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O Cristão e o Mundo Pós-Moderno

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O Cristão e o Mundo Pós-Moderno

Por Silvio Dutra

Ago/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

O cristão e o mundo pós-moderno

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

54p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra.

I. Título.

CDD 252

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Quando o Cristianismo se rende ou se molda à cultura e à política, ou ele perde em vitalidade e piedade, ou então corre até mesmo o risco de ser extinto onde isto ocorre, especialmente se esta cultura e política contrariam os princípios bíblicos. Nestes 2.000 anos de sua história, isto já foi visto em várias épocas e localidades, e há uma tendência em todo o mundo Ocidental pós- moderno, que já tem se verificado sobretudo na Europa, como há também no próprio EUA e Brasil, até então conservadores, uma migração para os mesmos padrões europeus.

Dou graças a Deus porque se Ele não tivesse me direcionado a um lugar de refúgio, que posso chamar apropriadamente de época de refúgio, para achar abrigo entre os Puritanos, é bem provável que estaria desviado da Igreja Cristã neste momento, em face das muitas práticas que já vinham sendo adotadas e aceitas como válidas e normais por influência dos primeiros sinais do movimento pós-modernista que estava invadindo a própria Igreja, de modo a estar vigorando em várias congregações do mundo o que é chamado de movimento evangélico pós- moderno.

Fala-se de pós-modernismo como se fosse algo que tivesse surgido espontaneamente na virada

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do século, e não como algo que foi produzido intencionalmente por poderosos com influência direta sobre governantes e a mídia oficial, para obtenção do efeito principal de descontruir principalmente o Cristianismo no mundo Ocidental.

Para justificar o citado movimento, são usadas citações retiradas fora de contexto em que foram pronunciadas, como por exemplo a de John Wesley “que a cultura de um povo é o caminho usado por Deus para chegar ao coração deles.” No entanto, Wesley jamais aprovou tudo o que há de ilícito ou imoral nas diversas culturas. Sua fala aplica-se ao que é lícito e condizente não com o nosso próprio modelo cultural, nem mesmo com o que há na Bíblia sobretudo o relativo à cultura judaica, mas com a verdade absoluta e objetiva conforme esta se encontra revelada na Bíblia.

James Hudson Taylor, para ganhar os chineses, viveu como se fosse um deles, usando seus trajes típicos e imitando-os em outros aspectos culturais. Mas isto não significa que ele tivesse se rendido ao que fosse pecaminoso entre eles.

O apóstolo Paulo, viveu do mesmo modo, não na contramão daqueles com quem ele se

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relacionava, no intuito de alcançar o maior número possível para Cristo.

“19 Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.

20 Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei.

21 Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei.

22 Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.

23 Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.” (I Coríntios 9.19-23).

É muito tênue a linha divisória que nos separa de um viver aprovado no mundo, e um viver amando o mundo, sendo este segundo, completamente reprovado por Deus.

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“15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;

16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.

17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (I João 2.15-17).

Muitos crentes da pós-modernidade, em nome de se mostrarem em consonância com os vieses políticos predominantes no mundo ocidental, não respaldados na Bíblia, mas na ação de Illuminatis e Socialistas, e outros de mesma orientação que têm em vista desconstruir o Cristianismo, o evangelho e todo o modo conservador de vida respaldado na Bíblia, estão equivocados pensando que a política de esquerda é a que mais se aproxima do Sermão do Monte, em razão do cuidado manifestado em relação aos pobres e proteção de todas as minorias. Ainda que isto fosse verdadeiro, e não um artifício político para se acessar ao Poder, não é verdadeiro, no entanto, quanto à verdade e ao espírito ensinados por Jesus no Sermão do

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Monte, que descreve as características essenciais do cidadão do Reino de Deus. O Sermão do Monte não consta de um catálogo de leis, mas se alguém deseja assim considerá-lo, deve restringir seus mandamentos àqueles que são participantes do reino dos céus, cuja pátria não é deste mundo, pois aspiram a uma pátria melhor que procede do céu. Uma pessoa que não tenha nascido de novo do Espírito, jamais conseguiria entender e praticar o que consta do citado Sermão em Mateus, capítulos 5 a 7.

Jesus estabeleceu uma linha divisória bastante clara entre o Reino de Deus e os reinos deste mundo, de maneira que é um grande erro tentar conciliar a ambos. Muitos crentes, por não entenderem isto, esforçam-se para manifestar o reino de justiça divino por meio do esforço político.

“36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.

37 Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei?

Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar

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testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (João 18.36,37).

“42 Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.

43 Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;

44 e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.

45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.42-45).

Quando nos afastamos do texto bíblico, e começamos a nos render a movimentos e influências da hora, que sempre são mutáveis e passageiras, ficamos à mercê destas influências ressecantes da genuína espiritualidade, e não raro seremos achados vazios e desprovidos de uma real comunhão com Deus.

Não foi sem razão que a Josué foi ordenado meditar dia e noite no livro da Lei de Moisés,

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para que pudesse prosperar em fazer a vontade de Deus, em tudo o que lhe havia ordenado.

A insinuação dirigida por Satanás a Eva: “foi assim que Deus disse?”, com a intenção real de dizer: “não é possível que ele tenha dito isto ou para ser entendido deste modo.” E logo em diante, uma vez aceita a dúvida, vem a sugestão para a desobediência do preceito divino, como se fosse a melhor coisa a ser feita na ocasião, é o mesmo que tem sucedido no mundo pós- moderno, em que a exata Palavra de Deus vem sendo substituída por ensinos de homens e de demônios.

“1 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,

2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,” (I Timóteo 4.1,2).

Este espírito é muito próprio àqueles que são descritos pelo apóstolo Paulo que estariam vivendo no tempo do fim:

“1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,

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2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, 3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,

4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,

5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” (II Timóteo 3.1-5).

É desse espírito corrompido, deste estado ruim da alma, que Jesus veio nos libertar, para vivermos em vidas transformadas pelo poder regenerador e renovador do Espírito Santo.

Reduzir o pensamento do que se deve viver para o agrado de Deus, ao simples apoio político a governantes que condenem o aborto, ou o casamento de pessoas do mesmo sexo ou quaisquer outras pautas ditas conservadoras, é muito pouco, ou melhor, não atinge o alvo proposto por Deus para que tenhamos vidas inteiramente santas.

“21 julgai todas as coisas, retende o que é bom;

22 abstende-vos de toda forma de mal.

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23 O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo;

e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

24 Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”

(I Tessalonicenses 5.21-24).

Sem um crescimento na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, não é possível se viver de modo agradável a Deus.

“17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza;

18 antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (II Pedro 3.17,18).

Os que são sábios segundo o mundo, mas não segundo Deus, deste dias do pós-modernismo têm colocado na berlinda a importância e a inerrância da Bíblia, para que justifiquem seu comportamento carnal e mundano, pela negação de determinadas passagens bíblicas que afirmam aquilo que não é do agrado de si

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mesmos ou daqueles outros mundanos que eles querem também justificar e agradar.

Mas, não há espaço para tal comportamento na ordenança divina, e isto, em todas as páginas do livro inspirado, pois, santidade ao Senhor é o seu comando central, e isto não pode ser alcançado sem autonegação, o carregar diário da cruz, e seguir os passos de Jesus, no que tange às Suas virtudes e caráter.

Não foi deixado à escolha do homem se deve ou não obedecer a Deus, pois todos terão que comparecer diante dEle em Seu Tribunal para a devida prestação de contas.

Daí, serem até mesmo para a própria Igreja, muito graves e solenes as advertências que Jesus dirige especialmente às Igrejas do tempo do fim, nos capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse, nos quais a palavra de ordem mais constante é:

“arrepende-te”, ou seja, mude o teu comportamento, pela transformação e renovação da tua mente, segundo a prática da minha Palavra.

E a todos aqueles que não negarem o nome do Senhor, nem a Sua Palavra revelada, são dirigidos elogios e boas promessas de bem- aventurança.

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Apocalipse – 2

1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:

2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;

3 e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.

4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

6 Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente

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da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.

8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:

9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.

10 Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar- te-ei a coroa da vida.

11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.

12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

13 Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

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14 Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.

15 Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.

18 Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido:

19 Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.

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20 Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.

21 Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição.

22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.

23 Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.

24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós;

25 tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha.

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26 Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações,

27 e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro;

28 assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã.

29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Apocalipse – 3

1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.

2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.

3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.

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4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.

5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.

6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:

8 Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.

9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.

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10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.

11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

12 Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.

13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

14 Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:

15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!

16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;

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17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.

20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.

21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.

22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Quem abandonar o caminho da verdade, que é estreito e apertado, para buscar um atalho que lhe seja confortável e carnalmente conveniente, o fará por sua própria conta e risco, para uma condenação que é certa.

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Como predito na Palavra, os anticristos e falsos profetas têm abundado em todas as partes do mundo, e suas palavras persuasivas e suaves, ao traficarem com as promessas de Deus, à custa da perversão da Palavra revelada, devem ser decididamente rejeitadas, para que não percamos a nossa coroa ou venhamos a decair da graça.

“11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,

12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,

13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,

14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.

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15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,

16 de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.

17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,

18 obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração,

19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.

20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus,

22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano,

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23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento,

24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.

25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros.

26 Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira,

27 nem deis lugar ao diabo.

28 Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado.

29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.

30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.

31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.

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32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.”

(Efésios 4.11-32).

2 Pedro – 2

1 Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.

2 E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade;

3 também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.

4 Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;

5 e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas,

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quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios;

6 e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa, tendo- as posto como exemplo a quantos venham a viver impiamente;

7 e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados

8 (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles),

9 é porque o Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo,

10 especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores,

11 ao passo que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na presença do Senhor.

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12 Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, 13 recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco;

14 tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos;

15 abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça

16 (recebeu, porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta).

17 Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas;

18 porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por

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suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro,

19 prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor.

20 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro.

21 Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado.

22 Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito;

e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.

A palavra dos apóstolos são as mesmas palavras de Jesus. O que foi acrescido ao ensino deles foi por orientação e inspiração do Espírito Santo, conforme o próprio Jesus havia prometido que seria feito assim que o Espírito lhes fosse enviado.

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Suas palavras devem ser rejeitadas porque são palavras que foram proferidas há cerca de dois mil anos? Devem ser rejeitadas nestes dias pós- modernos, porque eles eram fundamentalistas, que pareciam reduzir todas as questões complexas a uma resposta simples, como a que permeia todo o Novo Testamento: “Cristo em vós a esperança da glória”? A fé em Cristo, para que Ele viva em nos, responde a todas as nossas necessidades? Ou devemos avançar para posicionamentos mais condizentes com a corrente do mundo?

Nunca foi a intenção de Cristo ganhar o mundo inteiro, e nem tampouco agradar a todos. Ele mesmo disse que veio trazer uma espada divisória, pois desde então haveria aqueles que são por Ele e os que são contra Ele. Esta ideia missiológica pós-moderna de criar uma Igreja agradável aos mundanos para atraí-los para ela, não tem respaldo na vontade de Deus, e por conseguinte, em toda a Bíblia.

Há eleição, e isto define o nosso campo de ação.

Paulo fazia tudo por causa dos eleitos, e não por causa de todos.

O próprio Jesus, em sua oração sacerdotal, deixou muito claro que não estava intercedendo pela santificação do mundo inteiro, mas por

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aqueles que lhe haviam sido dados por eleição, pelo Pai.

João – 17

1 Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora;

glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti,

2 assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.

3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

4 Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;

5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.

6 Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.

7 Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;

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8 porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.

9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;

10 ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado.

11 Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti.

Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós.

12 Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.

13 Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos.

14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.

15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.

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16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.

17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.

19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.

20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;

21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;

23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.

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24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.

25 Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste.

26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.

Quando este contato permanente com a Palavra de Deus é perdido ou reduzido, em prol de se seguir as correntes da moda, ainda que sejam ditadas pela própria Igreja, devemos vigiar, orar e agir no sentido de buscarmos a verdade para o bem de nossa própria alma, especialmente nestes dias difíceis que são chegados a todos nós.

É muito fácil para aqueles que não andam debaixo do temor do Senhor, e não são santificados pela Palavra, formularem os meios mais mirabolantes e impressionantes em seus planos de evangelização, mas se o que eles buscam não é a glória de Deus por conversões realizadas por se ouvir a pregação da Palavra, então seus esforços são bom para nada, senão

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para ampliar ainda mais a apostasia presentemente em curso.

“Romanos – 10

1 Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos.

2 Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento.

3 Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.

4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.

5 Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.

6 Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo;

7 ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos.

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8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.

9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.

11 Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.

12 Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.

13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?

15 E como pregarão, se não forem enviados?

Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!

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16 Mas nem todos obedeceram ao evangelho;

pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação?

17 E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.” (Romanos 1.10-17).

Se a pregação do evangelho perdesse o escândalo que ele é para os judeus, e a loucura que é para os gregos, por um ajuste da mensagem ao gosto dos pecadores, todos os mártires que defenderam e deram suas vidas por amor à verdade divina, teriam sofrido em vão, pois poderiam ter sido mais prudentes e sábios como muitos dos cristãos deste chamado período pós-moderno, que conforme já dissemos, consiste numa invenção de ímpios para propósitos escusos e enganosos sob a cobertura de palavras atraentes como iluminismo, socialismo, progressismo, politicamente correto etc.

Quem busca agradar o mundo não pode agradar a Deus.

“4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

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5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?

6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.

7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.

8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.

9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza.

10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.4-10).

A arrogância dos homens dos nossos dias, que têm virado as costas para Deus e para a Sua Palavra, depois de terem conhecido a verdade, por terem amado o engano e a mentira de que Ele não existe e que a Sua Palavra impede o progresso da humanidade, tem sido visitada pelo juízo divino, por ter permitido que permaneçam nesta condição, porque o Senhor os entregou a si mesmos, e não tem enviado a

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eles o Seu Espírito para que encontrem lugar para o arrependimento que conduz à vida, e este abandono será seguido por um repentino juízo de destruição que lhes sobrevirá com a volta de Jesus Cristo para condenar o mundo de ímpios.

“1 Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva;

2 pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite.

3 Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão.” (I Tessalonicenses 5.1-3).

Para sua orientação, compare todas estas verdades bíblicas destacadas anteriormente, com as citações que extraímos do livro História da Igreja, Vol II, de autoria de John D.

Woodbridge e Frank A. James III, que tratam das mudanças havidas no evangelicalismo neste período pós-moderno.

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IV. O MOVIMENTO EVANGÉLICO PÓS- MODERNO A. Mudança de um paradigma cultural

Com o início do terceiro milênio, criou-se um amplo consenso de que o mundo ocidental estava em meio a uma mudança de paradigma cultural, da modernidade para a era pós- moderna. Os primeiros sinais perceptíveis dessa mudança cultural surgiram na esteira da Guerra do Vietnã e no surgimento de um descontentamento social e político com os valores tradicionais. Embora o termo pós- moderno tenha sido utilizado pela primeira vez para descrever um novo estilo de arquitetura, ele logo encontrou reconhecimento em círculos intelectuais como a melhor descrição possível para um fenômeno cultural mais amplo.

Em meio a muita controvérsia acadêmica sobre sua definição, não existe um consenso sobre um ponto: esse fenômeno cultural é marcado por uma rejeição da visão de mundo universal. Em seu âmago, a configuração mental do pós- modernismo duvida de uma explicação única, ordenada e racional para o conceito de verdade.

É isso que o filósofo Jean-François Lyotard (1924-1998) quer dizer quando fala de

“incredulidade em relação à metanarrativa”.

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O MOVIMENTO EVANGÉLICO AMERICANO CONTEMPORÂNEO - MUDANÇAS E AVANÇOS (SÉCULOS 20 E 21)

Principais teóricos do movimento, Jacques Derrida (1930-2004), Michel Foucault (1926- 1984) e Richard Rorty (1931-2007) refletem sobre o que veio a ser o lema central da filosofia pós-moderna: ο abandono da busca de uma visão de mundo unificada (metanarrativa). O mundo pós-moderno não tem um centro, mas sim diferentes perspectivas.

Cristãos pós-modernos estão dispostos, ao contrário de muitos evangélicos tradicionais, a envolver-se na pós-modernidade a fim de determinar se podem legitimamente se apropriar de alguns de seus insights. Tem havido um interesse particular na obra de pensadores pós-liberais como Hans Frei, George Lindbeck e Stanley Hauerwas. As contribuições de Lesslie Newbigin e Alasdair Maclntire também se mostraram de alta importância.

O trabalho mais controverso dos principais pós- modernistas seculares, embora estudados, mostra-se pouco relevante para os evangélicos pós-modernos, na medida em que não é possível acompanhar o pensamento dos pós-

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modernistas seculares de negar a existência de uma verdade final. A maioria desses cristãos afirma os princípios centrais da fé, mas eles são bastante céticos em relação às interpretações atualmente aceitas acerca da verdade proferida pela igreja tradicional. Por exemplo, o fato histórico de que muitos evangélicos americanos do século 18 acreditavam que a Bíblia sancionasse a posse de escravos africanos criou uma percepção profunda da impossibilidade de se distanciar totalmente do próprio meio cultural.

Os cristãos pós-modernos são cautelosos em suas demonstrações socialmente construídas sobre Deus e fé. Eles não negam nem a verdade absoluta nem a identificação da verdade em Jesus, nem mesmo que a Bíblia diga a verdade.

No entanto, eles são cautelosos em relação à suposição de que a verdade divina pode ser capturada em sistemas proposicionais finitos.

Com base nessa “epistemologia restritiva”, afirmam que evangelho não se presta apenas a ser afirmado intelectualmente, mas a ser incorporado. Em termos gerais, os cristãos pós- modernos acreditam que os pós-modernistas seculares identificaram corretamente as perguntas, mesmo que não tenham conseguido produzir determinadas respostas.

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O novo paradigma cultural do pós-modernismo implica que muitos desses evangélicos não estariam mais dispostos a pensar nos termos da disputa modernista-fundamentalista ou a dar- lhe uma função de controle na sua perspectiva teológica. Eles rejeitam tanto o modernismo quanto o fundamentalismo, argumentando que ambos derivam dos mesmos pressupostos racionalistas. Essas pessoas são cautelosas, mas dispostas a enfrentar o novo mundo do pós- modernismo - o qual veem como um campo virgem que precisa ser semeado pelos evangélicos. Evangélicos pós-modernos praticam, assim, atitudes bem diferentes em relação a valores anteriormente incontestáveis guardados por evangélicos americanos tradicionais.

B. Política pós-conservadora

A expressão evangélico pós-conservador foi cunhada pela primeira vez pelo teólogo batista Roger E. Olson no ano de 1995, para descrever o que ele viu como um novo estado de espírito emergente entre alguns teólogos evangélicos.

Olson foi cuidadoso ao não descrevê-lo como um movimento formal com uma mensagem unificada. Pelo contrário, tratava-se de uma afiliação frágil entre evangélicos descontentes que estavam alarmados por haverem percebido

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uma mudança na direção do fundamentalismo do início do século 20.

Muitos desses pós-conservadores veem a si mesmos como evangélicos, tanto do ponto de vista sociológico como teológico, e não têm a intenção de descartar essa alcunha. Eles conscientemente abraçaram as quatro características padrão do movimento evangélico do quadrilátero de Bebbington:

biblicismo, conversionismo, crucicentricismo e evangelismo. Em um nível mais básico, os evangélicos pós-conservadores acreditam que o movimento evangélico moderno americano tem sido assediado por líderes que são realmente fundamentalistas disfarçados de evangélicos, oferecendo respostas simplistas para questões complexas e que apresentam uma propensão a defender o status quo político.

Evangélicos pós-conservadores tornaram-se cada vez mais desencantados com a direção social e política do segmento predominante do movimento evangélico. Desde os anos 1970, o movimento evangélico americano alinhou-se muitas vezes com a política de direita. Um dos primeiros patrocinadores desse ressurgimento político foi o pregador batista fundamentalista Jerry Falwell, que chamou a atenção da mídia quando formou a Maioria Moral em 1979 para

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unir os cristãos conservadores em apoio, no ano de 1980, à candidatura de Ronald Reagan para a presidência dos EUA.

Igualmente importante foi o tele-evangelista conservador Pat Robertson, que, na verdade, concorreu à presidência em 1988 e, em seguida, usou sua máquina de campanha para criar um esforço de mobilização de eleitores chamado A Coalizão Cristã. Robertson e seu colega Ralph Reed exerciam influência política considerável entre os cristãos através da distribuição de guias de eleitor e pedindo apoio para candidatos políticos de direita. Tendo penetrado na esfera pública, os cristãos conservadores vieram a se identificar estreitamente com certas questões políticas: estratégias econômicas pró-negócios, defesa de governo central enxuto com alto poder militar e, especialmente, oposição a questões sociais como o aborto e a homossexualidade.

Com o início do século 21, crescentes dúvidas sobre a política de direita começaram a corroer a confiança de muitos evangélicos mais jovens.

Na esteira desses acontecimentos, um novo movimento evangélico mais politicamente progressista começou a surgir, com a característica de se posicionar de maneira

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cética em relação aos pregadores de televisão e à direita política.

A aliança evangélica mais antiga que se formou em torno da questão do aborto já não estava íntegra. Quando Pat Robertson manifestou seu apoio a um candidato presidencial (o prefeito Rudy Giuliani), em 2007, um apoiador de longa data do direito ao aborto, ficou claro que as velhas regras não estavam mais em vigência.

Evangélicos conservadores ainda existem, mas determinadas questões não controlam mais o destino dos votos dos evangélicos. Em 2008, um surpreendente número de evangélicos votou a favor do candidato democrata Barack Obama.

C. Justiça social e os evangelhos

O século 21 também está testemunhando uma crescente preocupação entre os evangélicos mais jovens para a justiça social. Um dos fatos mais interessantes é a influência exercida pelo músico irlandês Bono Vox (Paul David Hewson), que liderou um esforço global bem-sucedido para reduzir a dívida do Terceiro Mundo e proporcionar soluções econômicas em grande escala para os países africanos mais pobres. De certa maneira é surpreendente saber que os esforços humanitários de Bono são baseadas em sua fé cristã. Há muito tempo existem líderes

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evangélicos progressistas, como Jim Wallis e Ron Sider, que defendem questões sociais, tais como cuidar dos pobres, proteger os direitos das mulheres, atuar contra a exploração sexual, facilitar a imigração, buscar a cura das infecções por HIV/AIDS e opor-se à pena de morte, mas nenhum teve um perfil mais popular ou mais influência do que Bono.

Os cristãos pós-modernos adquiriram um interesse especial pela luta contra o abuso de direitos humanos. Por exemplo, a International Justice Mission (IJM) é uma organização baseada na fé que opera em países de todo o mundo com o objetivo de combater a exploração sexual de crianças, a escravidão, o cárcere privado, a brutalidade da polícia e a apropriação ilegal de propriedades rurais. Muitas outras organizações cristãs e igrejas assumiram a defesa dos pobres e dos marginalizados em todo o mundo e fazem isso sem levar em conta afiliação religiosa.

Críticos temem que a preocupação com a justiça social seja um renascimento do Movimento Evangelho Social de Walter Rauschenbusch (do século 20), mas, para a maioria das pessoas, essas críticas têm passado despercebidas.

Diferentemente de se engajar no libera- lismo protestante de Rauschenbusch, os evangélicos

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pós-modernos sentem-se revivendo ativamente o evangelho, talvez até com maior consistência do que os seus antepassados. Abandonando a dicotomia esquerda-direita, eles acreditam que Jesus exemplifica uma generosa ortodoxia unida a uma generosa ortopráxis.

D. Eclesiologia em evolução

Evangélicos pós-modernos não se veem como um movimento da igreja convencional ou até mesmo pertencente à tradição teológica em sentido estrito, mas, em vez disso, preferem definir-se como uma rede aberta de parceiros de diálogo que pretendem renovar a abordagem à natureza e ao significado da fé cristã no mundo pós-moderno. O compromisso central deles é envolver-se nessas discussões dinâmicas com total liberdade e honestidade. Embora não tenham necessariamente uma postura anti- igreja, os evangélicos emergentes estão preparados e talvez até mesmo predispostos a redefinir a natureza da igreja.

O elemento de descrição comum a essa ligação aberta entre os evangélicos é o movimento da igreja emergente. “Igrejas emergentes” é um termo que se refere a um movimento mais amplo dentro do movimento evangélico. Em seu livro Emerging Churches: Creating Christian

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Community in Postmodern Cultures, Eddie Gibbs e Ryan Bolger definem igrejas

emergentes simplesmente como

“comunidades que praticam o caminho de Jesus dentro das culturas pós-modernas”.

Uma das expressões marcantes do movimento das igrejas emergentes é a vila emergente, uma câmara de compensação on-line dedicada a apoiar comunidades e facilitar o diálogo sobre o que significa ser cristão em um mundo pós- moderno. A vila emergente é constituída por grupos de todo o mundo conectados através da Internet. Eventos anuais, blogs, podcasts e publicações compreendem as suas principais atividades. Na sua essência, a vila emergente se define como uma rede social caracterizada por uma “amizade crescente e prolífica”. Embora não haja um porta-voz oficial para a igreja emergente ou para a vila emergente, líderes como Tony Jones e Brian McLaren são reconhecidos como vozes representativas.

Essas comunidades emergentes consistem na maioria das vezes em igrejas domésticas independentes, sem qualquer filiação denominacional ou declaração doutrinária além das primeiras declarações cristãs, como o Credo dos Apóstolos. Eles tendem a encarar a Igreja primitiva como um modelo e a enfatizar

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