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POLÍTICA DE DEFESA DA ARGENTINA:

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Academic year: 2021

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LEONARDO NATAN GÓMEZ

POLÍTICA DE DEFESA DA ARGENTINA:

As "Novas Ameaças" e o Decreto Presidencial 683/2018

Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.

Orientador: Professor Dr. Leonardo Augusto dos Santos Oliveira.

Rio de Janeiro 2019

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C2019ESG

Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitida a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG

______________________________ LEONARDO NATAN GÓMEZ

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Elaborada pelo bibliotecário Antonio Rocha Freire Milhomens – CRB-7/5917 N272p Gómez, Leonardo Natan

Política de defesa da Argentina: as “novas ameaças” e o decreto presidencial 683/18 / Leonardo Natan Gómez. - Rio de Janeiro: ESG, 2019.

34 f.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo Augusto dos Santos Oliveira

Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2019.

1. Argentina. Leis, decretos, etc. Código civil. 2. Argentina – Forças armadas. 3. Argentina – Forças armadas – Atividades políticas. 4. Segurança Nacional. 5. Defesa. I. Título.

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À minha querida família, pela compreensão e permanente apoio.

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AGRADECIMENTO

A Deus, pelo dom da vida e pelas pessoas que dispôs em meu caminho. Aos meus professores, pelo conhecimento transmitido desde a minha tenra idade até o presente.

Ao meu orientador, Professor Leonardo Augusto dos Santos Oliveira, pela confiança, iniciativa, disponibilidade e apoio incondicional.

Ao Comando, Corpo Permanente e demais oficiais e servidores da ESG, pelo ambiente respeitoso, cortês e da verdadeira camaradagem com que nos brindaram ao longo do ano.

Aos estagiários da Turma “ESG 70 anos: Pátria Amada Brasil”, pela amizade fraterna e experiências compartilhadas.

Ao Brasil, esse maravilhoso país que me acolheu, junto com minha familia, tão fraternalmente.

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RESUMO

Esta monografia procura analisar a situação das Forças Armadas (FFAA) da República Argentina, frente ao século XXI e os desenvolvimentos no contexto global, regional e local, produzidos principalmente a partir do final do século XX até o presente, tendo implicações profundas referentes ao atual plexo jurídico referente ao tema, orçamento da área de defesa, suas funções primárias e subsidiárias, bem como o escopo de aplicação e a dicotomia permanente (não só na Argentina) gerada entre os conceitos de Segurança e Defesa.

Palavras-chave: Argentina - Leis, decretos, etc. Código civil. Argentina – Forças armadas. Argentina – Forças armadas – Atividades políticas. Segurança Nacional. Defesa.

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ABSTRACT

This monograph seeks to analyze the situation of the Armed Forces (AF) of the Argentine Republic, facing the 21st century and developments in the global, regional and local context, produced mainly from the end of the twentieth century up to the Present, having profound implications referring to the current legal plexus concerning the topic, defense area budget, its primary and subsidiary functions, as well as the scope of application and the permanent dichotomy (not only in Argentina) that is generated between the concepts of Security and Defense.

Keywords: Argentina - Laws, Decrees, etc. Civil Code. Argentina - Armed Forces. Argentina - Armed Forces - Political Activities. National Security. Defense.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO……… 8

2 QUADRO GLOBAL E LOCAL……… 10

3 OS CONCEITOS DE SEGURANÇA E DEFESA………. 11

4 AS “NOVAS AMEAÇAS”………. 14

5 ESTRUTURA JURÍDICA DA REPÚBLICA ARGENTINA……….. 16

6 ORÇAMENTO DE DEFESA………. 26

7 CONCLUSÕES……….. 30

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1. INTRODUÇÃO

Desde o retorno à democracia na Argentina em 1983, a política de defesa em nível nacional e o emprego das Forças Armadas passaram por diferentes conjunturas, influenciadas vertiginosamente por fatores relacionados a essa transição no governo e uma situação global e regional mudando vertiginosamente e cheia de incertezas.

Um recente decreto presidencial (Decreto 683/2018) modificou os limites de ação das forças armadas na Argentina, fornecendo-lhes novas tarefas, especialmente quando enfrentam as “novas ameaças”. Portanto, esta monografia tem como objetivo principal responder ao seguinte questionamento: Qual o impacto do decreto presidencial nº 683/18 nos processos operacionais e na estrutura das Forças Armadas com as novas missões e perante as chamadas “novas ameaças” e a possibilidade de agir em segurança interna?

Como objetivos intermediários, pretende-se: a) examinar o contexto global, regional e nacional argentino dos últimos 30 anos que influenciaram as questões relacionadas às Forças Armadas; b) analisar os conceitos de segurança e defesa, comparando com a situação em outros países e organizações de interesse; c)

analisar os conceitos referidos às “novas ameaças”; d) analisar o quadro legal atual da República Argentina em matéria de defesa e segurança, incluindo um estudo dos efeitos orçamentais na área em questão; e) e, nas seções finais, seguir-se-ão as análises e conclusões, avaliando as implicações do uso das Forças Armadas e seu escopo em relação à Segurança Interna.

O nível desta pesquisa corresponde ao estratégico, relacionado às decisões correspondentes ao mais alto nível, ocasionalmente entrando no nível operacional. Os aspectos táticos e de implementação no nível mais baixo surgirão mais tarde com a lógica de um processo "Top-Down".

Em um sentido cronológico, o estudo incluirá apenas aspectos do período que vai do final da década de 1980 até o ano 2019, considerando que é o período em que mais mudanças experimentaram as Forças Armadas, em um contexto global do fim da Guerra Fria.

Este trabalho, através da análise teórica dos aspectos jurídicos vigentes na República Argentina e a análise e comparação daqueles correspondentes a países da região com problemas no mesmo campo, possibilitará a ampliação do espectro

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de emprego das Forças Armadas argentinas por meio de decisões políticas de nível estratégico, sem prejudicar sua função principal e deixando de lado questões subjetivas e ideológicas em sua implementação.

No nível nacional, há experiência e antecedentes nas Forças Armadas em relação ao uso do instrumento militar em tarefas relacionadas à Segurança Interna, como a participação em Operações de Manutenção da Paz no âmbito dos mandatos das Nações Unidas, como exemplo especial a missão da MINUSTAH na República do Haiti, os antecedentes do controle de fronteiras nas Operações de Fronteira e Escudo Norte, ou o controle de atos eleitorais com a conformação do Comando Nacional Eleitoral. No entanto, em todas estas tarefas existem dificuldades e restrições na execução das áreas cinzentas apresentadas pelo actual enquadramento legal. Esse marco legal será analisado, desde a lei de defesa promulgada em 1988 até o atual decreto 683/18, passando pelo Livro Branco de Defesa e pela Lei de Segurança Interna, entre outros.

Para alcançar o objetivo final do trabalho proposto, quanto aos fins, esta

monografia terá características exploratórias / descritivas.

Quanto aos meios de investigação, classifica-se como bibliográfica e documental, pois se recorrerá a livros, leis, decretos, resoluções, artigos e monografias já publicados e disponíveis ao público em geral, onde a relação Defesa-Segurança Interna é estabelecida, incluindo um breve análise do que está acontecendo no Brasil e em outros países da região.

Tudo relacionado ao presente trabalho, tem uma relação profunda no que diz respeito ao desenvolvimento de instituições militares (como parte dos Fundamentos do Poder Nacional) em face da complexidade da realidade atual contribuindo, em última análise, para o Desenvolvimento Nacional.

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2. QUADRO GLOBAL E LOCAL.

Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, acreditava-se que as guerras haviam chegado ao fim e que uma nova etapa da paz encheria o mundo. Os postulados de Kant de uma "paz perpétua" (KANT, 1917) finalmente pareciam ser alcançáveis. Este estado de coisas (como sabemos ... utópico) foi descrito por Francis Fukuyama em seu trabalho "O fim da história" (FUKUYAMA, 1989), recentemente terminada a chamada "Guerra Fria", que previu o triunfo do liberalismo político e econômico globalmente.

Hoje sabemos que essas previsões não foram cumpridas. O confronto Oriente-Ocidente, mais ou menos identificável em nível global, havia desaparecido e surgiram novos fatores que complicaram ainda mais a situação. O equilíbrio de poder mudou para se tornar "unipolar", conflitos armados permaneceram em vigor com uma natureza diferente, surgiram antigos nacionalismos, riscos estratégicos foram modificados e novos atores não estatais adquiriram grande importancia. Um exemplo claro disso, que gerou um ponto de virada mundial, foram os ataques de 11 de setembro de 2001.

É assim que surgem as chamadas "Novas Ameaças"1, com características "Transnacionais"2

Efetivamente, o mundo está em um processo de incerteza marcada e grandes mudanças (ROSENAU, 2018), o desenvolvimento de reformas na China e seu posicionamento na comunidade internacional, o aumento da liderança da Rússia, a crise da União Européia e o "Brexit", a mudança de signo político em alguns países da América Latina e o relacionado com a última eleição presidencial nos Estados Unidos da América, entre outros.

Na Argentina, como mencionado na introdução, em 1983 a democracia foi devolvida e esta transição foi marcada principalmente por dois fatos principais: Primeiro, pelo período anterior de lutas intestinas entre forças do Estado e organizações guerrilheiras de esquerda desde 1976, durante os governos militares.; segundo, devido ao conflito armado com o Reino Unido da Grã-Bretanha durante o ano de 1982, com o objetivo de recuperar a posse das ilhas Malvinas, Georgias e

1

Na realidade, eles não são "novas" por causa de sua existência, mas por causa de sua maneira de se manifestarem e da importância que adquirem.

2

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Sandwich do Sul, onde a Argentina perdeu a luta, mantendo a reclamação até hoje. Tudo isso influenciou a subsequente Política de Defesa no retorno à democracia.

Na Argentina, é geralmente incorporado na consciência coletiva da população, a quase exclusiva associação da Defesa Nacional às forças armadas. Mas isso é realmente uma questão de Estado, em atitudes, medidas e ações, que abrange todas as "expressões do Poder Nacional" (político, econômico, psicossocial, militar e científico-tecnológico), com preponderância militar.

A Política de Defesa dos Governos, e os critérios que ordenam o desenho de seus instrumentos militares, são suscetíveis de serem abordados a partir de diversas abordagens conceituais. Na Argentina sempre existiu, logicamente, uma Política de Defesa, mas adquiriu particular relevância e implicações nos últimos 30 anos. Duas questões foram principalmente relevantes para se trabalhar: o controle civil das Forças Armadas e a condução da dimensão estratégica da defesa. Da confluência de ambas resulta o "governo político da defesa", entendido como a liderança política efetiva da totalidade das questões que fazem a Defesa Nacional.. (ANZELINI-POCZYNOK, 2014)

Em relação ao controle civil, hoje em dia não há dúvidas sobre a subordinação militar ao poder político e é assim que deve ser, a decisão da guerra é uma questão política e não do militar. Como Karl Von Clausewitz disse: “A guerra não é simplesmente um ato político, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação das relações políticas, uma gestão deles com outros meios” (CLAUSEWITZ, 1984). Em relação à dimensão estratégica da defesa, é nesse ponto que ainda existe uma dívida pendente, além dos avanços e decisões dos últimos tempos.

3. OS CONCEITOS DE SEGURANÇA E DEFESA.

O cenário estratégico regional é diverso na concepção e interpretação destes dois termos. Cada Estado os considera de acordo com sua visão estratégica e sujeito às mais altas decisões nacionais.

Nos países que separam exaustivamente os dois conceitos, a segurança é identificada com o escopo interno ou dentro das fronteiras, e a defesa com escopo externo (KILROY, 2007). Como uma construção intelectual-doutrinal, é útil diferenciá-los e é uma questão lógica, mas nesta realidade com áreas cinzentas,

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pode levar ao fracasso ao confrontar os grupos que se movem naquela fronteira guerra - paz, à qual não estamos acostumados.

A Argentina adotou essa diferenciação, estabelecendo em sua legislação os conceitos de Segurança Interna (esfera interna) e Defesa (esfera externa), estando as responsabilidades bem definidas, como veremos no desenvolvimento da legislação vigente. As FFAA estão impedidas de agir operacionalmente em matéria de Segurança Interna, existindo casos de "exceção".

Em outros países, a segurança é vista como uma necessidade, uma aspiração e um direito inalienável do ser humano. É a sensação de garantia que a sociedade e os indivíduos têm contra ameaças de qualquer natureza (WHITTAKER, SMITH & MCKUNE, 2008). Neste caso é algo abstrato, subjetivo e que não pode ser medido 3. A Defesa são ações concretas em busca da preservação da soberania e interesses nacionais. Este é o caso do Brasil, onde os níveis de segurança também são estabelecidos (individual, comunitária, nacional e coletiva). Sua Constituição Nacional estabelece no artigo 142, como uma das funções de suas FFAA, a "garantia da lei e ordem" (operações da GLO).

Os Estados Unidos da América em seus documentos NSS (National Security Strategy, equivalente ao Livro Branco da Defesa nos países da nossa região) administra um conceito em que a Defesa é parte integrante de uma Segurança Nacional que engloba tudo relacionado a garantir seus interesses e atingir metas e objetivos. Estabelece as forças que aplicam a lei, que não inclui as FFAA.

De acordo com o mencionado sobre as forças que aplicam a lei, diz Verbitsky 4

:

A mesma separação se aplica nos Estados Unidos. Foi criado em 1878, após a guerra civil, por lei Posse Comitatus5, que, por sua vez, reproduz uma lei inglesa de 1411 e proíbe o uso do Exército como força de segurança, exceto em casos especiais autorizados pela Constituição ou pelo Congresso.”

3 Palestras sobre “Fundamentos do Poder nacional” – ESG – Brasil (2019). 4

Posse Comitatus - Horacio Verbitsky (13 feb. 2011)

https://www.pagina12.com.ar/diario/elpais/subnotas/1-51956-2011-02-13.html 5

Posse Comitatus (do latim "força docondado") refere-se ao poder da lei de um xerife do condado

de convocar uma "posse" - consistindo de qualquer pessoa capaz acima dos quinze anos de idade para ajudá-lo a manter a paz, perseguindo e prendendo criminosos e suprimindo tumultos - Embora a lei britânica considera pessoal militar qualificado para ajudar a aplicação da lei, a tradição americana tem sido limitar o papel que os militares poderiam desempenhar no cenário doméstico.

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Por outro lado, há um amplo uso das forças "fronteiras adentro". Esse aparente dilema é explicado pelo fato de que eles regulamentaram uma ampla variedade de exceções ao princípio fundamental. É uma maneira de trabalhar a zona cinzenta.

A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) é outro caso em que militares participam no exterior em missões / ações para as quais são impedidos de executar no seu próprio país. Além disso, esse órgão desenvolveu um corpo doutrinário profuso em apoio a essas operações. Na ONU, um conceito muito mais amplo é tratado onde a Defesa é parte integrante da chamada "Segurança da Nação", que engloba tudo relacionado à garantia de seus interesses para alcançar as metas e objetivos do país. Segurança é do estado e não diferencia entre "interior" ou "exterior".

No conceito de Segurança das Nações Unidas (ONU), é evidente a amplitude do mesmo:

Em princípio, a segurança é uma condição na qual os Estados se consideram protegidos contra o perigo de um ataque militar, dificuldades econômicas, pressão política ou injustiça social, obtendo assim liberdade de ação para continuar seu próprio desenvolvimento e progresso. (UNITED NATIONS ORGANIZATION, 1985, p. 11. Tradução do autor).

Nos anos 90, o conceito foi ampliado para considerar o indivíduo, essa nova abordagem é chamada de "Segurança Humana". Especificamente, a UNESCO tomou a iniciativa do documento do Secretário-Geral das Nações Unidas "Uma Agenda para a Paz", que se concentrou na diplomacia preventiva, o “peacemaking” e “peacekeeping”.

O Conselho de Segurança da ONU também impulsionou essa nova abordagem diante de repetidas violações maciças de direitos humanos em lugares como a ex-Iugoslávia e Ruanda. Este é o chamado "Intervencionismo Humanitário".

O conceito de Segurança Humana foi determinado pela primeira vez em 1994 no Relatório de Desenvolvimento Humano da UNESCO.

Finalmente, podemos afirmar que os conceitos de Defesa e Segurança têm sido amplamente analisados pelo mundo acadêmico, ciências sociais e organizações políticas. Segurança é a que tem mostrado maior diversificação de conceitos e provavelmente a que gerou mais controvérsias. Apesar destas diferenças entre as concepções estratégicas das Nações da região, devemos

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procurar todos os mecanismos possíveis para continuar fortalecendo e aumentando a cooperação existente.

4. AS “NOVAS AMEAÇAS”.

Conforme mencionado no parágrafo introdutório, os novos atores não estatais, comumente referidos como "Novas Ameaças", tornam-se muito importantes na agenda internacional. Esta denominação pode produzir erros conceituais, uma vez que, exceto aqueles relacionados a crimes de computador, a maioria não são “novos". O que é novo é a sua posição e hierarquia concedida pela comunidade internacional em matéria de segurança e suas formas de manifestação, em sintonia com os tempos modernos, em um processo de globalização e avanços tecnológicos desde o final do século pasado (BARTOLOMÉ, 2006). A área cinzenta em que eles são tratados e a grande diversidade de manifestações levam à existência de diferentes critérios para enumerá-los, dependendo dos autores.

Uma classificação pode ser a que inclui sete fenômenos: fluxos migratórios maciços; terrorismo; crime organizado; a proliferação de Armas de Destruição em Massa (ADM); deterioração ambiental, guerra computacional; finalmente, a proliferação de armas pequenas / leves (BARTOLOMÉ, 2006). Como parte desta classificação geral, outras ameaças podem ser incluídas, como tráfico de drogas, pirataria, etc., dentro do crime organizado.

Outros autores os discriminam individualmente (KHERBI, 2007; KRAHMANN, 2005; DE VERGARA, 2016):  lavagem de dinheiro,  imigração ilegal,  terrorismo e narcoterrorismo,  crime internacional,  tráfico de drogas,

 tráfico ilícito de armas,

 migrações descontroladas de refugiados,

 danos ambientais,

 ciberterrorismo,

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 pirataria,

 corrupção,

 tráfico de imigrantes,

 tráfico de seres humanos,

 falsificações

 fraude com cartões de crédito e outros fraudes financeiros,

roubo de propriedade intelectual.

Apesar da heterogeneidade na consideração, há aspectos comuns necessários para destacar:

Uma, como concordamos anteriormente, é a característica de não ser "novas" em sua grande maioria, adotando como denominação a de "Ameaças Transnacionais".

Outra é que eles não podem ser hierárquicos em relação à sua importância, perigo ou probabilidade de ocorrência. Pelo contrário, a avaliação de uma ameaça depende da situação particular de cada Estado e da situação que atravessa.

Um terceiro aspecto é que, no contexto da implantação espacial da maioria das ameaças transnacionais, o mesmo padrão registrado em outros fenômenos que "cortam" as fronteiras estaduais e envolvem atores não-estatais é repetido: a crescente importância das cidades. Terroristas e criminosos encontram nas cidades fontes de financiamento, apoio logístico, infra-estrutura de transporte e comunicações e - algo não menos importante - anonimato. Migrações massivas também as têm como destino.

Um quarto esclarecimento a ser feito é que as ameaças transnacionais não são desconectadas umas das outras. Pelo contrário, eles freqüentemente ocorrem simultaneamente, como a deterioração ambiental que promove migrações massivas, ou em uma situação em que duas ou mais ameaças são combinadas (é o que poderia acontecer entre o terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa).

Finalmente, o quinto esclarecimento parece uma contradição, pois postula que as ameaças transnacionais acarretam alguma valorização do Estado. Embora a transversalidade desses fenômenos confirme as limitações do Estado para

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enfrentá-los, indicando que a cooperação multilateral é a única opção viável na matéria, o fato é que aqueles afetados por essas ameaças recorram prima facie ao Estado em busca de proteção (BARTOLOMÉ, 2006), que se torna o principal responsável para neutralizá-los com os elementos constituintes do seu Poder Nacional.

5. ESTRUTURA JURÍDICA DA REPÚBLICA ARGENTINA.

As diretrizes da Política de Defesa da República Argentina estão expressas em um conjunto de regras, sendo as principais detalhadas abaixo:

• Lei Nº 23.554 da Defesa Nacional (1988); • Lei N° 24.059 da Segurança Interna (1992);

• Lei da Reestruturação das Forças Armadas Nº 24.948 (1998); • Decreto Nº 727/2006 “Regulatório da Lei de Defesa Nacional”;

 Decreto Nº 1691/2006 “Diretiva sobre Organização e Funcionamento das Forças

Armadas”;

 Decreto N° 1714/2009 “Directiva Política de Defesa Nacional”  Decreto N° 1729/2007 “Ciclo de Planejamento da Defesa Nacional”;  Decreto 683/2018 (modifica o decreto 727/2006);

 Directiva Política de Defesa Nacional (DPDN 2018).

Esta legislação estabelece uma série de diretrizes para a Política de Defesa e o desenho específico de seu Instrumento Militar (IM).

Em primeiro lugar, a Lei nº 23.554 da Defesa Nacional define a Defesa Nacional como:

[…]a integração e ação coordenada de todas as forças da nação para a solução dos conflitos que requerem o uso das Forças Armadas, de maneira dissuasora ou efetiva, para enfrentar as agressões de origem externa. (ARGENTINA, 1988. Tradução do autor).

A mesma lei, em seu artigo 4 estabelece:

Para elucidar as questões relativas à defesa nacional, a diferença fundamental que separa a defesa nacional da segurança interna deve ser mantida em mente. A segurança interna será regida por uma lei especial (ARGENTINA, 1988. Tradução do autor).

É aqui que os conceitos de "Segurança Interna" e "Defesa Nacional" que caracterizam a Política de Defesa da Argentina estão separados.

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O decreto regulamentar da Lei da Defesa Nacional (Nº 727/2006, emitido 18 anos após a promulgação da referida Lei) precisava do seguinte:

As Forças Armadas, instrumento militar de defesa nacional, serão utilizadas contra agressões externas perpetradas por forças armadas pertencentes a outro Estado […] […] deve ser entendido como agressão de origem externa, o uso de força armada por um Estado contra a soberania, integridade territorial ou independência política de nosso país, ou de qualquer outro modo que seja incompatível com a Carta das Nações Unidas (ARGENTINA, 2006. Tradução do autor).

Aqui, o decreto amplia o conceito de "agressões de origem externo" estabelecido pela Lei de Defesa, para "agressões de origem externo perpetradas pelas Forças Armadas de outros Estados", que deram origem ao conceito de "Ameaça Externa Militar Estatal" (AEME).

É interessante acrescentar a esta questão, as expressões mencionadas repetidamente sobre a "ausência de Hipótese de Conflito da Argentina"6. Se acrescentarmos a isso o conceito de AEME, pareceria que as Forças Armadas não teriam mais razão para justificar sua existência. Pode realmente ser dito que o que não existe são "Hipóteses de Guerra". Em si, qualquer país tem hipóteses de conflito e a Argentina não é a exceção, é mais: tinha conflitos e ainda tem. Lembre-se do caso dos "pasteras" com o Uruguai, problemas com a Bolívia para atendimento médico para estrangeiros, além de questões de limites produzidos pela mudança de um canal fluvial. O mais óbvio: a questão "Malvinas". Os conflitos não são necessariamente militares, podem ser conflitos econômicos, sociais, políticos, etc., sem resolução pela força.

De fato, o acima mencionado está relacionado com o que é claramente expresso no decreto Nº 1714/2009, "Diretiva da Política de Defesa Nacional", em que o método de planejamento estratégico tradicional de hipóteses de conflito é substituído:

[…]Em substituição ao modelo baseado em hipóteses de conflito, o Planejamento Estratégico Militar e o desenho correspondente de forças do Instrumento Militar, serão desenvolvidos de acordo com o critério de "capacidades" como fator de planejamento (ARGENTINA, 2009. Tradução do autor).

Se o termo "Hipótese do Conflito" não for analisado e apresentado adequadamente, pode gerar na opinião pública uma ideia errada.

6

https://www.rionegro.com.ar/argentina-no-tiene-hipotesis-de-conflicto-FVRN_402034/ . https://www.politicargentina.com/notas/201703/20089-la-argentina-no-tiene-una-politica-de-defensa-que-tenga-hipotesis-de-conflicto.html

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O Decreto 727/2006 também afirma nos seus considerandos que:

[…]o sistema de defesa deve ser orientado estruturalmente e organisacionalmente para a conjuração de situações de agressão externa perpetradas pelas forças armadas de outro Estado, num todo, de acordo com as disposições da Resolução3314 (1974) DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), deixando fora da órbita da mesma, seja em seus aspectos doutrinários, planejamento e treinamento, bem como produção de inteligência, qualquer questão que faça e / ou se refira à segurança interna. É por isso que devem ser enfaticamente rejeitadas todas as concepções que buscam ampliar e / ou expandir o uso do instrumento militar para funções totalmente alheias à defesa, geralmente conhecidas como novas

ameaças, responsabilidade de outras agências do Estado organizadas e

preparadas para este fim; já que a intervenção regular em tais atividades significaria colocar em crise severa e inexorável a doutrina, a organização e o funcionamento de uma ferramenta funcionalmente preparada para assumir responsabilidades que não aquelas tipicamente policiais (ARGENTINA, 2006a. Tradução do autor).

Embora os conceitos de "Segurança Interna" e "Defesa Nacional" definam corretamente as responsabilidades das Forças Armadas (externas) e das Forças Policiais e de Segurança (internas), essa rigidez no conceito das chamadas "novas ameaças" pode levar a confusões e desentendimentos, atribuindo-os exclusivamente à esfera da Segurança Interna. O que aconteceria em um caso de pirataria em uma embarcação de bandeira nacional, em um oceano longe de nossa posição geográfica? Quem iria agir? Nesta situação, poderíamos dizer que as Forças Armadas seriam as únicas com tal capacidade de projetar seus meios.

Outro aspecto importante declarado no Decreto 727/2006, em seu art. 19, é que o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCOFFAA)

[…]terá controle funcional sobre as Forças Armadas, com autoridade para emitir ordens, podendo dispor de meios para o cumprimento das missões confiadas no marco do planejamento militar estratégico. Para tanto, manterá uma relação funcional com os Chefes do Estado Maior das Forças Armadas, que assessorará no planejamento militar conjunto. (ARGENTINA, 2006a. Tradução do autor).

A lei Nº 24.948 Lei sobre a Reestruturação das Forças Armadas (1998), que sancionou as "Bases políticas, organizacionais e funcionais, fundamentais para a reestruturação das Forças Armadas" (art. 1), considera o uso do Instrumento Militar Argentino nos seguintes cenários (ARGENTINA, 1998):

• Operações convencionais em defesa dos interesses vitais da Nação; • Operações no âmbito das Nações Unidas;

• Operações de suporte à segurança interna, enquadradas pela Lei nº 24.059; • Operações de apoio à comunidade nacional ou de países amigos.

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O decreto Nº 1691/2006, Diretiva sobre a Organização e Funcionamento das Forças Armadas, especifica que:

[…]A principal missão das Forças Armadas, Instrumento Militar de Defesa Nacional, é conjurar e repelir qualquer agressão militar externa por parte do Estado, a fim de garantir e salvaguardar permanentemente os interesses vitais da Nação (ARGENTINA, 2006b. Tradução do autor).

Mais tarde, acrescenta que devem ser considerados como missões complementares do instrumento militar:

• Participação das Forças Armadas no âmbito das operações multilaterais das Nações Unidas;

• Participação das Forças Armadas em operações de segurança interna previstas pela Lei de Segurança Interna Nº 24.059;

• Participação das Forças Armadas em operações de apoio à comunidade nacional ou países amigos;

• Participação das Forças Armadas na construção de um sistema de defesa sub-regional.

Este documento indicava que o Instrumento Militar deveria ter como características fundamentais […]natureza e disposição estratégica essencial e integralmente defensiva, dupla dimensão autónoma-cooperativa e consolidação máxima das capacidades operacionais para ação militar integrada do Instrumento Militar […] (ARGENTINA, 2006b. Tradução do autor)

Notar-se-á que não apenas o instrumento em questão deveria ter uma disposição defensiva estratégica, mas seria de natureza defensiva essencial e integral, ou seja, que seus meios materiais, não só para a sua implantação, mas pela sua natureza, adotariam os critérios de defesa defensiva ou defesa não provocativa.

A este respeito, a Argentina insistiu na alegada necessidade de suprimir ou reduzir drasticamente os meios militares considerados ofensivos (UGARTE, 2012).

Tal afirmação considera uma "atitude defensiva" (manutenção do Status Quo) como sinônimo de "ação defensiva". Para esclarecer a diferença entre esses dois conceitos, dizemos que se pode manter uma atitude defensiva em sua concepção estratégica, sem deixar de lado a possibilidade de ter que executar ações "ofensivas". Como exemplo e em um nível muito mais tático, isso é evidente para a

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tropa de infantaria que realiza uma defesa no campo do combate (atitude defensiva) e fornece contra-ataques (ações ofensivas) para, em face de um ataque do adversário, restaurar a situação prevalecente da defesa. Se suprimirmos esses meios militares, no nível estratégico, não devemos ter submarinos, que é claramente uma arma ofensiva; ou em um nível tático as tropas não devem ter atiradores (sniper). Isto levou a questionar a aquisição de muitos meios essenciais para as Forças Armadas.

A lei da Segurança Interna Nº 24.059, no artigo 27 estabelece que o Ministério da Defesa terá, a pedido do Comitê de Crise, que:

[…]As Forças Armadas apoiam as operações de segurança interna afetando [...] seus serviços de estoques, intendente, saúde, veterinária, construção e transporte, bem como elementos de engenharia e comunicação, para o qual será permanentemente contado com um representante do Estado-Maior Conjunto no Centro de Planejamento e Controle da Subsecretaria de Segurança Interna (ARGENTINA, 1991. Tradução do autor).

Isto significou declarar expressamente os "serviços das Forças Armadas" que podem ser usados em apoio às operações de segurança interna, excluindo as unidades de combate das três forças.

Os artigos 28, 29 e 30 referem-se a possíveis ataques a unidades militares em tempos de paz. Eles estabelecem que um ataque a uma jurisdição militar é uma questão de segurança interna, esclarecendo que é obrigação primordial das Forças Armadas preservar tal jurisdição e "restabelecer a ordem dentro da jurisdição acima mencionada", de acordo com a legislação vigente.

Veja neste caso, que embora seja estabelecido que são "questões de segurança interna", posteriormente atribui às Forças Armadas a obrigação de "restabelecer a ordem dentro da jurisdição". Essa ação geralmente é executada por meio das operações de Recuperação de Instalações e Resgate de Reféns.

O Título VI refere-se especificamente ao uso subsidiário de elementos de combate das Forças Armadas em operações de segurança interna.

O artigo 31 estabelece que, sem prejuízo do disposto no art. 27:

[…]as Forças Armadas serão empregadas no restabelecimento da segurança interna no território nacional, naqueles casos excepcionais em que o sistema de segurança interna descrito nesta lei é insuficiente na opinião do Presidente da Nação para o cumprimento dos objetivos estabelecidos no artigo 2 (ARGENTINA, 1991. Tradução do autor).

(21)

Para o Presidente e o Congresso fazer uso dos poderes conferidos pela Constituição Nacional (art. 23, art. 75 inc. 29 y art. 99 inc. 16), o "Estado de Sítio"7 deve ser declarado antecipadamente (esta é a exceção explícita em que as Forças Armadas podem intervir operacionalmente na Segurança Interna).

No artigo 32, afirma que o uso das Forças Armadas no caso do mencionado no art. 31, estará em conformidade com as seguintes diretrizes:

 A liderança das Forças Armadas, de segurança e polícia nacional e provincial está a cargo do Presidente da Nação aconselhado pelos comitês de crise desta lei e da lei 23.554;

 Um comandante operacional das Forças Armadas será nomeado e todas as outras forças policiais e de segurança estarão subordinadas a ele exclusivamente dentro do escopo territorial definido para o dito comando;  No caso referido neste artigo de uma forma excepcional de emprego, que

será desenvolvido apenas em situações de extrema gravidade, não afetará a doutrina, organização, equipamento e treinamento das forças armadas, que manterão as características derivadas da aplicação da lei 23.554.

Decreto N° 1729/2007 "Ciclo de Planejamento da Defesa Nacional". Como mencionamos anteriormente, o desenho das forças será realizado de acordo com o método de planejamento por "Capacidades" em substituição ao modelo baseado em "Hipótese de Conflito". Este método é utilizado para o desenho do Instrumento Militar em um contexto de incerteza, resultando ser muito mais dinâmico, flexível e abrangente do que o anterior, mas impossível de cumprir se as alocações orçamentárias planejadas não forem atendidas, pois implica um grande investimento em meios.

Desse modo, estabelece que o planejamento começa com o ditado da Diretiva de Política de Defesa Nacional (DPDN) e conclui com a elaboração, também pelo Nível Estratégico Nacional, do Plano de Capacidades Militares (PLANCAMIL) que determinará o modelo de evolução do Instrumento Militar, possível e necessário, para o médio prazo (ARGENTINA, 2007).

7 Circunstância excepcional em que os habitantes são limitados pelo Estado, para o pleno exercício de seus direitos. https://derecho.laguia2000.com/derecho-politico/estado-de-sitio

(22)

Deve-se notar que o PLANCAMIL, no qual o instrumento militar possível e necessário está cristalizado, está atualmente sob revisão.

Decreto Nº 683/2018. Através deste recente Decreto, as emendas e aditamentos são feitos ao Decreto nº 727/2006, através do qual a Lei nº 23.554 sobre Defesa Nacional foi regulamentada.

Quanto às modificações, a motivação do novo decreto estabelece principalmente que surgiria a necessidade de alterar a regulamentação existente (727/2006) da Lei de Defesa:

[…] a partir do momento em que se observa que devido a um excesso de regulamentação no momento de determinar os detalhes necessários para a aplicação da legislação existente, não é apropriado restringir as potencialidades para a Defesa Nacional (ARGENTINA, 2018. Tradução do autor).

Se analisarmos o primeiro artigo reformado - artigo 1º do Decreto Nº 727/2006 - vemos que em sua versão original foi estabelecido que […] as Forças Armadas, instrumento militar de defesa nacional, serão utilizadas contra agressões externas perpetradas por forças armadas pertencentes a outro Estado. (ARGENTINA, 2006a. Tradução do autor)

No artigo supracitado, agora emendado pelo Decreto nº 683/2018, o novo texto estabelece que:

As Forças Armadas, instrumento militar de defesa nacional, serão utilizadas de maneira dissuasora ou efetiva contra as agressões externas contra a soberania, integridade territorial ou independência política da República Argentina; a vida e a liberdade de seus habitantes, ou qualquer outra forma de agressão externa que seja incompatível com a Carta das Nações Unidas (ARGENTINA, 2018. Tradução do autor).

O cumprimento desta missão primária não afeta as disposições da Lei Nº 24.059 sobre Segurança Interna e da Lei Nº 24.948 sobre a Reestruturação das Forças Armadas, no que se refere aos cenários em que se prevê o uso do instrumento militar e as disposições que definem o escopo da referida intervenção em Operações de Apoio à Segurança Interna.

A partir da comparação entre os dois artigos, parece que a diferença fundamental entre um e outro é que a agressão de origem externa que determinará o uso das Forças Armadas, no texto revogado, para constituir um objeto de defesa nacional, eles devem ser perpetrados por forças armadas pertencentes a outro (s) Estado (s), enquanto no novo texto tal requisito não existe. É agora exigido em

(23)

relação a tais agressões de origem externa, que são contra a soberania, integridade territorial ou independência política da República Argentina; a vida e a liberdade de seus habitantes, ou qualquer outra forma de agressão externa que seja incompatível com a Carta das Nações Unidas (UGARTE, 2019).

O presente decreto modifica um Decreto anterior e retoma o espírito da Lei nº 23.554 da Defesa Nacional, sem que isso signifique, como afirma em seu texto, que permite às Forças Armadas intervir em questões de Segurança Interna, buscando "não restringir as potencialidades da Defesa Nacional ". O espectro de atuação das Forças Armadas é ampliado, adaptando-se à realidade global, o que implica na reestruturação assumir novas responsabilidades sem prejudicar a função principal

A Diretiva da Política de Defesa Nacional (DPDN -2018). Em 30 de julho de 2018, foi emitido o último DPDN, que orienta em seu parágrafo inicial que dito documento é o que estabelece as diretrizes centrais da política de Defesa Nacional da República Argentina.

Esta nova DPDN faz uma apreciação do cenário global e regional, caracterizado por uma crescente complexidade e incerteza, com a preeminência do poder militar dos ESTADOS UNIDOS e o contrapeso da CHINA e da FEDERAÇÃO RUSSA.

Os poderes regional e global modernizaram suas estratégias de defesa e suas forças armadas. Esta atualização mostra a crescente integração entre formas tradicionais e não tradicionais de agressão e influencia (BIENEN, 2017). Os últimos referem-se a ações não-militares destinadas a desestabilizar a população e os governos das nações opostas. Os beligerantes combinam instrumentos políticos, diplomáticos, informativos, ciberespaciais, militares e económicos (BROWN, 2018). A disseminação maciça de informações falsas (Fake News) e a substituição de tropas regulares por organizações irregulares ou empresas militares privadas configuram algumas das tendências da última década. As Forças Armadas do século XXI são constituídas como organizações flexíveis com forte componente tecnológico, em contraste com as organizações militares do século XX (BURMAOGLU; SARITAS, 2017). O terrorismo internacional constitui um dos principais problemas da

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agenda do século XXI. Esse fenômeno se torna mais complexo, pois converge com outros crimes e fenômenos criminosos complexos.

No nível regional, estabelece que, no século XXI, a América do Sul conseguiu consolidar-se como uma zona de paz, caracterizada pela ausência de conflitos interestaduais, pelo respeito aos direitos humanos e pela promoção do sistema democrático de governo, assim como o compromisso com a não proliferação e os usos pacíficos da energia nuclear (ABDENUR; MATTHEIS; SEABRA, 2016).

A AGÊNCIA BRASILEIRA-ARGENTINA PARA A CONTABILIDADE E CONTROLE DE MATERIAIS NUCLEARES (ABACC) desempenha um papel fundamental na promoção da confiança mútua e transparência

A DPDN-2018 considera o narcotráfico como um dos principais problemas de segurança transnacional (ARGENTINA, 2018b). Em relação ao terrorismo, nossa região não representaria um cenário de alta prioridade para a projeção e ação direta deste flagelo, sem esquecer o que aconteceu com os dois ataques que a Argentina sofreu: a embaixada do Estado de Israel e a Associação Mútua Israelita Argentina (AMIA) nos anos de 1992 e 199.

A Argentina não passa processos competitivos com outros Estados que resultam em probabilidade e / ou vontade de prejudicar por meio de ameaças militares diretas. Nosso país mantém uma estratégia cooperativa nas esferas de vizinhança, regional e global. De acordo com seu compromisso com a consolidação da América do Sul como zona de paz, a Argentina projeta uma posição estratégica defensiva e adere plenamente aos princípios de solução pacífica de controvérsias, não intervenção nos assuntos internos de outros Estados e respeito irrestrito às normas do direito internacional, tratados multilaterais e mecanismos de cooperação interestaduais (ABDENUR; MATTHEIS; SEABRA, 2016).

A falta de identificação de ameaças diretas convencionais não implica que a Argentina não tenha riscos e desafios para a Defesa Nacional.

Os seguintes riscos são estabelecidos:  Concorrência por recursos estratégicos.  Ataques externos aos objetivos estratégicos.  Uso do ciberespaço para fins militares.

(25)

 Impacto do crime transnacional. Os seguintes desafios são exibidos:

 Uso do espaço exterior para fins militares.  Enfraquecimento do multilateralismo.

 Atlântico Sul e as Ilhas Malvinas, Georgias e Sandwich do Sul.

Esta Diretiva também busca estabelecer os parâmetros que orientarão a reforma do Instrumento Militar da Nação no que diz respeito à sua organização, doutrina, treinamento, planejamento estratégico, implantação, administração e uso de recursos humanos e materiais.

Critérios relacionados à modernização, recuperação e aquisição de material são estabelecidos, tudo para garantir a plena adaptação do Sistema de Defesa Nacional aos desafios estratégicos emergentes dos cenários global, regional e nacional e às restrições existentes (ARGENTINA, 2018b). Essa adaptação implicará necessariamente um desembolso a ser contemplado em orçamentos futuros para lidar com mudanças estruturais. Como discutido acima, o Plano de Capacidades Militares (PLANCAMIL), que emergiu do modelo de “planejamento por capacidades”, está sendo revisado e não pôde ser implementado precisamente devido a questões orçamentárias.

Além disso, estabelece:

A principal missão do Sistema de Defesa Nacional é assegurar a defesa nacional contra agressões de origem externa contra a soberania, integridade territorial ou independência política de nosso país, ou de qualquer outro modo que seja incompatível com a Carta das Nações Unidas. Abrange também a proteção de cidadãos e bens nacionais argentinos em terceiros países, águas e espaços aéreos internacionais (ARGENTINA, 2018b. Tradução do autor).

Também especifica que o Instrumento Militar da Nação priorizará, em tempo de paz, o desenvolvimento dos seguintes tipos de operações:

 Vigilância e controle de espaços soberanos.  Proteção de Objetivos Estratégicos.

 Suporte para Política Externa.

 Suporte para o Sistema de Segurança Interna.  Suporte para a Comunidade.

(26)

Por fim, são estabelecidas diretrizes para a reforma do Sistema de Defesa Nacional, em termos de desdobramento, ação militar conjunta, doutrina militar, planejamento de recursos, equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, pessoal, inteligência e estrutura do Ministério da Defesa, Estado Maior Conjunto e cada uma das Forças Armadas.

6. ORÇAMENTO DE DEFESA.

As atribuições dadas às Forças Armadas em cada país têm uma grande influência no orçamento alocado a elas, de modo que, com o aumento das designações, também é necessário aumentar os recursos disponíveis. A literatura também aponta que, além das necessidades geradas por atribuições, os gastos com defesa também dependem de fatores políticos, estratégicos e económicos (KOLLIAS, PALEOLOGOU, TZEREMES, & TZEREMES, 2018).

Tudo o que se analisou anteriormente dificilmente pode ser realizado, se não for acompanhado de um orçamento em conformidade que permita realizar a política de defesa do país, com análise estratégica e planejamento a curto, médio e longo prazo. Neste sentido e conforme estabelecido pelo Banco Mundial, a Argentina é a que, principalmente desde 1990, menos investe na Defesa entre os países da região. É lógico entender que, no problema atual, as prioridades em nível nacional são outras, que afetam diretamente o desenvolvimento como nação e o bem-estar dos cidadãos. Isso não implica que no contrato que o Estado Nacional tem com seu povo em matéria de segurança e defesa, ele é posto de lado.

(27)

Figura 1 - Percentagem da despesa do PIB na Defesa. Fonte: Adaptado do Banco Mundial - https://datos.bancomundial.org/ 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 Argentina Brasil Chile Perú Uruguay Bolivia

% Gasto do PIB em DEFESA

(28)

De acordo com o que o Dr. Ugarte diz (UGARTE, 2018), Provavelmente, o aspecto mais característico da política de defesa na Argentina tem sido o esquema de distribuição do orçamento na defesa estabelecido entre 1993 e hoje: 80 a 86% em pessoal, 15 a 17% em operação, 3 a 5% em investimentos, para um orçamento de 1% do PIB. Essa característica impediu a renovação do material de guerra

% Gasto do PIB em DEFESA

Ano Argentina Brasil Chile Perú Uruguay Bolivia

1983 2,74 1,25 7,58 4,85 5,38 1,50 1984 2,16 1,20 7,61 3,36 4,58 2,17 1985 2,30 1,43 6,90 3,87 4,30 2,01 1986 2,31 1,22 6,29 3,35 4,12 2,35 1987 2,28 1,74 5,64 3,41 3,04 2,38 1988 2,12 2,12 4,14 2,19 3,16 2,02 1989 1,88 2,69 3,59 2,19 3,53 2,16 1990 1,45 2,36 3,40 2,68 3,53 2,82 1991 1,51 1,96 2,85 2,02 2,39 2,69 1992 1,42 1,52 2,63 2,51 2,85 2,51 1993 1,42 1,93 2,71 2,75 2,79 1,92 1994 1,46 2,02 2,60 2,47 2,58 2,25 1995 1,47 1,86 2,56 2,64 2,71 2,10 1996 1,24 1,65 2,45 2,50 2,81 1,99 1997 1,14 1,58 2,50 2,00 2,40 2,27 1998 1,14 1,66 2,59 2,02 2,26 2,69 1999 1,22 1,65 2,71 1,93 2,39 2,13 2000 1,15 1,73 2,70 1,72 2,44 2,06 2001 1,18 1,95 2,67 1,68 2,50 2,26 2002 1,09 1,90 2,55 1,48 2,53 2,03 2003 1,06 1,50 2,73 1,47 2,24 2,15 2004 0,88 1,46 2,71 1,38 2,04 1,92 2005 0,85 1,52 2,52 1,60 2,00 1,77 2006 0,79 1,48 2,49 1,47 2,01 1,57 2007 0,79 1,47 2,32 1,30 1,78 1,69 2008 0,76 1,44 2,58 1,24 1,87 1,96 2009 0,89 1,54 2,26 1,52 1,82 1,99 2010 0,81 1,54 2,24 1,47 1,88 1,67 2011 0,76 1,41 2,25 1,38 1,72 1,68 2012 0,78 1,38 2,05 1,48 1,80 1,85 2013 0,84 1,33 1,99 1,63 1,82 1,84 2014 0,88 1,33 1,96 1,59 1,81 1,90 2015 0,86 1,36 1,91 1,73 1,82 1,74 2016 0,83 1,35 1,94 1,32 1,88 1,63 2017 0,91 1,41 1,91 0,98 2,05 1,76

(29)

argentino por 25 anos e só permitiram a realização de modernizações, muitas vezes inacabada devido à falta de fundos ”.

Em 2017, a Argentina gastou 0,9% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa nacional, quando a média da região é de 1,6%, a média mundial é de 3% e o que organizações especializadas recomendam é de 2%.

Mas mais do que a quantia de recursos que o país aloca para a defesa (o que equivale a quase US $ 5.000 milhões por ano), o que mais preocupa os especialistas é que 80% desse orçamento vai para pagamentos salariais.

Com relação a este último parágrafo, é verdade que uma das preocupações entre os acadêmicos do assunto é que uma grande parte de seu orçamento é alocada ao pessoal. A realidade é que, com uma porcentagem tão baixo do PIB em Defesa, não há margem. As Forças Armadas reduziram seu número de funcionarios e estão em processo de otimização nas organizações. Outro fato importante que pode esclarecer a questão é a porcentagem que o pessoal militar representa em relação à força de trabalho do país. Novamente, a Argentina é o menor dos países analisados.

Figura 2 - Percentual que o pessoal das Forças Armadas representa no total da força de trabalho do País. Fonte: Adaptado do Banco Mundial - https://datos.bancomundial.org/

PAIS ANO % Força de trabalho total do país

CHILE 2017 1,4 URUGUAY 2017 1,3 BOLIVIA 2017 1,4 PERÚ 2017 0,9 BRASIL 2017 0,7 ARGENTINA 2017 0,5

(30)

7. CONCLUSÕES.

De tudo analisado ao longo do trabalho, podemos extrair vários aspectos que marcam a Política de Defesa da Argentina.

Claramente, como uma das principais questões, foi adotado o critério estratégico de separar os campos de ação de suas forças em "Defesa Nacional" e "Segurança Interna".

As Forças Armadas (FFAA) só podem intervir com seus elementos de combate em busca da Defesa Nacional, exceto no caso de exceção de comoção interna, onde será necessário declarar “Estado de Sítio”. Isto decorre de um consenso geral e dá ao poder político a possibilidade de ter suas Forças Armadas como último recurso no campo da Segurança Interna, já que para isso tem suas Forças Policiais e Forças de Segurança (Gendarmerie Nacional e Prefeitura Naval Argentina ).

O Decreto 727/2006 alterou a Lei nº 23.554 da Defesa Nacional do ano de 1988, especificando principalmente que as Forças Armadas “serão utilizadas contra agressões externas perpetradas por forças armadas pertencentes a outro Estado”, isto é, somente contra exércitos regulares de outro Estado, quando originalmente na Lei, foi estabelecida a ação contra as “agressões de origem externa”.

A esse respeito, foram excluídas as ações das Forças Armadas contra as chamadas “Novas Ameaças” (Ameaças Transnacionais), considerando-os como pertencentes ao campo da Segurança Interna. Como mencionado na análise anterior deste trabalho, essa é uma rigidez no conceito que a deprecia e pode levar a erros estratégicos. Cada Estado deve considerar sua hierarquia, com base na ameaça que representa para sua integridade, soberania e segurança de seus cidadãos.

O Decreto 683 do ano de 2018 modifica o Decreto 727/2006, principalmente no retorno ao conceito anterior de agressões de origem externa, mantendo o espírito da Lei de Defesa. Também afirma que isso não afeta o que está estabelecido na legislação referente às áreas de Defesa Nacional e Segurança Interna.

(31)

Isso deixa claro que o decreto não permite que as Forças Armadas atuem na Segurança Interna, aspecto que permanece em pleno vigor, bem como a declaração do Estado de Sítio, como o caso de exceção.

Embora a Lei de Defesa surja de um consenso político e estabeleça as bases fundamentais relacionadas à defesa nacional, data de 1988. O mundo, após a queda do Muro de Berlim em 1989, passou por grandes mudanças que modificam o espectro geopolítico global. Por esta razão e para evitar sucessivas modificações e atualizações através de instrumentos como decretos, deve ser analisada a possibilidade de promulgar uma Lei de Defesa renovada.

Apesar de tudo o que foi analisado, há experiência e antecedentes nas Forças Armadas sobre o uso do Instrumento Militar em tarefas de Operações de Manutenção / Imposição da Paz no âmbito dos mandatos da Organização das Nações Unidas, realizando atividades que são banidas internamente na Argentina. Também os antecedentes do controle de fronteiras nas Operações de Fronteira e Escudo Norte, juntamente com as Forças Policiais / de Segurança (luta contra o narcotráfico), bem como a responsabilidade pelo controle dos atos eleitorais nas eleições nacionais.

No “Ciclo de Planejamento da Defesa Nacional”, o planejamento estratégico e o desenho das forças serão realizados com base no método de planejamento de “capacidade”, substituindo o modelo baseado na “hipótese de conflito”. O mesmo, em revisão, não pode ser especificado com o orçamento atual, que há 20 anos está abaixo de 1% do PIB. Com uma visão para o futuro, esta situação evoluirá favoravelmente à medida que a mesma coisa acontecer ao nível do país.

Em suma, em matéria de defesa, a Argentina está a caminho em um processo lento mas seguro e com fortes convicções para permanecer em vigor neste mundo incerto. Isso, sem dúvida, deve ser uma política de estado que perdurará com o tempo.

(32)

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