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PROCESSO DO TRABALHO RE ISAÇO ÉLISSON MIESSA. 2ª edição revista, ampliada e atualizada

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Academic year: 2021

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Procurador do Trabalho

Professor de Direito Processual do Trabalho do Curso CERS on-line Autor e Coordenador de obras jurídicas

www.elissonmiessa.com.br

facebook.com/elisson.miessa • twitter.com/ElissonMiessa • @elissonmiessa periscope: elissonmiessa

PROCESSO DO TRABALHO

Coleção Coleção

RE9ISAÇO

2016 2ª edição

revista, ampliada e atualizada

(3)

Nota à 2ª Edição

Inicialmente, gostaríamos de agradecer a receptividade da obra pelo leitor, fazendo surgir esta nova edição.

A 2ª edição surge com diversas alterações, relacionadas principalmente à aplicação subsidiária e supletiva das normas constantes no Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15) ao processo traba- lhista (CLT, art. 769; NCPC, art. 15).

As questões e os comentários constantes no livro foram totalmente reanalisados com base no NCPC, impondo duas mudanças radicais em relação à edição anterior:

1) foram excluídas todas as questões que utilizavam como fundamento de resposta dispositivos do CPC/73 superados ou não reproduzidos pelo novel código, vez que, por óbvio, não serão mais questionados nas provas vindouras;

2) em todos os comentários foram contemplados diretamente os dispositivos do NCPC, ainda que a questão tenha sido formulada anteriormente à sua entrada em vigor, de modo a facilitar o estudo dos candidatos para as provas futuras. Excepcionalmente, mantivemos o CPC/73 como forma de contextualizar a questão e fazer uma análise histórica.

Foram ainda inseridos nos comentários e nas dicas os dispositivos da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST, pois esta representa o entendimento do C. TST quanto às normas do NCPC aplicáveis e inaplicá- veis ao direito processual do trabalho.

Ademais, foram observadas as alterações nas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST nos anos de 2015 e 2016, com destaque às Resoluções nº 208, 209 e 210 proferidas pelo C. TST.

Incluímos também aproximadamente 200 novas questões das provas realizadas nos anos de 2015 e 2016, incluindo-se as provas da OAB, analista e técnico dos Tribunais Regionais do Trabalho, procurado- rias municipal e estadual, Ministério Público do Trabalho e Magistratura do Trabalho.

A nova edição conta ainda com a inserção dos informativos do TST publicados em 2015 e 2016, atua- lizados até o Informativo nº 139 e Informativo execução nº 24.

Assim, esperamos que, nesta nova edição, possamos continuar orientando-o, a fim de alcançar o tão sonhado cargo público.

Élisson Miessa

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QUESTÕES

1. HISTÓRICO, FONTES E INTEGRAÇÃO

(Fundação Carlos Chagas – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 18/2013) Para processar e julgar uma ação reclamatória trabalhista ou um dissídio coletivo, tanto o magistrado do trabalho como o desembarga- dor do Tribunal Regional deverão reger-se pelas normas estabelecidas

a) na Consolidação das Leis do Trabalho e, nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com essas normas.

b) no Código de Processo Civil e, de forma subsidiária, por normas gerais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho.

c) na Constituição Federal e no direito processual comum, diante da ausência de regras específicas na Consolidação das Leis do Trabalho.

d) somente no Código Processual Civil, conforme o poder de direção geral do processo determinado aos Juízos e Tribunais do Trabalho.

e) na Consolidação das Leis do Trabalho ou na Lei de Execuções Fiscais, ou ainda, no Código Processual Civil, cabendo a escolha às partes, conforme a situa- ção, e de acordo com a fase processual.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: Para responder a presente ques- tão, o candidato deve conhecer as regras aplicáveis ao processo do trabalho e as fontes subsidiárias para preenchimento de lacunas da CLT, conhecendo espe- cialmente o art. 769 da CLT.

Alternativa “a” – Correta (responde todas as demais alternativas): O processo na Justiça do Tra- balho é regido pelas normas estabelecidas na Conso- lidação das Leis do Trabalho (art. 763 da CLT). Mas em

caso de omissão da CLT, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do traba- lho, exceto naquilo em que for incompatível com tais normas (art. 769 da CLT). Ou seja, para a aplicação do processo comum, exige-se a cumulação de dois requisi- tos: omissão da CLT e compatibilidade com o processo do trabalho. Porém, o candidato deve se atentar que, na fase de execução, antes de se aplicar o direito pro- cessual comum, devem-se aplicar os preceitos da Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80), como dispõe o artigo 889 da CLT.

(Fundação Carlos Chagas – Analista Judiciário – Área Judiciária – Oficial de Justiça Avaliador – TRT 18/2013) Para analisar e julgar os litígios individuais de natureza trabalhista, o Juiz do Trabalho e os Tribunais do Trabalho devem valer-se de normas processuais a) contidas na Consolidação das Leis do Trabalho, na

fase de conhecimento do processo, e do Código de Processo Civil na fase de execução.

b) do Código de Processo Civil e, de forma subsidiária, das regras contidas na Consolidação das Leis do Tra- balho.

c) do Código de Processo Civil, na fase de conheci- mento do processo, e das regras contidas na Lei de Execuções Fiscais na fase de execução da sentença.

d) previstas na Consolidação das Leis do Trabalho e, nos casos omissos, o direito processual comum será aplicado de forma subsidiária, exceto naquilo em que houver incompatibilidade.

e) previstas na Consolidação das Leis do Trabalho até a sentença, utilizando toda a matéria recursal pre- vista no Código de Processo Civil e, por fim, das regras contidas na Lei de Execuções Fiscais na fase de execução da sentença.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: Trata-se de questão recorrente que exige o conhecimento sobre as regras aplicáveis ao processo do trabalho, mormente o art. 769 da CLT.

Capítulo I – Histórico, Fontes e Integração

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Alternativa “d” – Correta (responde todas as demais alternativas): O processo na Justiça do Tra- balho é regido pelas normas estabelecidas na Conso- lidação das Leis do Trabalho (art. 763 da CLT). Mas em caso de omissão da CLT, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do traba- lho, exceto naquilo em que for incompatível com tais normas (art. 769 da CLT). Ou seja, para a aplicação do processo comum, exige-se a cumulação de dois requisi- tos: omissão da CLT e compatibilidade com o processo do trabalho. Porém, o candidato deve se atentar que, na fase de execução, antes de se aplicar o direito pro- cessual comum, devem-se aplicar os preceitos da Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80), como dispõe o artigo 889 da CLT.

(CESPE – UnB. TRT da 9ª Região – 2007. Analista Judiciário – Área Judiciária) Com relação aos princí- pios inerentes ao processo do trabalho, julgue os itens subsequentes.

O processo civil é fonte subsidiária do processo do trabalho, sendo que, nas execuções trabalhistas, havendo omissão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), deve o intérprete, preferencialmente, buscar a regra de regência aplicável às execuções fiscais.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: O presente item exige o conheci- mento dos artigos 769 e 889 da CLT, que são questiona- dos com muita frequência nas provas.

Item Correto: Em regra, em caso de omissão da CLT, o direito processual comum é fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com tais normas (art. 769 da CLT).

Entretanto, na fase de execução, antes de se aplicar o direito processual comum, devem-se aplicar os precei- tos da Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80), como dispõe o artigo 889 da CLT.

(Fundação Carlos Chagas. TRT da 8ª Região – 2004.

Analista Judiciário – Área Judiciária. Especiali- dade Execução de Mandados) O Direito Processual Comum

a) é fonte heterônoma do direito processual do traba- lho, prevalecendo sempre sobre suas normas.

b) é fonte autônoma do direito processual do traba- lho, prevalecendo sobre suas normas, em caso de dúvida.

c) é fonte subsidiária do direito processual do traba- lho, mesmo naquilo em que for incompatível com as normas trabalhistas.

d) é fonte subsidiária do direito processual do traba- lho, nos casos omissos, exceto naquilo em que for incompatível com suas normas.

e) não pode ser aplicado como fonte subsidiária do direito processual do trabalho.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: Para responder a questão, é importante diferenciar as espécies de fontes. Fontes autônomas são as normas emanadas dos próprios des- tinatários, como, por exemplo, os acordos coletivos de trabalho. Fontes heterônomas são as normas elabo- radas sem a participação direta de seus destinatários, como, por exemplo, as leis. E fontes subsidiárias são aquelas não previstas na lei principal, tendo como fina- lidade o preenchimento de lacunas da legislação.

Alternativa “d” – Correta (responde todas as demais alternativas): Em caso de omissão da CLT, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com tais normas (art. 769 da CLT).

(Fundação Carlos Chagas. TRT da 9ª Região/ 2013.

Analista Judiciário – Área Judiciária) A Consolidação das Leis do Trabalho prevê disposições específicas sobre atos, termos e prazos processuais a serem observados nos dissídios individuais trabalhistas. A esse respeito é correto afirmar que

a) uma vez constituído advogado pelas partes, apenas esses procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios ou secretarias.

b) os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar- -se-ão nos dias úteis das 8 às 18 horas.

c) os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação, que deverá ocorrer até o encerramento do juízo conciliatório.

d) nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as nor- mas do processo judiciário do trabalho.

e) os prazos processuais que se vencerem em sábado, domingo ou feriado, não serão prorrogados para o primeiro dia útil seguinte.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: Os artigos 763 a 769 da CLT tra- tam das disposições preliminares do processo judiciário do trabalho.

Alternativa “d” – Correta: Em caso de omissão da CLT, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com tais normas (art. 769 da CLT).

Alternativa “a” – Incorreta: As partes e seus pro- curadores poderão consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios ou secretarias (art. 779 da CLT).

Alternativa “b” – Incorreta: Os atos processuais serão públicos, exceto quando o contrário exigir o inte- resse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas (art. 770, caput da CLT). O candidato não

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deve confundir com o horário das audiências judiciais que pode ser entre as 8 (oito) e 18 (dezoito) horas (art.

813 da CLT).

Alternativa “c” – Incorreta: A conciliação traba- lhista pode ocorrer a qualquer momento, mesmo após o encerramento do juízo conciliatório (art. 764, § 3º da CLT).

Alternativa “e” – Incorreta: Os prazos que vence- rem no sábado, domingo ou feriado, terminarão no pri- meiro dia útil seguinte (art. 775, parágrafo único da CLT).

(FCC – Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 9/2013) Quanto ao processo judiciário do trabalho, é correto afirmar:

a) Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as regras da CLT.

b) O direito processual comum é fonte primária, sendo aplicadas as normas processuais contidas na CLT de forma subsidiária.

c) Havendo omissão da CLT sempre serão aplicadas as regras do direito processual comum como fonte subsidiária.

d) Aplicam-se apenas as regras contidas na CLT, não podendo ser aplicada norma prevista no direito processual comum.

e) A CLT não possui regras processuais próprias, razão pela qual são aplicadas normas do direito proces- sual comum.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: A questão aborda as regras aplicáveis ao processo do trabalho. Em geral, a regula- mentação do direito processual do trabalho vem esta- belecida na CLT.

Alternativa “a” – Correta (responde todas as demais alternativas): Caso a CLT não aborde determi- nado tema aplica-se o processo comum (CPC), desde que compatível com o processo do trabalho. Noutras palavras, o processo comum é fonte subsidiária no pro- cesso do trabalho, exigindo, para sua aplicação, dois requisitos cumulativos: omissão e compatibilidade (art.

769 da CLT).

Cabe destacar que o Novo CPC passa a estabelecer que, na ausência de normas que regulem processos elei- torais, trabalhistas ou administrativos, as disposições do CPC lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente (art. 15). Esse dispositivo possui uma diferença substan- cial com o art. 769 da CLT, o que provocará muita discus- são sobre o tema. É que os artigos celetistas admitem a incidência do CPC, desde que previstos dois requisi- tos: omissão e compatibilidade. Por sua vez, o art. 15 do Novo CPC exige apenas a omissão. De qualquer modo, considerando que a supressão de lacunas exige a com- patibilidade da norma inserida com o ordenamento que está sendo completado, entendo que se mantém a sis-

temática anterior, mesmo com o advento do novo CPC, ou seja, serão aplicados os arts. 769 e 889 da CLT(TST-IN nº 39/2016, art. 1º).

(Fundação Carlos Chagas. TRT da 5ª Região/ 2013.

Analista Judiciário – Área Judiciária) Em relação aos princípios gerais do processo trabalhista, é INCORRETO afirmar:

a) A aplicação subsidiária do direito processual comum ao direito processual do trabalho deve ser feita de acordo com o prudente arbítrio do juiz.

b) Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liber- dade na direção do processo e velarão pelo anda- mento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.

c) Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.

d) É lícito às partes celebrar acordo que ponha fim ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório.

e) A compensação, ou retenção, somente poderá ser arguida como matéria de defesa.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: É fundamental lembrar que a aplicação subsidiária do direito processual comum depende de dois requisitos cumulativos: omissão da legislação processual do trabalho e compatibilidade com as normas processuais trabalhistas. O candidato deve estar atento ao fato de a questão exigir a alterna- tiva incorreta.

Alternativa “a” – Incorreta: O direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho em caso de omissão da CLT, exceto naquilo em que for incompatível com tais normas (art. 769 da CLT).

Alternativa “b” – Correta: Os Juízes e Tribunais terão ampla liberdade na direção do processo, podendo determinar qualquer diligência para descobrir a ver- dade real, independentemente de provocação (art. 765 da CLT).

Alternativa “c” – Correta: Os dissídios individuais submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho, assim como os dissídios coletivos, serão sempre sujeitos à con- ciliação (art. 764, caput da CLT).

Alternativa “d” – Correta: É lícito às partes celebrar acordo que extinga o processo, mesmo após o encerra- mento do juízo conciliatório (art. 764, § 3º da CLT).

Alternativa “e” – Correta: A compensação e a retenção só podem ser arguidas como matéria de defesa (art. 767 da CLT).

(FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 4/2015) A empresa Sinais dos Tempos, na qualidade de

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recla mada em dissídio individual trabalhista, pretende utilizar em sua defesa um instituto jurídico previsto ape- nas na legislação processual civil. Tal situação

(A) será sempre possível tão somente diante da lacuna da legislação processual trabalhista.

(B) não será possível em nenhuma hipótese diante da inflexibilidade das normas processuais trabalhistas.

(C) será possível apenas em caso de expressa concor- dância da parte contrária.

(D) será possível somente se fosse utilizada pelo empre gado em razão do princípio da norma mais favorável ao trabalhador.

(E) será possível nos casos omissos, em que o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do sistema trabalhista.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: O direito processual do trabalho tem como objetivo regular os processos individuais e coletivos submetidos à Justiça do Trabalho. Sua regula- mentação vem estabelecida na CLT, bem como em leis esparsas.

Alternativa “e” – Correta (responde todas as demais alternativas): Pode ocorrer de a CLT não versar sobre determinado tema. Nessa hipótese, aplica-se o processo comum, desde que compatível com o processo do trabalho. É o que declina o art. 769 da CLT: “Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiá- ria do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.”

O art. 15 do NCPC passa a tratar do tema ao esta- belecer que “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”. Observa-se que o que muda com a chegada do Novo CPC é simplesmente o fato de que, a partir de agora, de forma expressa, passa a ser admitida a aplicação supletiva (complementar) do CPC, manten- do-se intactos os requisitos dos arts. 769 e 889 da CLT.

Noutras palavras, o Novo CPC será aplicado ao processo do trabalho de forma subsidiária e supletiva, desde que presentes dois requisitos: omissão e compatibilidade (TST-IN 39, art. 1º, caput).

(Fundep – Procurador do Município – Prefeitura Belo Horizonte-MG/2008) A subsidiariedade de que trata a CLT para aplicação do Direito Processual Comum exige a) incompatibilidade celetista e equidade no Direito

Trabalho.

b) compatibilidade celetista e hermenêutica.

c) omissão celetista e compatibilidade com o pro- cesso do trabalho.

d) imparcialidade celetista e omissão do processo do trabalho.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: A questão aborda o tema das fontes e integração do Direito Processual do Trabalho.

Lembre-se que, na fase de execução, diferentemente da fase de conhecimento, antes de se aplicar o processo comum, primeiramente, deve-se invocar a Lei de Execu- ções Fiscais.

Alternativa “c” – Correta (Responde todas as demais alternativas): “Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito pro- cessual do trabalho, exceto naquilo em que for incom- patível com as normas deste Título.” (art. 769, CLT).

(TRT 15 – Juiz do Trabalho Substituto 15ª região/ 2013) Sobre a história da Justiça do trabalho é incorreto dizer:

a) em 1932, foram criadas as Juntas de Conciliação e Julgamento, voltadas aos conflitos individuais, e as Comissões Mistas de Conciliação, direcionadas aos conflitos coletivos, como órgãos administrativos.

Apenas os trabalhadores sindicalizados podiam pleitear perante as Juntas de Conciliação e julga- mento. Os demais deviam se socorrer da Justiça Comum;

b) os juízes presidentes das Juntas de Conciliação e Julgamento eram nomeados pelo Ministro do Tra- balho, dentre advogados, magistrados ou funcio- nários públicos; não gozavam de independência, vez que eram demissíveis “ad nutum” e qualquer processo poderia ser subtraído ao conhecimento das Juntas pelo Ministro do Trabalho, que chamava para si a função decisória, através de cartas chama- das “avocatórias”;

c) somente em 1943, com a publicação da CLT, as Juntas de Conciliação e Julgamento passaram a ter competência para executar suas próprias decisões, mantendo-se a possibilidade de “avocatórias”, que foram extintas com a Constituição de 1946;

d) somente a partir da Constituição de 1946, a Justiça do Trabalho foi integrada, de forma inconteste, aos órgãos do Poder Judiciário, com organização da carreira de Juiz do Trabalho e ingresso mediante concurso público de provas e títulos, promoções pelos critérios de antiguidade e merecimento e as garantias inerentes à magistratura;

e) fora do âmbito da 1ª. e da 2ª. Regiões, o Suplente de Presidente de Junta, até alteração havida em 1984, era nomeado pelo Presidente da República, den- tre advogados militantes no foro trabalhista, para substituírem os Presidentes em seus afastamentos e impedimentos, para um mandato com tempo determinado, e se fossem reconduzidos eram inte- grados ao quadro de magistrados de forma defini- tiva, mesmo sem concurso público.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: A questão aborda o tema da his- tória da Justiça do Trabalho no Brasil e, consequente-

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mente, do processo do trabalho. É válido ressaltar que a questão exige que o candidato assinale a alternativa incorreta. Ademais, exigia-se que o candidato tivesse conhecimentos específicos do surgimento da Justiça do Trabalho e da legislação processual trabalhista.

Alternativa “c” – Incorreta: As Juntas de Conci- liação e Julgamento passaram a ter a competência de executar suas próprias decisões a partir do Decreto-Lei nº 1.237 de maio de 1939, ou seja, mesmo antes da pro- mulgação da CLT.

Alternativa “a” – Correta: As Juntas de Con- ciliação e Julgamento foram criadas pelo Decreto nº  22.132, de 25/11/1932 para a resolução de confli- tos individuais. Em que pese não terem caráter juris- dicional, eram consideradas órgãos administrativos que impunham a solução dos conflitos para as partes envolvidas. Como forma de estimular a sindicalização, apenas empregados sindicalizados podiam pleitear perante as Juntas. As Comissões Mistas de Concilia- ção, instituídas pelo Decreto nº 21.396, de 13/05/1932 para os conflitos coletivos, também não tinham com- petência para julgar, atuando como órgãos de conci- liação.1

Alternativa “b” – Correta: De acordo com o artigo 3º do Decreto nº 22.132/32, as Juntas eram formadas por dois vogais e por um presidente, nomeados pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, devendo a escolha recair, de preferência, aos membros da OAB, magistrados, funcionários federais, estaduais ou muni- cipais. Tendo em vista que as Juntas de Conciliação e Julgamento não eram órgãos jurisdicionais, seus pre- sidentes não possuíam as mesmas garantias que os magistrados possuem: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios. Ademais, conforme esta- belece art. 29 de referido Decreto, o Ministro do Tra- balho, Indústria e Comércio, poderia avocar qualquer processo em que haja decisão proferida há menos de 6 meses pelas Juntas de Conciliação e Julgamento, a requerimento da parte e provando esta ter havido fla- grante parcialidade dos julgadores ou violação expressa de direito.

Alternativa “d” – Correta: A Constituição Federal de 1946 transformou a Justiça do Trabalho em órgão do Poder Judiciário, conforme se observa pelo artigo 94 de referida Carta Magna, in verbis:

Art. 94 – O Poder Judiciário é exercido pelos seguin- tes órgãos:

I. Supremo Tribunal Federal;

II. Tribunal Federal de Recursos e Juízes Federais;

III. Tribunais e Juízes Militares;

IV. Tribunais e Juízes Eleitorais;

V. Tribunais e Juízes do Trabalho.

1 JORGE NETO, Francisco Ferreira; CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Direito Processual do Trabalho. 5. ed.

São Paulo: Editora Atlas, 2012.

Ademais, o art. 122 da CF/46 passou a declarar expressamente que:

Art. 122 – Os órgãos da Justiça do Trabalho são os seguintes:

I. Tribunal Superior do Trabalho;

II. Tribunais Regionais do Trabalho;

III. Juntas ou Juízes de Conciliação e Julgamento.

Ainda conforme o artigo 95 da Constituição Federal de 1946, foi garantido aos juízes, a vitaliciedade, a ina- movibilidade e a irredutibilidade de vencimentos.

Alternativa “e” – Correta: Conforme estabelecia o artigo 654 da CLT, com redação dada pelo Decreto-lei nº 9.797, de 09/09/1946, o ingresso na magistratura do trabalho, nas sedes da 1ª e 2ª Regiões da Justiça do Tra- balho eram realizadas para o cargo de juiz do trabalho substituto, as nomeações subsequentes, por promoção, alternadamente, por antiguidade e por merecimento.

Nas demais localidades e Regiões, o ingresso era rea- lizado para o cargo de juiz do Trabalho, presidente de Junta. O suplente de juiz do trabalho presidente de Junta era nomeado pelo Presidente da República, den- tre brasileiros natos, bacharéis em Direito, de reconhe- cida idoneidade moral, especializados em legislação social. Ademais, a nomeação dos suplentes era realizada por um período de dois anos, com a possibilidade de recondução após o período. Uma vez reconduzidos, os suplentes eram conservados, só podendo ser demitidos por falta que os tornasse incompatíveis com o cargo, apurada pelo Tribunal da respectiva Região, facultada, porém, sua suspensão prévia pelo presidente do Tribu- nal, em casos de motivos graves.

(TRT 1 – Juiz do Trabalho Substituto 1ª região/ 2014) Para que determinado fato seja julgado em perfeita sintonia com a norma, é necessário que desta sejam fixados o sentido, o alcance e a finalidade social. Para aplicar a norma ou suprir sua omissão ao caso concreto é imprescindível interpretá-la ou integrá-la. Nesse sen- tido, é correto afirmar que

a) o Juiz do Trabalho, na hipótese de lacuna, deverá investigar as normas que contemplem hipótese semelhante ao caso concreto, a realidade social, o sentido dos fatos, indagando os valores que infor- mam a ordem jurídica, em integração denominada analogia.

b) a equidade é meio de interação da norma e consiste na aplicação preexistente da lei, adaptando-a às particularidades do caso concreto. Pelo princípio constitucional da legalidade, não cabe ao Juiz criar, a partir do sistema jurídico, a norma para o caso concreto.

c) a interpretação teleológica ou finalística baseia-se no resultado e na experiência histórica no momento de aplicação da lei. A história lhe imprime, pois, o seu selo, e o intérprete deve ser fiel a essa inspiração.

d) a interpretação pressupõe a dificuldade de entendi- mento, à primeira vista, do sentido da lei e não deve

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ser realizada quando não exista tal dificuldade, limitando-se a atividade do intérprete a descrever o significado previamente existente dos dispositivos.

e) a interpretação extensiva destina-se a corrigir uma formulação ampla demais e tem lugar quando o texto legal contradiz outro texto de lei e quando a norma exprime mais do que se pretendeu em sua criação.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: A questão aborda aspectos relacionados à interpretação da norma jurídica. Para respondê-la, o candidato deve conhecer os diversos métodos de interpretação do texto legal.

Alternativa “a” – Correta: A analogia corresponde justamente à utilização de normas que versem a situa- ções semelhantes ao caso concreto quando não há norma específica que incida sobre determinada hipótese.

Alternativa “b” – Incorreta: A equidade consiste no pronunciamento de decisão justa, como na hipótese prevista no art. 766 da CLT:

Art. 766 – Nos dissídios sobre estipulação de salários, serão estabelecidas condições que, assegurando jus- tos salários aos trabalhadores, permitam também justa retribuição às empresas interessadas.

Alternativa “c” – Incorreta: O método teleológico consiste na busca pelos fins sociais a que a norma jurí- dica se propõe, “visando adaptar a finalidade da norma à realidade social, econômica e política em que vai inci- dir na prática”.2 Já a interpretação histórica busca os motivos e objetivos da criação da norma.

Alternativa “d” – Incorreta: A interpretação é necessária para a obtenção do sentido de determinada norma, dessa forma, conforme ensina Carlos Henrique Bezerra Leite, “o ato de interpretar a norma jurídica pre- cede à sua aplicação, pois sem interpretação não é pos- sível desvendar o conteúdo, o sentido e o alcance das normas jurídicas”.3

Alternativa “e” – Incorreta: Ao contrário do afir- mado na alternativa, a interpretação extensiva busca a ampliação de um texto legal com sentido muito res- trito.

(TRT 3 – Juiz do Trabalho Substituto 3ª região/ 2013) Sobre o processo do trabalho, leia as afirmações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:

I. A conciliação e a mediação são métodos adversa- riais de solução de conflitos.

II. O direito de ação contempla um complexo de direi- tos, tais como o de apresentar argumentos e provas

2 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 9. Ed. São Paulo: LTr, 2011, p. 96.

3 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 9. Ed. São Paulo: LTr, 2011, p. 93.

em favor de determinada pretensão, não se resu- mindo ao direito de provocar a jurisdição.

III. As garantias processuais atribuem significado concreto ao direito material, na medida em que favorecem o seu gozo efetivo, no caso da sua não observância espontânea.

IV. Os costumes, enquanto fonte do direito, consistem no uso reiterado, uniforme e prolongado de deter- minada regra de conduta, pela convicção geral de consistir o respeito a esta regra uma obrigação.

a) Todas as afirmativas estão corretas.

b) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.

d) Somente a afirmativa I está correta.

e) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: A questão aborda os diferentes métodos de solução de conflitos. É necessário diferen- ciar os métodos adversariais dos métodos não adversa- riais de solução de conflitos. Os métodos adversariais, também chamados de métodos heterocompositivos, são aqueles cuja solução do conflito é determinada por um terceiro. Por seu turno, os métodos não adver- sariais, também denominados de métodos alternativos de solução de conflitos ou de métodos autocompositi- vos, são aqueles em que o conflito é solucionado pelas próprias partes, podendo ou não ter a presença de um terceiro facilitador.

Alternativa “e” – Correta: São corretas as afirma- tivas II, III e IV.

Item I – Incorreto: A negociação, a conciliação e a mediação são métodos não adversariais de solução de conflitos.

Item II – Correto: O direito de ação é complexo, pois se trata de direito composto por uma infinidade de situações jurídicas, tais como o direito de provocar a atividade jurisdicional, o direito à tutela jurisdicional, direito a técnicas processuais adequadas para efeti- var o direito afirmado, o direito à prova e o direito de recorrer4. Assim, não se resume ao direito de provocar a jurisdição.

Item III – Correto: As garantias processuais são mecanismos e determinações que asseguram a parti- cipação plena dos sujeitos no processo. Essas garan- tias dão significado concreto ao direito material, uma vez que favorecem o seu gozo efetivo. Como sustenta Humberto Theodoro Júnior, o direito processual “é utilizado com nítido objetivo de tutelar a situação jurí- dico-material subjetiva em situação de crise, ou seja, de lesão ou ameaça. É simplesmente o instrumento de

4 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: intro- dução ao direito processual civil e processo de conheci- mento. 16. ed. Salvador: JusPODIVM, 2013. p. 229. v. 1.

(10)

realização do direito material atingido por agressão ou ameaça ilícita”5.

Item IV – Correto: Costume é a prática reiterada de uma conduta ou atividade considerada obrigató- ria pela sociedade. O costume é uma fonte formal do direito.

(TRT 5 – Juiz do Trabalho Substituto 5ª região/ 2013) Acerca da eficácia do processo do trabalho, assinale a opção correta.

a) De acordo com o sistema conhecido por isolamento dos atos processuais, não há direito adquirido em cada recurso, sendo o direito de recorrer exercido conforme a lei vigente ao tempo da publicação da decisão de que se pretende recorrer.

b) Há a possibilidade de ocorrer prejuízo quando os recursos são interpostos depois de alterados os dis- positivos legais.

c) Na CF, não existe previsão acerca de eficácia da lei.

d) Os dispositivos legais, ainda que imperativos, não são aplicáveis de forma imediata as realizações ini- ciadas.

e) A eficácia da norma jurídica no processo do traba- lho limita-se, dada a sua simplicidade, a um único sentido.

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› Nota do autor: A questão aborda a eficácia do processo do trabalho, notadamente no que diz respeito aos recursos e o direito intertemporal.

Alternativa “a” – Correta: Considerando que o processo, em seu aspecto exterior, é um complexo coordenado de atos processuais, discute-se como se dá a aplicação imediata da norma processual, idealizando a doutrina três sistemas para a solução do problema: a) sistema da unidade processual; b) sistema das fases pro- cessuais; c) sistema do isolamento dos atos processuais.

O sistema da unidade processual indica que o pro- cesso, embora possua diversos atos, é um corpo uno e indivisível, de modo que somente pode ser regulado por uma única lei. Assim, para que não haja retroativi- dade, aplica-se a lei antiga para todo o processo.

O sistema das fases processuais informa que o pro- cesso, embora uno, é dividido em fases processuais autônomas (postulatória, instrutória, decisória e recur- sal), devendo a lei nova disciplinar as fases ainda não iniciadas.

Por fim, o sistema do isolamento dos atos proces- suais reconhece a unidade processual, mas admite que o complexo de atos do processo possa ser visto

5 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito proces- sual civil: teoria geral do direito processual civil e pro- cesso de conhecimento. 50. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 4. v. I.

de forma isolada para efeito de aplicação da nova lei.

Dessa forma, a lei nova tem aplicação perante o ato a ser iniciado. Essa teoria é a majoritariamente aceita em nosso ordenamento, estando disciplinada no art. 2º do CPP6 que, por ser norma de sobredireito, é aplicada ao processo trabalhista.

No que tange aos recursos, a lei a ser aplicada é aquela que estava em vigor na data em que foi publi- cada a decisão recorrida. Nesse sentido, nos ensina Bar- bosa Moreira:

Pode acontecer que, na pendência do processo, lei nova modifique o sistema de recursos, quer para facultar algum contra decisão até aí irrecorrível, quer para suprimir recurso existente, quer para alterar-lhe os requisitos de admissibilidade ou os efeitos. O prin- cípio fundamental, na matéria, é o de que a recorri- bilidade se rege pela lei em vigor na data em que foi publicada (isto é, dada a público) a decisão: a norma processual superveniente respeita os atos já pratica- dos e os respectivos efeitos já produzidos antes de sua vigência7.

No entanto, o processamento e o julgamento do recurso, o que inclui a competência, ocorrerão com base na lei nova8.

Alternativa “b” – Incorreta: “Não serão prejudica- dos os recursos interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo prazo para interposição esteja em curso à data da vigência desta Consolidação” (artigo 915 da CLT).

Alternativa “c” – Incorreta: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa jul- gada” (artigo 5º, XXXVI da CF/88).

Alternativa “d” – Incorreta: “Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às rela- ções iniciadas, mas não consumadas, antes da vigência desta Consolidação” (artigo 912 da CLT).

Alternativa “e” – Incorreta: De acordo com Car- los Henrique Bezerra Leite, a eficácia da norma jurí- dica pode ter mais de um sentido, sendo dois os mais importantes. O primeiro corresponde à eficácia social da norma jurídica, enquanto o segundo é chamado de eficácia técnica.9

6 Art. 2º: “A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”.

7 MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao código de processo civil. 15. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. 5, p.

269. O TST adotou o mesmo entendimento com a entrada em vigor da Lei nº 13.015/14, como se verifica pelo art. 1º, do ato normativo 491/SEGJUD, de 23 de setembro de 2014:

“Art. 1º A Lei 13.015, de 21 de julho de 2014, aplica-se aos recursos interpostos das decisões publicadas a partir da data de sua vigência”.

8 MIESSA, Élisson. Recursos Trabalhistas. Salvador: editora JusPODIVM, p. 34.

9 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 9.ed. São Paulo: LTr, 2011, p. 109.

(11)

2. PRINCÍPIOS

(FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 16/2014) No tocante ao Procedimento Sumaríssimo, dispõe o artigo 852-D da CLT que: O juiz dirigirá o pro- cesso com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada liti- gante, podendo limitar ou excluir as que considerar exces- sivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. Neste caso, está presente o Princípio

a) da Imediatidade.

b) Dispositivo.

c) da Identidade física do juiz.

d) Inquisitivo.

e) do Juiz natural.

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› Nota do autor: A questão aborda os princípios no processo trabalhista. Os princípios representam a base do ordenamento jurídico. Prevalece, na doutrina, três funções para os princípios:

– interpretativa: auxiliam os operadores do direito na compreensão e aplicação do sistema jurídico;

informativa: inspiram o legislador na elabora- ção de leis, e;

normativa ou integrativa: tem a finalidade de completar as lacunas deixadas pelo legislador.

Atualmente, o pós-positivismo concedeu aos prin- cípios o status de norma jurídica, conferindo-lhe força normativa, como se dá com as regras jurídicas (por exemplo, a lei). Noutras palavras, os princípios deixam de ter atuação apenas supletiva nessa nova concepção, para agir de forma autônoma, podendo inclusive con- trariar uma regra jurídica. Tem-se, pois, que, na atuali- dade, as normas jurídicas (gênero) englobam as regras jurídicas e os princípios.

Alternativa “d” – Correta: O judiciário deve ser provocado para atuar, não podendo iniciar o processo ex officio. É o que se denomina de princípio dispositivo (ou inércia). No entanto, depois de iniciado o processo por meio da petição inicial, os juízos e Tribunais terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas, independentemente de provocação, prosseguindo-se, assim, por meio do impulso oficial. Trata-se aqui do prin- cípio inquisitivo (CLT, art. 765 e 852-D). Portanto, para iniciar o processo, depende-se de provocação (princípio dispositivo), mas o prosseguimento se dá por impulso oficial (princípio inquisitivo).

Alternativa “a” – Incorreta: Entende-se por prin- cípio da imediação (ou imediatidade) “a necessidade de que a realização dos atos instrutórios deve se dar

perante a pessoa do Juiz, que assim poderá formar melhor seu convencimento, utilizando-se, também, de impressões obtidas das circunstâncias nas quais as pro- vas se realizam”10.

Alternativa “b” – Incorreta: Como visto, o judiciá- rio deve ser provocado para atuar, não podendo iniciar o processo ex officio. Essa necessidade de provocação é denomina de princípio dispositivo (ou inércia).

Alternativa “c” – Incorreta: O princípio da Iden- tidade Física do Juiz consiste na vinculação do órgão julgador àquele que concluiu a audiência de instrução (art. 132 do CPC/73)11. Antigamente, o TST não aplicava esse princípio na seara trabalhista, criando a Súmula n°

136, em razão da existência, na época, dos juízes classis- tas. Posteriormente, o C. TST cancelou referida súmula, ante as diretrizes do art. 132 do CPC/73. Com o NCPC, o posicionamento do TST deverá ser novamente alterado, uma vez que o novel código não reproduziu o teor do art. 132 do CPC/73, o qual disciplinava o princípio da identidade física do juiz. Com essa alteração, acredita- mos que nas provas objetivas deverá ser adotada a tese de que referido princípio não é mais aplicado na seara processual, tanto civil, como trabalhista.

Alternativa “e” – Incorreta: O princípio do juiz natural dispõe a ideia de que nenhum litígio poderá ser julgado sem prévia existência legal de juízo deter- minado.

(FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Ava- liador – TRT 2/2014) No tocante aos princípios do pro- cesso do trabalho, considere:

I. O princípio protetor se caracteriza como o mais importante nas relações de trabalho, uma vez que possibilita equilibrar a desigualdade natural exis- tente nos contratos de emprego, em que o empre- gador detém o poder econômico em detrimento do trabalhador, que necessita do emprego. Assim, é utilizado amplamente pelo julgador, tanto no direito material, quanto no processo do trabalho, quando não houver provas a respeito dos fatos ale- gados.

II. O juiz tem ampla liberdade na condução do pro- cesso, na busca de elementos probatórios que formem o seu convencimento, baseando-se no princípio da busca da verdade real e da primazia da realidade.

III. O princípio do impulso oficial nas execuções é apli- cável apenas às ações trabalhistas em que foi defe- rida justiça gratuita ao reclamante.

IV. Segundo a jurisprudência consolidada do TST, o princípio da identidade física do juiz é aplicável na

10 MAIOR, Jorge Luiz Souto apud Schiavi, Mauro. Provas no processo do trabalho. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Ltr, 2013.

p. 42.

11 O Novo CPC não reproduz o teor do art. 132 do atual CPC, ou seja, não disciplina o princípio da identidade física do juiz.

(12)

Justiça do Trabalho, mesmo após o advento da EC no 24/99, que extinguiu a representação classista.

Está correto o que afirma APENAS em a) III e IV.

b) II e IV.

c) I, II e IV.

d) II e III.

e) I e III.

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› Nota do autor: Os princípios representam a base do ordenamento jurídico, portanto, é fundamental que o candidato estude atentamente os principais princí- pios que norteiam o processo do trabalho.

Alternativa “b” – Correta: Estão corretos os itens II e IV.

Item I – Incorreto: O direito do trabalho tem como base o princípio da proteção. Considerando que o pro- cesso do trabalho é instrumento de realização do direito material, aplica-se no campo processual, o princípio da proteção. No entanto, tal princípio deve ser bem anali- sado na seara processual, para que não se criem desi- gualdades entre as partes. Ademais, ele não poderá ser utilizado no campo probatório, inclusive para suprir deficiência probatória, observando-se, nessa hipótese, as regras pertinentes ao ônus da prova.

Item II – Correto: Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determi- nar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas (art. 765, CLT). Ademais, o juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem pro- duzidas, considerado o ônus probatório de cada liti- gante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de expe- riência comum ou técnica (art. 852-D,CLT)

Item III – Incorreto: A oficialidade da atuação do juiz emerge dos princípios da celeridade, simplicidade e inquisitoriedade, não decorrendo da condição indivi- dual do reclamante ser beneficiário da justiça gratuita.

Item IV – Correto: O princípio da identidade física do juiz consiste na vinculação do órgão julgador à aquele que concluiu a audiência de instrução (art. 132, CPC/73). Antigamente, o TST não aplicava esse princí- pio na seara trabalhista, criando a Súmula n° 136, em razão da existência, na época, dos juízes classistas. Pos- teriormente, o C. TST cancelou referida súmula, ante as diretrizes do art. 132 do CPC/73. Com o NCPC, o posicio- namento do TST deverá ser novamente alterado, uma vez que o novel código não reproduziu o teor do art. 132 do CPC/73, o qual disciplinava o princípio da identidade física do juiz. Com essa alteração, acreditamos que nas provas objetivas deverá ser adotada a tese de que refe- rido princípio não é mais aplicado na seara processual, tanto civil, como trabalhista.

(FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Ava- liador – TRT 19/2014) Considere a seguinte situação hipotética: Reclamação trabalhista em que a reclamante requer o reconhecimento do vínculo de emprego com a empresa “GHJ Ltda.”. A empresa reclamada, por sua vez, nega o referido vínculo, alegando que a reclamante não trabalhou para ela, não tendo, inclusive, jamais ingres- sado no interior do estabelecimento. O Magistrado con- verteu a audiência em diligência e se dirigiu à empresa reclamada com as partes. No local, o Magistrado soli- citou que a reclamante indicasse o banheiro feminino.

Esta não soube indicar e o Magistrado percebeu qual das partes estava faltando com a verdade. Esta hipótese é um exemplo específico do princípio

a) dispositivo.

b) da imediação.

c) da estabilidade da lide.

d) da eventualidade.

e) da perempção.

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› Nota do autor: A questão aborda os poderes ins- trutórios do juiz, especialmente na inspeção judicial que aproxima o juiz das provas.

Alternativa “b” – Correta: O princípio da Imedia- tidade ou Imediação é aquele aproxima o julgador dos atos instrutórios, impondo que a realização das provas ocorra na sua presença, como ocorre especialmente na inspeção judicial, como é o caso da questão.

Alternativa “a” – Incorreta: O judiciário deve ser provocado para atuar, não podendo iniciar o processo ex officio. Essa necessidade de provocação é denomina de princípio dispositivo (ou inércia), não tendo, por- tanto, nenhuma relação com a questão.

Alternativa “c” – Incorreta: O princípio da estabi- lidade da lide está previsto no art. art. 329, II do NCPC, que prevê: feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substitui- ções permitidas por lei.

Alternativa “d” – Incorreta: O princípio da even- tualidade ou concentração da defesa (art. 342 do NCPC) é aquele segundo o qual o reclamado deverá apresentar todas as suas matérias de defesa na contestação, ainda que incompatíveis entre si, sob pena de não poder levantá-las posteriormente, ante a existência de preclu- são consumativa.

Alternativa “e” – Incorreta: No processo do tra- balho, haverá perempção temporária, consistente na perda, pelo prazo de 6 meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho em duas hipóteses: 1) quando distribuída a reclamação verbal, o reclamante, salvo motivo de força maior, não apresentar-se no prazo de 5 dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo (arts. 731 e 786 da CLT); 2) quando der causa a

(13)

dois arquivamentos seguidos, por não comparecimento na audiência inaugural ou una (art. 732 da CLT).

(Fundação Carlos Chagas – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 1/2013) Considerando-se os princípios gerais do processo aplicáveis ao processo judiciário tra- balhista é correto afirmar:

a) A irrecorribilidade das decisões interlocutórias é um dos aspectos da oralidade, plenamente identi- ficado no processo trabalhista.

b) Não se aplica o princípio da concentração dos atos processuais em audiência, como ocorre no pro- cesso comum.

c) Não há omissão das normas processuais na Conso- lidação das Leis do Trabalho que justifique a aplica- ção subsidiária do processo comum.

d) Havendo omissão das normas processuais na Con- solidação das Leis do Trabalho fica a critério de cada Juiz a aplicação do direito processual comum, cujo critério para adoção é a concordância das partes.

e) A execução trabalhista poderá ser promovida apenas pelas partes interessadas, não havendo o impulso oficial “ex officio” pelo próprio Juiz compe- tente.

|COMENTÁRIOS|.`

› Nota do autor: A questão aborda os princípios no direito processual do trabalho. Lembre-se de que, além das três funções clássicas funções atribuídas aos princípios, atualmente, a doutrina também confere aos princípios força normativa.

Alternativa “a” – Correta: O princípio da oralidade se subdivide em três princípios: o da identidade física do juiz, o da concentração dos atos processuais e o da irre- corribilidade das decisões interlocutórias. Este último princípio está previsto no art. 893, §  1º da CLT, o qual estabelece que as decisões interlocutórias são irrecorrí- veis imediatamente. Cabe destacar que a Súmula nº 214 do TST criou algumas exceções a esse princípio.

Alternativa “b” – Incorreta: O princípio da con- centração dos atos processuais determina que em uma ou em poucas audiências próximas devem ser realiza- dos os atos processuais. Esse princípio é plenamente aplicável no processo do trabalho, sendo derivado do princípio da oralidade.

Alternativa “c” – Incorreta: Conforme o art. 769 da CLT, em caso de omissão da Consolidação das Leis do Trabalho, o direito processual comum será fonte subsi- diária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas da CLT. Trata-se de norma imperativa que não decorre de vontade das partes.

Alternativa “d” – Incorreta: De acordo com o art. 769 da CLT, havendo omissão da CLT, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto quando houver incom-

patibilidade com as normas processuais trabalhistas.

Assim, não fica a critério de cada Juiz a aplicação do direito processual comum. Havendo omissão da CLT, deve-se aplicar o CPC, desde que seja compatível com o processo do trabalho (TST-IN nº 39/2016, art. 1º).

Alternativa “e” – Incorreta: A execução traba- lhista poderá ser promovida por qualquer interessado ou “ex officio” pelo próprio Juiz do Trabalho (art. 878, caput da CLT).

(CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 8/2013) No que se refere aos princípios gerais do pro- cesso trabalhista, assinale a opção correta.

a) A verdade real, derivada do direito material do trabalho, não tem aplicação no campo proces- sual, pois o que importa para o julgamento é a prova documental apresentada nos autos pelas partes.

b) O princípio do dispositivo, segundo o qual o juiz está impedido de prestar a tutela jurisdicional sem que a parte interessada a requeira, não é aplicado no processo do trabalho, instância na qual impera a instauração processual por impulso oficial em favo- recimento ao trabalhador.

c) Não se aplica ao processo do trabalho o princípio da oralidade, devendo os atos processuais ser expres- samente formalizados para que a parte possa impugná-los quando viciados.

d) O princípio da proteção, claramente evidenciado no direito material do trabalho, é também aplicável ao processo do trabalho e com base nele o juiz do trabalho pode instituir privilégios processuais ao trabalhador, conferindo tratamento não isonômico entre as partes.

e) A inclusão na liquidação de sentença de juros de mora e de correção monetária, ainda que a petição inicial e a condenação tenham sido omissas a tal respeito, exemplifica o princípio da extrapetição, aplicável ao processo do trabalho.

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› Nota do autor: A questão aborda, novamente, os princípios no direito processual do trabalho

Alternativa “e” – Correta: O princípio da extra- petição “permite que o juiz, nos casos expressamente previstos em lei, condene o réu em pedidos não con- tidos na petição inicial, ou seja, autoriza o julgador a conceder mais do que o pleiteado, ou mesmo vanta- gem diversa da que foi requerida”12. Um exemplo de aplicação desse princípio é a Súmula nº 211 do TST, a qual preceitua que: “Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação”.

12 SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. 3.

ed. São Paulo: Método, 2006. p. 50-51.

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