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XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014

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XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias SNBU 2014

ESTRUTURAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS COM FOCO NA NORMALIZAÇÃO DOCUMENTÁRIA: ANÁLISE DE AMBIGUIDADES

NA NBR 14724/2011

Brisa Pozzi de Sousa

Naira Christofoletti Silveira

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RESUMO

Analisa a Norma Brasileira de Estruturação de Trabalhos Acadêmicos, NBR 14724, com o intuito de identificar ambiguidades e, assim, sugerir padronização. Por meio da análise documental almeja contribuir com discussões a favor da atualização da norma em curto espaço de tempo, pois seu emprego ocasiona o fortalecimento e a realimentação do campo acadêmico, e no contexto do artigo esse caminho é traçado pela comunicação científica, que possui como resultado a estruturação do produto denominado trabalho acadêmico. Para dinamizar a estruturação e a divulgação da comunicação científica entre os pares, a Associação Brasileira de Normas Técnicas elabora várias normas destinadas à padronização documentária, entretanto, alguns pontos que deveriam ser coincidentes entre elas geram ambiguidades na aplicação. Os resultados apontam várias divergências entre a NBR 14724 e outros cinco documentos, do total de nove, que compõem a seção intitulada Referências Normativas. É possível concluir que somente a atualização poderá diminuir as ambiguidades facilitando assim, a padronização na estruturação dos trabalhos acadêmicos, e por consequência, a comunicação científica entre os pares.

Palavras-Chave: Comunicação científica - Padronização. Normalização Documentária. Estruturação de trabalhos acadêmicos. NBR 14724/2011.

ABSTRACT

Analyzes the Brazilian Standard for Structuring Academic Papers, NBR 14724, in order to identify ambiguities and thus suggest standardization. Through documentary analysis aims to contribute to discussions in favor of standard update in short time because his job causes strengthening and feedback from the academic field, and in the context of the article that path is traced by the scientific communication, which has as result of the structuring of the product named academic work. To streamline the organization and dissemination of scientific communication among peers, the Brazilian Association of Technical Standards elaborates several documentary standards to standardization, however, some points that should be matched between them generate ambiguities in the application.

The results indicate several differences between the NBR 14724 and five other documents, the total of nine that make up the section entitled Normative References. You can only conclude that the update may decrease the ambiguities thus facilitating standardization in the structuring of academic papers, and consequently the scientific communication between peers.

Keywords: Science communication - Standardization. Documentary Standards. Structuring academic

papers. NBR 14724/2011.

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1 Introdução

A normalização documentária relaciona-se com a comunicação científica no meio acadêmico, constituindo as Bibliotecas Universitárias ambientes favoráveis de pesquisa e disseminação da informação. Nesse entendimento, a normalização assume sua importância e lidera o papel de facilitadora e propulsora de transferência da informação registrada em documentos, tais como, artigos, relatórios, monografias, teses e dissertações.

O emprego das normas documentárias ocasiona o fortalecimento e a realimentação da comunicação acadêmica entre os pesquisadores, e no contexto deste artigo, o trabalho acadêmico é um, dentro os vários produtos, que podem ser gerados. Sendo assim, a padronização se torna fundamental para a recuperação da informação, pois resulta na precisão e relevância das informações registradas. Se não houver padrão na estruturação, os documentos serão elaborados de qualquer forma e por consequência, acarretará dificuldades no acesso.

Em busca de estruturar, padronizar e dinamizar o acesso aos documentos resultantes do contexto acadêmico/científico, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece várias normas destinadas à normalização documentária, e dentre elas encontra-se uma específica para apresentação de trabalhos acadêmicos, a qual utilizaremos para análise:

Norma Brasileira (NBR) 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011).

Considerando que a padronização pelo viés da normalização é um valioso instrumento para indicar qualidade, sua divulgação é comumente realizada pelas Bibliotecas Universitárias, e assim faz-se necessário o uso e a aplicação das normas da ABNT no ambiente acadêmico/científico brasileiro. O bibliotecário, especialmente o que atua no serviço de referência e treinamento de usuário é um importante agente disseminador das normas documentárias e pode exercer papel fundamental, tanto no ensino e na aplicação das diversas NBRs, quanto na elaboração e até na revisão e atualização junto a ABNT.

Por essa necessidade e importância, quem se aporta corriqueiramente às normas já

deve ter deparado com partes que geram dúvidas, e até algumas que se contradizem. É comum

encontrar guias e livros com interpretações diferentes de normas idênticas, escritos tanto por

bibliotecários como por outros profissionais e docentes relacionados às temáticas de

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metodologia de pesquisa e comunicação científica.

Em consequência das várias interpretações que a leitura e aplicação das normas podem resultar, levantamos como problema a necessidade de analise e indicação das partes da NBR 14724/2011 que podem gerar dúvidas de interpretação e aplicação. Justifica-se essa investigação, pois as normas não são instrumentos estanques e necessitam em curto espaço de tempo passar por atualizações.

O objetivo do trabalho é contribuir com a fundamentação da área de Normalização Documentária, pois são nítidos os benefícios de empregabilidade das NBRs no campo acadêmico/científico, e, também se almeja estreitar a importância assumida pela área no cenário da comunicação científica.

Sendo assim, o trabalho segue estruturado em cinco seções. Além dessa primeira introdutória, a segunda abarca o referencial teórico, a terceira enfoca a metodologia, na quarta é realizada a análise da NBR 14724/2011, e na quinta e última seção delineiam-se as considerações finais.

2 A Normalização Documentária no Contexto da Comunicação Científica

Os trabalhos acadêmicos, independente do nível de investigação, se monografia, dissertação ou tese, constituem resultados de pesquisas que são embasadas em leituras, observações, reflexões e críticas. Demanda muita atenção e tempo, tanto em relação à parte escrita, quanto à estruturação, e como produto de pesquisa constituem importantes fontes de informações, requerendo excelente grau de elaboração e normalização, para assim serem amplamente divulgadas e analisadas pelos pares no meio acadêmico/científico.

Nesse entendimento e de acordo com Crespo e Rodrigues (2011, p. 37) “destaca-se que as normas técnicas possuem ampla aplicação no meio acadêmico, entendido aqui como o local propício para a pesquisa, assimilação e acomodação do conhecimento.” Na ABNT, o Comitê Brasileiro de Informação e Documentação 14 (CB-14) é o responsável pela criação e atualização das normas do escopo acadêmico/científico, e das “[...] práticas relativas a bibliotecas, centro de documentação e informação, serviços de indexação, resumos, arquivos, ciência da informação e publicação.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, [201?], on-line).

Sobre as discussões teóricas que concernem à normalização, Santos (1982) aborda

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sobre seu espaço, estrutura, recuperação e informações contidas, expondo sua finalidade como fonte de informação para países em desenvolvimento. Blattmann (1994) em pesquisa de mestrado enfocou a análise e caracterização da recuperação e utilização de normas técnicas, por usuários das áreas de engenharia elétrica, química e mecânica.

Rodrigues, Lima e Garcia (1998) apontam como os estudos nos vários campos do conhecimento indicaram a qualidade formal, ou seja, a normalização, como fator determinante para aceitação ou rejeição de trabalho para publicação, fato que destaca o valor das normas na comunicação científica. Em contrapartida, Anjos, Calixto e Martins (2012) sinalizam o fato do bibliotecário de referência promover e atuar em programas de treinamento que ensinem a normalização de trabalhos acadêmicos e científicos nas bibliotecas universitárias. Por isso, acreditamos que:

A produção e divulgação da ciência se valem de padrões, normas que definem a estrutura de apresentação das informações, garantindo a qualidade formal dos documentos. Ressalta-se, ainda, que a normalização da produção científica é essencial por dinamizar a divulgação do que é gerado pela ciência. (CRESPO; RODRIGUES, 2011, p. 38).

Por conta da necessidade da padronização dos documentos oriundos do contexto acadêmico/científico, a ABNT, por meio do CB14 estabelece 24 normas, sendo possível recuperar os respectivos títulos no site da instituição

1

utilizando o catálogo on-line. Nesse universo, destacamos a NBR 14724 que está na terceira edição e se tornou válida em 17 de março de 2011, vigorando sua aplicação a partir de 17 de abril de 2011 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011). A referida norma aborda especificamente a apresentação de trabalhos acadêmicos e define três tipos, a saber:

trabalho de conclusão de curso de graduação, trabalho de graduação interdisciplinar, trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento

documento que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa, e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 4, grifo do autor).

dissertação

1

Foram recuperas 24 normas em vigor, sob a responsabilidade do CB-14 da ABNT (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013) .

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documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p.

2, grifo do autor).

tese

documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa a obtenção do título de doutor, ou similar (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 4, grifo do autor).

A Normalização Documentária no Brasil se constitui em disciplina obrigatória, e às vezes, optativa no bacharelado em Biblioteconomia. Todavia, para a grande maioria dos cursos, sejam de graduação ou pós-graduação, entre as diversas áreas do conhecimento, quando o ensino é realizado geralmente ocorre em concomitância com as disciplinas de metodologia científica. Portanto, a Normalização Documentária faz parte do cenário de ensino e investigação da área de Biblioteconomia, sendo também salutar seu estudo no contexto das Bibliotecas Universitárias.

Nesse ambiente, o bibliotecário de referência pode e deve instruir a comunidade acadêmica com programa de treinamento que ensine a normalizar trabalhos. Muitas vezes, esses profissionais são convidados a proferir palestras sobre Normalização Documentária em disciplinas regulares da graduação e pós-graduação, ou oferecem cursos específicos em treinamento de usuário, atendendo assim, as solicitações da comunidade acadêmica.

Nesse direcionamento, Correa (et al., 2008) avalia o alcance das normas da ABNT relacionadas a estudos de documentação no meio acadêmico e direciona a preocupação das universidades com a padronização de documentos técnicos e científicos. A autora supracitada constata a alta representatividade das normas no meio acadêmico e como elas podem contribuir com a qualidade na produção científica brasileira. Portanto, constata-se que seu uso é bastante positivo no atual mercado competitivo e globalizado.

Além disso, Santos e Sampaio (2014) chamam atenção de como ser possível combater

o plágio e respeitar a lei de direito autoral com o uso efetivo da normalização e também

expõem a opinião de alguns alunos sobre a normalização e respectivas dificuldades. O artigo

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foi baseado na experiência do grupo Normalizadores que desenvolve atividade ligada exclusivamente à normalização de trabalhos acadêmicos e a divulgação da importância da padronização no ambiente acadêmico.

O levantamento da literatura nessa seção demostra a relevância de discutirmos a Normalização Documentária e sua aplicação, e compreendendo esse mérito será realizada análise da NBR 14724/2011.

Objetivando contribuir com a atualização da referida norma, segue na próxima seção o procedimento metodológico utilizado, e em seguida é apresentado o levantamento das partes da NBR 14724/2011 que causam dubiedade na interpretação e aplicação.

3 Metodologia

Foi aplicada a técnica de pesquisa documental na análise da NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011), comparando-a com cinco documentos, do total de nove, que formam suas Referências Normativas

2

, a saber: NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), NBR 6024 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012a), NBR 6027 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012b), Código de Catalogação Anglo-Americano (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004) e Normas de Apresentação Tabular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1993).

A escolha para análise dos cinco documentos decorre das ambiguidades constatadas entre esses e a NBR 14724/2011. Para os outros quatro, que também compõem as Referências Normativas, não foram constatadas ambiguidades, ou seja, os direcionamentos são concomitantes no que tange tanto a NBR 14724/2011, quanto os quatro documentos, e por isso não constituíram o universo da analise.

Portanto, a opção pela pesquisa documental decorreu do fato de proporcionar compreensão por meio da análise do documento escolhido, exigindo capacidade reflexiva sobre os resultados (MARCONI; LAKATOS, 2003). Pela análise documental foi realizada a interpretação e a identificação das lacunas existentes na NBR 14724/2011, em relação aos

2

Referências Normativas é o termo utilizado para designar os documentos relacionados e indispensáveis à

aplicação da própria NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011).

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cinco documentos já citados que compõem a seção denominada Referências Normativas.

4 Resultados e Análise dos Dados Coletados

Vários tópicos abordados na NBR 14724/2011 remetem a diferentes tipos de dúvidas, e assim optou-se em indicar sugestões que venham contribuir com a diminuição das incertezas na sua interpretação e aplicação. Como o intuito é padronizar, a fim de manter a qualidade estrutural, se houver possibilidades para diferentes interpretações não será possível alcançar a qualidade no resultado.

Portanto, os direcionamentos que geram ambiguidades foram estruturados no quadro 1 da seguinte forma: parte analisada da NBR 14724/2011, situação encontrada, dúvidas que a situação encontrada ocasiona e sugestões para atualização. Na coluna intitulada Dúvidas, perguntas foram dispostas com recurso tipográfico em itálico, a fim de destacar as incertezas geradas pela norma, e a coluna denominada Parte Analisada está estruturada em ordem crescente das indicações das seções da referida NBR.

Quadro 1 - Análise da NBR 14724/2011 Parte

Analisada NBR 14724

Situação encontrada

Dúvidas Sugestões para

atualização

Verso da Folha de Rosto

Seção 4.2.1.1.2 da

norma

Conter os dados de Catalogação- na-Publicação, ou seja, a Ficha Catalográfica do trabalho

acadêmico.

Mesmo se for adotado somente o anverso para digitação, a Ficha Catalográfica é designada para estar no verso da Folha de Rosto. No item 5.3, na parte que refere a Paginação, constata-se que se adotado somente o anverso, “[...] todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, considerando somente o anverso.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 10).

Sendo assim, não se deve contar nem contabilizar a paginação da ficha catalográfica?

É necessário explicitar se

a folha que a Ficha

Catalográfica estará

localizada, ou seja, de

acordo com a norma tem

que estar disposta no

verso da Folha de Rosto,

deverá ou não ter a

paginação contada.

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Lista de Ilustrações

Seção 4.2.1.9 da norma

Redigida de acordo com a ordem

apresentada no texto.

A NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 8, destaque nosso) aponta que:

“Quando necessário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração.”

Deve utilizar uma única lista, independente do tipo de ilustração? A partir de qual quantitativo de ilustrações torna-se necessário fazer listas próprias?

A norma não aponta o quantitativo mínimo de ilustrações para confecção da(s) Lista(s) em separado. Portanto, sugere-se que a informação seja explicada.

Exemplo que consta na parte Lista de

Ilustrações

Seção 4.2.1.9 da norma

Caso o título da Figura ultrapasse uma linha, o exemplo indica que a segunda linha deve iniciar abaixo da 3ª letra, da primeira palavra do título.

No item 5.2.2 da NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 10) constata-se: “[...]

títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a partir da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título.” Essa informação é condizente com alínea i da NBR 6024 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012a, p. 3): “títulos com indicação numérica que ocupem mais de uma linha, devem ser, a partir da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título.”

Como deve ser o alinhamento dos títulos das ilustrações com mais de uma linha, ou seja, títulos extensos?

O exemplo é confuso e como já está estipulada a forma de alinhamento de título extenso na NBR 14724 e NBR 6024, acredita ser ideal empregar o mesmo padrão estabelecido no exemplo da referida Lista de Ilustrações.

Apêndice e Anexo

Seção 4.2.3.3 e 4.2.3.4 da

norma

Indica que as palavras

designativas da seção, ou seja, Apêndice e Anexo, bem como as letras para ordenação devem ser apresentadas

em letras

maiúsculas (caixa alta).

No exemplo da NBR 6027 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012b) que tange o Sumário, para a designação do título do Apêndice e do Anexo as letras estão maiúsculas (caixa alta), ou seja, acompanham a hierarquização das seções primárias.

A NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 10) indica

Deve haver padronização

nos exemplos

empregados. É possível

constatar que a NBR

14724, por ser de 2011,

está desatualizada em

relação a NBR 6024, que

é de 2012.

(10)

que títulos sem indicativo numérico, como Apêndice e Anexo devem ser dispostos de forma centralizada.

A alínea h da NBR 6024 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012a) também aponta que títulos sem indicativo numérico, dentre eles Apêndice e Anexo devem ser alinhados de forma centralizada na folha, porém devem ter o mesmo recurso tipográfico das seções primárias.

Se a NBR 6024 e a NBR 14724 se contradizem, qual padronização adotar?

Formato

Seção 5.1 da norma

Não direciona o emprego do Formato

justificado no corpo do texto e qual

procedimento adotar para identificar os parágrafos, se de forma indentada

3

ou com um espaçamento entre linhas em branco.

Mesmo sem estar explícito, intuitivamente já se emprega o formato justificado para o corpo do texto. Para a identificação dos parágrafos não existe direcionamento do padrão a ser adotado. Na NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 10), observamos no item 5.2.2 que “[...] da mesma forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5.”

Entretanto, não direciona que o mesmo padrão deve ser adotado para os parágrafos, porém é possível encontrar trabalhos acadêmicos que utilizam um espaço em branco na identificação e separação, e por outro lado, também é possível verificar o emprego de recuo, geralmente 1,25cm, no início de cada parágrafo.

Qual padrão adotar para identificação dos parágrafos?

Direcionar como deve ser o formato do alinhamento para o texto e qual método deve ser adotado para identificação dos parágrafos.

3

“Inserir determinado espaço entre a margem da página e o início do texto de um parágrafo”. (IDENTAR,

2008).

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Formato

Seção 5.1 da norma

Em relação aos elementos pré- textuais, a NBR 14724 indica que todos devem iniciar no anverso da folha, e aponta exceção para os Dados

Internacionais de Catalogação-na- Publicação, ou seja, a Ficha Catalográfica.

A NBR 6027 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012b, p. 2), sobre a construção do Sumário, em monografias, aponta na alínea b do item 4.1: “deve iniciar no anverso de uma folha, concluído no verso, se necessário.”

Na seção 3, Termos e Definições, da NBR 6027, constata-se a definição de monografia como material não seriado, que possui a finalidade de se completar em número pré- estabelecido de partes separadas.

Então, podemos considerar que além da Ficha Catalográfica, o Sumário em trabalhos acadêmicos, se for extenso, poderá ser concluído no verso da folha.

Nesse caso, a paginação do verso do Sumário será contabilizada ou não?

Na NBR 14724, o Sumário, se extenso for, também deve constar como possível de ser concluído no verso, pois a NBR 6027 sinaliza a apresentação. A NBR 14724 indica que somente os Dados Internacionais de Catalogação-na- Publicação podem ser disponibilizada no verso.

Sugere-se clareza na indicação para haver padrão na numeração das folhas do trabalho acadêmico.

Espaçamento Referências

Seção 5.2 da norma

Direciona que o espaçamento

entre as

Referências deve ser um espaço simples em branco.

A NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002, p. 3) descreve nas Regras Gerais de Apresentação, que as referências são “[...] separadas entre si por espaço duplo.”

Qual espaçamento adotar entre as Referências? Um espaço simples em branco conforme direciona a NBR 14724, ou espaço duplo de acordo com a NBR 6023?

Padronizar tanto na NBR 6023, como na NBR 14724 uma única forma de espaçamento entre as Referências.

Fonte: Elaboração das autoras, com base na NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011), NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), NBR 6024 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012a) e NBR 6027 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012b).

Seguindo a análise, ao comparar a forma de apresentação de tabelas presente na NBR

14724/2011 em relação as Normas de Apresentação Tabular do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) (FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA

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E ESTATÍSTICA, 1993) não foram encontrados grandes conflitos. Todavia, se percebe uma situação que pode gerar dúvida ao leitor, conforme descrito no quadro 2. A primeira coluna apresenta trechos da NBR 14724/2011 e a segunda coluna se refere às Normas de Apresentação Tabular do IBGE.

Quadro 2 - Análise da NBR 14724/2011 com as Normas de Apresentação Tabular do IBGE NBR 14724 Normas de Apresentação Tabular do IBGE

Na seção Formato, item 5.1:

“Recomenda-se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para todo o trabalho, inclusive capa, excetuando-se as [...] legendas e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme [...]”

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 10).

Na seção Espaçamento, item 5.2:

“Todo texto deve ser digitado ou datilografado com espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as [...] legendas das ilustrações e das tabelas [...]” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 10).

“Recomenda-se que as tabelas de uma publicação apresentem uniformidade gráfica como, por exemplo, nos corpos e tipos de letras e números, no uso de maiúsculas e minúsculas e nos sinais gráficos utilizados.” (FUNDAÇÃO INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA, 1993, p. 30).

Fonte: Elaboração das autoras com base na NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011) e nas Normas de Apresentação Tabular do IBGE (FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1993).

De acordo com a NBR 14724/2011, tabela é definida como “forma não discursiva de apresentar informações das quais o dado numérico se destaca como informação central”

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 4) e “devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem e padronizadas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 11).

Acredita-se que o leitor poderá ter dúvidas quanto ao tamanho da fonte da letra e qual

espaçamento entre linhas deverá empregar para padronizar a tabela. Neste sentido, se observa

que devem ser seguidas as especificações da NBR 14724/2011, por serem estas mais recentes,

e por orientarem claramente o tamanho da letra e o espaçamento para as legendas e fontes,

porém, o corpo da tabela deveria seguir o espaçamento e o tamanho da letra do texto como

(13)

um todo, ou seja, tamanho 12 e espaçamento 1,5 entre linhas. Neste caso, as duas normas seriam atendidas, com base no critério interpretativo de suas orientações normativas.

No que refere à comparação entre a NBR 14724/2011 e o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR) (CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO ANGLO-AMERICANO, 2004) não foram encontrados conflitos, uma vez que o próprio código não especifica o espaçamento e o tamanho da fonte a serem empregadas na ficha catalográfica do trabalho acadêmico.

Entretanto, cabe ressaltar que os dados internacionais de catalogação-na-publicação (ficha catalográfica) devem ser confeccionados por um bibliotecário catalogador, pois só assim será possível garantir a padronização e a qualidade da ficha catalográfica.

Nesse contexto da catalogação do trabalho acadêmico, uma lacuna encontrada na NBR 14724/2011 está no fato da norma indicar que para a elaboração da catalogação-na-publicação é empregado o Código de Catalogação vigente, entretanto, o AACR, não abarca os aspectos temáticos do registro bibliográfico, que também devem constar na catalogação-na-publicação, como por exemplo, os pontos de acesso secundários de assuntos e o número de classificação.

Portanto, sugere-se que a NBR 14724/2011 aponte tais informações, sendo importante a participação do bibliotecário indexador neste processo.

De modo geral, constata-se que as normas são parte do ambiente acadêmico/científico e assim necessitam ser constantemente monitoradas para atender às demandas, e, portanto, as atualizações também se tornam primordiais. O bibliotecário que labuta na Biblioteca Universitária deve interagir com esse contexto, acompanhar e garantir que a Normalização Documentária se efetive, corroborando com a qualidade da estruturação e da comunicação científica.

5 Considerações Finais

É possível observar que algumas modificações precisam ser realizadas imediatamente na NBR 14724/2011. Mesmo relativamente nova, pois a última atualização foi em 2011, o fato de duas outras normas que fazem parte do seu Referencial Normativo (NBR 6024 e 6027) terem sofrido atualizações no ano de 2012 contribui para a obsolescência de parte dos seus direcionamentos.

Além desse motivo, observa-se ambiguidade em relação a outras normas que também

necessitam de ajustes, como por exemplo, a NBR 6023. Os trabalhos acadêmicos como são

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constituídos de vários elementos pré e pós-textuais apoiam-se no referencial de outras normas, e por isso a necessidade da concomitância na atualização.

Mudanças se fazem necessárias, pois ao instruir um pesquisador, independente do seu nível de investigação, se houver ambiguidades na norma tornar-se-á complicado alcançar os objetivos da padronização. Havendo mais de uma forma de interpretação, cada um poderá realizar a estruturação da maneira que lhe convier.

Não menos importante também é a participação de bibliotecários nas Comissões de Estudos da ABNT, pois assim será possível ganhos de ambos os lados: dos profissionais que terão instrumentos atualizados, e da ABNT, pois com colaboração os estudos e as atualizações poderão alcançar da melhor forma possível os interessados, e, portanto, contribuir para o desenvolvimento acadêmico/científico. Torna-se inconcebível que cada universidade crie seu próprio padrão de normalização, pois tal atitude dificulta a comunicação entre as áreas e respectivos pares.

Se no Brasil já existe a ABNT e nela centra-se a responsabilidade da criação, divulgação, atualização e coordenação das Comissões de Estudo para a Normalização Documentária, criar formas próprias de padrão para trabalhos acadêmicos torna-se um ato descabido para o mundo científico. Ao invés de reinventar as normas que já existem, as universidades por meio das Bibliotecas Universitárias poderiam unir forças em apoio a ABNT.

Por isso torna-se importante que essas discussões façam parte das agendas de pesquisa

dos bibliotecários que labutam no ambiente universitário, assim como o envolvimento de

bibliotecários de referência, catalogadores e indexadores, a fim de fornecerem em conjunto

uma visão global sobre a padronização da Normalização Documentária.

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Referências

ANJOS, Cláudia Regina dos; CALIXTO, Ana Paula da Cruz; MARTINS, Robson Dias. Reflexões sobre o papel do bibliotecário de referência na transferência da comunicação científica. Biblionline, João Pessoa, v. 8, n. 1, p. 12-18, jan./jun. 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação:

referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

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Referências

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