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Violência e fragilidade em idosos atendidos numa unidade de pronto atendimento

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Academic year: 2021

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(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO ACADÊMICO. RENATA CLEMENTE DOS SANTOS. VIOLÊNCIA E FRAGILIDADE EM IDOSOS ATENDIDOS NUMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO. NATAL 2017.

(2) 2. RENATA CLEMENTE DOS SANTOS. VIOLÊNCIA E FRAGILIDADE EM IDOSOS ATENDIDOS NUMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Área de concentração: Enfermagem na atenção à saúde. Linha de pesquisa: Desenvolvimento tecnológico em Saúde e Enfermagem Orientadora: Profª. Drª. Rejane Maria Paiva de Menezes. NATAL 2017.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede. Santos, Renata Clemente dos. Violência e fragilidade em idosos atendidos numa unidade de pronto atendimento / Renata Clemente dos Santos. - 2017. 107 f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciência da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2017. Orientadora: Profª. Drª. Rejane Maria Paiva de Menezes.. 1. Enfermagem - Dissertação. 2. Idoso fragilizado Dissertação. 3. Idoso - Dissertação. 4. Violencia - Dissertação. I. Menezes, Rejane Maria Paiva de. II. Título. RN/UF/BCZM. CDU 616-083-053.9.

(4) 3. RENATA CLEMENTE DOS SANTOS. VIOLÊNCIA E FRAGILIDADE EM IDOSOS ATENDIDOS NUMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.. Aprovada em ___/___/____.. BANCA EXAMINADORA. _________________________________________________________ Profª. Drª. Rejane Maria Paiva de Menezes UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. PRESIDENTE. _________________________________________________________ Profª. Drª. Fabíola de Araújo Leite de Medeiros. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA MEMBRO EXTERNO _________________________________________________________ Profª. Drª. Luciane Paula Batista Araújo de Oliveira Faculdade de Ciências do Trairi MEMBRO INTERNO A UFRN. _________________________________________________________ Prof. Dr. Alexsandro Silva Coura UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE MEMBRO INTERNO AO PROGRAMA.

(5) 4. Dedico a Deus, a minha família e em especial a memória da minha amada mãe que sempre sonhou, acreditou e batalhou pela concretização desse sonho..

(6) 5. Agradecimentos. Ao meu Deus, por sua Soberana vontade se concretizar na minha vida a Seu tempo e a Sua forma, por tudo o que tens feito e por tudo que ainda irás fazer, por tuas promessas e acima de tudo, por tudo que Tu és, eu quero te agradecer com todo o meu ser.. Ao seu Edvaldo Basileu, meu pai e bem mais precioso, por todo esforço, incentivo, auxílio, motivação e educação a mim dispensada por toda minha vida, mas em especial por suportar todas as renuncias feitas para a concretização desse sonho e acima de tudo por não me deixar desistir nos momentos mais difíceis e aguentar firme todas as adversidades. Essa conquista é nossa.. Á dona Edieusa Clemente (in memorian), minha mãe, que batalhou a vida toda com tantas lutas e esforço pra ver seus filhos formados e que, em vida, acreditou tanto em mim mais do que eu mesma, certa de que eu conseguiria alcançar mais essa etapa de vida. As lembranças constantes da grande mulher que fostes sempre será o melhor espelho pra minha vida inteira.. Ao meu irmão Rodrigo, minha cunhada Danuza e meu sobrinho Rodriguinho, vocês são os maiores exemplos de determinação, dedicação e amor que qualquer ser humano pode ter, vocês me fizeram enxergar que toda e qualquer diferença é digna de tamanho e proporcional amor acima de qualquer igualdade. Não tem obrigada que seja capaz de pagar tamanho aprendizado diário.. As minhas amigas e irmãs Isadora Souza e Rafaella Farias que muitas vezes sem entender o que eu fazia ou falava estiveram sempre em prontidão pra me ouvir, incentivar, chorar juntamente comigo, mas principalmente por orarem por mim e me recordarem constantemente do evangelho de Jesus Cristo como minha maior esperança terrena.. As minhas companheiras de estrada Mayara Lima e Emanuella de Castro, por me acolherem e estarem comigo incansavelmente me ensinando, me dando injeções de.

(7) 6. cuidado, ânimo, apoio e orientação em todo esse processo, mas sobretudo por terem se tornado verdadeiros presentes e grandes amigas na minha trajetória de vida.. Aos mestres da minha caminhada, em especial a professora Maria Cidney e o professor Jank Landy, por sempre acreditarem em mim e por serem espelhos de lindos seres humanos e inspiração docente para mim.. A todos os alunos que já tive o prazer de lecionar, vocês sempre foram fonte de determinação para que conseguisse concretizar essa etapa, em especial a turma de enfermagem da UEPB 2016.1 que com tamanha dedicação e esforço para aprender mais e mais da enfermagem me deram ânimo para prosseguir.. A minha orientadora, professora Drª. Rejane Maria Paiva de Menezes, por me acolher prontamente no seu grupo de pesquisa, compreender minhas limitações e por caminhar juntamente comigo na concretização desse trabalho acadêmico, muito obrigada.. Aos professores da banca examinadora Drª. Fabíola de Araújo Leite de Medeiros, Dra. Luciane Paula Batista Araújo de Oliveira e Dr. Alexsandro Silva Coura que sem delongas aceitaram o convite para colaborar com o presente estudo. Agradeço ainda a professora Drª. Milva Maria Figueiredo de Martino por suas contribuições na qualificação do projeto de pesquisa.. Ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem, Saúde e Envelhecimento (GREPENSE), em especial a mestranda Rafaella Guilherme, que pacientemente tanto me apoiou e incentivou em todo processo.. Ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PGENF), ao corpo docente e discente que o compõe por me proporcionarem tão rica formação acadêmica.. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (CAPES), pelo fomento do presente estudo.. A todos, meus sinceros agradecimentos..

(8) 7. RESUMO. SANTOS, R.C. Violência e fragilidade em idosos atendidos numa unidade de pronto atendimento. 2017. 107 fls. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Natal-RN, 2017. A violência contra a pessoa idosa é considerada um fenômeno multifacetado e constantemente silenciado. Entende-se que idosos em vulnerabilidade e frágeis apresentam maior predisposição a se tornarem vítimas de violência, entretanto ainda são poucas as pesquisas que buscam evidenciar a existência dessa correlação. O objetivo desse estudo, é avaliar a correlação entre o risco de violência e a fragilidade em idosos atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa. Foi desenvolvido no município de Campina Grande, em uma Unidade de Pronto Atendimento, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob CAAE de Nº. 69857317.2.0000.5537. A população foi composta por todos os idosos atendidos na Unidade, nos meses de agosto e setembro de 2017. A amostra de 146 idosos, foi calculada conforme o cálculo de população finita com erro amostral de 0,08. Foram incluídas pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que estavam em atendimento e com condições físicas e emocionais para responder aos instrumentos. Foram utilizados: o instrumento de caracterização da amostra e as Escalas de Edmonton e de rastreamento da violência contra pessoa idosa. A coleta de dados ocorreu após a anuência da instituição, e seguiu as normas previstas na resolução nº. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados através do SPSS, versão 20.0 por meio de testes não paramétricos. Os resultados indicaram a predominância de idosos casados e viúvos, com baixa escolaridade, sendo (56,16%) do sexo masculino, idade até 73 anos (53,42%), residentes no município de Campina Grande (78,08%) e (64,38%) atendidos na Unidade de pronto atendimento classificados na área verde de risco, sendo a queixa de caráter agudo a sua maioria, com (82,19%). A maioria dos idosos foi classificado como frágeis (47,95%) e em risco aumentado para violência (69,86%). Através do teste qui-quadrado (X2) e exato de fisher, e o nível de significância para p-valor < 0,05, observou-se nesse estudo, haver relação estatística entre o nível de fragilidade e a idade, e a área de classificação de atendimento, enquanto que o risco de violência apresentou significância estatística para a faixa etária. Após a aplicação do teste de correlação de Spearman, com nível de significância de 5%, a pesquisa demonstrou evidência de correlação estatisticamente significante, entre o aumento do grau de fragilidade e o risco para violência na pessoa idosa. Confirma-se a hipótese do estudo na qual, conclui-se que, a síndrome da fragilidade aumenta a vulnerabilidade do idoso estar em risco de violência. Além disso, demonstra a importância da utilização na prática dos profissionais de saúde, de instrumentos que avaliam esses agravos, com o intuito de detecção precoce, e visando diminuir o seu impacto na família, nos serviços de atendimento e na própria pessoa idosa. Descritores: Idoso Fragilizado. Violência. Idoso. Enfermagem.

(9) 8. ABSTRACT. SANTOS, R.C. Violence and fragility in the elderly attended at a prompt care unit. 2017. 107 f. Dissertation (Master's Degree) - Postgraduate Program in Nursing, Federal University of Rio Grande do Norte; Natal-RN, 2017. Violence against the elderly is considered a multifaceted and constantly muted phenomenon. It is understood that elderly in vulnerability and fragile are more predisposed to become victims of violence, however, there are still few researches that seek to evidence the existence of this correlation. The purpose of this study is to evaluate the correlation between the risk of violence and the frailty in the elderly attended at a Care Unit. This is a cross-sectional, descriptive and exploratory study with a quantitative approach. It was developed in the city of Campina Grande, in a Emergency Care Unit, after approval of the Ethics and Research Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte under CAAE No. 69857317.2.0000.5537. The population was composed of all the elderly attending the Unit, in the months of August and September 2017. The sample of 146 elderly individuals was calculated according to the calculation of finite population with a sampling error of 0.08. We included people aged 60 or over, who were in care and with physical and emotional conditions to respond to the instruments. The following were used: the sample characterization tool and the Edmonton Scales and the screening of violence against the elderly. The data collection took place after the consent of the institution, and followed the norms set forth in resolution no. 466/12 of the National Health Council and by signing the Term of Free and Informed Consent. Data were analyzed through SPSS, version 20.0 through non-parametric tests. The results indicated the predominance of married and widowed elderly people, with low education (56.16%), male, up to 73 years old (53.42%), living in the city of Campina Grande (78.08%) and (64.38%) attended at the Emergency Care Unit classified in the green area of risk, being the most acute complaint, with (82.19%). Most of the elderly were classified as fragile (47.95%) and at increased risk for violence (69.86%). Through the chi-square test (X2) and fisher's exact test, and the significance level for p-value <0.05, we observed a statistical relationship between the level of fragility and age, and the area of classification of care, while the risk of violence presented statistical significance for the age group. After the Spearman correlation test, with a significance level of 5%, the study showed evidence of a statistically significant correlation between the increased degree of frailty and the risk for violence in the elderly. The hypothesis of the study confirms that the fragility syndrome increases the vulnerability of the elderly being at risk of violence. In addition, it demonstrates the importance of the use of health professionals in the practice of instruments that evaluate these diseases for the purpose of early detection and to reduce their impact on the family, care services and the elderly. Keywords: Frail Elderly. Violence. Aged .Nursing..

(10) 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1 –. Distribuição de variáveis sociodemográficas, de idosos entrevistados atendidos em UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017................................................................................................ Tabela 2 –. 58. Distribuição de variáveis familiares e residenciais de idosos entrevistados, idosos entrevistados atendidos em UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017................................................................. Tabela 3 – Tabela 4 –. Distribuição de variáveis sociais de idosos atendidos em UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017................................................. Frequência da avaliação do grau de fragilidade dos idosos. 59 60. entrevistados, quando atendidos na UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017.................................................................................... Tabela 5 – Tabela 6 -. Avaliação do grau de fragilidade e o perfil de idosos atendidos em UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017................................. Avaliação do risco de violência em idosos atendidos na UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017.................................................. Tabela 7 -. Tabela 9 -. 61. 62. Avaliação do risco de violência e o perfil de idosos entrevistados em UPA. Campina Grande/PB, Brasil, 2017............ Tabela 8 -. 60. Avaliação da fragilidade com o risco de violência. Campina Grande/PB, Brasil, 2017................................................................ Estatística descritiva e o teste de normalidade da pontuação de. 63 64. fragilidade e risco de violência. Campina Grande/PB, Brasil,. Tabela 10 -. 2017................................................................................................ 65. Análise de correlação de Spearman da fragilidade com risco de violência. Campina Grande/PB, Brasil, 2017................................ 66.

(11) 10. LISTAS DE FIGURAS. Figura 1 Figura 2 Figura 3 -. Acolhimento e classificação de risco para atendimento na UPA ..... Modelo de fragilidade proposto pela Canadian Iniciativo n Frailty and Aging (CIF-A).......................................................................... Tipologia e Natureza da Violência.................................................. 33 35 36.

(12) 11. LISTA DE QUADROS. Quadro 1 - Quadro demonstrativo das escalas já validadas de VCPI................................................................................................ Quadro 2 - Apresentação da amostra de acordo com o ano, país, título e objetivo do estudo........................................................................... Quadro 3 - Distribuição do número de atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento do ano de 2017........................................................ Quadro 4 - Classificação das variáveis de caracterização da amostra e suas respectivas categorias .................................................................. Quadro 5 - Descrição de variáveis da escala EFS de acordo com sua classificação e código utilizado no banco de dados..................... Quadro 6 - Descrição de variáveis da escala H-S/EAST de acordo com sua classificação e código utilizado no banco de dados..................... Quadro 7 - Classificação do grau de fragilidade e apresentação do banco de dados................................................................................................ Quadro 8 - Classificação do risco de violência e o código de tabulação no banco de dados............................................................................... 38 40 47 49 50 51 54 54.

(13) 12. LISTA DE APÊNDICES. Apêndice A – Apêndice B – Apêndice C – Apêndice D – Apêndice E –. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............................. Declaração de não início............................................................... Instrumento de caracterização da amostra.................................... Ofício............................................................................................. Carta de Anuência.......................................................................... 88 90 91 93 94.

(14) 13. LISTA DE ANEXOS. Anexo A Anexo B -. Anexo C -. Edmonton FrailScale (EFS) adaptada transculturalmente................. Hwalek-Sengstock Abuse Sreening Test (H-S/EAST) adaptada. 96. transculturalmente............................................................................... 99. Apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa........................................ 100.

(15) 14. LISTA DE SIGLAS. AB – Atenção Básica ABVD - Atividades Básicas de Vida Diária AIVD - Atividades Instrumentais de Vida Diária AME - Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento BASE - Bried Abuse Screen for the Elderly CASE - Caregiver Abuse Screen CIF-A - Canadian Iniciativon Frailtyand Aging ESF – Estratégia de Saúde da Família EFS – Edmonton Frail Scale EAI - Elder Assessment Instrument e-IOA - Expanded Indicators of Abuse H-S/EAST - Hwalek-Sengstock Elder Abuse Screening Test INSS - Instituto Nacional de Seguro Social IOA - IndicatorsOf Abuse MIF - Medida de Independência Funcional MDS-HC - Minimum Data Set for Home Care MCTS - Modifided Conflict Tactics Scale ONU - Organização das Nações Unidas PIE - Plano Internacional de Ação.

(16) 15. PNSPI - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa PNI – Política Nacional do Idoso PNAB - Política de Nacional de Atenção Básica PNSI – Política Nacional de Saúde do Idoso RUE – Rede de Urgência e Emergência SAMU - Serviço de Atendimento móvel de urgência SPSS - Statistical Package for Social Sciences SUS – Sistema Único de Saúde UPA – Unidade de Pronto Atendimento UPAs – Unidades de Pronto Atendimento UBSF - Unidade Básica de Saúde da Família VCPI – Violência Contra Pessoa Idosa VASS - Vulnerability to Abuse Screening Scale.

(17) 16. SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 2. OBJETIVOS E HIPÓTESES................................................................ 2.1. Objetivo Geral .......................................................................................... 2.2. Objetivos Específicos................................................................................ 2.3. Hipóteses .................................................................................................. 3. REVISÃO DA LITERATURA............................................................... 3.1. Políticas Públicas de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa ............................. 3.2. Atendimento a Pessoa Idosa em Unidade de Pronto Atendimento............. 3.3. Conceitos de Fragilidade e Estadiamento .................................................. 3.4. Conceitos de Violência e Estadiamento .................................................... 3.5. Relação entre a Violência e a Fragilidade na Pessoa Idosa ........................ 4. MÉTODO................................................................................................. 4.1. Tipo de Estudo........................................................................................... 4.2. Local do Estudo........................................................................................ 4.3. População e Amostra do Estudo................................................................. 4.3.1. Critérios de Inclusão ................................................................................. 4.3.2. Critérios de Exclusão ................................................................................ 4.4. Instrumentos e Variáveis ........................................................................... 4.4.1. Instrumento de caracterização da amostra ................................................. 4.4.2. Escala de Edmonton (Edmonton FrailScale – EFS) de avaliação da fragilidade em idosos adaptada transcuturalmente..................................... 4.4.3. 19 25 25 25 25 27 27 30 33 36 39 46 46 46 47 48 48 48 49. 50. Escala de rastreamento de violência contra pessoa idosa: HwalekSengstock Abuse Screening Test – H-S/EAST) transculturalmente adaptada.................................................................................................... 4.5. Procedimento de Coleta de Dados............................................................. 4.6. Processamento e Análise dos Dados.......................................................... 4.7. Aspectos Éticos.......................................................................................... 5. RESULTADOS........................................................................................ 5.1. Descrição das Características Sociodemográficas dos Participantes da Amostra ................................................................................................... 51 52 53 54 57. 57.

(18) 17. 5.2. Grau de Fragilidade de Idosos em Atendimento na Unidade de Pronto Atendimento ............................................................................................. 5.3. Atendimento............................................................................................. 5.4. 60. Risco de Violência em Idosos atendidos na Unidade de Pronto 62. Correlação entre o grau de Fragilidade com o Risco de Violência em Idosos em Atendimento na Unidade de Pronto Atendimento .................... 6. DISCUSSÃO............................................................................................ 7. CONCLUSÕES...................................................................................... REFERÊNCIAS..................................................................................... APÊNDICES........................................................................................... APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............ APÊNDICE B – Declaração de não início............................................... APÊNDICE C – Instrumento de caracterização da amostra ................... APÊNDICE D – Ofício............................................................................ APÊNDICE E – Carta de Anuência ........................................................ ANEXOS................................................................................................. ANEXO A – Edmonton FrailScale (EFS) adaptada transculturalmente... 66 67 77 81 87 88 90 91 93 94 95 96. ANEXO B – Hwalek-Sengstock Abuse Sreening Test (H-S/EAST) adaptada transculturalmente .................................................................... ANEXO C -Apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa .......................... 99 100.

(19) 18. INTRODUÇÃO.

(20) 19. 1INTRODUÇÃO. O envelhecimento resulta de um processo natural e multifatorial em que ocorrem as alterações fisiológicas, identificadas pela diminuição progressiva da reserva funcional do indivíduo, denominada de senescência. Em condições normais a senescência desenvolve-se sem que existam problemas, porém, algumas condições genéticas e/ou somáticas como doenças crônicas, acidentes, estresse emocional, podem resultar em uma condição patológica no processo de envelhecer (BRASIL, 2007a). Entende-se haver dificuldades em definir o envelhecimento; Legaliza-se que pessoas idosas são aquelas com idade igual a 60 anos ou mais, conceito esse mais utilizado pelos países em desenvolvimento, como o Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos que delimitam essa marca para pessoas com idade acima de 65 anos (BRASIL, 2013). Tais definições apresentam-se limitadas uma vez que, utilizam a cronologia como referência e compreende-se a necessidade de uma avaliação que inclua marcadores socioeconômicos e culturais da população capazes de analisar esse processo de forma mais precisa (BRASIL, 2005; NERI, 2006; NERI, 2013). As mudanças atuais inerentes ao padrão da população brasileira, indicam o aumento de 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o equivalente a aproximadamente 10% da população. De acordo com projeções demográficas, no período de 2025 a 2050, haverá um aumento de cinco vezes da população total e quinze vezes a população idosa, e o Brasil em 2025 apresentará cerca de 32 milhões de pessoas com idade igual ou maior que 60 anos. Esse aumento será mais evidente em indivíduos com idade igual ou maior que 80 anos, idade que os classificados como muito idosos (BRASIL, 2010). A população brasileira, no decorrer do século XX, passou por diversas modificações, dentre elas uma mudança significativa no perfil de morbidade e mortalidade, obtendo como consequência um aumento progressivo no número de pessoas idosas, especialmente as que se encontram acima de 80 anos de idade, trazendo então, novas características para pessoas pertencentes a essa faixa etária (OLIVEIRA; MENEZES, 2011). Junto ao processo de transição demográfica, outro processo, o da transição epidemiológica, ocorre em paralelo ao primeiro, e também se caracteriza pelas mudanças relacionadas à idade, que podem acelerar a instalação dos problemas e condições crônicas de saúde, além dos agravos relacionados à violência, homicídio e acidentes, presentes na sociedade atual e que também afetam pessoas mais velhas (LEBRÃO, 2007)..

(21) 20. Em meio a esses processos, observa-se o aumento da demanda de pessoas idosas por serviços de saúde, requerendo uma atenção de profissionais especializados, principalmente nas áreas de gerontologia e geriatria, prerrogativa presente no Estatuto do Idoso brasileiro e que a duras penas, o governo tenta atender no mais breve tempo possível. Entre os principais problemas relacionados com a população que envelhece estão às doenças crônicas, comorbidades e/ou a instalação da síndrome da fragilidade. Essas são as principais causas que levam ao declínio funcional e risco de morte para a população que envelhece. Ressalta-se a fragilidade, definida como uma síndrome resultante da diminuição da reserva energética e minimização da capacidade de resistência ao estresse apresentando-se com mais incidência na idade avançada (BRASIL, 2007a). Constitui-se de uma complexa interação entre fatores biológicos, sociais e psicológicos, podendo culminar em maior risco de resultados clínicos adversos como hospitalizações, quedas, declínio funcional, institucionalização e morte (LANA; SHINEIDER, 2014). O fenótipo de fragilidade proposto por Fried et al (2001), define que as características da fragilidade, resultam das interações existentes entre o código genético do indivíduo, seu genótipo e o meio ambiente, comumente associados as modificações na função neuromuscular, disfunção do sistema imunológico e a desregulação do sistema neuroendócrino. Trata-se de uma classificação conceitual baseada em cinco critérios do fenótipos: a exaustão auto referida, a diminuição da força de preensão, baixa velocidade da marcha, baixa tolerância a atividade física e perda de peso não intencional; quando identifica-se, duas dessas características é indicativo de alto risco de desenvolver fragilidade e com a presença de três ou mais, classifica-se como fragilidade instalada (FRIED, et al, 2001). Dessa forma, evidencia-se a relevância da avaliação da fragilidade em pessoas idosas, com vistas a retardar a sua instalação, detectando-a precocemente e impedindo o surgimento das incapacidades ou doenças. Além disso, contribui para diminuir a vulnerabilidade diante dos fenômenos de violência, como demonstram os resultados de estudos epidemiológicos (BRASIL, 2007b). Para avaliar a presença da síndrome da fragilidade, Rolfson et al., (2006), criaram a Edmonton Frail Scale (EFS) por meio de uma proposta clínica, que facilita a avaliação e diagnóstico de fragilidade. A EFS apresenta-se como um dos instrumentos mais completos, já validados, para detecção da síndrome da fragilidade e confiabilidade por sua praticidade de aplicação (FABRICIO-WEHBER, et al 2009; FABRICIO-WEHBER, 2008). Compreende-se então a necessidade da utilização de escalas que auxiliem na sua detecção e estadiamento..

(22) 21. Compreende-se que a fragilidade na pessoa idosa requer numa visão ampliada dessa condição, uma vez que as alterações físicas e fisiológicas, promovem modificações a este ser no contexto familiar, causando-lhes repercussões em suas atividades diárias, bem como, um grande impacto de natureza emocional e social. A Violência Contra Pessoa Idosa (VCPI) apresenta-se como um fenômeno gerador de fragilidade entre esse grupo de pessoas, e como a fragilidade tem demonstrado ser um fator de vulnerabilidade para a pessoa idosa, vítima de violência. Daí urge a necessidade, por parte dos profissionais em adquirir um olhar mais amplo sobre a forma de detecção precoce das condições geradoras esses fenômenos, com vistas a sua prevenção e minimização dos impactos advindos. O Ministério da Saúde publicou no ano de 2007 o Caderno de Violência contra a pessoa Idosa, considerando ser este um fenômeno de grande impacto no padrão de morbimortalidade da população e, por conseguinte, um problema de Saúde Pública apresentando como finalidade minimizar seus impactos e implementar uma rede eficaz de assistência aos idosos em situação de violência (BRASIL, 2007b). O caderno supracitado elucida que, em geral, idosos em processo de fragilização, apresentam-se com idade superior a 75 anos, mulheres, com alto grau de dependência em suas atividades diárias, dificuldades de comunicação, e depressivos, são mais vulneráveis a ser vítima de violência (BRASIL, 2007b). A violência é considerada um fenômeno complexo, universal, polissêmico e multifacetado (ARAÚJO et al., 2012). Trata-se ainda do uso intencional, de poder ou força física, em sua forma concreta ou ameaça, contra si mesmo (autoprovocada), contra uma pessoa, comunidade ou grupo específico, que tenha como resultado algum dano psicológico, privação, dificuldade no desenvolvimento, lesão física ou morte (BRASIL, 2007a). O Relatório Mundial sobre a Violência e Saúde da OMS (2007a), aponta que a violência pode se apresentar nos seguintes tipos: autoprovocada, interpessoal (intrafamiliar, extrafamiliar) e coletiva. No tocante a sua natureza e forma, ela pode apresentar-se como: física, sexual, psicológica, por negligência, infantil, tortura, financeira, por tráfico de pessoas e violência de intervenção legal. Conforme Florêncio (2014) em seu estudo de violência com pessoas idosas, 54,7% desse grupo de pessoas apresentaram risco de sofrer violência e 35,4% apresentou a ocorrência da violência, indicadores significantes e de grande importância para o fenômeno. Cerca de 70% dos maus tratos e lesões sofridas por idosos no contexto familiar não sejam devidamente notificados (MINAYO, 2005). A VCPI tem se apresentado em vários cenários do território brasileiro, entretanto no contexto intradomicilar, evidencia-se ainda de forma bastante tímida e silenciada considerando.

(23) 22. magnitude do fenômeno em discussão (GIL, et al., 2015). As modalidades de VCPI mais comuns são o abuso físico, financeiro, sexual, psicológico, abandono, negligência e autonegligência (GIL, et al., 2015; MASCARENHAS, et al. 2012). Sabe-se que as relações familiares tem-se apresentado cada vez mais fragilizadas e deterioradas, talvez em consequência dos fatores estressantes que levam a família e/ou cuidador aos cuidados constantes para a pessoa idosa, favorecem a maior vulnerabilidade como vítimas de episódios de violência (BRASIL, 2007b). E nesse sentido, o ambiente domiciliar pode aparecer como um cenário comum e propenso para que ocorra a VCPI. Os fatores como, o silenciamento e a subnotificação de casos de VCPI apontam para a necessidade da utilização de instrumentos com a finalidade de rastreá-la de forma específica, seja em casos para confirmação da violência ou em caráter de reconhecimento do risco desta ocorrência (FLORÊNCIO; GROSSI, 2014). As dificuldades para reconhecimento da VCPI não devem se configurar numa barreira para a busca por sua detecção e possíveis intervenções. Deve-se contar com uma equipe de profissionais que sejam capazes de identificar, reconhecê-los por meio de avaliações completas, assim como os tipos de violência presentes, bem como, os grupos mais frágeis e vulneráveis ao fenômeno (BRASIL, 2007b). O Brasil, como um país que envelhece apresenta um número elevado de pessoas com idade superior a 60 anos, entretanto poucos são os estudos até então, que tratam da qualidade desse envelhecimento. O que pode indicar haver um déficit de estudos, com especificidade para os casos de violência e fragilidade, em cenários e contextos que vislumbrem menor inferência possível na obtenção dos dados. De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2007a), as pessoas frágeis e/ou em processo de fragilização são mais vulneráveis aos casos de violência. Entretanto, observa-se alto índice da subnotificação desse fenômeno, por parte dos profissionais, mesmo após sua recente inclusão na lista de notificação compulsória. Apesar do Ministério da Saúde (BRASIL, 2007b) e de alguns autores se expressarem sobre a existência da relação entre a fragilidade na pessoa idosa e o risco e vulnerabilidade a violência (BULLOCK; THOMAS, 2007; AKAZAA, 2003; SHUGARMAN; FRIES; WOLF; MORRIS, 2003), ainda são escassas as evidencias na literatura científica de estudos que tenham sido aplicados, com o intuito de correlacionar essas variáveis, utilizando-se instrumentos e escalas de mensuração desses fenômenos. Portanto, tentando melhor compreender esse problema, esse estudo tem o propósito de identificar se existe uma correlação entre idosos que sofrem violência, e o risco para a instalação.

(24) 23. da síndrome da fragilidade, em idosos atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento do município de Campina Grande – PB. Considera-se este ser um local com demanda elevada de atendimento para idosos em condições variadas de saúde, e por isso se espera que a população idosa atendida, seja heterogênea o bastante para responder aos objetivos esperados. Portanto, o objeto de estudo dessa dissertação, é a relação entre a violência e fragilidade na pessoa idosa. Mediante essa proposição, questiona-se: Qual a correlação entre o risco de violência e idosos fragilizados atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)? Encontrar respostas para o questionamento elege-se de suma relevância considerando a magnitude do fenômeno da violência e da fragilidade impactarem diretamente na qualidade de vida de pessoas idosas. Assim sendo, espera-se que os resultados alcançados, possam contribuir com a literatura, no sentido de ressaltar a importância e necessidade de maior envolvimento dos serviços de atendimento em saúde na detecção precoce, tanto da fragilidade, quanto do risco de violência em pessoas idosas..

(25) 24. OBJETIVOS E HIPÓTESES.

(26) 25. 2 OBJETIVOS E HIPÓTESES. 2.1. OBJETIVO GERAL. Avaliar a correlação entre o risco de violência e a fragilidade em idosos atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento.. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS. x Descrever as características sociodemográficas dos participantes da amostra; x Identificar o grau de fragilidade de idosos; x Verificar a existência de risco de violência em idosos;. 2.3. HIPÓTESES. x Hipótese Nula (H0): 9 Quanto maior o risco de violência menor o grau de instalação para a síndrome da fragilidade na pessoa idosa; x Hipótese Alternativa (H1): 9 Quanto maior o grau da síndrome fragilidade instalada no idoso, maior o risco deste sofrer violência..

(27) 26. REVISÃO DA LITERATURA.

(28) 27. 3 REVISÃO DA LITERATURA. Este capítulo constitui-se da fundamentação teórica que subsidia os conceitos, teorias e as políticas relacionadas à temática da fragilidade e a violência contra a pessoa idosa, além do atendimento a pessoa idosa em Unidade de Pronto Atendimento (UPA).. 3.1 POLITICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA. As transformações vivenciadas pela população brasileira no século passado, consequência de forte impacto ocasionado por processos históricos, sociais e de saúde, sofreram influencia direta das mudanças no padrão etário da população. Até o ano de 1950 evidenciavase uma elevada taxa de natalidade e mortalidade, de forma que o número de pessoas idosas era bem inferior ao número de nascimentos. Observa-se nos anos subsequentes uma inversão desses indicadores, de forma que se desenvolve uma transição demográfica, na qual, vive-se mais e nasce-se menos (CRUZ; CAETANO; LEITE, 2010; LEBRÃO, 2007; TURA, CARVALHO; BRURSZTYN, 2014). O processo de transição demográfica brasileiro, com início em meados do século XX por volta da década de 1960, implicou em mudanças no padrão etário da população e de perfil de morbidade, e provocaram impacto em alguns setores da sociedade, promovendo a urgência na elaboração das políticas sociais e de saúde, o que de fato ocorreu, ao longo das últimas décadas. Hoje, entende-se que as políticas de atenção à saúde da pessoa idosa no Brasil, são avançadas, atendem de pronto as necessidades legais da população mais velha, contudo, precisam ser mais divulgadas e implementadas (CRUZ; CAETANO; LEITE, 2010; RODRIGUES et al., 2007). No contexto internacional, identifica-se como primeira iniciativa sobre o envelhecimento, a I Assembleia Mundial do Envelhecimento (AME) com objetivos políticos, promovida pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), e considerada um marco na discussão de temas e interesses voltados para a pessoa idosa. O referido fórum aconteceu em Viena (Áustria) em 26 de julho a 06 de agosto de 1980 e contou com 124 países de todo mundo, inclusive o Brasil, nessa reunião foi elaborado o Plano de Ação para o Envelhecimento, com definições de estratégias e prioridades na atenção a população idosa em caráter econômico, social e cultual, cabendo a cada país se responsabilizar por sua implementação. (RODRIGUES, et al., 2007; PASCHOAL; FRANCO; SALLES, 2007) Nesse plano, ressaltam-se entre os seus princípios para o envelhecimento, que a família deve ser entendida como uma entidade protetora e mantenedora da pessoa idosa e, as políticas.

(29) 28. socais devem preparar a população geral para os estágios de envelhecimento tardios, assegurando-lhes assistência integral a pessoa idosa, além de contribuir e fazer parte efetiva na formulação de políticas governamentais e não governamentais e oferecer assistência especial a grupos de idosos vulneráveis (RODRIGUES, et al., 2007). Próximo ao período, em setembro de 1990, foi aprovada no Brasil a Lei 8080, que dispõe sobre as condições de saúde para promoção, proteção e recuperação da saúde, no regimento de Sistema Único de Saúde (SUS), seus objetivos, atribuições, competências, princípios, diretrizes, gestão e organização, definindo a saúde ser um direito fundamental de todo ser humano e o estado como o principal responsável por. sua garantia (BRASIL, 1990).. Imediatamente a sua criação, a Lei 8142 foi promulgada ainda no mesmo ano, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros, oficializando para as instâncias de gestão essa autonomia tornando mais ágil esse repasse (BRASIL, 1990a). Em 1997 foi redigida a Declaração de Jacarta, fruto de discussões da 4ª Conferência Internacional sobre Promoção a Saúde na cidade de Jacarta, nessa conferência, houve reflexões concernentes a promoção a saúde e aos determinantes de saúde da população mundial. E tinha como principal meta aumentar a expectativa de saúde e reduzir danos a saúde da população em geral dos países que fizeram-se presentes. O foco central de debate foram às tendências de transição demográfica e epidemiológica, no qual percebe-se o aumento da expectativa de vida e a ascensão de doenças crônicas na população geral, tonando então a pessoa idosa como um grupo prioritário de discussões e investimentos de saúde (BRASIL, 2002). Coadunando-se a esse cenário, em 04 de Janeiro de 1994, foi lançada no Brasil a Lei 8.842/94 que propõe a Política Nacional do Idoso (PNI), que estabeleceu a criação do Conselho Nacional do Idoso. Nela, define-se como uma pessoa idosa, toda aquela com idade igual ou superior a 60 anos e estabelece como objetivo principal, assegurar os direitos sociais da pessoa idosa, subsidiando condições para promoção de sua integração, autonomia e participação na sociedade (BRASIL, 1994). E, reconhece o envelhecimento, como fenômeno social que precisa ser conhecido pela população em geral, não devendo a pessoa idosa sofrer discriminações e as diferenças econômicas e sociais serem vislumbradas pelos poderes públicos e pela sociedade, na execução da lei em discussão (BRASIL, 1994). A PNI apresenta diretrizes que apontam para ações visando à melhoria da qualidade de vida da população idosa, assim como a descentralização das ações entre estados e municípios, estabelecendo-se parcerias em nível governamental e não governamental (RODRIGUES et al, 2007; MINAYO, 2005). Elege como princípios que a família, a sociedade e estado sejam os.

(30) 29. agentes responsáveis por garantir ao idoso todos os direitos de cidadania, dignidade, participação na comunidade, direito a vida e bem estar (BRASIL, 1994). Em 1999, publica-se a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) através da Portaria GM/MS, de nº. 1.395/1999, a qual estabeleceu como diretrizes a promoção por um envelhecimento saudável, a busca pela manutenção da capacidade funcional e autonomia, oferta de assistência ás necessidades do idoso, bem como, a reabilitação de suas capacidades funcionais e apoio ao desenvolvimento de cuidados informais (BRASIL, 2006). Além disso, determinou ao Ministério da Saúde, autoridade para formular e/ou readequar programas, planos, atividades e projetos vislumbrando um envelhecimento saudável, com ênfase na minimização da perda da capacidade funcional, considerado como um dos principais problemas que afeta a sua saúde, da população idosa, em geral (BRASIL, 2006). Em 2002 houve em Madri, a II Assembleia Mundial do Envelhecimento (AME), objetivando avaliar os resultados proposto na I Assembleia e aprovação da readequação do Plano de Ação, que após a sua reformulação foi publicado como o Plano Internacional de Ação para o Envelhecimento (PIAE), que buscou, adequar as políticas de atenção a saúde da pessoa idosa para o século XXI (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2005). O PIAE possui 35 objetivos e 239 sugestões de medidas governamentais em parceria com o serviço privado e a sociedade civil, fundamentados em três princípios: Promoção e bem-estar na velhice, criação de um ambiente político favorável ao envelhecimento saudável, e a participação ativa da população idosa na sociedade, sendo guias para seu desenvolvimento, força de trabalho e erradicação da pobreza (RODRIGUES, et al., 2007). No Brasil, um ano após, sanciona a Lei 10.741 que estabelece a criação do Estatuto do Idoso, com intuito da efetivação tanto da PNI, quanto da PNSI, com o adendo de novas propostas de sansões penais e administrativas para pessoas e entidades que descumpram o seu conteúdo estabelecido. Nele encontra-se a discussão dos direitos fundamentais do idoso em diversos aspectos: à saúde, educação, dignidade, vida, liberdade, esporte, cultura, lazer, trabalho, transporte, habitação, previdência social e assistência social (BRASIL, 2013). Em 2006 o Ministério da Saúde lança a Portaria GM/MS de nº. 399 de 22 de fevereiro, divulgando o pacto pela saúde, se propondo a consolidar as metas e objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de três componentes integrados: Pacto pela vida, Pacto em defesa do SUS e o Pacto de gestão. No pacto pela vida, se estabelece compromissos e objetivos sanitários de acordo com a situação de saúde da população brasileira, e dentre as suas prioridades está a Saúde da pessoa idosa, objetivando a implantação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) (BRASIL, 2006a)..

(31) 30. Ainda no período, a Portaria GM/MS de nº. 1.395/1999, que estabelece a PNSI, passou por revisões e foi substituída pela Portaria GM/MS de nº 2.528, de outubro de 2006, na busca de consolidar o pacto pela saúde, apresentando como principal finalidade a recuperação, manutenção e promoção da autonomia e independência do idoso, conferindo-lhe medidas de saúde coletivas e individuais e concordando com os princípios estabelecidos pelo SUS. E, elege também, a Atenção Básica(AB) e a Estratégia Saúde da Família (ESF), como a principal porta de entrada da pessoa idosa no SUS (BRASIL, 2006).–– A Política de Nacional de Atenção Básica (PNAB), foi aprovada mediante sancionamento em 28 de março também em 2006 e pela portaria GM nº 648, sendo atualizada em 2012 define como princípio geral: A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde [...] Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2012. p.2).. O trabalho e a atuação da Atenção Básica deve ser em equipe, para atender as demandas de um determinado território, define que a entrada da assistência de saúde da população no SUS deve ser por meio dela, incluindo a população idosa (BRASIL, 2006b). Dentro desse contexto, em 2011 foi lançada pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CNSS) em conformidade com a Organização Pan-Americana (OPA) e a OMS as Redes de Atenção à Saúde (RAS), que apresenta a conformação da rede de assistência a saúde do usuário do SUS e em seu modelo de atenção a condições crônicas inclui a pessoa idosa como prioritário de risco para acometimento de comorbidades crônicas (MENDES, 2011). Percebe-se então a emergência de adoção de políticas e concretização destas propostas políticas discutidas até então para população em geral, bem como para esse grupo etário específico, evitando assim situações que favoreçam o seu adoecimento e minimizando situações de desequilíbrio do estado geral de saúde e impactem negativamente a sociedade civil como um todo.. 3.2. ATENDIMENTO. A PESSOA. IDOSA EM. UNIDADE. DE. PRONTO. ATENDIMENTO. Em Abril de 2002, foi lançada a Portaria de nº 702 do Gabinete Ministerial, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre a criação de mecanismos para a organização e.

(32) 31. implantação de Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, considerando essa necessidade mediante a busca por um envelhecimento saudável e de assistência integral a saúde dessa população (BRASIL, 2002). A PNAB, define que a Atenção Básica apresenta como fundamento a possibilidade de atendimento universal, contínuo e resolutivo a população em atendimento do território adscrito e que ela é a porta de entrada preferencial do usuário nos serviços de saúde prestado pelo SUS (BRASIL, 2006c). Dentro desse contexto de atenção a saúde da pessoa idosa as Unidades básicas de saúde da família não vem atendendo a demanda de atendimento a pessoa idosa, por essa razão surge a necessidade da utilização de serviços secundários de assistência de média e alta complexidade (RISSARDO, et al., 2016). A rede de cuidados da Rede de Urgência e Emergência (RUE) é composta pelos componentes: Atenção básica; Promoção, prevenção e vigilância a saúde; Força Nacional de Saúde do SUS; Hospitais; Atenção domiciliar; Salas de estabilização; Serviço de Atendimento móvel de urgência (SAMU) e suas centrais de regulação; Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e seu conjunto de serviços de urgência (BRASIL, 2011). O estudo de Risardro, et al. (2016), objetivou identificar as principais razões pelas quais os usuários idosos buscavam atendimento em uma UPAs em detrimento da Atenção Básica, e em seus resultados identificou fragilidade do atendimento da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), uma vez que, as demandas de nível primário estavam em fluxo de atendimento na média complexidade; Dentre as razões que levaram aos usuários em busca do serviço podemos citar: carência de assistência médica, localização geográfica, melhor atendimento, demora de atendimento na UBSF, verificação de pressão arterial e glicemia capilar, entre outros. Situações como as descritas acima projetam-se em todo território brasileiro e apresentam-se como uma carência no atendimento ao usuário no SUS. Em busca de atendimento resolutivo, rápido e eficaz para as demandas, a população idosa tem buscado com maior frequência assistência os hospitais e UPAs. A RUE refere-se ao acolhimento e a classificação de risco de usuários, com a finalidade de ampliar e qualificar o atendimento humanizado e integral de pacientes em quadros de urgência e emergência articulando e integrando equipamentos e recursos de saúde (BRASIL, 2013a). Em busca de minimizar o número de atendimento no âmbito hospitalar para demanda desnecessária, em 2004 foi criado pelo Ministério da Saúde o documento “Humaniza SUS:.

(33) 32. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de Urgência” que objetiva a priorização do atendimento ao usuário de acordo com a condição clínica por ele apresentada (BRASIL, 2009). O fluxo de atendimento é feito de acordo com a classificação de risco definido por meio de eixos que evidenciam o nível de risco ao paciente em atendimento. Pacientes muito graves, que necessitam de atendimento imediato e com risco iminente de morte são classificados no eixo vermelho, os usuários já estabilizados, mas que necessitam de cuidados semicríticos, são classificados em amarelo e os pacientes estáveis que necessitam da utilização do serviço e precisa de observação da sua condição clínica são classificados em verde (BRASIL, 2009). As UPAs são componentes da RUE e são estruturas de funcionamento 24h durante todos os dias da semana, com intermediária complexidade de atendimento entre a rede de atenção a saúde em nível hospitalar e a atenção básica, objetivando o acolhimento dos pacientes e suas devidas intervenções clinicas com adequada referência e contra referenciais para os diversos níveis de atendimento (BRASIL, 2017; BRASIL, 2013). Para o atendimento nas referidas unidades utilizam-se da ferramenta de classificação de risco dos pacientes, descrita acima, a qual possibilita uma comunicação universal entre profissionais de saúde para urgências e emergências pediátricas, clínicas e traumatológicas, a fim de assegurar ao paciente um atendimento oportuno e seguro de acordo com seu potencial risco de vida (BRASIL, 2017). A diferenciação entre atendimento de urgência e emergência é de suma importância na regulação e classificação dos pacientes que estão em atendimento de média complexidade, oportunizando maior racionalização das condições de assistência de saúde, desta forma considera-se casos de emergência aqueles em que existe o risco iminente de perca da vida e então há a necessidade de prioridade absoluta e os casos de urgências deverão ter atendimento rápido, entretanto não necessariamente imediato. A figura 2 a seguir demonstra os critérios de classificação de risco e acolhimento de destino que o usuário é encaminhado ao chegar na UPA (PACHECO, 2015)..

(34) 33. Figura 1 - Acolhimento e classificação de risco para atendimento na UPA.. Fonte: Pacheco, 2015.. O fluxo de atendimento a pessoa idosa em UPAs segue o fluxo de atendimento geral a todos os usuários do serviço atendendo as demandas específicas para tal população, mas garantindo os direitos já previstos em lei. Araújo e Silva (2012), afirmam que cerca de 60% dos leitos de UPAs do ocidente são ocupados por indivíduos com idade maior ou igual a 65 anos, e no município de São Paulo, identificaram que a maioria dos usuários eram mulheres entre 60 e 70 anos de idade com quadros de hipertensão, diabetes e lombalgia. Considerando o perfil epidemiológico dos idosos da região nordeste não apresentar-se discrepante das demais regiões do Brasil, sendo então prevalente as Doenças Crônico NãoTransmissíveis predominam, as UPAs surge como mais uma opção de atendimento a este público, haja vista que o seu objetivo, que é o de ser atendido tem sido cumprido para a necessidade de saúde daquele momento do atendimento e podendo então ser referenciado para os demais serviços da rede de atenção a saúde. 3.3 CONCEITOS DE FRAGILIDADE E ESTADIAMENTO.

(35) 34. No Brasil o termo idoso frágil, começou a ser utilizado na década de 1970 a fim de caracterizar idosos em condições socioeconômicas desfavoráveis, fraqueza física e déficit cognitivo que exigiam maior demanda de cuidados. Já na década de 1980 o termo passou a ser associado à presença de doença crônica, idade extrema e incapacidades (ANDRADE, et al, 2012). Pensa-se na fragilidade como um processo no qual, carece de utilização de instrumentos dos quais viabilizem a avaliação do seu estado geral de saúde, bem como sua avaliação funcional, para que então seja possível o desenvolvimento de estratégias de intervenção, prevenção, tratamento ou reabilitação da pessoa idosa (MARCIEL et al, 2016) Algumas escalas e medidas de avaliação para a pessoa idosa começaram então a ser estudadas, dentre elas, destacam-se a Escala de Katz, que busca avaliar as Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), a Escala de Lawton, cujo objetivo, é avaliar as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD); a Medida de Independência Funcional (MIF), que é outro instrumento que visa avaliar o desempenho e a capacidade funcional dos idosos por meio de domínios motor e o cognitivo/social. Além destes, existe também o teste minimental, que rastreia os déficits cognitivos e de memória, e a escala de depressão geriátrica, dentre outras. O uso concomitante dessas escalas apresentam resultados mais expressivos. (SOUTO, 2011). No tocante a fragilidade, o Ministério da Saúde (2006), define-a como uma síndrome de interações complexas com caráter multidimensional, dentre elas os fatores biológicos, psicológicos e sociais, que elucidam maior vulnerabilidade a pessoa idosa a sofrer desfechos clínicos desfavoráveis. A fragilidade não pode ser conceituada como um processo de desfecho obrigatório do envelhecimento, nem tão pouco a aquisição de doenças crônicas e incapacidades (NERI, 2013). No entanto, existem subsídios para conseguir mensurá-la considerando então esta ser um fenômeno clínico relacionado à idade, resultado de um déficit multissistêmico, com enfoque no musculoesquelético e progressivo, porém com capacidade de prevenção (ANDRADE et al, 2012). Dentro desta perspectiva surgem duas correntes de estudos, uma nos Estados Unidos e outra no Canadá que buscam uma uniformidade de definições no tocante a fragilidade. O primeiro grupo, Johns Hopkins University, dos EUA, realizou uma pesquisa longitudinal e propôs medidas de mensuração da fragilidade por representação de uma síndrome geriátrica manifestada por meio de cinco características de fenótipo: perda de peso ponderal no ultimo ano (maior que 4,5 kg ou 5% do peso total), fadiga auto relatada, diminuição da força.

(36) 35. de preensão palmar, diminuição da macha em segundos (distância de 4,5m) e baixo nível de atividade física (FRIED, et al. 2001). O segundo grupo, de estudos sobre a fragilidade do Canadá, Canadian Iniciativon Frailtyand Aging (CIF-A), propôs uma escala de quantificação da fragilidade, Edmonton Frail Scale (EFS), composta por constructos multidimensionais para avaliação, classificação e estadiamento da fragilidade, considerando esta ser uma condição de caráter multifatorial, dinâmica e não ótima para o idoso. Seu desenvolvimento é determinado pela relação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais, conferindo-lhe então maior abrangência pra o fenômeno. A escala contempla nove domínios cognição, estado geral de saúde, independência funcional, suporte social, uso de medicamentos, nutrição, humor, continência e desempenho funcional (ROLFESON, et al, 2006). Bergman et al (2004), formularam uma figura de visualização do estudo desenvolvido pela (CIF-A) exposto a seguir:. Figura 2 - Modelo de fragilidade proposto pela Canadian Iniciativo n Frailty and Aging (CIFA). Fonte: Bergman et al (2004) apud Bessa (2012).. A escala supracitada sofreu adaptação transcultural e validação para uso no Brasil, por meio da tese intitulada “Adaptação Cultural e Validação da “Edmonton Frail Scale”” da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – SP (FABRICIO-WEHBER et al., 2008; FABRICIOWEHBER, 2009)..

(37) 36. Os escores para julgamento de fragilidade variam de 0 a 17, de forma que são estratificados em categorias, para a pontuação de 0-4 não há apresentação de fragilidade, 5-6 apresenta-se vulnerável ao surgimento da síndrome e os escores maiores ou igual a 7 já classificam-se como frágeis, porém para pontuação 7-8 fragilidade leve, 9-10 fragilidade moderada, 11 ou mais fragilidade grave (FABRICIO-WEHBER, 2009). Resultados de Maciel et al. (2014), com o objetivo de identificar o nível de fragilidade de idosas institucionalizadas com uso da escala EFS supracitada, demonstraram que 66% das idosas entrevistadas foram classificadas como frágeis, com comprometimento iminente nos domínios: independência funcional, uso de medicamentos, desempenho funcional e continência. De forma geral, percebe-se a dificuldade para definição precisa de determinar e conceituar a fragilidade, Lana e Scheneider (2014) concluem em sua revisão narrativa sobre a temática em discussão que idosos com maior idade, menor escolaridade, doença crônica ou prévia, institucionalizados, vitima de queda da própria altura, em uso de medicações contínuas e com poucas relações sociais são mais vulneráveis a desenvolver a síndrome da fragilidade em seu processo de envelhecimento.. 3.4 CONCEITOS DE VIOLÊNCIA E ESTADIAMENTO. A violência pode ser compreendida como um fenômeno complexo e múltiplo, comumente correlacionada às condições econômicas, sociais e culturais. É definida como o uso do poder ou força física em sua forma real ou em caráter de ameaça contra outra pessoa, contra si, contra uma comunidade ou grupo, podendo resultar em lesões corporais, dano psicológico, deficiências ou privações (BRASIL, 2007; BRASIL, 2014). A sua tipologia pode ser definida em: autoprovocada (comportamento suicida e autoagressão), interpessoal (intrafamiliar, extrafamiliar) e coletiva (social, política e econômica). No tocante a natureza pode ser classificada em violência física, sexual, psicológica, negligência/abandono,. trabalho. infantil,. tortura,. tráfico. de. pessoas,. violência. financeira/econômica, violência patrimonial e de intervenção legal (BRASIL, 2014). A figura 3 a seguir esclarece em representação visual a violência em seu estadiamento de tipologia e natureza.. Figura 3 - Tipologia e Natureza da Violência.

(38) 37. Fonte: OMS, 2002 apud BRASIL 2014.. O fenômeno da violência contra pessoa idosa pode ser vislumbrado sobre duas dimensões: a dimensão que percebe o envelhecimento como um processo no qual é relativo às características históricas elucidando assim suas necessidades e, uma segunda dimensão, que o visualiza de forma negativa, considerando que a validade do indivíduo se apresenta vinculada apenas a sua capacidade de utilidade social, e então produtivista (MINAYO, 2003). A Violência Contra Pessoa Idosa (VCPI) apresenta-se antes de tudo, como uma violação dos direitos humanos e é uma das causas mais significantes de perda da produtividade, isolamento, desesperança, lesões e isolamento; pode ser definida como ações cometidas uma ou mais vezes de forma que prejudique a integridade física e/ou emocional da pessoa idosa, limitando assim seu desempenho social. O idoso que é vítima da violência a encara como uma quebra da relação positiva entre ele e as instituições, nas quais se encontra inserido no cenário de violência (BRASIL, 2007). Minayo (2003), estabelece que a natureza da VCPI reflete-se no quadro de violência social presente no Brasil, e se manifesta de forma estrutural (fruto de desigualdades sociais), interpessoal e institucional, quanto à sua natureza apresenta-se mais a violência física, psicológica, sexual, abandono, negligência, abuso econômico e a autonegligência. A VCPI ocorre comumente no contexto intrafamiliar e aponta como agressor algum membro da família (filho, marido, neto, etc.). Trata-se de um fenômeno de relevante magnitude para saúde pública, entretanto a subnotificação dos casos acaba por velar a realidade social bem.

(39) 38. como seus impactos (REICHENHEIM; PAIXÃO JR; MORAES, 2008; BRASIL, 2007; PAIXÃO JR; REICHENHEIM, 2006). Contudo, trata-se de um problema de saúde pública e de notificação compulsória ao Ministério Público ou Conselho de idosos de acordo com o que rege o Estatuto do Idoso e a lei nº 12.461/2011 (BRASIL, 2014; BRASIL, 2011). A validação de instrumentos por pesquisadores apresenta-se de fundamental importância, uma vez que esses instrumentos oferecem confiabilidade e validade para serem aplicados em cenários e populações para esse fim, minimizando assim os enviesamentos da pesquisa (RIBEIRO, 2013). Considerando a magnitude do fenômeno em discussão até então, evidencia-se a dificuldade em notificá-lo assim como de estadiá-lo. Reichenheim, Paixão Jr. e Moraes (2008) explicitam a necessidade de instrumentos para rastreamento da VCPI no cenário intrafamiliar, e ainda afirmam a carência desses instrumentos no cenário brasileiro. Florêncio e Grossi (2014), elencaram escalas já validadas sobre VCPI, demonstrado a seguir: Quadro 1 - Quadro demonstrativo das escalas já validadas de VCPI. Escala. Avaliação. Elder Abuse Suspicion Index (EASI) Caregiver Abuse Screen (CASE) Self-report measure of financial exploitation of elderly Elder Assessment Instrument (EAI) IndicatorsOf Abuse (IOA). Confere ao profissional medico a suspeita de violência contra pessoa idosa Investiga a VCPI cometida por cuidadores. Expanded Indicators of Abuse (e-IOA) Short Screening tool for identifications of abuse Modifided Conflict Tactics Scale (MCTS) Bried Abuse Screen for the Elderly (BASE) Hwalek-Sengstock Elder Abuse Screening Test (H-S/EAST). Adaptação transcultural brasileira Não Sim. Exploraçãofinanceiraemidosos. Não. Avalia sinais de abuso, negligência, exploração e abandono contra pessoa idosa Oferece indicadores de violência com questões pessoais com o cuidador, falta de suporte social destes e sofrimento de abuso no passado. Criado apartir do IOA e acrescenta todas as dimensões de maus tratos Aponta variadas manifestações de violência contra o idoso. Avalia abuso por parte dos cuidadores de idosos. Rastreamento de idosos que são cuidadoras ou recebedoras de cuidado, bem como a presença ou não de abusadores. Rastreamento da violência instalada ou o risco de violência física, psicológica, financeira e negligência.. Não Não. Não Não Não Não. Sim.

Referências

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