerem
ElRei
no
Brasil, esó
querem
de mais amais ser
li-vres; eoutra parte desejará
talvez, queelle
seausentedesuas praias,para se
declararem
Republicanos.
Sabemos
de maisamais, quena
Bahia ePernambuco
ainda existemvul-cões, que exhdlâo
Ibmo
(a) , eque portantouma
taldeclaração previno males, quepo-dem
acontecer,eensina desde logo aosRe-publicanos , que
tem
outrocaminho
maisseguro,para alcançar a sua liberdade
: oseu exaltado pensamento acalmarálogo , eirão
c^onhecendo quaes devera ser os seus verda-deiros6segurosinteresses.
No
mesmo
lugarquando
digo, que nóstemos deliberado ceder-lhe
a
posse d\El{a) Estavajár\àImprensaestaAddição,quando
se
espalharão as ultimas noticiasdePernambucoe da
Bahia; ellasdesmentemaminha opipiSo, masnão
r^
^Réi
, e
a
politicade preparar oengranãeoU
mento
do Brasil, etc.também
receioalgu-ma
criminaçâo daparted'a]gumBrasileiro ;e diráeile, ceder
a
posse d'El
ReiI poiscomo
cederuma
cousa,eraque não hadirei-to?
—
Aindadirá mais:—
A
politica de prepararo engrandecimento doBrasil? sim pelo seu interesse?—
Mas
, Sr. Critico (soalgum
ouverneste caso),aclaremoseste pon-to,ecomo
haliberdadedeopiniões ,podo
declarar-sG, eentão,sehe Republicano,não
teimemos
:mas
se heMonárquico
modera-do
,considere , queem
quantoao direitode
possuir El Rei , não he pequeno direitoa possede 7 séculos; e se asnossas Leiscons-tituem direito
em
3o annos de posse, vejaagora quanto vaide 5o para700.
Mas
dei-xado
isto, porquetambém
soude parecer,que
sedesterreessedireitodeposse d'ElRei,bem como
sedesterrarãoas idêasdecoloni-fiaçâo,responderei,a
um
tempo
ásduasob-jecções,G direi, queceder Ei Rei, e
pre-parar o engrandecimento
do
Brasil, hetu-do
amesma
cousa;um
Portuguéz doBra-sil, i^wç. adoptea
Monarquia
moderada,não
pode
deixarde conhecer, que paraonde
$01^5)
«ffeitos ;que aassistência d'ElRei
no
Brasil
pode
edeve dara estepaizoenérgico tocn, de queprecisa,echamar
ali todas asatten-c5e«,queo
augmentem
progressivamente; eque
por tanto ,quando
Portugaldehbera,
queo Reiassista
no
Brasil , e dá o passopolitico depreparar- o engrandecimento
do
mesmo
Brasil pelo seu próprioefuturoin-teresse ,
também
não
cabe pouco aoReino
do
Brasil, porque, tornoa repetir nestela-gar, a addição de tsrna
Europa
um
Rei-no com
6 milhões dehabitantesaugmenta
consideravelmenteasua força real,elhe
dá
um
tom
inteiramentegrande; enão
hepe-queno
o outrointeresse de principiarjáaílorecer
com
um
governo fixo, ouprinci-piar maistarde, ou
nunca
pelas dissençôes internas ,quesem
remédio existiriâo,eque
derribariâotalvez a existênciado
Brasil.IV.
No
2.« artigo temos muito que escre-yer, porque jáme
consta, que nãocabem
em
algumas cabeças duascousas aomesmo
tempo
; eeiscomo
ameu
verme
arguir áÔ:»
Duas
Cortesnamesma
Monarquia?
olál» isso agora, Senhor novato escriptor ,
he
?* muito! querer Vossamercê
}
* nos duasrepresentações n'utr»único Eitàw
»
do
he o iriesmo que pertender , que ao »mesmo
tempo
se navegue para o norte, e» para osul! »B.espondo.
No
estado,em
que nosachamos
, separados por largosraáres,
não
querendoosPortuguezesdaEuropa
per-derasua liberdade,
nem
querendotambém
qneos Brasileiros percâoa sua,be sóeste
o
tiJ3Íco
modo
; e atépor mais que queiramos,nâo podemos
achar melhor meio de formaro. arranjo de toda a
Monarquia
, dadas ashypotheses de cadaqual nâo querer
com-prometter asua liberdade.Vamos
porém
a ver aondeexisteaqui a repugnância? haver duas Representações anuuaes ,uma
noBra-sil eoutra
em
Portugal, laborando sobre "umtypocerto,quesâoasbases,que jájurá-mos
,do
CódigoConstitucional,quese estáformando
, e que só deve sofrer asaltera-ções, que a necessidade de cada
um
dospaizes
pôde
exigir;olaborarem,digo,duasRepresentações debaixo destes princípios'
ȉo
he repugnante: e já que onosso artifí-cio nâopode
chegar a unir ©sdousconti-iientesrealmente,
não
poderáellefazeruniroBrasila Portugal nos costumes, nasleis,
Talvez que o
nao
poder amoldar-seistoa
alfijuns pensares,provenha de confundir
Cor-tesGeraes
com
Cortes ordinárias, aque eucbamo
Representações: Cortes Geraes sãoas quesefizerão agora para formara
Consti-tuição para lodos osPortuguezes , e serão
também
aquellas , que urgências exijão para Q futuro, e que atíendendoánossa situação, amesma
actual Constituiçãopode
restrin-gir amuito poucas,porque a liberdadenão
consiste nisso,
mas
nasevera observância daquiJJo, queuma
vez seestabelece; e atéeu dissera,que não houvesse Cortes Geraes,se-não
por infracçãodo
que ficarinstituído,
porque
os dois primeirosmotivosprinc'pamente
indicados na ConstituiçãoHe5panho-la podera terdesde já entre nós
um
esta-belecimento fixo,
sem
que seja necessáriopara istohaver CortesGeraes.
Mas
as duas Representações, de que fallono
Projecto,não
são mais, queo ajuntamento dos
Pro-curadores
do Povo
paratirar este ou aquelleabuso,e
mesmo
paraalteraro que noCódigo
nãopareça
conforme
aos tempos,em
que sevive. ISíote-se
também
, que nós temos jáumas
bases,em
que oçeto concedido aoRei
be
suspeníivo, enâo
absoluto,partícula-(
28
)ridade, que muito
nos interessa
na
nossasituação, epelo que muito temos que
agra-tieceraos nossos actuaesLegisladores.
Ado-ptadoo systema
do
meu
Projecto,bem
seTê, que proposta
uma
Leiem
Portugal e sanccionada p.Io Vice-Rei, deveterjá todoo
vigor ;mas
seassimmesmo
não agradar
ao Rei, atemos dentro
em
trez mezes li-vre ou vedada,e neste ultimo casotornan-do
a ser discutida nas Cortesimmediatasfi-carálivre, na hypotese desenão' estender
o
veto amais
d'um anno (o
que não sabemos,roasque he deesperar),e desta sortevimos
nós a soííVer o empate por trêsmeies, que
pode
deraorar-seasancçâod'El Rei, e istosó nas Leisnoví.mentepropostas,porque nas cousas ordinárias
não
se espera pelasancçâo.d'El Rei;
mas
nem
esteempate
be grande,
e estabelecido assimregularmente , gosaraos
com
igualdade ovigorannualno
nossoCó-digo: ficando,
como
se deveentender,ávi-gilância da
Deputação
permanentedeCôr-tes apublicação das Leis, logoque
cheguem
sanccionadas, eaté
também
sedeveenten-der , que não chegando
dentro
do tempo
prefixo naConstituição, as Leis se
devem
ílepresentaçSes ordinárias, unicaí ,
em
quí
fallei
no
Projecto,não
rejo qualseja a
dif-ficuldade;agora peloque
respeita âsGeraes,
confesso que alguma
tem
, enesteponto ei«como
eudiscorreria: =?Visto quearesidência d'El
Kei no
Bra-,sil nâo
pode
reaíisar-se
sem
algumpeque-no
sacrifício danossa parte,como em
re-conhecimento
ao primeiro Cidadãodo
Esta-do
, emola,sobreque gyrâo todos osnegó-ciosd'elle ,debaixo daforça
motriz, que
he
avontade geral detodaa
Monarquia
;ne-cessariamente para
quando
aNação
Portu-guezaestiverem
urgência de Cortes Geraes,parece que deveríamos estabelecer o
se-guinte.
1,0
Quando
for necessárioçonvocm
CortesGeraes e extraordinárias, devereia
Deputação
permanente deCortesno
Brasil participa-loá
Depuiação
permanente
deCortes
em
Portugal, (juandoa
urgênciadimanar
do Brasil, ouviceversa, cjuandoa
urgênciadimanar
dePortugal,í2,»
Em
ambos
os caws
seconvocarãologo Cortes Geraes,devendo
a
participação iracompanhada
de'
uma
declaração cir^i
( 5o )
éhamarnetíto, e seprocederá
a
eleição or»Úinaria,rennindo-sc noslugaresdo costume^ 3.* Se asCortes/'orem
chamadas por
ungencía participada
do
Brasil, as Cortes se reunirão nodito Reino trez viezesdepois defeita a participação, seaurgêncianão
for
de guerra, porque então deveserinslan-Lanea, edecidir-se,
sem
serem necessáriosoutros apparatos; e se o
chamamento for
participado de Portugal,serão logo
chama»
dasas Cortes
ao
mesmo
íempo que sefaca
tiparticipação, e esta serecebu
no
Brasil.4.* Reunidas que sejão as Cortes
em
ambos
os casos,asquesereuniremem
Lis-boa
, cuidarão logo depoisda
aberturaem
discutir o casoproposto; edepoisdediscu'
tido, prúcedão
a
eleger dois deputados decada
cem
,com
dois deputadossubstitutos,para
levarema
discussão ás Cortesno
Bra-sil ,
aonde tomarão
assentoem
lugar di" stincto',como
representantesda
vontadede
cem
deputados de Portugal;eem
todasasdiscussões, quehouver^ os doisdeputados de
cada
cem
deputados dePortugalcom
os dois deputados substitutos se exprimiràÔtcomo
órgãosda
vontade doscem
,querem
( 3r )
^eral
da
Nação
, eocjiie ali se ajustar, secumpra
>não
seoppondo
â
liberdade eirt"teresses
d'a!gnma
dasparles representadas»Aqui tem
os escrupulosos, e que nãopo-dem
coinbiiiar,como
podehaver duasRe-presentações, resolvida a suaduvida;
mas
se aindanão ficarem contentes, e lhe
pare-cer, que os Portuguezes da
Europa
ficâo
de peor partido, eu lhe
proponho
outromodo
de serepresentarem asCortesGeraese extraordinárias. Precedendoas pariièipa^ coes ecautelas , que inculquei
no
i.°me"
thodo, ereunidas as Cortes
em
Portugaleno
Brasil, proceda-se à discussão sobreOassumpto , deque se trãcta, edepois tanta
em
Portugalcomo
no Brasil se elejão CS doisdeputados porcem
com
outrostan-tos substitutos, ejuntem-se estes delegados
das duas Representações
na
Capital das ilhasdeCalo Verde
, e ali iractcmcm
Di-plomacia
os negócios das parle?'represen-tadas, ligando-se aojã discutidonas duas
Piepresentacôes. Esíe
meihodo
, SenhorCri-tico, he melhor,
do
qvie o outro; .e ate neste caso disseraeu, que todos os loaa-noshouvesse destasCortes Geraes , que
exa-minassem
asiníracçôes, que haviana Con-itituição , e asemendassem.\
^
( 52 )
Tenlio
meus
receios,queo segnn(5oartíg(ído
Projecto,aindamesmo
depoisdeouvidas asminhasrazões, tenhasuggerido aalguém a lembrança dedizer, queme
não cauce eraquerer ligar o que anatureza separou por
laníos niáres ; que ella
mesma
não
quiz ,qus existiísetn ligados os habitautes de doi*
difíerentes hemisplierios;eque bepois
me-lhor deixar istonaordem
,que anatureza ]be deu.Tudo
istoporém
era muitobom
,se estivéssemosainda
no
estado natural ;mas como
temos snppridojácom
a arteo
tjue anatureza nos negou, estamos
muito
longe deentregar ánatureza o que
pode-mos
remediarcom
a arte.No
casode aertudo natureza,
nem
nósiríamosaoBrasil ,porque
não construindoellaNavios,jamaissahiriamos
do
nossocontinente.Mas
aindame
ohjectaráô,queem
fimaHespanha
cha-ma
Cortes Geraes ás que se fazemem
Ma-drid
, e que as
mesmas
ordinárias ali seíazem (ou
querem
fazer), vindo osRepre-sentantes da
America
; eque portanto nóSseguindo o seu
exemplo,
deverao»teruma
eindivisívelRepresentação,ouseja
em
Por-tugal, ou