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SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOFÉRICAS – SPDA

Gabriel Félix Czapski 1 Johnnathan da Silva Aquino2 Orientador: Murilo Batista Lopes 3

RESUMO: Descargas atmosféricas, popularmente conhecido como Raio, são

maneiras de visualizar a energia elétrica sendo manifestada. O homem sentiu a necessidade de se proteger, assim, ao longo dos tempos foram criados sistemas que buscam amenizar os impactos causados pelas descargas atmosféricas e até mesmo para preservar a vida humana. A agencia nacional de energia elétrica (ANNEL) cria normas reguladoras para que possam reduzir os prejuízos e danos a vida humana como o SDPA. Outrossim, os projetos de Sistema de proteção contra descargas atmosféricas - SPDA são todos regulamentados pelo as normas NBR – 5.419, no qual devem seguirem rigorosamente o estabelecido na mesma, cuja a sua finalidade é manter o padrão de qualidade e segurança. Nesse seguimento, objetiva-se com este estudo, demostrar a função de executar o sistema a proteção contra descargas atmosféricas em uma edificação, elencando as funções do para-raios, analisar o disposto na norma NBR-5.419 e realizar um levantamento de dados bibliográficos sobre efeitos destrutivos das descargas atmosféricas nas últimas três décadas no Brasil. A pesquisa é uma revisão bibliográfica, sendo realizado uma pesquisa bibliográfica de materiais já elaborados e publicados sobre sistema de proteção contra descargas atmosféricas, no período de 2001 a 2019. Assim, a função dos sistemas de proteção contra as descargas elétricas é evitar os danos causados na estrutura, mas como se sabe, nem sempre isso vai ser possível, tendo então como objetivo secundário, diminuir os impactos causados.

Palavras chaves: Descargas atmosférica; norma NBR-5.419; Sistema de proteção

contra descargas atmosférica.

ABSTRACT: Atmospheric discharges, popularly known as Ray, are ways to visualize

the electrical energy being manifested. Man felt the need to protect himself, so over time systems have been created that seek to alleviate the impacts caused by atmospheric discharges and even to preserve human life. The national electric energy agency (ANNEL) creates regulatory standards to reduce losses and damages human life such as SDPA. In addition, the projects of the System of protection against atmospheric discharges - SPDA are all regulated by the norms NBR - 5.419, in which they must follow rigorously the established in the same, whose purpose is to maintain the standard of quality and safety. The purpose of this study is to demonstrate the function of implementing the system to protect against lightning in a building, listing the functions of the lightning rod, analyzing the provisions of standards NBR-5.419 and conducting a survey of bibliographic data on destructive effects of atmospheric discharges in the last three decades in Brazil. The research is a bibliographical review, being carried out a bibliographical research of materials already elaborated and

1Bacharelando em Engenharia Elétrica pela Faculdade Católica do Tocantins – FACTO. E-mail: gabrielfelix_1@hotmail.com. Palmas Tocantins - 2019.

2 Bacharelando em Engenharia Elétrica pela Faculdade Católica do Tocantins – FACTO. Palmas Tocantins - 2019.

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published on system of protection against atmospheric discharges, from 2001 to 2019. Thus, the function of the systems of protection against the electric discharges is to avoid the damages caused in the structure, but as it is known, this will not always be possible, having as secondary objective, to reduce the impacts caused.

Keywords: Atmospheric discharges; standard NBR-5.419; Protection against

lightning.

1. INTRODUÇÃO

Descargas atmosféricas, popularmente conhecido como Raio, são maneiras de visualizar a energia elétrica sendo manifestada. A descarga atmosférica causa uma corrente elétrica de grande intensidade que ao longo do trajeto ioniza o ar e da origem a um esculpe que emite radiação eletromagnética luminosa.

Com as diversas mudanças climáticas que o planeta sofreu nas últimas décadas e com as intensificações das descargas atmosférica, o homem sentiu a necessidade de se proteger, assim, ao longo dos tempos foram criados sistemas que buscam amenizar os impactos causados pelas descargas atmosféricas e até mesmo para preservar a vida humana.

De acordo com dados apresentados pelo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (2017), o Brasil é líder mundial em incidência descargas atmosféricas, o raio. Entre os anos de 2000 e 2014 estima-se que cerca de1 .790 mortes foram provocadas por raios.

Além da perda da vida humana, as descargas atmosféricas causa prejuízos para a sociedade, isso ocorre em todos os setores da economia, desde a construção civil, agricultura, pecuária a economia pessoal do indivíduo.

A agencia nacional de energia elétrica (ANNEL) cria normas reguladoras para que possam reduzir os prejuízos e danos a vida humana como o SPDA. Outrossim, os projetos de Sistema de proteção contra descargas atmosféricas - SPDA são todos regulamentados pelo as normas NBR – 5.419, no qual devem seguirem rigorosamente o estabelecido na mesma, cuja a sua finalidade é manter o padrão de qualidade e segurança.

Nesse seguimento, objetiva-se com este estudo, demostrar a função de executar o sistema a proteção contra descargas atmosféricas em uma edificação, elencando as funções do para-raios, analisar o disposto nas normas NBR-5.419 e realizar um levantamento de dados bibliográficos sobre efeitos destrutivos das descargas atmosféricas nas últimas três décadas no Brasil.

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Diante deste cenário brasileiro favorável as descargas atmosféricas, é fundamental estudos acerca do sistema de proteção a descargas atmosféricas, com a finalidade de tornar os sistemas preventivos cada vez mais eficazes, reduzindo os impactos causados na sociedade, desde os econômicos como a qualidade de vida, além disso, busca-se acender a discursão no âmbito acadêmico.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa é uma revisão bibliográfica. Em conformidade com os ensinamentos de Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é baseada em materiais já elaborados e publicados, ou seja, para a realização de uma pesquisa, cujo o seu foco é compilar as informações apresentados até a presente data, faz-se necessário a busca de material sobre o tema escolhido para realização de um estudo.

Com base no exposto, foi realizado uma pesquisa bibliográfica de materiais já elaborados e publicados sobre sistema de proteção contra descargas atmosféricas, no período de 2001 a 2019.

Os materiais utilizados são normativas, livros e artigos científicos publicados por editoras e sites científicos. Estes materiais são trabalhados para embasar as ideias formuladas incialmente, desmastrando a suma importância de se executar sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

3. FORMAÇÃO DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS – RAIO

A massa brasileira é conhecedora e vítimas constantes das descargas elétricas atmosféricas, principalmente no período chuvoso. As descargas elétricas são resultadas dos acúmulos elétricos nas nuvens, conhecido popularmente como raio.

A norma NBR -5.419 (2001) conceitua descargas atmosféricas como descargas elétricas que se originam na atmosfera entre a terra e as nuvens ou entre nuvens com nuvens. Basicamente consistindo em um ou vários impulsos de muitos quilos ampères, esses impulsos são denominados de raios.

Todavia, é oportuno esclarecer que descarga atmosférica, raio, relâmpagos e trovões estão relacionados ao mesmo fenômeno natural, mas tem conceitos distintos. Com já citado acima raio é o impulso gerado por uma descarga atmosférica na terra. O relâmpago é a luz emitida pelo arco elétrico de um raio e por último o trovão é o ruído produzido pelo o deslocamento do ar (ARAÚJO, 2010).

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A motivação para a formação de uma descarga atmosférica pode ser atribuída a concentração de cargas na parte central da nuvem sobrecarrega a razoabilidade do ar e ocorre a descarga. Para que esse fenômeno ocorra, é necessário que na nuvem exista carga de sinais diferentes, entre o solo e a nuvem ou entre nuvens, com isso sua tração da origem a descarga elétrica (CREDER, 2007).

Em concórdia com apontamentos feitos por Araújo (2010), a terra é composta de cargas negativas em excesso, lhe transformando em referencial negativo, fato este importante na formação da descarga atmosférica, que precisa de sinais diferentes. As nuvens de tempestades são formadas de cargas negativas e positivas.

Em conformidade com Souza, o processo de formação de nuvem de tempestade (nuvem carregadas de eletricidade) são:

Constituídas a partir da intensidade de ventos no sentido vertical. Este processo causa instabilidade e aumenta a taxa de umidade, resultando em uma nuvem que atinge altitudes e temperaturas abaixo do grau de congelamento. Estas são condições ideais para formação da Cumulonimbos. Os ventos verticais são originados principalmente da diferença de pressão e temperatura existentes. Sabe-se que o ar mais quente, de menor densidade, tende a subir e o ar mais frio, de maior densidade desce. Essa troca de posição gera polos na estrutura das nuvens, e quanto maior a intensidade das correntes de ar, mais intenso será o processo de eletrificação (2017, p.21).

Sabe-se que a formação de nuvens de tempestade ocorre quando se tem uma massa de ar quente em encontro com uma massa de ar frio. O vento no sentido vertical é responsável em formar as nuvens de tempestade, causando uma instabilidade e aumentando a sua umidade, esse processo faz a nuvem ganhar altitude e temperaturas abaixo do grau de congelamento.

Os ventos no sentido vertical são oriundos da diferença da pressão e temperaturas existente. Como é sabido, o ar frio tende a ser mais denso e o ar quente menos denso, assim o ar quente sobe e o frio desce, esse processo gera polos nas nuvens, deixando as carregadas de eletricidade.

Nesse sentido, Costa e Xavier explicam que “as nuvens estão carregadas de

cargas negativas em sua parte inferior, o que faz com que o solo logo abaixo da nuvem fique com cargas positivas devido a indução desta porção inferior a nuvem ao solo” (2016, p. 04). Desde modo, tem se duas cargas opostas, onde a nuvem está carregada com cargas negativas e o solo de cargas positivas, assim a indução das cargas opostas transforma o espaço entre a terra e a nuvem em um campo elétrico.

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A descarga elétrica do raio carrega uma grande carga de energia, aproximadamente 125 milhões de volts.

De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica – ELAT (2018), as formações das nuvens de tempestade estão relacionadas a combinação de três fatores básicos, a umidade do ar, a instabilidade vertical da atmosfera, ou seja, a variação da temperatura de acordo com a altura e os forçantes, responsáveis em jogar o ar para cima.

O processo de formação de uma nuvem de tempestade pode ser observado na imagem abaixo:

Imagens 01: Formação da nuvem de tempestade.

Fonte: ELAT (2018)

Posto isto, Filho (2006) salienta que as descargas atmosféricas são caraterizadas de acordo com sua polaridade de cada nuvem de tempestade, assim como também pela direção do percurso da descarga, sendo as nuvens responsáveis pelo o início deste fenômeno natural, conhecido como popularmente como raio.

De acordo Morais (2018), os raios são descargas elétricas que vão ocorrer na atmosfera, onde as nuvens carregas de eletricidade de alta intensidade vai se conectar ao solo. A intensidade típica do raio é aproximadamente 30 mil ampères, ao comprar com a potência de um chuveiro elétrico, o raio poder ser até mil vezes mais potente que o chuveiro elétrico.

As descargas atmosféricas podem serem negativas, positivas ou bipolares. Todavia, os raios mais frequentes são os de polaridade negativa descendente, onde

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carca de 90% da incidência de raios em estruturas cuja a altura seja inferior a 100 metros de alturas são de polaridade negativa descendentes (COSTA; XAVIER, 2016).

Os raios de polaridade negativo é formado na base da tempestade, moléculas com cargas negativas vão em direção ao solo, antes de tocarem o solo atraem as moléculas positivas, o circuito se fecha quando a carga positiva vai em direção ao céu, formando o raio luminoso (FILHO, 2006).

Outrossim, os raios de polaridade positiva ao contrário da negativa, as moléculas de carga positiva vão em direção ao solo e atraem as moléculas positivas. Assim, os raios positivos são formados nas partes superior e central das nuvens, esse raio tem a característica de viajar por vários quilômetros horizontalmente antes de atingir o solo, por isso ele possui um efeito mais longo e duradouro visualmente (CREDER, 2007).

As descargas atmosféricas podem serem tanto acedente como descendente, as acedentes são aquelas originadas do solo para a nuvem e as descendentes da nuvem para o solo. As descargas atmosféricas podem ser formadas tanto por cargas positivas quanto negativa, isso depende basicamente da origem do canal.

Em relação as cargas descendentes o que determina se é negativo ou positivo é a polaridade da densidade de cargas presentes na base da nuvem, já em relação as descargas ascendentes, depende da polaridade da densidade de cargas presentes no solo (Souza, 2017).

Este processo de ser analisado de acordo com a imagem ilustrada a seguir:

Imagem 02: Formação das descargas de acordo com sua polaridade

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Contudo, ainda tem o fenômeno das descargas bipolares, sendo estas raras. As descargas bipolares ocorrem quando este fenômeno possui princípios de descargas negativas e sucessivamente de descargas positivas (COSTA; XAVIER, 2016).

Denota-se que as descargas elétricas atmosféricas são fenômenos naturais e imprevisíveis que existem desde de o surgimento do universo. Embora este fenômeno seja altamente perigoso para o homem, não se pode evita-lo, apenas cabe ao homem buscar maneira de minimizar seus efeitos e isso pode ser realizado por meio dos sistemas de proteção contra descargas atmosférica.

4. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS – SPDA

Ao logo dos anos o homem vem buscando maneiras de melhor conviver com os fenômenos naturais e com o já citado, as descargas atmosféricas são responsáveis por vários prejuízos econômico e até mesmo letal a vida humana.

Diante disso, o Brasil por ser um pais tropical tem uma incidência grande de descargas atmosférica, sendo essencial os sistemas de proteção contrastais descargas.

Para silva (2007), as descargas atmosféricas têm como alvo os pontos mais altos, como por exemplo as serras, antenas, arvores, torres ou pessoas que estejam em pé em locais abertos, sendo ele o ponto mais alto.

Em conformidade com Martins (2017), antes de buscar um sistema de proteção, é necessário analisar o Mapa Isoceráunico, esse mapa tem por finalidade verificar o número de dias com trovões em uma determinada região. Esse processo é realizado para saber se há necessidade de um sistema de proteção ou não, claro que tudo isso são previsões e pode ter mutações de acordo com os fenômenos naturais. Sempre que se verificar uma alta incidência de trovões em um território cujo os impactos causados pelas as descargas atmosféricas tragam prejuízos financeiros ou até colocar em risco a vida humana é necessário a implantação de sistema de proteção.

O SPDA é um sistema de proteção contra as descargas atmosférica, sendo sua função principal a proteção das mais variadas estruturas contra os efeitos provocados pelas descargas atmosféricas. O principal objetivo do SPDA é evitar os impactos dos efeitos e em casos mais graves, ao menos diminuí-los (ARAÚJO, 2010).

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Corroborando com o explanado acima, Martins (2017) explica que a principal função dos SPDA é guiar e dissipar a terra as descargas atmosféricas que dão origem em nuvens eletrificadas, assim abstendo-se de possíveis danos as estruturas e vida humana.

Nesse seguimento Araújo (2010), acrescenta este sistema tem duas funções básica, a primeira é neutralizar e a segunda é oferecer um caminho alternativo para a descargas, evitando por tanto que esta venha a atingir a estrutura protegida.

O sistema de proteção contra descargas atmosféricas - SPDA, refere-se ao conjunto de mecanismos instalados no ponto mais alto da edificação, sendo este conectados ao aterramento (terra) por condutores metálicos (SILVA, 2007).

O SPDA tem duas composições, a interna e externa. O sistema interno é um conjunto de dispositivos que vão reduzir os efeitos elétricos e magnéticos presente na corrente da descarga atmosférica. Entretanto, o sistema de proteção externo é composto de subsistemas de capacitores, condutores e aterramento (ARAÚJO, 2010).

É importante salientar que o SPDA não impede as descargas atmosféricas e o SPDA não assegura total segurança a pessoas e edificações, mas sua elaboração e execução ideal minimiza consideravelmente os riscos a estruturas e vidas (MARTINS, 2017).

É importante destacar que o sistema de proteção contra descargas atmosférica é regulamentado pela NBR 5419 de 2001 e suas alterações. Assim, todos os conceitos, funções, objetivos, modelos de sistema estão definidos na mesma, sendo taxado os níveis de proteção de acordo com cada situação.

O processo de proteção de uma edificação deve começar ainda no estágio inicial do projeto, ou seja, desde a base da construção, essa recomendação se deve a dois fatores, primeiramente por ser uma forma mais econômica de implantação além de deixar a estrutura esteticamente mais bonita e por aumentar a eficiência do mesmo ao utilizar elementos condutores da própria estrutura (NBR 5419).

A normativa NBR 5419 de 2001 estabelece quais os modelos de sistema de proteção – SPDA são utilizados no Brasil para previr contra as descargas atmosféricas, sendo eles: Modelo Eletrogeométrico; método de Franklin e o método da Gaiola de Faraday.

O modelo Franklin é um dos mais utilizado hoje em dia nas estruturas, e sua “finalidade de criar um meio que possa absorver o elevado potencial da descarga elétrica para o solo com o objetivo de proteger pessoas, equipamentos, instalações e

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estruturas” (COSTA; XAVIER, 2016). Assim a função dos para-raios é desviar a descarga atmosférica da estrutura para o solo, evitando danos e preservando a vida humana.

O modelo Franklin também conhecido como para-raios é uns dos mais utilizados, cerca de 90% dos tipos. Esse dispositivo atua como um limitador de tensão, vetando que valores acima do permitido para a segurança dos equipamentos chegue até eles e causem danos (ARAÚJO, 2010).

Os para-raios é constituída com uma haste metálica onde ficam os captadores e um cabo que liga a estrutura mais alta do edifício até o solo, onde a energia é dissipada no aterramento. O cabo onde a descarga será conduzida não pode ter contato com a estrutura do edifico (COSTA; XAVIER, 2016).

Outro método também utilizado é o modelo de Gaiola de Faraday. Segundo Creder (2007), o sistema da gaiola de Faraday possui uma rede de condutores, situadas na cobertura e nas laterais dos edifícios que serão protegidos, que forma uma espécie de blindagem eletroestática, que tem com função interceptar as descargas atmosféricas. Podem ser elementos metálicos estruturais, de fachada e de cobertura, desde que atenda as os requisitos.

De acordo com Costa e Xavier (2016), este método vai ordenar por todos os lados da estrutura protegida uma malha de condutores elétricos. Este modelo é baseado na teoria de Michael Faraday, que defini que todas as correntes no interior de uma gaiola formada por condutores elétricos vão ser nula, independentemente da corrente.

Segundo Creder (2007), existem critérios diferentes em cada instalação dos SPDA, devendo serem selecionadas de acordo com os níveis de proteção estrutural. O anexo B da NBR-5419 – Método de Seleção do Nível de proteção – apresenta uma metodologia para a avaliação de necessidade de instalação de um SPDA em uma estrutura ou edificação.

Esta tabela traz várias classificações, desde a classificação das estruturas, os tipos, os riscos e os efeitos apresentados com as descargas atmosféricas. O estabelecido nessa tabela é de suma importância para a implantação dos sistemas de proteção contra descargas atmosférica.

É importante estar atento a classificação da estrutura, quais serão os efeitos de uma descarga na mesma, antes de definir qual o melhor sistema a ser utilizado. Deste modo, em conformidade com a imagem exposta abaixo temos:

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Imagens 03: Exemplos de classificação de estruturas

Fonte: NBR-5491

Assim é denominada de estruturas comuns as residências, fazendas, estabelecimentos agropecuários, teatros, escolas, lojas de departamentos, áreas esportivas e igrejas, bancos, companhias de seguro, companhias comerciais, hospitais, casa de repouso e prisões entre outros.

Observa-se, que os riscos nas estruturas comuns são: Perfuração da isolação de instalações elétricas, incêndio, e danos materiais; Risco direto de incêndio e tensões de passo perigosas; Danos às instalações elétricas entre outros. Com base nos efeitos causado pelas descargas atmosféricas é definido o nível de proteção.

Denota-se, que para as estruturas comuns os níveis de proteção recomendadas são os de II a IV, dependendo dos efeitos causados, que serão basicamente perfuração da isolação de instalações elétricas, incêndio, e danos materiais residenciais. Danos normalmente limitados a objetos no ponto de impacto ou no caminho do raio. Os níveis de proteções nesses casos não são os mais fortes por que os efeitos embora graves, são limitados a uma pequena parcela da população.

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Tanto as estruturas de riscos confirmados, risco para os arredores e meio ambiente, tem que ter nível de proteção forte e eficaz, sendo nestes casos aplicados o nível de proteção I, os mais fortes. Como por exemplo a Estações de telecomunicação, usinas elétricas e Indústrias. Os efeitos deste fenômeno natural nestas estruturas são interrupção inaceitável de serviços públicos por breve ou longo período de tempo e risco indireto para as imediações devido a incêndios.

Outrossim, independentemente da classificação e do nível de risco, o sistema de proteção contra descargas atmosférica busca sempre evitar ou ao menos minimizar os efeitos negativos desse fenômeno natural e se aplicado de forma correta e de acordo com o estabelecido na norma NBR-5491 terá uma alta incidência de eficácia.

É oportuno frisar, que estes sistemas de proteção contra descargas atmosférica não vão evitar que as descargas atmosféricas venham a ocorrer ou tão pouco vai atraí-las. Mas mesmo assim é de suma importância essas proteções para a sociedade.

5 DANOS ECONÔMICOS CAUSADOS POR DESCARGAS ATMOSFÉRICAS NO BRASIL

O Brasil é um país grandioso em extensão territorial, além do clima tropical, o desmatamento e o avanço do aquecimento global são fatores que contribuem para que o Brasil tenha um número bastante elevado de descargas elétricas (SILVA, 2007). Em concórdia com Cazarré (2017), um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INEP, aponta que o Brasil tem em média 77,8 milhões de raios registado por ano. Sendo que no ano de 2012 a incidência foi a maior, cerca de 94,3 milhões, em 2013 foram 92 milhões, em 2014 foram 62,9 milhões e em 2015, 68,6 milhões de raios.

De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica – ELAT (2018), os anos de 2018 e 2019 o território brasileiro terá incidência de descargas atmosféricas, sendo atribuído aos efeitos climáticos do El Niño. Esse fenômeno é ideal para formação das nuvens carregadas de eletricidade. Além disso, a ELAT (2018) destaca ainda um aumento significativo de até 50% de raios, principalmente na região sul e sudeste do país.

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Como já mencionado, os raios causam graves prejuízos e é lesivo a vida humana. Além de poder causar a morte de uma pessoa, as descargas atmosféricas provocam prejuízos bilionários ao país a cada ano.

Ainda no ano de 2007, o ELAT já apontava que o Brasil tem em média uma perda de um bilhão de dólares em prejuízos causado pelos raios, esses prejuízos são em todos os setores, como elétrico, construção civil, aviação.

De acordo com a tabela apresentado no tópico anterior, o sistema elétrico é uma estrutura de risco confirmado, sempre haverá a incidência de raios nesta. Embora haja um sistema de proteção forte, não é possível extinguir os prejuízos destes setores, devido o sistema não ser capaz de evitar que as descargas ocorram, mas vale destacar que estes sistemas evitam um prejuízo ainda maior para o país.

Deste modo, o ELAT (2018) aponta que os prejuízos anuais causados por raios no setor elétrico são de cerca de 600 milhões de reais, sendo este se tor o mais afetado. Em seguida a telecomunicação com cerca de 100 milhões de reais.

Além dos grandes prejuízos causados as grades empresas e indústrias pelos raios, ainda temos os de cunhos domésticos. Como é sabido, as residências não estão livres das incidências das descargas atmosférica s. Os aparelhos eletrodomésticos são uns dos atingidos por este fenômeno. Com isso, os indivíduos têm que realizar a manutenção dos mesmos ou levar na assistência técnicas, fatos estes que geram gastos.

Em relação aos danos causados a vida dos seres humanos, não existe um sistema que possa proteger totalmente. Existem medidas de segurança que podem e devem ser adotadas em casos de tempestades.

Como já foi colocado, os raios atingem aqueles locais mais altos, como as antenas, os morros, serras, árvores ou então locais abertos, como campo de futebol, praias. Deste modo, não é segura passar uma tempestade nestes locais, devendo serem evitados afim de preservar a vida humana (SILVA, 2007). Em consonância com ELAT (2017), cerca de 130 pessoas morrem por ano no Brasil atingidas por descargas atmosféricas.

As descargas atmosféricas são fenômenos naturais e sempre vão estar presente na natura, cabendo ao homem buscar formas de prevenções para minimizar os efeitos econômicos e para preservação da vida humana, adotar

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medidas de segurança, como por exemplo, não passar uma tempestade debaixo de uma árvore ou em uma praia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Posto isto, fica claro que descarga atmosférica é um fenômeno natural bastante presente no Brasil sendo capaz de provocar diversos efeitos negativos na economia. Todavia, não existe uma forma de evitar a sua incidência, mas é possível evitar ou diminuir seus efeitos nas estruturas.

Este estudo buscou demonstrar a importância de um sistema eficiente de proteção contra as descargas atmosféricas e para chegar a essa conclusão, foi apontado alguns conceitos importantes, como por exemplo, explicar como é formado o fenômeno das descargas atmosféricas e quais os acontecimentos climáticos são relevantes para a sua formação.

Assim, fica demonstrado que os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas são utilizados para proteção contra raios e tem como função conduzir a energia do raio, desde onde o raio atinge, até o aterramento, o mais rápido possível, para assim garantir a segurança da estrutura e dos equipamentos elétricos, esse sistema não impede que um raio caia, mas faz a condução necessária para o aterramento afim de que esse raio não se torne um problema e se transforme em prejuízos físicos e econômicos.

É de suma importância que o projeto de SPDA seja capaz de cumprir sua finalidade. Para isso são necessários que os projetos sejam realizados com base em estudos minuciosos, levantando todas as peculiaridades da estrutura que se pretende proteger.

Nesse seguimento, um sistema de proteção contra descargas atmosféricas ineficaz pode causar inúmeros problemas, tais como, avarias nas edificações, sobrecarga na parte elétrica, focos de incêndio e até acidentes mortais. Esse sistema é muito importante pois colabora para proteção e preservação das estruturas físicas e consequentemente das pessoas que a utilizam.

Todo o sistema de proteções contra as descargas atmosféricas é regulamentado pela norma. De acordo com o estabelecido pela NBR-5491. Essa norma buscar manter um padrão de eficiência dos sistemas e para isso é necessário seguir rigorosamente o estabelecido.

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Diante do exposto, a função dos sistemas de proteção contra as descargas atmosféricas é evitar os danos causados na estrutura, mas como se sabe, nem sempre isso vai ser possível, tendo então como objetivo secundário, diminuir os impactos causados.

Mesmo sabendo da eficiência dos sistemas de proteção contra as descargas atmosféricas, são inevitáveis os prejuízos causados por este fenômeno, sendo cada ano maior os números de prejuízo econômico, principalmente em relação as estruturas elétricas. Entretanto, estes prejuízos poderiam serem bem maior sem os sistemas de proteção.

Outro fator relevante, são números de vidas cessadas anualmente em decorrência dessas descargas atmosféricas. Esse fenômeno não pode ser evitado, mas os seres humanos podem e devem se proteger, isso pode ser por meios de sistemas, como o para-raios ou a gaiola de Faraday.

REFERÊNCIAS

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