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PROVA ESCRITA DE DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL Via Académica

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Academic year: 2021

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PROVA ESCRITA

DE

DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Via Académica

34.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS

AVISO DE ABERTURA: AVISO N.º 15620/2017, PUBLICADO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA, 2.ª SÉRIE, N.º 249/2017, DE 29 DE

DEZEMBRO DE 2017

DATA: 22 DE FEVEREIRO DE 2018

2.ª CHAMADA

HORA: 9H 15M (DE ACORDO COM O DISPOSTO NO ART. 12.º DO

REGULAMENTO INTERNO DO CENTRO DE ESTUDOS

JUDICIÁRIOS, O TEMPO DE DURAÇÃO DA PROVA INICIA -SE DECORRIDOS 15 MINUTOS APÓS A HORA DESIGN ADA)

(2)

PROVA ESCRITA DE

DIREITO CIVIL E COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL

Via Académica – 2.ª Chamada – 22 de fevereiro de 2018

1 – A presente prova é composta por três casos, todos de resolução obrigatória:

2

Cotações:

- Caso 1 (7 valores)

1 – 1 valores

2 – 2 valores

3 – 4 valores

- Caso 2 (7 valores)

1 – 1,5 valores

2 – 1,5 valores

3 – 4 valores

- Caso 3 (6 valores)

1 – 4 valores

2 – 2 valores

3 – A atribuição da cotação máxima em cada resposta pressupõe um tratamento

completo das várias questões suscitadas, que deverá ser coerente e corretamente

fundamentado, com indicação dos preceitos legais aplicáveis.

4 – Na cotação atribuída serão tidos em consideração a pertinência do conteúdo, a

qualidade da informação transmitida em relação à questão colocada, a

organização da exposição, a capacidade de argumentação e de síntese e o

domínio da língua portuguesa.

5 – As/os candidatas/os que na realização da prova não pretendam utilizar a

grafia do “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” (aprovado pela Resolução da

Assembleia da República n.º 26/91 e ratificado pelo Decreto do Presidente da

(3)

República n.º 43/91, ambos de 23 de agosto), deverão declará-lo expressamente

no quadro “Observações” da folha de rosto que lhes será entregue, escrevendo

“Considero que o Acordo Ortográfico aprovado pela Resolução da Assembleia da

República n.º 26/91, não está em vigor com carácter de obrigatoriedade”, sendo a

prova corrigida nesse pressuposto.

6 –

Os erros ortográficos serão valorados negativamente: 0,25 por cada um, até

um máximo de 3 valores, para o total da prova.

7

– As folhas em que a prova é redigida não podem conter qualquer elemento

identificativo da/o candidata/o (a identificação constará apenas do destacável da

(4)

(7 valores)

Alta Casa - Construção Civil, Lda., com sede em Faro, demandou Branca e Bernardo,

residentes em Lisboa, pedindo que os Réus lhe paguem a quantia de € 50.300 e juros moratórios desde a citação, alegando ter realizado os trabalhos de remodelação da moradia de que estes são proprietários em Lagos, o que fez a pedido destes e conforme orçamento e caderno de encargos por eles aceite em 3 de janeiro de 2014, correspondendo o capital em dívida ao remanescente da fatura n.º 123.

Em sede de contestação, Branca e Bernardo arguiram a exceção do caso julgado, alegando que a pretensão da Autora é exatamente igual à que foi objeto da ação que correu termos entre as mesmas partes, na qual foi proferida sentença que julgou improcedente a ação, dada a procedência da exceção de não cumprimento do contrato pela existência de defeitos na obra que se discriminaram na sentença, decisão confirmada por acórdão do Tribunal da Relação, transitado em julgado. Acrescentaram ainda que, até à data da propositura da acção agora intentada, a Autora não eliminou os defeitos da obra descritos na sentença, pelo que não têm de pagar a quantia reclamada.

Na audiência prévia, a Autora alegou já ter reparado os defeitos em causa, embora com uma única ressalva, que respeita à pintura dos tetos de três divisões do rés do chão, permanentemente húmidos, situação impossível de resolver enquanto os Réus não impermeabilizarem o terraço do 1.º andar (trabalhos não contemplados no orçamento) e/ou, pelo menos, removerem ou deixarem de regar as floreiras que aí existem. Conclui, assim, que não se verifica a exceção do caso julgado.

Mais alegou que, independentemente deste facto, não é oponível a exceção de não cumprimento, como causa de não cumprimento da obrigação de pagamento de uma dívida de capital de € 50.300, pelo motivo de existirem três tetos nos quais não foi aplicada a pintura final.

Caso 1

1 - Indique, justificadamente, qual o tribunal competente para a ação intentada por Alta Casa - Construção Civil, Lda. contra Branca e Bernardo.

(1 valor)

2 - Indique de forma fundamentada qual a decisão a proferir a respeito da exceção de caso julgado.

(2 valores)

(5)

(continuação da página anterior)

3 - Suponha que:

i) não existiu uma ação anterior;

ii) a Autora procedeu à reparação dos defeitos denunciados pelos Réus, com ressalva da pintura dos três tetos; e

iii) os Réus recusam pagar a quantia peticionada, invocando a persistência de defeitos.

Apresente a solução do litígio, considerando a hipótese de resultar provada quer a factualidade acima descrita a respeito da invocada impossibilidade das reparações ainda em falta, quer a hipótese de não resultar provada tal factualidade.

(6)

(7 valores)

Em dezembro de 2013, no âmbito da sua atividade comercial, Arnaldo - Organização de

Festas, Lda. forneceu a Bernardo e Carlota os serviços de catering do casamento da filha

destes, Débora, os quais importaram o valor total de € 35.484, montante não pago por aqueles.

Arnaldo - Organização de Festas, Lda. intentou, em fevereiro de 2014, ação para

reconhecimento do seu crédito e condenação de Bernardo e Carlota no pagamento da referida quantia, confiando o seu gerente, Arnaldo, que lograria obter, em ulterior acção executiva, a penhora da moradia, no valor de € 70.000, de que aqueles eram então proprietários, situada na rua dos Amores Perfeitos, em Leiria. Em abril de 2014, Bernardo e

Carlota apresentaram contestação no âmbito desta ação.

Em maio de 2014, Débora celebrou um contrato de mútuo com a Caixa de Poupanças,

S.A., tendo os seus pais, em garantia do pagamento de tal mútuo, constituído hipoteca

voluntária sobre o aludido prédio, até ao montante máximo de € 67.400.

Quando o seu gerente tomou conhecimento deste facto, em junho de 2014, a Arnaldo –

Organização de Festas, Lda. intentou ação declarativa contra Bernardo, Carlota e Débora,

alegando que os dois primeiros Réus agiram com o claro objetivo de se subtraírem ao cumprimento da obrigação de pagamento dos serviços que lhes tinham sido prestados, concluindo pelo pedido de declaração de ineficácia da constituição dessa hipoteca e de cancelamento do respetivo registo, em relação à Autora, na medida do necessário para integral satisfação do seu crédito sobre os Réus devedores.

Os Réus contestaram, sustentando, em suma, que a decisão judicial proferida na ação declarativa condenatória intentada em fevereiro de 2014 ainda não havia transitado em julgado no momento da propositura desta última acção. Mais alegaram que, ao contrair o empréstimo e constituir a hipoteca, não tiveram qualquer intenção de prejudicar a Autora, sendo que o mútuo celebrado teve como objetivo a regularização de dívidas fiscais de Débora. Concluem, por isso, pela improcedência da ação.

A convite do tribunal, foi requerida a intervenção da Caixa de Poupanças, S.A., a qual, uma vez citada, ofereceu contestação, alegando, em síntese, que nunca pretendeu prejudicar qualquer credor dos Réus e que sempre atuou de boa-fé, concluindo igualmente pela improcedência da ação.

Na pendência desta última ação, a Arnaldo - Organização de Festas, Lda. cedeu o seu crédito à sociedade Finantia - Cessão de Créditos, S.A..

(7)

1 - Explicite o fundamento do convite do tribunal e o meio processual que possibilitou a intervenção da Caixa de Poupanças, S.A., indicando a respetiva base legal.

(1,5 valores)

2 - De forma fundamentada, explique se a sociedade Finantia - Cessão de Créditos, S.A. poderá também intervir na ação intentada por Arnaldo - Organização de Festas, Lda. contra Bernardo, Carlota e Débora.

(1,5 valores)

3. Aprecie do ponto de vista jurídico-substantivo a viabilidade das pretensões conflituantes na ação intentada por Arnaldo - Organização de Festas, Lda. contra Bernardo, Carlota e Débora.

(8)

(6 valores)

A sociedade Terra Brava - Recolha e Transformação de Metais, Lda. é proprietária de um prédio constituído por rés do chão e 1.º andar, destinado a unidade industrial, cujo acesso se fazia pelo lado poente, através de caminho de terra batida, com cerca de seis metros de largura.

Bianca e Cristiano são proprietários do prédio rústico que se situa a poente do referido

caminho e que confronta a nascente com o prédio da aludida sociedade.

No prédio da sociedade Terra Brava, Lda. iniciaram-se obras de construção da unidade industrial de recolha e transformação de metais, necessárias ao funcionamento da unidade fabril, obra essa adjudicada à sociedade Ernesto Construções, Lda..

No dia 20 de setembro de 2016, Bianca e Cristiano, arrogando-se proprietários do referido caminho e sustentando que este apenas dá servidão ao terreno de um outro vizinho, impediram a circulação dos camiões que carregavam o betão para a obra que a sociedade

Terra Brava, Lda. tinha em curso. Para tanto, depositaram no caminho blocos de cimento de

grandes dimensões que, além de impedirem a passagem, provocaram no local o abatimento de terras.

Naquele dia, a obra ficou parada e as cargas de betão que iam ser descarregadas na obra tiveram de ser inutilizadas. Foi necessário encontrar soluções alternativas para poder manter a obra em curso e assim cumprir os prazos de conclusão.

No dia em que o acesso à obra ficou impedido por Bianca e Cristiano não foi possível efetuar a betonagem, tendo sido desperdiçado o carregamento de betão que a Terra Brava,

Lda. tinha pago, no valor de € 4.280.

Para o trabalho de reposição do caminho no estado em que este se encontrava, a sociedade Terra Brava, Lda. celebrou um contrato com a empresa Oliveira - Terraplanagens,

Lda., a qual procedeu à remoção dos blocos de cimento, de molde a possibilitar a circulação

pelo caminho tal como se verificava antes, tudo no valor de € 10.000.

Por forma a não parar totalmente a obra em causa, a Ernesto Construções, Lda. solicitou permissão à proprietária de um prédio vizinho para nele efetuar um novo acesso à obra, tendo realizado trabalhos no valor de € 8.000.

Esta impossibilidade de acesso dos camiões carregados da betonagem teve ainda como consequência a alteração dos planos de obra e originou despesas de mão de obra e

(9)

maquinaria no valor de € 7.000, que a sociedade Terra Brava, Lda. pagou à Ernesto

Construções, Lda..

A sociedade Terra Brava, Lda. intentou uma ação contra Bianca e Cristiano, pedindo a condenação dos Réus na restituição da posse do caminho identificado, na abstenção da prática de quaisquer atos que impeçam ou dificultem o acesso ao prédio da Autora, a pé e de carro, pelo referido caminho e no pagamento de uma indemnização no valor de € 29.280 pelos prejuízos causados. Alegou que o prédio de que é proprietária sempre foi servido pelo lado poente pelo referido caminho, o que sucedia há mais de 20 anos, à vista de todos e sem oposição.

Na contestação, os Réus deduziram reconvenção, pedindo a condenação da sociedade

Terra Brava, Lda. a reconhecê-los como únicos donos do prédio rústico no qual se inclui o

referido caminho e a abster-se da prática de qualquer ato ofensivo desse direito.

Da instrução da causa não resultou provado que o caminho fazia parte integrante do prédio dos Réus, nem a utilização pública e pacífica do mesmo por parte da Autora há mais de 20 anos, tão pouco se provando que o caminho se destinava ao trânsito público.

1 - Aprecie as pretensões da Autora e dos Réus e indique a solução que reputa mais adequada, fundamentando a sua resposta.

(4 valores)

2 - Supondo que se apurou que o caminho se situa no prédio dos Réus e que o prédio de que a Autora é proprietária sempre foi servido pelo lado poente pelo referido caminho, o que sucedia há mais de 20 anos, à vista de todos e sem oposição, analise a viabilidade das pretensões das partes, indicando, de forma fundamentada, a solução que considera mais adequada.

Referências

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