Universidade Federal de Santa Catarina . -Pós Graduação
em
Engenharia ElétricaDissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina,
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, para preenchimento dosrequisitos. parciais para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Elétrica.
O
Método
da
Modelagem
por
Linhas
de
Transmissão
(TLM)
e
Aplicações
em
Compatibilidade Eletromagnética
(EMC)
Autor:
Mauro
Faccioni FilhoOrientador: Prof.
Adroaldo
Raizer, Dr.Florianópolis - ,Santa Catarina
Junho
de 1997`.
O
Método
da
Modelagem
por Linhas de Transmissão
(TLM)
e Aplicaçõesem
Compatibilidade Eletromagnética
(EMC)
ç
Mauro
F
accioni FilhoEsta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de
Mestre
em
Engenharia ElétricaÁrea
de concentração:Concepção
e Análise de Dis ositivos Eletromagnéticose aprovada
em
suaforma
finalp
É
10 Curso de Pós-Graduaçãol/ 1
//.¬
\@7'\/\\
Prof._lAdroaldo Raizer, /,Í Orientziâr ,~ 1Prof. Adroaldo Raizer, DrÍ\
Coordenador do Curso de Pós-Graduaça A em Engenharia Elétrica
BAN/CA
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ADQRA
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Prof. Aäcíaldo Raizenfr. Orientador
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241.
Prof. I-la
Helm
tZürn,Ph.D.4%Í_.aÉ2
Prof. Ênio
Valmor
Dr._ D/4 .
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C
N
n saóowsli, Dr.ig
deo Vanti, Dr.
K
Florianópolis - Santa Catarina
lll
RESUMO
O
método
numérico
demodelagem chamado
TLM
- Transmission Line Modeling,e seu uso
em
problemas de Compatibilidade Eletromagnética -EMC,
são os assuntosdeste trabalho. '
Inicialmente são introduzidos conceitos sobre linhas de transmissão,
bem
como
oPrincípio de
Huygens,
que são as bases para o desenvolvimentodo
método
TLM.
O
Método
deModelagem
por Linhas de Transmissão -TLM
-em
uma
dimensão
éapresentado, e elementos passivos
como
indutores e capacitores sãomodelados
para usono
método.São
também
apresentados os princípios da Compatibilidade Eletromagnética(EMC)
e Interferência Eletromagnética (EMI).Finalmente são apresentadas experiências e aplicações
em
Compatibilidade Eletromagnéticausando
código computacional baseadoem
TLM
,implementado
para-IV
ABSTRACT
This
work
is about the numeiicalmodeling
method
calledTLM
- TransmissionLine Modeling,
and
its use in Electromagnetic Compatibility -EMC.
Firstly the transmission line theory
and
theHuygens's
Principle are introduced,which
are the basics for thedevelopment
ofTLM
Method.
The
one-dimensional Transmission LineModeling
Method
is presented,and
passive elements like capacitors
and
inductors aremodeled
for the method.An
overview
of Electromagnetic: Compatibility(EMC)
and
ElectromagneticInterference
(EMI)
is presented.Finally experiments and applications
on
EMC
with a code basedon
TLM
areEste trabalho é dedicado
ao
pequeno
observadordo
mundo
'
que
a cada
dia se surpreendecom
uma
nova
luz,um
novo
som,uma
nova
máquina
e
com
as belas palavrasque
sua cabecinha aprendea
entoar eengendrar
em
inúmeras fantasias,meu
filho
Guilherme.E
também
é dedicado àquelesque
um
diaolharam
para
mim,como
hoje olhopara
meu
filho,e
fizeram
muitos planos e muitossonhos
e
me
ensinaram as palavrasdo
agradecimento,meus
pais,Mauro
e Wilma.Vl
SUMÁRIO
Resumo
... ..iiiAbstract
... ..iv Dedicatória ... ..vSumário
... ..viAgradecimentos
... ..viiiLista
de Figuras
... ..ixSimbologia
... ..xiCapítulo 1 -
Introdução
... ..011.1 -
Métodos
Numéricos
paraModelagem
deFenômenos
... ..011.2 - Classificação dos
Métodos Numéricos
... ..‹031.3 - Analogias entre
Modelos
... ..051.4 - Princípios
do
Método
TLM
... ..091.5 - Tópicos desta Dissertação ... .. 10
Capítulo 2 -
Linhas de Transmissão
- Teoria Básica ... ..122.1 - Análise de Linhas de Transmissão
no
Domínio
do
Tempo
... _. 12 2.2 - Análise de Linhas de Transmissãono
Domínio
da
Freqüência ... .. 172.2 - Conclusões ... ..25
Capítulo 3 - Princípio
de
Huygens
... ..263.1 - Princípios Básicos ... ..26
3.2 - Aplicação e Conclusões ... ..27
Capítulo 4 -
TLM
em
Uma
Dimensão
... ..32ç 4.1 - Características de
uma
Linha de Transmissão ... ..324.2 -
Modelagem
deuma
Linha de Transmissão ... ..354.3 - Conclusões ... ..42
Capítulo 5 -
Modelagem
de Elementos
Passivos ... ..435.2 - Capacitância ... .. 5.2.1 -
O
Modelo
Link ... _. 5.2.2 -O
Modelo
Stub ... _. 5.3 - Indutância ... .. 5.3.1-O
Modelo
Link ... .. 5.3.2 -O
Modelo
Stub ... .. 5.4 - Conclusões ... ._Capítulo 6 - Aplicações
em
Compatibilidade
Eletromagnética 6.1 - Introdução ... _. 6.2 - Compatibilidade Eletromagnética ... _. 6.3 - Interferência Eletromagnética ... ._ 6.4 -Uso
do
Método
TLM.
... .. 6.4.1 -Modelagem
da Linha ... ._ 6.4.2 -Modelagem
do
Filtro ... ._6.5 - Resultados Obtidos e Validação ... ._
6.5.1 -
Degrau
deTensão
... ._ 6.5.2 - Surto deTensão
... .. 6.5.3-Impulso
... ._ 6.5.4 -Onda
senoidal ... ._ 6.5.5 - Experiênciaem
laboratório ... .. 6.6 - Conclusões ... ._ Capítulo 7 -Conclusões
... .. 7.1 -O
Método
TLM
... ._ 7.2 - Compatibilidade Eletromagnética ... ._ 7.3 - Trabalhos Futuros ... _. Referências ... ..Anexo
A
...viii
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer inicialmente ao orientador e
amigo
Prof.Adroaldo
Raizer, pelo incentivo e pela ajuda constantes, assim
como
por sua visãoampla
e atentaaos
caminhos
dinâmicos que a engenharia elétrica atravessa hoje.Aos
excelentes professores _quepude
conhecer apenas agora,na
pós- graduação, eque
me
fizerem
gostar ainda innpouco
mais deste oficio: Prof.João Pedro
Assumpção
Bastos e Prof.Nelson
Sadowski.Aos
colegasdo
GRUCAD
(Grupo
deConcepção
e Análise de DispositivosEletromagnéticos) e especialmente aos mais
próximos
nos estudos: Gianfranco, André,Émerson,
Ivan, Jorge e Golberi.À
excelente banca de examinadores desta dissertação, que valorizou eaprofundou
seu conteúdocom
várias questões e sugestões complementares.Agradecer
à Riva e ao Sim,bem
como
a todosmeus
familiares,que
tiveramum
pouco
de paciênciacom
as muitas horas gastas longe deles.»
Finalmente aos
meus
amigos e a todos aqueles que,em
um
ou
outromomento,
dedicaram
algo da sua compreensão,boa
vontade e alegria de viver paraFigura l.l - Figura 1.2 - Figura 2.1 - Figura 2.2 - Figura 2.3 - Figura 2.4~ Figura 2.5 - Figura 3.1 - Figura 3.2 - Figura 3.3 - Figura 3.4 - Figura 4.1 - Figura 4.2 - Figura 4.3 - Figura 4.4 - Figura 4.5 - Figura 4.6 - Figura 4.7 - Figura -4.8 - Figura 5.1 - Figura 5.2 - Figura 5.3 - Figura 5.4 -
LISTA
DE
FIGURAS
Relações entre fonte, sistema e saída.
Modelo
genérico deuma
linha de transmissãocom
perdas. Fonte de tensão ligada à linha de transmissão.Propagação de onda: incidência e
reflexão
Equivalente de
Thevenin
da extremidade da linhaem
aberto.Equivalente de
Thevenin
da extremidadeda
linhacom
cargaR
Linha
sem
perdascom
parâmetros distribuídos.Propagação de
onda
plana eonda
esférica.Incidência de
um
pulso de tensão unitário.Reflexões
a partir deum
pulso unitário incidente. Impulso unitário inicial e as duas iterações seguintesLinha
de transmissãocom
parâmetros distribuídos.Trecho
de linha de transmissão e equivalente.Linha
de transmissãocom
fonte e carga.Tensões
incidentes e refletidas sobre onó
n.Equivalente para o
nó
n
deuma
linhacom
perdas. Equivalente para o primeiro nó, junto à fonte.Último
nó
da linha, junto à carga.Equivalente de
Thevenin
do
último nó, junto a carga.Capacitor (a)
na
linha e (b)modelo
link.Capacitor (a)
na
linha e (b)modelo
stub.Indutor (a)
na
linha e (b)modelo
link.Figura 6.1 - Figura 6.2 - Figura 6.3 - Figura 6.4 - Figura 6.5 - Figura 6.6 - Figura 6.7 - Figura 6.8 - Figura 6.9 - Figura 6.10 - Figura 6.11 - Figura 6.12 - Figura 6.13 - Figura 6.14 - Figura 6.15 - Figura 6.16 - Figura 6.17 - `(
Esquema
simplificado para interferências eletromagnéticas.Gráfico de custos para o desenvolvimento de produtos
com
preocupaçãoem
EMC.
Esquema
detalhado para interferências eletromagnéticas.Linha
de transmissãocom
fonte, carga e filtro.Algoritmo
do programa
LTDT.
Filtro capacitivo e seu equivalente.Equivalente de Thévenin
do
último nó,com
filtro capacitivo.Tensão
junto à carga (último nó)em
relação aotempo
(LTDT)
Corrente jimto à fonte (primeiro nó)
em
relação aotempo
(LTDT)
Resultados
do SPICE,
sendoem
(a) a tensão junto à carga e (b) a corrente junto à fonteTensão
junto à carga indutiva (último nó) devido a degrau de30
V
(LTDT)
Onda
padronizada de surto de tensão.Tensão
junto à carga (último nó) devido a surto atmosférico(LTDT)
Tensão
jtmto à carga (último nó) devido a impulso de30
V
(LTDT)
Tensão
junto à carga (último nó) devido a tensão senoidalcom
freqüência de
360
kHz
(LTDT).
Resultado experimental
com
uso de filtro capacitivo.Resultado de
modelagem
numéricacom
TLM
para filtro capacitivo junto à carga(LTDT)
'B
CC
CzD
E
f
G
H
1 [1] JJ
1‹ 1 LeL
m
H (IR
[S] [S/" IT
v vwSIMBOLOGIA
indução magnética velocidade da luz capacitância capacitância de erro indução elétricacampo
elétrico freqüência condutância elétricacampo
magnético corrente elétrica matriz identidade «/-_1 densidade de correntenúmero
da iteraçãono
processo de cálculocomprimento
total da linhaindutância de erro
indutância
último
nó
deuma
linhanúmero
deum
nó
qualquer da linha carga elétricaresistência elétrica
matriz de espalhamento
inversa da matriz de espalhamento
tempo
coeficiente de transmissão
velocidade de propagação da
onda
potencial elétrico i
potencial elétrico
máximo
daonda
senoidal potencial elétricodo
lado esquerdodo nó
ID
potencial elétrico
do
lado direitodo
nó
ID
energia
admitância impedância
V
impedância característica
impedância da linha vista nos terminais de entrada
impedância equivalente
do
indutormodelado
impedância equivalente do capacitor
modelado
impedância da carga
função da fonte
em
um
modelo
genérico constante de faseespaço discretizado
no
eixox
espaço discretizado
no
eixoy
espaço discretizado
no
eixo zcomprimento
discretizado genéricotempo
discretizado (passo detempo)
quantidade de carga elétrica discretizada
quantidade de
fluxo
elétrico discretizadopennissividade elétrica
pennissividade elétrica relativa
pennissividade elétrica
do
espaçofunção
do
campo
em
um
modelo
genéricofluxo
elétricocoeficiente de
reflexão
comprimento
deonda
#0 /Jr 9? 17 o' ai
V
permeabilidade magnética
do
espaço permeabilidade magnética relativaconjunto dos
números
reaisoperador
numérico
em
um
modelo
genérico condutividade elétricafreqüência angular
operador nabla
Prefixo
subscritok indica o
número
da iteração/
Sufixo
subscrito Ad
s e xY
n
m
distribuído por unidade de .comprimento
relativo à fonte relativo a erro grandeza
no
eixox
grandezano
eixoy
grandezano
eixo znúmero
donó
(qualquer)número
do últimonó
Sufixo
sobrescrito i rAbreviaturas
TLM
FDTD
DF
incidente sobre onó
refletido donó
Transmission Line
Modelling
F
inite Diference -Time
Domain
Domínio
da FreqüênciaDT
Domínio
doTempo
1D
Unidimensional2D
Bidimensional3D
TridimensionalTM
TransversalMagnética
TE
Transversal ElétricaEMC
Electromagnetic CompazibilityEMI
Electromagnetic InterferenceCAPÍTULO
1INTRODUÇÃO
z
1.1 -
MÉTODOS
NUMERICOS
PARA
MODELAGEM
DE
FENÔMENOS
Ao
se depararcom
um
novo problema
Ohomem
sempre
tenta trazê-lo para seu ambiente de conhecimentos e experiências. Esses conhecimentos e experiências prévioso ajudarão a tentar
uma
maior proximidadecom
o problema, deforma
a criar urnaintimidade
que
possibilite sua resolução.Todo
o universo de relaçõesdo
homem
com
Omundo
àsua
volta é feito pormeio
destesmodelos
de representação, baseadosem
experiências, conhecimentos e aprendizagem.
O
tratamento de quaisquerfenômenos
da
naturezapode
ser feito pormeio
de analogias. Para isto são criadosmodelos
de representação, e por suavez métodos
demodelagem.
Quando
osfenômenos
já sãobem
conhecidos etêm
um
método
de estudo eaplicação próprios,
podem
ter estesmétodos
transplantados paranovos
fenômenos
em
estudo.
Com
isto economiza-se esforço intelectual nestenovo
tratamento.O
primeiroproblema
estána
escolha dométodo
que será usadoem
um
novo
fenômeno.
A
escolha deum
método não
perfeitamente apropriadopode
restringir aabertura das aplicações, diminuindo O ritrno de seu desenvolvirnento e gerando
mesmo
O afastamento denovos
pesquisadoresem
relação aofenômeno
em
estudo [l].É
importantetambém
distinguir entre acomputação
e amodelagem.
A
computação
é apenasum
instrumento auxiliar neste tipo de método, pois sua capacidadede cálculo auxilia a fazer a
modelagem
numéricado
método
em
questão, e neste casohá
métodos que exigem
mais e outrosmenos
esforço computacional. Esta éuma
dasquestões importantes nos debates científicos atuais,
porém
éum
debatesempre
com
osdias contados devido ao
aumento
constante da capacidade de processamento das novas máquinas.Enorme empenho
intelectual é gastodiariamentena
tentativa de reduzir oCAPITULO 1 - JNTRODUÇÃO V
z
tempo
de processamento através demodificações
nosmétodos
demodelagem,
e por conseguinte nos aplicativos, e logoum
novo hardware
se apresenta e ajuda a reduzir estetempo
deforma
drástica, fazendo daqueleum
empenho
inglório.De
todaforma
osmodelos
são necessários, poisnão
hácomo
tratar diretamente o real.O
modelo
éuma
imagem
mental criada para tentaruma
aproximação
com
o realem
estudo.
E
atéque
pontoum
modelo pode
se aproximar deste realque
ele copia ?Até que
ponto este
modelo
pode
ser perfeito ?Nenhuma
cópia é o próprio objeto.A
cópia éum
novo
objeto. _O
modelo
de um' detenninadofenômeno,
para que seja aplicável,deve
ser simples e claro. Simplesna
sua aplicação, claroem
sua identificaçãocom
ofenômeno.
E
a suasimplicidade está ligada
também
às suas limitações, que são justamente aquiloque
osepara
do
real.Não
há
modelo
sem
limitações, e elasdevem
serbem
conhecidas.Os
modelos têm
que ser desenvolvidos tendoem
mente
estas duas palavras:simplicidade e clareza.
A
modelagem
científica éum
campo
de estudo que ainda estáno
início das suaspossibilidades.
O
homem
sempre
procura,em
todas as suas atividades, criarmodelos
mentais e aplicá-los para se relacionarcom
as coisasem
sua volta.Assim
são osmodelos
políticos,
na
sua tentativa de organizar o relacionamento entre as pessoasem
uma
sociedade, os
modelos
religiosos, organizando as ansiedadesdo
homem em
uma
esperança transcendental,
ou
simplesmente as artes da pintura,da
música,da
filosofia,na
sua representação visual, musical
ou
idealistado
mundo
em
volta.São simplesmente
modelos. -
Como em
todas as atividades,também
na
ciência procura-se desenvolver modelos.Conforme
Christopoulos [2] [3],no
desenvolvimento demodelos numéricos
é necessário seguir cinco passos básicos:0 conceituação,
onde
são propostas as teorias defundamentação
do modelo;
0
formulação, onde
é desenvolvido oequacionamento matemático baseado na
conceituação preliminar;
0
implantação
numérica,onde
são defmidos os cálculos necessários paraum
CAPITULO1- INTRODUÇÃO 3
0
computação, onde
são realizados os cálculos através deprocessamento
computacional;
0 validação,
onde finalmente
sãocomparados
os resultados dos cálculos realizados,com
dados obtidosem
experiênciasou
analiticamente, defonna
acomprovar
a validadedo
modelo. ›A
partir destas premissas, será exposto neste trabalho ométodo da
modelagem
numérica que
utiliza analogiascom
linhas de transmissão(TLM
- Transmission LineModelling
Method)
para resolução de problemas de eletromagnetismoem
geral.1.2 -
CLASSIFICAÇÃO
Dos
MÉTODOS
NUMÉRICOS
Métodos
numéricos
são definidos para estabelecer relações entreuma
fonte,um
determinado sistema euma
saida,como
apresentadona
Figura 1.1 abaixo.~
Figura 1.1 - Relações entre fonte, sistema e saída.
Iniciahnente o
problema
estáem
relacionar defonna
eficiente estes três blocos.Pode-se propor o seguinte
modelo
matemático:3{ø}
=
a
V (1. 1)onde
3
- operadornumérico
Q
-campo
ot - fonteCAPITULO 1 _ 1NTRODuÇÃO
4
Os
métodos
demodelagem
podem
então ser divididosem
dois grupos,considerando a variável das funções:
métodos
no domínio do tempo
emétodos no
domínio
da freqüência.No
domínio do
tempo, porexemplo
iI/(z)
=
R1(z)+
Lšfo)
e
no domínio da
freqüênciaV
=1`(R
+
jwL)
onde
a tensão é a fonte e a corrente é ocampo
sobre o qualatuam
os operadoresnuméricos.
No
domínio do tempo
será obtida urna respostado
tipo h(t), eno
domínio da
freqüência será H(ja›). Estas respostas são
denominadas
“par de transfonnadas deFourier”, pois
uma
pode
ser transfonnadana
outra e vice-versa.Quanto
ao operadorhá
uma
grande diferença entre osmétodos
demodelagem
desenvolvidos e
em
desenvolvimento, que se dividemem
Métodos
de
Modelagem
Numérica
Diferencial eMétodos
deModelagem
Numérica
Integral.Nos
métodos
diferenciais (e ométodo
em
estudo neste trabalho éum
deles)há
um
problema que
é a necessidade de discretizar otempo
e asdimensões
em
todo o espaço deestudo,
ou
seja, precisa-se de superfícies decontomo
para evitarque
a discretização seestenda infinitamente. Se
não há
tais superñcies, precisa-se definir então “condições decontomo”.
O
método
échamado
diferencial,mas
não
se faz a diferenciaçãodo
tempo
eespaço
no
modelo
desenvolvido.Na
verdade são definidos “pedaços”,ou
“passos”,com
tamanho
suficientementepequeno
para dar eficiência ao método, e suficientementegrande para
não aumentar demasiadamente
otempo
de cálculo.Ao
mesmo
tempo
esta discretização nosmétodos
diferenciais éuma
qualidade, pois é possível obter resultados para cada ponto discreto, e isto vai facilitar o estudo deCAPITULO 1 . 1NTRoDL/ÇÃO
5
Já os
métodos denominados
integraispodem
trabalharsem
um
contomo
definido,porém
apresentamequacionamento
mais complexo.No
estudo de ondas eletromagnéticas o uso dosmétodos
diferenciaissempre
apresentará
um
problema
básico, que é a escolhado
“passo detempo”
- At, edo
“passode espaço” - Al. Geralmente é adotado
um
Al que se relacionacom
ocomprimento
deonda
/1em
estudo,na
seguinte proporção [2] 1Al=0,1/'L
Tanto
osmétodos
diferenciais quanto osmétodos
integrais são apropriadosquando
ocomprimento
deonda
é deordem
de grandeza semelhante aodo
objetoem
que
a
onda
atuaou
se propaga. Se ocomprimento
deonda
é deordem
degrandeza muito
inferior, estes
métodos não
se aplicam e deve-se então utilizarconhecimentos
de ótica.1.3 -
ANALOGIAS
ENTRE
MODELOS
_
No
iníciodo
desenvolvimento da eletricidade muitas vezes usou-se amecânica
para fazer analogias
que
explicassem os fenômenos.A
mecânica
era bastante conhecida e fácil de ser observadaem
seus fenômenos. Justamente devido à sua observação direta,foi
modelada
de diversas formas,como
a gravidade, o peso, asmedidas
em
geral, damaneira
como
se usa ainda hoje. Para explicar a eletricidade diversas analogiascom
amecânica foram
utilizadas.Hoje,
no
entanto, o conhecimento de eletricidade émais
profundo, e diversosfenômenos
elétricos játêm
uma
compreensão
intuitiva por parte dos cientistas,engenheiros e
mesmo
técnicos. Destaforma
é possível utilizar estesconhecimentos
de eletricidadecomo
a base para o desenvolvimento denovos
modelos,como
se veráno
método
da
modelagem
por linhas de transmissão(TLM).
O
intuito é utilizar as expressões de circuitos elétricos,que
são simples, e aplicá-las ao estudo de
campos
eletromagnéticos e propagação de ondas, cujo tratamento émais
CAPÍTULO 1 _ INTRODUÇÃO
componentes
e circuitos elétricos, pode-se tomarcomo
exemplo
uma
linha detransmissão
como
apresentadona
figura 1.2 abaixo.R
L
OR'L
lll.
ílll
A[(¿)C
G
1/(glI
Z
I
.X2 ' x+_,d_¡;Figura 1.2 - Modelo genérico de
uma
linha de transmissão com perdas.Aplicando
a Lei de Kirchhoff para tensão e para corrente, obtém-se as seguintesexpressões [4], considerando-se
R=0
:íV_Ax=¿£¡lr
ÔX
dt_ÊAx=GV+Cd¿/_
ÔX
dtDiferenciando a expressão (1.3)
em
relação a x,âc
ÔX
dtât
e introduzindo nela a expressão (1.2), tem-se
p
_
â21
Lc
d21
LG
dz 2=
2 2+
2âx
Ax
dtAx
dz (1.2)(13)
(1.4)(15)
CAPITULO 1 - JNTRODUÇÃO 7
Com
a expressão obtidaem
(l.5) pode-se fazeralgumas
analogiasque vão
conduzir a
um
método
de resolução das equações deMaxwell
a partir de circuitos deuma
linha de transmissão.Sejam
então as equações deMaxwell
e suascomplementares
[5]:
V×H=J+í¡Q
(Ló)
â
V×E=-Ê
(l.7) â*B=
pH
(1.8)D=5E
(1.9)J=õE
l (1.1o)Substituindo as equações (l.8), (l.9) e (l.l0)
em
(l.6), trabalhando apenasna
direção x:
__íÊ_
,ueâJ
âc
-,uJ+?ã
(l.ll) Diferenciandoem
relação a t:ââB_
âJtizââ2J
Sâzâ`”â+@â2
(U2)
CAPÍTULO 1 ‹ INTRODUÇÃO 3
il-
â2*lâ2*'â
gšlr,
aël
(1.13)
A
equação obtidaem
(l.l3) vale para campos, enquanto aequação
obtidaem
(1.5) é válida para circuitos,
porém
elastêm
omesmo
formato, são semelhantes, e pode- se fazer as seguintes comparações:J
=z` tz Qzw (1.14)Eší
gas?cfE_0u--
RAx
A
partir destas similaridades entre as equações, será feitouso
de circuitos paramodelar
ocomportamento
de campos,ou
seja, oscampos
eletromagnéticos serãomodelados
por circuitos (especificarnente circuitos de linhas de transmissão), tantoem
problemas
de difusão (baixa freqüência)como
em
problemas
deondas
(alta freqüência).Na
equação
(1.13) pode-se verificar ocomportamento
deonda ou
de difusão para oscampos
eletromagnéticos pela relação entre o primeiro esegtmdo
termosdo
lado direito[3]. Seja então a densidade de correnteno domínio da
freqüênciadada
porJzkfl
uu)
Substituindo
no
primeiro e segundo termosdo
lado direito da expressão (1.13)CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
9
,uâco2Je/"”
e (1.l6)
apcolejw
Dividindo o
módulo
do
primeiro resultado pelo segundo, chega-se à expressão59
(1.17)O. ,
onde,
quando
o termoem
formaior
que cr, considera-se para estudos ocomportamento
das
ondas
eletromagnéticas, eno
caso inverso, a difusão.É
interessante observarque
apermeabilidade magnética (u)
não
interfere nesta relação.No
modelo
pode-se fazer Omesmo
raciocínio utilizandoC
e G, e observar amesma
neutralidade para L.1.4 -
PRINCÍPIOS
DO
MÉTODO TLM
O
método
chamado
deTLM
- “Transmission LineModelling”
étambém
conhecido
por Transmission LineMatrix Method.
É
um
método numérico
diferencialque
surgiu utilizando
equacionamento
das linhas de transmissão, considerando o princípio de espaços discretizados (diferenças finitas).Tem
aplicações nosmais
diversos casos,podendo
ser utilizadoem
problemasque
envolvem meios não
homogêneos
(de diferentescaracterísticas),
meios não
lineares (onde as caracteristicas estãoem
função dascoordenadas), e
meios
anisotrópicos (caracteristicas diferentesem
diferentes dimensões)com
propriedades dependentesdo
tempo
ecom
geometrias variadas.É
um
método
que
apresenta similaridades
com
oMétodo
da Diferenças Finitas(FDTD)
[1] [14], tendoporém
a diferença básica e fundamental deque
a analogiado
TLM
é feitacom
circuitoselétricos, e
não
com
conceitospuramente
matemáticos.Foi desenvolvido por P. B. Johns e seus colaboradores
no
princípio dos anos70
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
10
quando
o esforço de simulação computacional exigido pelométodo
pôde
seracompanhado
pelo desenvolvimento doscomputadores
pessoais.TLM
éum
método no
domínio dotempo
(TD
-Time Domain)
onde
asequações
básicas utilizadas são as seguintes
V(t)=RI(t)+L%1(t)
(1.18)l(t)
=GV(t)+C-3;V(t)
fl* (1.19)considerando a estrutura discreta básica de
uma
linha de transmissãomostrada
na figura
1.2,
onde
a impedância e a admitância nadomínio
da freqüência são dadas por:z=R+jwL
(1.2o)Y=G+jú›C
(1.21)O
método
TLM
é apropriado para o estudo de ondas milimétricas e microondas, eneste caso é predominante a natureza de “onda” ao invés
do
próprio caráter corpuscular da transmissão,ou
seja, o que interessa é ocomportamento da onda
(propagação -reflexão» - transmissão).
O
desenvolvimentodo
TLM
partedo
princípio deHuygens,
e faz aimplementação
deste princípio através de elementos discretos (não contínuos).1.5 -
TÓPICOS
DESTA D1ssERTAÇÃo
Este trabalho está dividido
em
duas partes complementares.Na
primeira 'éCAPITULO 1 - JNTRODUÇÃO
11
(TLM).
Na
segunda
parte são apresentadasalgumas
aplicaçõesdo
método na
análise deproblemas
em
compatibilidade eletromagnética.Neste primeiro capítulo
foram
apresentados conceitos e noções básicas sobremodelagem
e seu usoem
eletromagnetismo, classificação dos diversosmétodos
numéricos
existentes,bem
como
princípios elementaresdo
método
chamado
TLM,
que
éuma
abreviatura das iniciais da expressãoem
inglês “Transmission Line Modelling”.O
Capítulo 2 apresentauma
revisão sobre linhas de transmissão,dando
ênfase aoaspecto da análise de linhas
no
domíniodo
tempo, etambém
no domínio da
freqüênciaquando
em
regime permanente, assimcomo
uma
exposição geraldo equacionamento
delinhas. '
No
Capitulo 3 é colocado o princípio deHuygens,
\que permitiuuma
fundamentação
teórica paramétodos
de transmissão de ondas a partir de diferençasfinitas,
ou
seja,deu
a idéia fundamental de urna transmissãoem
“passos”.O
método
TLM
unidimensional é otema do
capítulo 4,onde
toda a formulaçãode
linhas
ID
é colocada, permitindo o desenvolvimento dos primeiros aplicativos paratransmissões rmidimensionais.
O
desenvolvimento demodelos
para elementos passivoscomo
capacitores e indutores é otema do
Capítulo 5.A
partir destesmodelos
de elementos será possível o desenvolvimento posterior de estruturas mais complexas.No-
Capítulo 6 são apresentados conceitos básicos sobre compatibilidadeeletromagnética e é demonstrada
uma
aplicaçãodo
método
TLM
aplicadoem
linhas detransmissão de alta freqüência..
A
aplicação é testada a partir de experiência de laboratório e os dados obtidos sãocomparados
àqueles obtidoscom
ométodo,
comprovando
sua validade.No
Capítulo 7 são colocadas as conclusões geraisdo
trabalho,bem como
os objetivos e interesses de estudos futurosno aprofundamento
demétodos numéricos
e eletromagnetismo.Finalizando, é apresentado
em
anexo(Anexo
A)
o código integralem
FORTRAN
CAPÍTULO
2
LINHAS
DE
TRANSMISSÃO
2.1 -
ANÁLISE
DE
LINHAS
DE TRANSMISSÃO
NO
DOMÍNIO
I)O
TEMPO
Em
uma
linha de transmissão pode-se ter dois tipos de' fontes:em
corrente continuaou
em
corrente altemada.Em
corrente altemada a fontemais
comum
é asenoidal [10] [1 l].
No
caso da fonte de corrente contínua,quando chaveada
em
um
dado
momento
ese pretende saber a tensão e a corrente
em
determinados pontos desta linha, é preciso estuda-lano dominio do
tempo.No
caso da fonte senoidal, a partirdo
regimepermanente
pode-se estuda-lano
dominio da freqüência.Neste trabalho o interesse é estudar os
fenômenos
transitórios .equando
setem
um
regime permanente. Será desenvolvido
um
modelo
considerando odomínio do
tempo. Neste capítulo, inicialmente, será feitoum
estudo para linhas de transmissãona
ocorrência de
um
transiente eno
regimepermanente
senoidal.Na
figura
2.1 apresenta-seuma
linha de transmissãosem
perdas,sendo Ld
aindutância por unidade de comprimento,
Cd
a capacitância por unidade decomprimento,
Vs a tensão
da
fonte,Ax
um
detemrinadocomprimento
de linha pré-definido, e I a correnteque
circulana
linha.C4PÍTULO 2 -LINHAS DE TRANSMISSÃO i
rd
_ Í lfvCd
‹ .dxl_---
Figura 2.1 - Fonte de tensão ligada à linha de transmissão.
A
cargano
capacitor édefinida
porq=CV
'ou
(2.1)Aq
= CdAxVS
e a corrente I será
definida
pela variação desta cargano
tempo,ou
A
C
AXV
1
=
É
=
-LN-2
=
C,,VSv(22)
onde
v é a velocidade de propagaçãodo
pulso. .A
tensão Vspode
serdada
pela variaçãodo
fluxo, sendo ofluxo
o produtoda
indutância pela corrente:
A
LM
VS
=
-š
=
-21-1
=
Ldvl
(23)
Substituindo a equação (2.2)
na equação
(2.3) obtém-sec4Pz'1U1.o 2 - ulvms DE rRzwsM1ssÃo
14
e
fmahnente
a velocidade de propagação,dada
porv
=
-lí
(2.5)que
pode
ser substituídana
equação (2.2). l l.
xl
Ló
Cd
~ para se obter a impedância caracteristica da linha, definida pela relação entre a tensao
da
fonte pela corrente que circula na linha,
ou
20
=
51
=
if-(21)
z
Cd
Considere-se então
um
degrau de tensão que se propaga a partirda
fonte decorrente contínua
em
direção à extremidade da linha, que estáem
aberto,como
mostrado
na figura
2.2 abaixo. H' l-¬ refletida Vf'->
v incidente V3. *CÍ
ICAPÍTULO 2 - LINI-MS DE TRANSAIISSÃO
Como
a linha estáem
aberto (impedânciainfinitana
extremidade), o coeficientede
reflexão
para a tensão incidente (V) é igual a 1, e a tensão refletida(V)
terá omesmo
valor e polaridade da incidente. Ora,
como
a linhanãoitem
perdas(R=G=0),
pode-seafmnar que
a tensão incidente I/'ié igual à tensão da fonte Vs, e
também
que
a tensãorefletida V'-é igual à tensão da fonte V, .
A
corrente incidenteÍ
pode
serdada
pelarelação entre a tensão da fonte pela impedância característica (V, / Z0), e a corrente
refletida é I'
=
-Í
.Que
modelo
pode-se aplicar para esta linhacom
a extremidadeem
aberto ?Um
observador colocado
na
extremidade da linha, ao observa-la, veráuma
fonte de tensão igual a duas vezes 'a tensão incidenteV
euma
impedância associada,que
é a própriaimpedância
-caracteristica da linha Z0. Estemodelo
(equivalente de Thévenin)pode
servisto
na
figura
2.3 abaixo, e representa ocomportamento da
extremidadeda
linha [4].2V1
Zo
Figura 2.3 - Equivalente de Thévenin da extremidade da linha
em
aberto.Se, por exemplo, for conectada a esta extremidade
uma
carga R,como
na figura
2.4, haverá a circulação de
uma
corrente euma
tensão Vresultantena
carga.A
corrente éc4P¡ru1.o 2 - u1~/ms DE rRz‹NsM1ssÃo
16
:vi
R
1»
ZO
Figura 2.4- Equivalente de Thévenin da extremidade da linha com carga R.
Aplicando a lei de Kirchhoff
no
circuito obtém-se2V'
= RI
+Z0I
(2.8)Substituindo a corrente (V/R) e desenvolvendo, tem-se
V
z
-fi-zw
(29)
R
+
Z0
Para a carga, pode-se ver que a tensão refletida será a tensão
V
menos
a tensão incidenteV'
=
V
-
V' (2.10)Substituindo então a equação (2.9)
V'
={_-R`Z°)V'“
(2.11)R+
Z0
e desta
fonna
pode-se encontraruma
fonna
de relacionar a tensão refletidacom
a tensãoincidente, que é justamente o coeficiente
de
reflexão,dado
porC4PÍTl/LO 2 - LINHAS DE TRANSMISSÃO
1"
z
Í--R`
2°)
(212)
R
+
Z0
Obsewa-se
que, tendouma
carga de valor infinito (R=
oo, circuito aberto), ocoeficiente de
reflexão
será igual a 1.No
entanto,com
a carga seaproximando
de zero(R
=
0, curto-circuito), o coeficiente será igual a -1.2.2 -
ANÁLISE
DE
LINHAS
DE TRANSMISSÃO
NO
DOMÍNIO
DA
FREQUÊNCIA
-REGIME
PERMANENTE
Considere-se
uma
linha ideal,sem
perdas (R=
0 eG
=
0),com uma
tensãosenoidal
na
fonte, e admitindo que o» regime é pennanente.O
equacionamento
desenvolvido anteriormente
pode
sernovamente
aplicado utilizando a Lei de Kirchhoff para as tensõesna
malha
ABCD,
conforme
se vê nafigura
2.5 abaixo.L
Ax
° L .dx °d
®
[(50d
I(x +¿Ix) . CdzilxCddx
l?(x+¿|x)T ~a
zfl» <%>x
x+¿Ix
Figura 2.5 - Linha sem perdas com parâmetros distribuídos.
Tem-se
entãoc4P¡'TuLo 2 - Lnvms DE mzuvs/u1ssÃo 18
onde
Z
= R+ja)L
_ (2.14)Z=]a)LdAx
(poisR
=
0).Então
@°lÍ%iÊl
=
jwLdÍ1`(x) (2.15)eparaAx-›0
-
9%
=
jú›Ld1`(x) (2.1ó)Aplicando
a Lei de Kirchhoff para as correntesem
B, deforma
semelhante pode-se obter
Í(x)-Í(x+Ax)-V(x+Ax)Y=O
(2.17)onde
Y=G+jwC
8Y=jwCdAx
(21
) (poisG
=
0). Então1`(x)-1`(x+Az)
=
Ax
jú›CdV(x
+
M)
(219)
C4.PÍIULO 2 - LINHAS DE TRANSMISSÃO
eparaAx-›0
-
%
=
jú›CdV(x)
(220)
Den`vando
aequação
(2. 16)em
relação a x:d2V
. di--íg-)Q=jcoLd%
(2.21) e substituindona equação
(2.20) 2 .%
=
-w2LdC,,V(x)
~(222)
2 .Í%
=
-fizr/(x)
(223)
onde
B é a constante de fase, dada porcz)
fi
=
Í
(2.24)
/3
=
wx/Lâcd
De
fato, a tensão (senoidal)num
pontox
qualquer, assimcomo
suas derivadas primeira esegunda
são dadas por:c4Pr`ru1.o 2 - LINHAS DE m4NsM1ssÃo
V(x)
=
vgeffl*dV
_ . ,fg
=
Jfil/oem
2 - p(225)
d
=
_›82VoeJ'&=
-fl2V<›‹›
Da mesma
forma, derivando a equação (2.20)em
relação a x:(M,
e substituindo a
equação
(2.16)2 .
%
= -w2LdCd1(x)
(227)
%
=
-fl21`(x)(228)
De
forma
geral pode-se dizer que a tensãoem
um
determinado pontoda
linha édada
pela somatória deuma
tensão que viaja progressivamentena
linha (sentido +x), ede outra
que
viajano
sentido contrário (sentido -x).Da mesma
forma
a correnteem
um
detemiinado pontopode
serdada
por esta somatória.Sejam
então a tensão e a correntedadas por [1 1]
V(x)
=
V,,ef/f*+
1/Be'ffl* f(229)
Í(x)
=
1,,ef/lx+
1Be'ffi*(230)
20e1Ph'ULo 2 . 1.1»/ms os m.41vsM1ssÃo
21
Considerando agora
uma
tensãoem
um
ponto qualquer,num
momento
qualquer,dada
porV(x,t)
=
íR{V(x)e¡'”'} (2.31)substituindo (2.29)
em
(2.31),V(x,z)
=
¶1{VAef<“””*>+
V,,ef<“”'-f**>}(232)
V(x,t)
=
VA cos(cot+
,Bx)+
VB
cos(a›t-
flx)
(2.33)considerando determinado x e determinado t,
a›t+/ix=cte
ú›dt+fldx5O
š~ mêmeÉ
=
--
(234)
vA:_í
o
que
demonstra que o primeiro tennoda
equação(233)
está se deslocando para aesquerda (sentido ~x).
Da mesma
fonna
pode-se mostrar que, para osegundo
termo,VB
=%
(235)
e o deslocamento é para a direita (sentido +x).
O
sub-índiceA
indica então a progressãoCÁPÍTULO 2 - LINHAS DE TRANSMISSÃO
22
Se
uma
onda
está se dirigindo unicamente para a direita, tem-se VA=
1,,=
0.Substituindo para este caso as expressões de tensão e corrente na equação (2.16),
obtém-
se “jflx __
d(Vlíx
)=
_/'C0Lz11Be_J'a'JflVBe_mt =
f¿ÚLz11Be_jflt i(236)
VB
_
ú›Ld_
a)Ld IB ,B co,/LdCdKê;_£a
15C,z_
cuja relação é
chamada
de impedância característica da linha20
=
(237)
d e a corrente seráV
I B =,-li 2.33Z0
( )Repetindo o procedimento, admitindo
uma
o se obternda que
viaja para a esquerda,pode-
IA
=
-É
(239)
c4P1`1ULo 2 - uNHAs DE m4NsM1ssÃo -
23
e a partir destes resultados é possível escrever as equações de tensão e corrente para linhas
da
seguinte forma:V(x)
=
V/iefflx+
VBe`¡fi"_¡'(x)
=
_Qej/iv +V¿e-Jflf
Zo Zo
Para o ponto
onde
x=
OWm=@+%
j(())
= _
Q
+ Ka
e através de
algumas
operações algébricasV
A_
_
I/'(0) -1'<0>Z0 2VB
=
V(o)
+21`(o)z0~
(240)
(2.41)(242)
(243)
(244)
(2.45)Substituindo as equações (2.44) e (2.45)
na
expressão (2.40), e utilizando asidentidades de Euler [4], chega-se
finahnente
amm=Vmnmm-flwflfimaz
€ pafa 8 COITCIIÍC
C4PÍI'ULO 2 - LINHAS DE TRANSMISSÃO 24
Í(x)
=
~j'-I);i)senfix+
Í(0)cos,äx (2.47)o
Passando para a
forma
de apresentação matricialmx)
cos ,Ex-
jZ0
sen ,dxVw)
t
_
= _
.Senflx
flx
. _(248)
1<›‹›
/T
°°S 1‹‹>›o
Pode-se então inverter a matriz para obter
Vw)
Í
cos/3x
jZ0
sen,6¶
mx)
o
Igualando
x
aocomprimento
total da linha (x=
1)I/(0)
:
A B
I/(1) (2 50) 1'(o)C
D
`iu)
`A
impedância de entrada da linha (Z,-,,)pode
ser escritacomo
a relação entre atensão e a corrente
no
ponto x=
0.Z.
m
=@=
AVU)
+
Bim
1‹0›CV‹1›+D¡‹1›
(251)
Zi"
:
AZ,
+
B
c4P1'1vLo 2 - LINHAS DE m4NsM1ssÃ0
2 5
onde
Z
, é a impedância da cargano
final da linha,dada
pela relação entre tensão ecorrente
na
carga.A
impedância de entrada será dada então porZ
m
_
Z,cos,8l+jZ0 senfll
(2 52)Z,j§¶l+cos,Bl
Zo
e
fmalmente
pode-se estabeleceruma
relação entre aimpedância
de entrada e aimpedância
característica, a partir de dados conhecidos, desenvolvendo (2.52) para obtera expressão Z, .
«
f 1 Zi"Z0+Jgfl
_
=
Í-
(253)
Z01+ jšizgflz
O 2.3 _coNcLUsÓEs
Neste capítulo o estudo de linhas de transmissão pennitiu o desenvolvimento das
equações
no domínio do
tempo,bem
como
no domínio
da freqüência.A
partir destesresultados, aliados aos conceitos teóricos
do
princípio deHuygens
expostosno
próximo
CAPÍTULO
3
PRINCÍPIO
D1:
IIUYGENS
3.1 -
CONCEITOS
BÁSICOS
No
século 17, enquantoNewton
propôs para a luzum
caráter corpuscular, ChristianHuygens
(1629-1695) propôsmodelo
de irradiação [1 1] [12]. Estemodelo,
chamado
de princípio de Huygens, dizque
cada ponto deuma
frente deonda
pode
ser consideradocomo
a fonte deuma
onda
esférica secundária. Diversos pontos deuma
frente deonda vão
gerar diversas ondas esféricas, que secombinam
paraformar
uma
nova
frente de onda. Se a frente deonda
for esférica, sua propagação continuarásendo
esférica. Se,
no
entanto, forum
plano infinito, a propagação continuarácomo
uma
onda
plana, e diversos irradiadores estarão dispostos
em
pontos regulares(fonnando
uma
rede). Este princípio
pode
ser percebidocom
clarezano
desenho 3.1 abaixo.//
>
Onda Plana Onda Esférica Figura 3.1 - Propagação de onda plana e onda esférica.
c4Pi1vLo 3 - PR1Nc1P1o DE HUYGENS
27
Os
pontos estão distanciados entre si deuma
distância Al, eem
cada pontohá
uma
fonte irradiadora.A
superposição destas irradiações,no
sentidoda
propagação,dá
oenvoltório resultante de
uma
nova
frente de onda.No
caso daonda
esférica,quando
adistância
do
centro de irradiação daonda
é suficientemente grande, os pontos seaproximam
da forma
deuma
malha
quadrada caracterizandouma
onda
plana.A
propagação da luz se dará na velocidade _ Alc
=
--
3.1At
( )onde At
é o intervalo detempo
em
que a frente deonda
da luz sepropaga
deum
pontopara o ponto seguinte,
na
distância Al. Pelo princípio deHuygens
a distância Al éinfinitesimal e o
modelo
então é contínuo. iEste princípio éuma
teoria escalar,mas
aplicável a grandezas vetoriaiscomo
campos
elétricos e magnéticos.Esta original idéia de propagação,
onde
um
conjunto de fontes irradiadorasdetermina outro conjunto de fontes logo adiante, passo a passo, dará o
fundamento
para desenvolver ométodo
damodelagem
por Linhas de Transmissão -TLM,
conforme
severá
no
exemplo mostrado
a seguir. Evidentemente os resultados obtidoscom
omodelo
desenvolvido ecom
o princípio deHuygens
são diferentes, poisno
caso aquiapresentado serão feitas considerações de reflexões e incidências iterativamente, observando a propagação
em
todos os sentidos.O
princípio deHuygens
éum
princípioideal.
3.2 -
APLICAÇÃO
E
coNcLUsoEs
Considere-se
um
impulso unitário incidenteem
um
encontro de várias linhasfonnando
um
nó, e a irradiação ocorrida de acordocom
o princípio deHuygens
[13].Para isto pode-se
acompanhar
o desenhoda
figura 3.2,onde
o impulso incidentec.4¡=1'rULo 3 - Pnmcirro DE HUYGENS
28
(iguais impedâncias), e a carga vista pela
onda
incidente é acombinação
paralela de trêsramos.
A
impedância
vista pelaonda
é igual a 1/3 daimpedância
deuma
linha.8 3 3
3 3 fi
T1
ll 3
Figura 3.2 - Incidência de
um
pulso de tensão unitário.O
coeficiente dereflexão
édado
porF
=
519
(32)
L+Z0
onde
Z0 é aimpedância
característica da linha e Z, é aimpedância da
carga (impedânciado
nó
vista pelaonda
incidente, igual a 1/3 de Z0).Obtém-se
entãoF
=
-š
(33)
e o coeficiente de transmissão éT=l+F
3.4T=¿
‹ › 2A
propagação pode
ser vistana figura
3.3 considerando os coeficientes decAPr'n/Lo 3 - PR1Ncfi=1o DE Hurorzws _ 29
C)
U2C)
~(3
I
13
Figura 3.3 - Reflexões a partir de
um
pulso unitário incidente.A
verificação da conservação de energia para aonda
incidenteno nó
pode
ser verificada pelas expressõesM=WW
cmi
VK
=
W,-(1-T2)
(3.6)onde
I/Vi é a energia daonda
incidente,W,
é a energia refletida e equivale a 'Azda
incidente, e
onde
W, é a energia transmitida e equivale a%
da
energia incidente,verificando-se então que
W¡=W,+W,
(3.7)comprovando
a conservação de W,- .Também
pode-secomprovar
a conservação da carga incidenteem
relação àsrefletidas e transmitidas, da seguinte fonna:
. . 1
'=1'Az=-Ar
3.8CI
c.4P¡!U1.o 3 - PR1Ncú›10 DE HUYGENS ~ 30
q'=I'At=_T()°'5At
(3.9) 0'=31'Az=39°ÍAz
(310)
q
Z
Oonde
q' é a carga total incidenteno
ramo, q' é a carga total refletida neste ramo, q' é acarga total transmitida para os outros ramos,
Í
é a corrente incidenteno
ramo, I' é acorrente refletida
no
ramo
e 1' é a corrente transmitida para os outros ramos. Verifica-seentão
que
qi
=‹1'+q'
(3-11)
comprovando
a conservação da carga incidente ql..A
figura
3.4.a mostra a incidência deum
impulso unitárioem
um
nó
qualquerno
meio da
malha
de linhas.A
partir deste impulso inicial são apresentadosem
3.4.b e 3.4.ca primeira e a
segunda
iterações para incidências e reflexõesna propagação
deste impulso.O
comportamento
está de acordocom
o princípio deHuygens,
porém
destaca-se o fato de
que
a velocidade de propagação nas diagonais émenor
doque na
horizontal e vertical.O-'
14
C4PÍTULO 3 - PRINCP10 DE HUYGENS 31 .li
B
-'5$'sÉ
.-B
É' P3 U2 -U2 -l “2‹E+
4:.Ê.”
l›'2 U2 1;; U2 U2 (b)5
^
5
._ '› = -- -B Ji*A
Eira alfa -:QE ¡-1 ¬-z.E
B
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bl F-l3
SG ›- E.3
I
-:- FilE
1:4 _ 1;4‹$¡1r4
-1r2‹ _‹
U4‹
_ 1:2+
lr: ` uz _ (c)Figura 3.4 - Impulso unitário inicial e as duas iterações seguintes
No
método
TLM,
ao contráriodo
princípio deHuygens
onde
as distâncias são infmitesimais, adimensão
Al seráuma
fraçãodo comprimento da onda
(aproximadamente
0,1 Ã). Esta discretização será necessária para possibilitar o cálculocomputacional.
Com
a teoriado
Princípio deHuygens
será possível proporuma
modelagem
paraa
propagação
de ondas, tendocomo
base os conhecimentos de circuitos elétricos e linhasde transmissão. Esta
modelagem
é otema do próximo
capítulo.CAPÍTULO
4
TLM
EM UMA
DIMENSÃO
4.1 -
CARACTERÍSTICAS
DE
UMA
LINHA
DE
TRANSMISSÃO
Uma
linha de transmissãoem
uma
dimensão
será caracterizada porum
conjuntode
componentes
(R, G,L
eC)
interligados daforma
apresentadana figura
4.1 abaixo.R
L
R
L
~1
W
a A1
AG
Í(Ç.XI+fix) AC
G
V(¿“9iI
V(:,x+zn;›TI
JCx +¿ix
'Figura 4.1 - Linha de transmissão com parâmetros distribuídos.
As
perdas por seçãoAx
da linha são representadas pela condutânciaG
e pelaresistência R.
As
equações de tensão e corrente pelas leis de Kirchhoff são [14]:V(t,x)-V(t,x+Ax)=Rl(t,x+Ax)+L%I(t,x+Ax)
(4.1)‹:4PfrUw‹- HM
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DIMENSÂO Tí* 1: ';**ff¬ U0
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58. Â
33_ U." .z‹›»;~ú›*uu×:~‹*\z JE
fg 4,5%' :.M,U
ii I z"z;j.;¡\z~-4
:ii
Considerando
queno
limite Ax-›0, para`“a¬'“figura 4. 1 pode-se encontrar asexpressões:
mí/Âíflz-m(z,x)-Li”
(43)
óx
â
mi
=
-Gr/(z,x)-cÍ(LCl
(44)
óõz âz
Diferenciando a
equação
(4.3)em
relação a t, e a equação (4.4)em
relação a x,obtém-se respectivamente:
âzšzgx)
:_Ãô'Vgc,x)
_
Â
;(âVg,×))
(M)
Isolando
na
equação (4.6) o termo%(~)
e substituindoadequadamente
na equação
(4.5), pode-se desenvolver:â21(z=,x)
GR
LG+cR
â1(f,x)Lc
â21(z ,x)âz
=Êí1(Í,x)+(
M2
)â
+
M2
âz
De
forma
análoga, diferenciando (4.3)em
relação a x, e (4.4)em
relação a t,a‹u>¡'TULo 4 - nM EM UMA D1MENsÃo 34
â2V(2,x)
:_
R
â1(z,x)_
L
â(â1(z,x))
(49)
ôx
Az
óâzAxâx
âz_â_(¿1¿¿x_)_):_
G
âr/(z‹,x)_C
â2V(;,x)
(410)
âzâx
Az
âzAx
ôfSubstituindo
adequadamente
aequação
(4.9) na equação (4.lO), pode-sedesenvolver finalmente: Í
â2V,
GR
LG
cRô=V,
Lcâzv,
_..Õ%í“lzÉV(z,x)+(
A;
)gx)+Ax2
âííx)
(4.11)A
impedância
característica da linha édada
por (figura 4.2):d
R L
R
CT
G °Figura 4.2 - Trecho de linha de transmissão e equivalente.
e a velocidade de propagação nesta linha,
que
é a velocidade depropagação
em
cada
segmento
desdeque
suas característicasnão
se alterem, édada
pormz
1=
_-
=
í--
4.14V