• Nenhum resultado encontrado

pt 0100 3984 rb 46 05 XII

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "pt 0100 3984 rb 46 05 XII"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

XII Radiol Bras. 2013 Set/Out;46(5):XII

CARTA AO EDITOR •

LETTER TO THE EDITOR

0100-3984 © Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Sr. Editor,

Os autores do artigo “Síndrome do seio cavernoso secun-dária a mucormicose rino-orbitocerebral”, publicado na edição de maio/junho de 2013 deste periódico(1), relatam um caso

in-comum de mucormicose, avaliado por tomografia computado-rizada (TC) e ressonância magnética (RM). A sinusite fúngica invasiva é uma infecção rapidamente progressiva, ocorrendo mais frequentemente em pacientes imunocomprometidos e diabéticos. O termo não deve ser considerado sinônimo de mucormicose(2,3), já que qualquer fungo saprofítico com

afini-dade por invasão vascular pode causar a condição, sendo

Mucorales e Aspergillus os agentes etiológicos mais comuns.

A maioria dos casos tem infecção bacteriana superposta(3). A

diferenciação etiológica entre os agentes fúngicos não altera a terapia medicamentosa, cumprindo ressaltar que o desbrida-mento sinusal amplo e o tratadesbrida-mento da condição predisponente constituem adjuvantes importantes para o sucesso terapêu-tico(3). Os autores mencionam a opacificação e o espessamento

da mucosa sinusais como sinais de doença crônica. Cronici-dade tem como achado distinto o espessamento e esclerose das limitantes ósseas da cavidade paranasal(3), o que não se

aplica ao caso em questão. A TC, em geral, é o primeiro método de imagem na avaliação dos quadros rinossinuso-orbitários agudos, devido à rapidez do exame, maior disponibilidade nos centros de emergência e excelente habilidade em demonstrar erosão óssea. Aumento da densidade das secreções sinusais, associado a erosões ósseas e doença extrassinusal, sugere colonização fúngica à TC(3). A RM é superior para o

mapea-mento da doença extrassinusal e complicações orbitocrania-nas, incluindo a análise do seio cavernoso(1–5). No relato de

caso de Vilela et al.(1), a TC no plano coronal demonstra a

ero-são das lâminas crivosas e ero-são descritos abscessos nos lo-bos frontais, em correspondência às erosões e também clara-mente identificados à RM. No parágrafo seguinte, a descrição dos abscessos à RM os situa na adjacência dos seios caver-nosos e, portanto, na fossa craniana média bilateralmente. No entanto, o achado no plano axial da RM no nível dos seios cavernosos, referente à figura 3, é somente de impregnação assimétrica da parede lateral do seio cavernoso direito. Este achado pode representar um sinal indireto de tromboflebite, o que justificaria a síndrome referida. Salienta-se a ausência de quaisquer outros sinais radiológicos de comprometimento do seio cavernoso, como alteração do volume e contorno deste, ou dilatação da veia oftálmica superior ipsolateral. Mais con-tundente é a presença de componente lesional (abscesso subriosteal) no quadrante medial da órbita direita, não citado pe-los autores, apesar de incluído no próprio título do artigo(1).

Pode-se inclusive inferir que o realce anormal dural do seio cavernoso deste lado seja mais provavelmente decorrente do acometimento orbitário do que propriamente do abscesso ce-rebral da fossa craniana anterior, haja vista a reconhecida via direta de disseminação da infecção da órbita ao seio cavernoso nestas situações(4,5). O grande volume do abscesso cerebral

frontal direito em confronto à alteração focal cavernosa tam-bém permitem especular o acometimento temporal posterior do seio cavernoso homolateral, subsequente ao orbitário. A

mul-tiplicidade de lesões por extenso comprometimento locorre-gional é um desafio ao médico radiologista, devendo-se ter em mente a complexidade anatômica da região da cabeça e pes-coço para o subsídio diagnóstico mais fidedigno.

Referências

1. Vilela MV, Marques HC, Carvalho REDS, et al. Síndrome do seio cavernoso secundária a mucormicose rino-orbitocerebral. Radiol Bras. 2013;46:187–9. 2. Groppo ER, El-Sayed IH, Aiken AH, et al. Computed tomography and

mag-netic resonance imaging characteristics of acute invasive fungal sinusitis. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2011;137:1005–10.

3. Harnsberger HR. Diagnostic imaging head and neck. 1st ed. Philadelphia: Amirsys; 2004.

4. Lee JH, Lee HK, Park JK, et al. Cavernous sinus syndrome: clinical features and differential diagnosis with MR imaging. AJR Am J Roentgenol. 2003; 181:583–90.

5. LeBedis CA, Sakai O. Nontraumatic orbital conditions: diagnosis with CT and MR imaging in the emergent setting. Radiographics. 2008;28:1741–53.

Ana Célia Baptista Koifman

Livre-Docente em Radiologia, Professora Adjunta de Radiologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Resposta

À Dra. Ana Célia Baptista Koifman,

Consideramos extremamente pertinentes e elucidativos todos os comentários proferidos. Ressaltamos a complexidade anatômica da cabeça e pescoço como o grande desafio aos que se deparam com casos de doenças tão extensas acome-tendo essa região de conexões intrincadas.

A assertiva referente aos sinais tomográficos de sinuso-patia crônica preenche a lacuna deixada por nosso texto origi-nal ao omitir os principais sinais da síndrome em questão. Optamos por não mencionar estes achados, vistos em outras partes das limitantes ósseas no paciente do caso em questão, em razão do exíguo número de caracteres permitido na confec-ção deste modelo de artigo, somado ao fato de termos consciên-cia da ampla disseminação que este conceito apresenta em nossa comunidade radiológica.

Empecilho semelhante nos levou a escolher as fotos do caso, não porque representavam os melhores sinais de cada tipo de acometimento, e sim, porque demonstravam maior quantidade de achados, justificado por uma tentativa de pro-porcionar entendimento global do caso em sua riqueza de detalhes. Assim sendo, a demonstração do acometimento do seio cavernoso pode ter deixado a desejar, uma vez que não demonstrou todos os sinais descritos pelo colega.

O comprometimento orbitário fica inquestionável com a demonstração do abscesso subperiosteal (Figuras 3 e 4) e al-teração de sinal envolvendo o músculo reto-medial (Figura 4). Consideramos desnecessária a citação destes achados em virtude da magnitude deles, associada novamente à necessi-dade de economia de caracteres.

Posto tudo isso, gostaríamos de agradecer a imensa cola-boração do colega que abrilhantou significativamente a dis-cussão e nos permitiu esclarecer pontos que porventura te-nham ficado obscuros por outrem.

Referências

Documentos relacionados

As recentes modificações promovidas pela Capes no seu sis- tema de avaliação dos Programas de Pós-graduação vieram trazer para o cenário nacional o que já é realidade no

Como citado pelos autores, a diferenciação entre encondroma e condrossarcoma, bem como a identificação de áreas sugestivas de degeneração maligna, representam um grande desafio

TCAR nos terços inferior ( A ), médio ( B ) e superior ( C ) mostra discreta distorção da arquitetura pulmonar, com re- ticulado e sinais de fibrose (faveolamento)

Os autores concluem que a auditoria interna completa do serviço de mamografia retrata a qualidade do serviço, e com isso contribui para a detecção precoce e diminuição da

A radiografia de tórax é recomendada para pesquisa de TB em populações de risco como trabalhadores da área de saúde, prisioneiros, indivíduos que vivem em asilos, abrigos ou

Os pseudotumores podem ser encontrados em quadril com prótese funcionante e no quadril doloroso, por isso a avaliação clínica associada ao diagnóstico correto é crucial, tanto para

Desta maneira, este artigo é bastante interessante e atual, pois, além da descrição dos achados de uma ótima amostra de pacientes com uma doença bastante rara, utilizando

Plastic reconstruction of fetal anatomy using three-dimensional ultrasound and magnetic resonance imaging scan data in a giant cervical teratoma.. Menezes GA, Araujo Júnior E, Lopes