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Soc. estado. vol.25 número1

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Academic year: 2018

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Revista Sociedade e Estado - Volume 25 Número 1 Janeiro / Abril 2010 153

Flexibilidade e permanência:

A duração dos empregos no Brasil (1992-2006)

Roberto Henrique Sieczkowski Gonzalez

Orientador: Prof. Dr. Sadi Dal Rosso

Curso: Mestrado em Sociologia

Data da Defesa: 13.04.2009

sta pesquisa procura identificar quais as tendências recentes da duração dos empregos no Brasil, a fim de responder que processos explicam a significativa flexibilidade numérica do emprego, expres-sa em elevadas taxas de contratação e demissão. Se nos países capitalistas centrais o movimento de flexibilização do trabalho iniciado na década de 1980 rompeu com a estabilidade dos empregos e com a predominância do contrato padrão típico do período fordista, no caso do Brasil, altas taxas de rotatividade e a duração relativamente curta dos empregos se mantiveram em todo o processo de industrialização; o desenvolvimento do capitalismo ocorreu em paralelo ao poder discricionário das empresas na determinação das condições de trabalho, especialmente em termos da liberdade de con-tratar e demitir. Por outro lado, a introdução de novos métodos de produ-ção flexível, baseados no trabalho polivalente, supostamente reduziria as vantagens da alta rotatividade como forma de controle do trabalho e redu-ção de custos. A investigaredu-ção empírica utilizou a duraredu-ção do emprego como indicador de flexibilidade numérica, e como fonte os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) das regiões metropolitanas de São Paulo e do Distrito Federal e Entorno dos anos de 1992 a 2006. Verificou-se que a duração média do emprego aumenta em todos os setores econômicos, mas que esse ganho concentra-se sobretudo entre os trabalhadores adultos mais experientes; há evidências de que há um número considerável de traba-lhadores que não se beneficiaram desse aumento. Identificou-se também alta correlação entre a permanência no emprego e o incremento salarial. Propõe-se a interpretação de que a duração do emprego ampliou-se em um núcleo de trabalhadores mais estáveis. Essa conjunção sugere uma re-novação dos mecanismos de consentimento entre os trabalhadores, por meio de um acesso seletivo às “recompensas” da estabilidade e da ascen-são salarial, ao mesmo tempo em que o desemprego recorrente continua a operar como mecanismo de coerção para a maioria dos trabalhadores.

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