CARAS DECORAÇÃO ABRIL 2019 ABRIL 2019 CARAS DECORAÇÃO 67 66
REABILITAÇÃO
CAIXA
SURPRESA
FOZ, PORTO
Uma composição sem preconceitos,
numa casa na Foz, Porto.
Pelo ateliê Ding Dong.
TEXTO: ESMERALDA COSTA FOTOS: ANTÓNIO CHAVES
EM ABERTO Mesa de refeições, da Classicon, com cadeiras de Jens Risom (1943),
editadas pela Knoll, e candeeiro em vidro soprado, de Paola Navone. Pavimento em madeira de riga original da casa e tapete de mosaicos hidráulicos, da Bisazza.
PROFISSIONAIS
Os criativos do ateliê Ding Dong, Michael Miranda (arquiteto), Maria João Gonçalves (designer)
SALA DE REFEIÇÕES Lambril em carvalho natural,
murais em gesso, com motivo naturalista, uma criação da artista Iva Viana. Sideboard italiano, anos 50.
ARTE, PEÇAS ÚNICAS E DE AUTOR DESENHAM
UM AMBIENTE DESCONTRAÍDO
CARAS DECORAÇÃO ABRIL 2019 ABRIL 2019 CARAS DECORAÇÃO 71 70
O RESPEITO PELA TRAÇA ORIGINAL
DOMINA TODA A NARRATIVA E SURGE
COMO UM APONTAMENTO DIVERTIDO
SALA DE ESTAR Sofá, de Andrea Parisio para a Meridiani,
mesas de centro, de Draga & Aurel para a Baxter, mesas laterais e candeeiros, da Ding Dong. Na parede, em carvalho desidratado, trabalho de Filipe Cortez.
HALL Consola com desenho do ateliê Ding Dong, par de apliques, em alabastro,
A MISTURA DE MATERIAIS E CORES
CRIA UM RESULTADO OPULENTO
RECANTO Mesa de
refeições Pool, do ateliê Ding Dong, banco de cozinha, couro e tecido Tropical Jungle, da Lelièvre, e candeeiro de parede Marseille, de Le Corbusier (1949), editado pela Nemo.
COZINHA Para a zona de
trabalho o ateliê desenhou uma bancada composta por armários com portas, em madeira, e puxadores em bronze. O lambril da sala de refeições chega à cozinha.
CARAS DECORAÇÃO ABRIL 2019 ABRIL 2019 CARAS DECORAÇÃO 75 74 QUARTO Cabeceira e mesas-de-cabeceira em figueira azul, puxadores em osso, par de espelhos e banqueta lacada, com tecido Robert
Allen, peças desenhadas pela Ding Dong. Cama da Hästens e reposteiros
com tecido da Pedroso & Osório.
DETALHES No
quarto de vestir, banqueta Klismo, da Jamb, na parede, retrato de Babe Paley.
Na entrada da casa de banho da suíte, pintura do Igor, whippet (animal de estimação do proprietário), pela artista Sofia Torres.
H
á lugares especiais, que ao primeiro olhar nos
arrebatam o coração. É o caso da Foz, no Porto,
uma das zonas da cidade onde sonhamos morar um
dia. Quando se trata de casas de tipologia
tipicamen-te portuense, do início do século XX, como é o caso
desta residência, reabilitada pelo ateliê Ding Dong, o
ao design de interiores, todo o projeto tem a
assina-tura dos criativos do ateliê, Michael Miranda, Davide
Gomes e Maria João Gonçalves, à exceção da
arquite-tura paisagista, que ficou a cargo do ateliê JBJC. "Com
espírito masculino, divertido e eclético, muito à
ima-gem do proprietário, o projeto foi pensado como uma
'caixa surpresa', cuja narrativa é revelada à medida
que percorremos os diferentes espaços da casa. Nesse
percurso, além de surpreendidos, ficamos envolvidos",
descreve o arquiteto Michael Miranda. Com total
li-berdade para criar, a equipa empenhou-se, assim, em
construir um ambiente descontraído e confortável, "em
que se brinca com materiais e cores, misturas tantas
vezes insólitas e mal amadas, para um resultado 'fora
da caixa'. No fundo, uma composição sem
preconcei-tos", reconhece a designer Maria João Gonçalves, ao
LIGAÇÃO A escada original da casa
dá acesso aos pisos superiores. Paredes pintadas de beringela e lambril numa cor apelidada de Neon Lobster pelos criativos da Ding Dong, com composição de peças em gesso.
TERCEIRO PISO No último andar
encontramos o quarto de hóspedes, casa de banho e ginásio. Para a casa de banho, os profissionais da Ding Dong optaram pelo preto, branco e madeira, uma composição que faz lembrar os balneários.