• Nenhum resultado encontrado

2 ō Semestre 2015/2016

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "2 ō Semestre 2015/2016"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

An´

alise Complexa e Equa¸c˜

oes Diferenciais

2

o

¯

Semestre 2015/2016

2

o

¯

Teste, vers˜ao A

(Cursos:

LEIC-A, MEAmbi, MEBiol, MEQ

)

28 de Maio de 2016, 11h 30m

Dura¸c˜

ao: 1h 30m

1. (a) Resolva o problema de valor inicial

2y2+ 6x + 4xydy

dx = 0 , y(−1) = √

3 indicando o intervalo m´aximo de existˆencia de solu¸c˜ao.

(b) Considere a pequa¸c˜ao diferencial dy

dt + (cos t)y

2= 0 .

Determine a sua solu¸c˜ao geral. Indique os valores de y0 para os quais a solu¸c˜ao da

equa¸c˜ao que verifica y(0) = y0 tem R como intervalo m´aximo de existˆencia.

Resolu¸c˜ao: (a) Sendo

M/x, y) = 2y2+ 6x , N (x, y) = 4xy verifica-se que ambas as fun¸c˜oes s˜ao de classe C1 em R2 e

∂M ∂y =

∂N

∂x , ∀(x, y) ∈ R

2 .

Conclui-se que o campo (M (x, y), N (x, y)) ´e um campo grandiente em R2, pelo que

existe Φ : R2 → R tal que

• ∇Φ = (M, N) para todo (x, y) ∈ R2 ;

• 2y2+ 6x + 4xydy

dx = 0 ´e equivalnete a dΦ dx = 0.

Para determinar Φ, note-se que ∂Φ ∂x = M ⇒ Φ(x, y) = 2y 2x + 3x2+ c(y) , e ∂Φ ∂y = N ⇒ 4xy + c

(y) = 4xy c(y) = c ∈ R .

Ent˜ao

(2)

e as solu¸c˜oes da equa¸c˜ao diferencial s˜ao definidas por 2y2x + 3x2= k , k ∈ R .

Para que a condi¸c˜ao inicial seja verificada k = −3, e assim a solu¸c˜ao do (PVI) ´e

y(x) = r

−3(x2+ 1)

2x ,

tendo-se ent˜ao que o seu intervalo m´aximo de existˆencia ´e ] − ∞, 0[ (o maior intervalo contido no dom´ınio de y′(x) e ao qual x

0 = −1 pertence).

(b) Trata-se de uma equa¸c˜ao separ´avel, que tem y(t) ≡ 0 como solu¸c˜ao de equil´ıbrio. Por outro lado

dy dt + (cos t)y 2 = 0 ⇔ y−2dy dt = − cos t ⇔ −y −1 = − sen t + c

e a solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao ´e dada por

y(t) ≡ 0 ou y(t) = 1

sen t + c , c ∈ R

Para determinar os valores de y0para os quais o intervalo m´aximo de existˆencia de solu¸c˜ao

do (PVI) ´e R, come¸camos por referir que se y0= 0 a ´unica solu¸c˜ao que verifica y(0) = 0

´e a solu¸c˜ao nula que est´a obviamente definida em R. Por outro lado, se y0 6= 0 a solu¸c˜ao

nula n˜ao ´e solu¸c˜ao do (PVI), e determinando c obtem-se que

y(t) = 1 sen t + 1

y0

´e a solu¸c˜ao do (PVI). Assim , para que a solu¸c˜ao esteja definida em R o denominador n˜ao se pode anular e para que isso aconte¸ca 0 < |y0| < 1. Conclui-se que o intervalo m´aximo

de existˆencia de solu¸c˜ao ´e R se |y0| < 1.

2. Considere a matriz

A = 1 −2 2 1



(a) Calcule etA

(b) Resolva o seguinte problema de valor inicial:  x′ = x − 2y + 1

y′ = 2x + y − 3 , x(0), y(0) = (2, 1)

Sugest˜ao: Determine uma solu¸c˜ao particular da equa¸c˜ao. Resolu¸c˜ao:

(a) Calculemos os valores pr´oprios de A:

(3)

Sendo um par de complexos conjugados apenas precisamos de calcular um vector pr´oprio associado a um deles. Calculemos, assim, um vector pr´oprio associado ao valor pr´oprio λ1= 1 + 2i: (A−(1+2i)I) ab  = 0 0  ⇔  −2i −22 −2i   ab  = 0 0  ⇔ −2ia−2b = 0 .

Escolhendo, por exemplo, a = i, obtemos b = −ia = 1, e o vector pr´oprio v1 = (i, 1) .

Com esta informa¸c˜ao, para posseguir podemos optar entre dois m´etodos: M´etodo 1:

Ao valor pr´oprio λ2= λ1 = 1−2i corresponde o vector pr´oprio v2= v1= (−i, 1) . Assim,

designando D = 1 + 2i 0 0 1 − 2i  , S =  i −i 1 1  , efectuando os c´alculos obtemos

etA = SetDS−1 = 

i −i 1 1

  e(1+2i)t 0

0 e(1−2i)t   −i/2 1/2i/2 1/2



= 

(e(1+2i)t+ e(1−2i)t)/2 i(e(1+2i)t− e(1−2i)t)/2

−i(e(1+2i)t− e(1−2i)t)/2 (e(1+2i)t+ e(1−2i)t)/2

 =



etcos 2t −etsen 2t

etsen 2t etcos 2t

 .

M´etodo 2:

Uma solu¸c˜ao complexa do sistema u′= Au ´e dada por

u(t) = eλ1tv 1= e(1+2i)t  i 1  = et i(cos 2t + i sen 2t) cos 2t + i sen 2t  = et − sen 2t cos 2t  +iet  cos 2t sen 2t  .

Duas solu¸c˜oes reais linearmente independentes ser˜ao ent˜ao

Re u(t) = et − sen 2t cos 2t  e Im u(t) = et  cos 2t sen 2t  .

com as quais podemos formar a solu¸c˜ao matriz fundamental

X(t) = −e tsen 2t etcos 2t etcos 2t etsen 2t  . Logo, etA = X(t)X(0)−1 = X(t) 0 1 1 0  = 

etcos 2t −etsen 2t

etsen 2t etcos 2t

 .

(Note que esta matriz corresponde a escolher para colunas da matriz fundamental as mesmas solu¸c˜oes reais mas pela ordem inversa).

(4)

Para obtermos uma solu¸c˜ao particular desta equa¸c˜ao podemos optar por usar a f´ormula da varia¸c˜ao dos parˆametros. No entanto, neste caso, o termo n˜ao homog´eneo b(t) = (1, −3) ´e constante e, sendo assim, podemos tentar encontrar uma solu¸c˜ao particular constante (xP, yP). Substituindo na equa¸c˜ao, obtemos o sistema

 xP − 2yP + 1 = 0

2xP+ yP − 3 = 0 ,

o qual, tem como solu¸c˜ao, (xP, yP) = (1, 1). A solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao diferencial

vectorial linear ser´a dada ent˜ao por  x(t) y(t)  = etA c1 c2  + xP yP  .

As constantes c1, c2 s˜ao calculadas usando a condi¸c˜ao inicial:

 x(0) y(0)  = c1 c2  + 1 1  = 2 1  ⇔ c1 = 1 e c2= 0 .

A solu¸c˜ao do problema de valor inicial pedida ser´a ent˜ao,  x(t) y(t)  = etA 1 0  + 1 1  =  etcos 2t + 1 etsen 2t + 1  .

3. Considere a equa¸c˜ao diferencial

y′′− y′− 2y = 9e−t .

(a) Calcule a solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao homog´enea associada.

(b) Determine a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao que verifica y(0) = 0 e y′(0) = −3.

(c) Escreva uma matriz wronskiana associada `a equa¸c˜ao. Resolu¸c˜ao:

(a) Usando a nota¸c˜ao y′ = Dy, a equa¸c˜ao homog´enea associada escreve-se como

y′′− y′− 2y = 0 ⇔ (D2− D − 2)y = 0 O polin´omio caracter´ıstico associado ´e

P (R) = R2− R − 2 = (R − 2)(R + 1) Assim a solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao homog´enea associada ´e

yH(t) = ae2t+ be−t , a, b ∈ R .

(b) Come¸cemos por determinar a solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao. Por ser uma equa¸c˜ao linear, a solu¸c˜ao podr ser escrita como yt) = yH(t) ∗ yP(t), em que yH ´e a solu¸c˜ao geral da

(5)

da equa¸c˜ao. Para determinar yP vamos usar o m´etodo dos coeficientes indeterminados.

Semdo PA(D) = D + 1 o polin´omio aniquilador da fun¸c˜ao 9e−t, teremos

(D −2)(D+1)y = 9e−t (D −2)(D+1)2y = 0 y(t) = ae2t+be−t+cte−t .

Dado que y(t) = yH(t) + cte−t depreende-se que a forma da solu¸c˜ao particular ´e w(t) =

cte−t. Finalmente vamos calcualar a constante c de forma a que w seja solu¸c˜ao da

equa¸c˜ao, isto ´e

w′′− w′− 2w = 9e−t ⇔ (−ce−t− ce−t+ cte−t) − (ce−t− cte−t) − 2(cte−t) = 9e−t pelo que, para todo t ∈ R, se tem

−3ce−t= 9e−t ⇔ c = −3 . Assim, a solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao ´e

y(t) = ae2t+ be−t− 3te−t . Para que se verifiquem as condi¸c˜oes iniciais tem-se que

 y(0) = 0

y′(0) = −3

 a + b = 0

2a − b − 3 = −3 ⇒ a = b = 0 A solu¸c˜ao do (PVI) ´e y(t) = −3te−t.

(c) Uma matriz wronskiana associada ´e por exemplo

W (t) = 

e2t e−t

2e2t −e−t



4. Resolva o problema de valores na fronteira e iniciais (1,5 val.)          ∂u ∂t(x, t) = 2 ∂2u ∂x2(x, t) para x ∈]0, 2π[ , t > 0 , ∂u ∂x(0, t) = ∂u ∂x(2π, t) = 0 para t > 0 ,

u(x, 0) = 1 + 10 cos 3x para x ∈]0, 2π[ .

Resolu¸c˜ao: Usemos o m´etodo de separa¸c˜ao de vari´aveis. Comecemos por procurar solu¸c˜oes n˜ao triviais da equa¸c˜ao diferencial parcial (EDP) satisfazendo as condi¸c˜oes fron-teira (CF) em x = 0, 2π, e que s˜ao da forma X(x)T (t). Por substitui¸c˜ao na EDP obtemos

XT′= 2X′′T . Dividindo ambos os membros por 2XT obtemos,

T′(t)

2T (t) =

X′′(x)

(6)

em que, como a express˜ao do primeiro membro ´e independente de x e a do segundo membro ´e independente de t, σ ´e simultaneamente independente de x e t, ou seja, ´e uma constante real. Obtemos assim o seguinte par de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias:

X′′(x) − σX(x) = 0, T′(t) − 2σT (t) = 0 .

Por substitui¸c˜ao de XT nas condi¸c˜oes fronteira (CF), obtemos X′(0)T (t) = X(2π)T (t),

para todo t > 0, o que implica X′(0) = X(2π) = 0. Obt´em-se solu¸c˜oes n˜ao

iden-ticamente nulas para a EDO de 2a ordem em X com estas ´ultimas condi¸c˜oes, se e s´o

se σ = −nπ L 2 = −nπ 2π 2 = −n 2 4 , n = 0, 1, 2, . . . , casos em que X(x) = a cos(nπx L ) = a cos( nπx 2π ) = a cos( nx 2 ). Para cada n = 0, 1, 2, . . . , a equa¸c˜ao para T (t) escreve-se

T′(t) + n2

2 T (t) = 0, cuja solu¸c˜ao geral ´e

T (t) = ce−n

2 2 t.

Obtemos assim as seguintes solu¸c˜oes da (EDP) que satisfazem (CF): ce−n

2

2 tcos(nx

2 ), n = 0, 1, 2, . . . , .

As combina¸c˜oes lineares destas solu¸c˜oes tamb´em ser˜ao solu¸c˜oes da (EDP) verificando as mesmas (CF). Procuremos ent˜ao a solu¸c˜ao do problema na forma:

u(x, t) = a0 2 + ∞ X n=1 ane− n2 2 tcos(nx 2 ).

As constantes an s˜ao ajustadas por forma a ser satisfeita a condi¸c˜ao inicial, ou seja,

u(x, 0) = a0 2 + ∞ X n=1 ancos( nx 2 ) = 1 + 10 cos 3x, para x ∈ [0, 2π] .

Concluimos que a0= 2, a6= 10 e an = 0 se n 6= 0, 6. Logo, a solu¸c˜ao do problema ´e

u(x, t) = 1 + 10e−18tcos 3x .

5. Determine a s´erie de Fourier de senos associada `a fun¸c˜ao f : [0, 1] → R dada por (1,0 val.)

(7)

Resolu¸c˜ao:

Os coeficientes da s´erie de senos de f no intervalo [0, L] = [0, 1] s˜ao dados por

bn= 2 L ˆ L 0 f (x) sen(nπx L )dx = 2 ˆ 1 0 (1 − x) sen(nπx)dx = 2 nπ  [−(1 − x) cos(nπx)]10− ˆ 1 0 cos(nπx)dx  = 2 nπ  1 + 1 nπ[sen(nπx)] 1 0  = 2 nπ,

para n = 1, 2, . . . . A s´erie de senos de f ´e ent˜ao, 2 π ∞ X n=1 1 nsen(nπx) .

A s´erie de senos de f (x) ´e a s´erie de Fourier da extens˜ao ´ımpar 2L-peri´odica de f (x). Chamemos fi(x) a esta extens˜ao. Sendo esta fun¸c˜ao e a sua derivada cont´ınuas por tro¸cos

em [−L, L], o Teorema de Fourier permite concluir que a soma da s´erie de senos de f(x) ´e

Sf(x) =

fi(x+) + fi(x−)

2 .

Para x ∈ ]0, 1[, ficoincide com f e ´e, por conseguinte cont´ınua, pelo que Sf(x) = f (x) =

1 −x. Em x = 0, fi(0+) = f (0+) = +1, e fi(0−) = −fi(0+) = −1, pelo que, Sf(0) = 0.

Em x = 1, fi(1−) = f (1−) = 0 e fi(1+) = −fi(1−) = 0 (logo, fi tamb´em ´e cont´ınua

nesse ponto). Concluindo,

Sf(x) =

(

1 − x, se 0 < x 6 1 , 0, se x = 0 . 6. Considere o problema de valor inicial

(1,0 val.)

y′= 3y2/3, y(0) = 0 .

Mostre que, para cada α ∈ [0, 1] existe uma solu¸c˜ao deste problema que satisfaz y(1) = α . Justifique porque ´e que este facto n˜ao contradiz o teorema de Picard-Lindelof.

Resolu¸c˜ao:

Trata-se de uma equa¸c˜ao separ´avel que pode ser facilmente resolvida: Se y(t) 6= 0, para t em algum intervalo aberto, temos nesse intervalo,

y′ = 3y2/3 ⇔ 1 3y −2/3y= 1 ⇔ d dt(y 1/3 ) = 1 ⇔ y1/3(t) = t + C ⇔ y(t) = (t + C)3, onde C ´e uma constante. Por outro lado, a constante y(t) = 0 tamb´em ´e solu¸c˜ao. Seja dada uma constante α ∈ [0, 1]. Se α = 0, a solu¸c˜ao trivial y(t) = 0 satisfaz os requisitos. Consideremos agora α ∈ ]0, 1] e uma solu¸c˜ao que satisfa¸ca y(1) = α:

y(1) = (1 + C)3 = α ⇔ C = −1 +√3

(8)

Logo,

y(t) = (t − 1 +√3α)3,

para t > 1 −√3α . Notando que lim

t→(1−√3α)+= 0, consideremos a fun¸c˜ao ˜ y(t) = ( 0 se t 6 1 −√3α , (t − 1 +√3α)3 se t > 1 −√3α . ´

E uma fun¸c˜ao diferenci´avel em R, a qual satisfaz a equa¸c˜ao diferencial para cada t ∈ R, e que satisfaz ˜y(0) = 0 e ˜y(1) = α. Logo, ´e uma solu¸c˜ao do problema de valor inicial dado com a propriedade pedida.

O resultado anterior mostra que a EDO tem uma infinidade de solu¸c˜oes que satisfazem a condi¸c˜ao inicial y(0) = 0. A raz˜ao pela qual este facto n˜ao contradiz o teorema de existˆencia e unicidade de Picard-Lindelof ´e que as condi¸c˜oes de aplicabilidade desse teorema n˜ao s˜ao aqui satisfeitas. Justifica¸c˜ao: designando f (t, y) = 13y2/3, temos,

lim

y→0

|f(t, y) − f(t, 0)| |y − 0| = limy→0

|y2/3/3|

|y| = limy→0

1

3|√3y| = +∞,

Referências

Documentos relacionados

No prazo de 10 dias contada da deliberação, para os condóminos presentes, ou contada da sua comunicação, para os condómino ausentes, pode ser exigida ao administrador a convocação

Combinados, o rádio portátil APX 8000XE habilitado para todas bandas e o microfone falante remoto XE500 criam uma solução de missão crítica incomparável, projetada para o pessoal

Projetil encamisado por uma camisa pré-sulcada de latão endurecido, contendo chumbo não endurecido no seu interior, dotado de uma ponta oca. HYDRA SHOCK centro, que

15, estão representados os teores médios de safrol contido em óleo essencial obtido, no decorrer do progresso de extração, da biomassa aérea de pimenta longa procedente de cultivos

As técnicas são baseadas em descontinuidade: detecção de pontos isolados, detecção de linhas e detecção de bordas, e similaridade: limiares (Thresholding), crescimento de

A partir deste ensaio, é obtida diretamente a resposta do sistema em função da sua acelerância directa, ou seja, o ponto de excitação e de análise da resposta do sistema é o

General: Knowing the conceptual and methodological foundations of the main projective methods; Identify and understand the operational concepts of projection and distress; Identify

Ser capaz de compreender palavras básicas, familiares e bem pronunciadas, frases simples e expressões relacionadas com sala de aula para actividades pessoais e diárias.. Capaz