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Impostos ESTADUAIS IPVA

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Academic year: 2021

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Prof. Pedro Bonifácio

AULA 41 – 23/08/2017 – Direito TRIBUTÁRIO – IPVA

Impostos ESTADUAIS

IPVA

Art. 155, III CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: III - propriedade de veículos automotores.

Propriedade → contínua – FG (01.01 de cada ano)

As normas gerais do IPVA são reguladas pelos Estados – art. 24 § 3º CF, contudo as alíquotas mínimas serão fixadas pelo Senado Federal (que até então não temos) e as alíquotas podem ser diferenciadas pelo USO e TIPO – art. 155 § 6º CF.

ATT: quando se falar de TIPO, só umas das espécies desse tipo de classificação não podem ser usadas, que é o TIPO de PROCEDÊNCIA OU DESTINO, fora essas duas classificações de procedência ou destino, as demais classificações de tipo podem ser usados, como tipo de combustível, tipo de carroceria, tamanho do veículo, etc.

Exemplo: carro importado não pode ter a alíquota mais cara ou mais barata por ser importado, devido ao Princípio da Não Descriminação.

O IPVA arrecadado tem a seguinte repartição: Art. 158 CF. Pertencem aos Municípios:

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II - Cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;

ISENÇÃO

Algumas isenções não estão no veículo e sim no proprietário do veículo, por exemplo, em SP, só é isento se o proprietário do veículo for deficiente físico e dirigir o próprio carro.

Porém, sabemos que o IPVA incide sobre o veículo e não sobre o motorista, daí a regra não deveria ser em quem conduz o veículo para incidir a tributação.

Portanto, é preciso observar o critério pessoal para provar a discriminação, ou seja, a característica incide na pessoa do proprietário.

Observar se a norma onera ou beneficia: Critério Pessoal → Benefício Pessoa Situação

Correlação lógica: a mobilidade do deficiente deve estar relacionada a sua capacidade contributiva.

A ISENÇÃO tributária, não permite o uso da analogia, pois, a isenção deve ser literal – art. 111 CTN

Art. 111 CTN. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: II - Outorga de isenção;

O artigo 13 da Lei 13.296/08:

Artigo 13 - É isenta do IPVA a propriedade:

III - de um único veículo adequado para ser conduzido por pessoa com deficiência física;

Sempre observar o CHECK LIST abaixo:

Check List da Igualdade

 Disseca a RMIT (regra matriz da incidência tributária)  Detectar a existência de discriminação pela RMIT

 Identificar qual é o elemento de discriminação utilizado pela norma

 Analisar se a norma onera ou beneficia singularmente um indivíduo ou categoria ou atividade desde já determinados e se o elemento de discriminação reside na própria pessoa ou situação discriminada.

 Aferir a existência de correlação lógica entre o elemento de discriminação e o tratamento diferenciado.

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 Perquirir a efetiva ocorrência da relação de subordinação e pertinência lógica entre a discriminação procedida e os valores positivados no texto constitucional.

Leandro Paulsen – Pág. 182 – Direito Tributário JURISPRUDÊNCIA...

MANDADO DE SEGURANÇA Pretendida isenção de ICMS na compra de veículo automotor a portador de necessidades especiais Veículo a ser conduzido por terceiro. Possibilidade. Recurso provido. ” (AC Nº 931.737.5/5-00, Rel. Des. Carlos Eduardo Pachi, j. 18.01.2010 v.u).“DEFICIENTE FÍSICO - Impossibilidade de dirigir Isenção de ICMS. Admissibilidade: Aquisição de veículo para transporte de pessoa portadora de severa deficiência física, mesmo sem condições de dirigir, goza do benefício fiscal. Interpretação harmônica entre o art. 19, Anexo I, do RICMS e o art. 5º da CF e demais preceitos constitucionais que asseguram a proteção especial às pessoas deficientes. Recurso provido.” (AC 874.201-5/5-00 Rel. Des.Evaristo dos Santos, j. 18.05.09 - v.u.).

Alguns anos atrás a Dívida Ativa demorava mais ou menos de um a dois anos para ser inscrita, hoje o Governo de Estado de SP já está inscrevendo os contribuintes que não pagaram o IPVA deste ano e com isso já está cobrando a multa de 100% do imposto. Porém, é inconstitucional, pois fere um dos princípios básicos do direito tributário, que é o Princípio do Não Confisco (art. 150, IV CF), pois, 03 meses de atraso não representa justificativa da aplicação do parágrafo único (artigo abaixo), pois, no artigo 27 da lei já tem previsto os critérios para caso de atraso, portanto, é inconstitucional, podendo ser aplicado o artigo 150, IV CF para pedir o afastamento desta cobrança abusiva de 100%.

O artigo 27 da Lei 13.296/08:

Artigo 27 - O imposto não recolhido no prazo determinado nesta lei estará sujeito a acréscimos moratórios correspondentes a 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, até o limite de 20% (vinte por cento), calculados sobre o valor do imposto.

Parágrafo único - Após a inscrição em dívida ativa, os acréscimos moratórios corresponderão a 1 (uma) vez o valor do imposto.

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Impostos FEDERAIS

ITR

ITR -Imposto Territorial Rural – competência da União – art. 153, VI CF e a Lei 9.393/96. Art. 153, VI CF. Compete à União instituir impostos sobre:

VI - Propriedade territorial rural;

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CASO...

O município de Lins em razão da delegação da função de fiscalização e arrecadação, conforme prevê o artigo 7º e 199 do CTN, enviou lançamento tributário ao contribuinte Renato referente à sua propriedade rural de 600 metros quadrados, com valor venal de R$ 350.000,00 de acordo com o previsto na legislação federal.

Ocorre que o contribuinte possui uma averbação NON AEDIFICANDI, conforme prevê a lei 4.771/65 (código florestal), que impõe certas limitações para qualquer tipo de construção, edificação ou instalação de benfeitorias, em razão de se enquadrar em uma área de preservação permanente.

Em face disto o contribuinte entende que descaracteriza a incidência do imposto.

A) é legítimo o direito de o contribuinte não efetuar o pagamento? Qual a justificativa jurídica?

Pela regra, o contribuinte deve pagar o imposto, pois, ele ficou impossibilitado de exercer os seus poderes de ser proprietário, por isso não descaracteriza a incidência pela existência da cláusula NON AEDIFICANDI. Contudo o art.10 §1º, II, “a” Lei 9393/96, prevê uma isenção nas áreas de preservação permanente e de reserva legal, desta forma, neste caso, o contribuinte não irá pagar o imposto pela isenção do artigo mencionado.

B) qual ação judicial cabível para o caso em tela? A quem compete o julgamento: Justiça Federal ou Justiça Estadual?

Se o município está fiscalizando e arrecadando, ele é o ente que tem legitimidade passiva para repetição do indébito, pois é o ente que tem a capacidade tributária, conforme entendimento do STJ, portanto, a Justiça Estadual.

O Município tem a capacidade tributária delegada pela União.

A opção é do Município, desde que a União aceite está delegação, pois, a competência é da União, desta forma quem determina as regras de fiscalização e arrecadação é da União.

A lei 11.250/05 é uma lei federal que oficializa a possibilidade desta delegação.

Art. 156 § 4º, III CF. Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

O FG do ITR – art. 29 CTN:

Ser:

 Proprietário

Titular de Domínio útil Revestido pelo ANIMUS DOMINI da propriedade

 Possuidor a qq título

Art. 29 CTN. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.

O art. 29 CTN traz as mesmas características do FG do IPTU: propriedade, o domínio útil ou a posse.

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ATT: O inquilino tem a posse precária do imóvel, por isso a posse mencionada no artigo 29 não inclui o inquilino, o possuidor do art. 29 é aquele que tem a posse real do bem.

Em caso de o imóvel estar em área de preservação permanente e reserva legal, ficará isento do ITR. Trata-se de uma isenção tributária.

Art. 10 §1º, II, “a” Lei 9393/96

§1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerar-se-á: II - Área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas:

a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012;

No caso de terras invadidas, perde-se o ANIMUS DOMINI, de acordo com o entendimento do STF, o proprietário que teve o seu imóvel invadido, não houve o FG do ITR.

Vejamos a jurisprudência abaixo: JURISPRUDÊNCIA...

TRIBUTÁRIO.ITR.INCIDÊNCIA SOBRE IMÓVEL. INVASÃO DO MOVIMENTO “SEM TERRA”. PERDA DO DOMÍNIO E DOS DIREITOS INERENTES À PROPRIEDADE. IMPOSSIBILIDADE DA SUBSISTÊNCIA DA EXAÇÃO TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. (...) 4. A propriedade plena pressupõe o domínio, que se subdivide nos poderes de usar, gozar, dispor e reivindicar a coisa. Em que pese ser a propriedade um dos fatores geradores do ITR, essa propriedade não é plena quando imóvel encontra-se invadido, pois o proprietário é tolhido das faculdades inerentes ao domínio sobre o imóvel. (REsp 1.144.982/PR, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. em 13-10-2009).

Qual ação judicial cabível para o caso em tela? A quem compete o julgamento: Justiça Federal ou Justiça Estadual?

Não há na doutrina uma decisão uniforme quanto a isso, há divergência nos entendimentos, cada doutrinador entendi de uma forma.

Portanto é preciso fazer uma reflexão para entender qual o melhor caminho. Uma grande parte entende que deve ser onde fica o dinheiro.

Toda que um servidor público recebe do ente federado, deve fazer a retenção e o recolhimento na fonte do IR deste servidor.

Súmula 447 - STJ

“Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. ”

No art. 157, I e art. 158, I CF, estabelece que 100% do valor arrecadado fica com o ente público estadual ou municipal.

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Desta forma a repetição de indébito, deve ser contra o ente público que ficou com o valor do imposto e não contra a União.

Veja a jurisprudência abaixo: JURISPRUDÊNCIA...

(...) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. LEIS N. 7.787/89, 8.212/91 E 8.383/91. COMPENSAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. PRECEDENTES. 1. Agravo Regimental contra decisão que deu parcial provimento ao recurso especial da parte agravante, para determinar o seguinte: a) ilegitimidade passiva da União para participar da presente demanda; 2. Não há que se confundir a competência tributária com a capacidade tributária ativa. A União, no caso, detém a competência tributária, podendo legislar sobre a contribuição previdenciária. Mas, quem detém a capacidade tributária ativa para gerenciar, exigir e cobrar a contribuição previdenciária é a autarquia federal INSS. Ilegitimidade passiva da União para participar de demanda que visa a compensar contribuições previdenciárias por empresas vinculadas ao Simples. (...) (AgRg no REsp 444.136/PR, 1ªT., rel. Min. José Delgado, j. 26-11-2002.

Desta forma o STJ decidiu que não importa se é repetição indébito ou matéria de direito, deve-se ingressar direito com aquele tem a capacidade tributária.

Art. 10 Lei 9393/96. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.

O lançamento do ITR é por homologação, ou seja, o contribuinte deve apurar, pagar e esperar vir a sua homologação expressa ou tácita, por 5 anos depois do FG.

O lançamento é feito pelo contribuinte através do site da RECEITA FEDERAL, vejamos abaixo a instrução normativa abaixo:

IN SRF Nº 643/2016

Art. 1, §4º: A celebração do convênio não prejudicará a competência supletiva da SRF de fiscalização, inclusive de lançamento de créditos tributários, e de cobrança do ITR.

Art. 6º: O lançamento de ofício do ITR efetuado pelo conveniado será feito por autoridade administrativa competente para lançar os créditos relativos aos tributos de competência do próprio conveniado.

Art. 7º: O conveniado efetuará o lançamento de ofício quando o sujeito passivo: I - Não apresentar a DITR;

Art. 16: Após a cobrança, se não houver a confirmação do pagamento por parte do sujeito passivo, a SRF encaminhará o débito à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União.

Desta forma, o lançamento do ITR, pode ser feito de:

HOMOLOGAÇÃO, sendo o contribuinte faz o lançamento por homologação.

OFÍCIO, o lançamento de ofício pode ser feito pelo Conveniado (município) ou pela Secretaria da Receita Federal (união).

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Se o contribuinte não realizar o pagamento do ITR, independente de quem fez o lançamento de ofício, ou seja, o Conveniado ou a Secretaria da Receita Federal, quem irá executar é a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional).

Quando o lançamento for por homologação, o proprietário de imóvel rural, deve ter um cadastro no INCRA:

Neste cadastro quando acessar a DITR, a página irá direcionar para o site da Receita Federal:

A guia que irá gerar o pagamento é uma DARF, portanto, a UNIÃO é quem receberá o valor arrecadado.

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Desta forma, em caso que o lançamento foi por homologação, ou seja, feita pelo contribuinte, o correto é ingressar com ação na Justiça Federal, exatamente por não saber se a União repassou o valor arrecado ao conveniado.

Pois, caso entre na Justiça Estadual, e o conveniado se defender dizendo que não recebeu até o momento o valor pago pelo contribuinte, a ação será extinta sem resolução do mérito, e aí terá que entrar com nova ação na Justiça Federal, tendo que pagar novas custas processuais. Porém, em caso que o Conveniado tenha efetuado o lançamento de ofício, recebeu o valor arrecadado, então, a ação de indébito deve ser contra a Justiça Estadual.

Agora se o lançamento de ofício foi realizado pela SRF, o contribuinte também não tem como saber se a União fez a repartição da receita ao município, desta forma, ingressa a ação contra a União, portanto, Justiça Federal.

Trata-se de IMUNIDADE, pois, está na Constituição Federal:

Art. 153, §4º, II CF. não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

A pequena gleba rural deve ser definida por lei, portanto, analisar se deve ser LO ou LC, observando o art. 146, II CF (limitação ao poder de tributar), portanto, deve ser definida por LC.

Contudo, hoje é uma LO que regula a questão das pequenas glebas no art. 2 Parágrafo único da Lei 9393/96, tendo um vício formal, portanto, este artigo é inconstitucional.

Art. 2 Parágrafo único Lei 9393/96. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a:

I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;

II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;

III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

Estamos diante de uma imunidade que deve ser regulamenta por uma LC, por isso, não se pode usar a analogia e equidade, pois, tanto a imunidade como isenção dependem de lei, sendo normas de eficácia limitada, pois, depende de regulamentação posterior.

Art. 108 § 1º e 2º CTN

§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido

O autor Antônio Roque Carrazza defende a teoria de que enquanto não existe lei, podemos aplicar o art. 191 CF, que trata do Usucapião Rural, já que a CF limitou a 50 hectares, pois, demonstra a falta de riqueza e o uso da propriedade para o seu sustento, pois, a Lei 9393/96 que prevê essa regra é inconstitucional

Usucapião Rural

Art. 191 CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

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Qual é a ação que o cidadão pode ingressar, para exigir que o Congresso Nacional se mobilize a criar uma lei prevendo o exercício do direito a esta IMUNIDADE?

É o Mandado de Injunção, a pessoa física do proprietário pode ingressar com um Mandado de Injunção.

A jurisprudência não atua neste tema, pois, não há discussão a respeito da aplicação do art. 191 do CF.

CASO...

Joseval Fonseca ex proprietário de imóvel rural, recebeu em 2009 um lançamento tributário referente a uma propriedade que era sua até o ano de 2007. Buscou a autoridade administrativa para revelar que no início de 2008 o imóvel foi vendido a Manoel Soares, e, portanto, nada tinha a ver com a cobrança, contudo a autoridade manteve o lançamento alegando que conforme determina a legislação em vigor, é necessário realizar a alteração do cadastro do proprietário do imóvel no órgão fiscalizador, a saber, o INCRA, e como não foi cumprido, para o órgão o proprietário permanecia o então Joseval.

Recorreu ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e em 2015 proferida e publicada sentença negando a anulação do lançamento respectivo.

Inconformado, manteve a inadimplência e recentemente recebeu há poucos dias citação para responder a Execução Fiscal movida pela Procuradoria da Fazenda Nacional em face de Joseval Fonseca.

Avalie os fatos narrados, faça as perguntas necessárias, e responda as questões a seguir: A) qual a ação judicial cabível ao caso?

Exceção de Pré-Executividade.

B) é possível alegar a Decadência ou Prescrição Tributária?

Não cabe prescrição.

C) qual tese a ser trabalhada?

A tese é a ilegitimidade passiva, pois, Joseval não é mais proprietário, e o mero descumprimento da obrigação acessória, não implica na exigência do imposto (ITR).

D) se a Fazenda Federal requerer o redirecionamento da Execução Fiscal para Manoel Soares é possível?

Não é possível, pois, não é possível alterar o sujeito ativo da obrigação tributária. Deve haver a extinção da ação, após a Fazenda deve alterar a CDA com o nome do novo proprietário e entrar com novo pedido de execução fiscal. Sumula 392 do STJ.

Obrigação Tributária:

→ Principal: Pagar o ITR, o descumprimento gera multa

→ Acessória: Declarar o ITR, o descumprimento gera multa São obrigações distintas.

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JURISPRUDÊNCIA...

Irrelevância para fins de sujeição passiva, do cadastro do INCRA. “Já o fato de o apelado não ter efetuado a modificação no cadastro do imóvel não tem o condão de torna-lo responsável pelo pagamento do ITR uma vez que este tem como fato gerador, a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, como definido na lei civil. A atualização do cadastro rural constitui-se em obrigação meramente acessória, cujo descumprimento não implica na exigência do imposto territorial rural”. (TRF4, 1ªT., AC 2000.70.00.003647-1/PR, excerto do voto do Des. Fed. Wellington Mendes de Almeida, 17.10.2002).

ITR. NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. HONORÁRIOS. 1. O Lançamento do crédito tributário referente ao ITR realizado na pessoa do antigo proprietário é nulo, por não identificar corretamente o sujeito passivo, não podendo a execução fiscal simplesmente ser redirecionada ao novo proprietário. (TRF4, 2ªT., AC 2000.70.00.022586-3/PR, Des. Fed. Dirceu de Almeida Soares, set/02).

Súmula 392 – STJ. “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. ”

CASO...

A Lei 1942/83 do município de Votuporanga/SP instituiu uma taxa de construção, conservação e melhoramento de estrada de rodagem, que incidirá sobre os proprietários dos imóveis rurais.

Conforme determina Lei, a taxa visa contra prestacionar a esses proprietários, uma manutenção das rodovias que cruzam as principais fazendas da cidade. Para pagamento, a participação dos proprietários dependerá do número de hectares dos imóveis rurais.

Moradores da cidade, através de Ação Popular questionaram a criação do tributo, informando que a via é de uso comum do povo, e por isso, não deveria ser cobrado o tributo.

O Município em contestação alega a constitucionalidade pela aplicação da Sumula 348 do STF: “É constitucional a criação de taxa de construção, conservação e melhoramento de estradas.” O STF diz que na hipótese que é para vias conservadas pelo poder público para viabilizar a chegada até a propriedade rural, então é divisível, sendo constitucional a criação de taxa. A Base de Cálculo do ITR é o V.T.N (Valor da Terra Nua) = quantidade de hectares.

Na taxa deste caso em tela, está igual à base de cálculo do ITR.

O imposto revela a riqueza e a taxa revela a contraprestação do serviço.

O município precisa provar que o número de hectares influencia na construção da via para chegar até a fazenda, caso contrário, a construção da via não pode se medir pelo número de hectares.

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Na súmula 348 do STF traz a constitucionalidade da taxa, por ser um serviço divisível, porém, não é possível que a base de cálculo desta taxa seja a mesma do ITR, vejamos a súmula abaixo: Súmula 595 – STF. “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural. ”

CASO...

Zumira, é proprietária de um imóvel localizada no município de Jundiaí/SP. Tem como principal exploração no imóvel a colheita de soja, para fins de revenda a grandes exportadores.

Nunca foi cobrada de ITR, por entender que o imóvel está localizado em área urbana, conforme determina a lei do município, porém também nunca recolheu o imposto devido, por ausência de notificação da prefeitura.

Ocorre que em 2016, recebe informações através de um Auditor seu amigo que os municípios iniciarão o processo de cobrança de dívidas atrasadas de ITR e IPTU, por isso, caso entenda ser devido o ITR, recomenda que realize o quanto antes a declaração do imposto no sistema de SRF, assim conseguirá não pagar a multa.

A – Qual imposto deve ser recolhido pela proprietária?

Analisar os critérios de: localização (art.32 §§ 1º e 2º CTN) e a destinação do imóvel, portanto, se a localização estiver enquadrada no artigo citado e a destinação do imóvel for rural, então o imposto devido é o ITR.

B – A orientação para pagamento do ITR ofertada pelo Auditor está correta?

Está correto, trata-se da aplicação do instituto da denúncia espontânea, que deve ser feita antes do lançamento do tributo.

A SUM 360 STJ, traz regras e requisitos para se valer da denúncia espontânea:

Quando o contribuinte faz o lançamento, o fisco não precisa fazer mais nada – SUM 436 STJ Desta forma, está súmula só aplica para os casos que o contribuinte tenha efetuado o lançamento por homologação, mas não pagou o tributo.

Súmula 360 – STJ. “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. ”

Art.1º § 3º Lei 9393/96. O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município onde se localize a maior parte do imóvel.

JURISPRUDÊNCIA...

TRIBUTÁRIO. IPTU X ITR. IMÓVEL LOCALIZADO EM ÁREA URBANA. EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE AGROINDUSTRIAL. ITR. INCIDÊNCIA. TEMA JÁ APRECIADO NA SISTEMÁTICA DOS RECURSOS REPETITIVOS (REsp 1.112.646/SP).

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Impostos FEDERAIS

IR

 Art. 153, III CF

 Art. 43 a 45 CTN

 Decreto 3.000/99 (RIR)

Art. 153 CF. Compete à União instituir impostos sobre: III - renda e proventos de qualquer natureza;

Art. 43 CTN. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

§ 1º. A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.

§ 2º. Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Art. 44 CTN. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.

Art. 45 CTN. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.

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Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

CASO...

O Sr. Silva ao rescindir o seu contrato de trabalho com a empresa XYZ Comercial Ltda, no mês de junho de 2015, recebeu:

Efetuou ainda no mês de junho, o levantamento do FGTS no valor de R$ 18.000,00.

Tendo em vista os dados acima, qual o total do rendimento TRIBUTÁVEL por ele recebido a título de IR?

Critério Material – art. 43 CTN: toda disponibilidade econômica ou jurídica que venha da sua renda ou de proventos de qualquer natureza é tributável de imposto de renda.

Disponibilidade econômica, significa ter de fato e disponibilidade jurídica é ter de direito. Na Pessoa Física a legislação optou pelo Regime de Caixa, que significa que só tributa quando se tem de fato. Sendo essa disponibilidade econômica podendo ser de renda ou de qualquer natureza.

Já na Pessoa Jurídica, o regime é de Competência.

BONS ESTUDOS!!!

Referências

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