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MORTE ENCEFÁLICA VERSÃO: 00 REVISÃO: -- PÁGINA 1 DE 21

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SUMÁRIO

1 CONCEITO E DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA 3

2 PROCESSO DE NOTIFICAÇÃO DE CASO SUSPEITO DE ME 4

3 PROTOCOLO DE MORTE ENCEFÁLICA 4

3.1 CRITÉRIOS PARA ABERTURA DO PROTOCOLO 4

3.2 EXAMES CLÍNICOS 5

3.3 TESTE DE APNEIA 6

3.4 EXAME COMPLEMENTAR. 7

3.5 CONDUTAS APÓS A CONCLUSÃO DO PROTOCOLO 7

4 MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR 8

5 ENTREVISTA FAMILIAR 10

6 PROCESSO DE CAPTAÇÃO E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS 10

7 REFERÊNCIAS CONSULTADAS 12

8 APÊNDICES 13

A - TERMO DE DECLARAÇÃO DE MORTE ENCEFÁLICA 13

B - FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE POTENCIAL DOADOR 15

C - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE ÓRGÃOS E TECIDOS 20

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1 CONCEITO E DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA

O conceito de morte ainda é um tema bastante discutido e de difícil manejo, e vem se modificando ao longo do tempo. A definição de morte mais aceita, em termos médicos, está baseada na sequência de fenômenos gradativos processados nos vários sistemas de manutenção da vida, culminado com a falência dos sinais vitais. Essa definição foi ampliada com a inclusão da perda das funções do tronco e do córtex cerebral

A morte encefálica (ME) consiste na definição legal de morte. É a completa e irreversível interrupção de todas as funções do cérebro. O diagnóstico de morte encefálica tem sido objeto de estudo desde a década de 1950, quando um grupo de neurofisiologistas e neurocirurgiões de Lyon descreveram uma condição clínica que ficou conhecida como a falência do sistema nervoso, caracterizada por coma apneico, ausência de reflexos, tronco encefálico e cérebro eletricamente silenciosos. Posteriormente, essa condição clínica foi descrita em um estudo intitulado Le Coma Dépassé, com vinte e três pacientes com quadros neurológicos graves ventilados de forma artificial, publicado pelos franceses Mollaret e Goulon, no ano de 1959.

A partir do estudo de Mollaret e Goulon, surgiram as primeiras tentativas de estabelecer critérios para diagnóstico de Morte Encefálica. No ano de 1968, o Comitê da Escola Médica de Harvard foi o pioneiro no estabelecimento dos primeiros critérios para diagnóstico de ME. Em 1981, a Comissão Presidencial para o Estudo dos Problemas Éticos em Medicina elaborou um documento uniforme para a Declaração de Morte, no qual consta que “um indivíduo que tenha para mantida e irreversível das funções circulatória e respiratória, ou para mantida e irreversível de todas as funções de todo o cérebro, incluindo o tronco cerebral, está morto. A determinação da morte deve ser feita de acordo com padrões médicos aceitos.” Pode-se dizer que juridicamente igualou-se Morte Encefálica à morte cardiorrespiratória.

No que concerne à legislação brasileira, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a Resolução 1.396/91 a fim de uniformizar os critérios de ME a nível nacional. Essa Resolução foi substituída pela a de n°

1.480/97, a qual reafirma os critérios de morte encefálica. Atendendo ao Decreto Presidencial 9175/2017, o CFM publicou a Resolução n° 2173/2017, que mais uma vez atualizou os critérios para abertura do Protocolo de Morte Encefálica e descreveu os procedimentos necessários para o estabelecimento do diagnóstico.

O diagnóstico de Morte Encefálica é obrigatório e a notificação é compulsória, devendo ser feita à Central Estadual de Transplantes (CET). Para tanto, o protocolo deve ser aberto para todos os pacientes com suspeita de ME, independentemente da possibilidade de doação ou não de órgãos e tecidos.

2 PROCESSO DE NOTIFICAÇÃO DE CASO SUSPEITO DE ME

Após a equipe assistencial identificar um paciente com suspeita de morte encefálica (ME), a Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) deve ser acionada para dar início ao Protocolo de ME.

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A equipe da CIHDOTT inicia o acompanhamento do caso suspeito através do preenchimento do Formulário de Identificação de Potencial Doador. A partir daí, é iniciado o Protocolo de ME com a realização dos testes clínicos, teste de apnéia e exame complementar. Todas as etapas do Protocolo devem ser registradas no Termo de Declaração de Morte Encefálica. Tanto o Formulário como o Termo mencionados são encaminhados à Central Estadual de Transplantes (CET), para acompanhamento e análise do caso suspeito.

3 PROTOCOLO DE MORTE ENCEFÁLICA

3.1 CRITÉRIOS PARA ABERTURA DO PROTOCOLO

De acordo com a nova Resolução do CFM n° 9175/2017, a abertura do Protocolo de ME deve ser aplicada aos pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente, obedecendo a uma série de pré-requisitos:

 Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte encefálica;

 Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica;

 Tratamento e observação em hospital pelo período mínimo de seis horas. Quando a causa primária do quadro for encefalopatia hipóxico-isquêmica, esse período de tratamento e observação deverá ser de, no mínimo, 24 horas;

 Temperatura corporal (esofagiana, vesical ou retal) superior a 35°C, saturação arterial de oxigênio acima de 94% e pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou pressão arterial média maior ou igual a 65mmHg para adultos, ou conforme a tabela a seguir para menores de 16 ano:

Pressão Arterial

Idade Sistólica (mmHg) PAM (mmHg)

Até 5 meses incompletos 60 43

De 5 meses a 2 anos incompletos 80 60

De 2 anos a 7 anos incompletos 85 62

De 7 a 15 anos 90 65

Além dos pré-requisitos listados, é necessário que toda suspeita de ME tenha comprovada por exame de imagem (tomografia ou ressonância de crânio) uma lesão estrutural encefálica suficientemente grave para justificar o exame neurológico encontrado.

Antes de iniciar o Protocolo de ME, a equipe assistencial deve estar atenta a alguns pontos. Um deles é o valor do sódio sérico. Idealmente, o valor de sódio deve ser próximo do normal, abaixo de 155 mEq/L.

Entretanto, caso a alteração do sódio seja justificada pelo descontrole endócrino-metabólico decorrente do processo fisiopatológico de ME e exista outra causa clara e documentada para a ME, não há restrição para o início do Protocolo.

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Em relação aos critérios hemodinâmicos, pacientes que apresentam choque descompensado, tratado com doses elevadas de drogas vasoativas, associado a acidose metabólica grave e altos níveis de lactato sérico, não indicam a abertura do protocolo, pois as condições de extrema instabilidade hemodinâmica podem invalidar os resultados dos exames clínicos e confirmatórios.

Em relação a suspensão de drogas sedativas, hipnóticas e bloqueadores neuromusculares, deve-se levar em conta a meia-vida das drogas, forma de infusão e presença de insuficiência renal e hepática. Na tabela a seguir, tem-se a sugestão dos tempos mínimos de suspensão de drogas pata abertura do Protocolo de ME, de acordo com as Diretrizes para Seleção de Doadores de Órgãos e Tecidos em Morte Encefálica (AMIB/ABTO).

Medicamento ½ Vida Intervalo (dose única/intermitente)

Intervalo (infusão contínua)

Intervalo (Insuficiência hepática/renal)

Midazolan 2 h 6 h 10 h Mínimo 24 h

Fentanil 2h 6 h 10 h Mínimo 24 h

Tiopental 12 h 36 h 60 h Individualizar

Halotano 15 min 45 min 1h e 15 min Individualizar

Isoflurano 10 min 30 min 50 min Individualizar

Sevoflurano 12 min 36 min 1 h Individualizar

Succinilcolina 10 min 30 min 50 min Individualizar

Pancurônio 2 h 6 h 10 h Mínimo 12 h

Atracúrio 20 min 1 h 1h e 40 min Individualizar

Cisatracúrio 22 min 1h e 6 min 1h e 50 min Individualizar

Vecurônio 1h e 5 min 3h e 15 min 5 h e 25 min Aumentado na IH

Rocurônio 1 h 3 h 5 h Aumentado na IH

Etomidato 3 h 9 h 15 h Aumentado na IH

Cetamina 2 h e 30

min 7h e 30 min 12h e 30 min Individualizar

Propofol 2 h 6 h 10 h Individualizar

Diazepan Se dose diária superior a 30 mg, consultar equipe médica da Central Estadual de Transplante – Ce

Caso o paciente esteja em uso de medicamentos potencialmente depressores do Sistema Nervoso Central em doses terapêuticas usuais (exemplo: fenobarbital enteral, fenitoína, clonidina, dexmedetomidina, morfina), não contraindicam a abertura do protocolo de ME.

3.2 EXAMES CLÍNICOS

O Protocolo de ME abrange a execução de dois testes clínicos que confirmem coma não perceptivo e ausência de função do tronco encefálico, um teste de apneia que confirme ausência de movimentos respiratórios após

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estimulação máxima dos centros respiratórios, e um exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica.

Os testes clínicos devem ser realizados por dois médicos diferentes, não envolvidos com as equipes transplantadoras, e devem certificar de forma inequívoca o coma não perceptivo e a ausência de reatividade supraespinhal, manifestada pela inexistência dos reflexos fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico, vestíbulo-calórico e de tosse

De acordo com a Resolução do CFM n° 9175/2017, ambos os médicos devem ser capacitados em determinação de morte encefálica. Considera-se médico capacitado aquele que, especialista ou não, tenha pelo menos um ano de atendimento a pacientes comatosos com dez protocolos de morte encefálica executados ou que tenha realizado o curso de capacitação ofertado por uma entidade regulamentada.

Um dos exames clínicos deve ser feito, preferencialmente, por um especialista em Neurologia, Neurocirurgia, Medicina Intensiva ou Medicina de Emergência. Na indisponibilidade desses profissionais, dois médicos capacitados não especialistas podem participar do protocolo.

Os reflexos do tronco cerebral (fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico e vestíbulo-calórico) devem ser testados bilateralmente. Na impossibilidade de realizar um dos reflexos unilateralmente devido presença de alterações morfológicas ou orgânicas, congênitas ou adquiridas, e sendo possível realizar o teste em um dos lados, haverá prosseguimento nas demais etapas para determinação de ME. A causa dessa impossibilidade deverá ser fundamentada no Termo de Declaração de Morte Encefálica e no prontuário. Caso exista lesão bilateral que inviabilize a análise do mesmo reflexo de tronco, o protocolo não poderá ser executado.

Os testes clínicos devem ser realizados com intervalo mínimo de tempo entre eles. Em adultos, o intervalo entre os testes deve ser de, no mínimo, 1 hora. Para crianças de 7 dias a 2 meses incompletos, intervalo mínimo de 24 horas, e para aquelas de 2 meses a 24 meses incompletos, intervalo de 12 horas.

3.3 TESTE DE APNEIA

O teste de apneia deve garantir a estimulação máxima do centro respiratório pela hipercapnia (PaCO2 superior a 55 mmHg). Essa etapa do Protocolo requer monitorização e cuidados, a fim de garantir a segurança do paciente durante o teste. Deforma ideal, o paciente que será submetido ao teste de apneia deve estar hemodinamicamente compensado (PAS ≥ 100 mmHg ou PAM ≥65 mmHg; SatO2 > 94% e T > 35 ºC), sem arritmias e com controle metabólico adequado.

Ao realizar o teste de apnéia, o médico deverá seguir a técnica recomendada pelo CFM para obter sucesso:

 Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte encefálica;

 Oxigenar o paciente com Oxigênio a 100% por, no mínimo, 10 minutos para atingir PaO2 igual ou maior a 200 mmHg e PaCO2 entre 35 e 45 mmHg;

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 Coletar uma gasometria arterial inicial;

 Desconectar o ventilador e inserir um cateter de oxigênio com fluxo de 6-8 l/min na traquéia ao nível da carina;

 Observar a presença de qualquer movimento respiratório por oito a dez minutos;

 Coletar a gasometria arterial final – deve demonstrar pCO2 acima de 55 mmHg;

 Reconectar o paciente à ventilação mecânica.

Caso ocorra hipotensão (PA sistólica < 100 mmHg ou PA média < que 65 mmHg), hipoxemia significativa ou arritmia cardíaca, deverá ser colhida uma gasometria arterial e reconectado o ventilador mecânico, interrompendo-se o teste. Se o PaCO2 final for inferior a 56 mmHg, após a melhora da instabilidade hemodinâmica, deve-se refazer o teste.

O teste será positivo para ME na evidência de PaCO2 final > 55 mmHg, sem movimentos respiratórios, mesmo que o teste tenha sido interrompido antes dos dez minutos previstos.

O teste será inconclusivo para ME na evidência de PaCO2 final < 56 mmHg, sem movimentos respiratórios.

O teste será negativo para ME na presença de movimentos respiratórios, mesmo débeis, com qualquer valor de PaCO2 final.

3.4 EXAME COMPLEMENTAR

É obrigatória a realização de exame complementar para demonstrar, de forma inequívoca, a ausência de perfusão sanguínea ou de atividade elétrica ou metabólica encefálica. Os principais exames a ser executados em nosso meio são os seguintes:

 Angiografia cerebral - deverá demonstrar ausência de fluxo sanguíneo intracraniano;

 Eletroencefalograma - deverá constatar a presença de inatividade elétrica ou silêncio elétrico cerebral (ausência de atividade elétrica cerebral com potencial superior a 2 µV);

 Doppler Transcraniano – deverá constatar a ausência de fluxo sanguíneo intracraniano pela presença de fluxo diástólico reverberante e pequenos picos sistólicos na fase inicial da sístole;

 Cintilografia Cerebral– deverá constatar ausência de perfusão ou metabolismo encefálico.

Caso o resultado do exame complementar não seja compatível para ME, está indicada a sua repetição após um período de 24 a 48 horas, sem a inviabilização do Protocolo. Não é necessária a repetição dos exames clínicos ou do teste de apneia.

3.5 CONDUTAS APÓS A CONCLUSÃO DO PROTOCOLO

Após a confirmação do diagnóstico de ME através da realização dos testes clínicos, de apnéia e exame complementar, o paciente é legalmente declarado morto. Com o óbito do paciente já comprovado, o

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diagnóstico deve ser comunicado e explicado para a família pela equipe médica e todas as dúvidas devem ser esclarecidas.

Se a causa da morte encefálica for decorrente de circunstâncias suspeitas ou violentas, os documentos para encaminhamento do corpo ao Instituto Médico Legal (IML) devem ser providenciados juntamente ao Serviço Social do HRSC.

Em caso de morte de circunstância natural, o médico assistente deve preencher a declaração de óbito com a data e hora referentes à realização do exame complementar, pois este foi o momento da conclusão da última etapa do protocolo de ME.

Logo após a comunicação do diagnóstico de ME aos familiares, a equipe da CIHDOTT do HRSC realiza a estrevista familiar quanto à possibilidade de captação e doação de órgãos. Se a doação for aprovada, o suporte ao potencial doador de órgãos deve ser mantido até o momento da captação. Em caso de contraindicação para doação de órgãos ou negativa familiar, o suporte avançado de vida deve ser suspenso, conforme previsto na Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 1.826 de 24 de outubro de 2007 e no parágrafo único do Art. 19 do Decreto 9175/2017.

4 MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR

Os cuidados prestados ao potencial doador têm por objetivo otimizar a perfusão tecidual, assegurando a viabilidade do órgão, o que influenciará na qualidade de vida dos futuros pacientes receptores.

Os critérios para a triagem dos doadores de órgãos têm sido cada vez mais ampliados, sendo aceitos doadores considerados como “limítrofes”, com critérios expandidos. São considerados de critérios expandidos aqueles doadores que apresentam condições clínicas que possam diminuir a sobrevida ou comprometer a função do enxerto e aqueles com risco de transmissão de doenças. Em situações limítrofes, a decisão sobre a utilização dos órgãos é da equipe de transplante, com o consentimento informado do receptor.

Em face ao atual contexto da pandemia por Covid-19, as recomendações da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) são atualizadas à medida que surgem novas evidências ou mudanças no cenário da infecção pelo SARS-CoV-2 no Brasil. Atualmente, considera-se como critério de exclusão à captação de órgãos as seguintes situações: doador com COVID-19 ativa; doador com teste para SARS-COV-2 positivo; doador com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) sem etiologia definida e teste laboratorial não disponível.

Após ser levantada a possibilidade de diagnóstico de morte encefálica (ME), todos os esforços devem ser realizados para a efetivação do transplante o mais rápido possível. A equipe assistencial deve seguir os cuidados necessários para manter as funções orgânicas, prevenir e corrigir, de forma agressiva, coordenada e simultânea, todas as disfunções orgânicas; estabilizar hemodinamicamente, corrigir o déficit de oxigenação, tratar infecções bacterianas, reverter a hipotermia, monitorizar e corrigir distúrbios metabólicos (em especial a

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hipernatremia), tratar alterações endócrinas, renais e hepáticas, corrigir distúrbios de coagulação bem como qualquer outra alteração orgânica reversível. Segue abaixo as condutas de monitoramento e medidas a serem tomadas pela equipe multiprofissional:

CONTROLE HEMODINÂMICO (Metas: PAM>65 e PAS>90mmHg. Diurese

>0,5 ml/Kg/h)

-Pressão Arterial Invasiva (PAI) e Acesso Venoso Central em todos os PD -Infusão de cristalóides:20-30ml/Kg à 43ºC em 30min

-Vasopressor se PAM < 65 ou PAS < 90mmHg não responsivo a volume

-DVA: noradrenalina, epinefrina e dopamina: não há dose máxima na catecolamina de escolha. Vasopressina: bolus de 1U e infusão contínua de 0,5- 2,5U/h. Preferencialmente, diluir em SG5%.

OBS:Se PAS>180mmHg (tempestade simpática) – nitroprussiato de sódio ou esmolol.

Em casos arritmias tratar conforme diretrizes da American Heart Association.

Lembrando de não usar atropina para bradiarritmia (sem inervação vagal).

PADRÃO VENTILATÓRIO

-Utilizar estratégia protetora:

-VC: 6-8ml/kg; PEEP 8-10; PCO2 alvo de 40- 45; PO2 alvo >90;

-PaO2/FiO2>300.

-Utilizar manobras de recrutamento alveolar após toda desconexão do VM.

-Os parâmetros ideais são: SaO2 ≥ 95% e PaO2 ≥ 80 m Hg ou PaO2 > 300 mm Hg com FiO2 de100% e PEEP de 5 cmH2O ou PaO2/FiO2 ≥ 300 mHg.

ENDÓCRINO/

METABÓLICO

-Oferecer 15-30% calorias/dia por nutrição enteral ou parenteral -Suspender suporte nutricional se instabilidade e altas doses de DVA -Glicemias:

Verificar no mínimo de 6/6 hr. Se Bomba de Insulina: 1/1 hr Manter Glicemia:140-180mg/dl.

Na sérico 130-150

Iniciar insulina se glicemia >180mg/dl.

Débito urinário 0,5-4ml/kg/h Gasometria arterial: Ph7,2 – 7,45

OBS:Uso Bomba de infusão de insulina (BIC)se Dx>180mg/dl Corrigir hipernatremia com SG5% ou solução salina 0,45%.

Evitar BicNa , preferir manejo pelo ajuste do VM - PCO2.

Metilprednisolona: 15mh/kg -24/24h após ME

T3: 4μg+ 3 μg/h em BIC.T4: 20 μg + 10 μg/h em BIC Levotiroxina: 2μg/kg enteral

HEMOTRANSFUSÕES -Se Hb <7 g/dl: transfundir

OBS:Transfundir se Hb <10 g/dl e instabilidade hemodinâmica, se plaquetas

<50.000, crioprecipitado se fibrinogênio < 1000 mg/dl e PFC se INR > 1,5 TEMPERATURA

CORPORAL -T>35ºC: usar manta térmica, irrigação gástrica aquecida (NaCl 0,9%), infusão por CVC de 200ml/h de cristalóide aquecido

INFECÇÃO

-Se infecção em tratamento com boa resposta ou infecção tratada, prosseguir Protocolo de Manutenção de Potencial Doador

-Se infecção não controlada: contra-indicar doação -Se infecção suspeita: tratar (coletar culturas) -Investigação de infecção pelo SARS-CoV-2

1) Investigação epidemiológica de contato com casos suspeitos ou confirmados de SARS-CoV-2 ou com sintomas respiratórios

2) Investigação clínica de sintomas respiratórios ou febre

3) Investigação laboratorial: teste de RT-PCR para SARS-Cov-2 de amostras respiratórias em situações especiais. Dependente da disponibilidade do teste OBS:Todos os casos de infecção deverão ser avaliados pela equipe da Central Estadual de Transplantes

Além dos cuidados assistenciais para a manutenção do potencial doador, é necessário solicitar vários exames laboratoriais para acompanhamento do caso, entre eles estão: Tipagem Sanguínea; Hemograma; Sódio;

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Potássio; Lactato; Cálcio; Magnésio; Gasometria arterial; CPK; CKMB; Creatinina; Uréia; parcial de urina; TGO;

TGP; Gama GT; Fosfatase alcalina; Bilirrubinas; Glicose; Amilase; Lipase; Sorologias; Culturas.

Exames de imagem podem ser indicados a depender da avaliação das equipes de transplantes da CET.

5 ENTREVISTA FAMILIAR

Após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica, o médico assistente realiza a comunicação do óbito aos familiares e logo após os direciona para a entrevista familiar, que é a principal etapa para que o processo da doação de órgãos e tecidos aconteça.

A entrevista familiar é realizada entre os familiares do potencial doador e profissionais da equipe da CIHDOTT do HRSC, em um ambiente confortável, seguro e acolhedor. É neste momento que o entrevistador deve acolher a família e apresentar-se com empatia e respeito pelo luto vivenciado. Deve ainda esclarecer possíveis dúvidas acerca do Protocolo e Diagnóstico de ME e da logística de captação e doação de órgãos e tecidos, pois a transparência e o conhecimento sobre o todo processo são fatores determinantes para a decisão favorável à doação de órgãos.

No Brasil, o Decreto nº 9175/2017 dispõe que a autorização familiar para doação deverá partir do cônjuge, companheiro ou de parente consanguíneo, de maior idade e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, e firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. Sendo assim familiares como cônjuge, companheiro (a), pai, mãe, filho (a), avô (ó), neto (a), irmãos, curador/tutor legal poderá autorizar a doação.

Após o consentimento familiar, é assinado o Termo de Autorização para Retirada de Órgãos e Tecidos, na presença de duas testemunhas, o qual será encaminhado para a Central Estadual de Transplantes, juntamente com a cópia dos documentos do potencial doador, familiar autorizador e das testemunhas, para que seja dado prosseguimento ao processo e ocorra a captação de órgãos e tecidos.

6 PROCESSO DE CAPTAÇÃO E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS

Após o consentimento familiar para a doação de órgãos e encaminhamento do Termo de Autorização para Retirada de Órgãos e Tecidos à CET, é dado início ao processo de captação e doação de órgãos, com a organização da logística para realizar o procedimento.

A CIHDOTT deve comunicra as equipes da unidade de origem do potencial doador, da Central de Material Esterilizado (CME) e do Centro Cirúrgico sobre a captação, a fim de preparar o material e a sala cirúrgica para o procedimento.

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A equipe de transplante informa o horário previsto de chegada ao HRSC para início da cirurgia de remoção dos órgãos. Um integrante da CIHDOTT deve acompanhar o procedimento cirúrgico para preenchimento das informações pertinentes à captação. Todo o processo de acondicionamento e traslado dos órgãos é de responsabilidade das equipes de transplante.

Logo após o fim do procedimento, a família é informada e o membro da CIHDOTT deve encaminhar a cópia do relatório de cirurgia à CET. O corpo do doador deve ser entregue devidamente recomposto à família.

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7 REFERÊNCIAS CONSULTADAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS (ABTO). Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. São Paulo, 2009.

BRASIL. Decreto n. 9175 de 18 de outubro de 2017. Regulamenta a Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, para tratar da disposição de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Diário Oficial da União. Brasília, 19 out. 2017, p. 2.

BRASIL. Resolução CFM n. 2173 de 23 de novembro de 2017. Define os critérios do diagnóstico de morte encefálica. Diário Oficial da União. Brasília, 15 dez. 2017, seção 1, p. 274-276.

NETO, Y. C. Morte encefálica: cinquenta anos além do coma profundo. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife - PE, v. 10, n. 2, p. 355-361, 2010.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ. Manual para Notificação, Diagnóstico de Morte Encefálica e Manutenção do Potencial Doador de Órgãos e Tecidos. Sistema Estadual de Transplantes.

Curitiba – PR. 2018, 68 p.

SANTOS, M. J.; MASSAROLLO, M. C. K. B; MORAES. E. L. Entrevista familiar no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante. Revista Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 25, n. 5, p. 788 – 794, 2012.

WESTPHAL, A. G. et al. Diretrizes para avaliação e validação do potencial doador de órgãos em morte encefálica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 28, n.3, p. 220-255, 2016.

WESTPHAL, A. G. et al. Diretrizes para manutenção de múltiplos órgãos no potencial doador adulto falecido.

Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 255-268, 2011.

(13)

8 APÊNDICES

A – TERMO DE DECLARAÇÃO DE MORTE ENCEFÁLICA

(14)
(15)

B – FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE POTENCIAL DOADOR

(16)
(17)
(18)
(19)
(20)

C – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE ÓRGÃOS E TECIDOS

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HISTÓRICOS DE VERSÕES VERSÃO DESCRIÇÃO DA

ALTERAÇÃO DATA RESPONSÁVEL / FUNÇÃO PRÓXIMA

REVISÃO 00 Documento inicial 05/11/2020 Cristiano Oliveira Rabelo - Diretor de Processos

Assistenciais | HRSC;

José Saul Peixoto Landim - Coordenador médico da UTI COVID | HRSC.

05/11/2022 VALIDAÇÃO: Cristiano Oliveira Rabelo - Diretor de Processos Assistenciais | HRSC

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Licenciada em Psicologia pela FPCE – UP; Doutoranda na Universidade de Salamanca, na área da Neuropsicologia Clínica; Doutoranda em Ciências Biomédicas pela Universidade do