R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 4 ( 4 ) : 2 5 7 , o u t - d e z , 1 9 9 1
CAR T A AO E DI TOR
“EVOLUÇÃO DA CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA HUM ANA NO SERTÃO DO
ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL, NO PERÍODO DE 4,5 ANOS”
Senhor Editor:
Tom o a liberdade de fazer um pequeno comentário a respeito do trabalho “Evolução da cardiopatia chagásica crônica humana no sertão do Estado da Paraíba, Brasil, no período de 4,5 anos” , publicado no n° 3 do volume 23, 1990, dessa Revista. Refere-se ao fato da taquicardia sinusal ter sido considerada como evidência de “evolução progressiva” da doença, conforme consta da Tabela 4, o que está a merecer reparo, uma vez que a mesma não confere o diagnóstico de anormalidade a um eletrocardiograma. Poderão os autores dizer que, conforme consta do texto, a interpretação dos traçados obedeceu aos critérios diagnósticos formulados pela New York Heart Association, o que, manda o bom senso, não invalida minha observação.
Também, cabe discutir se o não encontro de extra-sístole no eletrocardiograma de um paciente que no anterior a apresentava (Tabela 6) significa “normalização" do traçado, como consideram os autores, ou apenas falta de oportunidade de registro da mesma, o que é bem mais provável, dada sua natureza instável.
Aproveito o ensejo para lembrar a todo o laborioso grupo de investigadores brasileiros sobre a existência de uma “Nomenclatura y Critérios de Diagnóstico Electrocardiográfico” para cardiopatia chagásica crônica, elaborado pelo “ Programa de Salud Humana” (Argentina), infelizm ente, não suficientemente difundido entre nós. Também, que, em breve, publicação com idêntico propósito virá a lume, sob auspícios da Organização Mundial da Saúde.
Atenciosamente,
Anis Rassi
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO. Recebido para publicação em 15/10/91.